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Ruído: som resultante das vibrações que

alcançam o ouvido humano.

O ouvido humano é sensível a sons com frequência entre


20 Hz (hertz) e 16.000 Hz, que corresponde a nove oitavas.
A unidade de nível sonoro é o decibel (dB).

Dentro da escala em dB, o ouvido humano é capaz de


perceber uma grande faixa de intensidades sonoras de
0 a 130 dB, mais precisamente, entre 20 a 120 dB.

Sons normalmente encontrados dentro de casa,


no trabalho, estão na faixa de 50 a 80 dB.

Sons acima de 120 dB causam desconforto


(o avião a jato é de 130 dB) e quando chegam a
140 dB a sensação é dolorosa.

O limite máximo recomendado pela NR 15


é de 85 dB para 8 horas de exposição.
Condições ambientais
Exemplos de níveis de Ruído para Conforto
Acústico definidos na NBR 10152
Decibelímetro
Dosímetro
Sonômetro
CHAVAGLIA NETO, José;
RAMALHEIRO, Brenno Maia;
FILIPE, José Antônio.
Neuromarketing: o efeito da
ancoragem, do contexto e o
papel dos neurotransmissores
na mente dos consumidores.
São Paulo: Baraúna, 2012.
córtex cerebral

Audição: O sistema auditivo é responsável


pela percepção de timbres, volume e
localização dos sons. Todos os estímulos
sonoros são formados por uma vibração
mecânica que, ao propagar-se no ouvido
interno pelo sistema coclear, sofre um
processo de transdução colear. O sistema
auditivo é um dos sistemas que mais
informação perde no envio de informação,
pois é dos que sofre mais ligações ou
sinapses, potencializando a sua perda.

O ouvido humano pode ser separado em Essas células são interconectadas por feixes
três grandes áreas, de acordo com a função de fibras, que ascendem a partir da cóclea até
desempenhada e a sua localização, sendo o córtex auditivo, e tem a função de levar
elas o ouvido externo, o ouvido médio e informações sobre o ambiente acústico.
o ouvido interno. As vias auditivas centrais Esse ambiente depois chega à consciência.
são responsáveis por encaminhar os A informação do ouvido direito é enviada para o
impulsos elétricos, e para isso dispõem lóbulo temporal esquerdo, e as informações do
de vários grupos nucleares no interior ouvido esquerdo são enviadas para o lóbulo
da medula, da ponte, do mesencéfalo, temporal direito. Depois ocorre uma
do tálamo e do córtex cerebral. transferência de informação de um lado do
cérebro para o outro.

(CHAVAGLIA NETO, RAMALHEIRO e FILIPE, 2012)


PRADEEP, A. K.
O Cérebro Consumista
Conheça os segredos mais bem
guardados para vender para a
mente subconsciência.
Trad. Mirtes Frange de Oliveira
Pinheiro e Sandra Luzia Couto.
São Paulo: Cultrix, 2012.
―A audição fornece informações vitais para a nossa
sobrevivência, por exemplo, ao nos alertar sobre um
automóvel ou carro de bombeiro que se aproxima.‖
(PRADEEP, 2012, p.69)
―Porém, o sentido da audição não está ligado apenas ao presente.
Por meio da audição, podemos gerar memórias nostálgicas
profundas associadas a momentos bastante sentimentais
acompanhados de som: as cantigas de ninar realmente acalentam
o bebê e o fazem adormecer.

