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Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

CURSO
PREPARATÓRIO PARA
PROVA DA ANCORD 2011

Conteúdo Exclusivo da XP Educ


Conteúdo Exclusivo da XP Educação
Coordenação: Silvio Paulo Hilge
Direção Acadêmica: Silvio Paulo Hilgert

I.1

[Digite uma citação do


Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Importante

Este material tem conteúdo meramente informativo e não se caracteriza como oferta,
solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer ação, ativo ou instrumento
financeiro. Todos os exemplos e modelos utilizados e citados neste material e em sala são
meramente didáticos.
Investimentos em ações, opções, contratos futuros e outros ativos de renda variável são
operações de risco. Desta forma, nas operações envolvendo estes ativos podem ocorrer perdas.
Nas operações com derivativos estas perdas podem ser superiores ao valor investido e, nesta
condição, o investidor pode ser chamado a aportar recursos.
Além disso, rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura, desta forma, os
percentuais de valorização apresentados neste material não significam o potencial futuro de
valorização.

I.2
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

XP EDUCAÇÃO

Educação de Novos Investidores

A XP Educação tem como objetivo ensinar a população brasileira a investir melhor seu dinheiro.
Em parceria com seus escritórios afiliados já formou mais de 350 mil alunos com suas palestras,
cursos de extensão em bolsa de valores e finanças pessoais, realizados de forma presencial e on
line.

A filosofia de ensino da XP Educação combina o mais avançado conhecimento acadêmico


disponível, a melhor didática e uma visão aplicada aos negócios.

Os professores que ministram nossos cursos possuem sólida formação acadêmica, além de
serem profissionais experientes no mercado de capitais onde atuam como operadores e
assessores de investimentos. Dessa forma, a vivência do dia-a-dia é levada para dentro da sala
de aula.

Em todos os eventos os professores são incentivados a buscar o equilíbrio ideal entre teoria e
prática, entre o aprimoramento da base conceitual do aluno e o fornecimento de ferramentas
práticas que possam ser rapidamente implementadas no ambiente do mercado financeiro.

Atualmente, a XP Educação está presente, através de seus parceiros, nas principais capitais e
cidades brasileiras. Oferecemos diferentes programas, que englobam desde palestras e cursos
básicos para iniciantes até estudos avançados para atender os investidores mais qualificados.

Para maiores informações acesse www.xpe.com.br ou ligue 0800.723-3700

Ficha Técnica do Curso


Curso: Preparatório para Prova da ANCORD
Versão: Primeira Edição – Julho/2011
Direção Acadêmica: Sílvio Paulo Hilgert
Especialista em Mercado de Capitais formado pela UFRGS/APIMEC-SUL. Pós-graduado em
Desenvolvimento Gerencial e graduado em Administração pela UNOESC. Certificado pela
ANCOR como Agente Autônomo de Investimentos. Certificado pela ANBIMA com CPA-10.
Possui grande experiência e vivência no Mercado Financeiro com atuação em companhias
como Banco HSBC, Bamerindus e Sicredi. Experiência profissional como operador da Bolsa de
Valores tendo atuado pela XP Investimentos Corretora. Vasta experiência em treinamento e
formação de colaboradores e investidores em produtos financeiros tanto em renda fixa quanto
variável. Atualmente exerce o cargo de Diretor Acadêmico e Professor da XP Educação onde
ministra cursos e palestras na área de Mercado de Capitais e Finanças Pessoais, bem como
coordena a área acadêmica da instituição.

I.3
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Sumário do Curso
I. A Atividade do Agente Autônomo de Investimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

II. Ética Profissional e Aspectos Comportamentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

III. Lei nº 9.613/981; Circular BACEN 3461/092; Instrução CVM nº301/993 . . . . . . . . . . . . . . . .14

IV. Economia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20

VI. Instituições e Intermediadores Financeiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

V. Sistema Financeiro Nacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36

VII. Fundamentos de Finanças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .61

VIII. Mercado de Capitais – Produtos, Modalidades Operacionais, Tributação e


Regulamentação Básica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .66

IX. Fundos de Investimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76

X. Outros Fundos de Investimentos Regulados pela CVM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91

XI. Securitização de Recebíveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 100

XII. Clubes de Investimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102

XIII. Liquidação de Operações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106

XIV. Mercado Financeiro – Produtos, Modalidades Operacionais, Tributação e


Regulamentação Básica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 111

XV. Mercado de Derivativos - Produtos, Modalidades Operacionais, Tributação e


Regulamentação Básica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . 121

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153

1
Ver página http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9613.htm
2
Ver página https://www3.bcb.gov.br/normativo/detalharNormativo.do?N=109061238&method=detalharNormativo
3
Ver página http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=%5Cinst%5Cinst301.htm

I.4
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

I. A Atividade do Agente Autônomo de Investimento


A Atividade Agente Autônomo de Investimento Conforme a Instrução CVM Nº 434/064

O agente autônomo de investimento é a pessoa natural que obtém registro na Comissão


de Valores Mobiliários – CVM, para exercer, sob a responsabilidade e como preposto de
instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários, a atividade de
distribuição e mediação de valores mobiliários. Por sua vez, os agentes autônomos de
investimento podem constituir pessoa jurídica para o exercício da sua atividade. As instituições
integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários são: bancos múltiplos (com
carteira de investimento), bancos de investimento, corretoras de valores e de mercadorias e

Segundo a Resolução no. 2838/01 no seu art. 5º, fica a Comissão de Valores
Mobiliários autorizada a adotar as medidas e a baixar as normas complementares que se
fizerem necessárias à execução da atividade de Agente Autônomo de Investimento.
A resolução no. 3.158/03 dispõe sobre a certificação de empregados das instituições
financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.

distribuidoras de valores.

Diferenciação da Atividade de Agente Autônomo das Atividades de Administração, Análise e


Consultoria de Valores Mobiliários

Analista de Valores Mobiliários5


A atividade de analista de valores mobiliários consiste na avaliação de investimento em
valores mobiliários, em caráter profissional, com a finalidade de produzir recomendações,
relatórios de acompanhamento e estudos para divulgação ao público, que auxiliem no processo
de tomada de decisão de investimento.

Consultor de Valores Mobiliários6


Profissional ou empresa, credenciado pela CVM, com experiência em atuação no
mercado de valores mobiliários, que presta consultoria aos investidores interessados em fazer
aplicações diretamente nesse mercado. Possui conhecimentos técnicos e práticos para
assessorar seu cliente na busca do produto que irá melhor atender a seus objetivos e
necessidades pessoais.

Administrador de Carteiras7

4
Ver página http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9613.htm
4
Ver página https://www3.bcb.gov.br/normativo/detalharNormativo.do?N=109061238&method=detalharNormativo
4
Ver página http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=%5Cinst%5Cinst301.htm
4
Ver página http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=%5Cinst%5Cinst434.htm
5
Ver página http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?Tipo=I&File=/inst/inst388.htm
6
Ver página http://www.portaldoinvestidor.gov.br/Investidor/Ondeinvestir/Quempodemeajudarainvestir/tabid/87/Default.aspx
7
Ver instrução da CVM no.043/85, e alterações 082/88, 306/99, 448/07 e 456/07

I.5
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

A administração de carteira de valores mobiliários consiste na gestão profissional de


recursos ou valores mobiliários, sujeitos à fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários,
entregues ao administrador, com autorização para que este compre ou venda títulos e valores
mobiliários por conta do investidor8.

Concessão da Autorização para Exercício da Atividade

Autorização Do Agente Autônomo – Pessoa Natural

A autorização para o exercício da atividade de agente autônomo de investimento


somente será concedida à pessoa natural, domiciliada no País, que preencha os seguintes
requisitos:
• tenha concluído o ensino médio no País ou no exterior;
• tenha sido aprovada em exame técnico específico para agente autônomo de
investimento, organizado por entidade certificadora autorizada pela CVM;
• não esteja inabilitada ou suspensa para o exercício de cargo em instituições financeiras
e demais entidades autorizadas a funcionar pela CVM, pelo Banco Central do Brasil, pela
Superintendência de Seguros Privados – SUSEP ou pela Secretaria de Previdência
Complementar – SPC;
• não tenha sido condenada criminalmente, ressalvada a hipótese de reabilitação; e
• não esteja impedida de administrar seus bens ou deles dispor em razão de decisão
judicial.

A identificação do candidato deverá ser verificada pela entidade certificadora, que


enviará à CVM a relação dos candidatos aprovados no exame previsto, conservando em seu
poder os documentos respectivos enquanto for mantida a habilitação do candidato, e pelo
prazo de 5 (cinco) anos a partir de seu cancelamento.

O pedido de autorização para o exercício da atividade de agente autônomo de


investimento por pessoa natural deverá ser instruído com os seguintes documentos:
• formulário cadastral, preenchido na página da CVM na rede mundial de computadores;
e
• declaração do candidato, enviada à CVM com data e assinatura, informando o
cumprimento dos requisitos.

O prazo de validade do exame técnico de certificação para a obtenção de autorização da


CVM para o exercício da atividade é de 1 (um) ano, contado da data da divulgação do resultado
final pela entidade certificadora.

Autorização Do Agente Autônomo – Pessoa Jurídica

8 Ver página http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=\inst\inst306consolid.htm

I.6
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

A autorização para o exercício da atividade de agente autônomo de investimento


somente será concedida à pessoa jurídica domiciliada no País que preencha os seguintes
requisitos:
• tenha como objeto social exclusivo o exercício da atividade de agente autônomo de
investimento e esteja regularmente constituída e registrada no Cadastro Nacional da
Pessoa Jurídica - CNPJ; e
• tenha como sócios unicamente agentes autônomos autorizados pela CVM, e a eles seja
atribuído, com exclusividade, o exercício das atividades, sendo todos os sócios
responsáveis perante a CVM pelas atividades da sociedade.

Será admitido que a sociedade tenha como sócios terceiros que não sejam agentes
autônomos, desde que sua participação no capital social e nos lucros não exceda de 2% (dois
por cento), e que tais sócios não exerçam função de gerência ou administração ou por qualquer
modo participem das atividades que constituam o objeto social.
Um mesmo agente autônomo pessoa natural não poderá ser sócio de mais de um agente
autônomo pessoa jurídica. Da denominação do agente autônomo pessoa jurídica deverá
constar a expressão "Agente Autônomo de Investimentos", sendo vedada a utilização de
palavras ou expressões que induzam a interpretação indevida quanto ao objetivo da sociedade.

Suspensão e Cancelamento da Autorização para Exercício da Atividade

Suspensão da Autorização

A CVM poderá, por solicitação do agente autônomo pessoa natural, suspender a


autorização para o exercício de sua atividade por um período contínuo de até 12 (doze) meses,
não renovável, mediante a apresentação de:
• comprovante de sua retirada da sociedade de agentes autônomos de investimento de
que seja sócio, se for o caso; e
• comprovante de rescisão ou suspensão do contrato de distribuição e mediação de
valores mobiliários ou declaração de que não mantém contrato de distribuição e
mediação de valores mobiliários com instituição integrante do sistema de distribuição.

A suspensão somente será concedida se houver decorrido o prazo de pelo menos 3 (três)
anos da data de concessão da autorização do agente autônomo ou do término de sua última
suspensão. Durante a vigência da suspensão, o agente autônomo ficará impedido de exercer a
atividade, exonerando-se do cumprimento das obrigações previstas e do dever de pagar a taxa
de fiscalização instituída pela Lei nº 7.940/899.

Cancelamento da Autorização

A autorização para o exercício da atividade de agente autônomo de investimento pode


ser cancelada:

9
Ver página http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7940.htm

I.7
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

• se constatada a falsidade dos documentos ou de declaração apresentada para obter a


autorização;
• se, em razão de fato superveniente devidamente comprovado, ficar evidenciado que a
pessoa autorizada pela CVM não mais atende a quaisquer dos requisitos e condições
estabelecidos para a concessão da autorização; e
• a pedido do agente autônomo.

A CVM comunicará previamente ao agente autônomo a decisão de cancelar o seu


registro concedendo-lhe o prazo de 10 (dez) dias úteis, contados da data do recebimento da
comunicação, para apresentar as suas razões de defesa ou regularizar o seu registro.

O pedido de cancelamento da autorização deverá ser instruído com os seguintes


documentos:

I – no caso de pessoa natural:


• se for o caso, comprovante de sua retirada da sociedade de agentes autônomos de
investimento ou da adequação de sua participação; e
• comprovante de rescisão dos contratos de distribuição e mediação de valores
mobiliários ou declaração de que não mantém contrato de distribuição e mediação de
valores mobiliários com instituição integrante do sistema de distribuição de valores
mobiliários;

II – no caso de pessoa jurídica:


• apresentação do seu distrato social ou mudança de seu objeto, com registro no órgão
competente; e
• comprovante de rescisão dos contratos de distribuição e mediação de valores
mobiliários ou declaração de que não mantém contrato de distribuição e mediação de
valores mobiliários com instituição integrante do sistema de distribuição de valores
mobiliários.

O deferimento do pedido de cancelamento não impede que a CVM instaure ou dê


andamento a procedimento visando apurar a responsabilidade do agente, por atos ocorridos
até aquela data. O cancelamento da autorização de agente autônomo será comunicado pela
CVM às instituições que o houverem inscrito no cadastro da CVM como agente autônomo
contratado.

Contrato de Agenciamento/ Remuneração, Responsabilidade e Co-Responsabilidade dos AAI


e das Instituições

As instituições integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários somente


podem contratar para exercer a atividade de agente autônomo de investimento pessoa natural
ou jurídica devidamente autorizada pela CVM. A instituição contratante de agentes autônomos
deverá inscrevê-los em sua relação de agentes contratados na página da CVM, na rede mundial

I.8
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

de computadores, quando celebrar um novo contrato, e retirá-los da página, quando o contrato


for rescindido, no prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis após a contratação ou rescisão.
A instituição contratante deverá conservar à disposição da CVM, enquanto vigorar o
contrato, e pelo prazo de 5 (cinco) anos a partir de sua rescisão, todos os documentos
relacionados à contratação e à prestação de serviços de cada agente autônomo por ela
contratado.
A remuneração do agente autônomo de investimento será acordada entre as partes e
escrito no contrato de prestação de serviços pela instituição contratante.

Normas de Conduta

O agente autônomo de investimento deve observar as seguintes regras de conduta:


• empregar, no exercício de sua atividade, o cuidado e a diligência que todo
homem ativo e probo costuma dispensar à administração de seus próprios
negócios;
• abster-se da prática de atos que possam ferir a relação fiduciária entre
investidores e a instituição intermediária à qual estiver vinculado; e
• zelar pelo sigilo de informações confidenciais a que tenha acesso no exercício de
sua função.

Práticas Vedadas
É vedado ao agente autônomo de investimento:
• receber ou entregar a investidores, por qualquer razão, numerário, títulos ou
valores mobiliários, ou quaisquer outros valores, que devem ser movimentados
através de instituições financeiras ou integrantes do sistema de distribuição;
• ser procurador de investidores para quaisquer fins;
• atuar como contraparte, direta ou indiretamente, em operações das quais
participem clientes da instituição intermediária à qual o agente autônomo esteja
vinculado, sem prévia e específica autorização do mesmo;
• contratar com investidores a prestação de serviços de:
o análise ou consultoria de valores mobiliários, salvo se estiver autorizado pela
CVM a exercer tais atividades; e
o administração de carteira de títulos e valores mobiliários, salvo se o agente
autônomo pessoa natural, autorizado pela CVM também para exercer a
atividade de administração de carteira, não estiver contratualmente
vinculado, direta ou indiretamente, a entidades do sistema de distribuição de
valores.
• atuar como preposto de instituição com a qual não tenha contrato; e
• delegar a terceiros, total ou parcialmente, a execução dos serviços que
constituam objeto do contrato celebrado com a instituição intermediária.

I.9
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Penalidades e Multa Cominatória


Constituem infração grave, para efeito do disposto no § 3º do art. 11 da Lei nº 6.385, de
10
1976 :
• o exercício da atividade de agente autônomo de investimento por pessoa não
autorizada ou autorizada com base em declaração ou documentos falsos;
• o descumprimento dos deveres estabelecidos nas normas de conduta; e
• aconselhar clientes da instituição intermediária à qual o agente autônomo esteja
vinculado a realizar negócio com a finalidade de obter, para si ou para outrem,
vantagem indevida.

Sujeitam-se à multa cominatória diária de R$ 200,00 (duzentos reais), incidente a partir


do dia seguinte ao término do prazo estabelecido para o cumprimento da obrigação, e sem
prejuízo da aplicação das penalidades previstas no art. 11 da Lei nº 6.385, de 1976:

I – o agente autônomo de investimento que:

• não encaminhar à CVM as informações previstas na autorização do agente


autônomo; ou
• não mantiver seu cadastro atualizado;

10
Ver página http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6385.htm

I.10
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

II. Ética Profissional e Aspectos Comportamentais


Princípios Éticos

Ética11

A palavra ética é originada do grego ethos, que significa modo de ser, caráter. A Ética é
de suma importância para todas as profissões, e para todo ser humano, afim de que possamos
viver relativamente bem em sociedade. O processo de crescimento econômico e do aumento
das relações humanas, atrelado a um mundo cada vez mais globalizado, faz com que a pressão
sobre as pessoas aumente. Por sua vez, o mercado de trabalho está cada vez mais competitivo
e exigente, não permitindo a reflexão sobre as atitudes tomadas. Os indivíduos precisam ter a
consciência de que seus atos podem influenciar na vida dos outros e que o aumento da
liberdade resulta em maior responsabilidade. De forma ampla a Ética é definida como a
explicitação teórica do fundamento último do agir humano na busca do bem comum e da
realização individual.

Valores Éticos

Honestidade, justiça, respeito, obediência, competência, profissionalismo, tolerância,


confidencialidade, diligência, solidariedade representam o conjunto de ações éticas que
auxiliam os funcionários a tomarem decisões de acordo com os princípios da organização.
Quando bem estruturado, os valores éticos ilustram a maneira como a empresa administra os
negócios e consolida relações com clientes e demais parceiros. Um administrador ético só o é,
se também for um homem ético, e este valor o qualifica como íntegro, primeiro como indivíduo
e depois como profissional.

Ética Normativa12

A ética normativa pode ser definida como estudo de valores, princípios e normas de
comportamento em relação ao que é lícito ou ilícito procurando seus fundamentos e
justificativas.

Integridade

Um Agente Autônomo de Investimento (AAI) deve oferecer e proporcionar serviços com


integridade, devendo ser considerado por seus clientes como uma pessoa merecedora de
confiança plena. Normalmente, as pessoas confiam em indivíduos íntegros e desconfiam dos
que não vivem de acordo com o que acreditam, falam ou defendem.

11
Ethics, in The Encyclopaedia Britannica: a dictionary of arts, sciences, literature and general information. 11.ª ed. New York,
1911. pp. 808-845.
12
LARA, M.C.G; PENA, Roberto Patrus Mundim. A Ética na Atividade Docente da PUC Minas-Contagem. 27º Encontro da
Associação Nacional dos Programas de Pós-graduação em Administração, Atibaia/SP, 2003.

I.11
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Nas empresas existem pessoas fazem jus a confiança recebida porque mantém sua
palavra, honram seus compromissos e conservam na prática o que recomendam. Ao decidir o
que é correto e justo, o AAI deve atuar com integridade, como condição essencial. A
integridade pressupõe honestidade e sinceridade que não devem estar subordinadas a ganhos
e vantagens pessoais.

Competência

O AAI deve prestar serviços aos clientes de maneira competente, mantendo os


necessários conhecimentos e habilidades para continuar a fazê-lo nas atividades em que estiver
envolvido. Entende-se por competente aquela pessoa que atinge e mantém um nível adequado
de conhecimento e habilidade, utilizando-os na prestação de serviços aos clientes.
Competência inclui, a sabedoria para reconhecer suas limitações e suas situações em que a
consulta a outro profissional seja necessária, e também a persistência na continuação do
aprendizado, atualização e aperfeiçoamento profissional.

Profissionalismo

A conduta de um profissional em todas as questões deve refletir zelo e crença na


profissão, pois há responsabilidades concomitantes de comportamento digno com todos
aqueles que usam seus serviços profissionais. É importante que o AAI coopere com outros
profissionais para melhorar a qualidade dos serviços e manter a imagem pública da profissão.

Confidencialidade

Um profissional não deve revelar nenhuma informação confidencial do cliente sem o


seu específico conhecimento, a menos que em resposta a qualquer procedimento judicial,
inclusive, mas não limitado a, defender-se contra acusações de má prática de sua parte e/ou
em relação a uma disputa civil entre o profissional e o cliente.
Um cliente, ao buscar os serviços de um profissional, pode estar interessado em criar
um relacionamento de confiança pessoal. Este tipo de relacionamento só pode ser criado tendo
como base o entendimento de que as informações serão confidenciais.
Para prestar os serviços eficientemente e proteger a privacidade do cliente, o profissional deve
salvaguardar a confidencialidade das informações e o seu escopo de seu relacionamento com
os clientes finais.

Probidade

Significa: retidão, integridade, honestidade de caráter. Tratar os outros de maneira que


você gostaria de ser tratado e constitui o traço essencial de qualquer profissional. O AAI deve
realizar os serviços de maneira íntegra e justa para os clientes, diretores e sócios, devendo
revelar conflitos de interesses surgidos em razão da prestação dos serviços.

I.12
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Probidade requer imparcialidade, honestidade intelectual e a revelação de conflitos de


interesses. Envolve uma subordinação dos próprios sentimentos, preconceitos e desejos, de
modo a conseguir um equilíbrio adequado dos interesses conflitantes.

Diligência

Diligência é a prestação de serviços realizada em um prazo adequado ao normalmente


demandado para sua execução. Diligência também pressupõe um planejamento adequado e
sua supervisão.

Conhecimento do cliente

O AAI deve tomar todas as medidas para conhecer os clientes e suas necessidades,
devendo especialmente: documentar e confirmar a verdadeira identidade dos clientes com
quem mantenha qualquer tipo de relação profissional; documentar e confirmar qualquer
informação adicional sobre os clientes; tomar todas as medidas necessárias a fim de que não se
realizem operações com pessoas ou entidades, na qual identidade não se possa confirmar;
informações de difícil obtenção, ou informação fornecida falsa (que contenha incoerência
significativa), ou então que não caiba retificação.

I.13
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

III. Lei nº 9.613/9813; Circular BACEN 3461/0914; Instrução CVM


nº301/9915
Conceito de Crime de Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores16

De acordo com o COAF 17 (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), para


disfarçar os lucros ilícitos sem comprometer os envolvidos, a lavagem de dinheiro realiza-se por
meio de um processo dinâmico que requer: primeiro, o distanciamento dos fundos de sua
origem, evitando uma associação direta deles com o crime; segundo, o disfarce de suas várias
movimentações para dificultar o rastreamento desses recursos; e terceiro, a disponibilização do
dinheiro novamente para os criminosos depois de ter sido suficientemente movimentado no
ciclo de lavagem e poder ser considerado "limpo".
Os mecanismos mais utilizados no processo de lavagem de dinheiro envolvem em tese
essas três etapas independentes que, com frequência, ocorrem simultaneamente:

1a etapa – Colocação: objetivando ocultar sua origem, o criminoso procura


movimentar o dinheiro em países com regras mais permissivas e naqueles que
possuem um sistema financeiro liberal. A colocação se efetua por meio de
depósitos, compra de instrumentos negociáveis ou compra de bens. Para
dificultar a identificação da procedência do dinheiro, os criminosos aplicam
técnicas sofisticadas e cada vez mais dinâmicas, tais como o fracionamento dos
valores que transitam pelo sistema financeiro e a utilização de estabelecimentos
comerciais que usualmente trabalham com dinheiro em espécie.

2a. etapa – Ocultação: o objetivo é quebrar a cadeia de evidências ante a


possibilidade da realização de investigações sobre a origem do dinheiro. Os
criminosos buscam movimentá-lo de forma eletrônica, transferindo os ativos
para contas anônimas – preferencialmente, em países amparados por lei de
sigilo bancário – ou realizando depósitos em contas "fantasmas".

3a. etapa – Integração: os criminosos procuram fazer com que os ativos


sejam incorporados formalmente ao sistema econômico. As organizações
criminosas buscam investir em empreendimentos que facilitem suas atividades –
podendo tais sociedades prestarem serviços entre si. Uma vez formada a cadeia,
torna-se cada vez mais fácil legitimar o dinheiro ilegal.

13
Ver página http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9613.htm
14
Ver página https://www3.bcb.gov.br/normativo/detalharNormativo.do?N=109061238&method=detalharNormativo
15
Ver página http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=%5Cinst%5Cinst301.htm
16
Ver página https://www.coaf.fazenda.gov.br/conteudo/sobre-lavagem-de-dinheiro-1/fases
17
O COAF foi criado, no âmbito do Ministério da Fazenda, com a finalidade de disciplinar, aplicar penas administrativas,
receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas previstas na Lei, sem prejuízo da competência de
outros órgãos e entidades. O COAF deverá, ainda, coordenar e propor mecanismos de cooperação e de troca de informações que
viabilizem ações rápidas e eficientes no combate à ocultação ou dissimulação de bens, direitos e valores.

I.14
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Tipificação
Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou
propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de crime:
• de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins;
• de terrorismo e seu financiamento; (Redação dada pela Lei nº 10.701/0318)
• de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado à sua produção;
• de extorsão mediante sequestro;
• contra a Administração Pública, inclusive a exigência, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, de qualquer vantagem, como condição ou preço para a prática ou
omissão de atos administrativos;
• contra o sistema financeiro nacional;
• praticado por organização criminosa.
• praticado por particular contra a administração pública estrangeira.
Pena: reclusão de três a dez anos e multa.

Responsabilidades e Co-responsabilidades
Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou
valores provenientes de qualquer dos crimes antecedentes:
• os converte em ativos lícitos;
• os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito,
movimenta ou transfere;
• importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.

Incorre, ainda, na mesma pena quem:


• utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores que sabe serem
provenientes de qualquer dos crimes antecedentes;
• participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade
principal ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos na Lei.

A pena será aumentada de um a dois terços se o crime for cometido de forma habitual ou
por intermédio de organização criminosa. A pena será reduzida de um a dois terços e começará
a ser cumprida em regime aberto, podendo o juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la por pena
restritiva de direitos, se o autor, co-autor ou partícipe colaborar espontaneamente com as
autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais e de
sua autoria ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.

Ações Preventivas: Princípio do “Conheça seu Cliente”


O conceito do “Conheça seu Cliente” está diretamente relacionado a identificação do
cliente, de tal sorte que esta deve ser feita antes da concretização de qualquer operação. Em
caso de recusa por parte do cliente em fornecer as informações necessárias, a instituição
financeira e o agente autônomo de investimentos não deve aceitá-lo. Sugere-se que seja

18
Ver página http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.701.htm

I.15
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

utilizado um formulário de identificação, cujos documentos requisitados sejam difíceis de se


obter de forma ilegítima.
O significado do “Conheça seu Cliente” é abrangente e expressa conhecer suas
atividades e negócios, o mercado onde atua, as perspectivas desse mercado e, se possível,
quem são seus clientes e fornecedores. O princípio “conheça seu cliente” deve ser aplicado
sempre que se for analisar a capacidade financeira do cliente. Neste caso, se as informações
obtidas não forem suficientes para justificar a movimentação financeira do cliente, deve-se
fazer a comunicação de indício de lavagem de dinheiro.

Cadastro de Cliente: Informações e Atualizações Cadastrais


A lei 9.613/98 estabelece que as instituições financeiras:
• identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado, nos termos de
instruções emanadas das autoridades competentes;
• manterão registro de toda transação em moeda nacional ou estrangeira, títulos
e valores mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser
convertido em dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela autoridade
competente e nos termos de instruções por esta expedidas;
• deverão atender, no prazo fixado pelo órgão judicial competente, as requisições
formuladas pelo COAF, que se processarão em segredo de justiça.

Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa jurídica, a identificação referida deverá


abranger as pessoas físicas autorizadas a representá-la, bem como seus proprietários.
Os cadastros e registros deverão ser conservados durante o período mínimo de cinco
anos a partir do encerramento da conta ou da conclusão da transação, prazo este que poderá
ser ampliado pela autoridade competente.
O registro será efetuado também quando a pessoa física ou jurídica, seus entes ligados,
houver realizado, em um mesmo mês-calendário, operações com uma mesma pessoa,
conglomerado ou grupo que, em seu conjunto, ultrapassem o limite fixado pela autoridade
competente.
O Banco Central manterá registro centralizado formando o cadastro geral de
correntistas e clientes de instituições financeiras, bem como de seus procuradores. (Incluído
pela Lei nº 10.701, de 9.7.2003)

PPE (Pessoas Politicamente Expostas)


Consideram-se pessoas politicamente expostas os agentes públicos que desempenham
ou tenham desempenhado, nos últimos cinco anos, no Brasil ou em países, territórios e
dependências estrangeiros, cargos, empregos ou funções públicas relevantes, assim como seus
representantes, familiares e outras pessoas de seu relacionamento próximo.
No caso de clientes brasileiros, devem ser abrangidos:
• os detentores de mandatos eletivos dos Poderes Executivo e Legislativo da União;
• os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da União:
• de ministro de estado ou equiparado;
• de natureza especial ou equivalente;

I.16
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

• de presidente, vice-presidente e diretor, ou equivalentes, de autarquias, fundações


públicas, empresas públicas ou sociedades de economia mista;
• do Grupo Direção e Assessoramento Superiores (DAS), nível 6, ou equivalentes;
• os membros do Conselho Nacional de Justiça, do Supremo Tribunal Federal e dos
tribunais superiores;
• os membros do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da
República, o Vice-Procurador-Geral da República, o Procurador-Geral do Trabalho, o
Procurador-Geral da Justiça Militar, os Subprocuradores-Gerais da República e os
Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal;
• os membros do Tribunal de Contas da União e o Procurador-Geral do Ministério
Público junto ao Tribunal de Contas da União;
• os governadores de estado e do Distrito Federal, os presidentes de tribunal de
justiça, de Assembleia e Câmara Legislativa, os presidentes de tribunal e de conselho
de contas de Estado, de Municípios e do Distrito Federal;
• os prefeitos e presidentes de Câmara Municipal de capitais de Estados.

No caso de clientes estrangeiros, as instituições mencionadas devem adotar pelo menos


uma das seguintes providências:
• solicitar declaração expressa do cliente a respeito da sua classificação;
• recorrer a informações publicamente disponíveis;
• consultar bases de dados comerciais sobre pessoas politicamente expostas;
• considerar a definição constante do glossário dos termos utilizados no documento
"As Quarenta Recomendações", do Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de
Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi), não aplicável a indivíduos em
posições ou categorias intermediárias ou inferiores, segundo a qual uma pessoa
politicamente exposta é aquela que exerce ou exerceu importantes funções públicas
em um país estrangeiro, tais como, chefes de estado e de governo, políticos de alto
nível, altos servidores dos poderes públicos, magistrados ou militares de alto nível,
dirigentes de empresas públicas ou dirigentes de partidos políticos.

O prazo de cinco anos referido deve ser contado, retroativamente, a partir da data de
início da relação de negócio ou da data em que o cliente passou a se enquadrar como pessoa
politicamente exposta.
Para efeito, são considerados familiares os parentes, na linha reta, até o primeiro grau,
o cônjuge, o companheiro, a companheira, o enteado e a enteada.
No caso de relação de negócio com cliente estrangeiro que também seja cliente de
instituição estrangeira fiscalizada por entidade governamental assemelhada ao Banco Central
do Brasil, admite-se que as providências em relação às pessoas politicamente expostas sejam
adotadas pela instituição estrangeira, desde que assegurado ao Banco Central do Brasil o
acesso aos respectivos dados e procedimentos adotados.

Acompanhamento das Operações

I.17
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

As instituições devem manter registros de todos os serviços financeiros prestados e de


todas as operações financeiras realizadas com os clientes ou em seu nome.

No caso de movimentação de recursos por clientes permanentes, os registros devem


conter informações consolidadas que permitam verificar:
• a compatibilidade entre a movimentação de recursos e a atividade econômica e
capacidade financeira do cliente;
• a origem dos recursos movimentados;
• os beneficiários finais das movimentações.

O sistema de registro deve permitir a identificação:


• das operações que, realizadas com uma mesma pessoa, conglomerado financeiro ou
grupo, em um mesmo mês calendário, superem, por instituição ou entidade, em seu
conjunto, o valor de R$10.000,00 (dez mil reais);
• das operações que, por sua habitualidade, valor ou forma, configurem artifício que
objetive burlar os mecanismos de identificação, controle e registro.

As instituições devem manter registros específicos das operações de transferência de


recursos. O sistema de registro deve permitir a identificação:
• das operações referentes ao acolhimento em depósitos de Transferência Eletrônica
Disponível (TED), de cheque, cheque administrativo, cheque ordem de pagamento e
outros documentos compensáveis de mesma natureza, e à liquidação de cheques
depositados em outra instituição financeira;
• das emissões de cheque administrativo, de cheque ordem de pagamento, de ordem
de pagamento, de Documento de Crédito (DOC), de TED e de outros instrumentos
de transferência de recursos, quando de valor superior a R$1.000,00 (mil reais).

Os registros efetuados por instituição depositária devem conter, no mínimo, os dados


relativos ao valor e ao número do cheque depositado, o código de compensação da instituição
sacada, os números da agência e da conta de depósitos sacadas e o número de inscrição no CPF
ou no CNPJ do respectivo titular.
Os registros efetuados por instituição sacada devem conter, no mínimo, os dados
relativos ao valor e ao número do cheque, o código de compensação da instituição depositária,
os números da agência e da conta de depósitos depositárias e o número de inscrição no CPF ou
no CNPJ do respectivo titular, cabendo à instituição depositária fornecer à instituição sacada os
dados relativos ao seu código de compensação e aos números da agência e da conta de
depósitos depositárias.
No caso de cheque utilizado em operação simultânea de saque e depósito na própria
instituição sacada, com vistas à transferência de recursos da conta de depósitos do emitente
para conta de depósitos de terceiros, os registros devem conter, no mínimo, os dados relativos
ao valor e ao número do cheque sacado, bem como aos números das agências sacada e
depositária e das respectivas contas de depósitos.
Os registros devem conter, no mínimo, as seguintes informações:

I.18
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

• o tipo e o número do documento emitido, a data da operação, o nome e o


número de inscrição do adquirente ou remetente no CPF ou no CNPJ;
• quando pagos em cheque, o código de compensação da instituição, o número da
agência e da conta de depósitos sacadas referentes ao cheque utilizado para o
respectivo pagamento, inclusive no caso de cheque sacado contra a própria
instituição emissora dos instrumentos referidos neste artigo;
• no caso de DOC, o código de identificação da instituição destinatária no sistema
de liquidação de transferência de fundos e os números da agência, da conta de
depósitos depositária e o número de inscrição no CPF ou no CNPJ do respectivo
titular;
• no caso de ordem de pagamento:
o destinada a crédito em conta: os números da agência destinatária e da conta
de depósitos depositária;
o destinada a pagamento em espécie: os números da agência destinatária e de
inscrição do beneficiário no CPF ou no CNPJ.

Em se tratando de operações de transferência de recursos envolvendo pessoa física


residente no exterior desobrigada de inscrição no CPF, na forma definida pela Secretaria da
Receita Federal do Brasil (RFB), a identificação pode ser efetuada pelo número do respectivo
passaporte, complementada com a nacionalidade da referida pessoa e, quando for o caso, o
organismo internacional de que seja representante para o exercício de funções específicas no
País.
A identificação não se aplica às operações de transferência de recursos envolvendo
pessoa jurídica com domicílio ou sede no exterior desobrigada de inscrição no CNPJ, na forma
definida pela RFB.

Os bancos comerciais, a Caixa Econômica Federal, os bancos múltiplos com carteira


comercial ou de crédito imobiliário, as sociedades de crédito imobiliário, as sociedades de
poupança e empréstimo e as cooperativas de crédito devem manter registros específicos das
operações de depósito em espécie, saque em espécie, saque em espécie por meio de cartão
pré-pago ou pedido de provisionamento para saque.

O sistema de registro deve permitir a identificação de:


• depósito em espécie, saque em espécie, saque em espécie por meio de cartão
pré-pago ou pedido de provisionamento para saque, de valor igual ou superior a
R$100.000,00 (cem mil reais);
• depósito em espécie, saque em espécie, saque em espécie por meio de cartão
pré-pago ou pedido de provisionamento para saque, que apresente indícios de
ocultação ou dissimulação da natureza, da origem, da localização, da disposição,
da movimentação ou da propriedade de bens, direitos e valores;
• emissão de cheque administrativo, TED ou de qualquer outro instrumento de
transferência de fundos contra pagamento em espécie, de valor igual ou
superior a R$100.000,00 (cem mil reais).

I.19
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

IV. Economia
Noções Gerais
A atividade econômica de um país é mensurada através de indicadores
macroeconômicos. Entre os principais indicadores, pode-se destacar as taxas de inflação, de
desemprego, de câmbio e de juros, o nível de reservas cambiais, déficits e superávits das contas
governamentais. O estudo da situação macroeconômica é vital para o bom funcionamento da
economia, tendo em vista que os agentes econômicos são afetados direta e indiretamente pela
saúde financeira e econômica do país.

Índices e Indicadores19
Os índices de preços são números agregados que refletem os preços de uma dada cesta
de produtos. A oscilação de um determinado índice representa a variação média dos preços dos
produtos dessa cesta. Em certos casos, o índice pode refletir os preços ao consumidor, preços
ao produtor, custos de produção (p.ex. da construção civil) ou preços de exportação e
importação. Os índices mais difundidos são os índices de preços ao consumidor (IPC) e o índice
nacional de preços ao consumidor amplo (IPCA), este último é o indicador da oficial da inflação.
Os índices gerais de preços medem a variação do custo de vida de segmentos da população (a
taxa de inflação ou de deflação).
Os índices de preços podem ser utilizados:
• no cálculo do valor presente de um montante financeiro no passado, mensurando
assim o poder de compra presente. A esse cálculo o mercado dá-se o nome de
inflacionar;
• no cálculo do poder de compra que um montante financeiro presente teria no
passado. Nesse caso, dá-se o nome de deflacionar.
Em termos práticos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcançou
3.006,47 em novembro de 2009 e 3.017,59 em dezembro de 200920. A partir dos dados tem-se
que a taxa de inflação em dezembro de 2009 foi de 0,37% e que a inflação acumulada entre
dezembro de 1993 e dezembro de 2009 atingiu 2.917,59%, isto é, os preços medidos por este
indicador ficaram 30,1759 vezes maiores no período.
Teoricamente, cada consumidor tem a sua própria inflação, ou seja, os pesos das cestas
de consumo diferem entre os indivíduos. Entretanto, não seria factível calcular a inflação
individualmente. Para contornar esse fato, os institutos de pesquisas realizam uma ponderação
média das cestas de consumo, tendo como base alguns fatores pré-determinados. Há uma série
de elementos implícitos nas medidas de inflação ao consumidor, destacando-se os seguintes
fatores:
a) região/cidade e faixa de renda da população coberta;
b) pesquisa de orçamentos familiares (POF), que identifica a cesta de consumo da
população da região/cidade e da faixa de renda selecionada;
c) metodologia empregada no cálculo, de forma a combinar em uma única medida
estatística a variação do preço do conjunto de bens e dos serviços pesquisados;

19 Ver página http://www4.bcb.gov.br/pec/gci/port/focus/FAQ02-%20Índices%20de%20Preços.pdf


20 A data-base do índice é igual a 100 em dezembro de 1993

I.20
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

d) definição da periodicidade e das fontes para a coleta de preços (tipo e tamanho de


pontos comerciais, coletas de informações de preços de serviços e aluguéis, entre
outras).
Início
Índice Faixa de Área de
Instituto Índice Coleta Divulgação da
Componentes Renda Abrangência
Série
dia 16 do
mês
anterior
IPCA-
ao dia 15 2000
15
do mês
1 a 40
de
salários
referência até o dia 15
mínimos
11 maiores
IBGE do mês
regiões
subsequente
IPCA Não há metropolitanas
dia 1o. ao
dia 30 do
1979
mês de
1 a 6 referência
INPC salários
mínimos

Dia 11 do
mês
anterior Até o dia 20
IGP-10 1 a 33 ao dia 10 do mês de 1994
salários do mês referência
mínimos de
no IPC, que referência
é Dia 21 do
computado mês
IPA 12 maiores
juntamente anterior
FGV IPC regiões
com ao dia 20 Até o dia 30
INCC metropolitanas
Índices de do mês do mês de
Preços no de referência -
IGP-M Atacado referência 1a prévia 1989
(IPA) e na - 1a. até dia 10 -
Construção Prévia dia 2a prévia
Civil (INCC) 21 a 30 até dia 20
- 2a.
Prévia dia
21 a 10

I.21
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Dia 1o. ao
Até o dia 10
dia 30 do
IGP-DI do mês 1944
mês de
subsequente
referência

Dia 1o ao
Até o dia 10
IPC- Município de dia 30 do
Fipe não há 1 a 20 SM do mês 1939
Fipe São Paulo mês de
subsequente
referência

IPCA - Índice de Preço ao Consumidor Amplo


O IBGE calcula o IPCA desde 1980, sendo que o índice foi instituído com a finalidade de
corrigir as demonstrações financeiras das companhias abertas. O objetivo do IPCA é calcular as
variações dos custos com os gastos de famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários
mínimos, qualquer que seja a fonte. A pesquisa é feita nas regiões metropolitanas de Belém,
Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo,
município de Goiânia e Distrito Federal.
O IPCA vem sendo utilizado como índice oficial do governo no regime de metas de
inflação desde julho/99. Sua apuração é mensal, sendo que o seu período de coleta vai do
primeiro aos últimos dias do mês de referência.
O núcleo da inflação é uma medida menos volátil do que os índices tradicionais. Essa é
uma medida que permite uma visão do comportamento geral dos preços que exclua ou atribua
menor peso na composição do índice dos aumentos sazonais e circunstanciais, provocado por
fatores temporários ou casuais.
Os núcleos de inflação são indicadores úteis aos bancos centrais na encaminhamento da
política monetária, e particularmente para os países que adotam o regime de metas para a
inflação. No caso do Brasil, o Conselho de Política Monetária (COPOM) define a meta através da
variação do IPCA, ao mesmo tempo em que utiliza medidas de núcleo como parte de um amplo
conjunto de informações no qual baseia o processo decisório da política monetária. Essas
medidas de núcleo são divulgadas periodicamente nos documentos oficiais do Comitê de
Politica Monetária (Copom).

