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SERVIÇOS
“Visão a partir de Lugar
1. ATENDIMENTO
Nenhum”, de PSICOLÓGICO
INDIVIDUAL
Thomas Nagel
-Atendimento ligado a
Posted by Cristian Stassun on 22 de abril de 2008 in Filosofia queixa, conflito ou
dificuldade mais
Clássico da filosofia contemporânea, “Visão a partir de Lugar imediata do cliente, à
Nenhum”, de Thomas Nagel, defende, contra a ciência, a superação dos sintomas
irredutibilidade do dualismo mente-cérebro e a problemas atuais da
realidade. O
Sujeito em primeira pessoa enfrentamento de
situações de conflito, a
João de Fernandes Teixeira
aquisição da consciência
especial para a Folha
da enfermidade e a

David Chalmers e Thomas Nagel são os dois filósofos da mente recuperação da auto-

contemporâneos que, remando contra a maré, resolveram estima são objetivos a

defender seriamente o dualismo mente-cérebro. Em “Visão a serem alcançados na

partir de Lugar Nenhum”, publicado em 1986 e agora traduzido sessão.

para o público brasileiro, Nagel, 66, aborda uma das questões -As orientações

centrais que motivam sua posição dualista: a irredutibilidade da procuram obter em

perspectiva em primeira pessoa para uma perspectiva em curto prazo uma

terceira pessoa. Em outras palavras, a experiência subjetiva melhora na qualidade de

seria irreconciliável com o discurso da ciência, sempre público e vida, elegendo uma

em terceira pessoa. A experiência subjetiva é incompatível com queixa principal e

a visão científica do mundo, que tem uma perspectiva definida; focando o empenho na

a visão do sujeito tem a peculiaridade de não estar em nenhum sua resolução. Esta

