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Auditoria Pública
Auditoria Pública
FICHA TÉCNICA
COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS
Marcos Aurélio Felipe
COORDENAÇÃO DE REVISÃO
Maria da Penha Casado Alves
GESTÃO DO PROCESSO
DE DESIGN GRÁFICO
Dickson de Oliveira Tavares
PROJETO GRÁFICO
Ivana Lima
REVISÃO DE MATERIAIS EDITORAÇÃO DE MATERIAIS Revisão de estrutura e linguagem Criação e edição de imagens
Ailson Alexandre Câmara de Medeiros Alessandro de Oliveira Paula Camila Maria Gomes Anderson Gomes do Nascimento
Andreia Maria Braz da Silva Amanda Duarte Carolina Costa de Oliveira
Bruna Rafaelle de Jesus Lopes Anderson Gomes do Nascimento Revisão de língua portuguesa Luciana Melo de Lacerda
Camila Maria Gomes Carolina Aires Mayer Fabiola Barreto Gonçalves
Cristiane Severo da Silva Carolina Costa de Oliveira Lisane Mariádne Melo de Paiva Revisão tipográfica
Cristinara Ferreira dos Santos Leticia Torres Orlando Brandão Meza Ucella Leticia Torres
Edneide da Silva Marques Luciana Melo de Lacerda
Emanuelle Pereira de Lima Diniz Mauricio da Silva Oliveira Junior Revisão de normas da ABNT Pré-impressão
Eugenio Tavares Borges Edineide da Silva Marques Luciana Melo de Lacerda
Fabiola Barreto Gonçalves
Julianny de Lima Dantas Simião Diagramação
Lisane Mariádne Melo de Paiva Luciana Melo de Lacerda
Margareth Pereira Dias
Orlando Brandão Meza Ucella
Priscilla Xavier de Macedo
Verônica Pinheiro da Silva Catalogação da publicação na fonte. Bibliotecária Verônica Pinheiro da Silva.
Todas as imagens utilizadas nesta publicação tiveram suas informações cromáticas originais alteradas a fim de adaptarem-se
aos parâmetros do projeto gráfico. © Copyright 2005. Todos os direitos reservados a Editora da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte – EDUFRN. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa do Ministério da Educação – MEC
Sumário
Apresentação institucional 5
Apresentação da disciplina 7
A
Secretaria de Educação a Distância – SEDIS da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte – UFRN, desde 2005, vem atuando como fomentadora, no
âmbito local, das Políticas Nacionais de Educação a Distância em parceira
com a Secretaria de Educação a Distância – SEED, o Ministério da Educação –
MEC e a Universidade Aberta do Brasil – UAB/CAPES. Duas linhas de atuação
têm caracterizado o esforço em EaD desta instituição: a primeira está voltada para
a Formação Continuada de Professores do Ensino Básico, sendo implementados
cursos de licenciatura e pós-graduação lato e stricto sensu; a segunda volta-se
para a Formação de Gestores Públicos, através da oferta de bacharelados e especia-
lizações em Administração Pública e Administração Pública Municipal.
Para dar suporte à oferta dos cursos de EaD, a SEDIS tem disponibilizado
um conjunto de meios didáticos e pedagógicos, dentre os quais se destacam os
materiais impressos que são elaborados por disciplinas, utilizando linguagem e
projeto gráfico para atender às necessidades de um aluno que aprende a distân-
cia. O conteúdo é elaborado por profissionais qualificados e que têm experiên-
cia relevante na área, com o apoio de uma equipe multidisciplinar. O material
impresso é a referência primária para o aluno, sendo indicadas outras mídias,
como videoaulas, livros, textos, filmes, videoconferências, materiais digitais e
interativos e webconferências, que possibilitam ampliar os conteúdos e a inte-
ração entre os sujeitos do processo de aprendizagem.
Assim, a UFRN através da SEDIS se integra ao grupo de instituições que
assumiram o desafio de contribuir com a formação desse “capital” humano
e incorporou a EaD como modalidade capaz de superar as barreiras espaciais
e políticas que tornaram cada vez mais seleto o acesso à graduação e à pós-
graduação no Brasil. No Rio Grande do Norte, a UFRN está presente em polos
presenciais de apoio localizados nas mais diferentes regiões, ofertando cursos
de graduação, aperfeiçoamento, especialização e mestrado, interiorizando
e tornando o Ensino Superior uma realidade que contribui para diminuir as
diferenças regionais e transformar o conhecimento em uma possibilidade concreta
para o desenvolvimento local.