Até mesmo os batimentos cardíacos e a respiração da mãe


tranquilizam e acalmam o bebê.‖ (PRADEEP, 2012, p.69)
―Mais tarde, os amantes que ouvem sua canção
favorita, o riso de crianças que encanta todos à sua
volta, o trinado dos pássaros na janela e o fascinante
embalo de um concerto dos Rolling Stones são
presentes extraordinários para o nosso cérebro.‖
(PRADEEP, 2012, p.69)
―Nós marcamos com música datas especiais como
casamentos, funerais e formaturas.‖
(PRADEEP, 2012, p.69)
―A nossa pupila se dilata e nossos níveis de endorfina
sobem quando cantamos e está cientificamente
comprovado que cantar tem efeitos curativos.‖
(PRADEEP, 2012, p.69)
―Pacientes em coma reagem à música,
e os moribundos relaxam quando
ouvem música.‖
(PRADEEP, 2012, p.69)
―Os sons que o seu produto faz e o ‗ruído‘
de fundo da sua loja são parte essencial da
sua Característica Icônica Neurológica
(Neurological Iconic Signature — NIS).‖
(PRADEEP, 2012, p.72)
―Os sons que acompanham experi-
ências importantes são essenciais
para que elas sejam valorizadas,
bem como retidas na memória.

Quando os cassinos eliminaram o tilintar de


moedas das máquinas caça-níqueis, acho que
eles reduziram muito o prazer de ganhar e estar
no meio de vencedores.
O que você preferiria: o divertido ruído de moedas
caindo nas bandejas de alumínio ao seu redor ou
uma discreta solicitação para você inserir o cartão
e fazer a transferência do dinheiro ganho?‖
(PRADEEP, 2012, p.70)
―Quando o cérebro consumista ouve o
chiado inconfundível do gás do refrigerante,
o barulho da batata crocante ou do golinho
de café, os neurônios-espelho deflagram
impulsos nervosos com certa urgência:
‗Eu quero isso!‘ ‗Me dá isso!‘.‖
(PRADEEP, 2012, p.69)
LINDSTROM, Martin.
Brand sense: segredos
sensoriais por trás das
coisas que compramos
Tradução de Renan Santos.
Porto Alegre: Bookman, 2012.
Música clássica vs.
Violência
Em uma vila da Austrália, no intuito de
reduzir a criminalidade nas ruas ao anoitecer,
os moradores optaram por, ao invés de
recorrer à uma postura policial mais dura,
tocar música clássica (Mozart, Bach,
Beethoven e Brahms).

Em menos de uma semana, a cidade


percebeu uma queda drástica nos índices
de criminalidade.

O experimento foi tão bem-sucedido que a


principal estação de trem de Copenhagen na
Dinamarca adotou a mesma abordagem –
com resultados similares.‖
(LINDSTROM, 2012, p.75)
O som
da marca
LINDSTROM, Martin
Brand sense:
segredos sensoriais por trás
das coisas que compramos
Trad. Renan Santos.
Porto Alegre: Bookman,
2012. 176 pág.
A música da marca
―Estudos mostram que […]
marcas com músicas que ‗se encaixam‘
em sua identidade de marca têm 96%
mais chance de memorização imediata.‖
(LINDSTROM, 2012, p.14)
LINDSTROM, Martin
Brand sense:
segredos sensoriais por trás
das coisas que compramos
Trad. Renan Santos.
Porto Alegre: Bookman,
2012. 176 pág.
Música e sensação
―Em um estudo publicado no Journal
of Consumer Research, Ronald E.
Millman demonstrou que o andamento
da música tocando ao fundo de lojas e
restaurantes afetava o serviço, os
gastos e até mesmo o fluxo de pessoas.

Quanto mais lenta for a música, mais as


pessoas compram.

Quanto mais rápida for a música, menos


elas gastam.‖(LINDSTROM, 2012, p.74)
Música e sensação
―Em um estudo empreendido por Judy Alpert
e Mark Alpert, que exploravam o quanto a
música afetava o ânimo, eles concluíram que
a música agitada produzia ânimos agitados.

