Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO
No gerenciamento de projetos existe uma área conhecida como gerência de
riscos que cabe quase como uma luva para iniciarmos os estudos neste módulo. É
uma área que busca identificar, analisar e planejar os riscos potenciais que podem
afetar o projeto, minimizando a sua probabilidade de ocorrência e suas
consequências se possível. Ou seja: aumentar a probabilidade e o impacto dos
eventos positivos e reduzir a probabilidade e os impactos dos eventos negativos no
projeto.
Transportando para a segurança contra incêndio e pânico, podemos afirmar
de imediato que o risco se reporta a três fatores que devem ser observados e
prevenidos: ocupação, composição e conteúdo.
Ocupação está relacionada com a maior ou menor quantidade de pessoas e
o conhecimento que possuem os ocupantes do espaço; composição vislumbra a
construção em si, os materiais utilizados, a altura da edificação, entre outros, e
conteúdo, se reporta aos materiais mais ou menos inflamáveis, dentro da edificação,
que podem determinar o fator de risco e/ou probabilidade de ocorrência de um
incêndio.
Gerenciar riscos seria então, grosso modo, promover ações a partir da
elaboração de projetos que visam minimizar a possibilidade de ocorrer sinistros
como incêndios, o que passa também pela manutenção dos equipamentos, das
instalações elétricas, hidráulicas, enfim, de toda arquitetura da edificação.
Esse processo passa por identificar áreas, equipamentos e situações de
risco, analisar, avaliar e controlar.
Pontualmente, veremos os riscos do incêndio de jato, dimensões da chama,
incêndios de poça, explosão de nuvem e a vulnerabilidade das pessoas e das
estruturas metálicas. Daremos algumas pinceladas na questão da auditoria interna
de segurança na prevenção de riscos.
A manutenção, assunto da última unidade, deve ser vista como um
elemento-chave, não somente para a produtividade de uma planta, para a qualidade
dos produtos, bem como para a segurança das pessoas e de toda propriedade, seja
ela um unidade industrial ou um edifício de escritórios ou residências. Em se
Guarde...
Em sentido tecnológico, risco seria a probabilidade de ocorrência de um
processo ou ação com potencial destruidor com uma determinada severidade, numa
dada área e num determinado período de tempo. O seu cálculo pode se basear no
histórico existente para o evento e a suscetibilidade que se remete aos aspetos
relacionados com o espaço/local para o qual se estuda o fenômeno (VARNES, 1948
apud SILVA, 2014), assim teríamos a seguinte fórmula:
Como resultado dos conceitos acima, Silva (2014) ressalta que não se pode
falar de Risco sem a integração de todas as componentes. Pois sem probabilidade,
suscetibilidade, vulnerabilidade e valor econômico não existe risco.
Portanto:
Perigosidade x dano potencial = risco
Modelo de risco de incêndio industrial
Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
8
Tipos de ocupação
X
Carga de incêndio
X
Meios de
prevenção/detecção
X
Exposição Meios de extinção
X X
Compartimentação Abastecimento
água incêndio
X X
Histórico Resistência ao Valor Rede elétrica
fogo dos econômico
elementos
estruturais
RISCO
Fonte: Silva (2014a, p. 24).
interesse em calcular, de forma mais exata, qual seria a real necessidade dos
equipamentos de prevenção e combate a incêndios e os meios materiais e de
pessoal que deveriam ser exigidos para as edificações.
Foi em 1960, que o engenheiro suíço Max Gretener, diretor da Associação
de Proteção Contra Incêndios da Suíça, iniciou os estudos para tentar calcular de
forma mais exata esses riscos. Em 1965, seu método foi publicado e visava calcular
os riscos em construções industriais e edificações de grande porte. Esse método
sofreu atualizações, sendo a última ocorrida em dezembro de 1996 pela Société
Suisse des Ingénieurs et des Architectes (SIA). A Comissão de Estudos da ABNT
CE 24:201-03 optou por esse método como base da norma sobre o potencial de
riscos de incêndios em edificações.
O método é composto por várias tabelas, mas, para fins didáticos, pode ser
explicado de uma forma muito simplificada pela seguinte fórmula:
onde:
P = perigo potencial.
N = medidas normais.
S = medidas especiais.
F = medidas de construção.
Guarde...