Nesse sentido, este material que você recebe é resultado de um investimento
intelectual e econômico assumido por diversas instituições que se comprometeram
com a Educação e com a reversão da seletividade do espaço quanto ao acesso
e ao consumo do saber E REFLETE O COMPROMISSO DA SEDIS/UFRN COM
A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA como modalidade estratégica para a melhoria dos
indicadores educacionais no RN e no Brasil.
5
Apresentação da disciplina
Bem-vindo à disciplina Auditoria Pública!
O curso Tecnólogo em Gestão Pública objetiva contribuir para o desenvolvi-
mento da interdisciplinaridade, conhecimentos na área de contabilidade, direito,
economia, estatística e outras, bem como prover conhecimentos acerca da le-
gislação pública, trâmite de processos e resoluções. Por essa razão, você precisa
iniciar o estudo desta disciplina.
A Auditoria Pública tem a finalidade de conhecer a regularidade das finanças
públicas e seus resultados, de acordo com seus programas e ações de governo. Para
isso é necessário utilizar procedimentos e técnicas adequadas para alcançar esse fim.
Para entender melhor essa área, são necessários os conhecimentos básicos
adquiridos em Fundamentos da Gestão Pública, Contabilidade Pública, bem
como noções de orçamento público e controladoria pública, que são os conteúdos
ministrados no mesmo semestre da nossa disciplina.
Desse modo, o objetivo dessa disciplina é capacitar o aluno no aprendizado
sobre Auditoria Pública, seus conceitos, características e normatizações, como
também o entendimento de sua relevância e aplicabilidade.
Para realização desses objetivos, serão abordados elementos de auditoria
e seus conceitos, evolução e tipos de auditoria. Será destacado o conceito de
auditoria pública e sua contextualização na auditoria geral. Posteriormente,
serão apresentados conceitos de controle, sua importância no contexto dessa
disciplina e sua relação com a auditoria. Para tanto, serão descritas as suas prin-
cipais classificações, com destaque para os controles externo e interno. Serão
apresentados, ainda, a transparência e o controle social, como acontece o controle
externo e o controle interno e sua relação com a auditoria. Serão estudados os
conceitos principais, objetivos, princípios e órgãos de controle interno e externo.
O Sistema de Controle Interno será apresentado e finalizará com o entendimento
da Auditoria Governamental e sua importância no contexto da Administração
Pública, com destaque para a Auditoria Interna.
Você perceberá que a Auditoria Pública tem como papel principal informar
aos interessados quanto à boa aplicação dos recursos públicos, assim como
complementará a disciplina Controladoria Pública.
Bons estudos!
7
Auditoria: conceitos, evolução,
tipos e sua relação
com o controle
Unidade
1
Apresentação
C
aro(a) aluno(a), nesta primeira unidade da nossa disciplina você irá conhe-
cer conceitos de auditoria, entendendo o contexto em que ela está inserida.
Ao longo desta unidade, iremos estudar a sua evolução. Posteriormente,
descreveremos os principais tipos de auditoria a fim de preparar o estudante
para entender a auditoria pública. Aprenderemos, ainda, o conceito de audito-
ria pública e sua contextualização na auditoria geral. Para tanto, serão trazidos
conceitos de administração pública e os seus princípios fundamentais. A unidade
finaliza com o entendimento do conceito de controle, sua importância no contex-
to dessa disciplina e sua relação com a auditoria. Para tanto, serão descritas as
suas principais classificações, com destaque para os controles externo e interno.
Por fim, é importante lembrarmos que a nossa disciplina tem a finalidade de
informar aos interessados quanto à boa aplicação dos recursos públicos. Tenho
certeza de que, com a sua dedicação, você terá excelente resultado nesta ação
educacional. Então, vamos lá!
Objetivos
A palavra auditoria tem sua origem no latim audire, que significa ouvir.
Segundo Aurélio Buarque de Holanda, auditoria significa “exame analítico
e pericial que segue o desenvolvimento das operações contábeis, desde o
início até o balanço; auditagem”.
Auditoria
Auditoria interna
externa/independente
obtidos com essa verificação. Pelo fato de ser desenvolvida sobre as demons-
trações contábeis, essa auditoria deve ser realizada por contador (profissional
da contabilidade), que tem habilitação para esse fim. Caso essa auditoria seja
independente (externa), além do parecer, os auditores elaboram “um relatório
para o conselho de administração da entidade auditada, abordando aspectos re-
lacionados com controles internos e com descobertas da auditoria” (BOYNTON;
JOHNSON; KELL, 2002, p. 32).