lugar definido, porque nos acompanha e pode estar em todos os prática exige

lugares. A visão subjetiva é como um olho desencarnado que treinamento,

olha para o mundo, uma visão a partir de lugar nenhum e que, experiência e boa
paradoxalmente, poderíamos dizer que está “em toda parte e formação do terapeuta.
nenhuma”, lembrando do título de um famoso artigo de -A orientação baseia-se
Merleau-Ponty. no "tripé": foco,
atividade,
Ser como um morcego
planejamento; buscando
Logo nos primeiros parágrafos de seu livro o autor nos afirma
atingir os objetivos
que seu livro “trata de um único problema: como combinar a
traçados e resultados
perspectiva de uma pessoa particular, inserida no mundo, com
com um tempo
uma visão objetiva desse mesmo mundo, em que a própria
delimitado.
pessoa e seu ponto de vista estão inclusos” (pág. 1). A tensão
-Os atendimentos estão
entre o subjetivo e o objetivo e a natureza da experiência
previstos em até 20
subjetiva e seu lugar no mundo parecem ser temas recorrentes
orientações
na obra de Nagel, cujo início pode ser situado em 1974, com a
psicológicas.
publicação de seu artigo “What Is It like to Be a Bat?” (O Que É
Ser como um Morcego?), que o celebrizou nos meios 2. ORIENTAÇÃO DE
acadêmicos e filosóficos americanos. Nesse artigo ele CASAL E FAMILIAR
argumentava em favor da idéia de que nossa linguagem - ONLINE
especialmente a linguagem intersubjetiva da ciência- seria -Terapia de Casal Online
incapaz de captar a natureza última da experiência subjetiva, no -Problemas de
caso, o ponto de vista que um morcego tem acerca do mundo. Relacionamento
Por mais que estudássemos a fisiologia do olho do morcego, -Término de namoro ou
não poderíamos saber o que é ter suas experiências visuais, não Casamento
poderíamos vivenciá-las ou assumir a perspectiva de mundo do -Sexólogo Online
morcego; poderíamos, no máximo, imaginá-las. No nosso caso, -Expertise em
deparamos com uma experiência consciente que é imediata, separações, divórcios,
todos sabemos que a temos, mas ela é, ao mesmo tempo, problemas sexuais,
irredutível à linguagem, que, incapaz de descrevê-la finais de relacionamento
plenamente, apenas resvala nela, pois cada um de nós tem uma e homossexualidade.
perspectiva única sobre o mundo. 3. ORIENTAÇÃO
PROFISSIONAL ONLINE
Como poderíamos descrever o gosto -Coaching Vocacional
do sal para alguém que nunca o -Orientamos sua escolha
experimentou? No máximo, o que profissional com mais de
poderíamos dizer é que o gosto do 60 ferramentas de
sal é “salgado” decisão, construindo seu
planejamento de
estudos, preparando sua
emoção e estratégia de
Em nenhum momento Nagel defende um dualismo cartesiano, vestibular.
ou seja, a doutrina que postula a existência de uma substância Valor diferenciado:
imaterial diferente do mundo físico. Contudo, no terceiro https://www.carreiraonline.com
capítulo, percebemos sua inclinação em favor da chamada
4. COACHING
teoria do aspecto dual, ou seja, a proposta de um dualismo de
-Coaching de Carreira
propriedades, segundo o qual uma única e mesma porção de
-Gestão de
matéria, qual seja, o cérebro, pode instanciar propriedades
Oportunidades
físicas e, além destas, propriedades mentais ou estados
-Transição de Carreira
subjetivos. No capítulo sobre mente e corpo, em que Nagel
Impulsionamento de
expõe a teoria do aspecto dual, encontramos também uma
metas, alavancagem de
interessante teoria acerca da natureza da identidade pessoal.
carreira, mapeamento
Trata-se de um ponto de vista bastante original, baseado na
de oportunidades,
proposição “Eu sou meu cérebro”. O cérebro, por ter
criação de múltiplas
propriedades físicas e mentais, de acordo com a teoria do
fontes de renda,
aspecto dual, permite conciliar os aspectos interno e externo
aceleração de
envolvidos na construção de nossas identidades pessoais. Do
resultados, trabalhando
ponto de vista externo, ele é garantia de continuidade temporal
os pontos fortes do
para minhas experiências subjetivas, mesmo quando estas
clientes e fazendo com
estão sujeitas a inesperadas interrupções de memória. Do ponto
que suas competências
de vista interno, é ele que garante uma referência, mesmo que
o elevem para o sucesso
inescrutável, da idéia de um “eu subjetivo”. “Eu sou meu
pessoal, profissional e
cérebro” faz com que a sucessão de experiências subjetivas se
financeiro.
torne minha -que “pertença” a um eu.
Valor diferenciado:
https://www.carreiraonline.com
Livre-arbítrio
Os outros capítulos do livro de Nagel podem ser lidos como a 5. TOMADA DE DECISÃO
continuação desse longo exercício filosófico de mostrar o CRÍTICA
aspecto irreconciliável das perspectivas subjetiva e objetiva. O Decidir na Carreira
autor percorre vários temas filosóficos importantes, como, por – Devo ficar neste
exemplo, a questão da natureza do conhecimento, as relações trabalho ou encontrar
entre pensamento e realidade etc. No capítulo sete é discutida a outro?
questão da liberdade humana, ou seja, do livre-arbítrio como – Qual emprego devo
base para a moralidade e para a responsabilidade. A liberdade decidir?
também é considerada a partir de uma duplicidade de Decidir no
perspectivas subjetiva e objetiva, da liberdade (autonomia) Relacionamento
própria e da liberdade dos outros (concebida em termos de -Devo ficar casada (o)?
responsabilidade). O determinismo da ordem natural, enquanto Devo separar do meu
perspectiva objetiva, é apresentado num confronto com a namorado (a)? Como
liberdade e autonomia que caracterizam nossa perspectiva faço para salvar meu
acerca do mundo e de nossas ações. Há uma ambigüidade que relacionamento?
percorre o texto de Nagel e faz com que o leitor oscile, por vezes, Meu relacionamento
entre o fascínio e o desapontamento. O livro fascina por ser bem vale a pena? Devo casar
escrito, com uma prosa filosófica leve e agradável, e por abordar ou ficar solteiro?
temas instigantes. Não há dúvida de que a questão da Valor diferenciado:
perspectiva de primeira pessoa e da natureza da experiência http://consultoriadecarreira.com/coac
consciente continua sendo o ponto cego das filosofias da mente decisao-critica/
materialistas. Estas continuam se valendo de promessas da ________________________________
neurociência -promessas que ainda não foram cumpridas-, o
que sugere que problemas como, por exemplo, o da natureza da PSICOLOGIA ONLINE
ÉTICA, SELO E SITES
consciência continuarão por muito tempo sendo o último
CÓDIGO DE ÉTICA (Conheça as
bastião dos dualistas. condutas que o Psicólogo deve
seguir)