IGP - Índice Geral de Preços


O IGP foi criado em 1947, sendo mensurado mensalmente pela FGV (Fundação Getúlio
Vargas). O Índice Geral de Preços mede a inflação de preços da agrícolas, industriais, bens e
serviços finais.
O IGP possui três versões, o IGP-DI, o IGP-10 e o IGP-M, sendo que a distinção entre
cada um deles é o período de coleta. No caso do IGP-M, são feitas 3 apurações mensais: duas
prévias e uma de fechamento do índice. Para os outros é feita apenas uma apuração mensal. Os
IGPs são compostos pelos índices IPA (índice de preços por atacado), o IPC (índice de preços ao
consumidor) e o INCC (índice nacional de custos da construção).

I.22
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

IGP
IPA = 60% IPC = 30% INCC = 10%

IPA (Índice de Preços por Atacado)


O IPA é um índice de preços no atacado de abrangência nacional. Além do índice geral, o
IPA desdobra-se em dois conjuntos:
• segundo a origem de produção: agrícola, com peso de 24,7%%, e industrial
(incluindo extrativa mineral e de transformação), com peso de 75,3%;
• segundo o destino ou uso: bens finais (33,7%), bens intermediários (41,5%), e
matérias-primas brutas (24,8%);

O sistema de ponderações do IPA está estruturado na ponderação das séries Produtos


Agropecuários, Indústria Extrativa Mineral e Indústria de Transformação de acordo com as
participações médias destas atividades no Valor Adicionado Bruto, calculado pelo IBGE no
âmbito das Contas Nacionais.

IPC (Índice de Preços ao Consumidor)


O IPC é composto por sete grupos: alimentação; habitação; vestuário; saúde e cuidados
pessoais; educação; leitura e recreação; transportes e despesas diversas. A cesta de consumo, a
partir da qual se definiram os bens incluídos no índice e sua respectiva ponderação, foi
selecionada da Pesquisa de Orçamento Familiares - POF, elaborada pelo IBRE no biênio
2002/2003.
Até 1989, o IPC era calculado apenas para a cidade do Rio de Janeiro, abrangendo
famílias com renda entre 1 e 5 salários mínimos. A partir de janeiro de 1990, cedeu lugar ao
IPC-Br, calculado para o extrato de famílias com renda entre 1 e 33 salários mínimos, que
voltou a ser referido apenas como IPC. A pesquisa de preços se desenvolve diariamente,
cobrindo sete das principais capitais do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador,
Recife, Porto Alegre e Brasília.

INCC (índice nacional de custos da construção)


O INCC mede a evolução mensal de custos de construções habitacionais, a partir Soma
100,00 da média dos índices de sete capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte,
Salvador, Recife, Porto Alegre e Brasília). A lista de itens componentes do INCC e respectivos
pesos atualizados é feita com base em orçamentos de edificações previstas pela ABNT
(materiais e equipamentos, serviços e mão-de-obra). Além do índice geral, o INCC desdobra-se
em dois grupos: mão-de-obra (16 itens) e de materiais, equipamentos e serviços (51 itens).

IGP-M
O Índice Geral de Preços do Mercado, da FGV, também por solicitação do mercado
financeiro, é calculado da mesma forma que o IGP-DI e o IGP-10, somente diferindo no período

I.23
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

de coleta dos preços, efetuadas entre o 21° dia do mês anterior e o 20° do mês em referência e
divulgadas no dia 30. É o parâmetro de inflação do mercado financeiro. Até o Plano Real,
atualizava títulos do governo (Notas do Tesouro Nacional - NTN - séries B e C), títulos privados
como as debêntures e aluguéis comerciais e residenciais.

Índices e Indicadores

Indicadores da Atividade Econômica

PIB (Produto Interno Bruto)


A medida individual de produção mais importante numa economia é o Produto Interno
Bruto (PIB), uma estatística que visa medir o valor total de bens e serviços gerados dentro dos
limites geográficos de uma economia, em um determinado período de tempo21. O PIB do Brasil
é calculado pelo IBGE e divulgado trimestralmente.

O PIB (Y) é determinado através da seguinte equação:


Y=C+I+G+X–M
C= consumo privado
I = investimento
G= gastos do governo
X= exportações
M = importações

Produção Industrial (IBGE)


Mede o total da produção física de bens em determinado mês em diversas regiões do
país. Abrange bens de consumo (duráveis e não duráveis), bens intermediários e bens de capital.

Desemprego (IBGE)
Mede o total de pessoas desempregadas como percentagem da PEA (População
Economicamente Ativa). Com abrangência nacional, esse é o índice de desemprego oficial do
Brasil.

Indicadores Fiscais

Arrecadação de Impostos e Contribuições Federais


Resultado de toda a arrecadação de tributos e contribuições federais de um mês
medidos pela STN (Secretaria do Tesouro Nacional) e Receita Federal. Dentre os impostos e
contribuições federais mais importantes estão:
- IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)
- IR (Imposto de Renda)
- CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido)
- IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), entre outras.

21 Ver Sachs – Larrain “Macroeconomia em uma Economia Global”, Pearson, 2006.

I.24
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Resultado Primário
O cálculo do resultado primário envolve todas as esferas de governo: Governo Central
(Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência), estados, municípios e empresas estatais. O
resultado primário representa o total das arrecadações de impostos e contribuições menos os
gastos destes mesmos órgãos, sem levar em conta as despesas e receitas financeiras. Quando
as receitas excedem as despesas fala-se em superávit primário e, quando as despesas superam
as receitas fala-se em déficit primário. O resultado primário serve para avaliar o equilíbrio fiscal
de um país.

Resultado Nominal
É a soma do resultado primário com o resultado do pagamento e recebimento de juros.
Como o Brasil é um pagador líquido de juros, fala-se que o resultado nominal é o resultado
primário mais os gastos com juros. Se a soma dos dois for positiva, fala-se em superávit nominal
e se negativa, fala-se em déficit nominal.

Dívida Líquida do Setor Público


A dívida líquida do setor público é a consolidação do endividamento líquido do setor
público não financeiro e do Banco Central (BACEN) junto ao sistema financeiro (público e
privado), setor privado não financeiro e resto do mundo.

Indicadores do Setor Externo

Balança Comercial
A Balança Comercial mensura o resultado das transações de bens entre o Brasil e o resto
do mundo. As exportações são os bens vendidos ao exterior e as importações são os bens que
compramos do exterior, sendo que o resultado líquido da diferença entre exportações menos
as importações é o saldo da balança comercial.

Balança de Serviços (Serviços e Rendas)


Mede o resultado das transações de serviços entre o Brasil e o resto do mundo. Nessa
conta é computado o saldo entre nossas remessas de lucros, juros, royalties, seguros, viagens
internacionais, e aquilo que recebemos do exterior nessas mesmas categorias.

Transações Correntes
Mede o resultado de todas as nossas transações com o exterior, tanto de bens quanto
de serviços. É, na prática, a soma dos saldos da balança comercial e da balança de serviços.
Saldos negativos na conta-corrente têm de ser financiados, pois indicam que o país gastou mais
do que recebeu do exterior. Esse financiamento vem de superávits na conta de capitais ou
redução do total de reservas internacionais do país.

Conta de Capital e Financeira


Essa conta registra todo o fluxo de capitais que entram e saem do país. Passam também
por essa conta os investimentos estrangeiros diretos.

I.25
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Resultado do Balanço de Pagamentos


Essa conta representa a soma da conta-corrente e da conta de capitais. Caso haja um
déficit no Balanço de Pagamentos esse será automaticamente financiado com perda de
reservas num regime de câmbio fixo ou com ajustes na cotação da moeda num câmbio
flutuante.

Fonte: Banco Central do Brasil

I.26
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Reservas Internacionais
Correspondem ao total de reservas em moeda estrangeira detidas pelo BACEN. As
reservas aumentam quando o BACEN compra moeda estrangeira e diminuem quando ele as
vende. As reservas também podem aumentar ou diminuir devido a empréstimos ou
pagamentos de empréstimos a organismos internacionais.

Dívida Externa
Total dos passivos externos tanto privados quanto públicos

Taxa de Juros
As taxas de juros resultam das relações entre a oferta e a demanda de recursos
financeiros dentro de uma economia. A taxa de juros tem influência não somente sobre o
mercado monetário, mas também sobre o lado real da economia, sendo considerado um
importante mecanismo de gestão da política monetária. O governo controla a taxa de juros
através do depósito compulsório, das operações com títulos públicos e das taxas de redesconto.
A taxa de juros pode ser a expressão de tudo aquilo que pode ser acrescido ao valor
principal, podendo ser pós-fixada no caso do percentual ser atrelado a uma taxa futura ou
prefixada caso a taxa seja fixada no momento da transação. Assim, podem ser denominadas
prefixadas todas as taxas de juros com prazo e taxa definidos no ato da operação, ou seja, sabe-
se antecipadamente o valor do resgate na data estipulada anteriormente, independente de
oscilação da inflação ou outros fatores que possam vir a alterar as taxas praticadas no ato da
operação. Por outro lado, serão consideradas pós-fixadas as operações onde só se sabe o valor
de resgate no dia do vencimento, ficando assim sujeitas às flutuações de taxas praticadas
diariamente, e a todas as situações político-econômicas ocorridas dentro do período da
operação. O pós-fixado rende juros mais "correção monetária" (p.ex. TR e IGP-M).
Denomina-se taxa de juros nominal, a taxa contratada que irá atualizar certa
aplicação ou dívida. A taxa de juros real, por sua vez, é a taxa nominal descontada da
variação da inflação no mesmo período.

TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo)


A Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)
e divulgada até o último dia útil do trimestre imediatamente anterior ao de sua vigência. Tem
período de vigência de um trimestre-calendário e é calculada a partir dos seguintes parâmetros:
I - Meta de inflação calculada pro-rata para os doze meses seguintes ao primeiro mês de
vigência da taxa, baseada nas metas anuais fixadas pelo CMN.
II - Prêmio de risco.

Prime Rate
Taxa de juros básica utilizada por bancos comerciais norte-americanos em empréstimos
para clientes preferenciais.

I.27
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Taxa de Juros Libor (London Interbank Offered Rate)


É a taxa de juros praticada no mercado interbancário londrino. A Libor é normalmente
utilizada no Brasil nas operações financeiras internacionais e nas operações de comércio
internacional (trade finance) – envolvendo importação e exportação de bens e serviços.

Taxa de Risco do País


Indicador de uma taxa de juros anual linear calculado com base nos níveis de
remuneração praticados no mercado secundário de títulos da dívida externa pública de alguns
países emergentes. Usualmente é expressa em pontos base (cada ponto base equivale a 0,01%).
A grosso modo indica o quanto a mais de juros anuais (em relação às taxas básicas de juros dos
países desenvolvidos) está sendo exigido das captações de recursos feitas pelos países
emergentes, em função da percepção do mercado em relação ao risco desses empréstimos não
serem honrados pelo emissor dos títulos.

Taxa de Juros Selic (Selic Over)


A taxa Over/SELIC é um indicador diário da taxa de juros. Constitui-se na taxa média
ajustada do financiamento diário lastreado em títulos do governo federal, calculado no Sistema
Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) e publicada pelo Banco Central do Brasil.

Taxa Referencial (TR)


Taxa referencial de juros calculada e divulgada diariamente pelo BACEN. É a taxa que
define o rendimento das Cadernetas de Poupança e dos empréstimos do Crédito Rural e do
SFH (Sistema Financeiro de Habitação). É usada, também, como referência de vários contratos,
entre eles os de pagamento a prazo e de seguros em geral. É apurada com base na TBF (Taxa
Básica Financeira).A TBF (Taxa Básica Financeira) e a TR (Taxa Referencial) são calculadas a
partir da remuneração mensal média dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixados,
com prazo entre 30 e 35 dias, praticada por uma amostradas 30 maiores instituições financeiras
- em termos de volume de captação. Para cada dia do mês - dia de referência - o BACEN calcula
e divulga a TBF, para o período de um mês com início no próprio dia de referência e término no
seu correspondente do mês seguinte. Para cada TBF obtida, o BACEN calcula a correspondente
TR, pela aplicação de um redutor (Art. 5º da Resolução CMN n° 2.809/00).

I.28
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

V. Sistema Financeiro Nacional


Composição e Regulação Governamental

O Sistema Financeiro Nacional (SFN) está alicerçado em um conjunto de instituições que


estabelecem as condições necessárias para a sustentação de um fluxo de recursos entre os
agentes deficitários e superavitários. A lei nº 4.59522 de 1964 dividiu a estrutura funcional do
Sistema Financeiro Nacional (SFN) nos seguintes moldes: primeiro, uma esfera normativa, que
congrega os órgãos normativos e de supervisão; e segundo, a esfera operativa, que é
constituída por instituições financeiras, administradoras de consórcios, demais instituições
autorizadas a funcionar ou operar pelo Banco Central do Brasil, entidades auxiliares e empresas
regulamentadas e fiscalizadas por outras autoridades supervisoras.
As instituições financeiras, tanto públicas quanto privadas, distinguem-se das demais
por terem como atividade principal, ou acessória, a captação, a intermediação ou a aplicação
de recursos financeiros próprios ou de terceiros, ou pela custódia de valores de propriedade de
terceiros.
O subsistema normativo é constituído por:
• órgãos normativos, responsáveis pelo estabelecimento de políticas e normas
aplicáveis ao SFN; e
• entidades supervisoras, responsáveis pela execução das políticas e normas
estabelecidas pelos órgãos normativos, bem como pela fiscalização das
instituições participantes do SFN.
Os órgãos normativos do SFN são:
• Conselho Monetário Nacional (CMN), que é órgão responsável pela definição das
diretrizes das políticas monetária, creditícia e cambial;
• Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), que é o órgão responsável por
fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados; e
• Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), que é o orgão
responsável pela regulação do regime de previdência complementar operado
pelas entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão).

22https://www3.bcb.gov.br/gmn/visualizacao/listarDocumentosManualPublico.do?method=visualizarDocumentoInicial&itemMa
nualId=3461

I.29
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Orgãos Entidades
Operadores
normativos supervisoras
Demais
Instituições instituições
Banco Central do financeiras financeiras
Brasil - Bacen captadoras de
Conselho depósitos à vista Bancos de Outros intermediários
Monetário Câmbio financeiros e administradores
Nacional - de recursos de terceiros
Comissão de
CMN Bolsas de
Valores Bolsas de
mercadorias e
Mobiliários - valores
futuros
CVM

Conselho
Entidades
Nacional de Superintendência Sociedades
Sociedades abertas de
Seguros de Seguros Resseguradores de
seguradoras previdência
Privados - Privados - Susep capitalização
complementar
CNSP

Conselho Superintendência
Nacional de Nacional de
Entidades fechadas de previdência complementar
Previdência Previdência
Complementar Complementar -
- CNPC PREVIC
(fundos de pensão)

A cada órgão normativo, estão vinculadas as seguintes entidades supervisoras:


• CMN: Banco Central do Brasil (Bacen) e Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
• CNSP: Superintendência de Seguros Privados (Susep); e
• CNPC: Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).
O subsistema operativo abrange:
• instituições financeiras bancárias: bancos, Caixa Econômica Federal (CEF) e
cooperativas de crédito;
• instituições financeiras não bancárias: agências de fomento, associações de
poupança e empréstimo, companhias hipotecárias, e sociedades de crédito,
financiamento e investimento, de crédito imobiliário, de crédito ao
microempreendedor e de arrendamento mercantil;
• instituições que operam no mercado de capitais, incluindo-se as sociedades
corretoras e as sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários, e
bolsas de valores e de mercadorias e futuros;
• instituições que operam no mercado de câmbio, incluindo-se as corretoras de
câmbio, agências de turismo e meios de hospedagem autorizados e
administradoras de cartões de crédito de validade internacional;

I.30
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

• sociedades seguradoras e de capitalização e entidades de previdência privada,


ligadas aos Sistemas de Previdência e Seguros;
• entidades administradoras de recursos de terceiros, como aquelas que
gerenciam os fundos de investimento e as administradoras de consórcio; e
• entidades prestadoras de serviços financeiros regulamentados, como os de
compensação e de liquidação e custódia de títulos, em apoio aos mercados
financeiros.
• Esses tipos de instituições autorizadas a operar no SFN, bem como os respectivos
órgãos normativos e entidades supervisoras, estão detalhadas no sítio eletrônico
do Banco Central do Brasil.

Conselho Monetário Nacional (CMN)


O Conselho Monetário Nacional (CMN), que foi instituído pela Lei 4.595, de 31 de
dezembro de 1964, é o órgão responsável por expedir diretrizes gerais a respeito do
funcionamento do SFN. Integram o CMN o Ministro da Fazenda (Presidente), o Ministro do
Planejamento, Orçamento e Gestão e o Presidente do Banco Central do Brasil. As suas
principais funções são:
• adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia;
• regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de
pagamentos;
• orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras;
• propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros;
• zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
• coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública
interna e externa.

Banco Central do Brasil (BACEN)


O Banco Central do Brasil (Bacen) é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda,
que também foi criada pela Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964. É o principal executor das
orientações do Conselho Monetário Nacional e responsável por garantir o poder de compra da
moeda nacional, tendo por objetivos: zelar pela adequada liquidez da economia; manter as
reservas internacionais em nível adequado; estimular a formação de poupança; zelar pela
estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema financeiro. Dentre suas
atribuições estão:
• emitir papel-moeda e moeda metálica;
• executar os serviços do meio circulante;
• receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições
financeiras e bancárias;
• realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras;
• regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis;
• efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais;

I.31
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

• exercer o controle de crédito; exercer a fiscalização das instituições


financeiras;
• autorizar o funcionamento das instituições financeiras;
• estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas
instituições financeiras;
• vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de
capitais e controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país.

Sua sede fica em Brasília, capital do País, e tem representações nas capitais dos Estados
do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco,
Ceará e Pará.

Comissão de Valores Mobiliários (CVM)23

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também é uma autarquia vinculada ao


Ministério da Fazenda, instituída pela Lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976. É responsável por
regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários do país. Para
este fim, exerce as funções de: assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de
bolsa e de balcão; proteger os titulares de valores mobiliários; evitar ou coibir modalidades de
fraude ou manipulação no mercado; assegurar o acesso do público a informações sobre valores
mobiliários negociados e sobre as companhias que os tenham emitido; assegurar a observância
de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários; estimular a formação de
poupança e sua aplicação em valores mobiliários; promover a expansão e o funcionamento
eficiente e regular do mercado de ações e estimular as aplicações permanentes em ações do
capital social das companhias abertas. Mais informações poderão ser encontradas no
endereço:www.cvm.gov.br

Lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976 alterações


LEI No 10.411, DE 26 DE FEVEREIRO DE 2002:

Art. 5o - É instituída a Comissão de Valores Mobiliários, entidade autárquica em regime especial,


vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada
de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato
fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária.

Objetivos

De acordo com FORTUNA (2011, p.24), os objetivos fundamentais da CVM ficam


caracterizados como o do fortalecimento do mercado de ações e dos demais valores
mobiliários, através do(a):
• estímulo à aplicação de poupança no mercado acionário;

23
http://www.bcb.gov.br/?SFNCOMP

I.32
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

• garantia do funcionamento eficiente e regular das bolsas de valores e


instituições auxiliares que operem neste mercado;
• proteção aos titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e
outros tipos de atos ilegais que manipulem preços de valores mobiliários nos
mercados primários e secundários de ações;
• fiscalização da emissão, do registro, da distribuição e da negociação de
títulos emitidos pelas sociedades anônimas de capital aberto.
A Comissão de Valores Mobiliários será administrada por um Presidente e quatro
Diretores, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovados pelo Senado Federal,
dentre pessoas de ilibada reputação e reconhecida competência em matéria de mercado de
capitais.
1o O mandato dos dirigentes da Comissão será de cinco anos, vedada a recondução,
devendo ser renovado a cada ano um quinto dos membros do Colegiado.
2o Os dirigentes da Comissão somente perderão o mandato em virtude de renúncia, de
condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar.
3o Sem prejuízo do que preveem a lei penal e a lei de improbidade administrativa, será
causa da perda do mandato a inobservância, pelo Presidente ou Diretor, dos deveres e das
proibições inerentes ao cargo.
4o Cabe ao Ministro de Estado da Fazenda instaurar o processo administrativo
disciplinar, que será conduzido por comissão especial, competindo ao Presidente da República
determinar o afastamento preventivo, quando for o caso, e proferir o julgamento.
5o No caso de renúncia, morte ou perda de mandato do Presidente da Comissão de
Valores Mobiliários, assumirá o Diretor mais antigo ou o mais idoso, nessa ordem, até nova
nomeação, sem prejuízo de suas atribuições.
6o No caso de renúncia, morte ou perda de mandato de Diretor, proceder-se-á à nova
nomeação pela forma disposta nesta Lei, para completar o mandato do substituído.

Compete à Comissão de Valores Mobiliários:


• emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado;
• negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários;
• negociação e intermediação no mercado de derivativos;
• organização, funcionamento e operações das Bolsas de Valores;
• organização, funcionamento e operações das Bolsa de Mercadorias e
Futuros;
• administração de carteiras e custodias de valores mobiliários;
• auditoria das companhias abertas;
• serviços de consultor e analista de valores mobiliários.

Redefiniram-se os valores mobiliários sujeitos ao regime da nova Lei, como sendo:


• as ações, debêntures e bônus de subscrição;
• os cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramento
relativos aos valores mobiliários;
• os certificados de depósito de valores mobiliários;

I.33
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

• as cédulas de debêntures;
• as cotas de fundos de investimento em valores mobiliários ou de clubes de
investimento em quaisquer ativos;
• as notas comerciais;
• os contratos futuros, de opções e outros derivativos, cujos ativos subjacentes
sejam valores mobiliários;
• outros contratos derivativos, independentemente dos ativos subjacentes; e,
• quando ofertados publicamente, quaisquer outro títulos ou contratos de
investimento coletivo, que gerem direito de participação, de parceria ou de
remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos
rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros.

Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)

Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) - órgão responsável por fixar as diretrizes
e normas da política de seguros privados; é composto pelo Ministro da Fazenda (Presidente),
representante do Ministério da Justiça, representante do Ministério da Previdência Social,
Superintendente da Superintendência de Seguros Privados, representante do Banco Central do
Brasil e representante da Comissão de Valores Mobiliários. Dentre as funções do CNSP estão:
regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem atividades
subordinadas ao SNSP, bem como a aplicação das penalidades previstas; fixar as características
gerais dos contratos de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro;
estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro; prescrever os critérios de
constituição das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada
Aberta e Resseguradores, com fixação dos limites legais e técnicos das respectivas operações e
disciplinar a corretagem de seguros e a profissão de corretor.

Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC)

Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) é um órgão colegiado que


integra a estrutura do Ministério da Previdência Social e cuja competência é regular o regime
de previdência complementar operado pelas entidades fechadas de previdência complementar
(fundos de pensão). Mais informações poderão ser encontradas no endereço
www.previdenciasocial.gov.br

BSM24
Criada em 2007, a BM&FBOVESPA Supervisão de Mercados (BSM) atua na fiscalização
do mercado de valores mobiliários, cuja integridade busca fortalecer. A BSM foi desenhada à
luz dos melhores padrões internacionais de supervisão e fiscalização privada dos mercados de
bolsa; e dos marcos de excelência regulatória pública dos mercados de valores mobiliários,
mundialmente reconhecidos. Aliás, já a partir de sua constituição, a BSM sempre esteve

24
http://www.bsm-autorregulacao.com.br/

I.34
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

perfeitamente adequada aos princípios e às regras da Instrução CVM nº 461/07, que disciplina
os mercados regulamentados de valores mobiliários.
Desta maneira, a BSM sempre atuou como órgão auxiliar da CVM no que concerne à
regulação dos mercados da bolsa. Antes, só cuidava do que agora se chama “segmento”
Bovespa (mercado de ações). A partir de 2008, com a completa integração das antigas bolsas,
Bovespa e BM&F, a BSM passou a responder também pela regulação do “segmento” BM&F
(mercados de commodities e futuros), contando com pessoal qualificado a supervisionar cada
um desses mercados. Hoje a BSM, o que faz, então, é a autorregulação de todos os mercados
da BM&FBOVESPA.
Na verdade, a Instrução CVM nº 461/07 determina que a BM&FBOVESPA deve
estabelecer mecanismos e procedimentos eficazes para que a BSM fiscalize a observância de
suas regras e normas de conduta, bem como da regulamentação vigente, de maneira a
identificar violações, condições anormais de negociação ou comportamentos suscetíveis de por
em risco a regularidade de funcionamento, a transparência e a credibilidade do mercado. Assim,
a eficiência da autorregulação praticada pela BSM é exigida pela Instrução, possibilitada pela
Bolsa e, certamente, desejada pelo mercado.
Um dos múltiplos instrumentos que permitem que a BSM possa cumprir suas funções
de autorregulação é a administração do Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízos, o MRP,
igualmente instituído por aquela Instrução, em substituição ao antigo Fundo de Garantia da
Bovespa e à similar provisão financeira da BM&F.
O MRP é um mecanismo constituído para o exclusivo benefício dos investidores.
Administrado pela BSM, trata-se de um ágil meio de cobertura dos prejuízos sofridos por
investidores em razão de ações ou omissões dos intermediários. Porque os investidores que se
sentirem prejudicados só o que têm a fazer é reclamar à BSM, justificadamente, o
ressarcimento de seus prejuízos pelo MRP. E se os investidores tiverem razão, serão
imediatamente indenizados. Até o máximo possível, previsto na legislação. Uma ótima garantia,
especialmente para o pequeno investidor.

Em suma, as responsabilidades da BSM são:

• fiscalizar e supervisionar os participantes do mercado e a própria BM&FBOVESPA;


• identificar violações à legislação e à regulamentação vigentes, condições anormais
de negociação ou comportamentos que possam colocar em risco a regularidade de
funcionamento, a transparência e a credibilidade do mercado;
• instaurar e conduzir processos administrativos disciplinares; penalizar os que
cometem irregularidades; e
• administrar o Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízos (MRP).

I.35
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

VI. Instituições e Intermediadores Financeiros – 5,00%


A Lei n° 4595/64 dispõe em seu artigo 17 (anexo 1) - “Consideram-se instituições
financeiras, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que
tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos
financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor
de propriedade de terceiros.” O exercício da atividade financeira no Brasil está sujeito à
autorização e regulamentação governamental. Conforme a origem dos recursos que compõem
seu capital, as instituições financeiras dividem-se em públicas e privadas, conforme a seguir:

Públicas:

o Federais: constituídas com sede no país, com controle direto ou indireto pela União.
o Estaduais: instituições cuja maioria do capital votante seja detida, de forma direta ou
indireta, por um ou mais estados da federação.

Privadas:

o Nacionais: caracterizadas pelo fato de a maioria do capital votante ser de titularidade de


pessoas físicas e/ou jurídicas domiciliadas e residentes no Brasil.
o Nacionais com participação estrangeira: instituições que tenham direta e/ou
indiretamente, participação estrangeira superiora 10% e até 50% de seu capital votante
o Nacionais com controle estrangeiro: instituições cuja maioria do capital votante tenha,
direta ou indiretamente, controle estrangeiro.
o Estrangeiras: filiais instaladas no Brasil de bancos com sede no exterior.

Classificação
As instituições financeiras que operam no mercado são classificadas segundo a natureza
dos ativos que emitem e os tipos de operações que estão autorizadas a realizar. Segundo o
ativo bancário e não bancário; segundo as operações: crédito e distribuidoras.
As instituições de crédito classificadas como bancárias (ou monetárias) são os bancos
comerciais e o Banco Central, que são responsáveis pela oferta de moedas. O Banco Central
emite papel moeda (moeda legal), a qual, uma vez em poder do público, vai constituir, com os
depósitos à vista nos bancos comerciais, os meios de pagamento da economia.
Os ativos financeiros podem também ser classificados em ativos financeiros monetários
e ativos financeiros não monetários. No caso brasileiro: a) papel moeda em poder do público
mais depósito a vista; b) não monetários: todos os demais - letras de câmbio, duplicatas,
depósito de poupança, certificados de depósito a prazo, etc.

I.36
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Conceituação25

Bancos Comerciais
Os bancos comerciais são instituições financeiras privadas ou públicas que têm como
objetivo principal proporcionar suprimento de recursos necessários para financiar, a curto e a
médio prazos, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e
terceiros em geral. A captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade
típica do banco comercial, o qual pode também captar depósitos a prazo. Deve ser constituído
sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação social deve constar a expressão
"Banco" (Resolução CMN 2.099, de 1994).
Instituição financeira regulada e fiscalizada pelo BACEN, cujo objetivo é proporcionar o
suprimento de recursos para financiar, a curto e médio prazo, o comércio, a indústria, as
empresas e pessoas físicas. Esses bancos podem: descontar títulos, realizar operações de
abertura de crédito simples ou em conta corrente, realizar operações especiais, inclusive de
crédito rural, de câmbio e comércio internacional, captar depósitos à vista e a prazo, emitir CDB
e RDB, efetuar cobrança de títulos, arrecadar tributos e tarifas públicas, realizar empréstimos
para giro da atividade produtiva (capital de giro, salários, etc.), obter recursos junto a
instituições oficiais para repasse aos clientes, obter recursos externos para repasses, efetuar
apresentação de serviços diretamente ou em convênio com outras instituições.

Bancos de Investimentos26
Os bancos de investimento são instituições financeiras privadas especializadas em
operações de participação societária de caráter temporário, de financiamento da atividade
produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e de administração de recursos de terceiros.
Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima e adotar, obrigatoriamente, em sua
denominação social, a expressão "Banco de Investimento". Não possuem contas correntes e
captam recursos via depósitos a prazo, repasses de recursos externos, internos e venda de
cotas de fundos de investimento por eles administrados. As principais operações ativas são
financiamento de capital de giro e capital fixo, subscrição ou aquisição de títulos e valores
mobiliários, depósitos interfinanceiros e repasses de empréstimos externos (Resolução CMN
2.624, de 1999).
Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima e adotar, obrigatoriamente,
em sua denominação social, a expressão "Banco de Investimento". Não possuem contas
correntes.
Aos bancos de investimento é facultado, além da realização das atividades inerentes à
consecução de seus objetivos:
I - praticar operações de compra e venda, por conta própria ou de terceiros, de metais
preciosos, no mercado físico, e de quaisquer títulos e valores mobiliários, nos mercados
financeiros e de capitais;

25
Ver página http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/bc.asp
26
Ver página http://www.cnb.org.br/CNBV/resolucoes/res2624-1999.htm

I.37
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

II - operar em bolsas de mercadorias e de futuros, bem como em mercados de balcão


organizados, por conta própria e de terceiros;
III - operar em todas as modalidades de concessão de crédito para financiamento de
capital fixo e de giro;
IV - participar do processo de emissão, subscrição para revenda e distribuição de títulos
e valores mobiliários;
V - operar em câmbio, mediante autorização específica do Banco Central do Brasil;
VI - coordenar processos de reorganização e reestruturação de sociedades e
conglomerados, financeiros ou não, mediante prestação de serviços de consultoria,
participação societária e/ou concessão de financiamentos ou empréstimos;
VII - realizar outras operações autorizadas pelo Banco Central do Brasil.
Os bancos de investimento podem empregar em suas atividades, além de recursos
próprios, os provenientes de:
I - depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado;
II - recursos oriundos do exterior, inclusive por meio de repasses interbancários;
III - repasse de recursos oficiais;
IV - depósitos interfinanceiros;
V - outras formas de captação autorizadas pelo Banco Central do Brasil.
Art. 3º - Os bancos de investimento podem manter contas, sem juros e não
movimentáveis por cheque, relativas a recursos de terceiros:
I - recebidos para aplicação em títulos e valores mobiliários e outros ativos financeiros
e/ou modalidades operacionais disponíveis nos mercados financeiro e de capitais, referentes à
movimentação dessas aplicações;
II - vinculados à execução de suas operações ativas ou relacionadas com a prestação de
serviços.

Bancos Múltiplos27
Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas que realizam as
operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições financeiras, por intermédio das
seguintes carteiras: comercial, de investimento e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário,
de arrendamento mercantil e de crédito, financiamento e investimento. Essas operações estão
sujeitas às mesmas normas legais e regulamentares aplicáveis às instituições singulares
correspondentes às suas carteiras. A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada
por banco público. O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras,
sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e ser organizado sob a
forma de sociedade anônima. As instituições com carteira comercial podem captar depósitos à
vista. Na sua denominação social deve constar a expressão "Banco" (Resolução CMN 2.099, de
1994).
O banco múltiplo deverá constituir-se com, no mínimo, duas das seguintes carteiras,
sendo uma delas obrigatoriamente comercial ou de investimento:
I - Comercial;

27
Ver páginas http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/bm.asp e http://www.cnb.org.br/CNBV/resolucoes/res2099-1994.htm

I.38
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

II - De investimento e/ou de desenvolvimento, a última exclusiva para bancos


públicos;
III - De crédito imobiliário;
IV - De crédito, financiamento e investimento; e
V - De arrendamento mercantil.
As operações realizadas por banco múltiplo estão sujeitas às mesmas normas legais e
regulamentares aplicáveis às instituições singulares correspondentes às suas carteiras,
observado o disposto no artigo 35, inciso I, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964.
Não há vinculação entre as fontes de recursos captados e as aplicações do banco
múltiplo, salvo os casos previstos em legislação e regulamentação específicas.
É vedado ao banco múltiplo emitir debêntures.

Caixa Econômica Federal28


A Caixa Econômica Federal, criada em 1861, está regulada pelo Decreto-Lei 759, de 12
de agosto de 1969, como empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda. Trata-se de
instituição assemelhada aos bancos comerciais, podendo captar depósitos à vista, realizar
operações ativas e efetuar prestação de serviços. Uma característica distintiva da Caixa é que
ela prioriza a concessão de empréstimos e financiamentos a programas e projetos nas áreas de
assistência social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos e esporte. Pode operar com
crédito direto ao consumidor, financiando bens de consumo duráveis, emprestar sob garantia
de penhor industrial e caução de títulos, bem como tem o monopólio do empréstimo sob
penhor de bens pessoais e sob consignação e tem o monopólio da venda de bilhetes de loteria
federal. Além de centralizar o recolhimento e posterior aplicação de todos os recursos oriundos
do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), integra o Sistema Brasileiro de Poupança e
Empréstimo (SBPE) e o Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Mais informações poderão ser
encontradas no endereço: www.caixa.gov.br

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)29


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), criado em 1952
como autarquia federal, foi enquadrado como uma empresa pública federal, com
personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio, pela Lei 5.662, de 21 de junho
de 1971. O BNDES é um órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior e tem como objetivo apoiar empreendimentos que contribuam para o
desenvolvimento do país. Suas linhas de apoio contemplam financiamentos de longo prazo e
custos competitivos, para o desenvolvimento de projetos de investimentos e para a
comercialização de máquinas e equipamentos novos, fabricados no país, bem como para o
incremento das exportações brasileiras. Contribui, também, para o fortalecimento da estrutura
de capital das empresas privadas e desenvolvimento do mercado de capitais. A BNDESPAR,
subsidiária integral, investe em empresas nacionais através da subscrição de ações e
debêntures conversíveis. O BNDES considera ser de fundamental importância, na execução de

28
Ver página http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/cef.asp

29
Ver página http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/bndes.asp

I.39
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

sua política de apoio, a observância de princípios ético-ambientais e assume o compromisso


com os princípios do desenvolvimento sustentável. As linhas de apoio financeiro e os
programas do BNDES atendem às necessidades de investimentos das empresas de qualquer
porte e setor, estabelecidas no país. A parceria com instituições financeiras, com agências
estabelecidas em todo o país, permite a disseminação do crédito, possibilitando um maior
acesso aos recursos do BNDES. Mais informações poderão ser encontradas no endereço:
www.bndes.gov.br

Planejamento Corporativo 2009/2014


Em 2008, o BNDES concluiu o processo de construção do seu Planejamento Corporativo,
que define as diretrizes de atuação para o período de 2009 a 2014. Além da elaboração da
estratégia do Banco para os próximos dois triênios, o processo pretende internalizar o
planejamento como rotina permanente da organização.
Assim o BNDES delimitou o escopo de sua atuação e definiu a sua missão: promover o
desenvolvimento sustentável e competitivo da economia brasileira, com geração de emprego e
redução das desigualdades sociais e regionais.
Paralelamente, o Banco definiu sua visão, que delineia a situação futura desejada para a
instituição, balizando seus objetivos de longo prazo. A visão do BNDES é ser o banco do
desenvolvimento do Brasil, instituição de excelência, inovadora e proativa ante os desafios da
nossa sociedade.
Nesses termos, o BNDES se compromete com o desenvolvimento da sociedade
brasileira em uma concepção integrada, que inclui, de forma explícita, as dimensões social,
regional e ambiental.

Temas transversais30
Para que os objetivos sejam alcançados de forma consistente, o Planejamento
Corporativo BNDES 2009-2014 envolveu a alta direção, gerentes e técnicos de todas as áreas do
Banco em um esforço de avaliação da situação atual, da dinâmica social e econômica
contemporânea, e análise das tendências de mercado, da competição e do progresso técnico,
associadas às várias atividades econômicas em que o Banco está envolvido. Além de reafirmar
seu compromisso histórico com o fortalecimento dos sistemas produtivos e o desenvolvimento
da infraestrutura, o Banco elegeu quatro temas transversais que devem constituir novos
desafios para fomento:
i) a inovação, através do apoio às atividades de P&D, engenharia e gestão da inovação,
entre outros itens ligados à capacitação técnica e gerencial;
ii) o desenvolvimento local e regional, fomentando investimentos integrados em
diferentes escalas territoriais e diferentes institucionalidades (APLs, entorno de grandes
projetos, cidades-polo, bacias hidrográficas), apoiando políticas integradas de desenvolvimento
urbano e priorizando regiões menos desenvolvidas;
iii) o desenvolvimento socioambiental, apoiando projetos que primem pelo
desenvolvimento sustentável (crescimento econômico, bem-estar social e preservação do meio

30
Ver página
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/O_BNDES/A_Empresa/planejamento_corporativo.html

I.40
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

ambiente), investimentos em energias renováveis e eficiência energética, em recuperação de


passivos ambientais e em desenvolvimento de tecnologias e serviços ambientais;
iv) o desenvolvimento no Entorno de Projetos, promovendo as oportunidades de
desenvolvimento econômico e social nas áreas de influência de projetos, por meio do apoio
coordenado a ações e investimentos de natureza diversa. Visando potencializar a atividade
produtiva, geração de empregos, geração de receitas e externalidades sociais e ambientais dos
projetos apoiados pelo BNDES.

Cooperativas de Crédito
As cooperativas de crédito se dividem em: singulares, que prestam serviços financeiros
de captação e de crédito apenas aos respectivos associados, podendo receber repasses de
outras instituições financeiras e realizar aplicações no mercado financeiro; centrais, que
prestam serviços às singulares filiadas, e são também responsáveis auxiliares por sua
supervisão; e confederações de cooperativas centrais, que prestam serviços a centrais e suas
filiadas. Observam, além da legislação e normas gerais aplicáveis ao sistema financeiro: a Lei
Complementar nº 130, de 17 de abril de 2009, que institui o Sistema Nacional de Crédito
Cooperativo; a Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971, que institui o regime jurídico das
sociedades cooperativas; e a Resolução nº 3.859, de 27 de maio de 2010, que disciplina sua
constituição e funcionamento. As regras prudenciais são mais estritas para as cooperativas cujo
quadro social é mais heterogêneo, como as cooperativas de livre admissão.
As cooperativas de crédito observam, além da legislação e normas do sistema financeiro,
a Lei 5.764, de 16 de dezembro de 1971, que define a política nacional de cooperativismo e
institui o regime jurídico das sociedades cooperativas. Atuando tanto no setor rural quanto no
urbano, as cooperativas de crédito podem se originar da associação de funcionários de uma
mesma empresa ou grupo de empresas, de profissionais de determinado segmento, de
empresários, ou mesmo adotar a livre admissão de associados em uma área determinada de
atuação, sob certas condições. Devem adequar sua área de ação às possibilidades de reunião,
controle, operações e prestações de serviços. Estão autorizados a realizar operações de
captação por meio de depósito à vista e a prazo (sem emissão de certificados - os RDB’s),
somente a associados, por meio de desconto de títulos, empréstimos, financiamentos, e
realizar aplicação de recursos no mercado financeiro (Resoluções CMN n° 344/07e n° 3454/07).
31

Também podem atuar na distribuição de cotas de fundos de investimentos abertos.


Neste caso, devem observaras regulamentações do BACEN e da CVM nas respectivas áreas de
competência. Nesse sentido, de acordo com a Resolução CMN n° 3309/05, até 30 de junho de
2008, todos os empregados da cooperativa que atuam no atendimento a clientes e usuários da
instituição em atividades relacionadas com a distribuição e mediação de títulos e valores
mobiliários devem ser considerados aptos por meio de exame de certificação, organizado por
entidade de reconhecida capacidade técnica. Também nesse sentido, a IN CVM n° 424/05
determinou que até 30de junho de 2008, as cooperativas de crédito só poderão realizar a
distribuição de fundos classificados como de curto prazo, referenciados e de renda fixa, vedada
a distribuição daqueles que cobrem taxa de performance ingresso ou saída. Essa IN da CVM

31
Ver página http://pt.scribd.com/doc/49613649/7/INSTITUICOES-E-INTERMEDIADORES-FINANCEIROS

I.41
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

também estabelece que as cooperativas de crédito que desejarem distribuir cotas de outros
tipos de fundos antes de 30 de junho de 2008, deverão atingir índice de 100% de certificação de
seus empregados acima mencionados e solicitar à CVM autorização.