Auditoria de compliance: essa auditoria é também conhecida como auditoria
de conformidade, porque verifica se os padrões adotados estão de acordo com os
critérios estabelecidos ou pela legislação vigente aplicada, ou pelos regulamentos
e normas da entidade auditada. Tem por objetivo verificar a legalidade, a legitimi-
dade e os indícios de fraudes. Os relatórios de auditoria de compliance geralmente
contêm informações, constatações e recomendações e são dirigidos à autoridade
responsável pelo cumprimento desses critérios. Para um melhor entendimento, um
exemplo dessa auditoria é a auditoria dos almoxarifados: de acordo com a legisla-
ção, verifica-se a forma com que se recebem os materiais, como são armazenados
e como são entregues ao usuário final. Além disso, é necessário que o estoque
físico seja igual ao do estoque existente no sistema de controle do almoxarifado.
Caso exista diferença, considera-se um achado de auditoria.
Auditoria operacional: esse tipo de auditoria não acontece constantemente,
por ser mais complexa, visto que “envolve obtenção e avaliação de evidências
a respeito da eficiência e eficácia das atividades operacionais de uma entidade,
em comparação com objetivos estabelecidos” (BOYNTON; JOHNSON; KELL,
2002, p. 32). Dessa forma, ela está mais relacionada com o desempenho da
entidade auditada.
Esse tipo de auditoria incorporou diversas técnicas de análise e resolução de
problemas administrativos, tais como: benchmarking, análise SWOT, grupo focal,
entre outras, aproximando, por vezes, o trabalho de auditoria com o de consultoria.
A probabilidade de trazer retorno imediato à entidade auditada é muito grande,
tendo em vista que trata diretamente dos resultados alcançados, analisando a
economicidade, a eficiência, a eficácia e a efetividade. Seu relatório traz reco-
mendações para aperfeiçoamento das atividades executadas, com a finalidade de
melhorar o desempenho. Um exemplo de auditoria operacional é a verificação do
cumprimento das metas estabelecidas no planejamento de uma entidade.
a) Autarquias;
b) Empresas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista.
d) Fundações públicas.
Importante
Legalidade: no setor público, tudo é proibido, a não ser que esteja expres-
samente definida a sua permissão. Isso significa que um servidor público
só pode fazer aquilo que está definido em lei ou norma da instituição a que
pertence. Caso um gestor público precise realizar um ato de gestão que não
esteja normatizado, ele só poderá fazê-lo por meio de um parecer jurídico
que ampare o seu ato, pois estará sujeito à responsabilização disciplinar e
até civil ou criminal, dependendo da situação.
Diante de tudo o que foi exposto acerca dos princípios da administração pú-
blica e as suas implicações, certamente facilitará o entendimento da auditoria
sob a ótica da administração pública, que é o próximo tópico que estudaremos.
Mais um conceito, agora definido por Santana (2009, p. 2), declara que:
Até aqui discorremos sobre auditoria e seus principais tipos. Porém, dentro dos
conceitos mais tradicionais de auditoria, foram abordados, em alguns momentos,
a palavra “controle”, pois a auditoria verifica controles, seus mecanismos, sua ade-
quação, enfim, não se conseguiu falar em auditoria sem falar em controle.
Então...
O que é controle?
É bom administrador aquele que sabe tirar proveito do controle, pois atra-
vés dele obtém informações sobre o plano organizacional, quanto à sua
dinâmica e eficácia; sobre a execução dos projetos e atividades, se está de
ACTION PLAN
Atue no Estabeleça
processo em as metas
função dos Determine
resultados os métodos
para alcançar
A P as metas
C D Eduque
Verifique
os efeitos e treine
do trabalho
executado Execute
o trabalho
CHECK DO
4) Ação (Action) → “agir de acordo com o avaliado e de acordo com os relató-
rios”. Elaborar novos planos de ação, caso necessário, para corrigir eventuais
falhas e melhorar a qualidade, a eficiência e a eficácia.
[...]
2) Procedimentos
onsistem em “atividades realizadas com o intuito de verificar se a conduta
C
do agente está em conformidade com os padrões e critérios predefinidos”
(COSTA, 2013, p. 4).
