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Chapecó
Junho 2019
Chapecó
Junho 2019
3
Na obra as armaduras eram depositadas sobre o piso, na área das vagas de garagens do
pavimento térreo. O local era próximo das bancadas de corte e dobra do aço. Os espaçadores
do cabo de proteção eram depositados em baias numeradas de acordo com cada tamanho, os
arames eram depositados no piso em rolos e os espaçadores armazenados em sacos plásticos.
A tabela 01 define a forma de estocagem dos materiais utilizados nas confecções das
armaduras.
Tabela 01 – Estocagem dos materiais de armaduras
Avaliação do
Acondicio- acondicionamento e da
Material Estocagem estocagem Detalhes
namento
Parcialmente
Correto Incorreto
correto
1.1.1. Erros
a) NA REFERÊNCIA: NR18 (2011, p. 36) “Tubos, vergalhões, perfis, barras, pranchas e
outros materiais de grande comprimento ou dimensão devem ser arrumados em camadas, com
espaçadores e peças de retenção, separados de acordo com o tipo de material e a bitola das
peças”.
NA OBRA: As barras de aço eram armazenadas uma ao lado da outra sobre o piso, sem
espaçadores e peças de retenção, nem identificação ou separação por bitola.
b) NA REFERÊNCIA: Segundo Souza (2002, p. ?): “o estoque deve ser feito em lugar
fechado, coberto e apropriado para evitar a ação da água”.
NA OBRA: As barras eram estocadas sobre o piso cimentício, porém os caibros utilizados
para a elevação das barras estavam muito espaçados, fazendo com que a barra curvasse e
entrasse em contato com o solo e água quando chovia demasiadamente.
1.1.2. Acertos
a) NA REFERÊNCIA: Segundo Yazigi (1996, p. ?): “Os materiais serão armazenados e
estocados de modo a não prejudicar o trânsito de pessoas e trabalhadores e fluxo de
materiais”.
NA OBRA: Os materiais não interferiam no trânsito de pessoas nem de veículos.
b) NA REFERÊNCIA: NBR 14931 (2004, p. 09): “Cada produto deve ser claramente
identificável na obra, de maneira a evitar trocas involuntárias, e os produtos não podem ser
estocados em contato direto com o solo”.
NA OBRA: As vigas prontas possuíam etiquetas de madeira e eram estocadas sobre
cavaletes ou sobre estrados de madeira.
Figura 01 – Armazenamento das barras de aço (a); Armazenamento dos espaçadores (b);
Armazenamento dos rolos de arames (c); Baias de armazenamento de espaçadores (d);
Armazenamento de barras cortadas (e); Armazenamento de armaduras montadas (f);
(continuação)
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
Todo o processo de corte, de dobra e montagem era realizado por 1 encarregado e as vezes 1
ou 2 auxiliares, portanto ele montava peça por peça, só cortava e dobrava o que iria utilizar
para confeccionar aquela armadura, por isso não identificava cada barra individualmente.
Com a marcação feita eram posicionados todos os estribos nas barras, e com o auxilio de uma
chave turquesa e arame recozido “bwg 16” ele amarrava o estribo, passando e envolvendo o
estribo em todas as direções, fazendo um ponto onde havia marcado com o giz (figura 03b).
(continuação)
As duas primeiras barras eram amarradas nas arrestas superiores dos estribos, feito isso com
auxilio de 1 ou 2 pessoas a peça era suspensa e girada de modo a deixar as barras ainda não
amarradas sobre os cavaletes e as amarradas na parte inferior, para facilitar a continuação da
amarração. Novamente erram amarradas as outras duas barras nas outras duas arrestas do
estribo (figura 04). Com as quatro barras presas nos quatro cantos do estribo eram colocadas
as demais barras nas faces da armadura, quando especificado no projeto .
(continuação)
Já para os pilares as emendas dos estribos intercalavam tanto de lado quanto de face da
armadura, formando uma espiral ao redor da armadura, para evitar a flambagem na
concretagem.
Nos pilares era deixado um trecho sem estribos (figura 06), esse trecho era as esperas dos
pilares seguintes. Os ganchos dos pilares também eram dobrados na bancada de estribos
seguindo mesmo procedimento.
