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Consultoria Empresarial Unidade IV
Consultoria Empresarial Unidade IV
Introdução
Objetivos da unidade
Conteúdo programático
ROSA, J.A. Projetos de consultoria - 2 - Planejamento Estratégico. São Paulo: Jar edições, 2016.
SOUZA, O.G.S (org.). Consultoria Empresarial [Livro eletrônico]. São Paulo: Pearson Education,
2016. (Disponível na biblioteca digital).
Aula 1 – Documentos elaborados no serviço de consultoria
Cunha (2013) destaca que, para a construção do plano de ações ou para a estruturação do
projeto de melhorias, o consultor deve se reunir com os gestores ou tomadores de decisão da
empresa-cliente, apresentar suas observações e conclusões encontradas nas etapas de
levantamento de informações, de diagnóstico e de análise de dados.
Sendo aprovado pelo grupo de gestores / tomador de decisões, o consultor passa a elaborar o
plano de ação. Nessa etapa também são formulados relatórios gerenciais para apresentar o
trabalho desenvolvido aos gestores da empresa-cliente.
O Plano de ação.
Para compreendermos os aspectos desse documento, Chiavenato (2007, p. 168) nos esclarece,
primeiramente, o que é e qual o propósito de um plano nos estudos da administração:
todos os planos têm um propósito comum: a previsão, a programação e a coordenação
de uma sequência lógica de eventos, os quais deverão conduzir ao cumprimento de
objetivo que os comanda. Um plano é um curso predeterminado de ação sobre um
período específico de tempo e que representa uma resposta projetada a um ambiente
antecipado, no sentido de alcançar um conjunto específico de objetivos adaptativos.
Como um plano descreve um curso de ação, ele precisa proporcionar respostas às
questões: o que, quando, como, onde e por quem.
De acordo com o autor, um plano, em nosso caso um plano de ação, tem quatro aspectos
centrais:
a) Um curso predeterminado de ação: é um norteador planejado de ação, ou seja, é um
caminho para chegar até algo, um conjunto de etapas sistêmicas e racionais para a
realização de uma ação.
O que?
What
Por que? Onde?
Why Where
Quanto?
5W2H
Quando?
How
When
Much
Como? Quem?
How Who
Para elaborar o plano de ação, com base nas situações encontradas, nos problemas que
necessitam de soluções, das oportunidade visualizadas, o consultor tem na metodologia 5W2H
uma ferramenta simples e eficiente para propor encaminhamentos às situações encontradas.
Para tanto, o consultor deve contemplar em seu documento, o detalhamento de atividades
que respondam às seguintes questões:
Essa é a primeira questão que balizará essa etapa do plano de ação. É a etapa de descrever a
situação (problema, risco ou oportunidade) de forma adequada.
Nessa etapa é apresentada a justificativa dos motivos e objetivos daquilo que será executado
ou solucionado. Qualquer explicação conhecida que contribua para os encaminhamentos da
situação deve ser declarada. Essa justificativa deve ser delimitada, clara e sucinta.
As tarefas podem ocorrer em diversos locais, tanto dentro quanto fora da empresa. Essa
questão estabelece o local (departamento, setor, outra empresa, etc.) que ocorrerá a ação.
Auxilia a mapear, esclarecer e propor soluções para o foco original da situação e não somente
onde são sentidos os efeitos advindo dessa circunstância.
Se um defeito ocorre em uma das partes do processo, onde ele está localizado? A partir desse
diagnóstico, fica mais simples determinar em qual setor da empresa o problema em questão
será enfrentado.
Nessa etapa do plano de ação é detalhado o cronograma para execução da tarefa ou ação
prevista. Por meio dessa etapa, é possível determinar um período para finalização de todas as
ações, de modo a garantir que elas sejam executadas no prazo estipulado para atingir o
objetivo. Pode constar em períodos de tempo (dias/meses) ou com data de início e data final.
Para fins de controle, recomenda-se sempre descrever a data inicial e a data final de cada
tarefa no plano de ação.
Nessa etapa são definidos os métodos necessários à execução da tarefa. Também pode ser o
passo a passo explicando a forma de agir para alcançar os resultados.
Sequên Rápida
Local
cia descriçã Descrição Justificati Prazo Procedimento
va Respon onde s Valor
o da da Cronogram
sável ocorrerá previsto
situaçã situação Motivo a Etapas
a ação
o.
No exemplo anterior de plano de ação, foi descrita uma ação na área de controle de estoques,
mais detalhadamente a implantação de um sistema para controlar o estoque da empresa, com
objetivos de reduzir a falta de materiais no processo de fabricação e também controlar perdas
e desembolsos financeiros. Haverá um colaborador que será responsável por todas ações que
envolve a implantação do sistema, o inventário do material disponível no almoxarifado central,
a codificação desse material e a utilização de um sistema de gerenciamento de estoques. Essa
ação durará o primeiro bimestre do ano de 2018 e terá um custo global projetado de R$
40,000,00. Essa mesma ação de implantação de sistema de controle de estoque pode ser
subdividida em outras subtarefas, com outros responsáveis.