Assimetria RESOLUÇÃO PSICOLOGIA


INTERNET (2005)
Tampouco podemos duvidar de que a experiência subjetiva nos
apresenta aspectos inefáveis, que escapam da teia da RESOLUÇÃO PSICOLOGIA
INTERNET (2012)
linguagem. Como poderíamos, por exemplo, descrever o gosto
CONSELHO REGIONAL
do sal para alguém que nunca o experimentou? Certamente
PSICOLOGIA
qualquer descrição seria redundante e, no máximo, o que
CONSELHO FEDERAL PSICOLOGIA
poderíamos dizer é que o gosto do sal é “salgado”. A descrição (Autarquia dos Psicólogos no
Brasil)
aproximada do gosto do sal pressupõe, como pano de fundo,
uma experiência comum partilhada por duas pessoas, sem o SELO SITE APROVADO
(Reconhecido pelo Conselho
que ele permaneceria inescrutável -tão inescrutável quanto as Federal de Psicologia)
experiências subjetivas do morcego.
PSICOLOGIA ONLINE
O desapontamento surge quando consideramos a proposta GRÁTIS?
dualista de Nagel. O aspecto mais problemático do dualismo é o
PSICÓLOGO ONLINE
fato de ele ser um programa filosófico sem agenda.
Ou seja, tudo o que o dualista pode fazer é tentar provar a SERVIÇOS DE PSICOLOGIA

existência de uma assimetria entre o físico e o mental, mesmo ATENDIMENTO ONLINE


que este seja uma propriedade de algumas coisas físicas, como
ATENDIMENTO PRESENCIAL
supõe a teoria do aspecto dual. “O mental não é redutível ao
TESTE VOCACIONAL
físico” -essa seria a única proposição que comporia as teorias PRESENCIAL

dualistas. A mente seria excluída do domínio da ciência e nada


poderíamos afirmar acerca da natureza do mental além do fato
de ele ser distinto da matéria.
João de Fernandes Teixeira é professor no departamento de filosofia da

Universidade Federal de São Carlos e autor de, entre outros livros, “Filosofia

e Ciência Cognitiva” (editora Vozes).

Visão a partir de Lugar Nenhum

418 págs., R$ 47,50 de Thomas Nagel. Trad. Silvana Vieira. Ed. Martins Fontes

(r. Conselheiro Ramalho, 330/340, CEP 01325-000, SP, tel. 0/xx/11/ 3241-

3677).

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs3005200413.htm

+ livros

Eduardo Giannetti da Fonseca lembra a influência de Nagel


em sua formação e diz que ele pode ajudar os filósofos
brasileiros a superarem seu “vício ocupacional”

Humildade analítica, arrogância


dialética
Caio Caramico Soares
free-lance para a Folha

Em enquete do caderno Mais! [publicada em 11/4/1999], que


pedia a alguns dos principais intelectuais brasileiros que
listassem o que seriam para eles os dez mais importantes livros
do século 20, Eduardo Giannetti da Fonseca pôs “Visão a partir
de Lugar Nenhum”, de Thomas Nagel, no topo, à frente de
clássicos como “O Mal-Estar na Civilização”, de Freud, e “A Ética
Protestante e o Espírito do Capitalismo”, de Max Weber.
Como mostra na entrevista a seguir, os motivos do economista e
professor do Ibmec -que fez a revisão técnica da edição
brasileira da obra- para essa escolha são muitos.