GERENCIAMENTO DE RISCO são os meios estratégicos disponíveis pela
empresa (plano de emergência, prevenção e controle de perdas, entre outros) para
controlar com racionalidade os riscos mais importantes que possam produzir efeitos
negativos à sobrevivência da própria empresa e/ou edificação.
A IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS é realizada através de checklist
(questionários, roteiros, entre outros), quando podemos identificar os principais
riscos da empresa.
A ANÁLISE DE RISCO é realizada através da coleta de informações dos
riscos existentes na empresa. Podemos analisar, identificar erros e condições
inseguras que contribuem para os acidentes.
A AVALIAÇÃO DE RISCOS, por sua vez, é feita através da análise de Risco
e da coleta de informações quando podemos criar uma amostra (população, por
exemplo, acidente de trabalho, quantidade, horário, gravidade ou acidentes
materiais, quebra de máquina, entre outras) para avaliar a frequência da ocorrência
dos acidentes.
A função do CONTROLE DE RISCOS é prevenir o acidente, isto é,
quaisquer acidentes, que resultem em danos pessoais ou materiais, independente
da gravidade e que deverão ser comunicado aos responsáveis.
A análise de risco é hoje de fundamental importância no projeto de uma
nova instalação industrial ou residencial, bem como, em possíveis reformas. Desde
as fases iniciais do projeto, os riscos devem ser avaliados e todas as precauções
para minimizar ou eliminar acidentes indesejáveis devem ser tomadas. A formação
de uma metodologia para gerenciamento dos riscos nas edificações é de
fundamental importância, pois a legislação vigente não trata de certos aspectos,
como impacto ao calor dos elementos construtivos, caso estes sejam submetidos a
temperaturas elevadas (i.e. em torno de 600ºC). As nossas normas limitam-se a
casos especiais de estruturas submetidas ao fogo, limitando a dimensão e tempo de
exposição determinados através de ensaios realizados em condições previstas para
o uso das peças. Como resultado, o dono da edificação ou usuário desta só dispõe
de duas alternativas, ignorar o problema ou transferi-lo. Com relação à transferência
do risco, devemos salientar que na maioria dos casos, as perdas por lucro cessante
não são consideradas.
Dentro deste contexto, o gerenciamento dos riscos, conforme ilustrado ao
final da unidade, é uma tentativa de minimizar ou até mesmo eliminar os efeitos
negativos de alguns riscos indesejáveis.
Depois que os riscos forem identificados, teremos condições de decidir até
que nível desejamos controlá-los em função dos recursos disponíveis (i.e. tempo,
dinheiro, entre outros) e daquilo que consideramos aceitável (DUARTE et al., 2008).
processo pelo qual é feita uma investigação para detectar possíveis falhas com o
potencial de degradar as barreiras de proteção do sistema.
Os métodos de identificação dos perigos podem ser divididos em três
grupos:
a) Métodos comparativos: os checkists.
b) Métodos fundamentais: WHAT IF; HAZOP; FMEA.
c) Métodos do diagrama das falhas lógicas: árvore da falha e árvore dos
eventos.
Duarte et al. (2008) ressaltam que, mesmo que a identificação dos perigos
seja realizada ao longo do ciclo de vida do sistema, ela não garantirá que incêndios
e explosão não ocorrerão. Em outras palavras, apesar da possibilidade de agregar
técnicas de identificação de perigos e alcançar uma análise mais apurada, nunca
teremos a garantia que todas as situações de incêndios, causas e efeitos, tenham
sido consideradas.
Além disso, qualquer mudança no projeto ou nos procedimentos de
operação e manutenção, podem ter impacto significativos na segurança da planta.
Os métodos comparativos são baseados na experiência, que são traduzidos
em checklists, procedimentos operacionais, normas, códigos, entre outros. Em
especial, os checklists precisam de respostas específicas para certas questões e
elas podem também estimular a reflexão. Apesar de o checklist ser um método
valioso para a identificação dos perigos, ele contém várias questões que são por
vezes irrelevantes para o problema, e também, na maioria das vezes, o seu uso
requer um considerável tempo para ser elaborado. Os checklists devem ser usados
antes de qualquer decisão e nunca depois da decisão ser tomada, especialmente
quando a decisão envolve questões incluídas neles. Os checklists apenas, não são
suficientes para identificar os perigos e os meios pelos quais eles podem acontecer.