1.2.1.2.1. Acertos
a) NA REFERÊNCIA: Segundo a NBR 14931 (1983, p.13), “A montagem pode ser feita
sobre cavaletes de madeira ou cavaletes com barras de aço e a montagem da armadura deve
ser feita por amarração, utilizando arames”.
NA OBRA: Eram utilizados arames para as amarrações e os cavaletes especiais
facilitavam a montagem das peças.
1.2.1.2.2. Erros
a) NA REFERÊNCIA: Não encontrado nenhuma referência sobre o assunto.
NA OBRA: Quando errava a marcação a mesma não era apagada com água ou qualquer
outro produto, apenas refeita, podendo gerar confusão e montagem incorreta.
Depois de finalizado a montagem de uma ou duas peças era colocado um pedaço de madeira
com a identificação da peça (figura 07). O pedaço de madeira continha a numeração apenas
do pilar ou viga, mas não tinha nenhuma letra ou símbolo qualquer para identificar se aquela
peça se tratava de uma viga ou pilar.
1.2.2.1. Erros
a) NA REFERÊNCIA: De acordo com a NBR 14862 (ABNT 2002, p. 05), “Cada etiqueta
deve conter no mínimo as seguintes indicações:
Designação da armadura;
Comprimento das peças, em metros;
Quantidade de peças por amarrado;
Massa em kg;
Ordem de produção”.
NA OBRA: Não era identificado o código completo da peça, exemplo: P17 ou V11
apenas o número 17 ou 11.
b) NA REFERÊNCIA: De acordo com a NBR 14931 (ABNT 2004, p. 09), “Cada produto
deve ser claramente identificável na obra, de maneira a evitar trocas involuntárias, e os
produtos não podem ser estocados em contato direto com o solo”.
NA OBRA: A tinta de caneta pode sair facilmente, na obra não acontecia, pois as peças
eram instaladas logo após a montagem, mas poderia ser um risco.
1.2.2.2. Acertos
a) NA REFERÊNCIA: De acordo com a NBR 14931 (ABNT 2004, p. 09), “Cada produto
deve ser claramente identificável na obra, de maneira a evitar trocas involuntárias, e os
produtos não podem ser estocados em contato direto com o solo”.
NA OBRA: A placa de madeira era amarrada com arame, de forma que sua retirada só
seria possível com chave turquesa evitando perda da identificação.
1.2.3. Espaçadores
Na obra eram utilizados espaçadores de plástico circulares para os pilares, os mesmos eram
clicados nos estribos após a instalação da armadura. Todas as faces do pilar recebiam
espaçadores, mas não havia uma regra e a distribuição era aleatória (figura 08).
Nas vigas o espaçador também era de plástico do tipo cadeirinha (figura 09), eram utilizados
apenas nos fundos das vigas e a disposição era aleatória.
Na obra a laje era protendida, portanto havia espaçadores em “U” de ferro, com diversos
tamanhos, de forma a garantir a geometria do cabo.
1.2.3.1. Erros
a) NA REFERÊNCIA: Segundo a NBR 14931 (2004, p.13): “O cobrimento especificado para
a armadura no projeto deve ser mantido por dispositivos adequados ou espaçadores e sempre
se refere à armadura mais exposta”.
NA OBRA: Não eram utilizados espaçadores nas laterais das vigas e nas cabeças de vigas,
apenas na parte inferior.
b) NA REFERÊNCIA: De acordo com a NBR 14931 (2004, p.14), “Para tanto, devem ser
utilizados suportes rígidos e suficientemente espaçados para garantir o seu posicionamento”.
NA OBRA: Não havia uma padronização ou preocupação com a distância entre espaçadores.
1.2.3.2. Acertos
a) NA REFERÊNCIA: Segundo a NBR 14931 (2004, p.13): “O cobrimento especificado para
a armadura no projeto deve ser mantido por dispositivos adequados ou espaçadores e sempre
se refere à armadura mais exposta”.
NA OBRA: O pilar possui espaçador em todas as faces.
Após a montagem a armadura era transportada por grua até o local da instalação.
