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Conceitos chave
Semiótica, Faneroscopia, Pragmática
Signo, Semiose
1, Perfil biográfico
2, Pensamento
3, Textos
4, Recursos na rede
João de Sousa
UAL, 15.11.2004
Perfil biográfico
Depois de sair de Harvard trabalhou na United States Coast and Geodisic Survey até 1891,
ano em que rescindiu contrato para se dedicar integralmente à elaboração do seu projecto
de lógica. Vai viver para Milford, numa vivenda que construiria com o dinheiro de uma
herança, mas que rapidamente se esgotou. Aí viveu os últimos anos, na companhia da sua
segunda mulher (Juliette Annette), num isolamento e penúria extremas. Peirce morreria em
1814, vítima de um cancro. Nos últimos anos sobreviveu à penúria graças ao auxílio dos
amigos, entre os quais Wiliam James, e à encomenda de artigos que redigia para revistas e
enciclopédias.
Quando Peirce morreu, a viuva teve que vender os seus manuscritos à universidade de
Harvard para custear o funeral. Foi a partir deste espólio que foram publicadas as edições
póstumas:
- Chance, Love and Logic (apresentação de Morris Cohen), 1923;
- Collected Papers, vols. I a VI (org. Charles Hartshone e Paul Weiss), 1931-1935;
- Collected Papers, vols. VII e VIII (org. Arthur Burks), 1958.
Merece ainda uma referência a correspondência trocada entre Peirce e Lady Welby, entre
1903 e 1911, onde são esclarecidos alguns aspectos mais complexos ou menos explicados
da sua teoria semiótica. As cartas viriam a ser publicas em 1977 no livro Semiotic and
Significs, de Charles Hardwick.
Peirce é considerado, pela maior parte dos historiadores da filosofia, como o mais original
pensador da América do Norte, influenciando alguns pensadores de sua época, como John
Dawey, Josiah Royce e William James. Peirce trouxe importantes contribuições para o
pensamento referente à lógica simbólica, metodologia científica e semiótica. Foi o autor que
mais rigorosamente fundamentou o pragmatismo norte-americano tendo sido o seu principal
teorizador. Foi o fundador da área do saber designada por semiótica, influenciando autores
como Charles Morris. Talvez pela publicação sistematizada tardia, a teorização semiótica de
Peirce ganha um novo fôlego no final do século XX, não só em autores americanos como
também europeus (Umberto Eco, por exemplo). É ainda nítida a influência nas escolas
semióticas mais recentes, como a da semiótica morfodinâmica (por exemplo Peer Aage
Brandt).
:: Bibliografia em Português
PIERCE, Charles Sanders. Semiótica (selecção de textos dos collected papers), São Paulo,
Perspectiva, 1995.
Pensamento
:: o pragmatismo
:: a faneroscopia
Os fanerons aparecem-nos segundo “três modos de ser: são o ser da possibilidade quali-
tativa positiva, o ser do facto actual e o ser da lei que governará os factos no futuro”
(Collected Papers - 1.23). A estes três modos de ser dá Peirce o nome respectivamente de
firstness, secondness e thirdness, o que é hábito traduzir por primeiridade, segundidade e
terceiridade. “A Primeiridade é o modo de ser do que é tal como é, positivamente e sem
referência ao que quer que seja de diferente. A Segundidade é o modo de ser do que é tal
como é em relação a um segundo, mas sem consideração de um terceiro qualquer que ele
seja. A Terceiridade é o modo de ser do que é tal como é, pondo em relação reciproca um
segundo e um terceiro” (Collected Papers - 8.32S).
Estas três categorias são os quadros puros, meramente formais, lógicos, do pensamento,
dotados de uma existência prévia, independentes de qualquer vivência do sujeito, imunes a
qualquer interferência psicológica.
:: a semiótica
Esta tríplice relação acaba por criar três dimensões e sub-disciplinas da semiótica a que
Charles Morris viria a chamar Sintáctica (dos representamen), Semântica (dos objectos) e
Pragmática (dos interpretantes).
Temos então uma filosofia continuista, realista e pragmatista. Continuista por considerar a
realidade como um processo criativo e contextualista. Realista pois considera reais as
coisas presentes no espírito (independentemente de serem fantasiosas ou palpáveis),
opondo-se ao nominalismo: Pragmatista, uma vez que procedemos à identificação das
coisas devido aos efeitos que elas produzem.
Textos
The Redbook - The Beginning of Postmodern Times, or Charles Sanders Peirce and the
Recovery of the Signum – John Deely (em inglês)
http://www.helsinki.fi/science/commens/papers/redbook.pdf
:: biografias e resumos