O monitoramento e avaliação do plano de ação
1-
Estabelecimento 2 - Observação
de padrões ou e desempenho
critérios
(indicadores)
3 - Comparação
4 - Ação do
corretiva desempenho
com o indicador
Relatórios gerenciais
Os relatórios gerenciais são uma das formas de entrega do trabalho de consultoria. Esses
documentos podem ser elaborados em qualquer momento da prestação de serviços e têm o
caráter informativo de comunicação, situando a empresa-cliente sobre algum ponto específico
do trabalho de consultoria, a respeito do contexto para tomada de alguma decisão ou sobre a
finalização das atividades de diagnóstico e recomendações.
Podemos classificar os relatórios em dois grupos: quanto ao tipo e quanto à função (SOUZA,
2016).
Entretanto, para preparar o relatório técnico, são considerados duas premissas iniciais:
Com base nesses dois preceitos, o instrumento recomenda que, para a elaboração de
relatórios técnico-gerenciais, deve haver cuidado e planejamento (SEBRAE, 2015), seguindo
algumas etapas básicas:
Contextualização do relatório
Inicie definindo, com clareza, os objetivos do relatório. Para tanto, é preciso identificar o
público a que se destina, preocupar-se com sua utilização e forma de apresentação.
Seleção do conteúdo do relatório
Escolha de indicadores
A próxima etapa está relacionada à escolha dos indicadores de desempenho da empresa. Para
definir esses indicadores recomenda-se utilizar alguns critérios básicos, tais como:
importância, simplicidade, abrangência, acessibilidade, comparabilidade, estabilidade e baixo
custo.
Avance na definição da forma em que o relatório será apresentado. Para tanto, deve-se levar
em consideração que os dados precisam ser objetivos (preferencialmente incluindo
demonstração em gráficos). Devido a isso, não é conveniente se ter um grosso volume,
somente com dados analíticos, o que não facilita a visão global do desempenho da empresa,
dificultando a clara percepção da situação da mesma e, por consequência, a tomada de
decisões.
Dê especial atenção à escolha da linguagem mais adequada, pois isso é também bastante
importante. Não é recomendável utilizar termos técnicos que só são entendidos pelos
profissionais da área. Utilize expressões de uso mais comum e redija em linguagem de fácil
entendimento. O conteúdo é importante, mas a forma também contribui para o melhor
entendimento do relatório. A visualização gráfica das informações facilita o entendimento, na
maior parte dos casos.
Por exemplo, um mapa pode ser utilizado para demonstrar a posição geográfica das ações da
empresa. Enquanto um gráfico, em forma de barra, pode mostrar a evolução da quantidade de
beneficiários atendidos ao longo de um período. Outro gráfico, em forma de pizza, é mais
adequado para demonstrar a participação de cada tipo de entrada de recursos financeiros na
composição do total das receitas.
Estruturação do relatório
Tendo em vista essas orientações técnicas, vamos nos ater à apresentação dos resultados e
recomendações do serviço de consultoria. Trata-se do exercício de comunicação, de forma
escrita, dos fatos observados, dos dados apurados, das análises realizadas, das recomendações
e das responsabilidades contidas no plano de ação. Para elaborar esse relatório, devemos nos
atentar a dois pontos:
6. Anexos: usados para a exposição das informações de forma mais detalhada pelo
uso de tabelas, projeções, gráficos, etc.
Apresentação do relatório de consultoria
Fechamento.
Indicação de Leitura
Indicação de Vídeo
ROSA, J.A. Projetos de consultoria - 2 - Planejamento Estratégico. São Paulo: Jar edições, 2016.
SOUZA, O.G.S (org.). Consultoria Empresarial [Livro eletrônico]. São Paulo: Pearson Education,
2016.
Modelos empresariais
Para nossa aula, vamos nos concentrar em dois fatores: formato e tipo de atuação da empresa.
Conforme o formato da empresa, a atuação do consultor exigirá conhecimentos mais amplos,
voltados para gestão geral, para resultados no curto prazo, elaboração de rotinas e
procedimentos, bem como foco na organização da empresa. Dependendo do tipo de empresa,
o consultor deverá ter conhecimentos mais específicos para lidar com as peculiaridades de
cada tipo de modelo empresarial.