Primeiramente o ferreiro instala um gabarito ao redor das esperas do pilar inferior (figura 10),
o gabarito para o colarinho respeita a seção do pilar, espessura dos painéis de fechamento e o
cobrimento da armadura, mas ele não fixa na laje, pois a fixação e o prumo ficam por conta
dos carpinteiros que fizerem as formas.
Como as esperas não possuem estribos (figura 11), nenhum estribo precisa ser retirado, em
alguns casos apenas o ferreiro utilizando uma alavanca precisa entortar as esperas para que se
aproximem das barras da armadura para possibilitar a amarração.
1.2.4.1. Erros
a) NA REFERÊNCIA: Segundo a NR 18 (2018, p. ?): “18.8.5. É proibida a existência de
pontas verticais de vergalhões de aço desprotegidas. (118.176-9 / I4)”.
NA OBRA: As esperas não possuíam protetores de ponta.
b) NA REFERÊNCIA: Segundo a NBR 14931 (2004, p.15): “A superfície interna das fôrmas
deve ser limpa e deve-se verificar a condição de estanqueidade das juntas, de maneira a evitar
a perda de pasta ou argamassa”.
NA OBRA: Resto de arrames não eram removidos
1.2.4.2. Acertos
a) NA REFERÊNCIA: NBR 14931 (2004, p.16), “Os estribos de pilares no trecho da
intersecção com a viga devem ser projetados de modo a possibilitar sua montagem”.
NA OBRA: A quantidade de estribos continua a mesma especificada.
Como na obra a laje era protendida, havia apenas quatro vigas na obra, não sendo possível o
acompanhamento de todos os processos solicitados e somado ao fato da laje ter uma execução
bem mais complexa, acompanhei a execução da fixação das armaduras de vigas e lajes em
outra obra.Após a montagem todas as armaduras eram transportadas até o local por munk,
então os funcionários recebiam, identificavam e estocavam próximo do local de utilização.
Com todas as formas prontas, eram colocados pedaços de madeira sobre a parte superior das
formas (figura 13), para impedir a armadura de entrar na forma e facilitar os encaixes.
(continuação)
Nas vigas que terminam em pilares, quando o pilar possuía a mesma seção ou menor que a
viga, a armadura entrava até o outro lado do pilar, nesse processo as armaduras precisavam
ser forçadas. Quando o pilar possuía seção maior as vigas entravam o máximo possível, sendo
limitadas pela forma do outro lado.
Após todos os encaixes feitos os espaçadores são colocados dentro das formas e então as
madeiras sobre as formas são retiradas e as armaduras abaixadas (figura 15).
1.2.5.1. Erros
a) NA REFERÊNCIA: Segundo a NBR 14931 (2004, p.16): “Nas regiões de grande
densidade de armadura, como por exemplo na região de traspasse de armadura de pilar, o
projeto deve prever detalhamento que garanta o espaçamento necessário entre barras para a
execução da concretagem”.
NA OBRA: Não eram previstos em projeto espaçamento de estribos diferentes para
encaixe das vigas T.
1.2.5.2. Acertos
a) NA REFERÊNCIA: De acordo com a NBR 14931 (2004, pg. 09): "O processo de
ancoragem dos componentes de armaduras por aderência ou por meio de dispositivos
mecânicos deve seguir o que estabelece o projeto da estrutura".
NA OBRA: Todas as vigas possuíam gancho no encontro com pilares.
Nessa obra a laje era nervurada, usando vigotes treliçados, EPS e tela/malha POP com panos
de 2,0x3,0m e malha de 20x20cm com ferros Ø5mm.
Com as armaduras posicionadas os vigotes eram posicionados entrando 7,5cm dentro das
ferragens das vigas (figura 16a). Com os vigotes posicionados eram preenchidos os vazios
com o EPS (figura 16b), depois era colocado a armadura negativa na parte externa das lajes,
utilizando os ferros de Ø8mm (figura 16c), amarrando nas vigas e passando dentro dos
vigotes. Em panos maiores que 3m eram usados duas barras de Ø8mm. Em lajes que
descarregavam sobre as vigas, as barras possuíam ganchos para prender nas vigas.
(continuação)
Após isso eram colocadas as malhas, transpassando 20cm de cada lado e amarrando em cada
ponto com os vigotes e amarrando nas vigas.