LINDSTROM, Martin
Brand sense: Contudo, uma música triste [lenta] resultava
segredos sensoriais por trás
das coisas que compramos
Trad. Renan Santos.
em maiores níveis de intenção de compra.‖
Porto Alegre: Bookman,
2012. 176 pág. (LINDSTROM, 2012, p.75)
Websites audiovisuais
―Estudos mostram que marcas que
incorporam som em suas páginas virtuais
têm 76% a mais de chance de ter maior
tráfego de internet – […].‖
(LINDSTROM, 2012, p.14)
LINDSTROM, Martin
Brand sense:
segredos sensoriais por trás
das coisas que compramos
Trad. Renan Santos.
Porto Alegre: Bookman,
2012. 176 pág.
Clic com som de motor
―[A Ferrari construiu um site] em que todos os botões clicados expõe os viciados em
internet (e em carros) ao som característico do rugido da Ferrari, qualquer fabricante
de carro pode fazer o mesmo.‖ (LINDSTROM, 2012, p.30)
Telefone celular
―Mais de 40% dos consumidores acreditam que o som
do telefone celular – ou seja, o som do toque – é muito
mais importante do que o design do aparelho.‖
(LINDSTROM, 2012, p.74)

LINDSTROM, Martin
Brand sense:
segredos sensoriais por trás
das coisas que compramos
Trad. Renan Santos.
Porto Alegre: Bookman,
2012. 176 pág.
Nokia
―A Nokia é a maior fabricante de
telefones celulares do mundo, e por
isso milhões de melodias são tocadas
e ouvidas milhões de vezes por
dia ao redor do mundo todo – o que
equivale a centenas de horas de
sons de marca para cada indivíduo.‖
(LINDSTROM, 2012, p.81 e 83)
Nokia
―Nossa pesquisa Brand Sense mostra que
41% dos consumidores ao redor do mundo
reconhecem e associam a melodia com a marca
quando escutam um telefone celular da Nokia
tocando. No Reino Unido, esse número é
consideravelmente maior, com 74% reconhecendo
a melodia, enquanto, no Estados Unidos,
há 46% de reconhecimento. […]

Depois da Microsoft, a concorrente mais


próxima da Nokia é a Motorola. […]
Apenas 10% dos consumidores entrevistados no
mundo inteiro reconheceram o toque da Motorola,
incluindo 13% em seu mercado de origem.‖
(LINDSTROM, 2012, p.81 e 83)
Nokia = Estresse
―Nosso voluntários escutaram a melodia Nokia em um
leitor de ressonância magnética do cérebro e os
resultados foram, para dizer o mínimo, surpreendentes.

A melodia Nokia – ouvida ao redor do globo


LINDSTROM, Martin todos os dias com a mesma frequência que
Brand sense:
segredos sensoriais por trás
das coisas que compramos ‗Feliz Aniversário‘ – revelou-se algo muito desanimador
Trad. Renan Santos.
Porto Alegre: Bookman, para os donos de telefone celular Nokia.
2012. 176 pág.

Ela os fazia lembrar estresse, responsabilidades


do trabalho e a chamada que eles esperavam
não vir do escritório.‖
(LINDSTROM, 2012, p.82 e 83)
Arquivo de som anexo
(01)
Intel: conhecida por
56% do mundo
―[…] 56% dos consumidores ao redor do mundo
reconhecem a melodia Intel Inside. […]

A melodia Intel Inside existe desde 1998, tornando o


LINDSTROM, Martin
Brand sense:
segredos sensoriais por trás
invisível (e invencível – aquele legendário chip!)
das coisas que compramos
Trad. Renan Santos. visível por meio do som curto e distinto usado em
Porto Alegre: Bookman,
2012. 176 pág. todas as campanhas publicitárias da Intel.‖
(LINDSTROM, 2012, p.29)
Arquivo de som anexo
(02)
Produto invisível
―Isso torna a Intel literalmente o único produto no mundo que ninguém viu, ouviu ou tocou;
no entanto, usando som e imagem como pilares principais de sua estratégia de branding,
as pessoas de todo o mundo podem dançar escutando a melodia Intel.[…] a Intel se
destaca como a empresa com o uso de som mais claro, mais característico, consistente e
memorável.‖ (LINDSTROM, 2012, p.29)
Jingle x Logotipo
―Pesquisas mostram que o jingle da Intel,
também conhecido como ‗a onda‘, é tão
conhecido quanto o logo da empresa.

