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RESUMO
Palavras chaves: Cidades, Direito à cidade, Planejamento urbano de drenagem urbana, Ocupação humana,
Terapia ocupacional.
Introdução
Este trabalho tem por objetivo apresentar e discutir as interseções entre Estudos Urbanos e
Terapia Ocupacional, a partir do questionamento se, e como, a Terapia Ocupacional pode ajudar nas
demandas relativas às cidades.
Para tanto, busca-se na constituição dos fundamentos da Terapia Ocupacional, enquanto
área de conhecimento e profissão, as condições teórico-metodológicas para contribuir com as
questões que implicam o ordenamento das cidades e os seus processos na gestão democrática. Para
tanto, se utiliza do recurso metodológico da ‘cena’ para captar questões atreladas ao espaço social,
ambientes e situações de crise, como a do período atual de pandemia da COVID-19, a fim de
identificar como estes elementos, sob distintas configurações históricas, estiveram presentes na
constituição e institucionalização dos fundamentos filosóficos da Terapia Ocupacional.
A Terapia Ocupacional é uma área de conhecimento e profissão, fundada nos Estados Unidos 2
da América, EUA, em 1917, inicialmente chamada de “auxiliares de reconstrução em terapia
ocupacional”, e no Brasil, somente em 1952. Entre as questões que antecederam e motivaram a
criação da Terapia Ocupacional, desde o começo do século XVIII, destacam-se a mudança do modelo
médico das instituições psiquiátricas, de tuberculose e para pessoas com deficiência denominado
Tratamento Moral; o Movimento de Artes e Ofícios enquanto radicalização dos modos de produção
industrial para o artesanal; a primeira e segunda Guerra Mundial com a ampliação de demandas
relacionadas ao reestabelecimento de soldados e marinheiros feridos de guerra, sobretudo da
necessidade de ‘reconstrução’ da vida cotidiana, em especial às relacionadas as atividades de
trabalho e o uso do tempo qualificado; e, por conseguinte, as demandas de reabilitação profissional
e recuperação econômica da mão de obra trabalhadora no pós-guerra (ANDERSEN; REED, 2017).
Mesmo com a Terapia Ocupacional consolidada e com ampla expansão em países dominantes como
EUA, Inglaterra, Canadá, Alemanha, entre outros, foi somente nos anos 1940, com a epidemia de
poliomielite e sarampo, que a profissão foi criada nos países da região da América Latina, pelo o
Movimento Internacional de Reabilitação instituído pela articulação de agências internacionais
como ONU, UNESCO, OIT, PNUD, entre outras.
Este percurso histórico foi marcado pela institucionalização de crenças e valores que
fundaram uma filosofia de que “ocupar-se em uma atividade é um fenômeno transformador”, e que,
portanto, o envolvimento ocupacional poderia ser utilizado para fins educativos, sociais e
terapêuticos. Neste contexto, a realização e o envolvimento em atividades colaboravam para
organizar a mente, desenvolver habilidades, estruturar a rotina, compartilhar significados e produzir
bem-estar. Assim, diversas instituições, desde os antecedentes da fundação da Terapia Ocupacional,
promoviam programas de envolvimento ocupacional como estratégias de cuidado para pessoas com
diversas problemáticas, como mencionado no Tratamento Moral, que teve pelo o seu criador, o
Referência
ANDERSEN, Lori.T.; REED, Kathlyn. L. The history of Occupational Therapy. Slack Incorporate: Thorofare, New
Jersey, 2017.
CORREIA, Ricardo Lopes.; COSTA, Samira Lima da.; FARIA, Renata da Silva de.; TAKEITI, Beatriz Akemi.;
GONÇALVES, Monica Villaça.; CARVALHO, Claudia Reinoso Araujo de.; MACHADO, Keronlay da Silva. Las experiencias
de formación en Terapia Ocupacional Social en la Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil. Revista Argentina de
Terapia Ocupacional. V.2, n. 2, Buenos Aires, p.11-18, 2016.
CORREIA, Ricardo Lopes.; COSTA, Samira Lima da., AKERMAN, Marco. Processos de ensinagem em
desenvolvimento local participativo. Interações (Campo Grande), v. 18, n.3, 23, 2017.
FERNANDES, Edésio. Direito e gestão na construção da cidade democrática no Brasil. Oculum Ensaios, v. 4, p. 16–
33, 2005.
FERREIRA, Éden Fernando Batista; FOLHA, Otávio Augusto de Araújo Costa; TOBIAS, Maisa Sales Gama. Avaliação