1.2.6.1. Erros
a) NA REFERÊNCIA: Segundo a NBR 14931 (2004, p.14), “O posicionamento das
armaduras negativas deve ser objeto de cuidados especiais em relação à posição vertical. Para
tanto, devem ser utilizados suportes rígidos e suficientemente espaçados para garantir o seu
posicionamento”.
NA OBRA: Não utilizado espaçadores inferiores.
1.2.6.2. Acertos
a) NA REFERÊNCIA: Segundo Souza (2002), deve se posicionar as barras da ferragem
negativa, amarrando-as á armadura das vigas.
NA OBRA: Eram amarradas nas vigas.
b) NA REFERÊNCIA: De acordo com a NBR 14931 (2004, pg. 09): "O processo de
ancoragem dos componentes de armaduras por aderência ou por meio de dispositivos
mecânicos deve seguir o que estabelece o projeto da estrutura".
NA OBRA: Possuíam ganchos para prender nas vigas.
O trabalho construtivo era sob a luz solar, e muitos não possuíam óculos de proteção com
lente escura e não faziam o uso de protetor solar.
A tabela 02 a seguir apresenta a utilização dos principais EPI’S para a etapa de armaduras
para as atividades descritas.
Tabela 02 – Utilização de EPI’s
Equipamentos de Porcentagem de funcionários
proteção individual adequados a norma
Capacete 100%
Luvas 100%
Botas 100%
Óculos 10,5%
Cinto de segurança 21,05%
Protetor solar 0%
Protetor auditivo 0%
Os resíduos gerados na obra são compostos por pequenos pedaços de vergalhões, resultados
do aproveitamento das barras, como na obra havia a necessidade de espaçadores de aço para o
cabo de protensão, todo pedaço maior de vergalhão era cortado e dobrado para se transformar
em espaçador. Na figura 19 podemos ver a caixa com o resíduo para descarte dos vergalhões.
A tabela 03 analisa os resíduos sólidos das ferragens, quanto ao local do descarte e o destino
final.
1.5. CONCLUSÕES
Na obra o índice de reaproveitamento das formas na obra é alto, portanto não eram estocadas
grandes quantidades de chapas de compensado na obra, apenas solicitavam pequenas
quantidades de chapas para reposição.
As chapas de compensado eram estocadas uma ao lado da outra de pé, diretamente no chão e
em contato com a água (figura 20a), os arames eram armazenados nas mesmas condições,
porém em rolos.
A tabela 04 define a forma de estocagem dos materiais utilizados nas confecções das
armaduras.
Tabela 04 – Estocagem dos materiais de formas
Avaliação do
Acondicio- acondicionamento e da
Material Estocagem estocagem Detalhes
namento
Parcialmente
Correto Incorreto
correto
2.1.1. Erros
a) NA REFERÊNCIA: Segundo Yazigi (1997): ”As chapas necessitam ser empilhadas na
posição horizontal sobre três pontaletes posicionados no centro da chapa e a 10 cm de cada
uma das bordas menores, evitando o contato com o piso”.
NA OBRA: As chapas de compensado eram armazenadas na vertical e em contato direto
com o piso.
2.1.2. Acertos
a) NA REFERÊNCIA: Segundo Ripper (1996): “A madeira bruta deve ser estocada perto do
galpão da preparação das fôrmas, separadas por tipo (taboas, pontaletes)”.
NA OBRA: Os caibros e tábuas eram armazenados dessa maneira.
Dificilmente é utilizada, pois como o prédio possui muitos pavimentos tipos e o índice de
reaproveitamento das peças é muito alto, o carpinteiro possui outra mesa de montagem com
3m de comprimento e uma bancada de corte, alguns pavimentos abaixo do pavimento em
construção, geralmente dois pavimentos abaixo. Como são poucas a serem refeitas optaram
por equipamentos menores para facilitar o transporte (figura 22).
(continuação)
Na obra as fôrmas são fixadas por encaixe, ou seja, as laterais não são pregadas ao fundo,
apenas encaixadas, por isso a mesa possui um gabarito para dar a distância correta da lateral
até o fundo da fôrma (figura 23).