5) Monitoramento
a avaliação da adoção de ações corretivas ou, quando essas ações são ado-
É
tadas, se os resultados alcançados por essa adoção são os desejados.
Atividades de aprendizagem
Leia o trecho seguinte e responda ao que se pede.
Fonte: Instrução Normativa nº 01, de 06 de abril de 2001, da Secretaria Federal de Controle, Seção II.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 12. ed. São Paulo:
Atlas, 2002.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 26. ed.
São Paulo: Malheiros Editores, 2009.
SÁ, Antonio Lopes de. Curso de auditoria. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
Unidade
2
Apresentação
C
aro(a) aluno(a), você aprendeu, na Unidade 1, as principais diferenças
entre controle e auditoria e identificou a sua aplicação na administração
pública. Nesta segunda Unidade da nossa disciplina, você irá conhecer
um pouco mais sobre transparência e controle social e como acontece o con-
trole externo. Ao longo desta unidade, iremos estudar também os instrumentos
de controle social, o que facilitará a sua compreensão acerca da importância
da transparência pública. Posteriormente, descreveremos conceitos de controle
externo, a fim de que você esteja preparado(a) para entender os responsáveis
pela sua execução. Com esse entendimento, você conseguirá identificar o seu
papel dentro da organização do controle externo na União nos estados e nos
municípios. A Unidade finaliza com a contextualização do Tribunal de Contas
da União como controle externo. Para tanto, serão descritas a sua jurisdição, sua
estrutura, como acontece o julgamento das contas e quais são as suas principais
formas de deliberação. Tenho certeza de que, nesta Unidade, você alcançará um
resultado ainda melhor que na primeira. Você será brilhante!
Bons estudos!
Objetivos
Ser cidadão é participar da vida do local onde vivemos; lutar pelo desen-
volvimento desse local; é saber escolher os governantes; é se organizar em
sociedade e exigir de seus representantes uma aplicação de recursos respon-
sável, buscando interesses comuns, comprometida com o desenvolvimento
da cidade. Um complemento para exercer a cidadania é dispor de forma
didática do acesso aos dados e interagir diante do Estado.
Art. 74.
[...]
Tomando por base essa garantia institucional, podemos afirmar que o cidadão,
além do direito de escolher seus representantes, tem direito, também, de acompa-
nhar e avaliar as decisões administrativas durante o mandato. Essa tarefa precisa
ser assumida pela população: o controle social na utilização do dinheiro público.
Devido à importância desse controle social é que foi desenvolvido o Portal da
Transparência do Governo Federal. Seu objetivo é o de facilitar a verificação da
aplicação dos recursos públicos, sendo considerado um importante mecanismo
para inibir a corrupção e qualquer outro tipo de irregularidade.
O desenvolvimento do Portal da Transparência do Governo Federal teve como
base legal o Decreto nº 5.482, de 30 de junho de 2005. Esse decreto “dispõe sobre
a divulgação de dados e informações pelos órgãos e entidades da administração
pública federal, por meio da Rede Mundial de Computadores – Internet”. O Art.
1º assim define:
[...]
Fonte: Portal da Transparência. Disponível em: <www.portaltransparencia.gov.br/controleSocial/>. Acesso em: 6 fev. 2015.
[...] é uma organização sem fins lucrativos, com título de OSCIP (organiza-
ção da sociedade civil de interesse público) pioneira no combate à corrupção
no país, que atua em sinergia com a sociedade civil, a administração pública,
lideranças políticas e a iniciativa privada, para acompanhar a gestão dos
bens públicos, promover a probidade, a ética e a transparência (BRASIL,
2014, [documento on-line, não paginado]).
Saiba mais
Atividade 1
Fonte: Portal da CGU. Disponível em: <http://www.cgu.gov.br>. Acesso em: 6 fev. 2015.
Fonte : Portal da PMN. Disponível em: <http://www.natal.rn.gov.br/sme/paginas/ctd-562.html>. Acesso em: 6 fev. 2015.
Art. 1º O Programa Bolsa Família (PBF) criado pela Lei Nº 10.836/04 tem
como objetivos combater a fome, a pobreza e a desigualdade social no país
e tem como participação efetiva na sua execução os governos dos entes
federados e a sociedade.
Art. 2º A sociedade participa no PBF por meio das Instâncias de Controle Social
(ICS) formadas por membros do governo municipal e da população com a
finalidade de exercer o controle social por meio da fiscalização, acompa-
nhamento e avaliação das ações das políticas públicas da Educação e da
Saúde e das demais políticas que ajudem a melhorar a vida das famílias
beneficiárias (BRASIL, 2014, [documento on-line, não paginado]).
