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CAPACITAÇÃO
Por onde você começa a resolver um problema complexo? Descubra como funciona o
treinamento de resolução de problemas e como ele aumenta a autonomia de equipes
Trabalho conjunto
Enxergando a necessidade de uma reciclagem do time mais jovem, Paula Crespi propôs
aos analistas de Atendimento, Marketing e Produto uma série de treinamentos que
poderiam ser aplicados pelas lideranças. Ela levou algumas sugestões de temas para os
funcionários e fez uma votação. Os próprios analistas decidiram quais eram os
treinamentos mais necessários para desempenharem bem o seu papel: o de feedback para
a evolução individual e o de problem solving — resolução de problemas.
Mas se você imagina que os treinamentos da sua empresa precisam de uma apresentação
estruturada, com Power Point e storytelling definidos, o exemplo do GuiaBolso está aí para
provar que eles podem ser simples, eficientes e baratos. Com uma lousa e todo
conhecimento de Alice Iglesias — head de engajamento na época — os analistas
passaram quatro dias trabalhando em conjunto para solucionar desafios reais das áreas, a
partir da metodologia ensinada. Eles mesmos levavam os problemas e saiam de lá com o
dever de casa para desenvolver até o próximo dia.
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O que começou em apenas três áreas cresceu e chegou na empresa toda. Hoje, o
treinamento é aberto para todo mundo e foi desenvolvido com a ajuda da Ventus Learning,
especializada em programas de capacitação para times de alta performance. Apesar de
ser opcional para o time de desenvolvedores, e já existem planos de inclui-lo como etapa
fundamental do processo de onboarding dos novos funcionários — assim com o
treinamento de feedback.
Por ser um treinamento bem mão na massa, os resultados apareceram logo. Um dos
melhores exemplos é da analista de engajamento Victoria Giroto, que participou da
primeira turma em 2016. Ela tinha o desafio de aumentar o engajamento do novo usuário,
aquele que tinha acabado de entrar, para que continuasse acessando o aplicativo depois.
Usando as técnicas de problem solving, Victoria analisou todos os serviços oferecidos pelo
app e percebeu que quem usava mais um desses serviços — o de categorizar uma
transação financeira para saber com o que você tem gastado seu dinheiro — era muito
mais engajado do que quem usava os outros. Com essa informação descoberta, ela foi
conversar com o time de Produto.
Quando alguém entrava pela primeira vez no GuiaBolso, recebia a seguinte mensagem:
“Hey, sabia que você pode categorizar uma transação?” E assim o usuário era guiado até
esse serviço. O experimento no aplicativo IOS chegou a aumentar em 30% o número de
usuários retornantes (uma métrica de mercado conhecida como D+1). Hipótese validada e
um exemplo prático de como a metodologia pode ajudar a solucionar problemas reais.
Como funciona
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No final desse exercício, você precisa ser capaz de responder três perguntas:
Qual é o problema
Qual é a solução
1) Definindo o problema
Apesar de prático, o problema deve inspirar as pessoas que vão gastar tempo e energia
em busca da solução. Às vezes, uma escolha de palavras pode definir o entusiasmo com
que seu time abraça um novo desafio:
Além disso, se ele for muito genérico, sem determinar métricas e tempo de execução,
ninguém saberá, ao final, se o objetivo foi atingido e o problema resolvido. Para isso, a
abordagem SMART funciona para validar se o problema está bem definido.
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Se você já tem um problema em mente que gostaria de trabalhar, passe pelo teste do
SMART. Se ele responder às cinco letras, está pronto para seguir para a próxima fase.
Além disso, o GuiaBolso utiliza uma ferramenta com uma série de perguntas que formatam
o problema, antes de partir para a análise.
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Como podemos adquirir 200 mil novos clientes até dezembro de 2017, otimizando o
funil de vendas, sem aumento significativo de investimento pago em mídia e
publicidade?
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2) Estruturando o problema
Aqui vai uma pergunta: Como você faria para comer um elefante?
Mas, a resposta é simples. uma mordida de cada vez. Ninguém ousaria comer um elefante
em uma mordida só.
Para os problemas complexos também funciona assim: em vez de lidar com a questão
inteira, o ideal é dividi-la no máximo de pedaços que você puder e, assim, analisar cada
um separadamente. Você parte do problema inicial e segue com sub-perguntas,
adicionando novas camadas no formato de uma árvore de problemas
Para funcionar, vale seguir algumas dicas de quem já vem montando árvores lógicas há
bastante tempo:
1. Faça logo uma primeira versão. Pode haver uma tendência a gastar muito tempo
tentando montar a árvore perfeita. Há mais de uma boa solução de árvore lógica para cada
problema. Assim, você chega a uma resposta melhor mais rápido. Avance rapidamente e
experimente diferentes maneiras de montar a árvore para entender melhor o problema;
2. Mantenha simples e ajuste depois: árvores mudam a medida que mais fatos são
revelados ;
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Se você realizar esse exercício, vai se deparar com pelo menos 20 perguntas diferentes
que, se respondidas, podem impactar na solução do problema que você está investigando.
Mas, em meio a tantos caminhos, como priorizar aquele que vai te trazer o maior retorno?
Comece eliminando as questões que não são tão essenciais para a resolução do
problema.
Lembra da história do elefante? Então, chegou a hora de escolher por qual pedaço da
árvore você vai começar a digerir o problema. Escolha uma das sub-perguntas e trabalhe
as hipóteses relacionadas para chegar mais perto das soluções possíveis. Pode ser que
você tenha tempo de fazer um exercício para cada sub-pergunta, mas na prática a própria
visão da árvore vai te indicar qual pedaço vale mais a pena investigar a fundo porque tem
potencial de grande impacto.
A ideia é que você encontre o maior número de hipóteses para trabalhar em cima dessa
pergunta que você escolheu. Quanto mais exaustivo for o exercício, maior é a possibilidade
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de você ter encontrado no meio de tantas ideias, uma que vai ter maior impacto na solução
do seu problema.
Mas, como saber qual dessas hipóteses merece uma aposta? Use a Matriz de Priorização.
Para a árvore de hipóteses ser útil, é preciso desenvolver nos funcionários o pensamento
top-down. Isso significa que a solução do problema começa no topo, no que é mais
estratégico e não tático. A principal diferença é que assim o direcionamento será dado a
partir da definição das questões mais importantes e não dos detalhes de um fato isolado.
3) Desenvolvendo as análises
Definida a pergunta com a qual você vai trabalhar, chegou a hora de coletar os fatos e
dados que vão te ajudar a chegar nas hipóteses. Nessa hora, a imparcialidade é
fundamental para que os dados sejam a bússola e não digam apenas aquilo que você quer
ouvir. Para isso, é importante manter a visão maior da pergunta que o guia, ao mesmo
tempo em que você mergulha no que é mais específico para entender a relação entre os
dados que você analisa e a hipótese principal.
A síntese faz mais do que condensar a informação analisada. Ela ressalta os elementos
em comum entre os fatos, mas trazendo implicações dos fatos e aprendizados – um
insight, que vai levar à descoberta de uma solução.
A mudança de mentalidade aqui está no hábito das pessoas de começarem relatando uma
situação, com sua opinião vinculada, para depois chegar ao problema e, por fim, à solução.
Agora, é comum ouvir por entre os corredores do GuiaBolso alguém dizer: Para resolver
esse problema, vamos fazer uma árvore? Mesmo que algumas pessoas mais analíticas
tenham mais facilidade do que outras, é uma ferramenta transversal que pode ser aplicada
para qualquer problema complexo que algum deles venha a enfrentar um dia.
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