Após o madeirite colocado, um funcionário ponteia os pregos de 3,9x39 a cada 15cm (figura
24), após isso enquanto um funcionário termina de pregar o outro pressiona e martela o
madeirite contra o gabarito da mesa, de forma a garantir o perfeito encaixe das peças.
Após o madeirite fixado nos caibros longitudinais é realizado a medida e o corte da peça no
tamanho final, utilizando a maquita. Quando é necessária a emenda de caibros é pregado um
reforço de madeira, para garantir que eles trabalhem unidos e rígidos (figura 25).
Então a peça é virada e são fixados os reforços a cada 40cm (figura 26), pregando em um dos
caibros longitudinais primeiro, depois com a ajuda de um esquadro e um lápis é transferido
para o outro caibro a posição que o reforço deve ser pregado, então a peça é virada e colocada
no chão para terminar de pregar. Os madeirites ainda são fixados com arame nos reforços.
A execução da lateral dos pilares é bem parecida com as vigas, única diferença é a quantidade
de caibros longitudinais que variam de acordo com a largura do pilar.
2.2.1.2.1. Acertos
a) NA REFERÊNCIA: Segundo Yazigi: (1997) : “As dimensões corretas das chapas são de
1,10 m, 2,20 m para chapas resinadas e 1,22 m ; 1.44 m ou 1,10 m ; 2,20 m para as chapas
plastificadas”
NA OBRA: A chapa de madeirite possui dimensões corretas.
2.2.1.2.2. Erros
a) NA REFERÊNCIA: Segundo a NR 18 (2018, p. ?): “18.7.3. Nas operações de corte de
madeira, devem ser utilizados dispositivo empurrador e guia de alinhamento. (118.168-8 /
I4)”.
NA OBRA: A bancada de corte não está dentro da NR18.
2.2.2.1. Acertos
a) NA REFERÊNCIA: Segundo Yazigi (2006): ”Os painéis sempre deverão ser empilhados
face a face, em posição horizontal. ou também se disporão verticalmente, desde que possam
suas unidades ser identificadas (sendo necessário para esse fim ser pintados números que as
identifiquem facilmente).”
NA OBRA: A marcação era realizada com tinta.
2.2.2.2. Erros
a) NA REFERÊNCIA: Segundo Yazigi (2006): ”Os painéis sempre deverão ser empilhados
face a face, em posição horizontal. ou também se disporão verticalmente, desde que possam
suas unidades ser identificadas (sendo necessário para esse fim ser pintados números que as
identifiquem facilmente).”
NA OBRA: Com o passar do tempo as peças perdiam a marcação e a mesma não era
refeita, pois o carpinteiro disse que todos já sabiam onde era o local dela.
2.2.3. Desmoldante
O desmoldante era aplicado nas peças um dia antes da montagem. Era aplicado utilizando um
pulverizador manual de 12 litros (figura 28).
2.2.3.1. Erros
a) NA REFERÊNCIA: Segundo Abbate (2013): ”Deve-se evitar, porém, que as fôrmas sejam
untadas com muita antecedência à concretagem para que não haja aderência de poeira, o que
pode provocar falhas na superfície da peça concretada”.
NA OBRA: Devido a equipe reduzida o desmoldante era aplicado e ficava vários dias
exposto ao tempo, enquanto a equipe finalizava o restante das formas. Com isso pode ter
acumulo de poeira e essa camada de poeira pode gerar fissuras na superfície acabada.
2.2.3.2. Acertos
a) NA REFERÊNCIA: Segundo Abbate (2013): ”Quando borrifado, o desmoldante tende a
formar uma película muito mais uniforme, o que permite melhor controle do consumo e da
espessura”.
NA OBRA: A aplicação com o pulverizador garante uma aplicação mais uniforme que o
pincel ou rolo.
2.2.4.1. Gabarito
Primeiramente o carpinteiro com auxilio de um prumo de corda (uma corda grossa e comprida
com um corpo de prova amarrado em uma ponta e um gabarito de madeira na outra) trazia o
prumo do pilar seis pavimentos abaixo. Fazia isso para todos os pilares das extremidades.