Checklists são frequentemente usados para identificação dos perigos,
entretanto, sua desvantagem é que os itens não incluídos neles não são discutidos
e, na maioria das vezes, são ignorados. Checklists podem ser aplicados quando
existem pouca ou nenhuma inovação, e quando todos os perigos já foram
identificados em instalações similares. Os checklists tornam-se insuficientes quando
existem inovações. Essa é a razão pelas quais as indústrias de processamento
optam por técnicas mais criativas, baseadas em questões mais abertas. Tais
técnicas são o HAZOP (isto é, identificação de perigos e operabilidade) e o FMEA
(isto é, análise de modos de falha e efeitos). Portanto, os métodos fundamentais,
muito populares na indústria de processo, incluem o HAZOP e a FMEA, os quais são
estruturados no sentido de estimular um grupo de profissionais para identificar os
perigos baseados nos seus próprios conhecimentos e experiência.
Sobre o HAZOP – Hazard and Operability Study – traduzido como estudo de
operabilidade e risco, este é qualitativo, fornecendo uma descrição completa do
processo.
Utilizado para identificar os perigos e problemas operacionais em instalações
de processos industriais, os quais, apesar de aparentemente não apresentarem
riscos imediatos, podem comprometer a produtividade e a segurança da instalação.
Foi desenvolvido originalmente para análise qualitativa de perigos e problemas
operacionais, principalmente na utilização de novas tecnologias, onde o
conhecimento sobre a operacionalidade das mesmas é escasso ou inexistente,
sendo também utilizado nos vários estágios da vida útil de instalações industriais
(REIS, 2006).
Por meio do HAZOP, é possível identificar sistematicamente os caminhos
pelos quais os equipamentos envolvidos no processo industrial podem falhar ou
serem operados de forma inadequada, levando a situações indesejáveis de
operação, baseando-se na revisão da instalação através de uma série de reuniões,
durante as quais um grupo composto de diversos especialistas realiza um
brainstorming sobre o projeto da planta em busca de perigos, seguindo uma
estrutura preestabelecida. Desta forma, esta técnica oferece aos integrantes da
equipe a oportunidade de pensar em todos os modos pelos quais um evento
indesejável possa ocorrer ou um problema operacional possa surgir (ZAGUINI,
2012).
De um modo geral as seguintes questões são colocadas:
• Qual a intenção do projeto?
• Quais são os desvios que podem acontecer no projeto inicial?
• O que pode causar desvios no projeto inicial?
• Quais são as consequências dos desvios no projeto inicial?
Concluindo:
• a estruturação do problema, como o primeiro passo de um programa de
gerenciamento dos riscos de incêndios procura identificar o que está em risco
com relação às pessoas, à propriedade, à continuidade operacional, à missão
e aos objetivos da organização e, se for necessário, à comunidade e ao meio
ambiente;
• deve-se ter em mente o tipo do incêndio que será avaliado e gerenciado,
tanto quanto os objetivos da empresa são fundamentais no programa como
um todo;
• por outro lado, as definições dos objetivos do gerenciamento, em geral, é um
processo difícil, talvez porque as pessoas usualmente não têm o hábito de
pensar no que é importante para a continuidade da missão após uma falha
crítica que conduza a um incêndio ou explosão. O conhecimento do que está
em risco tornam claras as decisões que serão tomadas.
Para quantificar as consequências de um incêndio ou explosão para as
pessoas, propriedade e meio ambiente, ou seja, para caracterizar os seus riscos,
deve-se simular a evolução do incêndio. Em geral, a evolução do incêndio segue as
seguintes etapas:
1. Inicialmente há um vazamento de uma substância flamável para o
ambiente. Esse vazamento poderá ser na forma gasosa, líquida ou bifásica.
2. No caso de vazamento de líquido, esse se evaporará.
3. Se a substância for flamável, existe a possibilidade de ignição imediata.
4. Se a substância for tóxica ou flamável e não sofrer ignição imediata, ela
será dispersa na atmosfera na forma gasosa.
5. Substâncias gasosas talvez sejam inaladas pelas pessoas. Se a dose
exceder os limites de tolerância há possibilidade de fatalidades.
6. Se houver ignição, poderá haver danos às pessoas, comunidade,
estruturas e meio ambiente em consequência do impacto térmico, das ondas de
choques no caso de uma explosão e dos produtos de combustão.