Sociedades de Crédito Imobiliário32

As sociedades de crédito imobiliário são instituições financeiras criadas pela Lei 4.380,
de 21 de agosto de 1964, para atuar no financiamento habitacional. Constituem operações
passivas dessas instituições os depósitos de poupança, a emissão de letras e cédulas
hipotecárias e depósitos interfinanceiros. Suas operações ativas são: financiamento para
construção de habitações, abertura de crédito para compra ou construção de casa própria,
financiamento de capital de giro a empresas incorporadoras, produtoras e distribuidoras de
material de construção. Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima, adotando
obrigatoriamente em sua denominação social a expressão "Crédito Imobiliário". (Resolução
CMN 2.735, de 2000).
As sociedades de crédito imobiliário são instituições financeiras, constituídas sob a
forma de sociedade anônima, integrantes do SFN, especializadas em operações de
financiamento imobiliário, atualmente regulamentadas pela Resolução CMN n° 2735/00.As
SCI’s podem, além de realizar as atividades inerentes à consecução de seus objetivos, operar
em todas as modalidades admitidas nas normas relativas ao direcionamento dos recursos
captados em depósitos de poupança.
As SCI’s, em suas atividades, podem empregar recursos próprios e os provenientes de:
depósitos de poupança; letras hipotecárias; letras de crédito imobiliário; repasses e
refinanciamentos contraídos no país; empréstimos e financiamentos contraídos no exterior;
depósitos interfinanceiros e outras formas de captação de recursos autorizadas pelo BACEN

Tipos de créditos imobiliários


O mais antigo e mais conhecido dentre os tipos de créditos imobiliários disponíveis hoje no país
é o SFH, o Sistema Financeiro de Habitação, que é o herdeiro do que muitos de nós ainda
chamamos de BNH. Mas, se durante anos esse sistema parecia ser o único meio de se chegar ao
sonho da casa própria, hoje a verdade é que o mercado tem várias opções, dependendo de
inúmeras variáveis:
o imóvel usado
o imóvel novo
o construção de imóvel
o compra de terreno
o compra de material de construção
o financiamento de 100% do valor da compra com FGTS
o financiamento parcial da compra com uso de FGTS
o financiamento da compra sem uso de FGTS
o valor a ser financiado

32
Ver página http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/sci.asp

I.42
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

o valor total do imóvel


o valor da sua renda e ainda o tipo de renda que você tem (se é salário ou não).

Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento

As sociedades de crédito, financiamento e investimento, também conhecidas por


financeiras, foram instituídas pela Portaria do Ministério da Fazenda 309, de 30 de novembro
de 1959. São instituições financeiras privadas que têm como objetivo básico a realização de
financiamento para a aquisição de bens, serviços e capital de giro. Devem ser constituídas sob a
forma de sociedade anônima e na sua denominação social deve constar a expressão "Crédito,
Financiamento e Investimento". Tais entidades captam recursos por meio de aceite e colocação
de Letras de Câmbio (Resolução CMN 45, de 1966) e Recibos de Depósitos Bancários (Resolução
CMN 3454, de 2007).

Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários - CTVM

As sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários são constituídas sob a forma de


sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada. Dentre seus objetivos estão:
operar em bolsas de valores, subscrever emissões de títulos e valores mobiliários no mercado;
comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta própria e de terceiros; encarregar-se
da administração de carteiras e da custódia de títulos e valores mobiliários; exercer funções de
agente fiduciário; instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento; emitir
certificados de depósito de ações e cédulas pignoratícias de debêntures; intermediar operações
de câmbio; praticar operações no mercado de câmbio de taxas flutuantes; praticar operações
de conta margem; realizar operações compromissadas; praticar operações de compra e venda
de metais preciosos, no mercado físico, por conta própria e de terceiros; operar em bolsas de
mercadorias e de futuros por conta própria e de terceiros. São supervisionadas pelo Banco
Central do Brasil (Resolução CMN 1.655, de 1989). Os FUNDOS DE INVESTIMENTO,
administrados por corretoras ou outros intermediários financeiros, são constituídos sob forma
de condomínio e representam a reunião de recursos para a aplicação em carteira diversificada
de títulos e valores mobiliários, com o objetivo de propiciar aos condôminos valorização de
quotas, a um custo global mais baixo. A normatização, concessão de autorização, registro e a
supervisão dos fundos de investimento são de competência da Comissão de Valores Mobiliários.

Suas principais atividades são as seguintes:


o operar em sistema mantido por bolsas de valores;
o comprar, vender e distribuir títulos e valores mobiliários, por conta de terceiros;
o efetuar lançamentos públicos de ações (operações de underwriting);
o encarregar-se da administração de carteiras de valores e da custódia de títulos e
valores mobiliários;
o instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento;
o prestar serviços como transferência de títulos, desdobramento de cautelas,
recebimento de juros, dividendos ou encarregar-se da subscrição de títulos e valores
mobiliários, etc.;

I.43
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

o operar no mercado aberto (open market);


o intermediar operações de câmbio;
o comprar e vender ativos financeiros, por conta de terceiros;
o encarregar-se da administração da custódia de ativos.

O papel da corretora não se restringe à execução de ordens de compra e venda


transmitida por seus clientes. A corretora se responsabiliza pelo controle da conta do cliente
junto à bolsa e à clearing house, ou seja, mantém registro das posições de cada cliente, coleta
as garantias exigidas pela clearing, recebe e paga as perdas e os ganhos incorridos pelos
clientes, controla as ordens executadas e à executar, liquida as operações quando do
vencimento dos contratos e assessora o cliente em suas decisões. A corretora pode ou não ser
credenciada como membro de compensação. Aqueles que não possuem esse status devem
contratar um membro de compensação, que se responsabilizará financeiramente por suas
operações junto à clearing house.

Corretoras de Câmbio33

As sociedades corretoras de câmbio são constituídas sob a forma de sociedade anônima


ou por quotas de responsabilidade limitada, devendo constar na sua denominação social a
expressão "Corretora de Câmbio". Têm por objeto social exclusivo a intermediação em
operações de câmbio e a prática de operações no mercado de câmbio de taxas flutuantes. São
supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resolução CMN 1.770, de 1990).

Corretoras de Mercadorias que Negociam ou Registram Operações com Valores Mobiliários


em Bolsa de Mercadorias e Futuros

A Instrução CVM n° 402, de 27 de janeiro de 2004, estabeleceu as normas e


procedimentos para a organização e o funcionamento dessas corretoras de mercadorias .Essas
instituições devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima ou sociedade limitada e
serem admitidas como membro de Bolsa de Mercadorias e Futuros. Como membro de Bolsa de
Mercadorias e Futuros, elas têm o direito de realizar operações, em seu nome -carteira própria
- e em nome de terceiros - seus clientes -, nos mercados administrados por essa bolsa. No
desempenho dessas atividades, independentemente de serem ou não instituições financeiras,
são reguladas e fiscalizadas pela CVM.

Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM)34

As sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários são constituídas sob a


forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada, devendo constar na

33 Ver página http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/scc.asp


34 Ver página http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/sdtvm.asp

I.44
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

sua denominação social a expressão "Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários". Algumas


de suas atividades: intermedeiam a oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários
no mercado; administram e custodiam as carteiras de títulos e valores mobiliários; instituem,
organizam e administram fundos e clubes de investimento; operam no mercado acionário,
comprando, vendendo e distribuindo títulos e valores mobiliários, inclusive ouro financeiro, por
conta de terceiros; fazem a intermediação com as bolsas de valores e de mercadorias; efetuam
lançamentos públicos de ações; operam no mercado aberto e intermedeiam operações de
câmbio. São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resolução CMN 1.120, de 1986).
As sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários são constituídas sob a forma de
sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada. Dentre seus objetivos estão:
o operar em bolsas de valores, subscrever emissões de títulos e valores mobiliários no
mercado;
o comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta própria e de terceiros;
o encarregar-se da administração de carteiras e da custódia de títulos e valores
mobiliários;
o exercer funções de agente fiduciário;
o instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento;
o emitir certificados de depósito de ações e cédulas pignoratícias de debêntures;
o intermediar operações de câmbio;
o praticar operações no mercado de câmbio de taxas flutuantes;
o praticar operações de conta margem;
o realizar operações compromissadas;
o praticar operações de compra e venda de metais preciosos, no mercado físico, por
conta própria e de terceiros;
o operar em bolsas de mercadorias e de futuros por conta própria e de terceiros.

Agente Autônomo de Investimento (AAI)


A atividade do agente autônomo de investimento foi instituída pela resolução do CMN
n °2838 de 30/05/2001, ela ainda autoriza a CVM a adotar medidas e baixar normas
complementares que se fizerem necessárias à regulamentação dessa atividade, assim de
acordo com a instrução CVM n° 434/06 de 22/06/06, o agente autônomo de investimento é a
pessoa natural e jurídica, que obtém registro na Comissão de Valores Mobiliários – CVM , para
exercer sob responsabilidade e como proposto de instituição integrante do sistema de
distribuição de valores mobiliários, a atividade de distribuição e mediação de valores
mobiliários.
A atividade de agente autônomo de investimento somente pode ser exercida por
pessoa natural ou jurídica autorizada pela CVM, que mantenha contrato para distribuição e
mediação com uma ou mais instituições integrantes do sistema de distribuição de valores
mobiliários.
As instituições integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários somente
podem contratar para exercer a atividade de agente autônomo de investimento pessoa natural
ou jurídica devidamente autorizada pela CVM.

I.45
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Os agentes autônomos de investimento podem ser credenciados junto a bancos


múltiplos (com carteira de investimento), bancos de investimento, corretoras de valores e
mercadorias e distribuidoras de valores, para desempenhar exclusivamente por conta e ordem
das entidades credenciadas, as atividades citadas e outras atividades autorizadas
expressamente pelos órgãos reguladores competentes.

Autorização do Agente Autônomo – Pessoa Natural


A autorização para o exercício da atividade de agente autônomo de investimento
somente será concedida a pessoa natural, domiciliada no País, que preencha os seguintes
requisitos:
o tenha concluído o ensino médio no País ou no exterior;
o tenha sido aprovada em exame técnico específico para agente autônomo de
investimento, organizado por entidade certificadora autorizada pela CVM;
o não esteja inabilitada ou suspensa para o exercício de cargo em instituições financeira e
demais entidades autorizadas a funcionar pela CVM, pelo Banco Central do Brasil , pela
Superintendência de Seguros Privados – SUSEP, ou pela Secretaria de Previdência
Complementar –SPC;
o não tenha sido condenada criminalmente, ressaltada a hipótese de reabilitação;
o não esteja impedido de administrar seus bens ou deles dispor em razão de decisão
judicial.
o os exames de certificação serão organizados por entidades de classe ou entidade auto-
reguladora que congregue profissionais, associações ou instituições do mercado
financeiro e de capitais.
o o prazo de validade do exame técnico de certificação para obtenção da autorização da
CVM para o exercício é de 1 ( um) ano, contado da data da divulgação do resultado final
pela entidade certificadora.
o autorização do Agente Autônomo – Pessoa Jurídica
o autorização para exercício da atividade de agente autônomo de investimento somente
será concedida à pessoa jurídica, domiciliada no País, que preencha os seguintes
requisitos:
o tenha como objeto social exclusivo o exercício a atividade de agente autônomo de
investimento e esteja regulamente constituída e registrada no Cadastro Nacional de
Pessoa Jurídica – CNPJ;
o tenha como sócios unicamente agentes autônomos autorizados pela CVM, e a elas seja
atribuído, com exclusividade, o exercício das atividades referidas à ele conforme
instrução, sendo todos os sócios responsáveis perante CVM pelas atividades da
sociedade.
No caso de agente autônomo - pessoa jurídica, será admitido que a sociedade tenha sócios
terceiros que não sejam agentes autônomos, desde que sua participação no capital social e nos
lucros não exceda 2% ( dois por cento), e que tais sócios não exerçam função de gerencia ou
administração ou por qualquer modo participem das atividades que constituam o objeto social.
Para efeito da lei 4.595/64, os agente autônomos de investimento equiparam-se às instituições
financeiras.
Os Agentes Autônomos de Investimento são regulados e fiscalizados pela CVM.

I.46
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Resolução 2.83835

Dispõe sobre a atividade de agente autônomo de investimento.

O BANCO CENTRAL DO BRASIL, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro


de 1964, torna público que o CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL, em sessão realizada em
30 de maio de 2001, com base nos arts. 3º, incisos I e IV, e 4º da Lei nº 6.385, de 7 de
dezembro de 1976, e tendo em vista o disposto nos arts.16, incisos I e III, e 18, inciso I, da
referida Lei nº 6.385, de 1976,

R E S O L V E U:

Art. 1º Estabelecer que agente autônomo de investimento e a pessoa natural ou jurídica


uniprofissional, que tenha como atividade a distribuição e mediação de títulos, valores
mobiliários, quotas de fundos de investimento e derivativos, sempre sob a responsabilidade e
como preposto das instituições integrantes do sistema de distribuição
de valores mobiliários de que trata o art. 15 da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976.

Art. 2º Para o exercício da sua atividade, o agente autônomo de investimento deve:

I - ser julgado apto em exame de certificação organizado por entidade autorizada pela
Comissão de Valores Mobiliários, observado que o exercício das atividades de distribuição e
mediação nos mercados de derivativos depende, ainda, de aprovação em exame específico que
avalie o respectivo conhecimento sobre o funcionamento e os riscos inerentes a esses
mercados;

II - obter a autorização da Comissão de Valores Mobiliários;

III - manter contrato para distribuição e mediação com uma ou mais das instituições
referidas no art. 1º;

IV - realizar a sua atividade de distribuição e mediação exclusivamente como preposto


das instituições referidas no art. 1º;

V - abster-se de receber ou entregar aos investidores, por qualquer razão, numerário,


títulos, valores mobiliários ou quaisquer outros valores, que somente devem ser
movimentados por meio de instituições financeiras e do sistema de distribuição de valores
mobiliários.

35https://www3.bcb.gov.br/normativo/detalharNormativo.do?N=101097407&method=detalharNormativo

I.47
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Art. 3º Os agentes autônomos de investimento, credenciados nos termos da Resolução nº


238, de 24 de novembro de 1972, e regulamentação posterior, permanecem autorizados a
desempenhar a atividade, ficando dispensados do cumprimento da formalidade prevista no
art. 2º, inciso I, observada a necessidade de obtenção da autorização de que trata o inciso II do
mesmo artigo no prazo máximo de um ano, contado da data da entrada em vigor desta
Resolução.

Art. 4º Aos empregados de instituições financeiras e demais instituições autorizadas a


funcionar pelo Banco Central do Brasil que exerçam, na própria instituição, qualquer das
atividades referidas no art. 1º somente se aplica a formalidade prevista no art. 2º, inciso I.

Parágrafo único. Fica o Banco Central do Brasil incumbido de disciplinar a entrada em vigor
do disposto neste artigo.

Art. 5º Fica a Comissão de Valores Mobiliários autorizada a adotar as medidas e a baixar


as normas complementares que se fizerem necessárias à execução do disposto nesta Resolução.

Art. 6º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 7º Ficam revogados a Resolução nº 238, de 24 de novembro de 1972, o item XV da


Resolução nº 367, de 9 de abril de 1976, as Circulares nºs 193, de 24 de novembro de 1972, e
229, de 15 agosto de 1974, e a Carta-Circular nº 665, de 7 de outubro de 1981.

Res. CMN/BACEN 3.158/03 - Res. - Resolução CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL - CMN


(BACEN) nº 3.158 de 17.12.2003

D.O.U.: 18.12.2003
Dispõe sobre a certificação de empregados das instituições financeiras e demais instituições
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.

O BANCO CENTRAL DO BRASIL, na forma do art. 9º da Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964,


torna público que o CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL, em sessão realizada em 17 de
dezembro de 2003, com base no art. 4º, inciso VIII, da referida lei, na Lei 4.728, de 14 de julho
de 1965, e na Lei 6.099, de 12 de setembro de 1974, com as alterações introduzidas pela Lei
7.132, de 26 de outubro de 1983,

RESOLVEU:

Art. 1º Estabelecer que as instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar


pelo Banco Central do Brasil devem adotar providências com vistas a que seus empregados,
para exercerem, na própria instituição, as atividades de distribuição e mediação de títulos,
valores mobiliários e derivativos, sejam considerados aptos em exame de certificação
organizado por entidade de reconhecida capacidade técnica.

I.48
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

§ 1º Os empregados que tenham sido julgados aptos em exames de certificação organizados


nos termos do art. 2º, inciso I, da Resolução 2.838, de 30 de maio de 2001 - durante a vigência
do art. 4º desse normativo -, e da Resolução 3.057, de 19 de dezembro de 2002, são
considerados aptos para os efeitos desta resolução, sem prejuízo do atendimento das demais
condições ora estabelecidas.

§ 2º O cumprimento da formalidade prevista neste artigo deve observar o cronograma abaixo,


a ser atendido com base no quantitativo dos mencionados empregados, por instituição, ao final
de cada ano:

I - 25% (vinte e cinco por cento), no mínimo, até 31 de dezembro de 2004;

II - 50% (cinquenta por cento), no mínimo, até 31 de dezembro de 2005;

III - 75% (setenta e cinco por cento), no mínimo, até 31 de dezembro de 2006;

IV - 100% (cem por cento), até 31 de dezembro de 2007.

§ 3º A partir de 1º de janeiro de 2008, somente poderão exercer as atividades mencionadas no


caput os empregados que tenham sido considerados aptos para os efeitos desta resolução.

Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem assegurar que as pessoas contratadas como
empregados, a partir da data da entrada em vigor desta resolução, para exercerem, na própria
instituição, as atividades relacionadas naquele artigo, cumpram a formalidade ali prevista no
prazo de um ano, contado da data da respectiva contratação, ou no prazo previsto no § 3º do
art. 1º, o que ocorrer primeiro.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às pessoas consideradas aptas para os
efeitos desta resolução, que tenham deixado de ser empregados de qualquer das instituições
referidas no art. 1º por período inferior a um ano, contado a partir da data de término do
vínculo empregatício anterior até a data de seu retorno à condição de empregado.

Art. 3º Na hipótese de os empregados das instituições referidas no art. 1º passarem a exercer


atividade diferente daquela para a qual tenham sido considerados aptos para os efeitos desta
resolução, na própria instituição ou em outra, a habilitação para o exercício da nova atividade,
se exigida, deverá ser providenciada no prazo de um ano, contado da data da mudança de
atividade, ou no prazo previsto no § 3º do art. 1º, o que ocorrer primeiro.

Art. 4º As instituições referidas no art. 1º são responsáveis pela atualização periódica dos
conhecimentos de seus empregados considerados aptos para os efeitos desta resolução.

I.49
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Art. 5º As disposições desta resolução não se aplicam às cooperativas de crédito e às


sociedades de crédito ao microempreendedor, observado que a certificação de empregados
dessas instituições ficará condicionada à edição de normativo específico.

Art. 6º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 7º Fica revogada a Resolução 3.057, de 19 de dezembro de 2002.

Brasília, 17 de dezembro de 2003.


Henrique de Campos Meirelles Presidente

INSTRUÇÃO CVM Nº 434, DE 22 DE JUNHO DE 2006.

Dispõe sobre a atividade de agente autônomo de investimento e revoga as Instruções CVM nºs
355, de 1º de agosto de 2001, e 366, de 29 de maio de 2002.

O PRESIDENTE DA COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - CVM torna público que o Colegiado,


em reunião realizada em 20 de junho de 2006, tendo em vista o disposto nos arts. 8º, inciso I, e
16, incisos I e III, da Lei nº 6.385, de 07 de dezembro de 1976, RESOLVEU baixar a seguinte
Instrução:

ÂMBITO E FINALIDADE

Art. 1º A atividade de agente autônomo de investimento é regida pelas normas constantes da


presente Instrução.

DEFINIÇÃO

Art. 2º O agente autônomo de investimento é a pessoa natural que obtém registro na Comissão
de Valores Mobiliários – CVM, para exercer, sob a responsabilidade e como preposto de
instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários, a atividade de
distribuição e mediação de valores mobiliários.

Parágrafo único. Os agentes autônomos de investimento podem constituir pessoa jurídica para
o exercício da atividade referida no caput, observados os requisitos desta Instrução.

EXERCÍCIO DA ATIVIDADE

Art. 3º A atividade de agente autônomo de investimento somente pode ser exercida por pessoa
natural ou jurídica autorizada pela CVM, que mantenha contrato para distribuição e mediação
com uma ou mais instituições integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários.

I.50
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Art. 4º As instituições integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários somente


podem contratar para exercer a atividade de agente autônomo de investimento pessoa natural
ou jurídica devidamente autorizada pela CVM.

§ 1º A instituição contratante de agentes autônomos deverá inscrevê-los em sua relação de


agentes contratados na página da CVM, na rede mundial de computadores, quando celebrar
um novo contrato, e retirá-los da página, quando o contrato for rescindido, no prazo máximo
de 5 (cinco) dias úteis após a contratação ou rescisão.

§ 2º A instituição contratante deverá conservar à disposição da CVM, enquanto vigorar o


contrato, e pelo prazo de 5 (cinco) anos a partir de sua rescisão, todos os documentos
relacionados à contratação e à prestação de serviços de cada agente autônomo por ela
contratado.

AUTORIZAÇÃO DO AGENTE AUTÔNOMO – PESSOA NATURAL

Art. 5º A autorização para o exercício da atividade de agente autônomo de investimento


somente será concedida à pessoa natural, domiciliada no País, que preencha os seguintes
requisitos:

I – tenha concluído o ensino médio no País ou no exterior;

II – tenha sido aprovada em exame técnico específico para agente autônomo de investimento,
organizado por entidade certificadora autorizada pela CVM;

III – não esteja inabilitada ou suspensa para o exercício de cargo em instituições financeiras e
demais entidades autorizadas a funcionar pela CVM, pelo Banco Central do Brasil, pela
Superintendência de Seguros Privados – SUSEP ou pela Secretaria de Previdência
Complementar – SPC;

IV – não tenha sido condenada criminalmente, ressalvada a hipótese de reabilitação; e

V – não esteja impedida de administrar seus bens ou deles dispor em razão de decisão judicial.

Parágrafo único. A identificação do candidato deverá ser verificada pela entidade certificadora,
que enviará à CVM a relação dos candidatos aprovados no exame previsto no inciso II deste
artigo, conservando em seu poder os documentos respectivos enquanto for mantida a
habilitação do candidato, e pelo prazo de 5 (cinco) anos a partir de seu cancelamento.

Art. 6º O pedido de autorização para o exercício da atividade de agente autônomo de


investimento por pessoa natural deverá ser instruído com os seguintes documentos:

I – formulário cadastral, preenchido na página da CVM na rede mundial de computadores, com


as informações constantes do Anexo I desta Instrução; e

I.51
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

II – declaração do candidato, enviada à CVM com data e assinatura, informando o cumprimento


dos requisitos relacionados nos incisos III a V do art. 5º.

Parágrafo único. A CVM poderá exigir, a qualquer tempo, a comprovação do teor da declaração
a que se refere o inciso II deste artigo.

Art. 7º Os exames de certificação serão organizados por entidade de classe ou entidade auto-
reguladora que congregue profissionais, associações ou instituições do mercado financeiro e de
capitais.

§ 1º O programa de certificação deverá ser submetido à aprovação da CVM, previamente à sua


implementação, e reavaliado periodicamente.

§ 2º O prazo de validade do exame técnico de certificação para a obtenção de autorização da


CVM para o exercício da atividade é de 1 (um) ano, contado da data da divulgação do resultado
final pela entidade certificadora.

AUTORIZAÇÃO DO AGENTE AUTÔNOMO – PESSOA JURÍDICA

Art. 8º A autorização para o exercício da atividade de agente autônomo de investimento


somente será concedida à pessoa jurídica domiciliada no País que preencha os seguintes
requisitos:

I – tenha como objeto social exclusivo o exercício da atividade de agente autônomo de


investimento e esteja regularmente constituída e registrada no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica - CNPJ; e

II – tenha como sócios unicamente agentes autônomos autorizados pela CVM, e a eles seja
atribuído, com exclusividade, o exercício das atividades referidas no art. 2º, sendo todos os
sócios responsáveis perante a CVM pelas atividades da sociedade.

§ 1º Será admitido que a sociedade tenha como sócios terceiros que não sejam agentes
autônomos, desde que sua participação no capital social e nos lucros não exceda de 2% (dois
por cento), e que tais sócios não exerçam função de gerência ou administração ou por qualquer
modo participem das atividades que constituam o objeto social.

§ 2º Um mesmo agente autônomo – pessoa natural não poderá ser sócio de mais de um agente
autônomo – pessoa jurídica.

§ 3º Da denominação do agente autônomo – pessoa jurídica deverá constar a expressão


"Agente Autônomo de Investimentos", sendo vedada a utilização de palavras ou expressões
que induzam a interpretação indevida quanto ao objetivo da sociedade.

I.52
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Art. 9º O pedido de autorização para o exercício da atividade de agente autônomo de


investimento por pessoa jurídica deverá ser instruído com os seguintes documentos:

I – formulário cadastral, com as informações constantes do Anexo II desta Instrução,


preenchido na página da CVM na rede mundial de computadores; e

II – cópia dos atos constitutivos devidamente consolidados e registrados no órgão competente.

Parágrafo único. As alterações posteriores dos atos constitutivos devem ser encaminhados à
CVM, no prazo de 15 (quinze) dias úteis após o seu registro.

PRAZO PARA A CONCESSÃO DA AUTORIZAÇÃO

Art. 10. A autorização para o exercício da atividade de agente autônomo de investimento será
expedida pela Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários no prazo de 30
(trinta) dias, a contar da data do protocolo na CVM da documentação referida nos arts. 6º ou 9º
desta Instrução, conforme o caso.

§ 1º Decorrido o prazo previsto neste artigo, caso não haja manifestação da CVM em contrário,
e desde que tenham sido cumpridas todas as formalidades previstas nesta Instrução, o pedido
de autorização será automaticamente concedido.

§ 2º O prazo de 30 (trinta) dias pode ser interrompido, uma única vez, se a CVM solicitar ao
interessado informações adicionais, passando a fluir novo prazo de 30 (trinta) dias a partir da
data de cumprimento das exigências.

§ 3º Para o atendimento das exigências, é concedido prazo não superior a 60 (sessenta) dias,
contados do recebimento da correspondência respectiva, sob pena de indeferimento do pedido.

INDEFERIMENTO DO PEDIDO E RECURSO

Art. 11. O indeferimento do pedido de autorização para o exercício da atividade de agente


autônomo de investimento deve ser comunicado por escrito ao interessado.

Parágrafo único. Da decisão do Superintendente que indeferir o pedido cabe recurso ao


Colegiado da CVM, nos termos da regulamentação em vigor.

CANCELAMENTO DA AUTORIZAÇÃO

Art. 12. A autorização para o exercício da atividade de agente autônomo de investimento pode
ser cancelada:

I – se constatada a falsidade dos documentos ou de declaração apresentada para obter a


autorização;

I.53
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

II – se, em razão de fato superveniente devidamente comprovado, ficar evidenciado que a


pessoa autorizada pela CVM não mais atende a quaisquer dos requisitos e condições
estabelecidos nesta Instrução para a concessão da autorização; e

III – a pedido do agente autônomo.

§ 1º A CVM comunicará previamente ao agente autônomo a decisão de cancelar o seu registro,


nos termos deste artigo, concedendo-lhe o prazo de 10 (dez) dias úteis, contados da data do
recebimento da comunicação, para apresentar as suas razões de defesa ou regularizar o seu
registro.

§ 2º Da decisão do Superintendente que cancelar a autorização, cabe recurso ao Colegiado da


CVM, nos termos da regulamentação em vigor.

§ 3º Na hipótese prevista no inciso I deste artigo, a CVM oficiará ao Ministério Público para a
propositura da competente ação penal, sem prejuízo da aplicação das penalidades previstas no
art. 11 da Lei nº 6.385, de 07 de dezembro de 1976.

§ 4º O pedido de cancelamento da autorização deverá ser instruído com os seguintes


documentos:

I – no caso de pessoa natural:

a) se for o caso, comprovante de sua retirada da sociedade de agentes autônomos de


investimento ou da adequação de sua participação ao limite de que trata o § 1º do art. 8º; e

b) comprovante de rescisão dos contratos de distribuição e mediação de valores mobiliários ou


declaração de que não mantém contrato de distribuição e mediação de valores mobiliários com
instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários;

II – no caso de pessoa jurídica:

a) apresentação do seu distrato social ou mudança de seu objeto, com registro no órgão
competente; e

b) comprovante de rescisão dos contratos de distribuição e mediação de valores mobiliários ou


declaração de que não mantém contrato de distribuição e mediação de valores mobiliários com
instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários.

§ 5º O deferimento do pedido de cancelamento não impede que a CVM instaure ou dê


andamento a procedimento visando apurar a responsabilidade do agente, por atos ocorridos
até aquela data.

I.54
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

§ 6º O cancelamento da autorização de agente autônomo será comunicado pela CVM às


instituições que o houverem inscrito no cadastro da CVM como agente autônomo contratado.

SUSPENSÃO DA AUTORIZAÇÃO

Art. 13. A CVM poderá, por solicitação do agente autônomo – pessoa natural, suspender a
autorização para o exercício de sua atividade por um período contínuo de até 12 (doze) meses,
não renovável, mediante a apresentação de:

I – comprovante de sua retirada da sociedade de agentes autônomos de investimento de que


seja sócio, se for o caso; e

II – comprovante de rescisão ou suspensão do contrato de distribuição e mediação de valores


mobiliários ou declaração de que não mantém contrato de distribuição e mediação de valores
mobiliários com instituição integrante do sistema de distribuição.

§ 1º A suspensão somente será concedida se houver decorrido o prazo de pelo menos 3 (três)
anos da data de concessão da autorização do agente autônomo ou do término de sua última
suspensão.

§ 2º Durante a vigência da suspensão, o agente autônomo ficará impedido de exercer a


atividade, exonerando-se do cumprimento das obrigações previstas nesta Instrução e do dever
de pagar a taxa de fiscalização instituída pela Lei nº 7.940, de 20 de dezembro de 1989.

ATUALIZAÇÃO CADASTRAL

Art. 14. O agente autônomo de investimento deve comunicar à CVM qualquer alteração
cadastral, por intermédio da página da CVM na rede mundial de computadores, no prazo de 5
(cinco) dias úteis, contados da data de sua ocorrência.

NORMAS DE CONDUTA

Art. 15. O agente autônomo de investimento deve observar as seguintes regras de conduta:

I – empregar, no exercício de sua atividade, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e
probo costuma dispensar à administração de seus próprios negócios;

II – abster-se da prática de atos que possam ferir a relação fiduciária entre investidores e a
instituição intermediária à qual estiver vinculado; e

III – zelar pelo sigilo de informações confidenciais a que tenha acesso no exercício de sua
função.

VEDAÇÕES

I.55
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Art.16. É vedado ao agente autônomo de investimento:

I – receber ou entregar a investidores, por qualquer razão, numerário, títulos ou valores


mobiliários, ou quaisquer outros valores, que devem ser movimentados através de instituições
financeiras ou integrantes do sistema de distribuição;

II – ser procurador de investidores para quaisquer fins;

III – atuar como contraparte, direta ou indiretamente, em operações das quais participem
clientes da instituição intermediária à qual o agente autônomo esteja vinculado, sem prévia e
específica autorização do mesmo;

IV – contratar com investidores a prestação de serviços de:

a) análise ou consultoria de valores mobiliários, salvo se estiver autorizado pela CVM a exercer
tais atividades; e

b) administração de carteira de títulos e valores mobiliários, salvo se o agente autônomo –


pessoa natural, autorizado pela CVM também para exercer a atividade de administração de
carteira, não estiver contratualmente vinculado, direta ou indiretamente, a entidades do
sistema de distribuição de valores.

V – atuar como preposto de instituição com a qual não tenha contrato; e

VI – delegar a terceiros, total ou parcialmente, a execução dos serviços que constituam objeto
do contrato celebrado com a instituição intermediária.

RESPONSABILIDADE DO AGENTE AUTÔNOMO DE INVESTIMENTO

Art. 17. O agente autônomo de investimento é responsável, civil e administrativamente, no


exercício de suas atividades, pelos prejuízos resultantes de seus atos dolosos ou culposos e
pelos atos que infringirem normas legais ou regulamentares, sem prejuízo de sua eventual
responsabilidade penal.

§ 1º A instituição intermediária é responsável pelos atos praticados pelo agente autônomo na


condição de seu preposto.

§ 2º A responsabilidade administrativa da instituição intermediária decorrerá de eventual falta


em seu dever de supervisão sobre os atos praticados pelo agente autônomo.

PENALIDADES E MULTA COMINATÓRIA

I.56
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Art. 18. Constituem infração grave, para efeito do disposto no § 3º do art. 11 da Lei nº 6.385, de
1976:

I – o exercício da atividade de agente autônomo de investimento por pessoa não autorizada,


nos termos desta Instrução, ou autorizada com base em declaração ou documentos falsos;

II – o descumprimento dos deveres estabelecidos no art. 15 desta Instrução; e

III – aconselhar clientes da instituição intermediária à qual o agente autônomo esteja vinculado
a realizar negócio com a finalidade de obter, para si ou para outrem, vantagem indevida.

Art. 19. Constitui hipótese de infração de natureza objetiva, sujeita ao rito sumário de processo
administrativo, o descumprimento das disposições do art. 16 desta Instrução.

Art. 20. Sujeitam-se à multa cominatória diária de R$ 200,00 (duzentos reais), incidente a partir
do dia seguinte ao término do prazo estabelecido para o cumprimento da obrigação, e sem
prejuízo da aplicação das penalidades previstas no art. 11 da Lei nº 6.385, de 1976:

I – o agente autônomo de investimento que:

a) não encaminhar à CVM as informações previstas no parágrafo único do art. 9º desta


Instrução; ou

b) não mantiver seu cadastro atualizado, nos termos do art. 14 desta Instrução;

II – as instituições contratantes mencionadas no § 1º do art. 4º desta Instrução, quando não


cumprirem os prazos ali estabelecidos.

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 21. Os agentes autônomos – pessoas jurídicas autorizados pela CVM previamente à
vigência desta Instrução terão o prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data de sua
entrada em vigor, para se adaptarem ao disposto nos parágrafos do art. 8º desta Instrução.

Art. 22. Os pedidos de autorização de agentes autônomos protocolados antes da data de


entrada em vigor desta Instrução, pendentes de apreciação final, serão deferidos caso atendam
os requisitos previstos no art. 5º ou no art. 8º, conforme o caso.

Parágrafo único. Na hipótese de haver necessidade de complementação de documentos ou


informações, o requerente deverá ser intimado para cumprir as exigências cabíveis, no prazo de
30 (trinta) dias, sob pena de indeferimento do pedido.

I.57
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Art. 23. Para os aprovados em exames de certificação para agentes autônomos de investimento
concluídos previamente a esta Instrução, o prazo de que trata o § 2º do art. 7º será contado a
partir da data de entrada em vigor desta Instrução.

Art. 24. Ficam revogadas as Instruções CVM nºs. 355, de 1º de agosto de 2001, e 366, de 29 de
maio de 2002.

Art. 25. Esta Instrução entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da União.

Mercados Regulamentados de Valores Mobiliários36


O mercado de balcão é dito organizado no Brasil quando as instituições que o
administram criam um ambiente informatizado e transparente de registro ou de negociação e
têm mecanismos de auto-regulamentação. Nos mercados de negociação - onde também essas
instituições são autorizadas a funcionar pela CVM e por ela são supervisionadas - cria-se um
ambiente de menor risco e transparência para os investidores se comparado ao mercado de
balcão não organizado.
No mercado de balcão os valores mobiliários são negociados entre as instituições
financeiras sem local físico definido, por meios eletrônicos ou por telefone. São negociados
valores mobiliários de empresas que são companhias registradas na CVM, e prestam
informações ao mercado, não registradas nas bolsas de valores.
O primeiro mercado de balcão organizado destinado à negociação de ações criado no
Brasil foi a Sociedade Operadora de Mercado de Ativos - SOMA, adquirida pela BOVESPA em
2002. Em seu lugar, foi implantado o SOMA FIX, atual mercado de balcão organizado de títulos
de renda fixa da bolsa paulista.
Atuam como intermediários neste mercado não somente as corretoras de valores,
membros da BM&FBOVESPA, mas também outras instituições financeiras, como bancos de
investimento e distribuidoras de valores. Além das ações, outros valores mobiliários são
negociados em mercados de balcão organizado, tais como debêntures, cotas de fundos de
investimento imobiliário, fundos fechados, fundos de investimento em direitos creditórios -
FIDCs, certificados de recebíveis imobiliários - CRIs, entre outros.

CETIP - Câmara de Custódia e Liquidação

A CETIP atua como Entidade de Balcão Organizado e como câmara de custódia e


liquidação de títulos e valores mobiliários, por autorização da CVM - Comissão de Valores
Mobiliários e do Banco Central. Dessa forma, faz a guarda eletrônica (custódia) de títulos
emitidos por instituições financeiras e por empresas de diversos setores da economia, no caso
dos valores mobiliários. Também efetua a liquidação financeira das operações, transferindo a
titularidade dos títulos negociados do vendedor para o comprador e creditando e debitando o
valor correspondente em suas respectivas contas.

36http://www.portaldoinvestidor.gov.br/Acadêmico/EntendendooMercadodeValoresMobiliários/OqueéMercadodeBalcãoOrganiz
ado/tabid/188/Default.aspx

I.58
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Além disso, a CETIP é um ambiente de negociação, onde são registrados os negócios de


compra e venda de títulos e valores mobiliários realizados por telefone, entre as instituições
financeiras, ou são efetuadas operações online, diretamente na Plataforma de Negociação
Eletrônica - o CetipNET. Nesse ambiente, podem ser negociados todos os valores mobiliários de
renda fixa do país, como debêntures, cotas de fundos de investimento em direitos creditórios
(FIDC) certificados de recebíveis imobiliários (CRI), notas comerciais, títulos do agronegócio e
derivativos de balcão. Somente neste último segmento, a CETIP registra 8 tipos diferentes,
como Contratos de Swap, Opções, Termo de Moeda, Swap de Fluxo de Caixa e com Reset, entre
outros.
A CETIP foi criada como associação civil, sem fins lucrativos, pertencente às instituições
financeiras, que eram suas associadas. Em maio de 2008, a CETIP passou por seu processo de
desmutualização e foi transformada em uma sociedade anônima, passando a operar sob a
denominação de CETIP S.A. - Balcão Organizado de Ativos e Derivativos.

Mercado de Bolsa de Valores


A bolsa de valores é o mercado organizado onde se negociam ações de empresas de
capital aberto (públicas ou privadas) e outros instrumentos financeiros como opções e
debêntures.
Pode ser na forma de uma associação civil sem fins lucrativos, que mantém o local ou o
sistema de negociação eletrônico adequado à realização de transações de compra e venda de
títulos e valores mobiliários, mas, o mais usual hoje em dia e que as Bolsas de Valores atuem
como S/As visando lucro através de seus serviços. Seu patrimônio, no caso das associações civis,
é representado por títulos pertencentes às sociedades corretoras que a compõem; no caso das
S/As este patrimônio é composto por ações. A bolsa deve preservar elevados padrões éticos de
negociação, divulgando - com rapidez, amplitude e detalhes - as operações executadas.
Embora existam entidades que só operam com pregão eletrônico (como a norte-
americana Nasdaq), em sua maioria as bolsas de valores dispõem de um pregão físico, onde são
realizadas as negociações.
As bolsas têm o dever de repassar aos investidores (através de revistas, boletins e meios
eletrônicos) informações sobre seus negócios diários, comunicados relevantes de empresas
abertas, dados de mercado e tudo o mais que contribua para a transparência das operações.
No Brasil, a atividade das bolsas é fiscalizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em
Portugal a atividades das bolsas é fiscalizada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários
(CMVM).

Bolsas Internacionais

Bolsa de Nova York – NYSE ( New York Stock Exchange)

Bolsa de valores cujo desempenho de seu índice é tomado como referência aos demais
mercados acionários do mundo. Atualmente é a maior bolsa do mundo. Localizada em
Manhattan, na Wall Street. É administrada pela NYSE EURONEXT. A NYSE foi criada em 1792.
Nela são transacionados ações das maiores empresas americanas e do mundo. Índice utilizado

I.59
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

para acompanhamento da evolução dos negócios na bolsa de valores de Nova York é o Dow
Jones.
Outra instituição de tamanha importância no mercado americano é NASDAQ (National
Association of Securities Dealers Automated Quotations), lançada em 1971 a NASDAQ era a
principal instituição norte americana operando no mercado de balcão . Foi também o primeiro
mercado eletrônico conectando diretamente compradores e vendedores, e altamente
sofisticado, interligando os participantes através de um moderno sistema de computação e
telecomunicações. A Nasdaq é conhecida por negociar ações das maiores empresas de
tecnologia, como por exemplo o Microsoft, Intel, Dell Computer, Yahoo, Amazon.com, etc.

I.60
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

VII. Fundamentos de Finanças – 5,00%


Risco e Retorno dos Investimentos

Risco de Mercado, de Crédito, Operacional e de Liquidez


A palavra risco significa ousar, segundo a sua origem do italiano riscare. Entre as
definições de risco, Fortuna (2005) o conceitua como sendo a possibilidade de perda, enquanto
que para Siqueira (2000) o risco é uma consequência da decisão tomada de expor-se devido a
uma expectativa de ganho, havendo a possibilidade de perda ou dano. Segundo Ross (2002), o
risco de uma operação é representado pela parcela inesperada de retorno, resultante de
surpresa e eventos inesperados. Se o rendimento de um investimento resultasse exatamente
no retorno esperado, esse seria perfeitamente previsível e, por definição, livre de risco.