Com essa informação ele conseguia posicionar o gastalho. O gastalho é composto por duas
madeiras com comprimento maior que a face mais larga do pilar, fixadas paralelas e rente ao
chão, uma de cada lado, e sobre elas são pregados mais duas madeiras no outro sentido do
pilar, uma de cada lado também, entre as madeiras é deixado o tamanho exato do pilar mais
uma folga para as fôrmas.
O gastalho (figura 29) é usado para travar a base do pilar e é reaproveitado para outros
pavimentos. O carpinteiro após definir a sua posição fixa o mesmo na laje utilizando um finca
pino automático. Feito a fixação e marcação correta de onde o pilar vai ser executado, são
colocados os espaçadores e dado inicio a colocação das fôrmas.
(continuação)
Figura 29 – Gastalho
Com a fôrma fechada é realizado o travamento da mesma, usando tensores metálicos que
pressionam um lado da forma contra o outro (figura 31).
O esquadro do pilar é feito apenas no gastalho junto à laje, ocasionando da parte superior do
pilar ficar um pouco fora do esquadro. Após o travamento da fôrma é realizado o prumo do
pilar e travamento do pilar na posição final.
2.2.4.3. Erros
a) NA REFERÊNCIA: Segundo Bocchile (2003): ”Porém, ainda hoje é possível observar nas
obras práticas arcaicas de medição que levam à ocorrência de erros de prumo e de locação e,
em consequência, a gastos desnecessários e retrabalho”.
NA OBRA: O prumo de corda era improvisado e não possuía aferição.
2.2.4.4. Acertos
a) NA REFERÊNCIA: Segundo NR 18 (2013): ”As armações de pilares devem ser estaiadas
ou escoradas antes do cimbramento”.
NA OBRA: A fôrma do pilar era travada com escoras de forma que garantia que o pilar
não mudaria de posição durante a concretagem.
Com esse colarinho de referencia usando uma mangueira com água ele transferia o nível para
os demais pilares.
Antes um funcionário verificava novamente o prumo do pilar e a distância entre eles, então
dois funcionários posicionavam o fundo e outros dois posicionavam as escoras metálicas que
possuíam um caibro na ponta, para evitar do fundo flambar ou cair, as escoras dão dispostas
de 60 a 80cm entre elas.
Com uma linha de nylon é regulado as escoras para garantir o nível do fundo da viga. Com o
fundo nivelado são colocadas as laterais e encaixadas no fundo, então para garantir o
travamento são usados sargentos metálicos a cada 30cm.
Em alguns pontos ainda são fixados mais um travamento externo. Na parte superior são
colocadas cantoneiras metálicas para manter o esquadro da fôrma.
Nas vigas faixa são usadas duas escoras por caibro, devido a largura da viga, também
espaçadas 60cm entre elas.
2.2.5.3. Acertos
a) NA REFERÊNCIA: Segundo NBR 14931 (2004, p. 15):
Antes do lançamento do concreto devem ser devidamente conferidas as posições e
condições estruturais do escoramento, a fim de assegurar que as dimensões e
posições das fôrmas sejam mantidas de acordo com o projeto e permitir o tráfego de
pessoal e equipamento necessários à operação de concretagem com segurança.
b) NA REFERÊNCIA: Segundo a NBR 14931 (2003): “A fôrma deve ser estanque, de modo
a impedir a perda de pasta de cimento”.
NA OBRA: O sistema de encaixe garante estanqueidade da forma, e a mesma não
apresenta vazamentos.
2.2.5.4. Erros
a) NA REFERÊNCIA: Segundo (EXECUÇÃO..., 200?): ”Os eixos principais são transferidos
do pavimento inferior para o superior.”.
NA OBRA: O nível dos colarinhos e por consequência das vigas, não é verificado em
relação aos pavimentos inferiores.
(continuação)
Todo o nível da laje era regulado pelas escoras metálicas rosqueáveis e verificado por laser.
Onde existiam maciços na laje não era colocado cubetas, apenas pedaços de madeira com uma
polegada de espessura apoiadas nas transversinas metálicas (figura 37). Para a colocação das
cubetas era esticado linhas de nylon nas extremidades para conseguir fazer o esquadro e então
as cubetas eram dispostas do centro para as laterais.