Com base no exposto, podemos afirmar que a atuação desse conselho é mui-
to importante para que o Programa Bolsa Família cumpra a sua finalidade no
combate à fome, à pobreza e à desigualdade social.
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será
dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público:
os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de
contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução
Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas
desses documentos.
Infelizmente, por mais que exista uma determinação legal quanto à divulgação
de documentos e prestações de contas, nem sempre a lei é literalmente aplicada!
Em muitos municípios, os referidos documentos nunca foram publicados, sequer
foram vistos!
A Lei nº 9.452, de 20 de março de 1997, determina que as câmaras munici-
pais sejam obrigatoriamente notificadas da liberação de recursos federais para
os respectivos municípios. Isso significa que a prefeitura precisa comunicar, por
escrito, a chegada da verba federal, em um prazo máximo de dois dias úteis,
conforme preconiza o Art. 2º da citada lei. Caso esses deveres não estejam
sendo cumpridos, o cidadão poderá acionar a câmara municipal, que tem a
obrigação de fiscalizar a prefeitura.
Câmaras Municipais;
São eles:
[...]
6) A sexta medida para a realização do controle social é por meio da utilização
da Lei de Acesso à Informação, pois uma das suas diretrizes é o desenvol-
vimento do controle social. Essa lei introduziu uma mudança de cultura no
Brasil, pois fortaleceu a importância da transparência e incentivou o cidadão
a adotá-la como regra em seu dia a dia, considerando o sigilo uma exceção.
Importante
a) Orientação sobre a própria lei, ou seja, como fazer a solicitação de informa-
ções, qual local há a informação desejada, entre outras.
d) Informações acerca das auditorias realizadas naquele órgão, tanto internas
quanto externas, com os seus resultados e o andamento de providências de
atendimento às recomendações.
7) A sétima e última medida para a realização do controle social é por meio dos
observatórios sociais. Mas, o que é um observatório social? De acordo com o
sítio eletrônico do Observatório Social do Brasil (BRASIL, 2014, [documento
on-line, não paginado]),
Com base nesse artigo, podemos afirmar que o controle externo exerce a fis-
calização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial quanto
à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia
de receitas, da União e das entidades da administração direta e indireta. Ele é
realizado pelo Poder Legislativo, com auxílio das cortes de contas. A esse res-
peito, Cruz (2012, p. 90) afirma que
O controle externo de mérito ou político não pode abrir mão dos compo-
nentes técnicos envolvidos, isso consiste em afirmar que há uma instância
de controle independente, podendo ser denominada de controle técnico
externo; geralmente citado como Tribunais de Contas, encarregados de re-
alizar a fiscalização orçamentária, financeira, patrimonial e operacional,
auxiliando no controle de mérito ou político, no exercício na prerrogativa
atribuída ao Poder Legislativo.
economia formal e informal, que faz com que só ingresse parte do volume
de recursos no fluxo financeiro (existência do caixa 2);
[...]
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a
qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressal-
vadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas
Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financei-
ra, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções
realizadas;
1) Tribunal de Contas da União – TCU, vinculado com a esfera de governo federal;
2) Tribunais de Contas dos Estados – TCE, nos 26 estados, vinculados aos
estados-membros;
4) Tribunais de Contas dos Municípios, vinculados à esfera municipal, que são:
Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro – TCMRJ e Tribunal de
Contas do Município de São Paulo – TCMSP;
Logo, quem utiliza e/ou administra valores públicos de alguma forma, deve
prestar contas. Para isso, os Tribunais de Contas têm várias funções, conforme
classificação de Albuquerque, Medeiros e Silva (2013, p. 404-406) nas categorias
a seguir relacionadas:
Consultiva – porque emite “opinião sobre as contas dos chefes dos poderes e do
Ministério Público, para subsidiar o julgamento a cargo do Poder Legislativo”.
Art. 208. As contas serão julgadas regulares com ressalva quando evidenciarem
a) reconsideração;
c) revisão.
Art. 36. Ocorrendo vaga de cargo de ministro a ser provida por ministro-
-substituto ou por membro do Ministério Público junto ao Tribunal, o Pre-
sidente convocará sessão extraordinária para que o Plenário delibere sobre
a respectiva lista tríplice, dentro do prazo de quinze dias, contado da data
da ocorrência da vaga.