Risco de Crédito
A concessão de crédito é a atividade principal dos bancos a medida que este financia o
consumo e o investimento da população. O estudo da capacidade de pagamento dos agentes
envolvidos é fator crucial para o sucesso de suas atividades, evitando que problemas de seleção
adversa e risco moral ocorram de forma mais acentuada. Nesse sentido, Saunders e Cornett
(2003) definem risco de crédito como a probabilidade de o devedor não gerar fluxos de caixa
suficientes para resgatar suas obrigações junto ao credor, dentro das condições previamente
combinadas (prazo, juros, periodicidade dos pagamentos, etc.).
O risco de crédito, segundo a definição de Fortuna (2010), representa a possibilidade da
perda pelo não pagamento de algum tipo de dívida que qualquer contraparte tenha assumido
com uma instituição financeira. Se crédito pode ser definido como a expectativa de
recebimento de uma soma em dinheiro em um prazo determinado, então risco de crédito é a
chance que essa expectativa não se concretize (CAOUETTE et al, 1998).
O risco de crédito não se restringe a operações de empréstimo, mas engloba também
outras operações intra e extra-balanço, tais como aceites, garantias e investimentos em títulos.
O grande problema da avaliação de risco de crédito de terceiros é que ela nem sempre é
acurada (devido ao problema de assimetria de informações) e uma série de fatores pode alterar
ao longo do tempo a condição inicialmente diagnosticada. Sérios problemas bancários têm
ocorrido em razão de deficiências dos bancos no reconhecimento de créditos de alto risco e na
criação de reservas para a baixa contábil desses ativos.

Risco de Mercado
O risco de mercado é caracterizado pela probabilidade de prejuízos oriundos de
movimentos desfavoráveis nos preços de mercado, pertencente à categoria de risco
especulativo, visto que alterações nos preços podem se traduzir tanto em prejuízos quanto em
lucros. Sob a perspectiva recente, o crescimento da exposição a risco de mercado por parte das
instituições financeiras faz parte de um movimento de busca por produtos financeiros que são
potencializadores de lucro, mas que aumentam significativamente o nível de risco assumido nas
operações.
O risco de mercado, também chamado de risco de preço, origina-se de qualquer

I.61
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

mudança de valor nos ativos e passivos detidos pela instituição financeira. Essa mudança pode
ocorrer nas taxas de juros, na taxa de câmbio ou mesmo na variação de ativos de renda variável
ou no mercado imobiliário. O risco de mercado depende do comportamento do preço do ativo
diante das condições de negociação, destacando a importância de identificar e quantificar o
mais corretamente possível as volatilidades e correlações dos fatores que impactam a dinâmica
do preço do ativo.
Fortuna (2010) acrescenta que o risco do mercado tem crescido de importância, a partir,
das seguintes motivações: (i) aumento do processo de securitização de ativos e, a consequente
ampliação do uso das técnicas de marcação a mercado de títulos; (ii) complexidade cada vez
maior dos instrumentos financeiros negociados, notadamente os instrumentos derivativos; (iii)
aumento da volatilidade da taxa de câmbio com o fim do padrão dólar-ouro no início dos anos
70, potencializado nos anos mais recentes pela maior integração dos mercados financeiros e de
capitais globais, e suas consequências na volatilidade da taxa de juros; e (iv) ampliação das
atividades de comercialização de ativos das instituições financeiras nesse ambiente de maior
volatilidade e, suas consequências nos resultados destas instituições.

Risco de Liquidez
A manutenção da liquidez bancária em níveis condizentes com a necessidade de suas
operações é característica imprescindível para o sistema financeiro exercer corretamente suas
funções básicas (aproximar agentes superavitários e deficitários). De uma forma geral,
problemas de liquidez em uma instituição financeira não se restringem aos resultados
financeiros individuais da mesma, mas repercutem diretamente sobre todo o sistema de
intermediação, podendo gerar até mesmo colapsos bancários e crises na economia.
Para os efeitos da Resolução 2804/00, do Conselho Monetário Nacional, é definido
como risco de liquidez a ocorrência de desequilíbrios entre ativos negociáveis e passivos
exigíveis - descasamentos entre pagamentos e recebimentos - que possam afetar a capacidade
de pagamento da instituição, levando-se em consideração as diferentes moedas e prazos de
liquidação de seus direitos e obrigações. Por sua vez, o Comitê de Supervisão Bancária da
Basiléia considera como risco de liquidez:
O risco de liquidez em um banco decorre da sua incapacidade de promover reduções
em seu passivo ou financiar acréscimos em seus ativos. Quando um banco apresenta liquidez
inadequada, perde a capacidade de obter recursos, (...), afetando, assim, sua rentabilidade. Em
casos extremos, liquidez insuficiente pode acarretar a insolvência de um banco (BCBS, 1997,
p.18).
O risco de liquidez pode ser dividido em duas formas distintas: (i) risco de liquidez de
ativos, que ocorre quando uma transação não pode ser efetuada aos preços de mercado
prevalecentes, em razão do tamanho da posição quando comparada ao volume normalmente
transacionado; e (ii) risco de liquidez de financiamento, que se refere à incapacidade de honrar
pagamentos, o que pode obrigar a uma liquidação antecipada, transformando perdas
escriturais em perdas reais.

Risco Operacional
O risco operacional é aquele oriundo de erros humanos, tecnológicos ou de acidentes.
Segundo Fortuna (2010), o risco operacional é qualquer possibilidade de perda originada por

I.62
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

falhas na estrutura organizacional da instituição financeira, seja em nível de sistemas,


procedimentos, recursos humanos e, recursos de tecnologia ou, então, pela perda dos valores
éticos e corporativos que unem os diferentes elementos dessa estrutura. Conceito bastante
similar ao apresentado pelo Acordo da Basiléia II, que define risco operacional como o risco de
perda resultante de falha ou processo interno inadequado, falha pessoal ou de sistema ou
ainda de eventos externos.
Para Saunders e Cornett (2003), existem pelo menos cinco fontes de risco operacional:
(i) falhas tecnológicas e deterioração de sistemas; (ii) erros humanos e falhas internas; (iii)
disputas contratuais; (iv) destruição por fogo ou outras catástrofes; e (v) fraudes externas.
Duarte Júnior (1996) divide o risco operacional em risco organizacional, risco de operações e
risco de pessoal. Segundo o autor, o primeiro refere-se à ineficiência da organização,
responsabilidades mal definidas, fraudes, fluxo de informações deficientes; o segundo diz
respeito às falhas de sistemas computadorizados, telefonia, elétricos, etc; enquanto o terceiro
está relacionado a problemas com empregados não qualificados, desmotivados ou desonestos.
Para o BCBS (1997), as modalidades mais relevantes de risco operacional envolvem o
colapso de controles internos e do domínio corporativo. Tais eventos podem ocasionar perdas
financeiras e comprometimento dos interesses do banco, na medida em que podem ocorrer
excessos no uso de competências e atribuições por parte de representantes ou outros
componentes administrativos. O documento cita ainda como fontes de risco operacional
deficiências graves nos sistemas tecnológicos e incidentes como grandes incêndios e outros
desastres.

Marcação a Mercado
A “marcação a mercado” é uma regra que obriga o fundo de investimento a divulgar
diariamente o valor exato de mercado dos títulos que compõem o fundo. Se os ativos da
carteira não forem correspondentes ao valor de mercado, as cotas podem não estar refletindo
o patrimônio real do fundo.
A marcação a mercado tem como principal objetivo evitar a transferência de riqueza
entre diversos cotistas e, além disto, dá maior transparência aos riscos embutidos nas posições,

I.63
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

uma vez que as oscilações de mercado dos preços dos ativos, ou dos fatores determinantes
destes, estarão refletidas nas quotas, melhorando assim a comparabilidade entre suas
performances.
O preço de mercado utilizado na valorização desses ativos é fornecido por fonte de
acesso irrestrito e adotado sempre que representar o provável valor de mercado justo de um
determinado ativo. Nos casos de impossibilidade de obtenção de um valor considerado justo,
seja por falta de informação, seja por falta de liquidez, serão utilizados dados obtidos através
de fontes secundárias. A metodologia alternativa a ser aplicada dependerá do ativo em questão.
A marcação a mercado significa colocar os ativos que existem no fundo a preços reais.
Alguns administradores vinham contabilizando os papéis da carteira pelo seu valor nominal.
Porém, em fevereiro de 2002, o Banco Central (BC) determinou novas regras de marcação a
mercado, estipulando o mês de setembro como prazo limite para os gestores finalizarem os
ajustes necessários à adequação dos fundos de investimento.

Índice de Referência (benchmark) aplicado a produtos de investimento

Rentabilidade Absoluta versus Rentabilidade Relativa


Ao analisar as diferentes opções de investimento encontradas no mercado, o cliente
utiliza alguns critérios que estão intimamente ligados a sua expectativa e objetivos que
geralmente são relacionados: rentabilidade, liquidez e risco.
A Rentabilidade é a medida de ganho financeiro nominal sobre o total do investimento,
expressa em termos percentuais. Rentabilidade Absoluta versus Rentabilidade Relativa é a
capacidade de comparação da rentabilidade proporcionada por um determinado investimento
em relação a um benchmark (referencial). Destacamos que esse tipo de análise ocorre,
normalmente, com investimentos de renda fixa.
Rentabilidade Esperada versus Rentabilidade Observada
Ao investir num fundo, o cliente tem uma expectativa de rentabilidade que, muitas
vezes, é baseada na rentabilidade que o investimento ofereceu no passado. No entanto, a
rentabilidade observada no passado não é garantia de rentabilidade futura e o cotista deve
estar ciente de que as condições de mercado é que determinarão o retorno do fundo no futuro.
Muitas vezes o investidor entende que a rentabilidade observada nos meses anteriores,
certamente se repetirá no futuro. Isto é um erro, pois num fundo de investimento, a
rentabilidade se dá devido a valorização ou desvalorização dos ativos que compõe a carteira do
fundo. Estes ativos estão sujeitos a variação de mercado.
Rentabilidade Esperada: quanto o cliente pretende ter de retorno ao final do período de
investimento
Rentabilidade Observada: quanto rendeu, quanto ele obteve durante o período de
investimento.

A Decisão de Investimento
Alguns fatores determinam a escolha de um investimento por parte do investidor. São
eles: objetivo do investidor, horizonte de investimento, risco-retorno e diversificação.

I.64
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Risco versus Retorno


Cada investidor tem sua tolerância a riscos. Há investidores arrojados que suportam
altos riscos em busca de maior retorno e há também os conservadores que desejam o mínimo
de risco, ainda que isso implique em retornos menores. Entre esses dois opostos estão os mais
diversos perfis de investidores. Por outro lado, cada investimento apresenta sua combinação de
risco e retorno. Existe uma tendência de elevação dos retornos a medida que aumentam os
riscos.
Você sabia que o Presidente e o Vice-Presidente dos Estados Unidos nunca viajam no
mesmo avião? Na verdade essa prática é usual, também, entre membros da diretoria de
grandes companhias e visa a evitar que em caso de acidentes, o país ou a empresa fique sem
comando. O investidor também deve adotar a mesma postura e não aplicar todos os recursos
num só título ou papel. Esse é o princípio da diversificação. Diversifica-se uma carteira de
investimentos para diminuir o seu risco. A compra de uma variedade de papéis e títulos faz com
que o risco associado a cada um desses componentes individuais da carteira seja atenuado pelo
conjunto.
Por que o risco não pode ser eliminado? Na realidade o risco total de um ativo é composto
pelos riscos sistemático e não-sistemático.
- Risco Sistemático (mercado, conjuntural ou não diversificável): é o risco imposto ao ativo
pelos sistema político, econômico e social (recessão, crise política, greves etc.). Esse risco atinge
a todos os ativos indistintamente, ainda que cada ativo responda de maneira diferente a
mudanças na conjuntura.
- Risco Não-Sistemático (próprio, específico, diversificável): é o risco intrínseco ao ativo. É
gerado por fatos que atingem diretamente o ativo (ou o subsistema ao qual está ligado) e não
atingem os demais ativos - riscos financeiro, administrativo e setorial.
Perceba que o Risco Sistemático não é diversificável, já que decorre de fatos que atingem a
todos os ativos. O Risco Não-Sistemático, por outro lado, é diversificável, ou seja, pode ser total
ou parcialmente diluído pela diversificação da carteira.

Objetivo do Investidor
Todo investidor possui um objetivo para seus recursos, mesmo que não declarado. Por
objetivo entenda-se finalidade: como comprar uma casa, um carro ou outro bem; este objetivo,
no entanto, está ligado diretamente à um prazo para realizar-se, chamado de horizonte de
investimento.

Horizonte de Investimento
O horizonte é um fator determinante para a escolha do investimento mais adequado. Se
o investidor tem objetivos de longo prazo, pode optar por investimentos cujo prazo de
maturação seja maior. Flutuações de curto prazo são pouco relevantes, pois o que mais importa
é a tendência de longo prazo.

I.65
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

VIII. Mercado de Capitais – Produtos – Modalidades Operacionais –


Tributação e Regulação Básica – 21,25%
Mercado Primário37
O mercado de capitais é o conjunto de mercados, instituições e ativos que viabiliza a
transferência de recursos financeiros entre tomadores (companhias abertas) e aplicadores
(investidores) destes recursos. Essa transferência ocorre por meio de operações financeiras que
podem ocorrer diretamente entre companhias e investidores ou via intermediários financeiros.
As operações que ocorrem no mercado de capitais, bem como seus participantes são regulados
pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
As companhias abertas necessitam de recursos financeiros para realizar investimentos
produtivos, tais como: construção de novas plantas industriais, inovação tecnológica, expansão
de capacidade, aquisição de outras empresas ou mesmo o alongamento do prazo de suas
dívidas. Os investidores, por outro lado, possuem recursos financeiros excedentes, que
precisam ser aplicados de maneira rentável e valorizar-se ao longo do tempo, contribuindo para
o aumento de capital do investidor.
Para compatibilizar os diversos interesses entre companhias e investidores, estes
recorrem aos intermediários financeiros cumprem a função de reunir investidores e
companhias, propiciando a alocação eficiente dos recursos financeiros na economia. O papel
dos intermediários financeiros é harmonizar as necessidades dos investidores com àquelas das
companhias abertas.
Em geral, os intermediários financeiros se associam, em consórcios, num esforço para
vender todos os títulos ou os valores mobiliários emitidos pela companhia. A colocação inicial
desses títulos ou valores mobiliários se dá no chamado mercado primário, onde as ações e/ou
debêntures, por exemplo, são vendidas pela primeira vez e os recursos financeiros obtidos são
direcionados para a respectiva companhia.

Ofertas Públicas de Ações e outros ativos


As ofertas públicas são processos especiais de negociação em que determinado emissor
coloca ativos a venda através de processo de formação de bookbuilding (processo de definição
do preço do ativo no seu lançamento na Bolsa). As ofertas públicas podem ter como objeto
ações de uma empresa que está abrindo capital no mercado de uma companhia que já negocia
suas ações da Bolsa de Valores, cotas de ações, fundos, recibos, etc.
A oferta pública inicial (IPO em inglês), ocorre quando são ofertadas ações (ou ativos)
emitidas por companhia estreante na Bolsa de Valores ou por uma já listada na Bolsa de
Valores (oferta subsequente), que pode realizar uma oferta primária ou secundária. A oferta
primária é caracterizada quando a empresa está oferecendo ao mercado ações novas que estão
sendo emitidas, para aumento de capital da empresa. Quando são ofertadas ações já existentes,
ou seja, que já pertenciam a outros acionistas, a oferta é secundária e caracteriza pela
disponibilização de ações que estavam nas mãos de acionistas. Assim, o recurso obtido com a

37 http://www.cvm.gov.br/port/protinv/caderno7.asp

I.66
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

oferta não aumenta o capital social da empresa, e, sim, vai para o acionista que vendeu as
ações.

Mercado Secundário
Os investidores que adquiriram esses títulos ou valores mobiliários podem revendê-los
no chamado mercado secundário, onde ocorre a compra e venda desses entre os investidores.
Para facilitar a negociação desses títulos no mercado secundário, foram criadas instituições que
têm por objetivo administrar sistemas centralizados, regulados e seguros para a negociação
desses títulos. A função básica dessas instituições é proporcionar liquidez aos valores de
emissão de companhias abertas, ou seja, possibilitar ao investidor que adquiriu esses títulos
vendê-los de forma eficiente e segura. Como exemplo temos as bolsas de valores e as
entidades administradoras do mercado de balcão organizado.
A atuação nas bolsas de valores e mercado de balcão organizado é restrita às
instituições financeiras e sociedades corretoras ou distribuidoras devidamente autorizadas a
funcionar pela CVM e Banco Central, que atuam em nome de seus clientes, os investidores,
comprando e venden10 do ações, debêntures e outros títulos e valores mobiliários emitidos
pelas companhias abertas.
O mercado de balcão organizado é um ambiente administrado por instituições auto-
reguladoras que propiciam sistemas informatizados e regras para a negociação de títulos e
valores mobiliários. Estas instituições são autorizadas a funcionar pela CVM e por ela são
supervisionadas.
Tradicionalmente, o mercado de balcão é um mercado de títulos sem local físico
definido para a realização das transações que são feitas por telefone entre as instituições
financeiras. O mercado de balcão é chamado de organizado quando se estrutura como um
sistema de negociação de títulos e valores mobiliários podendo estar organizado como um
sistema eletrônico de negociação por terminais, que interliga as instituições credenciadas em
todo o Brasil, processando suas ordens de compra e venda e fechando os negócios
eletronicamente.
As principais regras estabelecidas pelas entidades administradoras do mercado de
balcão organizado são:
Em relação aos intermediários financeiros:
o Regras para admissão – ou seja, quais os critérios e procedimentos para que uma
instituição financeira possa participar do mercado de balcão organizado e
intermediar as negociações entre os investidores;
o Regras de negociação e de conduta que devem ser observados pelos
intermediários;
o Procedimentos para fiscalização dos intermediários e aplicação de penalidades
para os infratores;

Em relação às companhias abertas:


o Exigências específicas das entidades auto-reguladoras para admissão dos títulos
da companhia à negociação – além daquelas previstas pela CVM;

I.67
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

o Critérios para cancelamento de listagem dos referidos títulos que foram uma vez
admitidos à negociação.

Intermediários
Todas as instituições integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários
podem ser membros do mercado de balcão organizado: as sociedades corretoras de valores ou
de mercadorias, as distribuidoras e os bancos de investimento. Para se tornar membro do
mercado de balcão organizado é necessário cumprir todos os requisitos impostos pela entidade
administradora, pela CVM e pelo Banco Central do Brasil.
Os intermediários são responsáveis por executar e liquidar adequadamente as ordens
de seus clientes, os investidores, que devem estar previamente cadastrados antes de iniciar
qualquer operação. Os intermediários têm como obrigação informar seus clientes sobre as
regras de operação do mercado de balcão organizado, bem como todos os detalhes dos
negócios executados em nome do mesmo.
A entidade administradora do mercado de balcão organizado pode admitir a presença
de formadores de mercado. O formador de mercado é o intermediário especial, credenciado
para promover a liquidez de um determinado título. Para isso, esse intermediário irá manter e
executar ordens de compra e venda para esse título observando as condições estabelecidas
pela entidade administradora do mercado.

O formador de mercado deverá utilizar seus recursos próprios para executar ordens de
compra e de venda para investidores interessados no ativo em que for credenciado. Esses
investidores podem ser seus clientes ou clientes de outro intermediário financeiro autorizado a
operar no mercado. A receita do formador de mercado nesta operação é a diferença positiva
entre o preço de compra e preço de venda, chamada “spread”. A diferença máxima entre as
ofertas de compra e de venda que o formador de mercado divulga no sistema de negociação é
determinada pela entidade administradora do mercado de balcão organizado.
A presença do formador de mercado aumenta a chance de ocorrer uma operação
quando um investidor quiser comprar e vender este determinado título.

Títulos Negociados
O mercado de balcão organizado pode admitir à negociação somente as ações de
companhias abertas com registro para negociação em mercado de balcão organizado. As
debêntures de emissão de companhias abertas podem ser negociadas simultaneamente em
bolsa de valores e mercado de balcão organizado desde que cumpram os requisitos de ambos
os mercados.
Como dissemos, antes de ter seus títulos negociados no mercado primário, a companhia
deverá requerer o registro de companhia aberta junto à CVM e neste momento deverá
especificar onde seus títulos serão negociados no mercado secundário: se em bolsa de valores
ou mercado de balcão organizado.
Essa decisão é muito importante, pois uma vez concedido o registro para negociação em
mercado de balcão organizado este só pode ser alterado com um pedido de mudança de
registro junto à CVM. Mais adiante detalharemos como uma companhia aberta pode mudar
seu registro de mercado de balcão organizado.

I.68
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

A companhia aberta é responsável por divulgar à entidade administradora do mercado


de balcão organizado todas as informações financeiras e atos ou fatos relevantes sobre suas
operações. A entidade administradora do mercado de balcão organizado, por sua vez, irá
disseminar essas informações através de seus sistemas eletrônicos ou impressos para todo o
público.

No mercado de balcão organizado, a companhia aberta pode requerer a listagem de


seus títulos, através de seu intermediário financeiro, ou este poderá requerer a listagem
independentemente da vontade da companhia. Por exemplo, se o intermediário possuir uma
grande quantidade de ações de uma determinada companhia, ele poderá requerer a listagem
da mesma e negociar esses ativos no mercado de balcão organizado. Neste caso, a entidade
administradora do mercado de balcão organizado irá disseminar as informações que a
companhia aberta tiver encaminhado à CVM.
Além de ações e debêntures, no mercado de balcão organizado são negociados, diversos
outros títulos, tais como:
• bônus de subscrição;
• índices representativos de carteira de ações;
• opções de compra e venda de valores mobiliários;
• direitos de subscrição;
• recibos de subscrição;
• quotas de fundos fechados de investimento, incluindo os fundos imobiliários e os
fundos de investimento em direitos creditórios;
• certificados de investimento audiovisual;
• certificados de recebíveis imobiliários.

Principais Ativos de Emissão das Companhias

Ações38
O investimento em ações é uma aplicação financeira de renda variável. Isto significa
dizer que não é possível determinar previamente, como numa aplicação de renda fixa, um
prazo ou ganho definido para o montante investido. Porém, se bem avaliado e considerado o
longo prazo, o investimento em ações pode proporcionar ao investidor um retorno maior do
que o obtido em aplicações de renda fixa.
A Ação é a fração negociável em que se divide o capital social de uma sociedade
anônima, representativa dos direitos e obrigações do acionista. Para uma ação ser negociada
em bolsa, a empresa necessita de registro de companhia aberta, concedido pela Comissão de
Valores Mobiliários – CVM, tornando-se assim uma sociedade anônima de capital aberto.
Quanto à espécie, as ações podem ser: Ordinárias ou Preferenciais.
• Ação Ordinária: tem por principal característica conferir o direito de voto a seu titular;

38 http://www.cvm.gov.br/port/protinv/caderno5.asp

I.69
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

• Ação Preferencial: não dá direito de voto nas Assembleias, apresentando, entretanto,


salvo raras exceções, outras vantagens, como:
o Prioridade na distribuição dos dividendos (característica principal), o que
significa que não podem ser pagos dividendos às ações ordinárias sem que se
pague dividendos às ações preferenciais;
o Prioridade no reembolso do capital, o que significa que, no caso de liquidação da
companhia, depois de pagos os credores, os recursos que sobrarem serão
destinados primeiramente ao resgate das ações preferenciais.
Quanto à forma, as ações podem ser:
• Ações Nominativas: são aquelas emitidas em nome de seu titular, o qual estará inscrito
no Livro de Registro de Ações Nominativas;
• Ações Escriturais: são ações nominativas, cujo controle da posição dos titulares é feito
por instituições financeiras especificamente autorizadas pela Comissão de Valores
Mobiliários – CVM para a prestação do serviço de ações escriturais.

As ações conferem a seus titulares os seguintes direitos:


• Dividendos;
• Bonificações;
• Subscrições de novas emissões de ações.

Dividendos
É a parcela do lucro distribuída em dinheiro aos acionistas da companhia, deliberado em
Assembléia Geral Ordinária, anualmente realizada para aprovação das contas do exercício
anterior.
Dividendo Obrigatório: os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório
em cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto, ou, se este for omisso, metade
do lucro líquido do exercício ajustado na forma prevista na Lei 6404/76.

Bonificações
São as ações distribuídas gratuitamente a seus acionistas, decorrentes da incorporação
de reservas ao capital social por decisão da Administração e deliberado em Assembleia de
Acionistas.

Subscrição
É o ato de adquirir novas ações emitidas em decorrência de aumento de capital da
Companhia. O aumento de capital tem como objetivo suprir as necessidades de recursos, seja
para ampliar a capacidade produtiva, seja para suprir as necessidades de capital de giro.

Direito de Subscrição
Os direitos de subscrição conferem aos seus detentores a possibilidade de exercer o
direito de compra de novas ações e podem ser negociados no mercado, isoladamente das
ações. Esses direitos deixam de ter valor para negociação assim que se encerra o prazo para a
subscrição de novas ações, emitidas pela companhia aberta.

I.70
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Bolsa de Valores
É uma entidade formada pelas próprias corretoras, para facilitar o encontro entre
compradores e vendedores de ações e, assim, promover a liquidez das ações e uma adequada
formação de preços.

A principal bolsa do Brasil é a Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) que dispõe de
um pregão físico, onde as ofertas de compra e venda são apregoadas a viva voz, e um sistema
eletrônico de negociação chamado MEGABOLSA, onde as ofertas são inseridas em terminais
remotos nas corretoras para serem vistas por todos.
O pregão e o MEGABOLSA fazem parte de um sistema de negociações desenvolvido pela
BOVESPA, de tal modo que as ofertas existentes em cada um desses ambientes podem
interferir no fechamento de qualquer negócio.

Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia - CBLC


A CBLC é uma sociedade anônima que tem como objeto social a prestação de serviços
de compensação e liquidação física e financeira de operações realizadas nos mercados à vista e
à prazo da Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) e de outros mercados, bem como a
administração do sistema de custódia de títulos e de valores mobiliários.

Novo Mercado
É um segmento especial da Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) destinado à
negociação de ações emitidas por empresas que se comprometem, voluntariamente, com a
adoção de boas práticas de governança corporativa e de um maior disclosure (divulgação de
informações adicionais) em relação ao que é exigido pela legislação.

Governança Corporativa
É o sistema que permite aos acionistas ou cotistas o governo estratégico de sua
empresa e a efetiva monitoração da direção executiva. A relação entre propriedade e gestão se
dá através do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal. O objetivo é assegurar a todos
os acionistas equidade, transparência, responsabilidade pelos resultados e obediência às leis.

Negociação
Os investidores devem comprar ou vender ações de companhias abertas através das
sociedades corretoras. Para isso, emitem ordens de compra ou venda e as corretoras se
encarregam de executá-las no pregão da Bolsa de Valores.
Os investidores também podem comprar ou vender ações através das sociedades
distribuidoras que irão operar por intermédio de sociedades corretoras.

Negociações On-Line
Uma negociação on-line obedece às mesmas regras aplicáveis às operações tradicionais
em bolsas de valores, isto é, obedecem as normas e procedimentos estabelecidos na Instrução
CVM nº 220, de 15 de setembro de 1994.
É importante que o investidor interessado leia a referida instrução antes de começar a
operar. A corretora está obrigada a dar conhecimento de todos os dispositivos e regras de

I.71
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

negociação estabelecidas no referido normativo. Essa instrução está disponível no site da


Comissão de Valores Mobiliários (http://www.cvm.gov.br) na pasta "Legislação e
Regulamentação".
Outras informações também podem ser obtidas no site da CVM, como por exemplo, na
pasta "Companhias Abertas", onde estão disponíveis as DFP (Demonstrações Financeiras
Padronizadas), as ITR (Informações Trimestrais) e as IAN (Informações Anuais) das companhias.
É também recomendável consultar a pasta "Fatos Relevantes de Companhias Abertas" para
saber se existe alguma notícia importante sobre a companhia cujas ações você está interessado
em comprar.
Seria também conveniente consultar o site da Bolsa de Valores de São Paulo
(http://www.bovespa.com.br) sobre Regras de Negociação de Pregão na pasta "A Bovespa".
Para que o investidor possa comprar ou vender ações através da Internet, é necessário
que seja cliente de uma Corretora que disponha dessa facilidade. É fundamental, para a sua
segurança que, antes de iniciar seus negócios, o investidor verifique que se trata de uma
corretora autorizada a operar por esta modalidade (vide relação no site da BOVESPA).
É bom salientar que as negociações via Internet só permitem as ordens limitadas e terão
o comitente (investidor) especificado. As ordens "a mercado" e "casada" não são admitidas
para negociação "on line".
Além disso, a Internet permite a conexão com o sistema MEGABOLSA. É importante se
observar, ainda, que os sistemas das corretoras podem emitir críticas a respeito das ordens
recebidas antes de encaminhá-las para o MEGABOLSA, sendo que uma ordem recebida pela
Internet pode ser reencaminhada por um operador, se a corretora assim julgar adequado. Por
isso o cliente deve consultar sua corretora sobre a política de execução de ordens dela.

Home Broker

Home broker é o sistema que possibilita ao investidor encaminhar ordens de compra e


venda de ações e de opções pela Internet, através de corretoras de valores mobiliários
credenciadas pela Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) para tal fim.
O sistema home broker foi implantado em março de 1999 pela BOVESPA e é semelhante
aos serviços de home banking oferecidos pela rede bancária. É um sistema de comunicação que
funciona como um "canal de relacionamento" entre os investidores e as sociedades corretoras
da BOVESPA.
O intuito de sua implantação foi agilizar e simplificar a atividade de compra e venda de
ações permitindo que haja uma maior participação de pessoas físicas no mercado de valores
mobiliários. Os home brokers das corretoras estão interligados aos sistemas da BOVESPA.
A seguir são apontadas as principais vantagens do sistema home broker:
• Acesso às cotações on line. O investidor pode ter acesso às cotações (preços) das
ações, porém, com algum atraso (cerca de 15 minutos). Assim, é recomendável
que o investidor compare as cotações existentes em outras corretoras, em
função do lapso de tempo que pode ocorrer entre uma divulgação e outra;
• Recebimento, com maior rapidez, da confirmação das ordens executadas;
• Disponibilização de um resumo financeiro de todas as operações executadas e
suas respectivas notas de corretagens;

I.72
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

• Agilidade e praticidade no cadastramento e no trâmite de documentos, sendo,


também recomendável, que o investidor procure a corretora para se cadastrar
como cliente;
• Possibilidade de consulta, pelo investidor, a posições financeiras e de custódia;
• Envio de ordens imediatas ou programadas, de compra e venda de ações, no
Mercado à Vista (lote padrão e fracionário) e no Mercado de Opções (compra e
venda de opções);
• Acompanhamento imediato da carteira de ações.

Qual a garantia que o investidor tem contra possíveis irregularidades decorrentes da


utilização do sistema de home broker?
Como qualquer operação em bolsa de valores, o sistema home broker tem o respaldo
do Fundo de Garantia, mantido pela BOVESPA, com a finalidade exclusiva de assegurar aos
investidores do mercado de valores mobiliários, até o limite do Fundo, o ressarcimento de
prejuízos decorrentes da atuação de administradores, empregados ou prepostos de sociedade
membro da Bolsa, em relação à intermediação de negociações realizadas em bolsa e aos
serviços de custódia, especialmente nas seguintes hipóteses:

I – inexecução ou infiel execução de ordens;


II – uso inadequado de numerário, de títulos ou de valores mobiliários, inclusive em
relação a operações de financiamento ou de empréstimos de ações para a compra ou
venda em bolsa (conta margem);
III – entrega ao investidor de títulos ou valores mobiliários ilegítimos ou de circulação
proibida;
IV – inautenticidade de endosso em título ou em valor mobiliário ou ilegitimidade de
procuração ou documento necessário a transferência dos mesmos;
V – decretação de liquidação extrajudicial pelo Banco Central do Brasil;
VI – encerramento das atividades.

O investidor poderá pleitear o ressarcimento do seu prejuízo ao Fundo de Garantia da


Bolsa de Valores, independentemente de qualquer medida judicial ou extrajudicial contra a
sociedade membro ou a bolsa de valores.
Tal pedido de ressarcimento deve ser formulado no prazo de seis meses, a contar da
ocorrência da ação ou omissão que tenha causado o prejuízo.
Caso o investidor não tenha tido comprovadamente possibilidade de acesso a
elementos que lhe permitam tomar ciência do prejuízo havido, o prazo estabelecido no
parágrafo anterior poderá ser contado da data do conhecimento do fato.

O que é ordem? Quais os diferentes tipos de ordens existentes?

Ordem é a instrução dada por um cliente à sociedade corretora para a execução de uma
compra ou uma venda de ações. Os principais tipos de ordem existentes são os seguintes:
• Ordem a Mercado: é aquela que especifica somente a quantidade e as
características dos valores mobiliários a serem comprados ou vendidos, sem que

I.73
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

seja fixado o preço, devendo ser executada a partir do instante em que for
recebida;
• Ordem Limitada: é aquela que deve ser executada por preço igual ou melhor do
que o especificado pelo cliente – preço maior ou igual, no caso de venda a limite,
ou preço menor ou igual, no caso de compra a limite;
• Ordem Casada: é aquela composta por uma ordem de compra e outra de venda,
e só podem ser cumpridas integral e simultaneamente.

Lote Padrão

No mercado de lote padrão, as ações são negociadas em lotes unitários ou de quantidades


mínimas de 100 (cem), 1.000 (mil), 10.000 (dez mil) ou 100.000 (cem mil) ações, conforme
especificação feita pela BOVESPA para cada companhia.

Mercado Fracionário

No mercado fracionário são negociadas quantidades inferiores aos lotes padrões estabelecidos.
OBS: As ações podem ter seus preços para negociação informados por cotação unitária ou por
lote de mil ações.

B) Mercado de Opções

No mercado de opções são negociados direitos de comprar ou vender, por um preço pré
estabelecido, uma certa quantidade de uma determinada ação, ou de índices, em data
previamente fixada pela BOVESPA. Para encerrar uma posição (que é um conjunto de direitos e
obrigações) é necessário que o investidor realize uma operação inversa à original, apurando
lucro ou prejuízo (diferença entre os preços pagos e recebidos nas negociações).

Existem dois tipos de opções nesse mercado:


Opção de compra onde o "Titular" (comprador de opção) tem o direito de comprar do
"Lançador" (vendedor da opção), obrigando que este lhe venda a quantidade correspondente
de ações ao preço previamente estipulado, até a data prefixada;
Opção de venda onde o "Titular" (comprador da opção) tem o direito de vender ao "Lançador"
(vendedor da opção), exigindo que este lhe compre a quantidade de determinada ação ao
preço previamente estipulado.
No mercado de opções, o que se negocia diariamente na bolsa é o preço de cada opção. Este
preço se chama PRÊMIO.
O comprador de uma determinada opção de compra, paga à vista o prêmio, adquirindo
o direito de comprar no futuro a ação-objeto ou índice, pelo preço de exercício fixado, até a
data de vencimento da opção. O vendedor da opção de compra, recebe à vista o prêmio
correspondente à venda da opção, ficando obrigado a vender a ação-objeto pelo preço de
exercício fixado, desde que o comprador exerça o seu direito de compra dessas ações até a
data de vencimento da opção. Quando o comprador da opção não vier a exercer o seu direito
de compra, o que ocorre sempre que o preço da ação no mercado à vista fica abaixo do preço

I.74
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

do exercício fixado, ele perde o prêmio anteriormente pago, ficando o vendedor da opção com
esta importância, sem qualquer compromisso adicional.
Nas opções de venda o comprador da opção paga à vista o prêmio, adquirindo o direito
de vender futuramente as ações-objeto ou índice, correspondentes, pelo preço de exercício, na
data do vencimento da opção, e o vendedor da opção de venda recebe o prêmio, ficando
obrigado a comprar as ações-objeto ou índice, pelo preço de exercício fixado, na data de
vencimento, se o comprador das opções de venda quiser vendê-las. Até o vencimento, todas as
opções são liquidadas ou pelo exercício por parte dos titulares, ou pelo não exercício por parte
dos mesmos.
Os preços das opções são, em geral, muito mais voláteis do que os das ações. Por isso, o
investidor que negocia pela Internet deve tomar um grande cuidado com esses produtos, em
função do risco envolvido, dado que no atual estágio tecnológico as conexões pela Internet são
lentas demais para acompanhar a rapidez do mercado de derivativos.
Periodicamente a Bolsa de Valores de São Paulo seleciona ações, pelo critério de
liquidez e presença em pregão sobre as quais a BOVESPA abre opções.

I.75
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

IX. Fundos de Investimentos – 6,25%


Histórico – Instrução CVM Nº 409/2004 e Respectivas Atualizações

A Instrução da CVM no. 409/04 dispõe sobre normas gerais que regem a constituição, a
administração, o funcionamento e a divulgação de informações dos fundos de investimento e
fundos de investimento em cotas de fundo de investimento definidos e classificados nesta
Instrução. Os fundos de investimento seguem as regulamentações estabelecidas na instrução
CVM no. 409/04, e das respectivas alterações nas instruções CVM n. 413/04, 450/07, 456/07 e
465/08.
O fundo de investimento é uma comunhão de recursos, constituída sob a forma de
condomínio, destinado à aplicação em títulos e valores mobiliários, bem como em quaisquer
outros ativos disponíveis no mercado financeiro e de capitais, observadas as disposições desta
Instrução. Por sua vez, a aplicação no exterior de recursos oriundos de fundos de investimento
regulados pela Instrução obedecerá à regulamentação expedida pelo Conselho Monetário
Nacional.
Da denominação do fundo constará a expressão "Fundo de Investimento", acrescida da
referência à classe de fundo. À denominação do fundo não poderão ser acrescidos termos ou
expressões que induzam interpretação indevida quanto a seus objetivos, sua política de
investimento, ou seu público alvo. Poderão ser acrescidas à denominação do fundo expressões
que indiquem o eventual tratamento tributário específico a que estejam sujeitos o fundo ou
seus cotistas.
O fundo pode ser constituído sob a forma de condomínio aberto, em que os cotistas
podem solicitar o resgate de suas cotas a qualquer tempo, ou fechado, em que as cotas
somente são resgatadas ao término do prazo de duração do fundo. É importante frisar que
admite-se a amortização de cotas tanto no fundo fechado como no fundo aberto, mediante o
pagamento uniforme a todos os cotistas de parcela do valor de suas cotas sem redução do
número de cotas emitidas, efetuado em conformidade com o que a esse respeito dispuser o
regulamento ou a assembleia geral de cotistas.
O fundo será regido pelo regulamento, devendo divulgar suas principais características
ao público através de um prospecto elaborado. O funcionamento do fundo depende do prévio
registro na CVM, o qual será procedido através do envio, pelo administrador, do Sistema de
Envio de Documentos disponível na página da CVM na rede mundial de computadores, e
considerar-se-á automaticamente concedido na data constante do respectivo protocolo de
envio. O pedido de registro deve ser instruído através dos seguintes documentos e
informações: regulamento do fundo, os dados relativos ao registro do regulamento em cartório
de títulos e documentos, prospecto, declaração do administrador do fundo de que firmou os
contratos, nome do auditor independente, inscrição do fundo no CNPJ e formulário
padronizado com as informações básicas do fundo.

Fundos de “Curto Prazo”


Os fundos classificados como "Curto Prazo" deverão aplicar seus recursos
exclusivamente em títulos públicos federais ou privados pré-fixados ou indexados à taxa SELIC

I.76
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

ou a outra taxa de juros, ou títulos indexados a índices de preços, com prazo máximo a decorrer
de 375 (trezentos e setenta e cinco) dias, e prazo médio da carteira do fundo inferior a 60
(sessenta) dias, sendo permitida a utilização de derivativos somente para proteção da carteira e
a realização de operações compromissadas lastreadas em títulos públicos federais.
Os títulos privados deverão ter seu emissor classificado na categoria baixo risco de
crédito ou equivalente, com certificação por agência de classificação de risco localizada no País.

Fundos Referenciados
Os fundos classificados como "Referenciados" devem identificar em sua denominação o
seu indicador de desempenho, em função da estrutura dos ativos financeiros integrantes das
respectivas carteiras, desde que atendidas, cumulativamente, as seguintes condições:
• Tenham 80% (oitenta por cento), no mínimo, de seu patrimônio líquido
representado, isolada ou cumulativamente, por:
o títulos de emissão do Tesouro Nacional e/ou do Banco Central do Brasil;
o títulos e valores mobiliários de renda fixa cujo emissor esteja classificado na
categoria baixo risco de crédito ou equivalente, com certificação por agência de
classificação de risco localizada no País;
• Estipulem que 95% (noventa e cinco por cento), no mínimo, da carteira seja
composta por ativos financeiros de forma a acompanhar, direta ou indiretamente, a
variação do indicador de desempenho ("benchmark") escolhido;
• Restrinjam a respectiva atuação nos mercados de derivativos a realização de
operações com o objetivo de proteger posições detidas à vista, até o limite dessas.

Fundos de Renda Fixa, Ações e Cambial


As classificações "Renda Fixa", "Ações" e "Cambial" são definidas a partir do principal
fator de risco associado à carteira do fundo.
Os fundos classificados como "Renda Fixa" e "Cambial" deverão possuir, no mínimo,
80% (oitenta por cento) da carteira em ativos relacionados diretamente, ou sintetizados via
derivativos, ao fator de risco que dá nome à classe.
Os fundos classificados como "Ações" deverão possuir, no mínimo, 67% (sessenta e sete
por cento) da carteira em ações admitidas à negociação no mercado à vista de bolsa de valores
ou entidade do mercado de balcão organizado.
Entende-se por principal fator de risco de um fundo o índice de preços, a taxa de juros,
o índice de ações, ou o preço do ativo cuja variação produza, potencialmente, maiores efeitos
sobre o valor de mercado da carteira do fundo.
Os principais fatores de risco da carteira de um fundo classificado como "Renda Fixa"
deve ser a variação da taxa de juros doméstica ou de índice de preços, ou ambos.
O principal fator de risco da carteira de um fundo classificado como "Ações" deve ser a
variação de preços de ações admitidas à negociação no mercado à vista de bolsa de valores ou
entidade do mercado de balcão organizado.
O principal fator de risco da carteira de um fundo classificado como "Cambial" deve ser
a variação de preços de moeda estrangeira ou a variação do cupom cambial.