Por que “Visão a partir de Lugar Nenhum” é o livro mais


importante do século 20?
Foi o livro, dentre aqueles editados no século 20, que mais me
influenciou, o livro mais importante em minha formação. As
questões mais interessantes da epistemologia, da ética, da
filosofia da mente, da linguagem, da metafísica, da filosofia
política se prestam a uma elucidação a partir desse conflito
entre o ponto de vista interno do sujeito e o ponto de vista da
objetividade, ou seja, a tentativa de se ver de fora, a partir de um
ponto de vista neutro, impessoal.
Acho que ele conseguiu unificar as grandes preocupações da
filosofia a partir de um fio subjacente, que é essa dualidade que
ele elabora e que lhe permite cortar transversalmente os mais
diversos temas. Nagel é um dos autores com os quais, quando o
leio, me sinto diminuído, porque ele me parece de uma clareza,
consistência, rigor, elegância, que eu jamais vou alcançar, ele
realmente me oprime, mas ao mesmo tempo me instiga, me
provoca a ser melhor.
Ele me dá essa clara sensação de quanto me falta como
pensador e autor. Uma mistura de opressão e provocação
intelectual. Acho Nagel o mais importante filósofo vivo hoje no
mundo. Na tradição analítica, que é a de Nagel, diferentemente
da tradição dialética (mais continental), a questão importa mais
do que a história da idéia. Ele, por exemplo, escreveu um livro
inteiro de introdução à filosofia [“What Does It All Mean”,
lançado no Brasil pela editora Martins Fontes com o título de
“Uma Breve Introdução à Filosofia”] sem se referir a nenhum
filósofo, porque ele quer mostrar para o estudante a
importância do problema filosófico [em si]. Acho essa
abordagem magnífica, essa é a maneira de fazer filosofia, senão
você descamba para o que é o vício ocupacional do filósofo
brasileiro, que é a exposição sedentária de doutrinas alheias,
para usar a expressão de Mário de Andrade. O que Nagel faz é o
inverso disso. O problema tem precedência sobre a história das
idéias.

O sr. diz que o lançamento de “Visão a partir de Lugar


Nenhum” pode marcar uma boa oportunidade para “termos
uma filosofia mais esclarecida no Brasil”. A seu ver, quais são
as principais carências intelectuais nacionais que esse livro
pode ajudar a sanar?
Sobretudo uma filosofia que se preocupe mais com problemas
do que com reconstruções historiográficas. Também a questão
da clareza; o filósofo tem que ser claro e saber convencer
quanto à relevância dos problemas que ele traz. Uma coisa que
Nagel faz -e que acho que pode inspirar um jovem a se
preocupar com filosofia- é mostrar que os problemas da
filosofia são pertinentes, são coisas que qualquer pessoa lúcida
pode perceber por si mesma e começar a pensar, porque são
coisas que importam. Para mim, como estudioso de economia, a
filosofia relevante para as ciências é essa [da linha analítica], e
não a continental, dialética. E há muita empáfia, muita confusão
entre profundidade e obscuridade. Acho que a história da
filosofia tem seu papel, é muito importante que seja feita, mas
isso é diferente de filosofia propriamente dita, o historiador de
idéias quer resgatar o sentido original de uma obra em seu
contexto intelectual e prático.
Agora, o que nos falta no Brasil é o filósofo que tenha
capacidade de enfrentar problemas filosóficos e de pensar a
partir de problemas, e não de uma reconstrução historiográfica.

Como se deu seu encontro com o livro?


