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DISCIPLINA:
HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO
APOSTILA PARTE I:
- CONCEITOS E FUNDAMENTOS
1. AMBIENTE DE TRABALHO............................................................... 3
2. EVOLUÇÃO LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE ACIDENTES
DO TRABALHO........................................................................................ 3
3. ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO..................................... 4
3.1 Conceito legal....................................................................................... 5
3.2 Benefícios da Previdência social.......................................................... 5
3.3 Tipos de acidente.................................................................................. 5
3.4 Comunicação de acidentes do trabalho................................................ 7
3.5 Causas de acidentes do trabalho........................................................... 8
3.6 Investigação e análise de acidentes...................................................... 9
4. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO.................................................... 10
4.1 Equipamentos de proteção individual................................................... 10
4.2 Equipamentos de proteção coletiva...................................................... 11
4.3 Vantagens e desvantagens.................................................................... 12
5. RISCOS AMBIENTAIS......................................................................... 12
5.1. Agentes físicos..................................................................................... 13
5.2. Agentes químicos................................................................................. 16
5.3. Agentes biológicos............................................................................... 17
5.4. Agentes mecânicos ou de acidentes..................................................... 17
5.5. Agentes ergonômicos........................................................................... 17
6. NORMAS REGULAMENTADORAS.................................................. 19
6.1 Comissão Interna de Acidentes do Trabalho - CIPA........................... 19
6.2 Serviço Especializado em Eng. Segurança e Medicina do Trabalho-
SESMT....................................................................................................... 21
6.3 Programa de Controle Medico e Saúde Ocupacional - PCMSO.......... 21
6.4 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA....................... 22
6.5 Programa de Condições e Meio Ambiente na Industria da
Construção - PCMAT................................................................................. 23
6.6. Mapa de Risco..................................................................................... 23
7. RELAÇÃO DE NORMAS REGULAMENTADORAS........................ 26
8. PROTEÇÃO E COMBATE INCÊNDIOS............................................. 27
1. AMBIENTE DE TRABALHO
Alguns fatores que demonstram a reduzida eficácia do SST existente (Fonte: Série
SESI, 2000):
a) trabalhadores informal, setor público, domésticos, entre outros, não tem proteção;
b) esforços preventivos e resultados reais na redução de acidentes das empresas não são
levados em consideração;
c) serviços médicos não são remunerados pelo seguro acidentário;
d) discriminação entre empresas com alto e baixo risco é diminuta;
e) a presença não coordenada entre organizações nas áreas federal, estadual e municipal é
favorecida pela ausência de comando consolidado.
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa
ou pelo exercício do trabalho dos segurados, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade
para o trabalho.
Para que uma lesão ou moléstia seja considerada acidente do trabalho é necessário que haja
entre o resultado e o trabalho uma ligação , ou seja, que o resultado danoso tenha origem no
trabalho desempenhado e em função do serviço.
Lesão corporal: deve ser entendido qualquer dano anatômico, por exemplo uma fratura, um
machucado, a perda de um membro.
Perturbação funcional: deve ser entendido o prejuízo ao funcionamento de qualquer órgão
ou sentido, como uma perturbação mental devida a uma pancada, o prejuízo ao
funcionamento do pulmão pela aspiração ou ingestão de elemento nocivo usado no trabalho.
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única haja contribuído
diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o
trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação.
IV - o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho:
Art. 20. Considera-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes
entidades mórbidas:
a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva,
salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela
natureza do trabalho.
§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos
incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e
com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.
Art. 22. A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o 1º
(primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à comunidade
competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário-
de-contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela
Previdência social.
§ 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o acidentado ou seus
dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria.
§ 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado,
seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer
autoridade pública, não prevalecendo neste casos o prazo previsto neste artigo.
§ 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime a empresa de responsabilidade pela falta
de cumprimento do disposto neste artigo.
§ 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobrança, pela
Previdência Social, das multas previstas neste artigo.
Art. 169 O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de 12
meses, a manutenção de seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-
doença acidentário. Independentemente da percepção de auxilio-acidente.
Art. 173 O pagamento pela Previdência Social das prestações por acidente do trabalho não
exclui a responsabilidade civil d empresa ou de outrem.