I.77
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Fundos da Dívida Externa


Os fundos classificados como "Dívida Externa" deverão aplicar, no mínimo, 80% (oitenta
por cento) de seu patrimônio líquido em títulos representativos da dívida externa de
responsabilidade da União, sendo permitida a aplicação de até 20% (vinte por cento) do
patrimônio líquido em outros títulos de crédito transacionados no mercado internacional.
Os títulos representativos da dívida externa de responsabilidade da União devem ser
mantidos, no exterior, em conta de custódia, no Sistema Euroclear ou na LuxClear - Central
Securities Depositary of Luxembourg (CEDEL).
Os títulos integrantes da carteira do fundo devem ser custodiados em entidades
habilitadas a prestar esse serviço pela autoridade local competente.
A aquisição de títulos representativos da dívida externa de responsabilidade da União é
privativa dos fundos classificados nos termos do presente artigo, na forma da regulamentação
do Conselho Monetário Nacional.
Atendidos os requisitos de composição estabelecidos, os recursos porventura
remanescentes:
• podem ser direcionados à realização de operações em mercados organizados de
derivativos no exterior, exclusivamente para fins de "hedge" dos títulos
integrantes da carteira respectiva, ou ser mantidos em conta de depósito em
nome do fundo, no exterior, observado, relativamente a essa última modalidade,
o limite de 10% (dez por cento) do patrimônio líquido respectivo;
• podem ser direcionados à realização de operações em mercados organizados de
derivativos no País, exclusivamente para fins de "hedge" dos títulos integrantes
da carteira respectiva e desde que referenciadas em títulos representativos de
dívida externa de responsabilidade da União, ou ser mantidos em conta de
depósito à vista em nome do fundo, no País, observado, no conjunto, o limite de
10% (dez por cento) do patrimônio líquido respectivo.

Fundos Multimercado
Os fundos classificados como "Multimercado" devem possuir políticas de investimento
que envolvam vários fatores de risco, sem o compromisso de concentração em nenhum fator
em especial ou em fatores diferentes das demais classes previstas.
O administrador e o gestor deverão acompanhar diariamente o enquadramento aos
limites estabelecidos nesta Instrução e o fator de risco da carteira do fundo, de forma a manter
a classe adotada no regulamento e a política de investimento do fundo.

Fundo para Investidores Qualificados


Pode ser constituído fundo de investimento destinado, exclusivamente, a investidores
qualificados. Para efeito do disposto no artigo anterior, são considerados investidores
qualificados:
• instituições financeiras;
• companhias seguradoras e sociedades de capitalização;
• entidades abertas e fechadas de previdência complementar;

I.78
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

• pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor


superior a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) e que, adicionalmente, atestem
por escrito sua condição de investidor qualificado mediante termo próprio, de
acordo com o Anexo I;
• fundos de investimento destinados exclusivamente a investidores qualificados; e
• administradores de carteira e consultores de valores mobiliários autorizados
pela CVM, em relação a seus recursos próprios.
O fundo destinado exclusivamente a investidores qualificados, desde que previsto em
seu regulamento, pode:
• admitir a utilização de títulos e valores mobiliários na integralização e resgate de
cotas, com o estabelecimento de critérios detalhados e precisos para adoção
desses procedimentos, atendidas ainda, quando existirem, as correspondentes
obrigações fiscais;
• dispensar a elaboração de prospecto, assegurando que as informações previstas
nos incisos III, VI e XI do art. 40 estejam contempladas no regulamento;
• cobrar taxas de administração e de performance, conforme estabelecido em seu
regulamento; e
• estabelecer prazos para conversão de cota e para pagamento dos resgates
diferentes daqueles previstos nesta Instrução.

Fundo de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento


O fundo de investimento em cotas de fundos de investimento deverá manter, no
mínimo, 95% (noventa e cinco por cento) de seu patrimônio investido em cotas de fundos de
investimento de uma mesma classe, exceto os fundos de investimento em cotas classificados
como "Multimercado", que podem investir em cotas de fundos de classes distintas.
Os restantes 5% (cinco por cento) do patrimônio do fundo poderão ser mantidos em
depósitos à vista ou aplicados em:
• títulos públicos federais;
• títulos de renda fixa de emissão de instituição financeira;
• operações compromissadas, de acordo com a regulação específica do Conselho
Monetário Nacional - CMN.
Deverá constar da denominação do fundo a expressão "Fundo de Investimento em
Cotas de Fundos de Investimento" acrescida da classe dos fundos investidos de acordo com
regulamentação específica.
Os percentuais referidos neste artigo deverão ser cumpridos diariamente, com base no
patrimônio líquido do fundo do dia imediatamente anterior.
Ficam vedadas as aplicações em cotas de:
• Fundos de Investimento em Participações;
• Fundos de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento em Participações;
• Fundos de Investimento em Direitos Creditórios;
• Fundos de Investimento em Direitos Creditórios no Âmbito do Programa de
Incentivo à Implementação de Projetos de Interesse Social;

I.79
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

• Fundos de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento em Direitos


Creditórios;
• Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional;
• Fundos Mútuos de Privatização – FGTS;
• Fundos Mútuos de Privatização – FGTS – Carteira Livre;
• Fundos de Investimento em Empresas Emergentes;
• Fundos Mútuos de Investimento em Empresas Emergentes - Capital Estrangeiro;
• Fundos de Conversão;
• Fundos de Investimento Imobiliário;
• Fundos de Privatização - Capital Estrangeiro;
• Fundos Mútuos de Ações Incentivadas; e
• Fundos de Investimento Cultural e Artístico.
Os fundos de investimento em cotas classificados como "Renda Fixa" e "Multimercado"
podem investir, até o limite de 10% do patrimônio líquido, em cotas de fundo de investimento
imobiliário, em fundos de investimento em direitos creditórios e em fundos de investimento
em cotas de fundos de investimento em direitos creditórios desde que previsto em seus
regulamentos.

Fundos Exclusivos
Os fundos classificados como "Exclusivos" são aqueles constituídos para receber
aplicações exclusivamente de um único cotista.
1º Somente investidores qualificados poderão ser cotistas de fundos exclusivos.
2º Os fundos classificados como "Previdenciários" são os fundos exclusivos constituídos
para receber aplicações exclusivamente de Fundos de Investimentos e Fundos de
Aposentadoria Programada Individual – FAPI, planos de previdência complementar aberta, de
seguros de vida com cobertura por sobrevivência e de entidades fechadas de previdência
privada

Aspectos Operacionais

Conversão de Cotas (Aplicação e Resgate)

As cotas do fundo correspondem a frações ideais de seu patrimônio, e serão escriturais


e nominativas. O valor da cota do dia é resultante da divisão do valor do patrimônio líquido
pelo número de cotas do fundo, apurados, ambos, no encerramento do dia, assim entendido, o
horário de fechamento dos mercados em que o fundo atue. As cotas do fundo conferirão iguais
direitos e obrigações aos cotistas. A qualidade de cotista caracteriza-se pela inscrição do nome
do titular no registro de cotistas do fundo.
Os eventuais ajustes decorrentes das movimentações ocorridas durante o dia deverão
ser lançados contra as aplicações ou regates dos cotistas que efetuaram essas movimentações
ou, ainda, contra o patrimônio do fundo, conforme dispuser o regulamento. Os cotistas
responderão por eventual patrimônio líquido negativo do fundo.

I.80
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

A cota de fundo aberto não pode ser objeto de cessão ou transferência, salvo por
decisão judicial, execução de garantia ou sucessão universal. A cota de fundo fechado pode ser
transferida, mediante termo de cessão e transferência, assinado pelo cedente e pelo
cessionário, ou através de bolsa de valores ou entidade de balcão organizado em que as cotas
do fundo sejam admitidas à negociação.
O administrador e o gestor, se houver, serão responsáveis perante os cotistas pela
inobservância da política de investimento ou dos limites de concentração previstos em
regulamento.
Na emissão das cotas do fundo deve ser utilizado o valor da cota do dia ou do dia
seguinte ao da efetiva disponibilidade, pelo administrador ou intermediário, dos recursos
investidos, segundo o disposto no regulamento. A integralização do valor das cotas do fundo
deve ser realizada em moeda corrente nacional.
O resgate de cotas de fundo obedecerá às seguintes regras: a) o regulamento
estabelecerá o prazo entre o pedido de resgate e a data de conversão de cotas, assim
entendida, a data da apuração do valor da cota para efeito do pagamento do resgate; a
conversão de cotas dar-se-á pelo valor da cota do dia na data da conversão; o pagamento do
resgate deverá ser efetuado em cheque, crédito em conta corrente ou ordem de pagamento,
no prazo estabelecido no regulamento, que não poderá ser superior a 5 (cinco) dias úteis,
contados da data da conversão de cotas; o regulamento poderá estabelecer prazo de carência
para resgate, com ou sem rendimento; será devida ao cotista uma multa de 0,5% (meio por
cento) do valor de resgate, a ser paga pelo administrador do fundo, por dia de atraso no
pagamento do resgate de cotas.
O fundo cujo regulamento estabelecer data de conversão diversa da data de resgate,
pagamento do resgate em data diversa do pedido de resgate ou prazo de carência para o
resgate.
Em casos excepcionais de iliquidez dos ativos componentes da carteira do fundo,
inclusive em decorrência de pedidos de resgates incompatíveis com a liquidez existente, ou que
possam implicar alteração do tratamento tributário do fundo ou do conjunto dos cotistas, em
prejuízo destes últimos, o administrador poderá declarar o fechamento do fundo para a
realização de resgates, sendo obrigatória a convocação de Assembleia Geral Extraordinária, no
prazo máximo de 1 (um) dia, para deliberar, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data do
fechamento para resgate, sobre as seguintes possibilidades: substituição do administrador, do
gestor ou de ambos; reabertura ou manutenção do fechamento do fundo para resgate;
possibilidade do pagamento de resgate em títulos e valores mobiliários; cisão do fundo.
O administrador responderá aos cotistas remanescentes pelos prejuízos que lhes
tenham sido causados em decorrência da não utilização dos poderes conferidos. O fechamento
do fundo para resgate deverá, em qualquer caso, ser imediatamente comunicado à CVM. A
assembleia deverá ser realizada mesmo que o administrador delibere reabrir o fundo antes da
data marcada para sua realização. O administrador poderá solicitar à CVM autorização
específica para proceder à cisão do fundo antes da reabertura para resgates, ficando neste caso
vedadas novas aplicações no fundo resultante da cisão, e devendo, de qualquer modo, realizar-
se a assembleia. É facultado ao administrador suspender, a qualquer momento, novas
aplicações no fundo, desde que tal suspensão se aplique indistintamente a novos investidores e
cotistas atuais. A suspensão do recebimento de novas aplicações em um dia não impede a

I.81
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

reabertura posterior do fundo para aplicações. O administrador deve comunicar


imediatamente aos intermediários sobre a eventual existência de fundos que não estejam
admitindo captação. O fundo deve permanecer fechado para aplicações enquanto perdurar o
período de suspensão de resgates. O regulamento deverá prever as condições para
recebimento de aplicações e resgates nos feriados estaduais e municipais.

Políticas de Investimentos

Definição
O prospecto deve conter todas as informações relevantes para o investidor relativas à
política de investimento do fundo e aos riscos envolvidos. O prospecto atualizado deve estar à
disposição dos investidores potenciais durante o período de distribuição, nos locais em que esta
for realizada, em número suficiente de exemplares.
O prospecto deve conter, em linguagem clara e acessível ao público alvo do fundo,
informações sobre os seguintes tópicos, assim como quaisquer outras informações
consideradas relevantes:

• metas e objetivos de gestão do fundo, bem como seu público alvo;


• política de investimento e faixas de alocação de ativos, discriminando o processo de
análise e seleção dos mesmos;
• relação dos prestadores de serviços do fundo;
• especificação, de forma clara, das taxas e demais despesas do fundo;
• apresentação detalhada do administrador e do gestor, quando for o caso, com
informação sobre seu registro perante a CVM, seus departamentos técnicos e
demais recursos e serviços utilizados para gerir o fundo;
• condições de compra de cotas do fundo, compreendendo limites mínimos e
máximos de investimento, bem como valores mínimos para movimentação e
permanência no fundo;
• condições de resgate de cotas e, se for o caso, prazo de carência;
• política de distribuição de resultados, se houver, compreendendo os prazos e
condições de pagamento;
• identificação dos riscos assumidos pelo fundo;
• informação sobre a política de administração dos riscos assumidos pelo fundo, se for
o caso;
• informação sobre a tributação aplicável ao fundo e a seus cotistas, contemplando a
política a ser adotada pelo administrador quanto ao tratamento tributário
perseguido;
• política relativa ao exercício de direito de voto do fundo, pelo administrador ou por
seus representantes legalmente constituídos, em assembléias gerais das
companhias nas quais o fundo detenha participação;
• política de divulgação de informações a interessados, inclusive as de composição de
carteira, que deverá ser idêntica para todos que solicitarem, sendo que a alteração
desta política deverá ser divulgada como fato relevante;

I.82
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

• quando houver, identificação da agência classificadora de risco do fundo, bem como


a classificação obtida;

O fundo que pretender realizar operações com derivativos que possam resultar em
perdas patrimoniais ou, em especial, levar à ocorrência de patrimônio líquido negativo, deverá
inserir na capa de seu prospecto e em todo o material de divulgação, de forma clara, legível e
em destaque, uma das seguintes advertências, conforme o caso:
Este fundo utiliza estratégias com derivativos como parte integrante de sua política de
investimento. Tais estratégias, da forma como são adotadas, podem resultar em significativas
perdas patrimoniais para seus cotistas; ou
Este fundo utiliza estratégias com derivativos como parte integrante de sua política de
investimento. Tais estratégias, da forma como são adotadas, podem resultar em significativas
perdas patrimoniais para seus cotistas, podendo inclusive acarretar perdas superiores ao capital
aplicado e a consequente obrigação do cotista de aportar recursos adicionais para cobrir o
prejuízo do fundo.
Caso o administrador tenha contratado agência classificadora de risco, a remuneração
da agência classificadora constituirá despesa do administrador, e o prospecto deverá conter
advertência de que a manutenção desse serviço não é obrigatória, podendo o mesmo ser
descontinuado, a critério do administrador do fundo ou da assembleia geral de cotistas.
A remuneração de agência classificadora de risco contratada pelo fundo poderá
constituir despesa do fundo desde que:
seja deduzida da taxa de administração; e
tal possibilidade conste do regulamento aprovado quando de sua constituição ou seja
expressamente aprovada por assembleia geral posteriormente realizada.
Na descrição da política de administração de risco, o prospecto deverá conter
advertência de que os métodos utilizados pelo administrador para gerenciar os riscos a que o
fundo se encontra sujeito não constituem garantia contra eventuais perdas patrimoniais que
possam ser incorridas pelo fundo.
§ 8º Alterações da política de administração de risco devem ser divulgadas como fato
relevante.
§ 9º Na definição da política de divulgação de informações deverão ser definidos:

a periodicidade mínima para divulgação da composição da carteira do fundo;


o nível de detalhamento das informações;
o local e meio de solicitação e divulgação das informações.

Gestão Ativa e Passiva


A gestão ativa refere-se ao fato do gestor atuar ativamente na montagem da carteira de
ações do fundo, escolhendo as ações e decidindo qual a proporção de cada uma na carteira de
investimentos. Entre os objetivos está a busca de performance diferenciada e/ou superior a
apresentada pelos índices de ações.
Na gestão passiva, o gestor estabelece como estratégia a formação de uma carteira de
ações igual ou semelhante a carteira teórica de algum índice de ações (p.ex. Ibovespa). Nesse
caso o objetivo é conseguir um rendimento próximo ao apresentado pelo índice de referência

I.83
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Instrumentos de Divulgação das Políticas de Investimentos


Todo cotista ao ingressar no fundo deve atestar, mediante termo próprio, que: recebeu
o regulamento e, se for o caso, o prospecto; tomou ciência dos riscos envolvidos e da política
de investimento; tomou ciência da possibilidade de ocorrência de patrimônio líquido negativo,
se for o caso, e, neste caso, de sua responsabilidade por consequentes aportes adicionais de
recursos.
O administrador deverá informar a data da primeira integralização de cotas do fundo
através do Sistema de Envio de Documentos disponível na página da CVM na rede mundial de
computadores, no prazo de dois dias úteis. Sem prejuízo de eventuais sanções, a CVM poderá
suspender a emissão, subscrição e distribuição de cotas de fundo realizadas em desacordo com
a presente Instrução.
O fundo de investimento poderá contratar, por escrito, instituições intermediárias
integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários para realizar a distribuição de
cotas, autorizando-as a realizar a subscrição ou a aquisição de cotas do fundo por conta e
ordem de seus respectivos clientes.
Para a adoção do procedimento de que trata esta seção, o administrador e a instituição
intermediária deverão estabelecer, por escrito, a obrigação desta última de criar registro
complementar de cotistas, específico para cada fundo em que ocorra tal modalidade de
subscrição ou aquisição de cotas, de forma que:
• a instituição intermediária inscreva no registro complementar de cotistas a
titularidade das cotas em nome dos investidores, atribuindo a cada cotista um
código de cliente e informando tal código ao administrador do fundo; e
• o administrador, ou instituição contratada, escriture as cotas de forma especial
no registro de cotistas do fundo, adotando, na identificação do titular, o nome
da instituição intermediária, acrescido do código de cliente fornecido pela
instituição intermediária, e que identifica o cotista no registro complementar.
As instituições intermediárias que estejam atuando por conta e ordem de clientes
assumem todos os ônus e responsabilidades relacionadas aos clientes, inclusive quanto a seu
cadastramento, identificação e demais procedimentos que caberiam originalmente ao
administrador, em especial no que se refere:
• à obrigação de dar ciência aos clientes de quaisquer exigências formuladas pela
CVM;
• ao controle e à manutenção de registros internos referentes à compatibilidade
entre as movimentações dos recursos dos clientes, e sua capacidade financeira e
atividades econômicas, nos termos das normas de proteção e combate à
lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores;
• à regularidade e guarda da documentação cadastral dos clientes, nos estritos
termos da regulamentação em vigor, bem como pelo cumprimento de todas as
exigências legais quanto à referida documentação cadastral;
• à prestação de informação diretamente à CVM sobre os dados cadastrais dos
clientes que aplicarem nos fundos, quando esta informação for solicitada;

I.84
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

• à comunicação aos clientes sobre a convocação de assembleias gerais de cotistas


e sobre suas deliberações, de acordo com as instruções e informações que, com
antecedência suficiente e tempestivamente, receber dos administradores dos
fundos de investimento, observado o disposto no art. 37;
• à manutenção de serviço de atendimento aos seus clientes, para esclarecimento
de dúvidas e pelo recebimento de reclamações;
• ao zelo para que o investidor final tenha pleno acesso a todos os documentos e
informações previstos nesta Instrução, em igualdade de condições com os
demais cotistas do fundo de investimento objeto da aplicação;
• à manutenção de informações atualizadas que permitam a identificação, a
qualquer tempo, de cada um dos investidores finais, bem como do registro
atualizado de todas as aplicações e resgates realizados em nome de cada um dos
investidores finais; e
• à obrigação de efetuar a retenção e o recolhimento dos tributos incidentes nas
aplicações ou resgates em fundos de investimento, conforme determinar a
legislação tributária.
Previamente à realização das assembleias gerais de cotistas, o intermediário que esteja
atuando por conta e ordem de clientes deve fornecer aos clientes que assim desejarem
declaração da quantidade de cotas por eles detidas, indicando o fundo, nome ou denominação
social do cliente, o código do cliente e o número da sua inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas
– CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, ambos do Ministério da Fazenda, conforme o
caso, constituindo tal documento prova hábil da titularidade das cotas, para o fim de exercício
do direito de voto.
O regulamento deve, obrigatoriamente, dispor sobre:
• qualificação do administrador do fundo;
• quando for o caso, referência à qualificação do gestor da carteira do fundo;
• qualificação do custodiante;
• espécie do fundo, se aberto ou fechado;
• prazo de duração, se determinado ou indeterminado;
• política de investimento, de forma a caracterizar a classe do fundo, em
conformidade com o disposto na Seção II do Capítulo VIII;
• taxa de administração, fixa e expressa em percentual anual do patrimônio
líquido (base 252 dias);
• taxa de performance, de ingresso e de saída, observado o disposto no art. 62;

• demais despesas do fundo, em conformidade com o disposto no art.99;


• condições para a aplicação e o resgate de cotas;
• distribuição de resultados;
• público alvo;
• referência ao estabelecimento de intervalo para a atualização do valor da cota,
quando for o caso;
• exercício social do fundo;

I.85
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

• política de divulgação de informações a interessados, inclusive as relativas à


composição de carteira;
• política relativa ao exercício de direito do voto do fundo, pelo administrador ou
por seus representantes legalmente constituídos, em assembleias gerais das
companhias nas quais o fundo detenha participação; e
• informação sobre a tributação aplicável ao fundo e a seus cotistas.

Na definição da política de investimento exigida no inciso VI do "caput", devem ser


prestadas informações sobre:
• o percentual máximo de aplicação em títulos e valores mobiliários de emissão do
administrador, gestor ou de empresa a eles ligada, observado o disposto no art.
87;
• o percentual máximo de aplicação em cotas de fundos de investimento
administrados pelo administrador, gestor ou empresa a eles ligada;
• o percentual máximo de aplicação em títulos e valores mobiliários de um mesmo
emissor, observados os limites do art. 88, se for o caso; e
• o propósito do fundo de realizar operações em valor superior ao seu patrimônio,
com a indicação de seus níveis de exposição em mercados de risco.
Na definição da política de divulgação de informações referida no inciso XV do "caput"
deverão ser definidos:
• a periodicidade mínima para divulgação da composição da carteira do fundo;
• o nível de detalhamento das informações;
• o local e meio de solicitação e divulgação das informações.

Assembleia Geral
Compete privativamente à assembleia geral de cotistas deliberar sobre:
• as demonstrações contábeis apresentadas pelo administrador;
• a substituição do administrador, do gestor ou do custodiante do fundo;
• a fusão, a incorporação, a cisão, a transformação ou a liquidação do fundo;
• o aumento da taxa de administração;
• a alteração da política de investimento do fundo;
• a emissão de novas cotas, no fundo fechado;
• a amortização de cotas, caso não esteja prevista no regulamento; e
• a alteração do regulamento.
A convocação da assembleia geral deve ser feita por correspondência encaminhada a
cada cotista.
§ 1º A convocação de assembleia geral deverá enumerar, expressamente, na ordem do
dia, todas as matérias a serem deliberadas, não se admitindo que sob a rubrica de assuntos
gerais haja matérias que dependam de deliberação da assembleia.
§ 2º A convocação da assembleia geral deve ser feita com 10 (dez) dias de antecedência,
no mínimo, da data de sua realização.
§ 3º Da convocação devem constar, obrigatoriamente, dia, hora e local em que será
realizada a assembleia geral.

I.86
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

§ 4º O aviso de convocação deve indicar o local onde o cotista pode examinar os


documentos pertinentes à proposta a ser submetida à apreciação da assembleia.
§ 5º A presença da totalidade dos cotistas supre a falta de convocação.
Anualmente a assembleia geral deverá deliberar sobre as demonstrações contábeis do
fundo, fazendo-o até 120 (cento e vinte) dias após o término do exercício social.
§ 1º A assembleia geral somente pode ser realizada no mínimo 30 (trinta) dias após
estarem disponíveis aos cotistas as demonstrações contábeis auditadas relativas ao exercício
encerrado.
§ 2º A assembleia geral a que comparecerem todos os cotistas poderá dispensar a
observância do prazo estabelecido no parágrafo anterior, desde que o faça por unanimidade.
Além da assembleia prevista no artigo anterior, o administrador ou cotista ou grupo de
cotistas que detenham, no mínimo, 5% (cinco por cento) do total de cotas emitidas, poderão
convocar a qualquer tempo assembleia geral de cotistas, para deliberar sobre ordem do dia de
interesse do fundo ou dos cotistas.
Além da assembleia prevista no artigo anterior, o administrador, o gestor, o custodiante
ou o cotista ou grupo de cotistas que detenha, no mínimo, 5% (cinco por cento) do total de
cotas emitidas, poderão convocar a qualquer tempo assembleia geral de cotistas, para deliberar
sobre ordem do dia de interesse do fundo ou dos cotistas.
Parágrafo único. A convocação por iniciativa do gestor, do custodiante ou de cotistas
será dirigida ao administrador, que deverá, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados do
recebimento, realizar a convocação da assembleia geral às expensas dos requerentes, salvo se a
assembleia geral assim convocada deliberar em contrário.
A Assembleia Geral se instalará com a presença de qualquer número de cotistas.
As deliberações da assembleia geral serão tomadas por maioria de votos, cabendo a
cada cota 1 (um) voto.
1º O regulamento poderá dispor sobre a possibilidade de as deliberações da assembleia
serem adotadas mediante processo de consulta formal, sem necessidade de reunião dos
cotistas.
2º O regulamento poderá estabelecer quórum qualificado para as deliberações,
inclusive as relativas às matérias previstas no art. 47.
3º Na hipótese de destituição do administrador de fundo aberto, o quórum qualificado a
que se refere o "caput" não poderá ultrapassar metade mais uma das cotas emitidas.
Somente podem votar na assembleia geral os cotistas do fundo inscritos no registro de
cotistas na data da convocação da assembleia, seus representantes legais ou procuradores
legalmente constituídos há menos de 1 (um) ano.
Os cotistas também poderão votar por meio de comunicação escrita ou eletrônica,
desde que recebida pelo administrador antes do início da assembleia, observado o disposto no
regulamento.
A administração do fundo compreende o conjunto de serviços relacionados direta ou
indiretamente ao funcionamento e à manutenção do fundo, que podem ser prestados pelo
próprio administrador ou por terceiros por ele contratados, por escrito, em nome do fundo.
1º Além do serviço obrigatório de auditoria independente (art. 84), o administrador
poderá contratar, em nome do fundo, com terceiros devidamente habilitados e autorizados, os
seguintes serviços, com a exclusão de quaisquer outros não listados:

I.87
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

• a gestão da carteira do fundo;


• a consultoria de investimentos;
• as atividades de tesouraria, de controle e processamento dos títulos e valores
mobiliários;
• a distribuição de cotas;
• a escrituração da emissão e resgate de cotas;
• custódia de títulos e valores mobiliários e demais ativos financeiros; e
• classificação de risco por agência especializada constituída no País.
Gestão da carteira do fundo é a gestão profissional, conforme estabelecido no seu
regulamento, dos títulos e valores mobiliários dela integrantes, desempenhada por pessoa
natural ou jurídica credenciada como administradora de carteira de valores mobiliários pela
CVM, tendo o gestor poderes para negociar, em nome do fundo de investimento, os referidos
títulos e valores mobiliários.
A contratação de terceiros devidamente habilitados ou autorizados para a prestação dos
serviços de administração, conforme mencionado no art. 56, é faculdade do fundo, sendo
obrigatória a contratação dos serviços previstos nos incisos III, IV, V e VI, apenas quando não
estiver o administrador devidamente autorizado ou credenciado para a sua prestação.

Da Remuneração
O regulamento deve dispor sobre a taxa de administração, que remunerará todos os
serviços indicados, podendo haver remuneração baseada no resultado do fundo (taxa de
performance) nos termos desta Instrução, bem como taxa de ingresso e saída.
1º Cumpre ao administrador zelar para que as despesas com a contratação de terceiros
prestadores de serviços não excedam o montante total da taxa de administração fixada no
regulamento, correndo às suas expensas o pagamento de quaisquer despesas que ultrapassem
esse limite.
2º As taxas previstas no "caput" não podem ser aumentadas sem prévia aprovação da
assembleia geral, mas podem ser reduzidas unilateralmente pelo administrador, que deve
comunicar esse fato, de imediato, à CVM e aos cotistas, promovendo a devida alteração no
regulamento e, se for o caso, no prospecto.
3º Nos fundos abertos, as taxas de administração e de performance devem ser
provisionadas por dia útil, sempre como despesa do fundo e apropriadas conforme
estabelecido no regulamento.
4º Os fundos de investimento e os fundos de investimento em cotas, não destinados
exclusivamente a investidores qualificados, que adquirirem, nos limites desta Instrução, cotas
de outros fundos de investimento, deverão estabelecer em seu regulamento que a taxa de
administração cobrada pelo administrador compreende a taxa de administração dos fundos de
investimento em que investirem.
5º O disposto no parágrafo anterior não impede que o regulamento do fundo
estabeleça uma taxa de administração máxima, compreendendo a taxa de administração dos
fundos em que invista, e uma taxa de administração mínima, que não inclua a taxa de
administração dos fundos em que invista, caso em que:

I.88
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

• o prospecto e qualquer material de divulgação que se refira à taxa de


administração deverão destacar ambas as taxas, esclarecendo sua distinção; e,
• o prospecto e qualquer material de divulgação que efetue comparação de
qualquer natureza entre fundos, deverá referir-se, na comparação, apenas à taxa
máxima, permitida a referência, em nota, à taxa mínima e à taxa efetiva em
outros períodos, se houver.

A cobrança da taxa de performance deve atender aos seguintes critérios:


• vinculação a um parâmetro de referência compatível com a política de
investimento do fundo e com os títulos que efetivamente a componham;
• vedação da vinculação da taxa de performance a percentuais inferiores a 100%
do parâmetro de referência;
• cobrança por período, no mínimo, semestral; e
• cobrança após a dedução de todas as despesas, inclusive da taxa de
administração.
É permitida a cobrança de ajuste sobre a performance individual do cotista que aplicar
recursos no fundo posteriormente à data da última cobrança, exclusivamente nos casos em que
o valor da cota adquirida for inferior ao valor da mesma na data da última cobrança de
performance efetuada.
Os fundos destinados exclusivamente a investidores qualificados podem cobrar taxa de
performance de acordo com o que dispuser o seu regulamento, estando dispensados de
observar o disposto neste artigo.

Da Divulgação de Informações e de Resultados


Informações Periódicas
O administrador do fundo está obrigado a:
- Divulgar, diariamente, o valor da cota e do patrimônio líquido do fundo aberto;
remeter mensalmente aos cotistas extrato de conta contendo: nome do fundo e o número de
seu registro no CNPJ; nome, endereço e número de registro do administrador no CNPJ; nome
do cotista; saldo e valor das cotas no início e no final do período e a movimentação ocorrida ao
longo do mesmo; rentabilidade do fundo auferida entre o último dia útil do mês anterior e o
última dia útil do mês de referência do extrato; data de emissão do extrato da conta; e o
telefone, o correio eletrônico e o endereço para correspondência do serviço.
- Disponibilizar as informações do fundo, inclusive as relativas à composição da carteira,
prazo e teor das informações, de forma equânime entre todos os cotistas.
Caso o fundo possua posições ou operações em curso que possam vir a ser prejudicadas
pela sua divulgação, o demonstrativo da composição da carteira poderá omitir a identificação e
quantidade das mesmas, registrando somente o valor e sua percentagem sobre o total da
carteira.
Caso o administrador divulgue a terceiros informações referentes à composição da
carteira, a mesma informação deve ser colocada à disposição dos cotistas na mesma
periodicidade, ressalvadas as hipóteses de divulgação de informações pelo administrador aos
prestadores de serviços do fundo, necessárias para a execução de suas atividades, bem como

I.89
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

aos órgãos reguladores, auto-reguladores e entidades de classe, quanto aos seus associados, no
atendimento a solicitações legais, regulamentares e estatutárias por eles formuladas.
O administrador não está obrigado a cumprir o disposto no inciso II do artigo anterior
nos casos em que o cotista, através de assinatura em documento específico, expressamente
optar pelo não recebimento do extrato.
Caso o cotista não tenha comunicado ao administrador do fundo a atualização de seu
endereço, seja para envio de correspondência por carta ou através de meio eletrônico, o
administrador ficará exonerado do dever de prestar-lhe as informações previstas nesta
Instrução a partir da última correspondência que houver sido devolvida por incorreção no
endereço declarado.
O administrador deverá manter a correspondência devolvida à disposição da fiscalização
da CVM, enquanto o cotista não proceder ao resgate total de suas cotas.
O administrador deve remeter, através do Sistema de Envio de Documentos disponível
na página da CVM na rede mundial de computadores, os seguintes documentos, conforme
modelos disponíveis na referida página:
• informe diário, no prazo de 2 (dois) dias úteis;
• mensalmente, até 10 (dez) dias após o encerramento do mês a que se referirem:
o balancete;
o demonstrativo da composição e diversificação de carteira; e
o perfil mensal.
• anualmente, no prazo de 90 (noventa) dias, contados a partir do encerramento
do exercício a que se referirem, as demonstrações contábeis acompanhadas do
parecer do auditor independente.

I.90
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

X. Outros Fundos de Investimento regulados pela CVM – 2,50%


Índice com cotas negociadas em mercado secundário39

O fundo é uma comunhão de recursos destinado à aplicação em carteira de títulos e


valores mobiliários que vise refletir as variações e rentabilidade de um índice de referência, por
prazo indeterminado. Denomina-se índice de referência o índice de mercado específico
reconhecido pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM, ao qual a política de investimento do
fundo esteja associada.
Da denominação do fundo deve constar a expressão Fundo de Índice e a identificação
do índice de referência, não se admitindo que, à denominação do fundo, sejam acrescidos
nomes ou expressões que induzam a uma interpretação indevida quanto a seus objetivos, a sua
política de investimento ou a seu público alvo.
O fundo é regido pela instrução 359/2002 e pelas disposições constantes do seu
regulamento, sendo seu principal meio de divulgação de informações o seu endereço na rede
mundial de computadores. O fundo deve ser constituído sob a forma de condomínio aberto.
As cotas do fundo devem ser admitidas à negociação no mercado secundário, por
intermédio de bolsa de valores ou entidade do mercado de balcão organizado.
O funcionamento do fundo depende de prévia autorização da CVM. A constituição do
fundo deve ser deliberada por seu administrador, que, no mesmo ato, deve aprovar também o
inteiro teor do seu regulamento. O pedido de autorização para funcionamento, firmado pelo
administrador do fundo, deve ser instruído com as seguintes informações e documentos:
• deliberação de constituição e o inteiro teor de seu regulamento, em duas vias,
devidamente rubricadas e assinadas, bem como cópia enviada por meio
eletrônico;
• material de divulgação a ser utilizado na distribuição de cotas do fundo;
• declaração do administrador do fundo de que firmou os contratos e que os
mesmos se encontram à disposição da CVM;
• nome do auditor independente;
• endereço do fundo na rede mundial de computadores;
• declaração da bolsa de valores ou da entidade do mercado de balcão organizado
comunicando o deferimento do pedido de admissão à negociação das cotas do
fundo, condicionado, apenas, à obtenção do registro na CVM, e
comprometendo-se a cumprir as obrigações previstas no art. 26; e
• declaração de não objeção à constituição do fundo pela instituição responsável
pelo cálculo do índice, caso esta seja distinta das mencionadas no inciso anterior
Após a concessão de autorização para funcionamento pela CVM, e previamente ao
início da distribuição de cotas, o documento de constituição e o regulamento do fundo devem
ser registrados em cartório de títulos e documentos.

39 http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=%5Cinst%5Cinst359.htm

I.91
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

O administrador deve encaminhar à CVM, na data da primeira integralização de cotas, o


número de inscrição do fundo no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ.

Imobiliário40
O Fundo de Investimento Imobiliário, constituído sob a forma de condomínio fechado,
cujo resgate de quotas não é permitido, é uma comunhão de recursos, captados através do
sistema de distribuição de valores mobiliários e destinados à aplicação em empreendimentos
imobiliários. O Fundo poderá ter prazo de duração determinado ou indeterminado e de sua
denominação deverá constar a expressão "Fundo de Investimento Imobiliário".
O Fundo de Investimento Imobiliário destinar-se-á ao desenvolvimento de
empreendimentos imobiliários, tais como construção de imóveis, aquisição de imóveis prontos,
ou investimentos em projetos visando viabilizar o acesso à habitação e serviços urbanos,
inclusive em áreas rurais, para posterior alienação, locação ou arrendamento.
§ 1º É vedado que o empreendimento imobiliário objeto do Fundo seja explorado
comercialmente pelo mesmo, salvo através de locação ou arrendamento.
§ 2º Os imóveis, bens e direitos de uso a serem adquiridos pelo Fundo deverão ser
objeto de prévia avaliação, que deverá observar as condições prevalecentes no mercado para
negócios realizados à vista, em moeda corrente.

CAPÍTULO II - DA CONSTITUIÇÃO DO FUNDO

A instituição administradora deverá solicitar à Comissão de Valores Mobiliários - CVM,


simultaneamente, a autorização para constituição e funcionamento do Fundo e o registro de
distribuição de quotas.
A constituição e o funcionamento do Fundo de Investimento Imobiliário dependerão do
cumprimento dos seguintes requisitos:
• registro, na CVM, de distribuição de quotas, nos termos do artigo 8º;
• comprovação perante a CVM da subscrição junto ao público da totalidade das
quotas objeto do registro de distribuição, subscrição esta que deverá ser efetivada
no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data da concessão do
registro de distribuição de quotas pela CVM;
• comprovação do registro, no cartório de Títulos e Documentos, da ata da
Assembléia Geral dos subscritores que tiver deliberado a constituição do Fundo;
• relação nominal dos subscritores, qualificação e número de quotas subscritas,
quando solicitado pela CVM.
A subscrição das quotas deverá ser efetuada em moeda corrente nacional, com
integralização à vista, admitindo-se, desde que atenda os objetivos do Fundo, a integralização
em terrenos ou outros imóveis, bem como em direitos reais de uso, gozo, fruição e aquisição
sobre bens imóveis.
1º A integralização em bens e direitos deverá ser feita com base em laudo de avaliação
elaborado por 3 (três) peritos ou por empresa especializada independente, devidamente

40 http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?file=%5Cinst%5Cinst205consolid.htm

I.92
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

fundamentado com a indicação dos critérios de avaliação e elementos de comparação


adotados, e aprovado pela instituição administradora do Fundo.
2º As importâncias recebidas na integralização de quotas deverão ser depositadas em
instituição bancária autorizada a receber depósitos, em nome do Fundo em organização, sendo
obrigatória sua imediata aplicação em quotas de fundos de aplicação financeira, em quotas de
fundos de renda fixa e/ou em títulos de renda fixa, públicos ou privados.
3º Caso não seja cumprida as exigências no prazo fixado no pedido de autorização e
registro de distribuição na CVM (artigo 8º, Inciso I), os recursos financeiros do Fundo serão
imediatamente rateados entre os subscritores, nas proporções das quotas integralizadas,
acrescidos dos rendimentos líquidos auferidos pelas aplicações do Fundo.
Uma vez constituído e autorizado o funcionamento do Fundo, admitir-se-á que parcela
de seu patrimônio que, temporariamente, não estiver aplicada em empreendimentos
imobiliários seja investida em quotas de Fundos de Aplicação Financeira, em quotas de Fundos
de Renda Fixa, e/ou em Títulos de Renda Fixa de livre escolha do administrador.
A parcela não poderá ultrapassar o equivalente a 25% (vinte e cinco por cento) do valor
total das quotas emitidas pelo Fundo, salvo se expressamente autorizado pela CVM, mediante
justificativa do administrador do Fundo.

Dependerão de prévia autorização da CVM os seguintes atos relativos ao Fundo:


• alteração do regulamento;
• emissão de novas quotas;
• indicação e substituição do diretor responsável pela administração do Fundo;
• substituição de instituição administradora;
• fusão, incorporação, cisão ou liquidação;
• distribuição secundária, conforme o disposto na INSTRUÇÃO CVM Nº 88, de
03/11/88.

Investimento em Empresas Emergentes


O Fundo Mútuo de Investimento em Empresas Emergentes, constituído sob a forma de
condomínio fechado, é uma comunhão de recursos destinados à aplicação em carteira
diversificada de valores mobiliários de emissão de empresas emergentes, e de sua
denominação deverá constar a expressão "Fundo Mútuo de Investimento em Empresas
Emergentes".
1º Entende-se por empresas emergentes as companhias que apresentem faturamento
líquido anual inferior ao equivalente, em moeda corrente nacional a 30.000.000 (trinta milhões)
de URV's (Unidade Real de Valor), apurado no balanço de encerramento do exercício anterior à
aquisição dos valores mobiliários de sua emissão.
2º O limite previsto no parágrafo 1º deste artigo será determinado no momento do
primeiro investimento, mas não terá aplicação quando o Fundo subscrever ou efetuar novas
aquisições de ações ou outros valores mobiliários daquelas mesmas companhias.
3º É vedado ao Fundo investir em sociedade integrante de grupo de sociedades, de fato
ou de direito, cujo patrimônio líquido consolidado seja igual ou maior que o valor em moeda
corrente nacional a 60.000.000 (sessenta milhões) de URV's.

I.93
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

4º É vedado ao Fundo investir em sociedade na qual quotistas ou administradores do


Fundo, ou respectivos cônjuges ou parentes até o 2º grau, participem, direta ou indiretamente,
individualmente ou em conjunto, em percentagem superior a 10% do capital social, ou na qual
ocupem cargos de administração, ressalvado o exercício, pelos administradores do Fundo, de
cargos em órgãos exclusivamente consultivos das sociedades de que participem.
O Fundo terá prazo máximo de duração de 10 (dez) anos, contados a partir da data da
autorização para funcionamento pela Comissão de Valores Mobiliários.
O prazo de duração será prorrogável, uma única vez, por até mais 5 (cinco) anos, por
aprovação de 2/3 da totalidade das quotas emitidas, em Assembléia Geral especialmente
convocada com esta finalidade.
Uma vez constituído o Fundo, o administrador deverá solicitar à Comissão de Valores
Mobiliários autorização para o seu funcionamento.
A autorização para funcionamento do Fundo de Investimento em Empresas Emergentes
dependerá do cumprimento dos seguintes requisitos:
• prévio registro de distribuição pública de quotas;
• comprovação da integralização da totalidade das quotas relativas ao patrimônio
inicial;
• termo de constituição do Fundo, registrado no Cartório de Títulos e Documentos.
A integralização total das quotas constitutivas do patrimônio inicial deverá ser
encerrada no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data da concessão do
registro da distribuição de quotas pela Comissão de Valores Mobiliários, se cabível, ou da data
da deliberação de sua emissão se destinada a colocação privada.
Somente será permitida a emissão de quotas que possuam valor equivalente, em
moeda corrente nacional, a no mínimo 100.000 (cem mil) URV's.
O regulamento do Fundo Mútuo de Investimento em Empresas Emergentes deverá
obrigatoriamente dispor sobre:
• qualificação da instituição administradora;
• política de investimento a ser adotada pelo administrador, ativos que poderão
compor a Carteira do Fundo, e o estabelecimento da política de diversificação;
• taxa de ingresso ou critério para sua fixação;
• remuneração do administrador;
• disponibilidade de informações para os quotistas;
• despesas e encargos do Fundo;
• possibilidade ou não de novas emissões;
• possibilidade e condições de amortização de quotas;
• competência da Assembleia Geral de quotistas, critérios e requisitos para sua
convocação e deliberação.
As taxas, despesas e prazos serão idênticos para todos os quotistas.

