Você está na página 1de 15

Aula 1 - Caixas de Inspeção e Caixas de Gordura

Caixa de inspeção: Caixa destinada a permitir a inspeção, limpeza, desobstrução, junção,


mudanças de declividade e/ou direção das tubulações.

Função: Reduz a probabilidade de entupimento das tubulações. Facilita o escoamento com


a mudança de declividade e união de várias tubulações. Permite a manutenção. Aplicada na
junção do ramal principal.

Disposição geral das caixas de inspeção:


Acesso às tubulações para manutenção. Distância máxima entre caixas: 25 metros. Ligação
entre a última caixa de inspeção (coletor predial) e o coletor da rua (coletor público) deve
ser de no máximo 15 metros.

Tipos de caixa de inspeção:

● PVC - Possui 3 entradas e 1 saída DN 100.

● ALVENARIA - Possui mais de opções de entrada, mais comum em obra.

A caixa de passagem é destinada a permitir a junção de tubulações do subsistema de


esgoto sanitário. Diferente da caixa de inspeção, pois não permite a inspeção dos tubos
conectados.
Caixa de gordura: Caixa destinada a reter, na sua parte superior, as gorduras, graxas e
óleos contidos no esgoto.

Função: A gordura quando quente é líquida e quando esfria fica sólida, causando
entupimento de das tubulações tanto residenciais, quanto da rede pública. A caixa de
gordura é utilizada para evitar o acúmulo de gordura nas tubulações.

Disposição geral das caixas de gordura:


O comprimento da tubulação entre o ponto de utilização (pias e máquinas de lavar louça) e
a caixa de gordura deve ser o menor possível, para não ocorrer o acúmulo de gordura na
tubulação. O uso da caixa de gordura é apenas recomendado pela norma, porém o
projetista deve seguir a recomendação da autoridade pública competente, empresa
responsável pelo esgoto. É extremamente recomendado o uso da caixa de gordura para
reduzir o risco de entupimentos futuros. Após a caixa de gordura, é comum o uso de uma
caixa de inspeção, para garantir a manutenção.

Tipos de caixa de inspeção:


● PVC - com 2 entradas de 75 mm, 1 entrada de 50 mm e 1 saída de 100 mm.

● Alvenaria ou concreto - Comum em obra.


Aula 2 - Fecho Hídrico e Ventilação do Esgoto

Um bom projetos de esgoto deve possuir disponibilidade para a manutenção de tubulações,


uma boa disposição das tubulações de esgoto para reduzir o risco de possíveis problemas,
além de um bom sistema de ventilação, para evitar que o mau cheiro proveniente do esgoto
retorne.

Fecho hídrico ​- é destinado a vedar a passagem de gases no sentido oposto ao


escoamento do esgoto, ou seja, impedindo que os gases retornem às entradas de esgoto,
como os ralos, lavatórios, pias de cozinha, etc. Assim, o ​fecho hídrico​ é a​ camada de água
acumulada que bloqueia os gases vindos do esgoto.

Desconectores ​- são ​dispositivos​ que apresentam fecho hídrico. Temos exemplos de


dispositivos​ com fecho hídrico: sifão em U, sifão em S, sifão em copo, bacia sanitária, caixa
sifonada, etc.

A caixa sifonada serve como dispositivo de fecho hídrico para mais aparelhos, pois
apresenta várias entradas e serve como ralo.
Existe também a caixa sifonada cega, que recebe o escoamento do esgoto dos aparelhos,
mas não funciona como ralo.

O ralo seco não apresenta fecho hídrico, então é necessário que exista a ligação do ralo
seco com uma caixa sifonada.

Muitos pontos de utilização, mesmo com o uso de dispositivos com fecho hídrico, quando
ligados à tubulação de esgoto principal acabam recebendo a pressão de gases do próprio
esgoto. A pressão excessiva causada por acúmulo de gás pode romper o fecho hídrico.
Para aliviar a pressão excessiva e evitar que o fecho hídrico seja rompido, é necessário a
presença de um ​tubo de ventilação,​ também conhecido como ​“suspiro”​ ou ​“respiro”​. O tubo
de ventilação consiste em um caminho para os gases acumulados saírem, impedindo que o
mau cheiro retorne ao ambiente.

Ligação do ramal de ventilação fica entre a caixa sifonada e a tubulação principal de esgoto.
O terminal de ventilação deve conter proteção contra entrada de água da chuva. A
localização do terminal tubo de ventilação pode variar:
- Acima do telhado 30 ou laje centímetros.

- Para terraços com acesso ao público, a altura tem que ser superior a 2 metros.
- Na platibanda, a coluna pode ficar embutida
Aula 3 - Tubos De Queda e Shafts

Objetivo do projeto de esgoto é encaminhar todo o esgoto residencial de forma adequada


até a uma única saída de esgoto que se conecta à rede pública. Segue um exemplo de
esquema de ligação pública da COPASA.