Eu estudei filosofia na graduação [Giannetti se formou em
ciências sociais e economia na USP], mas em meados dos anos
70, no Brasil, filosofia era sinônimo de filosofia continental
européia, franco-germânica. Estudei muito Marx e, para
entender Marx, Hegel. Eu era marxista, na minha geração não
havia como não ser marxista, todos nós disputávamos para
saber qual era o verdadeiro e ortodoxo marxista. Ao ir para a
Inglaterra, li três vezes mais filosofia do que economia, mas
percebi que, todos os autores que eu tinha estudado aqui na
minha juventude, era como se não existissem. A própria Escola
de Frankfurt, o objeto de minha grande admiração então, não
era lá nem considerada filosofia, mas sim sociologia.
Lá havia uma outra tradição, que eu desconhecia quase por
completo, que era a filosofia analítica. Para justificar minha
existência acadêmica lá, tive que recomeçar do zero e começar a
estudar, aprender e até participar dessa abordagem. Descobri
Nagel nessa época, mas o li com mais afinco depois de escrever
“Vícios Privados, Benefícios Públicos” (1993). A presença de
Nagel já é muito forte em “Auto-Engano” e em “Felicidade”
[ambos lançados pela Cia. das Letras].

É correto dizer que Nagel preenche, em seu desenvolvimento


intelectual pessoal, um papel estratégico de intermediação
entre o rigor argumentativo da filosofia analítica e os
grandes temas da tradição crítico-dialética (em que o sr. se
criou), até mesmo do romantismo, por exemplo quando ele
denuncia os excessos da ciência moderna?
Os filósofos dialéticos, da tradição hegeliana, e o próprio Marx
olham para a ciência com uma arrogância, um ar de
superioridade, como se os cientistas fossem meros empiristas,
positivistas. Hegel, na “Filosofia da Natureza”, se dá ares de que
entende mais de física do que Newton. Na tradição analítica,
olha-se com humildade para a ciência e busca-se aprender o
que a ciência pode oferecer para a reflexão filosófica. O filósofo
não se põe num pedestal olhando para os meros cientistas
como se fossem ratinhos de laboratório que não sabem muito
bem o que estão fazendo e pensando.
Nagel de novo aí tem uma posição muito interessante. Ao
mesmo tempo em que respeita enormemente as conquistas do
pensamento científico, ele mostra os seus limites, o que nós
podemos esperar da ciência. E ele acaba mostrando que as
questões que mais nos importam a ciência jamais nos
responderá, são as perguntas acerca do sentido, do bem, do que
importa. Mas não se coloca naquela posição frankfurtiana de
olhar para os cientistas como se fossem bebês incapazes de dar
um passo sem tropeçar.

Mas Nagel denuncia o “cientismo”…


Sim, ele critica o cientismo, isto é, transformar a ciência em fé e
dogma, a idéia de que a ciência vai dar respostas para as
perguntas da filosofia. Eu resumiria a posição de Nagel dizendo
que não há nada mais irracional do que ignorar os limites da
racionalidade. Há uma interioridade no mental que é diferente
da interioridade do cérebro dentro da caixa craniana. E a ciência
é constitutivamente incapacitada para lidar com essa
interioridade do sujeito. Esse é o irredutível da experiência
humana. E ele é o que mais importa, é nesse plano que nossa
vida transcorre. Ele dá até um exemplo, em “Uma Breve
Introdução à Filosofia”: imagine uma pessoa comendo
chocolate -e tudo o que o chocolate significa para ela, em
termos de ressonâncias, de memória, de associações subjetivas-
e um cientista que queira ter uma “visão científica” do cérebro
sob o estímulo do chocolate.
Imagine se um cientista consegue abrir, lamber esse cérebro e
sentir o gosto de chocolate; o gosto de chocolate que ele vai
sentir não é o mesmo da pessoa, é apenas um gosto de
chocolate que o cérebro da pessoa tem enquanto ela como
chocolate. E há um poema de um heterônimo de Fernando
Pessoa, Álvaro de Campos [“Tabacaria”], que diz: “Come
chocolates, pequena;/ Come chocolates!/ Olha que não há mais
metafísica no mundo senão chocolates./(…) Pudesse eu comer
chocolates com a mesma verdade com que comes!”. É
exatamente a mesma coisa que Nagel diz!

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs3005200415.htm

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