§ 1º O quórum para deliberar sobre a lista a que se refere o caput será de,
pelo menos, cinco ministros, incluindo o que presidir o ato.
Com mandato de senador até 2019, Vital do Rêgo ocupa atualmente a presidência
de duas comissões parlamentares de inquérito, ambas instauradas para apurar
denúncias contra a Petrobras. O objeto principal que motivou a criação da comis-
são foi a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). A operação é suspeita
de superfaturamento pelo TCU, que já estima prejuízo de US$ 792 milhões.
Dos nove ministros do TCU, três são indicados pelo presidente da República,
três pela Câmara dos Deputados e três pelo Senado. O Tribunal é um órgão
de controle externo, auxiliar do Congresso Nacional.
“O PMDB não fez nenhum acordo. O PMDB indicou um dos seus e essa
indicação recebeu da grande maioria dos líderes da casa o apoio indis-
pensável. Estou hoje pedindo o apoio dos senadores em virtude da minha
história, em virtude do meu passado, de 25 anos de atividade ininterrupta
como parlamentar”, respondeu Vital do Rêgo (GLOBO NOTÍCIAS, 2014,
[documento on-line, não paginado]).
Com apoio do PMDB, Vital foi indicado pelo Senado para ocupar a vaga
do ministro José Jorge, que se aposentou compulsoriamente e deixou
o tribunal. Jorge completou 70 anos e, pela lei, atingiu a idade máxima
para magistrados.
Dos nove ministros do TCU, três são indicados pelo presidente da República,
três, pela Câmara dos Deputados e três, pelo Senado. O tribunal é um órgão
de controle externo, auxiliar do Congresso Nacional (GLOBO NOTÍCIAS,
2014, [documento on-line, não paginado]).
DELIBERAÇÕES E JURISPRUDÊNCIA
CAPÍTULO I
O acórdão é a deliberação emitida pelo TCU sempre que seus ministros jul-
gam um trabalho de auditoria realizado. Nele, estão contidas determinações e
recomendações a ser implementadas pelo interessado, bem como se dá ciência
aos órgãos/entidades envolvidos no assunto em tela.
Por tudo o que foi estudado até aqui, podemos afirmar que o Tribunal de
Contas da União exerce o controle externo com base no seu regimento interno,
embasado na legislação que rege a matéria.
Resumo
Referências
ALBUQUERQUE, Claudiano Manuel de; MEDEIROS, Márcio Bastos; SILVA,
Paulo Henrique Feijó da. Gestão de finanças públicas. 3. ed. Gestão Pública:
Brasília, 2013.
CRUZ, Flávio da. Auditoria governamental. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
Unidade
3
Apresentação
C
aro(a) aluno(a), você aprendeu na Unidade 1 as principais diferenças
entre controle e auditoria como também identificou a sua aplicação na
administração pública. Na Unidade 2, conheceu um pouco mais sobre
transparência e controle social e como acontece o controle externo. Nesta terceira
e última unidade da nossa disciplina, você irá conhecer o controle interno e sua
relação com a auditoria. Ao longo desta unidade, iremos estudar os conceitos
principais de controle interno, seus objetivos e princípios, além dos órgãos de
controle interno. Discorreremos, ainda, sobre o controle interno no Governo Fe-
deral, a fim de facilitar a sua compreensão acerca do sistema de controle interno
que será visto em seguida. Posteriormente, como forma de preparar o estudante
para entender a sua relação com a auditoria pública, descreveremos o sistema
de controle interno. A unidade finaliza com o entendimento da Auditoria Go-
vernamental e de sua importância no contexto da Administração Pública. Para
tanto, serão descritos alguns conceitos e classificações, com destaque para a
auditoria interna. Por fim, é importante lembrarmos que a nossa disciplina tem
a finalidade de mostrar a importância da auditoria pública na boa aplicação dos
recursos públicos de um país. Tenho certeza que você fechará essa disciplina
com chave de ouro, pois alcançará a excelência no que diz respeito à auditoria
pública dentro da gestão pública.
Mãos à obra!
Objetivos
Como esse tema tem sido amplamente discutido, instituições e órgãos já pos-
suem conceitos formulados de controle interno que podem ser considerados clás-
sicos, devido à sua utilização por diversos autores de livros de auditoria. São eles:
CAPÍTULO II
Do Contrôle Interno
Art. 76. O Poder Executivo exercerá os três tipos de contrôle a que se refere
o artigo 75, sem prejuízo das atribuições do Tribunal de Contas ou órgão
equivalente (BRASIL, 1964, [documento on-line, não paginado]).
