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Diplomacia 360- Módulo Hera- AULA 12- A FORMAÇÃO TERRITORIAL DO

BRASIL E A INTEGRAÇÃO DO TERRITÓRIO.


PROFESSOR JOÃO FELIPE

“o Brasil não será concebido como um povo e sim como uma porção do espaço terrestre,
não uma comunidade de indivíduos mas como um âmbito espacial” (MORAES, Antonio
Carlos Robert. Território e História no Brasil. 2. ed. São Paulo: Annablume, 2005)

DE TORDESILHAS AOS 8.515.692 KM2 ATUAIS

 A importância da rede hidrográfica


 A “ilha-Brasil”
“ a Ilha-Brasil teria operado na construção de uma ‘razão geográfica de Estado’ e na
definição de um ‘imperativo geopolítico para os três primeiros séculos de formação
territorial do Brasil. (...) A unicidade do território colonial lusitano, fruto de segregação
insular, emanava da própria natureza. (....) O Brasil erguia-se como realidade geográfica
anterior à colonização, como herança recebida pelos portugueses. Ao invés de conquista e
exploração colonial, dádiva e destino. (MAGNOLI, Demétrio. O corpo da pátria. São
Paulo: Moderna/EDUNESP, 1997).
 A pecuária
 Entradas e bandeiras
 Mineração
 Drogas do Sertão
 A cafeicultura
 A borracha

LIMITES E FRONTEIRAS

As diferenças são essenciais. A fronteira está orientada “para fora” (forças


centrífugas), enquanto os limites estão orientados “para dentro” (forças centrípetas).
Enquanto a fronteira é considerada uma fonte de perigo ou ameaça porque pode
desenvolver interesses distintos aos do governo central, o limite jurídico do estado é
criado e mantido pelo governo central, não tendo vida própria e nem mesmo existência
material, é um polígono. O chamado “marco de fronteira” é na verdade um símbolo
visível do limite.
Visto desta forma, o limite não está ligado a presença de gente, sendo uma
abstração, generalizada na lei nacional, sujeita às leis internacionais, mas distante,
freqüentemente, dos desejos e aspirações dos habitantes da fronteira. Por isso mesmo, a
fronteira é objeto permanente da preocupação dos estados no sentido de controle e
vinculação. Por outro lado, enquanto a fronteira pode ser um fator de integração, na
medida que for uma zona de interpenetração mútua e de constante manipulação de
estruturas sociais, políticas e culturais distintas, o limite é um fator de separação, pois
separa unidades políticas soberanas e permanece como um obstáculo fixo, não
importando a presença de certos fatores comuns, físico-geográficos ou culturais. (Lia
Osório Machado)

Definição das fronteiras (limites)


Faixa de fronteira, Limite Internacional e Cidades Gêmeas
EXERCÍCIOS

1- (3ª fase-2011)O conceito de frente pioneira foi utilizado por vários geógrafos na
descrição do processo de formação do território brasileiro. Discuta o significado desse
conceito, exemplifique o seu uso em alguma obra clássica sobre o tema e avalie a
possibilidade de ele ser empregado, na atualidade, em análises geográficas do Brasil.
Extensão máxima: 90 linhas (valor: 30 pontos)

2- (3ª fase- 1998) A existência de frentes pioneiras tem sido uma constante no decorrer da
história brasileira. Os fundos territoriais sob soberania do país são, porém, finitos.
Comente essa relação, tentando fornecer prognósticos e delinear cenários sobre a matéria
nas próximas décadas.

3-(3a fase de 2015) De acordo com o estudo Brasil em Desenvolvimento, Estado,


Planejamento e Políticas Públicas, de 2011, do IPEA, a fronteira internacional do Brasil
percorre onze unidades da Federação, delimitando o território nacional com o de dez
países da América do Sul. Na faixa de 150 km de largura ao longo de 15.719 km (27% do
território nacional), existem 588 municípios, com aproximadamente 10 milhões de
habitantes. Esses municípios têm atraído significativos contingentes de migrantes a partir
de dinâmicas econômicas nacionais e internacionais.
As aglomerações transfronteiriças incluem duas ou mais cidades que apresentam relações
expressivas entre si, podendo se localizar na fronteira de dois ou mais países, incluindo o
Brasil. Essas aglomerações materializam um conjunto de novas possibilidades de
inserção na divisão do trabalho, não se restringindo apenas à população local, mas
expandindo sua influência para cidades e regiões além da fronteira, reforçando, assim,
sua condição de centralidade na rede urbana da América do Sul.
Considerando que o texto acima tem caráter unicamente motivador, discorra sobre o
papel das aglomerações transfronteiriças nas dinâmicas de desenvolvimento regional,
com foco nos seguintes tópicos:
• cidades de fronteira e seu papel estratégico nas políticas de integração sul-
americana;
• funções, oportunidades e possibilidades no desenvolvimento das
cidades/aglomerações transfronteiriças;
• papel das infraestruturas de transporte na condição de centralidade das cidades de
fronteira.