Dependem de aprovação da Comissão de Valores Mobiliários os seguintes atos relativos


ao Fundo:
• alteração do regulamento;

I.94
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

indicação e substituição do diretor responsável pela administração do Fundo (artigo



6º, parágrafo 2º);
• substituição do administrador;
• fusão;
• incorporação;
• cisão;
• liquidação;
• emissão de novas quotas.
Os atos previstos no inciso II, III, e VIII deverão ser submetidos à Comissão de Valores
Mobiliários previamente à sua formalização.
O Banco Central do Brasil será informado pela Comissão de Valores Mobiliários da
autorização para funcionamento do Fundo, bem como dos casos previstos nos incisos II a VII
deste artigo, nos casos em que o Administrador seja instituição autorizada a funcionar pelo
Banco Central do Brasil.

Investimento em Participações41
O Fundo de Investimento em Participações (fundo), constituído sob a forma de
condomínio fechado, é uma comunhão de recursos destinados à aquisição de ações,
debêntures, bônus de subscrição, ou outros títulos e valores mobiliários conversíveis ou
permutáveis em ações de emissão de companhias, abertas ou fechadas, participando do
processo decisório da companhia investida, com efetiva influência na definição de sua política
estratégica e na sua gestão, notadamente através da indicação de membros do Conselho de
Administração.
Sempre que o fundo decidir aplicar recursos em companhias que estejam, ou possam
estar, envolvidas em processo de recuperação e reestruturação, será admitida a integralização
de cotas em bens ou direitos, inclusive créditos, desde que tais bens e direitos estejam
vinculados ao processo de recuperação da sociedade investida e desde que o valor dos mesmos
esteja respaldado em laudo de avaliação elaborado por empresa especializada.
A participação do fundo no processo decisório da companhia investida pode ocorrer:
• pela detenção de ações que integrem o respectivo bloco de controle,
• pela celebração de acordo de acionistas ou, ainda,
• pela celebração de ajuste de natureza diversa ou adoção de procedimento que
assegure ao fundo efetiva influência na definição de sua política estratégica e na sua
gestão.
O regulamento do fundo deverá estabelecer os critérios a serem observados para a
definição das companhias abertas que possam ser objeto de investimento pelo fundo.
As companhias fechadas deverão seguir as seguintes práticas de governança:
• proibição de emissão de partes beneficiárias e inexistência desses títulos em
circulação;
• estabelecimento de um mandato unificado de 1 (um) ano para todo o Conselho de
Administração;

41 http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=%5Cinst%5Cinst391.htm

I.95
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

• disponibilização de contratos com partes relacionadas, acordos de acionistas e


programas de opções de aquisição de ações ou de outros títulos ou valores
mobiliários de emissão da companhia;
• adesão a câmara de arbitragem para resolução de conflitos societários;
• no caso de abertura de seu capital, obrigar-se, perante o fundo, a aderir a segmento
especial de bolsa de valores ou de entidade mantenedora de mercado de balcão
organizado que assegure, no mínimo, níveis diferenciados de práticas de governança
corporativa previstos nos incisos anteriores; e
• auditoria anual de suas demonstrações contábeis por auditores independentes
registrados na CVM.
O investimento poderá ser efetivado através de compromisso, mediante o qual o
investidor fique obrigado a integralizar o valor do capital comprometido à medida que o
administrador do fundo fizer chamadas, de acordo com prazos, processos decisórios e demais
procedimentos estabelecidos no respectivo compromisso de investimento.
Da denominação do fundo deverá constar a expressão "Fundo de Investimento em
Participações", não se admitindo que, à denominação do fundo, sejam acrescidos nomes ou
expressões que induzam a uma interpretação indevida quanto a seus objetivos, a sua política
de investimento ou a seu público alvo.

O funcionamento do fundo depende de prévio registro na CVM. O registro será


automaticamente concedido mediante o protocolo na CVM dos seguintes documentos:
• ato de constituição e o inteiro teor de seu regulamento, em 3 (três) vias,
devidamente rubricadas e assinadas, acompanhado de certidão comprobatória de
seu registro em cartório de títulos e documentos;
• declaração do administrador do fundo de que firmou os contratos mencionados no §
4º do art. 9º, se for o caso;
• declaração indicando o nome do auditor independente.
• informação quanto ao número máximo e mínimo de cotas a serem distribuídas, o
valor da emissão, todos os custos incorridos, e outras informações relevantes sobre
a distribuição;
• material de divulgação a ser utilizado na distribuição de cotas do fundo, inclusive
prospecto, se houver;
• qualquer informação adicional que venha a ser disponibilizada aos potenciais
investidores;
• breve descrição da qualificação e da experiência profissional do corpo técnico do
administrador e do gestor, se houver, na função de gestão ou administração de
carteira.
Somente poderão investir no fundo investidores qualificados, nos termos da
regulamentação editada pela CVM relativamente aos fundos de investimento em títulos e
valores mobiliários, com valor mínimo de subscrição de R$ 100.000,00 (cem mil reais).
O regulamento do Fundo de Investimento em Participações deverá dispor sobre:

I.96
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

• prazo máximo para a integralização das cotas constitutivas do patrimônio inicial


mínimo estabelecido para funcionamento, a contar da respectiva data de registro na
CVM;
• qualificação da instituição administradora e, se for o caso, da gestora;
• política de investimento a ser adotada pelo administrador, com a indicação dos
ativos que poderão compor a carteira do fundo e explicação sobre eventuais riscos
de concentração da carteira e iliquidez desses ativos;
• regras e prazo limite para chamadas de capital, observado o previsto no
compromisso de investimento firmado pelo subscritor;
• regras e critérios para a fixação de prazo para as aplicações mencionadas no art. 2º,
a partir de cada integralização de capital e, sobre a restituição do capital ou
prorrogação deste prazo, no caso de não concretização do investimento no prazo
estabelecido;
• procedimento para eventual celebração de novo compromisso de investimento, e
critérios detalhados sobre a avaliação das cotas adquiridas depois da subscrição
inicial;
• taxa de ingresso e/ou de saída a ser paga pelo cotista, e critério para sua fixação;
• metodologia para determinação do valor de contabilização dos ativos do fundo,
inclusive quanto aos critérios de provisionamento e baixa de investimentos;
• remuneração do administrador ou critério para sua fixação, podendo incluir taxa de
administração e de performance;
• informações a serem disponibilizadas aos cotistas, sua periodicidade e forma de
divulgação;
• despesas e encargos do fundo;
• possibilidades de amortização, com as respectivas condições, respeitado o disposto
no Capítulo VI desta Instrução;
• competência da assembleia geral de cotistas, critérios e requisitos para sua
convocação e deliberação;
• prazo de duração do fundo e condições para eventuais prorrogações;
• indicação de possíveis conflitos de interesses;
• processo decisório para a realização, pelo fundo, de investimento e
desinvestimento;
• existência, composição e funcionamento de conselho consultivo, comitê de
investimentos, comitê técnico ou de outro comitê, se houver;
• regras para a substituição do administrador;
• tratamento a ser dado aos direitos oriundos dos ativos da carteira do fundo,
incluídos mas não limitados aos rendimentos, dividendos e juros sobre capital
próprio e forma de distribuição ou reinvestimento destes direitos;
• hipóteses de liquidação do fundo;
• possibilidade de utilização de bens e direitos, inclusive valores mobiliários, na
amortização de cotas, bem como na liquidação do fundo, com o estabelecimento de
critérios detalhados e específicos para a adoção desses procedimentos; e
• data de encerramento do exercício social.

I.97
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

É vedado ao fundo a realização de operações com derivativos, exceto quando tais


operações sejam realizadas exclusivamente para fins de proteção patrimonial através de
operações com opções que tenham como ativo subjacente valor mobiliário que integre a
carteira do fundo ou no qual haja direito de conversão.

Investimento em Direitos Creditórios42

A presente Instrução dispõe sobre normas gerais que regem a constituição, a administração, o
funcionamento e a divulgação de informações de Fundos de Investimento em Direitos
Creditórios – FIDC e de Fundos de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento em
Direitos Creditórios - FICFIDC.

DAS DEFINIÇÕES

Para efeito do disposto, considera-se:

 Direitos creditórios: os direitos e títulos representativos destes direitos, originários


de operações realizadas nos segmentos financeiro, comercial, industrial, imobiliário,
de hipotecas, de arrendamento mercantil e de prestação de serviços, bem como em
outros ativos financeiros e modalidades de investimento admitidos nos termos desta
instrução;
 Cessão de direitos creditórios: a transferência pelo cedente, credor originário ou não,
de seus direitos creditórios para o FIDC, mantendo-se inalterados os restantes
elementos da relação obrigacional;
 Fundos de Investimento em Direitos Creditórios - FIDC: uma comunhão de recursos
que destina parcela preponderante do respectivo patrimônio líquido para a
aplicação em direitos creditórios;
 Fundo de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios
- FICFIDC: uma comunhão de recursos que destina no mínimo 95% (noventa e cinco
por cento) do respectivo patrimônio líquido para a aplicação em cotas de FIDC;
 Fundo aberto: o condomínio em que os condôminos podem solicitar resgate de
cotas, em conformidade com o disposto no regulamento do fundo;
 Fundo fechado: o condomínio cujas cotas somente são resgatadas ao término do
prazo de duração do fundo ou em virtude de sua liquidação, admitindo-se, ainda, a
amortização de cotas por disposição do regulamento ou por decisão da assembleia
geral de cotistas;
 Parcela preponderante: é aquela que excede 50% (cinquenta por cento) do
patrimônio líquido do fundo;
 Investidor qualificado: é aquele definido como tal pela regulamentação editada pela
CVM relativamente aos fundos de investimento em títulos e valores mobiliários;
 Cedente: aquele que realiza cessão de direitos creditórios para o FIDC;

42 http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=%5Cinst%5Cinst356.htm

I.98
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

 Custodiante: é a pessoa jurídica credenciada na CVM para o exercício da atividade


de prestador de serviço de custódia fungível;
 Cota sênior: aquela que não se subordina às demais para efeito de amortização e
resgate;
 Cota subordinada: aquela que se subordina à cota sênior ou a outras cotas
subordinadas, para efeito de amortização e resgate;
 Amortização: é o pagamento aos cotistas do fundo fechado de parcela do valor de
suas cotas, sem redução do seu número.

Os fundos regulados por esta instrução terão as seguintes características:


• serão constituídos na forma de condomínio aberto ou fechado;
• somente poderão receber aplicações, bem como ter cotas negociadas no mercado
secundário, quando o subscritor ou o adquirente das cotas for investidor qualificado;
• serão classificados ou terão os seus ativos classificados por agência classificadora de
risco em funcionamento no País; e
• terão valor mínimo para realização de aplicações de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil
reais).
A denominação do fundo não pode conter termos incompatíveis com o seu objetivo,
devendo constar a expressão "Fundo de Investimento em Direitos Creditórios" ou "Fundo de
Investimento em Cotas de Fundo de Investimento em Direitos Creditórios", conforme o caso,
identificando, ainda, o direcionamento de parcela preponderante de seus recursos para
segmento ou segmentos específicos, quando houver.
O fundo é regido pelas normas em vigor e pelas disposições constantes do seu
regulamento elaborado em conformidade com a presente instrução, devendo divulgar suas
principais características junto ao público através de um prospecto elaborado em conformidade
com a presente instrução. As taxas, as despesas e os prazos adotados pelo fundo devem ser
idênticos para todos os condôminos.

I.99
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

XI. Securitização de Recebíveis – 1,25%


A securitização de recebíveis ocorre mediante a cessão, por parte de uma Instituição
Financeira cedente, de determinados créditos ("Recebíveis") que aquela detém para com
terceiros ("Devedores"), oriundas de empréstimos, financiamentos e operações de
arrendamento mercantil.
Tais créditos, obrigatoriamente, deverão ser cedidos a uma instituição não-financeira,
constituída sob a forma de sociedade por ações, cujo objeto social será a exclusiva aquisição de
Recebíveis ("Companhia Securitizadora"). Desse modo, a referida instituição não-financeira
apresenta as características de uma Sociedade de Propósito Específico (Special Purpose
Company), que terá a função de converter os Recebíveis em lastro para emissão posterior de
títulos e valores mobiliários ("Títulos"), a serem disponibilizados aos investidores
("Investidores").
Uma vez adquiridos os Títulos, pelos Investidores, recursos serão disponibilizados à
Companhia Securitizadora, recursos estes que serão repassados à Instituição Financeira
cedente, com o intuito de liquidar a operação de cessão ocorrida na etapa anterior.
Por fim, liquidada a cessão dos Recebíveis junto à Instituição Financeira cedente, a
Companhia Securitizadora (cessionária) passa a ser a legítima credora dos valores devidos pelos
Devedores, que pagarão diretamente à Companhia Securitizadora, os valores das prestações
relativas aos empréstimos, financiamentos e operações de arrendamento mercantil
anteriormente contratadas. Os montantes recebidos pela Companhia Securitizadora serão
transferidos aos Investidores, na proporção dos valores mobiliários subscritos.
Ressaltamos que o pagamento de rendimentos, a amortização e o resgate dos Títulos
emitidos no país ou no exterior, condicionam-se ao pagamento dos créditos especificados no
correspondente instrumento de emissão, observada a possibilidade de prestação de garantias
adicionais (1) aos mencionados Títulos.

A Resolução 2.493/98
Para atender às expectativas do mercado financeiro, a Resolução nº 2.493/98, do
BACEN, permitiu e estabeleceu condições específicas para a realização das operações de cessão
de determinados créditos, de titularidade das instituições financeiras, a uma Companhia
Securitizadora.
A Resolução nº 2.493/98, apresenta diversas regras que devem ser seguidas para que a
cessão dos créditos e consequente securitização ocorra na prática. Abaixo seguem algumas das
disposições mais relevantes:
• os créditos devem, obrigatoriamente, ter sua origem em operações de empréstimo,
financiamento e/ou de arrendamento mercantil contratadas por bancos múltiplos,
comerciais, de investimento, sociedades de crédito,
• financiamento e investimento, sociedade de crédito imobiliário, sociedade de
arrendamento mercantil e companhias hipotecárias;
• a Companhia Securitizadora deverá captar recursos exclusivamente (i) no País, por
meio de emissão de debêntures para distribuição pública e de ações (2), e (ii) no

I.100
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

exterior, por meio de emissão de títulos e valores mobiliários, observada a legislação


e a regulamentação vigente;
• Companhia Securitizadora deverá fazer conter, em seu estatuto social e nos
instrumentos de emissão de títulos e valores mobiliários, que, até o pagamento
integral das obrigações representadas pelos títulos e valores mobiliários emitidos,
será vedada (i) a transferência de seu controle, (ii) a redução de seu capital, bem
como sua incorporação, fusão, cisão ou dissolução, e (iii) a cessão dos créditos, ou a
atribuição de qualquer direito sobre os mesmos, ao controlador ou a qualquer
pessoa a ele ligada, em condições distintas das previstas nos instrumentos de
emissão dos títulos ou valores mobiliários.

Esta disposição não será aplicável apenas no caso em que haja prévia autorização dos
detentores de 50% (cinquenta por cento) ou mais do valor nominal dos referidos títulos ou
valores mobiliários( 4), reunidos em assembleia geral especificamente convocada e realizada
segundo as normas aplicáveis a assembleias de debenturistas de companhia aberta;
Companhia Securitizadora poderá adquirir créditos com cláusula de variação cambial
apenas e exclusivamente com a utilização de recursos captados mediante emissão de títulos ou
valores mobiliários no exterior; e cessão do créditos implica a transferência, à Companhia
Securitizadora, dos contratos, títulos, instrumentos e garantias necessários à execução dos
Recebíveis, não se sujeitando às restrições previstas na Resolução nº 1.962, de 27 de agosto de
1.992 (5), podendo abranger, inclusive, créditos em curso anormal, em condições livremente
pactuadas entre as partes.
Vale ressaltar que uma das principais características da cessão dos créditos prevista na
Resolução nº 2.493/98, era a obrigatoriedade da cessão ser realizada sem a coobrigação da
cedente ou de instituição ligada a ela. Com o advento da Resolução nº 2.561/98, tal disposição
foi alterada, podendo a cessão ocorrer com ou sem coobrigação da instituição cedente. Desse
modo, um banco múltiplo que cedeu créditos para uma determinada Companhia Securitizadora
pode, se assim desejar, contratar a cessão com sua coobrigação.
É vedada a cessão de créditos a prazo à Companhia Securitizadora com a qual a
Instituição Financeira cedente mantenha vínculo, nos termos dos incisos III, IV e V, do artigo 34
da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1.964 ("Lei 4.595/64") e do artigo 17 da Lei nº 7.492, de
16 de junho de 1.986.
Na hipótese da cessão dos créditos ter ocorrido mediante pagamento a prazo, o
provisionamento dos créditos cedidos deverá ser mantido até a quitação total da operação.
Por fim, também é vedada à Instituição Financeira cedente: (i) a recompra dos créditos
cedidos; (ii) a aquisição das debêntures emitidas com lastro nos créditos que ela cedeu; e (iii) a
realização de operações que envolvam, ainda que indiretamente, o retorno de seu risco de
crédito, ressalvado o disposto na Resolução nº 2.561/98, que permitiu a cessão com
coobrigação da Instituição Financeira cedente.

I.101
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

XII. Clubes de Investimentos – 2,50%


Definição43

O condomínio constituído por pessoas físicas para aplicação de recursos comuns em


títulos e valores mobiliários denominar-se-á Clube de Investimento, sujeitando-se às normas
desta Instrução quando vinculado a sociedade corretora, banco de investimento ou sociedade
distribuidora.
1º A carteira do Clube de Investimento será constituída por ações e debêntures
conversíveis em ações, de emissão de companhias abertas admitindo-se, em caráter
excepcional, a aplicação em debêntures simples, de emissão de companhia aberta e em títulos
da dívida pública.
2º A participação do Clube de Investimento em operações nos mercados a termo, futuro
e de opções será permitida exclusivamente nas seguintes hipóteses:
• operações cobertas de venda de ações ou de lançamento de opções;
• fechamento de posições existentes, em decorrência de operações realizadas nesses
mercados, em conformidade com o disposto na alínea anterior.
§ 3º Será necessariamente vinculado à sociedade corretora, banco de investimento ou
sociedade distribuidora, o Clube de Investimento:
• cuja formação haja sido promovida por essas entidades;
• que seja por elas administrado;
• cuja carteira seja administrada por essas entidades ou por qualquer administrador
remunerado.
Da denominação do condomínio a que se refere este artigo constará, obrigatoriamente,
a expressão " Clube de Investimento" .

APELO AO PÚBLICO
A captação de recursos junto ao público somente será permitida ao Clube de
Investimento sujeito às normas da CVM. Caracterizam a captação pública:
• a utilização de folhetos, prospectos ou anúncios destinados ao público;
• a procura de condôminos, por meio do administrador, de seus empregados, agentes
ou corretores;
• a captação feita em loja, escritório ou estabelecimento aberto ao público, com a
utilização dos serviços públicos de comunicação.

REGISTRO EM BOLSA
O Clube de Investimento deverá registrar-se, previamente, em Bolsa de Valores,
mediante o arquivamento de seu estatuto, através da instituição a que estiver vinculado.

43 http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?Tipo=I&File=/inst/inst040.htm

I.102
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

1º A Bolsa deverá, para conceder o registro, examinar se o estatuto do Clube de


Investimento obedece ao previsto nesta Instrução.
2º A Bolsa poderá, a qualquer tempo, cancelar o registro do Clube de Investimento que
não atenda ao disposto nesta Instrução.

ESTATUTOS

O estatuto do Clube de Investimento deverá dispor sobre as seguintes matérias:


• política de investimento a ser adotada;
• aquisição e resgate de cotas, inclusive no que concerne à eventual existência de
prazo de carência;
• taxa de administração, se houver; sua base de cálculo e a forma de remuneração
do administrador da carteira, se for o caso;
• hipóteses de dissolução do Clube;
• procedimento a ser adotado na hipótese de morte ou incapacitação dos
condôminos;
• critério para cálculo da cota;
• prazo de duração do Clube;
• forma de convocação e período de realização da Assembleia Geral Ordinária;
• quórum para convocação, pelos condôminos, de Assembleia Geral Extraordinária,
que não poderá ser superior a 30% (trinta por cento) do número de condôminos
e a 30% (trinta por cento) do total de cotas.
COTAS
As cotas do Clube de Investimento corresponderão a frações ideais em que se dividirá o
seu patrimônio. A qualidade de condômino do Clube será comprovada pelos documentos de
depósito ou demonstrativos do número de cotas emitidos pelo administrador. Cada condômino
não poderá ser titular de mais de 40% (quarenta por cento) do total das cotas. A cada cota
corresponderá um voto nas deliberações da Assembleia Geral. Por fim, as deliberações serão
aprovadas pelo voto da maioria das cotas (Código Civil, art. 637).

CONDÔMINOS
O número de condôminos por Clube de Investimento será de, no máximo, 50
(cinquenta) pessoas. O Clube de Investimento integrado exclusivamente por empregados ou
servidores de uma mesma empresa ou entidade poderá deixar de observar o limite máximo
previsto neste artigo.

ASSEMBLÉIA

A Assembleia Geral, convocada e instalada de acordo com o estatuto, terá poderes para
decidir sobre todas as matérias relativas aos interesses do Clube de Investimento. Anualmente,
realizar-se-á Assembleia Geral Ordinária para apreciar relatório do administrador do Clube e ao
administrador da carteira e apreciar as propostas de atuação do Clube para o período seguinte.
Caberá ao administrador do Clube proceder à convocação das Assembleias Gerais. Se o

I.103
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

administrador não convocar a Assembleia Geral Extraordinária no prazo de 8 (oito) dias,


contados a partir da data do recebimento do requerimento formulado pelos condôminos, estes
poderão convocá-la.
A Assembleia Geral poderá ser convocada através de:
• publicação de edital, em jornal de grande circulação;
• carta registrada, com aviso de recebimento;
• lista de ciência assinada pelos condôminos.
No caso do Clube de Investimento previsto no parágrafo único do art. 9º, ou de outro
cujos condôminos pertençam exclusivamente a determinada coletividade, admite-se que a
convocação a que se refere o inciso I se faça em publicação de circulação interna ou local.
Admite-se a complementação de uma forma de convocação por outra. A convocação deverá
ser feita com a antecedência mínima de 8 (oito) dias para a realização da Assembleia, devendo
especificar a ordem do dia.
O Clube de Investimento deverá ter:
• representante;
• administrador;
• administrador da carteira.
O administrador do Clube deverá ser, necessariamente, uma Sociedade Corretora, uma
Sociedade Distribuidora ou um Banco de Investimento. São deveres do administrador do Clube:
• elaborar e manter sob sua guarda os registros administrativos contábeis e
operacionais do Clube, bem como providenciar os documentos necessários à
comprovação das obrigações tributárias;
• remeter, mensalmente, aos condôminos, informações relativas ao desempenho
do Clube, no mês anterior, à composição da carteira, à posição patrimonial do
clube e de cada condômino em particular;
• entregar aos condôminos, mediante recibo, cópia do estatuto do Clube;
• empregar na defesa dos interesses dos condôminos a diligência que todo
homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios
negócios.
A Administração da carteira do Clube de Investimento poderá ser exercida,
isoladamente ou em conjunto, por:
• entidade integrante do sistema de distribuição de títulos e valores mobiliários;
• pessoas físicas ou jurídicas, contratadas pelo Clube;
• representante dos condôminos.
Quando o administrador da carteira não for o administrador do Clube, caber-lhe-á
decidir quanto à aplicação dos recursos deste, transmitindo suas decisões ao administrador do
Clube, a quem competirá implementá-las. No caso de administração de carteira remunerada, o
administrador deverá estar previamente autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários
(CVM) para o exercício dessa atividade.

É vedado aos administradores do Clube ou da carteira no exercício de suas funções:


• conceder, usando os recursos do Clube, empréstimos ou adiantamentos ou abrir
créditos sob quaisquer modalidades;

I.104
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

• prometer renda fixa aos condôminos;


• fazer promessas de retiradas e de rendimentos com base em desempenho histórico
do Clube, de instituições congêneres, ou de títulos e índices do mercado de capitais.

O Clube de Investimento deverá fornecer à Bolsa de Valores em que seja registrado as


seguintes informações, sem prejuízo de outras que a Bolsa exigir:

• o número de participantes, bem como o de adesões e retiradas ocorridas em cada


mês;
• valor do patrimônio líquido e da cota, ao final de cada mês;
• tipo de administração da carteira;
• distribuição das aplicações - ações, debêntures conversíveis em ações, mercado a
futuro, de opções, a termo e outros valores.

I.105
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

XIII. Liquidação – 3,75%


Sistema de Pagamentos Brasileiro44

Função

O Sistema de Pagamentos Brasileiro - SPB apresenta alto grau de automação, com


crescente utilização de meios eletrônicos para transferência de fundos e liquidação de
obrigações, em substituição aos instrumentos baseados em papel. A maior eficiência e, em
especial, a redução dos prazos de transferência de recursos sempre se colocaram como pontos
centrais no processo de evolução do SPB até meados da década de 90, presente o ambiente de
inflação crônica até então existente no país. Na reforma conduzida pelo Banco Central do Brasil
em 2001 e 2002, o foco foi redirecionado para a questão do gerenciamento de riscos no âmbito
dos sistemas de compensação e de liquidação.
De um lado, a base legal relacionada com os sistemas de liquidação foi fortalecida por
intermédio da Lei 10.214, de 2001, que, entre outras disposições, reconhece a compensação
multilateral e possibilita a efetiva realização de garantias no âmbito desses sistemas mesmo no
caso de insolvência civil de participante, além de obrigar as entidades operadoras de sistemas
considerados sistemicamente importantes a atuarem como contraparte central e, ressalvado o
risco de emissor, assegurarem a liquidação de todas as operações. De outro lado, entraram em
operação, em abril de 2002, um sistema de liquidação bruta em tempo real, o Sistema de
Transferência de Reservas - STR, operado pelo Banco Central do Brasil, e um sistema especial
para liquidação de operações interbancárias de câmbio, a Câmara de Câmbio da BM&F, bem
como foi alterado o modus operandi do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – Selic,
também operado pelo Banco Central do Brasil, o qual, a partir do citado mês, passou a liquidar
operações com títulos públicos federais em tempo real.
As entidades que atuam como contraparte central adotam adequados mecanismos de
proteção, tais como, dependendo do tipo de sistema e da natureza das operações cursadas,
limites operacionais, chamadas de margem, depósitos de garantias e fundos de garantia de
liquidação. O princípio da entrega contra pagamento é observado em todos os sistemas de
compensação e de liquidação de títulos e valores mobiliários. No caso de operação envolvendo
moeda estrangeira, o princípio correspondente à situação, de pagamento contra pagamento,
também é observado se a liquidação ocorrer por intermédio da Câmara de Câmbio da BM&F.
O STR é, por assim dizer, o centro de liquidação das operações interbancárias em
decorrência da conjugação dos seguintes fatos: primeiro, por disposição legal (Lei 4.595), todas
as instituições bancárias (instituições que captam depósitos à vista) têm de manter suas
disponibilidades de recursos no Banco Central do Brasil; segundo, por determinação
regulamentar (Circular 3.057), os resultados líquidos apurados nos sistemas de liquidação
considerados sistemicamente importantes devem ter sua liquidação final no Banco Central do

44 http://www.bcb.gov.br/htms/novaPaginaSPB/VisaoGeralDoSPB.asp

I.106
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Brasil, em contas de reservas bancárias; e finalmente, também por disposição regulamentar


(Circular 3.101), todas as transferências de fundos entre contas de reservas bancárias têm de
ser feitas por intermédio do STR.

Transferências interbancárias de fundos são também liquidadas por intermédio da


Câmara Interbancária de Pagamentos – CIP, da Centralizadora da Compensação de Cheques –
Compe e da Câmara TecBan. O Sitraf, um dos sistemas operados pela CIP, utiliza modelo
híbrido de liquidação, o qual combina características dos sistemas de liquidação diferida (LDL) e
dos sistemas de liquidação bruta (LBTR). O Siloc, que também é operado pela CIP, a Compe e a
Câmara TecBan são sistemas LDL com compensação multilateral de obrigações. No caso do
Siloc e da Compe, a liquidação é em D+1 e no da Câmara TecBan, D ou D+1 dependendo do
horário em que originada a transferência de fundos.
Para o suave funcionamento do sistema de pagamentos no ambiente de liquidação em
tempo real , três aspectos são especialmente importantes: primeiro, o Banco Central do Brasil
concede, aos participantes do STR, titulares de conta de reservas bancárias, crédito intradia na
forma de operações compromissadas com títulos públicos federais, sem custos financeiros, isto
é, o preço da operação de volta é igual ao preço da operação de ida; segundo, a verificação de
cumprimento dos recolhimentos compulsórios é feita com base em saldos de final do dia,
valendo dizer que esses recursos podem ser livremente utilizados ao longo do dia para fins de
liquidação de obrigações¹; por último, o Banco Central do Brasil, se e quando julgar necessário,
pode acionar rotina para otimizar o processo de liquidação das ordens de transferência de
fundos mantidas em filas de espera no âmbito do STR.

Na liquidação de operações com títulos e valores mobiliários, o SPB apresenta certa


segmentação. O Selic, conforme já mencionado, liquida operações com títulos públicos federais
em tempo real. A Câmara de Ativos da BM&F também liquida operações com esses títulos,
segundo sistemática diferenciada. A Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia - CBLC
liquida principalmente operações com ações realizadas na Bolsa de Valores de São Paulo –
Bovespa e na Sociedade Operadora do Mercado de Ativos - Soma. Os títulos de dívida
corporativa são liquidados principalmente por intermédio da Câmara de Custódia e Liquidação -
Cetip. A BM&F, além da Câmara de Ativos e da Câmara de Câmbio, opera sistema de liquidação
de operações com derivativos (Câmara de Derivativos). Quase todos os títulos são
desmaterializados, existindo apenas sob a forma de registros eletrônicos. Os sistemas de
negociação, de compensação e de liquidação são altamente automatizados e STP (straight-
through processing) é amplamente utilizado.
O Banco Central do Brasil tem procurado atuar de forma mais intensiva também no
sentido de promover o desenvolvimento dos sistemas de pagamentos de varejo, visando,
sobretudo, ganhos de eficiência relacionados, por exemplo, com o maior uso de instrumentos
eletrônicos de pagamento, com a melhor utilização das redes de máquinas de atendimento
automático (ATM) e de transferências de crédito a partir do ponto de venda (PDV), bem como
com a maior integração entre os pertinentes sistemas de compensação e de liquidação.
A utilização de recursos mantidos em contas de reservas bancárias, cujo saldo é
considerado para fins de verificação do recolhimento compulsório e encaixe obrigatório
relacionados com recursos à vista, independe de qualquer providência especial. Para utilização

I.107
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

de outros recursos, registrados em outras contas de recolhimento compulsório/encaixe


obrigatório, o participante precisa encaminhar ao STR ordem específica determinando a
transferência dos recursos, da conta em que se encontravam registrados, para sua conta de
reservas bancárias.

O Papel do Banco Central


O Banco Central do Brasil tem como missão institucional a estabilidade do poder de
compra da moeda e a solidez do sistema financeiro. No que diz respeito ao sistema de
pagamentos, nos termos da Resolução 2.882, cumpre-lhe atuar no sentido de promover sua
solidez, normal funcionamento e contínuo aperfeiçoamento. Para funcionamento, os sistemas
de liquidação estão sujeitos à autorização e à supervisão do Banco Central do Brasil, inclusive
aqueles que liquidam operações com títulos, valores mobiliários, moeda estrangeira e
derivativos financeiros1. Como previsto na Lei 10.214, compete também à instituição a
definição de quais são os sistemas de liquidação sistemicamente importantes. O Banco Central
do Brasil é também provedor de serviços de liquidação e nesse papel ele opera o STR e o Selic,
respectivamente um sistema de transferência de fundos e um sistema de liquidação de
operações com títulos públicos
Para operacionalização de algumas de suas atribuições, o Banco Central do Brasil
oferece contas denominadas “reservas bancárias”, cuja titularidade é obrigatória para as
instituições que recebem depósitos à vista, exceto cooperativas de crédito, e opcional para os
bancos de investimento, bancos de câmbio e bancos múltiplos sem carteira comercial. Por
intermédio dessas contas, as instituições financeiras cumprem os recolhimentos
compulsórios/encaixes obrigatórios sobre recursos à vista, sendo que elas funcionam também
como contas de liquidação. Cada instituição é titular de uma única conta, centralizada,
identificada por um código numérico.
No Brasil, por disposição legal, uma instituição bancária não pode manter conta em
outra instituição bancária. Por isso, exceto aqueles efetuados em espécie e os que se
completam no ambiente de um único banco, isto é, quando o pagador e o recebedor são
clientes do mesmo banco, todos os pagamentos têm liquidação final nas contas de reservas
bancárias.
Por determinação constitucional, o Banco Central do Brasil é o único depositário das
disponibilidades do Tesouro Nacional. Também as entidades operadoras de sistemas de
liquidação defasada, se considerados sistemicamente importantes, são obrigadas a manter
conta no Banco Central do Brasil, para liquidação dos resultados líquidos por elas apurados.
Para assegurar o suave funcionamento do sistema de pagamentos no ambiente de
liquidação de obrigações em tempo real, o Banco Central do Brasil concede crédito intradia aos
participantes do STR titulares de conta de reservas bancárias, na forma de operações
compromissadas com títulos públicos federais, sem custos financeiros.
1 Os sistemas que liquidam operações com títulos e valores mobiliários estão sujeitos
também à autorização da CVM, competindo ao Banco Central do Brasil, nesse caso, com
exclusividade, a análise dos aspectos relacionados com o controle do risco sistêmico. Os
sistemas que liquidam títulos públicos e títulos emitidos por bancos estão sujeitos à supervisão
exclusiva do Banco Central do Brasil

I.108
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

O papel dos intermediários financeiros


No arranjo do sistema financeiro, as principais instituições estão constituídas sob a
forma de banco múltiplo (banco universal), que oferece ampla gama de serviços bancários.
Outras instituições apresentam certo grau de especialização, conforme exemplos a seguir:
• bancos comerciais, que captam principalmente depósitos à vista e depósitos de
poupança e são tradicionais fornecedores de crédito para as pessoas físicas e
jurídicas, especialmente capital de giro no caso das empresas;
• bancos de investimento, que captam depósitos a prazo e são especializados em
operações financeiras de médio e longo prazo;
• caixas econômicas, que também captam depósitos à vista e depósitos de poupança
e atuam mais fortemente no crédito habitacional;
• bancos cooperativos e cooperativas de crédito, voltados para a concessão de crédito
e prestação de serviços bancários aos cooperados, quase sempre produtores rurais;
• sociedades de crédito imobiliário e associações de poupança e empréstimo, também
voltadas para o crédito habitacional;
• sociedades de crédito e financiamento, direcionadas para o crédito ao consumidor;
e
• empresas corretoras e distribuidoras, com atuação centrada nos mercados de
câmbio, títulos públicos e privados, valores mobiliários, mercadorias e futuros.

Dentre as instituições relacionadas, ocupam posição de destaque no âmbito do sistema


de pagamentos os bancos comerciais, os bancos múltiplos com carteira comercial, as caixas
econômicas e, em plano inferior, as cooperativas de crédito. Essas instituições captam
depósitos à vista e, em contrapartida, oferecem a seus clientes contas de depósito que são
utilizadas pelo público em geral, pessoas físicas e jurídicas, para fins de pagamentos. O sistema
financeiro conta com 131 instituições bancárias, totalizando cerca de 19,1 mil agências e 125,7
milhões de contas correntes, e 1.453 cooperativas de crédito (dez/2008). Também têm papel
de destaque os chamados correspondentes bancários1 , cerca de 108 mil no final de 2008.

Liquidação Das Operações

Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia - CBLC


O sistema CBLC liquida principalmente operações realizadas no âmbito da
BM&FBOVESPA e da Soma. No caso da BM&FBOVESPA, trata-se de transações com títulos de
renda variável (mercados à vista e de derivativos - opções, termo e futuro) e, também, com
títulos privados de renda fixa (operações definitivas no mercado à vista). No caso da Soma, que
é um mercado de balcão organizado pertencente à BM&FBOVESPA, são realizadas operações
com títulos de renda variável (mercados à vista e de opções) e com títulos de renda fixa.
A BM&FBOVESPA, via sistema CBLC, atua também como depositária central de ações e
de títulos de dívida corporativa, além de operar programa de empréstimo sobre esses títulos.

I.109
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Como instituição depositária, ela mantém contas individualizadas, o que permite a identificação
do investidor final das operações realizadas.
Normalmente, a liquidação é feita com compensação multilateral de obrigações, sendo
que, em situações específicas previstas no regulamento do sistema, pode ser feita em tempo
real, operação por operação. No caso de compensação multilateral de obrigações, a
BM&FBOVESPA atua como contraparte central e assegura a liquidação das operações entre os
agentes de compensação. A liquidação financeira final é feita sempre por intermédio do STR,
em contas de reservas bancárias.
Nas operações de compra e venda de títulos, o sistema CBLC observa o modelo 3 de
entrega contra pagamento. A transferência de custódia, no caso dos títulos de renda variável e
dos títulos privados de renda fixa, é feita diretamente no sistema CBLC.
O dia da liquidação depende do tipo de mercado e do momento em que a operação é
registrada, conforme resumido a seguir:

Participam do sistema, como agentes de compensação, bancos e corretoras e


distribuidoras de títulos e valores mobiliários. Os agentes de compensação são divididos em
três categorias: agentes próprios , agentes plenos e agentes específicos. Os primeiros liquidam
apenas negócios por eles conduzidos em nome próprio ou de clientes, incluindo empresas do
mesmo grupo econômico e, também, fundos de investimento por eles administrados. Os
agentes plenos liquidam, adicionalmente, operações conduzidas por terceiros (outras
corretoras e investidores qualificados , tais como fundos de investimento, fundos de pensão,
seguradoras, etc). Os agentes específicos são aqueles que possuem funcionalidades
direcionadas ao mercado de renda fixa privada. Para liquidar suas posições financeiras, o
participante não-banco deve obrigatoriamente utilizar os serviços de uma instituição titular de
conta de reservas bancárias, na forma de contrato firmado entre eles. O sistema CBLC conta
com 57 participantes diretos (set/2009).
O sistema utiliza dois centros de processamento localizados na cidade de São Paulo,
sendo que todas as informações processadas no centro principal são replicadas para o centro
secundário (em situações de contingência, as operações podem ser retomadas em menos de
duas horas). As operações são registradas em sistemas próprios dos ambientes de negociação4,
sendo informadas para o sistema CBLC em tempo real. No ciclo operacional de cada dia, é
observada a seguinte grade horária (principais eventos):

I.110
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

XIV. Mercado Financeiro – Produtos – Modalidades Operacionais –


Tributação e Regulação Básica – 15,00%
A grande maioria das emissões de títulos da Dívida Pública Mobiliária Federal interna –
DPMFi ocorre sob a forma competitiva, por meio de leilões, com preços múltiplos (exceção aos
leilões de LFT e NTN-B, realizados na modalidade de leilão holandês, ou preço único). Esses
leilões são realizados em sistema eletrônico do Banco Central. Cada participante (bancos,
corretoras, distribuidoras e outras instituições registradas no SELIC) pode propor até cinco
ofertas para cada um dos títulos ofertados, conforme definido em Portaria45.
Não há sistemas tipo tap system (o administrador da dívida pública fixa o preço de
venda dos títulos), sendo os leilões tradicionais a principal forma de emissão dos títulos
competitivos. Atualmente, os leilões de títulos prefixados (LTN e NTN-F) são realizados
semanalmente, sempre às quintas-feiras, com emissão e liquidação financeira às sextas-feiras.
O Tesouro Nacional implementou em janeiro de 2002 o Programa Tesouro Direto, que tem por
objetivo facilitar o acesso das pessoas físicas ao mercado de títulos públicos. Neste caso, adota-
se o sistema tap system para a compra e venda dos títulos, cujos preços de referência são
estipulados a partir dos parâmetros observados nos mercados primário e secundário.
A emissão tanto dos títulos ofertados em leilão, quanto dos emitidos pelo Programa
Tesouro Direto processa-se exclusivamente sob a forma escritural, mediante registro dos
respectivos direitos creditórios, assim como das cessões desses direitos, em sistema
centralizado de liquidação e custódia, no caso o SELIC, por intermédio do qual são também
creditados os resgates do principal e rendimentos.
Podem participar diretamente dos leilões, apresentando propostas, as instituições
regularmente habilitadas no sistema eletrônico disponibilizado pelo Banco Central. As demais
pessoas jurídicas e as pessoas físicas podem participar das ofertas públicas apenas por
intermédio das referidas instituições.
As propostas são listadas obedecendo-se ordem decrescente de preços (ordem crescente de
taxas), no caso dos leilões de venda (ocorrendo o inverso nos leilões de compra) e a seleção das
propostas vencedoras efetua-se com base em um dos seguintes critérios:
• melhor preço para o Tesouro Nacional (critério tradicional); ou
• preço único para todas as propostas aceitas, sendo que serão acatadas aquelas
de preços iguais ou superiores ao mínimo aceito, no caso de leilões de venda, e
preços iguais ou inferiores ao máximo aceito, no caso dos leilões de compra .