Sobre formato, a Fenacon - Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das
Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas – apresenta as seguintes
definições:
Quanto aos tipos de atuação empresarial, Souza (2016) apresenta os modelos empresariais
tradicional, familiar, de franquias, de escritório doméstico e de cooperativas. Temos um último
modelo promissor que são as startups, que tem crescido nos últimos anos.
Acompanhamento de • 5W2H
ações • Gráfico de Gantt
• Brainstorm
Resolução de • Diagrama de Pareto
Problemas • Árvore de decisões
• Diagrama de Ishikawa
• Six Sigma
Produção e logística • Lean / Just in time
São ferramentas que auxiliam o consultor nos processos estratégicos das empresas, para
definições de metas, traçar rotas, propor mudanças e estabelecimento de objetivos que
envolvam tanto o cenário interno quanto o externo da empresa. Outra situação impactada
pelas ferramentas de estratégia é a mudança de cultura organizacional.
Essa metodologia foi detalhada na aula de diagnóstico empresarial. A análise SWOT é uma
abreviação das palavras em inglês strengths, weaknesses, opportunities e threats, que em
português significam forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, respectivamente. Também é
conhecida em português pelo nome de “análise FOFA”. A função dessa ferramenta é avaliar os
ambientes interno (Forças e Fraquezas) e externo (Ameaças e Oportunidades) da empresa. Por
meio dessa análise, é possível a formulação de estratégias para otimizar o desempenho no
mercado. Assim, são analisadas também as oportunidades e as ameaças. A representação
gráfica dela é:
Potencializar Mitigar
S - Strengths W –Weaknesses
Internos
Fatores
F - Forças F - Fraquezas
O – Oportunities T – Threats
Externos
Fatores
O - Oportunidades A - Ameaças
MATRIZ BCG
A matriz BCG pode ser bastante útil para empresas, que comercializam diferentes tipos de
produtos e precisam decidir quais deles devem receber mais investimentos e quais talvez já
não valham mais a pena receber recursos e despender esforços.
A metodologia é exposta na figura 2 e é estruturada em quatro grupos, conforme expõe Kotler
(2000):
A matriz das cinco forças de Poter é parte do modelo de análise competitiva criado por
Michael Porter, professor de estratégia e competitividade da Harvard Business School.
Consiste em analisar o contexto de cinco elementos existentes no ambiente empresarial, que
influenciam os comportamentos das empresas e a tomada de decisões. A partir da
compreensão e das relações dessas forças com a situação da empresa, é possível, por meio do
planejamento, elaborar cenários e estratégias para mitigar as barreiras e impactos. São as
forças:
Balanced Scorecard
Trata-se de uma forma em que as metas formuladas no nível estratégico sejam executadas nos
níveis operacionais, ou seja, auxilia a traduzir as estratégias em ações operacionais, em todos
níveis da empresa.
A metodologia PMBOK.
a. Áreas de Conhecimento;
Curiosidade:
A Universidade de São Paulo (USP), por meio da plataforma VEDUCA, disponibiliza o curso de
Gestão de Projetos, tendo por base o PMBok. As aulas são gratuitas. Disponível em:
<http://bit.ly/2v0B8NZ>.
Metodologia 5W2H.
Essa ferramenta foi explicada na aula de plano de ação. É utilizada para construir um plano de
ação, atribuir responsabilidades, detalhar etapas e realizar o acompanhamento das atividades.
A metodologia permite estruturar o plano de ação a partir de sete perguntas, motivo pelo qual
a metodologia tem essa nomenclatura. Os cinco “Ws” representam (em inglês): o que (what),
por que (why), onde (where), quando (when) e quem (who). Já os dois “Hs” indicam: como
(how) e quanto custa (how much).
Figura 6: Metodologia 5W2H
O que?
What
Por que? Onde?
Why Where
5W2H
Quanto?
Quando?
How
When
Much
Como? Quem?
How Who
Gráfico de Gantt
É uma ferramenta gráfica usada para ilustrar o avanço das diferentes etapas de uma tarefa ou
projeto. Permite acompanhar em que momento está a atividade, cronograma de início e fim
de atividades, responsáveis e recursos utilizado. Existem softwares pagos e gratuitos para a
geração de um gráfico de Gantt.
Brainstorm
É uma técnica com base em dinâmica de grupo. A tradução literal da técnica é “tempestade
cerebral” ou “tempestade de ideias”. Consiste em organizar grupos heterogêneos, com
colaboradores de setores e áreas diferentes para, dessa forma, utilizar a diversidade e
criatividade de pensamentos e experiências, com objetivo de gerar, propor soluções pontuais e
inovadoras para os problemas indicados.
Para operacionalizar, é disponibilizado papel, onde o grupo pode discutir e escrever as ideias
que surgirem, sendo que todas ideias e pensamentos são registrados, independentemente de
ser exequível ou parecer absurdo. Com isso, espera-se reunir o maior número possível de
ideias, visões, propostas e possibilidades que levem a um denominador comum e eficaz para
solucionar problemas e entraves que impedem um projeto de seguir adiante.