7. Se a substância liberada estiver na forma líquida, será formada uma poça.
Um incêndio de poça será iniciado caso haja uma fonte de ignição disponível.
Sequência de eventos
onde:
H = é a altura da chama.
d = é o diâmetro do orifício.
D = é o diâmetro da chama.
A,B = são as constantes de dependem do combustível.
Fr = é o número de Froude.
u = é a velocidade do gás no orifício [m/s].
g = é a aceleração da gravidade [m2/s].
m = é o índice o qual é função do número de Froude.
CONSTANTES
Gás A B H/D
Metano 21 2.5 8.4
Propano 27 4.0 6.75
cilindro sólido e inclinado devido à ação do vento que se comporta como um corpo
cinza. A intensidade de radiação emitida pelo incêndio depende do tipo de
combustível, temperatura da chama, entre outros. A energia térmica de um incêndio
de poça pode ser estimada por meio da equação a seguir:
q = qcondução + qconvecção + qradiação
No caso de um incêndio de poça resultante de um vazamento contínuo, o
líquido irá se espalhar no piso ou solo aumentando a velocidade de propagação da
chama até que a taxa de queima seja igual a vazão volumétrica (DUARTE et al.,
2008).
como massa inflamável e é esta massa que irá efetivamente se queimar no caso de
ocorrência de explosões.
As principais características necessárias para ocorrer a explosão da nuvem
de vapor são:
1. O material liberado ser flamável e em condições adequadas de
temperatura e pressão.
2. A nuvem formada deve ter um tamanho mínimo antes de sofrer ignição.
Se a ignição ocorre instantaneamente, um jet fire, um large fire, ou um fireball
poderá ocorrer. Nesse caso, o aparecimento de ondas de pressão significante é
improvável. Por outro lado, é esperado ondas de choque significantes se a ignição
da nuvem ocorrer num intervalo de um a cinco minutos após o vazamento.
3. A região intermediária da nuvem deve estar na região flamável. A
quantidade de material flamável depende:
a) Do tipo e a quantidade de material liberado.
b) Do valor da pressão no momento da liberação.
c) Do grau de confinamento da nuvem.
d) Da velocidade do vento, umidade do ar, e outros fatores ambientais.
4. Na maioria das vezes, a ignição de uma nuvem de vapor resulta em uma
deflagração, ou seja, uma deflagração é caracterizada pela propagação das ondas
de choque em velocidades subsônicas relativa ao gás não queimado à frente da
chama, isto é, a velocidade de queima é menor do que a velocidade do som, no gás
não queimado (DUARTE et al., 2008).
de sua exatidão. Nas ilhas Britânicas, as contas públicas eram examinadas desde há
muito tempo, embora, até o reinado da Rainha Elizabeth, de maneira não muito
sistemática. Anteriormente a 1559, esse serviço era executado, às vezes, por
auditores especialmente designados, e outras por auditores da receita pública, ou
pelo auditor do tesouro, cargo criado por volta de 1314. Mas, em 1559, um esforço
foi feito para sistematizar a auditoria das contas públicas, pela indicação de dois
auditores para examinar os pagamentos a servidores públicos.
A grande utilidade da Auditoria é atestada por seus fins tão variadíssimos,
tais como:
certificação e comprovação da exatidão dos fatos contábeis e administrativos
(patrimoniais), através do seu registro;
identificação dos fatos e comprovação de sua propriedade no patrimônio da
sociedade auditada;
identificação e comprovação do tempo decorrido e/ou de existência, bem
assim, do valor de efetivos fatores de mensuração dos fatos, tendo em vista o
aspecto dinâmico do patrimônio;
sugestões e orientações para administração do patrimônio das entidades
auditadas;
identificação de eventuais falhas no controle, com intuito de saná-las a fim de
proteger o patrimônio contra fraudes;
pesquisas com o objetivo de gestão ao longo do tempo; em bases
comparativas de valores e efeitos destes;
avaliação da eficácia e eficiência decorrentes dos atos e fatos administrativos
e/ou contábeis e sobre estes;
identificação de riscos decorrentes do negócio que venham a afetar ou afetem
o patrimônio;
identificação da capacidade de equilíbrio financeiro e econômico da entidade
auditada;
reorganização de uma empresa;
determinação de limites de seguros, análise de custos, fusão, cisão e
incorporação de empresas.