A lei define que o controle abrange todos os atos que resultem em receitas,
despesas, direitos e obrigações. Ademais, inclui a fidelidade dos responsáveis
por bens e valores públicos que terão de cumprir o programado e prestar contas.
O controle interno também é tratado no artigo 70 da Constituição Federal de
5 de outubro de 1988 (BRASIL, 1988), contudo, denominado como sistema de
controle interno. Apesar de abordarmos a composição desse sistema no tópico
seguinte, vale ressaltar o conteúdo do referido artigo.
Podemos afirmar, então, com base nesse artigo, que o controle interno também
exerce fiscalização, pois verifica a legalidade dos atos, a fidedignidade dos responsá-
veis e o cumprimento dos programas de trabalho. Entretanto, esse controle acontece
administrativamente, ou seja, em uma estrutura organizada pela própria entidade.
Conforme abordado por Cruz (2012, p. 91), o controle interno atua em dois
grupos de objetivos: o primeiro deles é “voltado para colaborar com o controle ex-
terno e zelar pela legalidade e regular emprego dos recursos públicos”; já o segundo
grupo, ainda sob a perspectiva de Cruz, é voltado para o resultado da instituição:
“procurar a melhoria contínua promovendo estudos e agindo para impor a efici-
ência, a economicidade e a eficácia nas ações implementadas pelo ente estatal,
objetivando atingir o máximo de satisfação aos usuários do serviço público”.
O entendimento dessa abordagem se dá quando a alta administração está es-
truturando sua unidade de controle. Para ela, certamente será mais vantajoso um
controle interno que priorize atuar no segundo grupo, visto que contribuirá com o
seu desempenho, ou seja, com a qualidade do serviço prestado. Todavia, a atenção
aos aspectos formais e à observância da legalidade na utilização dos recursos pú-
blicos não deve ser esquecida, pois é uma forma de proteção aos gestores, motivo
pelo qual é importante a atuação do controle interno nos dois grupos.
Entretanto, Castro (2011, p. 300) afirma que no Brasil, no período de 1995 a
2001, “iniciou-se o controle interno com foco no resultado, valorizando o pro-
grama de trabalho”, o qual, segundo o mesmo autor, destacou-se pela “criação
da Secretaria Federal de Controle Interno, o estabelecimento do Plano Plurianual
(PPA) e a aprovação da Reforma Administrativa, que introduziu, inclusive, o
princípio da eficiência na Constituição Federal”.
O foco do controle interno tomou um novo direcionamento, em 2003, com o ad-
vento da sucessão presidencial, já que foi direcionado para uma visão de correição,
com zelo pela conformidade (legalidade e formalidade). Essa mudança se justifica,
porque o partido que assumiu o Governo demonstrou preocupação em combater
a corrupção. Cumprindo frisar que esse foco se mantém até os dias atuais.
Sobre isso, Castro (2011, p. 293) apresenta o seguinte conceito:
[...] o controle realizado pelo próprio órgão executor no âmbito de sua própria
Administração, exercido de forma adequada, capaz de propiciar uma razoável
margem de garantia de que os objetivos e metas serão atingidos de maneira
eficaz, eficiente e com a necessária economicidade (Ex. Sistema de Controle
Interno, Auditoria Interna, Controladoria Municipal) (BOTELHO, 2009, p. 31).
intencionais;
Para que esses objetivos sejam alcançados, é preciso que a instituição organize
sua unidade de controle interno com o suporte necessário de recursos humanos,
materiais e tecnológicos oportunos para esse fim. Além disso, faz-se necessário
que essa instituição elabore um plano de capacitação, para que a unidade esteja
capacitada a atuar não só na conformidade, mas também na melhoria contínua
dos resultados da instituição, para alcançar a satisfação do seu usuário.
Art. 54. Ao final de cada quadrimestre será emitido pelos titulares dos Po-
deres e órgãos referidos no art. 20 Relatório de Gestão Fiscal, assinado pelo:
[...]