O esgoto deve passar por caixas de inspeção, para garantir o acesso à manutenção das
tubulações. Em caso de sobrados ou edifícios com mais de um andar, a caixa de inspeção
não poderá ser aplicada nos pavimentos superiores, sendo apenas utilizada no térreo.
Assim, após a conversão de todo o esgoto dos aparelhos para o ramal principal, para
realizar a transição entre pavimentos, é necessário o tubo de queda.
O posicionamento dos tubos de queda normalmente é planejado em espaços reservados
dos cômodos. Os projetos de esgoto sempre devem fazer o menor caminho possível, para
melhor eficiência e menor risco de entupimentos. Além disso, deve-se considerar a
declividade que a tubulação do esgoto possui, pois além do seu deslocamento horizontal,
há o deslocamento vertical, que ocupa espaço entre o forro e a laje, sendo esse espaço
limitado.

A coluna de ventilação é utilizada para receber os ramais de ventilação de cada pavimento.


O posicionamento da coluna também deve ser planejado e normalmente está localizada
junto ao tubo de queda.

O shaft é o espaço destinado para o encaminhamento vertical, facilitando o acesso para a


manutenção. Existem shafts visitáveis, dando acesso às tubulações sem a necessidade de
quebrar a parede.
Quando não há a presença de shafts, as tubulações podem passar por “bonecas” ou
descem diretamente pelas paredes de vedação. As bonecas são menores que os shafts e
também permitem que a tubulação não passe diretamente pela parede.

Deve-se ter o cuidado ao passar as tubulações em elementos estruturais, como as vigas.


Para evitar furos na viga baldrame em casas de 2 andares, é necessário realizar a fundação
em um nível mais baixo que o nível da residência, completando duas a três fiadas de tijolos,
para que a tubulação passe pelos tijolos e não pela viga.
Caso as tubulações passe, por baixo da viga baldrame, deve-se ficar atento à profundidade
do esgoto até a rede pública.
Aula 4 - Encaminhamento Horizontal de Esgoto

Regras básicas de encaminhamento de esgoto:


● O traçado deve ser o mais suave possível, utilizando curvas quando necessário.
● Curvas 90 graus não são permitidas, pois a mudança de direção abrupta acaba
reduzindo a velocidade do esgoto, causando o acúmulo de resíduos sólidos nas
tubulações. Assim, as mudanças de direção são feitas com peças com angulação
menor ou igual a 45 graus. As peças comerciais para mudança de direção
normalmente são de 45 graus.
● Peças de 90 graus ou de menor ângulo são utilizadas nas descidas, na mudança de
plano vertical para o horizontal.
● O esgoto não passa pelo ramal de ventilação, apenas os gases, então para realizar
a conexão de entre o ramal de esgoto e o ramal de ventilação deve-se utilizar um
“Tê sanitário”, com a boca para cima, para evitar que o esgoto entre. A ventilação
deve ter o seu encaminhamento horizontal em um nível acima do esgoto.

● O escoamento do esgoto é feito por gravidade. Há exceções em que o


esgoto deve ser bombeado para vencer um desnível, mas apenas quando
não há a opção de ser por gravidade. Para o escoamento ser por gravidade,
a norma exige ​declividades mínimas.

Diâmetro Nominal Declividade


Mínima

diâmetro ≤ 75 2%

diâmetro ≥ 100 1%
● O diâmetro das tubulações do esgoto não pode ser reduzido ao longo do seu
escoamento, o diâmetro só pode aumentar.

Exemplos de peças:

Junção simples - possui ângulo 45 graus para mudança de direção.

“Tê” - possui ângulo 90 graus, usado para ventilação. Nível da ventilação é


superior ao nível do esgoto.
Aula 5 - Dimensionamento Horizontal Básico de Esgoto

O dimensionamento consiste em determinar o diâmetro mínimo dos ramais de descarga


(tubulações que saem do aparelhos) e a tubulação dos ramais de esgoto (junção dos
ramais de descarga). Pelo layout da arquitetura, é feito o traçado do esgoto, obtendo o
comprimento das tubulações.

Existem dois métodos para dimensionamento das tubulações:


● Método hidráulico - por meio de fórmulas (Anexo B da norma) não abordado na aula.
● Método das unidades de Hunter - tabelado, com base empírica, explicado em aula.

Pelo método das unidades de Hunter, o dimensionamento é feito utilizando as seguintes


tabelas da norma:

Dimensionamento​ ramal de esgoto​ da caixa sifonada: Soma-se a quantidade de


contribuição de cada aparelho que a caixa sifonada recebe (tabela 3) e pela tabela 4 da
norma, é obtido o diâmetro mínimo. Caso o número seja não esteja na tabela, por questões
estatísticas e comerciais, é escolhido o diâmetro mais próximo do usual em projetos. Em
alguns projetos, quando há a somatória de contribuição muito grande, há a possibilidade de
adicionar mais de uma caixa sifonada, separando os aparelhos sanitários.

Dimensionamento do ramal de esgoto: Soma-se a quantidade de contribuição que chega no


conduto e aplica-se a tabela 5. Deve-se atentar ao fato de que o diâmetro do ramal de
esgoto nunca pode reduzir, apenas permanecer o mesmo ou aumentar. No exemplo dado
em aula, a soma dos aparelhos permitia um diâmetro mínimo de 75, porém ao unir o ramal
de esgoto vindo da caixa sifonada com o ramal de descarga da bacia sanitária, o diâmetro
mínimo passa a ser 100.

Exemplo dado em aula:


Dimensionamento do ramal de ventilação: Soma-se o número de Hunter de todos os
aparelhos e pela tabela 8 obtém-se o diâmetro mínimo.

Você também pode gostar