Diagrama de Pareto.
Para construir o diagrama, o profissional seleciona vários itens ou fatores, de acordo com a
ordem de importância (que podem surgir utilizando a técnica de brainstorm) e com a
frequência de ocorrência. Esses dados compõem uma planilha (quadro 1) em que é verificado
o percentual e percentual acumulado de cada fator (quadro 2), conforme exemplo a seguir:
Quadro 1 - Ocorrências
Motivos de Frequência
problemas de
ocorrência
Defeito no produto 75
Demora na montagem 49
Mau atendimento 30
Problema vendas site 20
Total 174
No exemplo, pode-se observar que dois fatores respondem por mais de 70% dos motivos de
reclamações. Assim, o trabalho de consultoria pode ser mais focado e direcionado, gerando
maior eficiência no desenvolvimento do serviço.
Árvore de decisões
Diagrama de Ishikawa
Matéria Prima: nesta categoria devem ser adicionadas causas que envolvam
o material utilizado no trabalho. Os problemas podem surgir devido à
inconformidade técnica ou pela qualidade exigida para realização do
trabalho.
A área de recursos humanos (RH) é uma das mais promissoras para o trabalho de consultoria,
tanto interna quanto externa. Para as empresas, o fator humano pode ser um diferencial
competitivo frente à concorrência. Isso demanda do consultor conhecimentos e experiências
para auxiliar as empresas nos processos de planejamento, definição e implementação de
ações, políticas e programas de RH. Nesta categoria, veremos algumas ferramentas que
podem auxiliar as empresas na busca pela excelência na gestão de RH.
Análise do clima organizacional
Relacionamento interpessoal;
Remuneração;
Treinamento e desenvolvimento.
Avaliação de desempenho
Essa atividade é importante nas empresas como forma de valorização dos colaboradores, um
diferencial em relação à outras empresas, uma ferramenta para atrair e reter talentos e
também um instrumento de feedback e desenvolvimento dos envolvidos. Entre as diversas
técnicas, duas são importantes para os serviços de consultoria: a avaliação de desempenho por
competências e a 360 graus.
Coaching
Os sistemas produtivos são responsáveis pela execução das atividades, entrega de produtos e
serviços das empresas. O trabalho do consultor nesse segmento deve ser bem especializado,
visto a variedade de processos, produtos e áreas de atuação econômicas das empresas. As
metodologias, que são apresentadas a seguir, auxiliam o consultor a visualizar com outros
olhares os processos produtivos e sugerir melhorias.
Six Sigma
A metodologia six sigma foi desenvolvida pela empresa Motorola para a redução do maior
número possível de defeitos nos processos produtivos. É uma prática que visa obter resultados
utilizando a estatística como apoio.
Situação 1: Chamado de DMAIC, voltado para projetos de melhorias nos processos existentes:
Figura 12: Processo de DMAIC no six sigma.
Measure:
Improve:
Mensurar e
Melhorar e
investigar a causa
otimizar o
e efeito dos
processo.
problemas.
Analyse: Analisar
os dados
encontrados.
Measure: Mensurar e
Verify the design: Verificar
identificar os pontos
o projeto e corrigir falhas.
críticos do projeto
Filosofia Lean
Na busca de melhorias, a filosofia prevê que devem ser evitados desperdícios e os gestores
devem estar atentos a sete fatores:
A filosofia Lean pode ser aplicada em todos os tipos de processos empresariais: nas operações
industrias, nas operações de serviços, nas atividades de rotinas, etc.
Considerações Finais
Aprendemos ainda sobre os modelos empresarias, quais são seus tipos e espécies. A
compreensão desses modelos impacta na forma e no foco de atuação do consultor. Também
vimos algumas metodologias e ferramentas, que podem auxiliar o consultor a realizar seu
trabalho com profissionalismo e eficiência.
Indicação de Leitura
Quer conhecer mais sobre a filosofia Lean? Acesse o Lean Institute Brasil. Disponível em
<https://www.lean.org.br/default.aspx>. Acesso em jul/18.
O Instituto Brasileiro de Coaching disponibiliza diversos materiais sobre essa área. Acesso
<https://www.ibccoaching.com.br/> para saber mais. Acesso em jul/18.
Indicação de Vídeo
Referências Bibliográficas
SOUZA, O.G.S (org.). Consultoria Empresarial [Livro eletrônico]. São Paulo: Pearson Education,
2016.
Esperamos que este guia o tenha ajudado compreender a organização e o
funcionamento de seu curso. Outras questões importantes relacionadas ao curso
serão disponibilizadas pela coordenação.