(continuação)
2.2.6.1. Acertos
a) NA REFERÊNCIA: Segundo NBR 14931 (2004), “Os elementos estruturantes das fôrmas
devem ser dispostos de modo a manter o formato e a posição da fôrma durante toda sua
utilização”.
NA OBRA: O escoramento era suficiente e garantia o nível da laje.
b) NA REFERÊNCIA: Segundo Yazigi (2009), “As longarinas precisam ser suportadas por
escoras metálicas”.
NA OBRA: Existia guias/gabaritos para travar as longarinas.
2.2.6.2. Erros
Não foram encontrados erros na bibliografia pesquisada.
2.2.7. Desforma
Depois eram soltos os fundos das vigas, onde o escoramento era removido do centro para os
cantos, controlando assim a descida do fundo e o lado que ele iria virar. Para soltar a parte
Fulano de Tal. Chapecó: ACEA/UNOCHAPECÓ, 2016.
39
externa era utilizada uma corda presa nos arames que foram passados para prender a lateral
nos reforços, assim quando a lateral soltava dois funcionários no andar de cima suspendiam a
peça e baixavam com cuidado para que os funcionários do andar inferior recolhessem a peça,
peças pequenas e leves eram içadas pela corda para o andar de cima.
O desforme da laje também acontecia com a remoção das escoras do centro para as laterais,
cuidando para os caibros não caírem na cabeça, então algumas escoras eram colocadas nas
transversinas metálicas para apoia-las provisoriamente até remover os caibros, então as
transversinas eram soltas e removidas com as cubetas.
2.2.7.2. Pilares
Primeiramente eram removidas as escoras de travamento dos pilares e posterior as aranhas das
guias. Então eram removidos os tensores que travavam as formas e o gastalho inferior.Então
removiam os parafusos metálicos do meio das formas quando havia, e com a ajuda do pé-de-
cabra era forçada o desencaixe das laterais.
2.2.7.3. Erros
a) NA REFERÊNCIA: Segundo Yazigi (1996): ”Deve-se retirar os painéis, desprendendo-os,
nunca usando alavancas (pés-de-cabra) entre o concreto endurecido e as fôrmas”.
NA OBRA: Utilizado alavanca/pé-de-cabra o que pode danificar a forma e o concreto.
b) NA REFERÊNCIA: Segundo Yazigi (1996): ”As formas de madeira precisam ser limpas
imediatamente após o seu uso e não deixadas para que isso seja feito por ocasião da utilização
seguinte”.
NA OBRA: A limpeza não era feita nem na viga para retirar restos de desmoldante que
podem prejudicar a cura do concreto nem limpeza das fôrmas e cubetas no momento da
remoção.
2.2.7.4. Acertos
a) NA REFERÊNCIA: Segundo Yazigi (2000 p.221), “A desforma precisa ser procedida
cuidadosamente, de modo a não causar danos ao concreto”.
NA OBRA: Era tomado o cuidado para não danificar as peças e reaproveitar.
No processo de confecção dos painéis das fôrmas, nem todos os operários utilizavam as luvas,
não utilizavam óculos na hora de efetuar os cortes, apenas utilizavam botas. As maquinas de
corte e bancada de corte, não possuíam equipamentos de proteção, e estavam em desacordo
parcial com a NR18.
Alguns colaboradores utilizavam cintos de segurança de altura mas nem sempre clipavam o
mesmo nas linhas de viga. Todos usavam botas e capacetes, porém nem todos utilizavam
luvas. O uso de protetor solar também era feito por um parcial da equipe, mas a reaplicação
do protetor após algumas horas não era feito por ninguém.
(continuação)
A tabela 05 analisa a gestão dos resíduos sólidos gerados no processo de execução de formas.
2.5. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABBATE, Vinicius. Desmoldante: um para cada tipo de fôrma. 70. ed: Téchne 2003.
Disponível em: <http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/70/artigo286230-1.aspx>.
Acesso em 27 de junho de 2019.
BOCCHILE, Cláudia. Aferição de prumo e medidas. 77. ed: Téchne 2003. Disponível em:
<http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/77/artigo287269-1.aspx>. Acesso em 27 de
junho de 2019.
YAZIGI, Walid. A técnica de edificar. 3 ed. Ver. e atual, São Paulo: PINI, 1997.