Poder Legislativo
Segundo o Portal Brasil (2014, [documento on-line, não paginado]), “o Poder
Legislativo Federal no Brasil é composto pela Câmara dos Deputados e Senado, que
representam respectivamente o povo brasileiro, os Estados e o Distrito Federal”. Na
Figura 1, podemos ver o Senado à esquerda e a Câmara dos Deputados à direita. O
Senado e a Câmara dos Deputados formam o Congresso Nacional, localizado em
Brasília/DF, onde trabalham os senadores e deputados federais, respectivamente.
Subseção IV
Da Secretaria de Controle Interno do Senado Federal
I – Diretoria Adjunta;
II – Gabinete Administrativo;
Estrutura
A Secretaria de Controle Interno - SECIN é subordinada diretamente à Mesa
Diretora e tem em sua composição:
Núcleo de Auditoria:
• Recursos Humanos – NUARH
• Contábil e Operacional – NACOP
• Licitações, Contratos e Patrimônio – NUALC
• Tecnologia da Informação – NUATI
Núcleo de Análise de Atos de Pessoal - NAPES
Serviço de Administração - SERAD
Assessoria
Art. 63. A Secretaria de Controle Interno (Secoi) tem por finalidade assessorar
o Presidente do TCU na supervisão da correta gestão orçamentário-financeira
e patrimonial do Tribunal, sob os aspectos de legalidade, legitimidade,
economicidade, eficiência e eficácia.
III - certificar, nas contas anuais do Tribunal, a gestão dos responsáveis por
bens e dinheiros públicos;
Seção X
Do Procedimento de Controle Administrativo
Art. 91. O controle dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos
do Poder Judiciário será exercido pelo Plenário do CNJ, de ofício ou mediante
provocação, sempre que restarem contrariados os princípios estabelecidos
no art. 37 da Constituição, especialmente os de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência, sem prejuízo da competência do Tribunal
de Contas da União e dos Tribunais de Contas dos Estados.
Poder Executivo
Segundo o Portal Brasil (2014, [documento on-line, não paginado]),
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como
dos direitos e haveres da União;
CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO E DAS COMPETÊNCIAS
II - órgãos setoriais.
§ 3o O órgão de controle interno da Casa Civil tem como área de atuação to-
dos os órgãos integrantes da Presidência da República e da Vice-Presidência
da República, além de outros determinados em legislação específica.
Ministro de Estado
Chefe da Controladoria-Geral da União
Secretaria-Executiva
SE
Áreas Finalísticas
Controladorias Regionais
da CGU nos Estados
Fonte: Controladoria-Geral da União. Disponível em: <http://www.cgu.gov.br/sobre/institucional/organograma/organograma-da-cgu.png>. Acesso em: 11 fev. 2015. Adaptado por Carol Costa.
a) Autarquias;
b) Emprêsas Públicas;
Atividade 3
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como
dos direitos e haveres da União;
Esfera Federal
Sociedade
CN Poder Legislativo
TCU Controle Externo
Ministério Público Federal
Sistema de Controle
Interno de Cada Poder
Supervisão Ministerial
CVD CRG
Auditoria Interna da Administração Pública Federal Indireta Controle
Controle Interno Administrativo dos Gestores Interno
da Administração Pública Federal
Controle Social
Fonte: Ilustrado por Carol Costa. Adaptado de <http://www.meyerpires.pro.br/html/rededecontroledaaplicacaoderecursospublicos.html>. Acesso em: 11 fev. 2015.
Atividade 4
( )
comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à
eficácia e à eficiência da gestão orçamentária, financeira e
patrimonial nos órgãos e nas entidades da Administração Pú-
blica Federal, bem como da aplicação de recursos públicos
por entidades de direito privado.
Contudo, Costa (2013, p. 10) entende que a “Auditoria Interna pode ser con-
ceituada como um elemento de controle, que tem como um de seus objetivos a
avaliação dos controles internos da empresa”.
Considerando essa afirmação de Costa, entendemos que a auditoria interna
tem o papel de avaliar os controles da instituição, porém outro autor comple-
menta mostrando que esse papel da auditoria interna é bem mais amplo:
TÍTULO II
DO PLANO ANUAL DE ATIVIDADES DE AUDITORIA INTERNA
TÍTULO II
DO RELATÓRIO ANUAL DE ATIVIDADES DE AUDITORIA INTERNA
III - relato gerencial sobre a gestão de áreas essenciais da unidade, com base
nos trabalhos realizados;
IV - cronograma executado; e
a) número do processo;
b) fato denunciado;
c) providências adotadas;
d) diligências;
Atividade 5
Atividades de aprendizagem
Leia as afirmações a seguir e responda o que se pede.