Segundo a NR-5 em seu item 5.16. a CIPA terá por atribuição participar, em conjunto
com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da análise das causas das doenças e
acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados
A ocorrência de acidente de trabalho é a comprovação direta de falhas no sistema de
prevenção de acidentes. Por isso, todo o programa destinado à prevenção de acidentes busca,
“a priori” a não ocorrência do fato, ou seja, preconiza a ausência de acontecimentos e
infortúnios indesejáveis no exercício das atividades laborais, através de métodos que
permitam prever o fato e corrigi-las antes que aconteçam. Porém, quando o acidente
acontece, é de vital importância recorrer ao estudo dos fatos que o geraram para se detectar
suas causas e conseqüências e corrigi-las, evitando assim, a recorrência do mesmo.
Todos os acidentes são de real importância, independentemente de vir acompanhado de lesão
física ou não.
4. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
Ergonômica é a solução que gera segurança sem que o peso desta recaia sobre o
trabalhador.
É o equipamento instalado na fonte de risco. Assim, mesmo que uma pessoa não
preste atenção ela não se machucará, porque o risco foi eliminado na fonte.
Como proteção coletiva entendemos as medidas de ordem geral executadas no ambiente de
trabalho, nas máquinas e nos equipamentos, assim como medidas orientativas quanto ao
comportamento dos trabalhadores para evitar atos inseguros e medidas preventivas de
Medicina do trabalho.
São exemplos os sistema de ventilação, as proteção de máquinas, os andaimes, os
abafadores, enclausuradores de ruídos, de vibrações, as proteções contra quedas e contra
incêndio, normas e regulamentos, colocar borracha entre peças de metal que se chocam,
sinalizações, substituição de produtos químicos por outras substâncias menos tóxicas, etc.
4.3. Vantagens e desvantagens
A grande vantagem da proteção coletiva é que de uma maneira geral, sua eficiência
independe do comportamento humano. O acidente só poderá ocorrer por falha eventual na
proteção.
Já a eficiência da proteção individual esta relacionada diretamente com o
comportamento humano. O trabalhador só usará o equipamento se tiver consciência da
importância do uso do mesmo para a preservação de sua saúde e integridade física. Para maior
eficiência, a proteção coletiva deve ser prevista nos projetos de instalação da empresa.
No projeto arquitetônico por exemplo, deve ser observado a localização adequada das
aberturas que permitirão a perfeita ventilação dos locais de trabalho, ou locais para a
colocação de exaustores ou sistemas de ventilação mecânica.
5. RISCOS AMBIENTAIS.
b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e medicina do trabalho, dando ciência aos
empregados, com os seguintes objetivos:
I - prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho;
II - divulgar as obrigações e proibições que os empregados devam conhecer e cumprir;
III - dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis de punição, pelo
descumprimento das ordens de serviço expedidas;
IV - determinar os procedimentos que deverão ser adotados em caso de acidente do trabalho e
doenças profissionais ou do trabalho;
V - adotar medidas determinadas pelo MTb;
VI - adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as condições inseguras de
trabalho.
5.1.1. Temperatura.
Estresse térmico.
O estresse térmico é uma expressão derivada da língua inglesa que tem por definição “ação
específica dos agentes e influências nocivas (frio ou calor excessivos, infecção, intoxicação,
emoções violentas tais como inveja, ódio, medo, etc.) que causam reações típicas do
organismo, tais como síndrome de alerta e síndrome de adaptação.” Dicionário Brasileiro da
língua Portuguesa, enciclopédia Britânica do Brasil, 1975.
O ser humano , no desempenho de suas atividades, quando submetido a condição de estresse
térmico, tem entre outros sintomas, a debilitação do estado geral de saúde, alterações das
reações psicosensoriais e a queda da capacidade de produção.
Apesar da capacidade de adaptação humana ao trabalho em temperaturas extremas, ele morre
com a variação de 33 a 42 ºC.
5.1.2. Ruído.
Os danos causados pelo ruído ao sistema auditivo humano estão ligados a dois fatores:
- freqüência (exposição prolongada ou constante);
- intensidade (ruídos muito fortes).
5.1.3. Vibração.
São aquelas a que estão expostos os indivíduos que operam fora do ambiente normal,
como por exemplo, em grandes altitudes ou em explorações submarinas. Elas podem ser:
- baixas, quando o trabalho é realizado a grandes altitudes, e
- altas, quando o trabalho é realizado em tubulações de ar comprimido, caixões pneumáticos e
campânulas, ou em grandes profundidades marítimas, principalmente. ( A NR 15 possui
anexo que trata especificamente do trabalho sob pressões hiperbáricas, ou seja, sob ar
comprimido e em mergulho.)