Na verdade, estudos têm mostrado que, em


LINDSTROM, Martin
Brand sense: muitos casos, as pessoas se lembram da onda
segredos sensoriais por trás
das coisas que compramos
Trad. Renan Santos.
[jingle] da Intel muito melhor do que do logo.‖
Porto Alegre: Bookman,
2012. 176 pág. (LINDSTROM, 2012, p.29)
―A empresa de branding sonoro Muzak tem um público de 100 milhões de pessoas escutando
melodias de marca todos os dias em elevadores e dentro de shoppings e lojas, enquanto a
cadeira de hotéis Le Méridien da Starwood […]. Em muitos hotéis, toca-se uma ‗paisagem
sonora‘ intrigantemente estranha, ou provocativa, tal como ‗cavalos trotando sobre água‘.
Os hóspedes do hotel Le Méridien não a esquecem com facilidade.‖ (LINDSTROM, 2012, p.77)
Som da porta = marca do carro
―Quase 1/3 dos consumidores entrevistados pela
pesquisa Brand Sense afirma conseguir distinguir uma
marca de carro da outra pelo som das portas fechando.

Os consumidores japoneses e americanos são os


LINDSTROM, Martin mais sensíveis a esse fenômeno, com 36% no Japão
Brand sense:
segredos sensoriais por trás
das coisas que compramos e 28% nos Estados Unidos concordando.
Trad. Renan Santos.
Porto Alegre: Bookman,
2012. 176 pág.
Apenas 14% dos consumidores nos países
entrevistados não conseguiam perceber diferença.‖
(LINDSTROM, 2012, p.78)
Equipe multidisciplinar
―Ao final dos anos 1990, a Daimler Chrysler criou um
departamento inteiramente novo [para] trabalhar
exclusivamente no som das portas dos carros. […]
Foi montada uma equipe de dez engenheiros
para analisar e depois implementar o som perfeito
da porta de um carro, para abrir ou para fechar.[…]

Os fabricantes de carros dão especial atenção ao


som e não é surpresa que, antes de um produto
ir para a linha de produção, seu som é criado
por uma equipe multidisciplinar constituída por
engenheiros de som, designers de produto
e psicólogos, assegurando que o som do produto
realce os valores e transmita os parâmetros de
confiança, segurança e luxo que beneficiam a marca.‖
(LINDSTROM, 2012, p.24 e 78)
Padrão de qualidade em som
“A atenção à qualidade do som está agora se espalhando
por toda uma ampla linha de indústrias.

Empresas de brinquedos, hardware de computadores,


bens domésticos e bens eletrônicos – todos esses
LINDSTROM, Martin
Brand sense: fabricantes estão adotando monitoramento padrão de
segredos sensoriais por trás
das coisas que compramos qualidade de som e estão conscientes de características
Trad. Renan Santos.
Porto Alegre: Bookman,
2012. 176 pág. como nitidez, intensidade, tonalidade, aspereza e flutuação.”
(LINDSTROM, 2012, p.78)
O som da crocância
―A Kellogg‘s passou anos estudando a ligação entre a
crocância e o sabor.

A empresa contratou um laboratório dinamarquês


especializado em criar o preciso som de crocância
LINDSTROM, Martin
Brand sense: de um cereal matinal.
segredos sensoriais por trás
das coisas que compramos
Trad. Renan Santos.
Porto Alegre: Bookman,
2012. 176 pág.
Como esperado, a Kellogg‘s quis licenciar, patentear e se
‗apropriar‘ do som da crocância, assim como a receita e o
logo do cereal. O laboratório criou uma crocância bastante
característica especialmente projetada para a Kellogg‘s, com
uma diferença essencial: o som e a sensação particulares da
crocância eram identificáveis e associados sem margem de
erro à Kellogg‘s.‖ (LINDSTROM, 2012, p.16 e 17)
Ela
Dirigido por Spike Jonze (2014)
―Nós ouvimos aquilo que nos interessa.

O cérebro consumista ignorará facilmente


ruídos que distraiam e incomodem (junto com
qualquer mensagem que os acompanhem).‖
(PRADEEP, 2012, p.72)

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