Leilões de NTN-B
As Notas do Tesouro Nacional série B - NTN-B, são títulos de médio e longo prazo, com
atualização mensal de valor com base na variação do IPCA e pagamento semestral de juros de
6%.
O Tesouro Nacional realiza esses leilões periodicamente visando atender aos seguintes
objetivos:

45
http://www.tesouro.fazenda.gov.br/divida_publica/downloads/emissoes_op.pdf

I.111
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

• reduzir o número de instrumentos financeiros de emissão do Tesouro Nacional,


concentrando seus vencimentos, de forma a aumentar a liquidez do mercado
secundário e consequentemente reduzir os custos de administração da dívida;
• criar parâmetros para a construção de uma curva de juros de longo prazo dos
títulos da dívida pública interna, de forma a se criar benchmarks (referenciais)
domésticos para operações de longo prazo, para captações públicas e privadas;
• fornecer instrumentos adequados ao lastro de operações passivas de longo
prazo de diversos agentes econômicos, como por exemplo, entidades abertas e
fechadas de previdência complementar;
• alongar o perfil da dívida pública federal, para se atingir uma administração de
passivos mais otimizada em termos de riscos de mercado.

Os leilões de NTN-B são realizados em duas etapas. Na primeira, é utilizado o leilão de


preço uniforme para precificação das propostas aceitas. As diversas propostas de compra são
recebidas por intermédio do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC, ordenadas e
escolhidas por ordem decrescente de preço. Esta primeira etapa destina-se apenas a demandas
em dinheiro. O preço de corte na primeira etapa determina o preço da NTN-B na segunda etapa
(caso algum dos papéis ofertados não seja vendido na primeira etapa, o Tesouro determinará o
preço de emissão do mesmo na segunda etapa e esse será́ divulgado em Portaria), na qual o
Tesouro aceita propostas competitivas de venda dos títulos da dívida securitizada, via Sistema
Integrado de Mercado – SIM, da Câmara de Custódia e de Liquidação - CETIP, que são aceitos
na troca por NTN-B . As propostas são liquidadas por meio da transferência dos títulos de
responsabilidade do Tesouro.
Nesses leilões, realizados a partir de agosto de 2000, a rentabilidade de cada um dos
títulos aceitos é comparada com a rentabilidade das curvas soberanas formada por títulos de
responsabilidade do Tesouro Nacional de mesmo indexador no ponto em que o prazo médio
(duration) dos referidos títulos seja compatível com a curva soberana em questão.
Outros Tipos de Leilão
Além da realização dos leilões em sua forma tradicional, a Secretaria do Tesouro
Nacional realiza também outros três tipos de leilão:
• oferta firme: este tipo de leilão é utilizado para se emitir em mercado títulos mais
longos, em que ainda não haja forte consenso de taxas. Neste processo, as instituições
dealers da Secretaria do Tesouro Nacional -STN/Coordenação-Geral de Operações da
Dívida Pública -CODIP e do Departamento de Mercado Aberto – DEMAB/ Banco Central
do Brasil - BACEN enviam à STN, em uma primeira etapa, propostas “firmes”
(compromisso com a negociação) de compra de determinados títulos. Aceitas estas
propostas por parte do Tesouro Nacional, os títulos são ofertados, em uma segunda
etapa, por meio de leilão tradicional, aberto a todas as instituições. Instituições
contempladas na primeira etapa se comprometem a participar da segunda etapa com
propostas de preços iguais ou superiores aos propostos na etapa preliminar. O resultado
conjunto das duas etapas define o resultado do leilão;
• leilão de compra: por este instrumento, o Tesouro Nacional adquire títulos em
circulação no mercado. Dois são os objetivos deste leilão: a desconcentração de
vencimentos e o incentivo à liquidez do mercado secundário;

I.112
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

• leilão de troca: apresenta os mesmos objetivos do leilão de compra, além de melhoria


em indicadores da Dívida Pública, tais como prazo médio e composição. Entretanto, o
Tesouro Nacional coloca à venda novos títulos e recebe como pagamento títulos em
circulação no mercado, previamente definidos na portaria do leilão.

Debêntures

Definição
Valores mobiliários representativos de dívida de médio e longo prazos que asseguram a seus
detentores (debenturistas) direito de crédito contra a companhia emissora.

Emissores
Sociedades por Ações (S.A.), de capital fechado ou aberto.

Escritura de Emissão
Documento que descreve as condições sob as quais a debênture será emitida.

Tipos de Emissão
- Pública: direcionada ao público em geral, feita por companhia aberta com registro na CVM; -
Privada: voltada a um grupo restrito de investidores, não sendo necessário o registro na CVM.

Prazo
Deve estar definido na escritura, podendo a companhia emitir títulos sem vencimento
(perpétuo).

Forma
 Nominativa: registro e controle das transferências são realizados pela companhia
emissora no Livro de Registro de Debêntures Nominativas;
 Escritural: custódia e escrituração são feitas por instituição financeira autorizada
pela CVM.
 Espécies (em função das garantias)
 Com garantia real: garantida por bens integrantes do ativo da companhia emissora
ou de terceiros (hipoteca, penhor ou anticrese);
 Com garantia flutuante: assegura privilégio geral sobre o ativo da emissora, mas não
impede a negociação dos bens que compõem este ativo;
 Quirografária ou sem preferência: não oferece privilégio algum sobre o ativo da
companhia;
 Subordinada: oferece preferência tão-somente sobre o crédito dos acionistas.

Remuneração
I - juros (fixos ou variáveis)
a) taxa prefixada (sem prazo); b) seguintes taxas ajustadas (para + ou -) por percentual
fixo:

I.113
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

- TR ou TJLP, com prazo mínimo de 1 mês para vencimento ou repactuação; - TBF, com
prazo mínimo de 2 meses para vencimento ou repactuação; - taxa flutuante (sem prazo). c) com
base nos coeficientes de correção de títulos da dívida pública federal, na variação da
taxa cambial ou em índice de preços (1 ano), ajustada (para + ou -) por percentual fixo.
II - prêmio de reembolso
Tem como base a variação da receita ou do lucro da companhia emissora.
III - participação no lucro da companhia

Outras Condições
- Conversibilidade: debêntures conversíveis podem ser trocadas por ações da
companhia emissora, conforme estiver definido na escritura;
- Permutabilidade: a escritura de emissão pode conter cláusulas prevendo a permuta
por outros ativos ou por ações de emissão de terceiros;
- Repactuação: a escritura de emissão pode prever este mecanismo, permitindo a
adequação das condições do título às vigentes no mercado.

Agente Fiduciário
Representante legal da comunhão de interesses dos debenturistas, protegendo seus
direitos junto à emissora. Obrigatório nas emissões públicas.

Informações ao Investidor
Nas emissões públicas é obrigatória a elaboração de prospecto de emissão, que
consolida as informações relevantes sobre a emissora e condições gerais da emissão.
Negociação
- Em geral, no mercado de balcão, por telefone ou em sistema eletrônico (CetipNET),
com registro e liquidação no SND - Sistema Nacional de Debêntures (CETIP);
- Também podem ser negociadas em Bolsa de Valores (BovespaFix), com registro e
liquidação na CBLC.
SND
Principal sistema de custódia, registro e liquidação financeira das operações com
debêntures no Brasil, englobando mais de 98% das debêntures registradas.
Veja site www.debentures.com.br.

Depósitos a Prazo (CDB/RDB)

Definição
Promessa de pagamento à ordem, da importância depositada acrescida do valor da
remuneração convencionada.

Tipos
- CDB - Certificado de Depósito Bancário, que deve ser nominativo endossável; e - RDB -
Recibo de Depósito Bancário, que é nominativo e inegociável.

Emissores

I.114
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

- Bancos múltiplos (com carteira comercial, de investimento e/ou de desenvolvimento);


- Bancos comerciais;
- Bancos de investimento;
- Bancos de desenvolvimento; e
- Caixas econômicas.

Condições de Remuneração
- Taxas e prazos: a) Prefixada (sem prazo); b) Flutuante (sem prazo); c) TR e TJLP, prazo
mínimo de 1 mês para vencimento ou repactuação; d) TBF, prazo mínimo de 2 meses para
vencimento ou repactuação; e) Índices de preços, prazo mínimo de 1 ano.
- Permitida mais de uma base de remuneração, desde que prevaleça o que proporcionar
maior remuneração ao depositante;
- Facultado o pagamento periódico de rendimentos.
Vedações
- Emissão de CDB/RDB para instituições financeiras, inclusive cooperativas de crédito;
- Excetuam-se das vedações as distribuidoras e corretoras de títulos e valores
mobiliários e agentes autônomos.

Resgate Antecipado
- Para RDB, tem que haver concordância da instituição emissora, não podendo ser
abonada qualquer remuneração desde a data do contrato, cabendo-lhe abater do principal a
devolver quaisquer parcelas eventualmente pagas àquele título;
- Para CDB, tem que ser respeitado o prazo, conforme a remuneração do título.
Registro/ Negociação
Devem estar registrados na CETIP ou em outro sistema de custódia e de liquidação
autorizado pelo BC, até três dias úteis após a contratação da operação.

Exceções
- As sociedades de crédito financiamento e investimento e as cooperativas de crédito
podem captar recursos por meio de emissão de RDB, sendo que esta última somente de seus
associados;
- As sociedades de crédito ao microempreendedor2 podem aplicar recursos em CDB e
RDB.

I.115
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

I.116
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

I.117
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

I.118
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

I.119
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

I.120
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

XV. Mercados Derivativos - Produtos – Modalidades Operacionais –


Tributação e Regulação Básica – 15,00%
Estrutura Operacional Do Segmento BM&F46

As bolsas de valores são instituições administradoras de mercados. No caso brasileiro, a


BM&FBOVESPA S/A - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBOVESPA) é a principal
bolsa de valores, administrando os mercados de Bolsa e de Balcão Organizado. A diferença
entre esses mercados está nas regras de negociação estabelecidas para os ativos registrados
em cada um deles. A BM&FBOVESPA também é responsável por administrar o mercado de
bolsa de derivativos e de futuros.
As bolsas de valores são também os centros de negociação de valores mobiliários, que
utilizam sistemas eletrônicos de negociação para efetuar compras e vendas desses valores. No
Brasil, atualmente, as bolsas são organizadas sob a forma de sociedade por ações (S/A),
reguladas e fiscalizadas pela CVM. As bolsas têm ampla autonomia para exercer seus poderes
de auto-regulamentação sobre as corretoras de valores que nela operam. Todas as corretoras
são registradas no Banco Central do Brasil e na CVM.
A principal função de uma bolsa de valores é proporcionar um ambiente transparente e
líquido, adequado à realização de negócios com valores mobiliários. Somente através das
corretoras, os investidores têm acesso aos sistemas de negociação para efetuarem suas
transações de compra e venda desses valores.
Após o recente processo de desmutualização das bolsas de valores no Brasil, o direito de
transacionar valores mobiliários em uma bolsa foi desvinculado da propriedade de ações.
Anteriormente, apenas as corretoras proprietárias de títulos patrimoniais podiam negociar em
Bolsa.
As companhias que têm ações negociadas nas bolsas são chamadas companhias
"listadas". Para ter ações em bolsas, uma companhia deve ser aberta ou pública, o que não
significa que pertença ao governo, e sim que o público em geral detém suas ações. A
companhia deve, ainda, atender aos requisitos estabelecidos pela Lei das S.A. (Lei nº 6.404, de
15 de dezembro de 1976) e pelas instruções da CVM, além de obedecer a uma série de normas
e regras estabelecidas pelas próprias bolsas.
No passado, o Brasil chegou a ter nove bolsas de valores, mas atualmente a
BM&FBOVESPA é a principal. A BM&FBOVESPA foi criada em maio de 2008 com a integração
entre Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA),
tornando-se a maior bolsa da América Latina, a segunda das Américas e a terceira maior do
mundo. Nela são negociados títulos e valores mobiliários, tais como: ações de companhias

46 Material extraído de http://www.cvm.gov.br/Port/ProtInv/caderno9.pdf e


http://www.portaldoinvestidor.gov.br/Acadêmico/EntendendooMercadodeValoresMobiliários/OqueéBolsadeValores/tabid/92/De
fault.aspx e (acesso em 26/05/2011)

I.121
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

abertas, títulos privados de renda fixa, derivativos agropecuários (commodities), derivativos


financeiros, entre outros valores mobiliários.
O modelo de negócio da BM&FBOVESPA 47 é integrado verticalmente, oferecendo
serviços que abrangem as etapas mais importantes dos ciclos de negociação e de liquidação dos
títulos e contratos, ou seja:
(i) sistemas de negociação, incluindo pregão de viva voz, pregão eletrônico e via internet
(WebTrading);
(ii) sistemas de registro de operações realizadas em mercado de balcão;
(iii) sistemas de compensação e liquidação de operações, integrados a uma estrutura
robusta de salvaguardas financeiras e a um sofisticado sistema de gerenciamento de riscos que
nos permitem atuar como contraparte central garantidora (CCP) das operações registradas; e
(iv) sistemas de custódia de títulos do agronegócio, de certificados de ouro e de outros
ativos. As atividades de registro, compensação, liquidação e gerenciamento de riscos das
operações cursadas na BM&F são operacionalizadas por nossas três Clearings - Clearing de
Derivativos, Clearing de Câmbio e Clearing de Ativos, que atuam de forma integrada com o
Banco BM&F, assegurando o bom funcionamento dos nossos mercados e a liquidação de todas
as operações cursadas e das obrigações delas decorrentes.

Funções das Bolsas de Valores


Os mercados de capitais são mais eficientes em países onde existem bolsas de valores
bem estruturadas, transparentes e líquidas. Para que elas desempenhem suas funções, o
ambiente de negócios do país tem que ser livre e as regras devem ser claras. Nestes contextos,
as bolsas podem beneficiar todos os indivíduos da sociedade e não somente aqueles que detêm
ações de companhias abertas. Veja, a seguir, quais são os benefícios gerados pelas bolsas de
valores para a economia e a sociedade como um todo:
Levantando capital para negócios - As bolsas de valores fornecem um excelente
ambiente para as companhias levantarem capital para expansão de suas atividades através da
venda de ações, e outros valores mobiliários, ao público investidor.
Mobilizando poupanças em investimentos - Quando as pessoas investem suas
poupanças em ações de companhias abertas, isto leva a uma alocação mais racional dos
recursos da economia, porque os recursos - que, de outra forma, poderiam ter sido utilizados
no consumo de bens e serviços ou mantidos em contas bancárias - são mobilizados e
redirecionados para promover atividades que geram novos negócios, beneficiando vários
setores da economia, tais como, agricultura, comércio e indústria, resultando num crescimento
econômico mais forte e no aumento do nível de produtividade.
Facilitando o crescimento de companhias - Para uma companhia, as aquisições e/ou
fusões de outras empresas são vistas como oportunidades de expansão da linha de produtos,
aumento dos canais de distribuição, aumento de sua participação no mercado etc. As bolsas
servem como um canal que as companhias utilizam para aumentar seus ativos e seu valor de
mercado através da oferta de compra de ações de uma companhia por outra companhia. Esta é
a forma mais simples e comum de uma companhia crescer através das aquisições ou fusões.
Quando feitas em bolsas, as aquisições e fusões são mais transparentes e permitem uma maior

47 http://www.coinvalores.com.br/arquivos/Ofertas/BMF_TakeOne.pdf

I.122
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

valorização da companhia, pois as informações são mais divulgadas e há uma maior interação
dos agentes envolvidos, tanto compradores quanto vendedores.
Redistribuindo a renda - Ao dar a oportunidade para uma grande variedade de pessoas
adquirir ações de companhias abertas e, consequentemente, de torná-las sócias de negócios
lucrativos, o mercado de capitais ajuda a reduzir a desigualdade da distribuição da renda de um
país. Ambos os investidores - casuais e profissionais - , através do aumento de preço das ações
e da distribuição de dividendos, têm a oportunidade de compartilhar os lucros nos negócios
bem sucedidos feitos pelos administradores das companhias.
Aprimorando a Governança Corporativa - A demanda cada vez maior de novos
acionistas, as regras cada vez mais rígidas do governo e das bolsas de valores têm levado as
companhias a melhorar cada vez mais seus padrões de administração e eficiência.
Consequentemente, é comum dizer que as companhias abertas são mais bem administradas
que as companhias fechadas (companhias cujas ações não são negociadas publicamente e que
geralmente pertencem aos fundadores, familiares ou herdeiros ou a um grupo pequeno de
investidores). Os princípios de governança corporativa estão, cada vez mais, sendo aceitos e
aprimorados.
Criando oportunidades de investimento para pequenos investidores - Diferentemente
de outros empreendimentos que necessitam de grandes somas de capital, o investimento em
ações é aberto para quaisquer indivíduos, sejam eles grandes ou pequenos investidores. Um
pequeno investidor pode adquirir a quantidade de ações que está de acordo com sua
capacidade financeira, tornando-se sócio minoritário (mesmo tendo participação percentual
ínfima no capital da companhia), sem que tenha que ficar excluído do mercado de capitais
apenas por ser pequeno. Desta forma, a bolsa de valores abre a possibilidade de uma fonte de
renda adicional para pequenos poupadores.
Atuando como Termômetro da Economia - Na bolsa de valores, os preços das ações
oscilam dependendo amplamente das forças do mercado e tendem a acompanhar o ritmo da
economia, refletindo seus momentos de retração, estabilidade ou crescimento. Uma recessão,
depressão, ou crise financeira pode eventualmente levar a uma queda (ou até mesmo uma
quebra) do mercado. Desta forma, o movimento dos preços das ações das companhias e, de
forma ampla, os índices de ações são um bom indicador das tendências da economia.
Ajudando no financiamento de projetos sociais - Os governos federal, estadual ou
municipal podem contar com as bolsas de valores ao emprestar dinheiro para a iniciativa
privada para financiar grandes projetos de infra-estrutura, tais como estradas, portos,
saneamento básico ou empreendimentos imobiliários para camadas mais pobres da população.
Geralmente, esses tipos de projetos necessitam de grande volume de recursos financeiros, que
as empresas ou investidores não teriam condições de levantar sozinhas sem contar com a
participação governamental. Os governos, para levantarem recursos, utilizam-se da emissão de
títulos públicos. Esses títulos podem ser negociados nas bolsas de valores. O levantamento de
recursos privados, por meio da emissão de títulos, elimina a necessidade (pelo menos no curto
prazo) dos governos sobretaxarem seus cidadãos e, desta maneira, as bolsas de valores estão
ajudando indiretamente no financiamento do desenvolvimento.

I.123
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

História da BM&FBOVESPA
A BMF&BOVESPA foi criada em maio de 2008, após integração entre a Bolsa de
Mercadorias & Futuros (BM&F) e a Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA). Não é possível
narrar a sua história sem mencionar, individualmente, os históricos da BOVESPA e da BM&F.
A Bovespa foi fundada em 23 de agosto de 1890 por Emilio Pestana. Até as reformas do
sistema financeiro e do mercado de capitais, implementadas pelo governo no biênio 1965-1966,
as bolsas de valores brasileiras eram entidades oficiais corporativas, vinculadas às secretarias
de finanças dos governos estaduais e compostas por corretores nomeados pelo poder público.
Após as reformas, as bolsas assumiram a característica institucional que mantêm até
hoje, transformando-se em associações civis sem fins lucrativos, com autonomia administrativa,
financeira e patrimonial. A antiga figura individual do corretor de fundos públicos foi
substituída pela da sociedade corretora, empresa constituída sob a forma de sociedade por
ações nominativas ou por cotas de responsabilidade limitada.
Desde então, a Bovespa vem crescendo e se modernizando, sempre em sintonia com as
novas tecnologias e tendências. Até pouco tempo atrás, grande parte dos negócios ainda era
realizada através do pregão viva-voz mas, atualmente, todos os negócios com ações e opções
são realizados através do sistema Mega Bolsa, implantado em 1997. Em março de 1999, a
Bovespa lançou o sistema Home Broker, que permitia que investidores pudessem comprar e/ou
vender ações e opções em suas casas através da Internet. Esse sistema foi interligado ao Mega
Bolsa e oferecido por uma ampla variedade de corretoras, cada qual com um serviço distinto. O
sucesso do Home Broker no Brasil foi total e, em pouco tempo, os pequenos investidores
passaram a ter uma maior participação no número e no volume de negócios da Bovespa,
tendência que vem crescendo nos últimos anos.
Em 28 de agosto de 2007, a BOVESPA deixou de ser uma instituição sem fins lucrativos e
se tornou uma sociedade por ações: a BOVESPA Holding S/A. A BOVESPA Holding possui como
subsidiárias integrais a Bolsa de Valores de São Paulo (BVSP) - responsável pelas operações dos
mercados de bolsa e de balcão organizado - e a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia
(CBLC), que presta serviços de liquidação, compensação e custódia.
Em maio de 2008, a BOVESPA foi integrada à BM&F, formando, então, a BM&FBOVESPA
S/A.

Características
O mercado de bolsa de derivativos e de futuros é administrado pela BM&FBOVESPA S/A
- Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros(BM&FBOVESPA) e é regulado pela Comissão de
Valores Mobiliários (CVM).
Nesse mercado, a BM&FBOVESPA tem como objetivo desenvolver, organizar e
operacionalizar mercados livres e transparentes para negociação de títulos e/ou contratos que
possuam como referência ativos financeiros, índices, indicadores, taxas, mercadorias e moedas,
nas modalidades à vista e de liquidação futura. Para tanto, efetua o registro, a compensação e a
liquidação, física e financeira, das operações realizadas em pregão de viva voz ou em sistema
eletrônico.
Para atingir esses propósitos, mantém local e sistemas próprios para negociação,
registro, compensação e liquidação de operações de compra e de venda. Para divulgação rápida
e abrangente das transações realizadas, os sistemas são dotados das facilidades e dos

I.124
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

aprimoramentos tecnológicos necessários. No desenvolvimento dessas atividades, a


BM&FBOVESPA criou mecanismos e normas para o acompanhamento e a regulação de seus
mercados e também para assegurar aos participantes o adimplemento das obrigações
assumidas naqueles sistemas de negociação, registro, compensação e liquidação.
O mercado de derivativos e de futuros, no qual a BM&FBOVESPA atua, está segmentado
na forma abaixo:
Futuro: em que as partes assumem compromisso de compra e/ou de venda para
liquidação (física e/ou financeira) em data futura, contando com o ajuste diário do valor dos
contratos, que é o mecanismo que possibilita a liquidação financeira diária de lucros e prejuízos
das posições. Essa modalidade também possibilita a intercambialidade de posições, ou seja, o
compromisso assumido com uma contraparte poderá ser encerrado com outra operação com
qualquer contraparte, sem a imposição de vínculo bilateral.
Opções sobre disponível: em que uma parte adquire de outra o direito de comprar
(opção de compra) ou vender (opção de venda) o instrumento-objeto de negociação, até ou em
determinada data, por preço previamente estipulado.
Opções flexíveis: semelhantes às opções de pregão (sobre disponível e sobre futuro),
com a diferença de que são as partes que definem alguns de seus termos, como preço de
exercício, vencimento e tamanho do contrato. São negociadas em balcão e registradas na Bolsa
via sistema eletrônico, com as partes também determinando se o contrato de opção de compra
ou de venda terá ou não a garantia da BM&FBOVESPA.
Swaps: como as opções flexíveis, são contratos negociados em balcão e registrados na
BM&FBOVESPA via sistema eletrônico. Nesse caso, as partes trocam um índice de rentabilidade
por outro, com o intuito de fazer hedge, casar posições ativas com posições passivas, equalizar
preços, arbitrar mercados ou até alavancar sua exposição ao risco. Os contratos têm grande
flexibilidade de especificação (baixa padronização). Para tanto, as partes devem escolher a
combinação de variáveis apropriada a sua operação e definir as características do contrato,
como preço, prazo e tamanho, optando igualmente pela garantia ou não da Bolsa.
Termo: semelhante ao mercado futuro, em que é assumido compromisso de compra
e/ou venda para liquidação em data futura. No mercado a termo, porém, não há ajuste diário
nem intercambialidade de posições, ficando as partes vinculadas uma à outra até a liquidação
do contrato.
Disponível (à vista ou spot): modalidade reservada apenas a alguns ativos ou
commodities, cujos contratos têm liquidação imediata. Com isso, a Bolsa pretende, ao mesmo
tempo, fomentar os mercados futuros e de opções, por meio da formação transparente de
preços que resulta da negociação à vista, e colaborar para o desenvolvimento dos mercados
físicos dos produtos-objeto de seus contratos.
Operações estruturadas: permitem a negociação de estratégias que incluem dois ou
mais contratos - futuros e opções - ou uma combinação entre vencimentos destes. Trata-se de
estratégias cuja execução se torna bastante complexa caso se opte por negociá-las contrato por
contrato, o que se traduz em alto risco operacional. Ao se negociar a estratégia completa por
intermédio de uma única apregoação - com os procedimentos de quebra entre os contratos
envolvidos realizados automaticamente pela BM&FBOVESPA -, elimina-se esse risco e
aumentam-se a liquidez e a eficiência das operações de hedge. Dentre as operações
estruturadas estão as de volatilidade de índice de ações, de taxa de câmbio e de taxa de juro, os

I.125
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

forward rate agreements e os forward points (por exemplo, a negociação do futuro de taxa de
câmbio com diferencial em relação à cotação spot).
Outros derivativos de balcão: incluem alternativas em relação aos swaps e às opções
flexíveis comuns, dentre as quais opções com barreiras e swaps com marcação a mercado e
ajustes financeiros, que podem ser periódicos ou acionados de outra forma, estabelecida entre
as partes.
Uma das condições necessárias ao perfeito funcionamento dos mercados financeiro e
de capitais é a garantia aos seus participantes de que seus ganhos serão recebidos e de que
suas operações de compra e venda serão liquidadas nas condições e no prazo estabelecidos.
Isso é proporcionado, pelas câmaras de registro, compensação e liquidação, ou clearings,
mediante um sistema de compensação que chama para si a responsabilidade pela liquidação
dos negócios, transformando-se no comprador para o vendedor e no vendedor para o
comprador, com estruturas adequadas ao gerenciamento de risco de todos os participantes.

Esse modelo é aplicado a três Clearings da BM&FBOVESPA - Derivativos, Câmbio e


Ativos -, segundo as características dos mercados para os quais oferecem serviços de registro,
compensação e liquidação de operações. Essas Clearings são consideradas sistemicamente
importantes pelo Banco Central do Brasil (Bacen), sendo por ele autorizadas e reguladas.
(fonte: BM&FBOVESPA)

Conceituação dos Derivativos

Derivativos são ativos financeiros cujo valor resulta (deriva), integral ou parcialmente,
do valor de outro ativo financeiro ou mercadoria negociados no mercado à vista, podendo ser
caracterizados como contratos a termo, contratos futuros, opções de compra e venda,
operações de swaps, entre outros.
Os mercados derivativos principais são os seguintes:

Mercado a Termo
É aquele em que as partes assumem compromisso de compra e venda de quantidade e
qualidade determinadas de um ativo dito real (mercadoria). Por exemplo, a contratação de
compra/venda de um lote padronizado de ouro para entrega em 30 dias.
As partes compradora e vendedora ficam vinculadas uma à outra até a liquidação do
contrato, ou seja:
I. o comprador do termo leva o contrato até o final do prazo contratado, paga pelo ativo
objeto do contrato e quer recebê-lo; o
II. o vendedor quer levar o contrato até o final, quer entregar o ativo objeto e receber o
correspondente pagamento.

O contrato a termo caracteriza-se por:


a) ser muito detalhado; e
b) ter movimentação financeira somente na liquidação.
Suas desvantagens operacionais são:

I.126
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

a) baixa liquidez;
b) pouca transparência, e
c) risco de crédito.

Mercado Futuro
É aquele em que as partes assumem compromisso de compra e venda de determinadas
quantidade e qualidade padronizadas de um ativo financeiro ou dito real (mercadoria),
representadas por contratos padronizados para liquidação (física e/ou financeira) em data
futura.
O contrato futuro caracteriza-se por:
a) padronização acentuada;
b) elevada liquidez;
c) risco de crédito baixo e homogêneo, isto é, risco da clearing ou compensação;
d) negociação transparente em bolsa mediante pregão;
e) possibilidade de encerramento da posição com qualquer participante em
qualquer momento, graças ao ajuste diário do valor dos contratos;
f) utilização do mecanismo das margens depositadas em garantia para evitar a
acumulação de perdas decorrentes da falta de pagamento de ajustes diários
negativos.
O ajuste diário consiste na equalização de todas as posições no mercado futuro, com
base no preço de compensação do dia, e com a consequente movimentação diária de débitos e
créditos nas contas dos clientes, de acordo com a variação negativa ou positiva no valor das
posições por eles detidas.
Este mecanismo possibilita a liquidação financeira diária de lucros e prejuízos das
posições, o que viabiliza a troca de posições, ou seja: o compromisso assumido com uma parte
poderá ser encerrado com outra operação com qualquer contraparte, sem a imposição de
vínculo bilateral. Em outras palavras, para encerrar (ou reverter) uma posição basta ao
participante que, se comprado em contratos, os venda; se vendido, os compre.
As desvantagens operacionais do mercado futuro são:

Estar vendido: deter posições de venda em contratos futuros, tendo a expectativa de queda de
preços
Estar comprado: deter posições de compra em contratos futuros, tendo a expectativa de alta
nos preços

a) exigir elevada movimentação financeira (instabilidade no fluxo de caixa);


b) ser de custo mais elevado do que os contratos a termo; e
c) necessitar de depósito de garantias colaterais junto à clearing (compensação).

Mercado de Opções
É aquele em que uma parte adquire de outra o direito de comprar (opção de compra)
ou de vender (opção de venda) o objeto de negociação, até determinada data ou em
determinada data, por preço previamente estipulado. O objeto de negociação pode ser um
ativo financeiro ou uma mercadoria no mercado disponível ou no mercado futuro, negociados

I.127
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

em pregão, com ampla transparência. O comprador da opção, também chamado titular,


sempre terá o direito do exercício. O vendedor da opção, também chamado lançador, terá a
obrigação do exercício caso o titular opte por exercer seu direito.
O preço de exercício é o preço pelo qual o titular exerce seu direito, ou seja, é o preço
pago pelo ativo objeto no caso de exercício de uma opção de compra, ou o preço recebido pelo
ativo objeto no caso de exercício de uma opção de venda. Já o preço da opção é chamado
prêmio e representa o valor pago pelo titular para adquirir um direito ou, em contrapartida, o
valor recebido pelo vendedor para assumir uma obrigação para com o titular.
O prêmio assemelha-se ao pagamento de um sinal, que não pode ser abatido do preço
estabelecido, em troca do direito de comprar ou vender um ativo, até uma determinada data,
ou nesta data, por um preço previamente estabelecido.
Assim como no mercado futuro, é possível uma contraparte transferir a um terceiro o
seu compromisso, desde que execute a operação inversa àquela que originou a posição inicial;
quem comprou, vende a mesma opção; ou quem vendeu originalmente, compra uma opção
para a mesma série e vencimento, o que dispensa a necessidade das contrapartes originais
permanecerem atreladas até a data de vencimento da obrigação.
É importante destacar que, no mercado de opções, o titular pode perder no máximo o
prêmio pago, enquanto que no futuro as perdas são ilimitadas. Entretanto para o laçador de
uma opção os riscos são ilimitados.

Opção de Compra48
Uma opção de compra confere ao seu titular o direito de comprar as ações-objeto, ao
preço de exercício, obedecidas as condições estabelecidas pela BM&FBOVESPA.
O lançador de uma opção de compra é uma pessoa que, por intermédio de seu corretor,
vende uma opção de compra no pregão, assumindo assim, perante a Bolsa, a obrigação de
vender as ações-objeto a que se refere a opção, após o recebimento de uma comunicação de
que sua posição foi exercida. Ele entregará a totalidade das ações-objeto mediante o
pagamento do preço de exercício.
Uma opção de venda dá ao seu titular o direito de vender as ações-objeto, ao preço de
exercício, obedecidas as condições estabelecidas pela BM&FBOVESPA. Além disso, o titular
pode, a qualquer tempo, negociar seu direito de venda em mercado, por meio da realização de
uma operação de natureza oposta.
O lançador que, por intermédio de seu corretor, vende uma opção de venda no pregão,
assume perante a Bolsa a obrigação de comprar as ações-objeto, caso sua posição seja
designada para o atendimento de uma operação de exercício. Nesse caso, ele pagará o preço
de exercício, recebendo as ações-objeto.

Principais Termos utilizados no Mercado de Opções

Prêmio - Preço da Opção


Em função dos direitos adquiridos e das obrigações assumidas no lançamento, o titular
(comprador) paga e o lançador recebe uma quantia denominada prêmio. O prêmio, ou preço da

48 http://www.bmfbovespa.com.br/Pdf/opcoes.pdf

I.128
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

opção, é negociado entre comprador e lançador, por meio de seus representantes no pregão da
Bolsa. Ele reflete fatores como a oferta e a demanda, o prazo de vigência da opção, a diferença
entre o preço de exercício e o preço a vista da ação-objeto, a volatilidade de preço, bem como
outras características da ação-objeto.

Ativo-objeto
É o ativo sobre o qual a opção é lançada (ações e índices).

Mês de Vencimento
É o mês em que expira a opção. Na BM&FBOVESPA, os vencimentos ocorrem nos meses
pares e no mês ímpar mais próximo, na terceira segunda-feira do mês de vencimento.

Preço de Exercício
É o preço pelo qual será exercida a opção. Os preços de exercício das opções são
determinados pela Bolsa, segundo critérios por ela estabelecidos.

O Mercado de Opções
As opções com negociação e/ou lançamento autorizados são divulgadas semanalmente
no BDI - Boletim Diário de Informações da BM&FBOVESPA e no jornal Gazeta Mercantil.
Também são transmitidas no serviço NBC (Notícias BM&FBOVESPA/CBLC), ou no sistema de
negociações MEGA BOLSA.
Ao ser autorizado um novo vencimento, a Bolsa abre séries de negociação com preços
de exercício próximos ao preço a vista da ação-objeto. No entanto, em caso de alterações
futuras nas cotações da ação-objeto, podem ser autorizadas emissões de novas séries, cujos
preços de exercício refletem o movimento do preço da ação.

A Negociação de Opções
Quando uma série de opções tem sua negociação em pregão autorizada, permanece
válida até o seu vencimento, embora possam ser introduzidas novas séries, com diferentes
preços de exercício. A Bolsa pode, porém, suspender, a qualquer instante, as autorizações para
lançamento e/ou negociação. Isso em geral acontece com as séries que não apresentam
posições em aberto e cujos preços de exercício sejam muito diferentes dos preços de mercado.
Séries com posições em aberto não têm sua negociação suspensa, salvo em casos especiais.
As operações no mercado de opções somente podem ser efetuadas por sociedade
corretora autorizada pela BM&FBOVESPA, observando-se, na sua realização, o disposto no
Regulamento de Operações no Mercado de Opções.
São permitidas operações de “day-trade”, ou seja, a compra e a venda da mesma série,
em um mesmo pregão, por uma mesma sociedade corretora e por conta de um mesmo
comitente (aplicador). A liquidação dessas operações, exclusivamente financeira, é feita pelo
saldo. No dia do vencimento da opção não é permitida a realização de tais operações.
A BM&FBOVESPA, segundo o regulamento vigente, pode impor restrições ao mercado
de opções sempre que for aconselhável, considerados o interesse do mercado, a proteção do
investidor ou o objetivo de manter o mercado justo e ordenado.

I.129
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

A suspensão da ação-objeto no mercado à vista implica, normalmente, a suspensão das


negociações com suas opções. A suspensão das negociações com suas opções, entretanto,
pode acontecer independentemente do comportamento da ação no mercado à vista, sempre
com o objetivo único de regular o comportamento do mercado de opções.

Negociações sem Certificado (Escritural)


O mercado de opções é caracterizado por seu controle totalmente escritural. As
posições de lançador e titular resultam do registro das operações na Bolsa, em código diferente
para cada cliente. Embora não sejam emitidos certificados de opções pela Bolsa, são mantidos
controles diários das operações realizadas e, consequentemente, das posições geradas e
lançadas na conta de cada cliente.
Relatórios são também enviados às sociedades corretoras, permitindo um
acompanhamento contínuo da situação de seus clientes. Os clientes que atuam no mercado de
opções recebem, a cada operação que altere sua posição registrada na BM&FBOVESPA, um
extrato de sua conta, que pode também ser obtido mediante solicitação.

Denominação das Opções na BM&FBOVESPA


As séries de opção autorizadas pela BM&FBOVESPA são identificadas pelo símbolo do
ativo-objeto associado a uma letra e a um número. A letra identifica se é uma opção de compra
ou de venda e o mês de vencimento (ver quadro abaixo), e o número indica um determinado
preço de exercício:

Exemplos:

PETR H18 – Opção de Compra sobre Petrobrás PN, com vencimento em agosto e preço de
exercício de $ 180,00 por lote de mil ações*.

VALE V23 – Opção de Venda sobre Vale do Rio Doce PNA, com vencimento em outubro e preço
de exercício de $ 30,00 por ação*.

I.130
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

* A identificação das séries autorizadas e seus respectivos preços de exercício são divulgadas
diariamente pela BM&FBOVESPA.

O Exercício da Opção
É a operação pela qual o titular de uma opção de compra exerce seu direito de comprar
o lote de ações a que se refere a opção, ao preço de exercício. Da mesma forma, o titular de
uma opção de venda exerce o seu direito de vender o lote de ações a que se refere a opção, ao
preço de exercício.
A ocorrência de distribuição de proventos para a ação-objeto provocará alterações nas
séries até então autorizadas, que serão ajustadas, nos casos de proventos em dinheiro e de
direitos de preferência, no primeiro dia de negociação “exdireito” do papel objeto. Já no caso
de proventos em títulos, o ajuste será efetivado somente no exercício.
O número de ações-objeto da opção e/ou o preço efetivamente pago por ação no
exercício estão sujeitos a ajustes nos casos de distribuição de dividendos, juros sobre o capital
próprio, outros proventos em dinheiro, bonificações, subscrições, fracionamentos,
grupamentos e reorganizações que digam respeito à ação-objeto ou a seu emissor.

Dividendos, Juros sobre o Capital Próprio e outros Proventos em Dinheiro


Se uma ação-objeto, durante o período de vigência da opção, distribuir dividendos, juros
sobre o capital próprio ou qualquer outro provento em dinheiro, o valor líquido recebido será
deduzido do preço de exercício da série, a partir do primeiro dia de negociação ex-direito.

Exemplo: se o preço de exercício é de $ 200,00, e ocorre a distribuição de juros sobre o


capital próprio no montante líquido de $ 20,00, o preço de exercício será ajustado para
$ 180,00.

Bonificação, Fracionamento e Outras Distribuições


Fracionamento e bonificações – ou quaisquer outras distribuições que aumentem o
número de ações da empresa emissora das ações-objeto – têm o efeito de elevar, na mesma
proporção, o número de ações-objeto cobertas pela opção, diminuindo proporcionalmente o
preço pago por ação no exercício, de forma que o valor da operação de exercício, se realizada,
permaneça o mesmo.
Se o titular de uma opção sobre ações-objeto, na qual a empresa emissora distribuiu
novas ações, exerce o seu direito, as ações são entregues na forma “ex” e em um total igual ao
lote-padrão da opção mais as ações distribuídas em bonificação às componentes do lote. O
preço efetivamente pago por ação no exercício sofre uma redução proporcional ao aumento do
número de ações, embora a quantia a ser paga seja a mesma.

Subscrição
As subscrições de novas ações ou quaisquer outros direitos de preferência referentes à
ação-objeto da opção, aprovados na vigência da opção, implicam o atendimento do exercício
com ações na forma "ex", sendo deduzido do preço de exercício, a partir do primeiro dia de
negociação "ex-direito" do papel objeto, o valor teórico do direito à subscrição, calculado pela
BM&FBOVESPA no primeiro dia de negociação ex-direito.

I.131
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Limites ao Exercício de Opções


As opções de estilo americano podem ser exercidas a partir do pregão subseqüente à
realização da compra, até o vencimento, em horário definido pela BM&FBOVESPA. As opções
de estilo europeu somente podem ser exercidas na data de vencimento. Porém, se a
BM&FBOVESPA julgar necessário, para garantia da ordem no mercado, pode antecipar o
horário limite para o exercício no dia do vencimento, ou mesmo suspender a realização das
operações de exercício. Caso uma ação tenha a sua negociação suspensa no mercado à vista,
ficam automaticamente suspensas as operações de exercício de opções sobre aquela ação. Se a
suspensão abranger um ou dois últimos dias de prazo de vigência da opção, serão permitidos
apenas a negociação para encerramento e o exercício das vincendas no período.
Se o pedido de exercício recair sobre posições descobertas, o prazo para liquidação das
operações será contado a partir do primeiro dia útil após o término da suspensão.

Limites de Posições
A BM&FBOVESPA acompanha permanentemente as condições e a evolução do mercado,
estabelecendo limite para cada série e para o conjunto das séries, antes da abertura das séries,
para as posições de clientes ou grupos de clientes e instituições do mercado, evitando, dessa
forma, a concentração do mesmo.

Ação-Objeto
A partir da análise do comportamento das ações no mercado à vista, efetuada com base
em sua liquidez, tradição e negociabilidade, a BM&FBOVESPA elabora a relação de ações-objeto
autorizadas para negociação com opções, que pode ser alterada a qualquer tempo, por decisão
da Superintendência Geral.

Horário das Negociações


As opções são negociadas no mesmo horário de compra e venda das ações-objeto no
mercado à vista. Certas séries, porém, podem estar sujeitas a restrições, por determinação da
BM&FBOVESPA, que impliquem a suspensão, o fim da negociação de qualquer série de opções
ou até mesmo da própria ação-objeto.

Objetivos e Riscos
Quem se interessa por opções deve estar ciente dos riscos do mercado e do valor que
pode perder, como em qualquer outra aplicação.
É importante que se leve em consideração a conjuntura econômico-financeira do País e
da empresa, bem como os riscos da própria ação-objeto. Portanto, todas essas informações são
necessárias para um conhecimento mínimo dos níveis de risco.
Escolhido o objetivo financeiro do aplicador, deve-se analisar as duas posturas possíveis
no mercado de opções: a de titular e a de lançador.