maneira mais exata possível, dos riscos potenciais e do provável impacto deles na
empresa e, depois, o desenvolvimento de respostas adequadas e preparadas para
enfrentar tais eventos, se e quando eles ocorrerem. Os riscos se originam de várias
áreas diferentes:
os riscos estratégicos abrangem incertezas relacionadas ao mercado, como
quedas de demanda, fracasso no desenvolvimento de novos produtos ou
entrada de novos concorrentes;
os riscos financeiros relacionam-se a mudanças de custos e receitas não
diretamente ligadas ao mercado e podem incluir dívidas incobráveis ou
aumentos em pagamentos de juros de empréstimos;
os riscos operacionais cobrem os perigos de turbulências nas funções de
distribuição e produção, como falhas no maquinário fabril ou perda de pessoal
importante;
os riscos de conformidade relacionam-se à capacidade da empresa atender a
exigências legais e reguladoras. Falhas, neste caso, podem resultar no
fechamento forçado do negócio ou em ameaças de ações na justiça. Outros
riscos mais gerais incluiriam catástrofes naturais e a instabilidade política em
mercados externos.
Uma vez identificados os riscos, é importante o negócio avaliar a
probabilidade deles ocorrerem, bem como seu impacto ou significado. Assim, o
negócio pode classificar ou priorizar os riscos que vai enfrentar. Essa classificação
permite concentrar recursos nas áreas de risco mais importantes, aquelas que têm
maior potencial de impacto sobre o sucesso dos objetivos da empresa. A estimativa
de risco pode ser obtida em nível básico, simplesmente avaliando se os resultados
são de baixa, média ou alta probabilidade. Em nível mais sofisticado, os riscos
podem ser analisados pela aplicação da ciência atual.
A etapa final é o desenvolvimento de sistemas ou políticas para gerenciar o
risco. A primeira abordagem é simplesmente aceitar o risco. Normalmente isso
significa que os custos de administrar o risco superam os custos do próprio risco.
Riscos que não podem ser evitados nem transferidos entram na categoria de
“autosseguro”. A segunda estratégia é transferir o risco. Isso normalmente é
executado com a compra de uma apólice de seguro. O risco também pode ser
transferido por acordo contratual (por exemplo, o comprador pode aceitar cobrir
todos os preços de produção de uma empresa de fornecimento).
A terceira é reduzir o risco fazendo vários investimentos, como compra de
máquinas melhores, mais caras, mas com menor probabilidade de transtornos.
A abordagem final é evitar o risco. Significa que as atividades ou os
investimentos não serão empreendidos, pois os riscos são considerados muito altos.
O problema dessa abordagem, às vezes, é ter de abrir mão de oportunidades
lucrativas.
Eis que vimos todo esse horizonte, geralmente pela ótica de um auditor, que
de porte de conhecimentos e habilidades inerentes a essa especialização, podem
contribuir com a segurança em edifícios existentes, abordando conjuntamente o
edifício e a organização de segurança da instituição que o ocupa. Esta auditoria
compreende nomeadamente:
levantamento dos sistemas de proteção existentes (detecção, combate,
controlo de fumaça, sinalização, entre outros);
apreciação da adequação dos sistemas existentes às necessidades reais e às
exigências regulamentares;
verificação da operacionalidade dos sistemas existentes;
estudo da adequação dos sistemas de segurança passiva
(compartimentação, evacuação, entre outros);
análise da organização de segurança existente e das medidas de
autoproteção implementadas;
proposta de medidas corretivas ou compensatórias, caso necessário.
Guarde...
De maneira geral, uma falha consiste na interrupção ou alteração da
capacidade de um item desempenhar uma função requerida ou esperada. As falhas
podem ser classificadas sob vários aspectos, tais como origem, extensão,
velocidade, manifestação, criticidade ou idade. A figura abaixo relaciona estes
aspectos, em acréscimo à classificação adotada pela Manutenção Centrada na
Confiabilidade (MCC) (SIQUEIRA, 2005).
Estrutura de classificação de falhas
Mostra ainda, que deve ser feito pela alta gerência e deve responder a seguinte
pergunta: “qual é o nosso negócio e como deveria fazê-lo?”