5.1.5. Radiações.
As radiações são uma forma de energia que se transmite como ondas eletromagnéticas pelo
espaço. Em alguns casos elas podem apresentar também comportamento corpuscular. Podem
ser:
Ionizantes – provocam câncer, anemias, cataratas. Provém de elementos naturais, como
urânio, potássio, rádio, ou de equipamentos como raio-X, gama e beta.
Não-ionizantes- podem ser naturais como o sol, provocando câncer de pele, ou artificiais,
produzidas por fornos, fornalhas, solda elétrica, solda de oxiacetileno, cujos efeitos são
vasodilatação, catarata, etc.
5.1.6. Umidade.
Poeiras: os que apresentam-se sob a forma de poeira nocivas que podem provocar uma
série de doenças nos pulmões. Sua origem pode ser mineral (poeira do jato de areia),
vegetal(poeira do processamento do jato de algodão) ou animal (dos pêlos e do couro de
animais).
Fumos: aerossóis formados por condensação ou reação química. Para os higienistas,
são os aerossóis metálicos;
Fumaça: combustão incompleta de materiais orgânicos;
Névoas: aerossóis resultante da condensação de vapores ou ocorrências como
nebulização, borbulhamento, respingo.
Neblinas: partículas líquidas produzidas pela condensação de vapores de substâncias
que são líquidas à temperaturas normais.
Gases: substâncias que em condições normais de temperatura e pressão estão no
estado gasoso.
Vapor: é a fase gasosa de uma substância, que em condições normais de temperatura e
pressão é liquida ou sólida.
b)Via cutânea
A pele é o maior órgão do corpo humano e representa 1/15 do seu peso, sendo constituída por
10% de água. A pele fornece uma cobertura impermeável à água, que é contínua em toda a
superfície corporal. Existem basicamente duas camadas: epiderme e derme, além de apêndices
cutâneos (unhas, pêlos, glândulas sudoríparas e sebáceas).
c)Via digestiva
A intoxicação ocupacional por esta via é menos comum, a freqüência e o grau de contato com
os agentes tóxicos depositados nas mãos, alimentos e cigarros é muito menor que na inalação.
6.1 NR 5 - CIPA
Item 5.1 “a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como objetivo a
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do
trabalhador.”
Item 5.2 “Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento
as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta
e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras
instituições que admitam trabalhadores como empregados.”
Item 5.7 “O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma
reeleição”.
Item 9.5 " O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir as seguintes etapas:
a) antecipação e reconhecimento dos riscos;
b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
d) implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;
e) monitoramento da exposição aos riscos;
registro e divulgação dos dados. "
O mapa de risco é uma representação gráfica ( esboço, layout), dos riscos de acidentes
nos diversos locais de trabalho, de fácil visualização e afixado em locais acessíveis no
ambiente de trabalho, para informação e orientação de todos os que ali atuam e de outros que
eventualmente transitem pelo local.
No mapa de risco, círculos de cores e tamanhos diferentes mostram os locais e os
fatores que podem gerar situações de perigo pela presença de agentes físicos, químicos,
biológicos, ergonômicos e de acidentes. É elaborado pela CIPA, ouvidos os trabalhadores e
com a orientação do SESMT.
O mapeamento ajuda a criar uma atitude mais cautelosa por parte dos trabalhadores
diante dos perigos identificados e graficamente sinalizados. Desse modo, contribui para a
eliminação ou controle dos riscos detectados. Ele está baseado no conceito filosófico de que
ninguém conhece melhor a máquina do que o seu operador.
Para o empresário, as informações mapeadas são de grande interesse com vista à
manutenção e ao aumento da competitividade, prejudicada pela descontinuidade da produção
interrompida por acidentes. Também permite a identificação de pontos vulneráveis na sua
planta.
6.6.3 Após discutido e aprovado pela CIPA, o Mapa de Riscos, completo ou setorial, deverá
ser afixado em cada local analisado, de forma claramente visível e de fácil acesso para os
trabalhadores.
Fogo é a conseqüência de uma reação química denominada combustão que libera luz e
calor. Para que haja combustão deverão estar presentes três elementos: combustível, calor e
oxigênio. O princípio do incêndio pode ser representado sob forma de um triângulo, no qual a
extinção se dá ao eliminar um dos lados.