I.132
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Opção de Compra

Aquisição
Ao se decidir pela compra de uma opção, o aplicador espera beneficiar-se de uma
elevação do preço da ação-objeto, com a consequente valorização do prêmio da opção.
Pensando assim, e levando em conta seus objetivos de atuação no mercado, o aplicador
pode:
1) Utilizar opções de compra para obter maior retorno, ou seja, alavancar seus ganhos
Como isso significa buscar maior lucratividade, implica também expor seu investimento
a um maior grau de risco.
Como o prêmio de uma opção é sensivelmente menor do que o preço da ação-objeto a
que se refere, uma determinada quantia em dinheiro pode comprar certo número de opções
correspondentes a uma quantidade de ações muito maior do que a que seria possível adquirir
no mercado à vista.
Assim, cada aumento no preço da ação-objeto costuma corresponder a um aumento no
prêmio da opção e a maiores retornos sobre a aplicação, pois a variação percentual é maior
para o prêmio. O mecanismo de alavancagem atua também no sentido inverso: a queda na
cotação pode até levar à perda integral da aplicação, ou seja, do prêmio pago.

2) Utilizar as opções de compra como alternativa para adquirir uma ação-objeto


A compra de uma opção sobre ações que se deseja adquirir, e para as quais se prevê
uma alta de preço, permite ao aplicador reduzir o risco de que a cotação da ação-objeto sofra
uma grande alta. Dessa forma, o aplicador assegura seu ganho em caso de alta e, em caso de
baixa, sua perda se resume ao prêmio pago pela opção, ou apenas parte dele.
Em ambos os casos, porém, o aplicador tem vantagens, seja porque ganhou na elevação
do preço da ação-objeto, ou porque apesar de perder o prêmio no caso de baixa, pode adquirir
o título por um preço bem menor do que no momento inicial. E ainda, como aplicou em opções
apenas parte de seus recursos, pode, por exemplo, fazer aplicações alternativas durante o
período, aumentando seus ganhos ou, se for o caso, diminuindo ou talvez anulando suas perdas.

3) Utilizar opções de compra como proteção para uma venda em margem


Um aplicador que realizou uma venda em margem, e que teme uma elevação no preço
da ação-objeto, pode, comprando uma opção, prevenir-se contra uma possível alta.
Se a cotação da ação realmente baixar, o lucro obtido na operação de venda em
margem será reduzido pelo valor do prêmio pago pela proteção da opção. Se, por outro lado, o
preço se elevar, o investidor estará protegido contra uma perda grande.

4) Utilizar opções de compra para fixar o preço de uma futura aquisição de determinada
ação
Se um aplicador acredita que o preço de uma ação é atrativo, mas não tem os recursos
necessários para comprá-la naquele momento, pode comprar uma opção e assim fixar o preço.
Quando puder concluir a compra da ação, exercerá a opção dentro do seu prazo de validade e
pagará o preço que julgou conveniente.

I.133
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Essa prática é particularmente interessante para os fundos, pois, comprando opções,


pode beneficiar-se das diversas variações de preço no tempo, sem comprometer seu fluxo de
caixa.

Lançamento de Opção de Compra


O lançamento de opções pode oferecer lucros ao aplicador que acredita numa certa
estabilidade, numa pequena ou até numa grande baixa no nível de preços. O lançamento
sujeita o aplicador, durante o período da validade da opção a ser designado pela
BM&FBOVESPA, a entregar as ações-objeto da opção, contra o pagamento do valor de exercício.
As obrigações assumidas pelo lançamento de opções somente se extinguem pelo seu exercício,
pelo seu vencimento, se não forem exercidas, ou ainda pelo fechamento da posição lançadora.
Designado para o exercício, o lançador não pode mais fechar sua posição. O lançamento
somente pode ser efetuado sobre séries autorizadas e publicadas pela BM&FBOVESPA.

O Lançamento de Opção de Compra Coberta


Diz-se que uma opção é coberta quando o lançador deposita, em garantia, a totalidade
das ações-objeto a que se refere a opção lançada.
O objetivo básico do lançamento coberto é obter um retorno maior do que o que seria
conseguido com a simples posse ou venda imediata das ações. Coberto o lançamento, o
aplicador reclassifica o seu nível de risco, deslocando o seu ponto teórico de venda para um
valor igual ao preço à vista da ação-objeto, menos o prêmio recebido.
Com o mercado em baixa, o lançador coberto se protege até o ponto em que o preço à
vista da ação-objeto for igual ao preço que ele pagou por ela, menos o valor do prêmio
recebido. Somente a partir desse ponto é que incorrerá em prejuízo.
O lançador coberto pode fechar sua posição (veja adiante o texto sobre fechamento de
posição) e desta forma encerrar a obrigação assumida, liberando suas ações para a venda
imediata ou para a espera de maior valorização da ação-objeto.

Lançamento de opção de compra descoberta


Uma opção é considerada descoberta quando o lançador não efetua o depósito da
totalidade das ações-objeto. Nesses casos, o lançador descoberto deve atender a exigência de
margem por meio do depósito de ativos aceitos em garantia pela CBLC (ações que compõem o
Índice BM&FBovespa, títulos públicos federais e privados, cartas de fiança bancária
incondicionada e outros). A exigência de margem é reavaliada diariamente.
Essa operação serve aos aplicadores que acreditam em uma queda nos preços, e que,
portanto, lançam opções sobre ações que não possuem ou que pretendem vender rapidamente.
Dessa maneira, se o mercado realmente cair, o lucro dos aplicadores (no caso o recebimento do
prêmio) estará assegurado. Mas, se o preço da ação-objeto superar o preço de exercício da
opção, o lançador poderá, a qualquer momento, até a data do vencimento, ser designado para
atender o pedido de exercício e entregar as ações a que se refere a opção. O risco envolvido
nessa segunda hipótese é ilimitado, pois além das chamadas de recomposição de margem - que
ocorrerão à medida que o prêmio de opções desta série for se elevando -, o lançador
descoberto estará sujeito, se designado a atender o exercício, a adquirir as ações em mercado a
um preço talvez superior ao preço de exercício mais o prêmio recebido.

I.134
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

O lançamento descoberto é, portanto, mais aconselhável para aplicadores acostumados


a riscos maiores e com capacidade financeira suficiente para atender a chamadas de
recomposição de margem (em casos de prejuízos na posição descoberta) e/ou comprar as
ações-objeto para cobertura de posição ou entrega definitiva, caso ocorra o exercício.
O lançador descoberto que julgar conveniente pode, à semelhança do coberto, fechar
sua posição para encerrar suas obrigações, e apurar o lucro ou prejuízo até então acumulado.
Pode, também, cobrir sua posição, depositando as ações-objeto da opção.

Opção de Venda

Aquisição
Ao adquirir uma opção de venda, o aplicador procura se beneficiar da queda no preço à
vista da ação-objeto e, por extensão, da valorização do prêmio da opção. Dessa forma, e de
acordo com a postura que pretenda assumir nesse mercado, o aplicador pode:

1) Realizar operação oposta de opção de venda


Um investidor que tem uma expectativa baixista, em relação à tendência de preços de
uma determinada ação, pode assumir uma posição titular de venda. Se suas expectativas se
concretizarem poderá, a qualquer tempo, reverter sua posição em mercado ou, na data de
vencimento, exercer seu direito de vender a ação-objeto da operação ao preço de exercício,
auferindo o lucro resultante da diferença entre os preços de exercício e à vista e o valor do
prêmio pago para adquirir a opção.
Por outro lado, se as cotações da ação-objeto se elevarem, no mercado à vista, acima do
preço de exercício de sua opção, esse investidor não exercerá seu direito de vender a ação-
objeto e incorrerá em um prejuízo equivalente ao valor do prêmio desembolsado.
No entanto, visando se proteger contra eventuais erros de avaliação, o aplicador poderá,
simultaneamente à aquisição de uma opção de venda, assumir uma posição lançadora de
opção de venda, a um preço de exercício menor ou igual ao preço de exercício da posição
titular.
A abertura dessa posição oposta, na qual provavelmente o prêmio pago será maior do
que o prêmio recebido, resultará em desembolso líquido de prêmios.
Dessa forma, se realmente o preço da ação-objeto baixar no mercado à vista, o
investidor exercerá seu direito de vendê-la a um preço superior ao vigente no mercado à vista.
Esse lucro será crescente quanto maior for a queda dos preços à vista, até o ponto em que
atinja o preço de exercício da posição lançadora, ponto de lucro máximo do investidor.
Por outro lado, se o preço à vista situar-se acima do preço de exercício da posição titular,
esse investidor incorrerá em máximo prejuízo, que é o desembolso inicial de prêmios.

2) Utilizar opções de venda como proteção para uma compra a termo


Assim, se o preço da ação subir, o lucro apurado na operação será reduzido pelo valor
do prêmio pago pela opção. Por outro lado, se a cotação cair, o aplicador estará protegido
contra uma elevada perda ou, em alguns casos, terá garantido o lucro na operação original de
compra.

I.135
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

3) Utilizar opções de venda como proteção para ações de sua carteira


Um aplicador inseguro quanto à tendência futura do mercado e, portanto, quanto ao
comportamento de algumas ações de sua carteira, pode, mediante a aquisição de opções,
prevenir-se contra uma possível queda. Desse modo, se os preços de alguns de seus títulos
declinarem no mercado à vista, o aplicador terá fixado um preço de venda (igual ao preço de
exercício) que considera adequado, deixando de correr os riscos de uma possível inversão de
tendência. Nesse caso (queda do preço à vista), o aplicador pode fechar sua posição ou, na data
de vencimento, exercer a opção, lucrando em ambos os casos o equivalente ao que teve de
prejuízo no mercado à vista. Note-se que, se o mercado tivesse continuado seu processo de alta
(expectativa principal de quem possui ações), o aplicador continuaria participando das
elevações de preço, aumentando seu retorno ainda mais, o que não aconteceria a quem tivesse
vendido as ações à vista no primeiro momento.

4) Utilizar opções de venda para atender expectativa de queda


Um aplicador que preveja queda nas cotações de ações que não detém, pode adquirir
uma opção de venda sobre essas ações e lucrar, se suas expectativas estiverem corretas (isso
possibilita a participação deste tipo de aplicador, o especulador, atraindo-o ao mercado
também na baixa). Se, ao contrário, o preço se elevar, o aplicador perderá o prêmio pago pela
opção.

Lançamento de Opção de Venda


O lançador de opções de venda deve atender a exigência de margem por meio do
depósito de ativos aceitos em garantia pela CBLC (ações que compõem o Índice Bm&fBovespa,
títulos públicos federais e privados, cartas de fiança bancária incondicionada e outros). A
exigência de margem é reavaliada diariamente.
O lançamento de opções de venda serve aos aplicadores que, acreditando em alta,
procuram receber rendas adicionais (prêmios) e/ou que aceitam a possibilidade de adquirir a
ação por um custo líquido inferior ao valor atual de mercado.
Assim, se o mercado subir ou se mantiver estável, o lançador terá assegurado o seu
lucro (igual ao valor do prêmio).
Por outro lado, se o preço da ação-objeto, na data de vencimento, cair abaixo do preço
de exercício da opção, o lançador poderá ser designado para atender ao pedido de exercício,
tendo então de adquirir as ações e entregar o valor de exercício.
O risco no lançamento de opção de venda é elevado, mas, ao contrário do risco de
lançar opção de compra a descoberto, é limitado, isto é: o prejuízo potencial máximo que um
lançador pode ter é conhecido no momento em que é feita a venda da opção em pregão, sendo
igual ao preço de exercício menos o preço à vista do momento do exercício e o prêmio recebido
pelo lançamento (devendo-se observar que o limite máximo do prejuízo potencial ocorre se o
preço à vista cair para zero).
O lançador de opções de venda deve, como os demais participantes desse mercado,
estar sempre atento à possibilidade de fechar sua posição, o que pode se revelar mais
aconselhável, em caso de lucro ou mesmo de prejuízo.

I.136
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Mercado Secundário de Opções


A BM&FBOVESPA organiza e disciplina o mercado secundário de opções de maneira a
manter as melhores condições para a sua negociação, bem como a criação de liquidez neste
mercado.
É no mercado secundário que ocorrem as operações de aumento e de fechamento de
posição, parcial ou total, tanto de titular como de lançador.
O desinteresse por determinadas opções e restrições a aberturas e/ou fechamento de
posições podem ocorrer, embora esporádica e independentemente da vontade da
BM&FBOVESPA, acarretando algumas dificuldades para a negociação com opções e
aumentando os riscos dos investidores que não conseguiram fechar sua posição. Esses serão
obrigados, se designados para o exercício, a entregar as ações-objeto no caso de opção de
compra; ou a adquiri-las, no caso de opção de venda. Da mesma forma, o titular que não
conseguiu encerrar sua posição para realizar um lucro deverá, para tanto, exercer suas opções
até o vencimento, ou estas perderão seu valor.
A BM&FBOVESPA permite a realização de operações por conta de um mesmo aplicador
de compra e de venda de opções, de mesma série, em um mesmo pregão, por uma mesma
sociedade corretora. Assim, é possível ao aplicador aproveitar-se dos diferenciais de preços e
de taxas existentes num mesmo pregão (operação de “day-trade”). É também permitida a
apregoação de “spreads”; no mercado de opções. Ex.: box, butterfly etc. A modalidade
inicialmente autorizada foi o “box”, que envolve, simultaneamente, operações com opções de
compra e de venda.
Se uma ação-objeto tem sua negociação suspensa no mercado à vista, automaticamente
é suspensa a negociação com opções sobre a referida ação, a menos que a suspensão abranja
um ou dois últimos dias do prazo de vigência da opção, permitindo-se então a negociação
apenas das opções que estão vencendo.

Fechamento de Posição

Posição Titular
A BM&FBOVESPA mantém disponíveis, em seu mercado de opções, operações que
possibilitam diversas formas de atuação, entre elas a que permite a realização de lucro antes do
vencimento, por uma operação de venda no mercado secundário.
Um aplicador comprou, em março, opções de venda sobre 100 mil ações ABC com
vencimento em junho, ao preço de exercício de $ 5,00, pagando de prêmio $0,50 por ação
($50.000,00 no total). Dois meses depois, como o preço da ação-objeto no mercado à vista caiu,
a opção teve seu prêmio elevado para $ 0,65. O titular pôde realizar o lucro, vendendo opções
da mesma série, encerrando sua posição e ganhando o diferencial dos prêmios ($ 65.000,00 -
$ 50.000,00 = $15.000,00) menos os custos de transação.

Posição Lançadora

No mercado de opções, também é possível ao lançador antecipar o seu lucro ou evitar o


exercício, fechando sua posição mediante a compra de opção de série igual à lançada.

I.137
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Um aplicador vendeu, em março, opções de compra sobre 100 mil ações ABC que possuía, com
vencimento para junho, ao preço de exercício de $5,00, recebendo um prêmio de $ 0,50 por
ação, $ 50.000,00 no total. Como o preço da ação-objeto no mercado à vista caiu abaixo do
preço de exercício, o prêmio da opção caiu para $ 0,35. Se o lançador acredita que o preço à
vista da ação vai diminuir mais, é interessante que encerre sua posição lançadora, comprando
ações de série igual à lançada, para realizar um lucro igual ao diferencial dos prêmios
($50.000,00 - $35.000,00 = $15.000,00) menos os custos de transação. Aí, libera suas ações
para imediata venda no mercado à vista ou para um outro lançamento numa série com preço
de exercício mais próximo do preço à vista e, consequentemente, com prêmio maior, obtendo
mais receita.
Se acreditasse que o preço da ação-objeto subiria ao invés de cair, poderia, ao fechar
sua posição lançadora realizando lucro, guardar as ações para uma venda posterior no mercado
à vista para outro lançamento de opções ou ainda passar a titular de opções. Mas se o aplicador
não possuísse as ações a que se refere a opção e a alta do preço das ações houvesse elevado o
prêmio para $ 0,65 por ação, ele estaria sendo chamado para a manutenção do nível mínimo de
margem.
Um aplicador, sem interesse ou condições de continuar atendendo a essas chamadas ou
de comprar as ações-objeto para responder ao provável aviso de exercício, poderia comprar
opções de série igual às lançadas, encerrando suas obrigações como lançador e apurando o
prejuízo correspondente ao diferencial dos prêmios ($65.000,00 - $50.000,00 = $ 15.000,00)
mais os custos de transação.
A operação de compra para fechamento de posição, como a de venda, é efetuada por
intermédio de sociedade corretora, que deverá, simultaneamente à realização da operação de
fechamento, indicar à BM&FBOVESPA o bloqueio de exercício de sua posição. Isso somente
será possível se a posição lançadora ainda não houver sido designada para atendimento de um
aviso de exercício. Nessa hipótese, a operação de compra, em vez de fechar a posição
lançadora, gera uma posição compradora (titular) de opções, porém poderá ser fechada no
mesmo pregão, mediante uma operação de venda de opções (mesmo que isto ocorra no dia do
vencimento)

Mercado de Swaps
É aquele em que as partes trocam um índice de rentabilidade por outro, com o intuito
de:
a) fazer hedge para minimizar risco;
b) casar posições ativas com posições passivas;
c) equalizar preços;
d) arbitrar mercados; ou
e) alavancar a exposição ao risco.

Os contratos têm pouca padronização e, como as opções flexíveis, são negociados em


balcão e registrados na BM&F via sistema eletrônico, com ou sem garantia. Também neste
mercado as partes ficam vinculadas até o final da operação.
Como exemplos, podem ser citadas as seguintes situações:

I.138
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

 uma instituição que possua um passivo a taxas pós-fixadas e queira trocá-lo por
taxas fixas com outra instituição, que tenha seu passivo a taxas fixas e queira
trocá-lo por taxas pós-fixadas; ou
 uma instituição que possua um passivo atrelado à taxa do CDI – Certificado de
Depósito Interbancário e um ativo atrelado à taxa de câmbio e queira trocar a
rentabilidade do câmbio pela do CDI no mercado de swap, compatibilizando a
variação de ativo e passivo e retirando esse risco de sua estrutura contábil.
Na operação de swap, a dívida em si não troca de lugar, mas apenas o custo total dos
juros a serem pagos é que o fazem. Não se trocam os ativos, somente as rentabilidades dos
mesmos. O objetivo da operação é mudar a estrutura da carteira de investimentos durante o
prazo do swap. O principal serve apenas de base para cálculo dos pagamentos que serão
intercambiados numa data futura preestabelecida no contrato.

Os Participantes do Mercado de Derivativos


A BM&FBovespa, enquanto local de encontro, real ou virtual, entre compradores e
vendedores, reúne em seu ambiente hedgers, especuladores e arbitradores. O hedger busca
através da operação chamada hedge, minimizar os riscos a que estão expostos em suas
atividades econômicas e os agentes dispostos a assumir tais riscos em busca de ganhos, os
chamados especuladores. Ao contrário dos jogadores, os especuladores desempenham função
econômica fundamental para o funcionamento dos mercados, qual seja, a de provê-los de
liquidez e viabilizar a transferência do risco.
O hedge pode ser entendido como um seguro contra o risco de mercado,
especificamente no que refere ao preço. Para se proteger contra o risco de preço, o agente
econômico atuante no mercado físico de uma mercadoria (ou no mercado à vista de um ativo
financeiro) assume no respectivo mercado derivativo uma posição igual e inversa àquela que
mantém no mercado à vista. Em outras palavras, hedge é a operação realizada no mercado
derivativo que visa fixar antecipadamente o preço de uma mercadoria ou ativo financeiro de
forma a neutralizar o impacto de mudanças no nível de preços. O agente econômico que busca
essa neutralização no mercado derivativo é chamado “hedger”.
Através do hedge no mercado futuro, por exemplo, o produtor rural, quando sua safra
está em fase de crescimento, poderá neutralizar o risco de queda de preço no momento da
comercialização de sua produção, assumindo uma posição vendedora no mercado futuro
referenciado em seu produto. De forma análoga, um industrial que utilize esse produto como
insumo de sua produção deve assumir uma posição compradora no mercado futuro, a fim de
fazer o hedge contra o risco de elevação do preço na data em que deverá efetuar a compra
física do produto.
É evidente que, ao fazer o hedge para se precaver de uma variação de preços que lhe
seja prejudicial, o agente econômico também estará́ renunciando ao ganho extraordinário que
poderia auferir, posteriormente, na eventualidade de a mudança nos preços no mercado à vista
ser favorável ao mesmo. É a possibilidade de auferir esse lucro extraordinário que atrai a
participação dos especuladores.
Ao fazer o hedge no mercado derivativo, o preço obtido pelo agente econômico, na sua
posição de entrada nesse mercado, estará, teoricamente, garantido ao final da operação. Na

I.139
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

prática, porém, fatores externos podem interferir no resultado do hedge, fazendo com que a
estratégia resulte ligeiramente diferente do planejado.
Além do mercado futuro, o hedge também pode ser realizado através de operações em
outros mercados derivativos, como o mercado a termo e o mercado de opções, já mencionados
no capítulo anterior.
Em todos eles são negociados contratos padronizados de mercadorias ou ativos
financeiros, sendo exigidas, no entanto, margens de garantia para manutenção de posições em
aberto, tanto no mercado a termo como no futuro.
Posições em aberto são as posições (compradas ou vendidas) de um investidor e que
ainda não tenham sido por ele liquidadas. Ou seja, se o investidor originalmente comprou 10
contratos futuros e não vendeu nenhum desses contratos até o momento, sua posição em
aberto equivale a esses mesmos 10 contratos futuros, os quais estarão sujeitos a variações
diárias de preço.
Para fazer o hedge no mercado a termo, o produtor contrata a venda de sua produção
para uma data futura, a um determinado preço e efetivamente leva a operação até a
liquidação, o que é também do interesse do comprador. O resultado final de uma operação no
mercado a termo é igual ao do mercado futuro, só que, neste último haverá́ movimentação
financeira diária (ajuste), enquanto naquele, esta ocorrerá apenas ao final.

I.140
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

I.141
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Em caso de inadimplência, a BM&F liquida compulsoriamente a posição do cliente


devedor junto ao mercado e aciona uma estrutura de salvaguardas que compreende,
sucessivamente e caso necessário, a execução de garantias prestadas (i) pelo cliente
inadimplente, (ii) pela corretora através da qual ele operou, (iii) pelo membro da compensação
que liquida para essa corretora e, em sendo tais garantias insuficientes, atinge o patrimônio (i)
do fundo especial dos membros de compensação, (ii) do fundo de liquidação de operações e
(iii) da própria BM&F. É importante destacar que a BM&F não assume a posição do cliente
inadimplente, mas simplesmente encerra a posição compulsoriamente, assinalando o fracasso
da estratégia originalmente estabelecida pelo investidor.
O hedge também pode ser realizado no mercado de opções, onde o produtor, mediante
o pagamento de prêmio (valor pago ao vendedor para que este assuma uma obrigação para
com ele), compra uma opção de venda, tornando- se, assim, titular do direito de vender sua
produção a um determinado preço, para exercício em uma determinada data futura (opção
tipo europeu) ou até uma determinada data futura (opção tipo americano).

I.142
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Além do hedger e do especulador, faz parte do mercado o chamado arbitrador,


participante que atua nos mercados realizando, concomitantemente, compra e venda no
mercado à vista e nos mercados derivativos, ou ainda posicionando-se em vencimentos futuros
diferentes, ou em opções de preços de exercício diferentes, sempre visando aproveitar o
diferencial de preços distorcidos, fazendo a arbitragem entre mercado à vista e derivativos, ou
entre diferentes vencimentos futuros (também conhecida por operação de spread), ou, ainda,
entre uma série de combinações entre duas ou mais opções do mesmo tipo, com preços de
exercício diferentes (igualmente conhecida por spread). Essas combinações visam reduzir riscos
e, consequentemente, proporcionam ganhos menores.
As estratégias de spread partem do pressuposto de que mercados e contratos são
afetados pelas mesmas circunstâncias econômicas. Em consequência, a expectativa é de que o
preço das duas (ou mais) posições oscilem em sincronia. Se, por algum motivo, os preços

I.143
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

estiverem desalinhados ou não se moverem em conjunto, poderá́ surgir uma oportunidade de


lucro.

Derivativos Agropecuários49
Os derivativos agropecuários atendem à necessidade de comercialização de
determinadas mercadorias. Devem ser utilizados por empresas que pretendem se proteger do
risco de preço de seus produtos e matérias-primas utilizadas.
É por meio deste mercado que as empresas conseguem garantir a fixação dos preços de
determinadas mercadorias, que sofrem impactos diretos de fatores externos, como clima,
condições de solo e pragas, por exemplo.
Se usarmos o mercado de trigo nos Estados Unidos para exemplificar, a colheita do
produto é feita apenas durante algumas semanas do ano. Assim, alguém precisa carregar esta
mercadoria até o consumo total da mesma, arcando com custos de aquisição, armazenagem e
transporte e ainda sujeitando-se aos riscos de variações de preço. Cabe ao mercado de
derivativos oferecer estratégias de proteção ao negócio, minimizando e até anulando eventuais
riscos.
A Bolsa oferece os seguintes produtos de derivativos agropecuários:

Contrato Futuro de Açúcar Cristal Especial


Código: ISU
Objeto de negociação: açúcar cristal especial, com mínimo de 99,7 graus de polarização,
máximo de 0,08% de umidade.
Tamanho do contrato: 270 sacas de 50 quilos líquidos.
Cotação: dólares dos Estados Unidos da América por saca de 50 quilos líquidos.

49 http://www.bmfbovespa.com.br/empresas/pages/empresas_derivativos-agropecuarios.asp

I.144
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Variação mínima de apregoação: US$0,01 (um centavo de dólar dos Estados Unidos) por saca
de 50 quilos líquidos.
Meses de vencimento: fevereiro, abril, julho, setembro e novembro.
Margem de garantia: será exigida margem de garantia de todos os comitentes com posição
aberto, cujo valor será atualizado diariamente pela Bolsa, de acordo com critérios de apuração
de margem para contratos futuros.

Contrato Futuro de Boi Gordo


Código: BGI
Objeto de negociação: bovino macho vivo, castrado, bem acabado (carcaça convexa), em pasto
ou confinamento, que apresente peso entre o mínimo de 450 quilos e o máximo de 550 quilos
e idade máxima de 42 meses.
Tamanho do contrato: 330 arrobas líquidas (1 arroba = 15kg).
Cotação: Reais por arroba líquida.
Variação mínima de apregoação: R$0,01 por arroba líquida.
Meses de vencimento: todos os meses.
Margem de garantia: será exigida margem de garantia de todos os comitentes com posição em
aberto, cujo valor será atualizado diariamente pela Bolsa, de acordo com critérios de apuração
de margem para contratos futuros.

Contrato Futuro Míni de Boi Gordo


Código: WBG
Objeto de negociação: bovino macho vivo, castrado, bem acabado (carcaça convexa), em pasto
ou confinamento, que apresente peso entre o mínimo de 450 quilos e o máximo de 550 quilos
e idade máxima de 42 meses.
Tamanho do contrato: 33 arrobas líquidas (1 arroba = 15kg).
Cotação: Reais por arroba líquida.
Variação mínima de apregoação: R$0,01 por arroba líquida.
Meses de vencimento: todos os meses.
Margem de garantia: será exigida margem de garantia de todos os comitentes com posição em
aberto, cujo valor será atualizado diariamente pela Bolsa, de acordo com critérios de apuração
de margem para contratos futuros.

Contrato Futuro de Café Arábica


Código: ICF
Objeto de negociação: café arábica em grão, tipo 4-25 (4/5) ou melhor, bebida dura ou melhor.
Tamanho do contrato: 100 sacas de 60kg líquidos.
Cotação: dólares dos Estados Unidos da América por saca de 60kg líquidos.
Variação mínima de apregoação: US$0,05 por saca de 60kg líquidos.
Meses de vencimento: março, maio, julho, setembro e dezembro.
Margem de garantia: será exigida margem de garantia de todos os comitentes com posição em
aberto, cujo valor será atualizado diariamente pela Bolsa, de acordo com critérios de apuração
de margem para contratos futuros.

I.145
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Contrato Futuro Mini de Café Arábica


Código: WCF
Objeto de negociação: café arábica em grão, tipo 6 ou melhor, bebida dura ou melhor.
Tamanho do contrato: 10 sacas de 60 kg líquidos.
Cotação: dólares dos Estados Unidos da América por saca de 60kg líquidos.
Variação mínima de apregoação: US$0,05 por saca de 60 kg líquidos.
Meses de vencimento: março, maio, julho, setembro e dezembro.
Margem de garantia: será exigida margem de garantia de todos os comitentes com posição em
aberto, cujo valor será atualizado diariamente pela Bolsa, de acordo com critérios de apuração
de margem para contratos futuros.

Contrato Futuro de Etanol


Código: ETN
Objeto de negociação: etanol produzido da cana-de-açúcar segundo as especificações técnicas
definidas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Cotação: dólares dos Estados Unidos da América por metro cúbico (1.000 litros).
Variação mínima de apregoação: US$0,01 por metro cúbico.
Meses de vencimento: todos os meses.
Margem de garantia: será exigida margem de garantia de todos os comitentes com posição em
aberto, cujo valor será atualizado diariamente pela Bolsa, de acordo com critérios de apuração
de margem para contratos futuros.

Contrato Futuro de Milho


Código: *CNI
Objeto de negociação: milho em grão a granel, com odor e aspectos normais, duro ou semiduro,
amarelo, da última safra, com máximo de 14%.
Tamanho do contrato: 27 toneladas métricas ou 450 sacas de 60kg.
Cotação: Reais por 60kg líquidos.
Variação mínima de apregoação: R$0,01 por 60kg líquidos.
Meses de vencimento: janeiro, março, maio, julho, setembro e novembro.
Margem de garantia: será exigida margem de garantia de todos os comitentes com posição em
aberto, cujo valor será atualizado diariamente pela Bolsa, de acordo com critérios de apuração
de margem para contratos futuros.

Milho
CCM (Contrato Futuro de Milho com Liquidação Financeira); CTM (Contrato Futuro de Base de
Preço de Milho/Triângulo Mineiro, MG); COP (Contrato Futuro de Base de Preço de
Milho/Cascavel, PR); CRV (Contrato Futuro de Base de Preço de Milho/Rio Verde, GO); e CPG
(Contrato Futuro de Base de Preço de Milho/Paranaguá, PR).

Contrato Futuro de Soja


Código: SOJ

I.146
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Objeto de negociação: soja em grão a granel, tipo exportação com conteúdo de óleo base de
18,5%, com até 14% de umidade.
Tamanho do contrato: 27 toneladas métricas ou 450 sacas de 60kg.
Cotação: dólares dos Estados Unidos da América por saca de 60kg.
Variação mínima de apregoação: US$0,01 por saca de 60kg.
Meses de vencimento: março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro e novembro.
Margem de garantia: será exigida margem de garantia de todos os comitentes com posição em
aberto, cujo valor será atualizado diariamente pela Bolsa, de acordo com critérios de apuração
de margem para contratos futuros.

Tributação
Mercado de Opções50
Fato Gerador Auferir ganho líquido na negociação ou no exercício da opção.
art. 45 da IN 1.022/2010
Base de Cálculo A base de cálculo do imposto de renda é o ganho líquido auferido
nas seguintes hipóteses:
1. Na negociação da opção
Pelo resultado positivo apurado no
encerramento de opções da mesma série. (art. 49, I, da IN
1.022/2010)
2. Nas operações de exercício da opção
2.1. Titular da opção de compra. art. 49, II, “a”, da IN 1.022/2010)

Pela diferença positiva entre o valor da venda à vista do ativo na
data do exercício da opção e o preço de exercício, acrescido do
valor do prêmio.
2.2. Lançador da opção de compra. (art. 49, II, “b”, da IN
1.022/2010)
Pela diferença positiva entre o preço de exercício da
opção, acrescido do valor do prêmio, e o custo de aquisição do
ativo objeto do exercício.
2.3. Titular de opção de venda (art. 49, II, “c”, da IN 1.022/2010)

Pela diferença positiva entre o preço de exercício da opção e o
valor da compra à vista do ativo, acrescido do valor do prêmio.
2.4. Lançador da opção de venda (art. 49, II, “d”, da IN 1.022/2010)

Pela diferença positiva entre o preço da venda à vista do ativo na
data do exercício da opção, acrescido do valor do prêmio, e o preço
de exercício da opção.
3. Observações
3.1. Não ocorrendo a venda à vista do ativo na data do exercício da
opção, o ativo terá como custo de aquisição o preço de exercício da
opção, acrescido ou deduzido do valor do prêmio, no caso de
titular de opção de compra e lançador da opção de venda,

50 http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/regulacao/tributacao/pessoa-fisica/imposto-de-renda-mercado-de-
opcoes/imposto-de-renda-mercado-de-opcoes.aspx?idioma=pt-br

I.147
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

respectivamente. (art. 49, §1º, da IN 1.022/2010)


3.2. Para efeito de apuração do ganho líquido, o custo de aquisição
dos ativos negociados nos mercados de opções, bem como os
valores recebidos pelo lançador da opção, serão calculados pela
média ponderada dos valores unitários pagos ou recebidos. (art.
49, §2º, da IN 1.022/2010)
3.3. Não havendo encerramento ou exercício da opção, o valor do
prêmio constituirá ganho para o lançador e perda para o titular, na
data do vencimento da opção. (art. 49, § 3º, da IN 1.022/2010)
art. 49 da IN 1.022/2010
Alíquota 15%
art. 46 da IN 1.022/2010
Regime Tributação definitiva.
art. 55, II, da IN 1.022/2010
Recolhimento Apurado em períodos mensais e pago, pelo investidor, até o último
dia útil do mês subsequente ao da apuração. (código DARF 6015)
art. 45, § 4º, da IN 25/01
Responsabilidade Do contribuinte.
pelo Recolhimento art. 45, § 4º, da IN 1.022/2010
Compensação de Para fins de apuração e pagamento do imposto mensal sobre os
Perdas ganhos líquidos, as perdas incorridas poderão ser compensadas
com os ganhos auferidos, no próprio mês ou nos meses
subsequentes, em outras operações realizadas nos mercados a
vista, de opções, futuro e a termo, exceto no caso de perdas em
operações de day trade, que somente serão compensadas com
ganhos auferidos em operações da mesma espécie.
art. 53 da IN 1.022/2010
Isenção Não há.
Retenção Há incidência do imposto de renda retido na fonte à alíquota de
(Antecipação do 0,005% sobre o resultado, se positivo, da soma algébrica dos
Imposto) prêmios pagos e recebidos no mesmo dia, sendo a instituição
intermediadora que receber diretamente a ordem do cliente
responsável pela retenção. O imposto retido na fonte poderá
ser (i) deduzido do imposto sobre ganhos líquidos apurados no
mês; (ii) compensado com o imposto incidente sobre ganhos
líquidos apurados nos meses subsequentes; (iii) compensado na
declaração de ajuste anual se, após a dedução de que tratam os
itens I e II, houver saldo de imposto retido; (iv) compensado com o
imposto devido sobre o ganho de capital na alienação de ações.
O imposto de renda retido na fonte deve ser recolhido até o
terceiro dia útil da semana subsequente à data da retenção.
(código DARF 5557)
art. 52 da IN 1.022/2010

I.148
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Mercado à Termo51

Fato Gerador Auferir ganho líquido na negociação/liquidação de contratos a termo


art. 45 da IN 1.022/2010
Base de Cálculo Comprador: resultado positivo entre o preço de venda das ações na data
da liquidação do contrato menos o preço nele estabelecido.
Vendedor descoberto: resultado positivo entre o preço estabelecido no
contrato a termo e o preço da compra a vista do ativo para a liquidação
daquele contrato.
Vendedor coberto: o resultado positivo entre o preço estabelecido no
contrato a termo e o custo médio de aquisição do ativo, exceto na
hipótese de operação conjugada a que se refere a alínea “b” do inciso I
do caput do artigo 38 da IN 1.022/2010.
art. 51 da IN 1.022/2010
Em qualquer hipótese, admite-se a dedução das despesas necessárias
incorridas na realização das operações (§ 3º, art. 45, IN 1.022/2010).
Alíquota 15%
art. 46 da IN 1.022/2010
Regime Tributação definitiva.
art. 55, II, da IN 1.022/2010
Recolhimento Apurado em períodos mensais e pago, pelo investidor, até o último dia
útil do mês subseqüente.
(código DARF 6015)
art. 45, § 4º, da IN 1.022/2010
Responsabilidade Do contribuinte.
pelo Recolhimento art. 45, § 4º, da IN 1.022/2010
Compensação de Para fins de apuração e pagamento do imposto mensal sobre os ganhos
Perdas líquidos, as perdas incorridas poderão ser compensadas com os ganhos
auferidos, no próprio mês ou nos meses subsequentes, em outras
operações realizadas nos mercados a vista, de opções, futuro e a termo,
exceto no caso de perdas em operações de day trade, que somente
serão compensadas com ganhos auferidos em operações da mesma
espécie.
art. 53 da IN 1.022/2010
Isenção Não há.

51 http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/regulacao/custos-e-tributos/tributacao/imposto-de-renda-mercado-a-

termo.aspx?idioma=pt-br

I.149
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Retenção
(Antecipação do Há incidência do imposto de renda retido na fonte à alíquota de 0,005%
Imposto) sobre (i) quando houver a previsão de entrega do ativo objeto na data do
seu vencimento, a diferença, se positiva, entre o preço a termo e o preço
a vista na data da liquidação; e (ii) nos casos de operação com liquidação
exclusivamente financeira, o valor da liquidação financeira previsto no
contrato, sendo a instituição intermediadora que receber diretamente a
ordem do cliente responsável pela retenção.
O imposto retido na fonte poderá ser (i) deduzido do imposto sobre
ganhos líquidos apurados no mês; (ii) compensado com o imposto
incidente sobre ganhos líquidos apurados nos meses subsequentes; (iii)
compensado na declaração de ajuste anual se, após a dedução de que
tratam os itens I e II, houver saldo de imposto retido; e (iv) compensado
com o imposto devido sobre o ganho de capital na alienação de ações.
O imposto de renda retido na fonte deve ser recolhido até o terceiro dia
útil da semana subsequente à data da retenção. (código DARF 5557)
art. 52 da IN 1.022/2010

Tributação sobre Investimento no Mercado Futuro52

52 http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/regulacao/custos-e-tributos/tributacao/imposto-de-renda-mercado-

futuro.aspx?idioma=pt-br

I.150
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Fato Gerador Auferir ganho líquido na negociação/liquidação de contratos futuros.


art. 45 da IN 1.022/2010
Base de Cálculo Resultado positivo da soma algébrica dos ajustes diários apurados na
liquidação dos contratos ou na cessão ou encerramento da posição
em cada mês, admitindo-se a dedução das despesas necessárias
incorridas na realização das operações.
art. 50 da IN 1.022/2010
art. 45, § 3º, da IN 1.022/2010
Alíquota 15%
art.46 da IN 1.022/2010
Regime Tributação definitiva.
art. 55, II, da IN 1.022/2010
Recolhimento Apurado em períodos mensais e pago, pelo investidor, até o último
dia útil do mês subsequente.
(código DARF 6015)
art. 45, § 4º, da IN 1.022/2010
Responsabilidade Do contribuinte.
pelo Recolhimento art. 45, § 4º, da IN 1.022/2010
Compensação de Para fins de apuração e pagamento do imposto mensal sobre os
Perdas ganhos líquidos, as perdas incorridas poderão ser compensadas com
os ganhos auferidos, no próprio mês ou nos meses subsequentes,
em outras operações realizadas nos mercados a vista, de opções,
futuro ou a termo, exceto no caso de perdas em operações de day
trade, que somente serão compensadas com ganhos auferidos em
operações da mesma espécie.
art. 53 da IN 1.022/2010
Isenção Não há.
Retenção Há incidência do imposto de renda retido na fonte à alíquota de
(Antecipação do 0,005% sobre a soma algébrica dos ajustes diários, se positiva,
Imposto) apurada por ocasião do encerramento da posição, antecipadamente
ou no seu vencimento, sendo a instituição intermediadora que
receber diretamente a ordem do cliente responsável pela retenção.
O imposto retido na fonte poderá ser (i) deduzido do imposto sobre
ganhos líquidos apurados no mês; (ii) compensado com o imposto
incidente sobre ganhos líquidos apurados nos meses subsequentes;
(iii) compensado na declaração de ajuste anual se, após a dedução
de que tratam os itens I e II, houver saldo de imposto retido; e (iv)
compensado com o imposto devido sobre o ganho de capital na
alienação de ações.
O imposto de renda retido na fonte deve ser recolhido até o terceiro
dia útil da semana subsequente à data da retenção. (código DARF
5557)

I.151
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

art. 52 da IN 1.022/2010

Imposto de Renda - Swap53


Fato Gerador Auferir rendimentos em operações de swap.
art. 40 da IN 1.022/2010
Base de Cálculo Resultado positivo na liquidação ou cessão do contrato podendo ser
considerados como custo da operação os valores pagos a título de
cobertura (prêmio) contra eventuais perdas incorridas em
operações de swap.
art. 40, §§ 1º e 5º, da IN 1.022/2010
Alíquota Aplicações até 180 dias: 22,5%;
Aplicações de 181 a 360 dias: 20%;
Aplicações de 361 a 720 dias: 17,5%;
Aplicações acima de 720 dias: 15%.
art. 37 da IN 1.022/2010
Regime Tributação definitiva.
art. 55, II, da IN 1.022/2010
Retenção e O imposto será retido pela pessoa jurídica que efetuar o pagamento
Recolhimento do rendimento, na data da liquidação ou da cessão do contrato e
recolhido até o 3º dia útil subsequente ao decêndio de ocorrência
dos fatos geradores.
(código DARF 5273)
art. 40, §§ 2º e 9º, da IN 1.022/2010
Compensação de Não é permitida a de compensação de perdas incorridas em
Perdas operações de swap com os ganhos líquidos obtidos em outras
operações de renda variável.
art. 40, § 3º, da IN 1.022/2010
Isenção Não há.

53 http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/regulacao/custos-e-tributos/tributacao/imposto-de-renda-

swap.aspx?idioma=pt-br

I.152
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

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I.154
Curso Preparatório para Prova da ANCORD 2011

Anotações

I.155

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