A questão envolve um volume grande de informações, os pontos fundamentais a serem


abordados eram:
• A mudança de percepção da idéia histórica da fronteira brasileira como peça
fundamental da defesa nacional e da imposição de barreiras às ameaças externas
para uma visão integracionista. Pode ser uma boa introdução usando as
múltiplas definições de fronteira, como limite internacional, ‘front’ ou faixa de
fronteira
• A evolução histórica da nossa Faixa de Fronteira, desde a Lei de Terras que
definiu essa faixa em 10 léguas a partir do limite internacional e as sucessivas
modificações nas Constituições Federais de 1934, 1937 e 1946 até o
estabelecimento em 150 km de largura na Lei 6.634, de 2/5/1979.
• A caracterização dessa faixa de fronteira em termos demográficos e econômicos.
Seria interessante apontar as grandes distâncias da Faixa de Fronteira e do
Limite Internacional para os centros decisórios, assim como a diferenciação da
própria Faixa. O ideal era citar a divisão proposta por Lia Osório machado e
usado nos planos governamentais: Arco Norte- indígena, Central e Arco Sul.
• Analisar as interações transfronteiriças e destacar os fatores que as
determinam:Trabalho, Fluxo de Capital, Terra e outros recursos naturais,
consumo de bens e serviços.
• A caracterização dessa faixa de fronteira em termos demográficos e econômicos.
Seria interessante apontar as grandes distâncias da Faixa de Fronteira e do
Limite Internacional para os centros decisórios, assim como a diferenciação da
própria Faixa. O ideal era citar a divisão proposta por Lia Osório machado e
usado nos planos governamentais: Arco Norte- indígena, Central e Arco Sul.
• Analisar as interações transfronteiriças e destacar os fatores que as
determinam:Trabalho, Fluxo de Capital, Terra e outros recursos naturais,
consumo de bens e serviços.
• Conceituar as cidades gêmeas e apontar alguns exemplos. Imagino que a maioria
dos candidatos vai usar uma de nossas triplíces fronteiras, no caso Foz do Iguaçu
(citação obrigatória porque é a nossa maior cidade na Faixa de Fronteira) –
Ciudad Del Este- Puerto Iguazu, mas seria interessante pelo menos um exemplo
e análise em cada umas das 3 partes de nossa Faixa de Fronteira. São muitos
exemplos e aqui faz diferença um conhecimento mais denso do território
brasileiro. Os conjuntos Tabatinga- Letícia, Corumbá- Puerto Suarez, Ponta
Porã- Pedro Juan Caballero,Uruguaiana- Paso de Los Libres e Santana do
Livramento- Rivera são de maior expressão.
• Aos citar os exemplos de cidades gêmeas seria ideal a classificação, adotada por
Lia Osório, do nível de interação na fronteira, desde os mais fracos (Margem e
Zona Tampão) até os de maior intensidade :Frente, Capilar e Sináptica.
• O conhecimento geral do candidato era fundamental para citar o papel da infra
estrutura no nível de centralidade das cidades de fronteira. Algum conhecimento
da hierarquia urbana e os exemplos de pontes, rodovias existentes ou em
construção seriam de grande valia. Imagino que obras transfronteiriças como as
diversas pontes no Arco Sul, a BR 156, BR 174 e a Carretera Interoceânica Sul
devem ter sido utilizadas pelos futuros diplomatas.
• Com 90 linhas para escrever, havia espaço suficiente para utilizar os conceitos
de Território, Territorialidade , Lugar e Rede conforme os exemplos de
interações eram apresentados.
• As diversas escalas geográficas envolvidas na análise também são importantes.
Os diversos projetos de APL- Arranjos Produtivos Locais poderiam ser utilizados
nessa abordagem. O fato de existir um Plano Nacional para o Desenvolvimento
da Faixa de Fronteira facilita a análise das múltiplas escalas: Local, Regional,
Nacional e Internacional.
• A questão valorizava uma lógica integracionista para a fronteira mas, aspectos
de segurança poderiam e deveriam der utilizados, destacado a necessidade de
articulação dos países para combate as atividades ilegais como o contrabando e
os diversos tráficos.
• Diversos conhecimentos, não necessariamente das aulas e leituras de geografia,
ilustrariam a resposta. Entre os muitos exemplos destaco o papel da UNILA-
Universidade de Integração latino Americana em Foz do Iguaçu e o Estatuto da
Fronteira Brasil- Uruguai.
• O estudo Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas, publicado em
março desse ano, identificou 294 Arranjos no território brasileiro e apontou 27
Arranjos Fronteiriços, com destaque para Foz do Iguaçu.

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