Quanto ao planejamento tático, é configurado como “empreendimentos mais
limitados, prazos mais curtos, áreas menos amplas e níveis mais baixos na
hierarquia da organização” (CHIAVENATO, 2000, p. 283). Então, pode-se perceber
que este segundo tipo de planejamento se restringe a um nível intermediário da
organização. Assim, é uma sequência daquilo que fora traçado pela alta-gerência no
planejamento estratégico.
necessário que existam pessoas treinadas para a tarefa. Se o PCM for manual, a
pessoa deverá estar treinada para preencher os formulários em uso, arquivá-los de
forma adequada e lidar com a papelada necessária para a apuração de dados e de
resultados.
Isto sempre será mais fácil se for usado um programa de computador que
faça de forma mais simples estas tarefas rotineiras e aborrecidas de processar a
informação, arquivá-las sempre da mesma forma e permitir um acesso fácil e rápido
à informação que já foi arquivada (BRANCO FILHO, 2008). Quanto aos programas
especialistas em PCM, mesmo sabendo que ele não fará tudo que precisamos ou
queremos, é preciso aprender a usá-los, geralmente treinando um colaborador ou
contratando alguém da área de tecnologia que possa ir adequando o programa de
acordo com a cultura da empresa.
continua
Relatório de não-conformidade
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Marco Antônio das Graças. A gestão de riscos como alternativa de
prevenção de incêndio em arquivos públicos. Estudo de caso. Ouro Preto (MG):
UFOP, 2011.
ARAÚJO, G.H.S.; ALMEIDA, R.; LONGO, B.M.; ALENCAR, L.A.; TRINDADE R.B.
Orientação Básica para Planejamento de Ações Preventivas em Sistemas de
Gestão. Rio de Janeiro: CTEM/MCT. 2007.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 5462:1994 –
Confiabilidade e mantenabilidade.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ANBT). NBR 13971:1997 –
Sistemas de refrigeração, condicionamento de ar e ventilação – Manutenção
programada.
BRANCO FILHO, Gil. A organização, o planejamento e o controle da manutenção.
Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna, 2008.
BRENTANO, Telmo. Instalações hidráulicas de combate a incêndios nas
edificações. 2 ed. Porto Alegre: EDIPURS, 2005.
CALLIGARO, Cleber. Proposta de fundamentos habilitadores para a gestão da
manutenção em indústrias de processamento contínuo baseada nos princípios da
manutenção de classe mundial. Porto Alegre: UFRS, 2003.
CAMILLO JUNIOR, Abel Batista; LEITE, Walmir Correa. Brigadas de incêndio. In:
SEITO, Alexandre Itiu et al. A segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo:
Projeto Editora, 2008.
CERTO, Samuel C. Administração Moderna. Tradução de Maria Lúcia G.L. Rosa,
Ludmila Teixeira Lima; Revisão técnica de José Antônio Dermengi Rios. 9. Ed. São
Paulo: Prentice Hall, 2003.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração: Teoria, Processo e Prática. 3 Ed. São
Paulo: Pearson Education do Brasil, 2000.
CORRÊA, Henrique; et al. Planejamento, Programação e Controle da Produção:
MRP II/ERP: Conceitos, uso e implantação. 4. Ed. São Paulo: Gianesi Corrêa &
Associados: Atlas, 2001.
D’IPPOLITO, Teodoro. La Técnica della revisione dei bilanci delle aziendi mercantil e
industriali, 1ª edição, p.1, Palermo: Editora Abbaco, 1967.
DUARTE, Dayse et al. Gerenciamento dos riscos de incêndio. In: SEITO, Alexandre
Itiu et al. A segurança contra incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto Editora, 2008.
DUARTE, Dayse; LEITE, Maria do Socorro; PONTES, Rosemeri. Gerenciamento
dos riscos de incêndios. 1998. Disponível em:
www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1998_ART366.pdf
FLEMING, Paulo Victor; SILVA, Mauricio Flock da; FRANÇA, Sandro Ricardo R. O.
Aplicando manutenção centrada em confiabilidade (MCC) em indústrias brasileiras:
lições aprendidas. (1999). Disponível em:
http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1999_A0366.PDF
FRANCO, H.; MARRA, E. Auditoria contábil: normas de auditoria, procedimentos e
papéis de trabalho, programas de auditoria e relatórios de auditoria. 3 ed. São Paulo:
Atlas, 2000.
KELLY, A., HARRIS. M J. A administração da manutenção industrial. Rio de Janeiro:
Instituto Brasileiro de Petróleo - IBP, 1980.