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SUBESTAÇÕES DE POTÊNCIA

Todo sistema de potência é constituído de três diferentes segmentos: geração,


transmissão e distribuição.
A energia gerada alimenta inicialmente um transformador, que tem a função de
elevar a tensão de geração para níveis compatíveis com o valor do bloco de
energia gerada e com a distância a ser percorrida através de um sistema de
transmissão.
Como os equipamentos de consumo são fabricados, por motivos econômicos e
de segurança, com baixos níveis de tensão, agora é necessário que a tensão do
bloco de carga transportada seja reduzida a níveis compatíveis com os
equipamentos consumidores, normalmente variando entre 220 a 440 V, entre
fases.
De forma geral, os geradores eólicos e fotovoltaicos possuem uma tensão de
geração variando entre 1.000 V (pequenos geradores) a 12.000 V (grandes
geradores). Assim, é necessário que se eleve essa tensão para 13,80 kV
(pequenos geradores) e para 34,5 kV (médios e grandes geradores).
Para geradores com capacidade nominal superiores a 300 MW, a tensão de
transmissão deve ser de 500 kV.
Já próximo à carga consumidora, a tensão deve ser reduzida sucessivamente,
até alcançar níveis de 220 V ou 380 V, a depender da região do Brasil.
Sempre que necessitamos elevar ou reduzir a tensão de um sistema de
potência faz-se necessária a utilização de uma subestação
elevadora ou subestação abaixadora,
• Composição de um sistema elétrico de potência
Sistema de distribuição
Sistema secundário ou de baixa tensão
É aquele ao qual estão conectados os consumidores com cargas normalmente
iguais ou inferiores a 50 kW.
Sistema primário ou de média tensão
É aquele cuja tensão varia entre 6,6 kV a 34,5 kV. Esse sistema é interligado ao
sistema de baixa tensão por meio de transformadores, normalmente instalados
em postes (transformadores de distribuição), ou por meio de
pequenas subestações de distribuição, no caso de atendimento a cargas
superiores a 300 kW, cuja subestação é propriedade do consumidor.
Sistema de subtransmissão
É aquele cuja tensão varia entre 45 kV a 138 kV. Esse sistema é interligado ao
sistema de média tensão por meio de subestações de potência.
Sistema de transmissão
É aquele cuja tensão varia entre 230 kV a 500 kV e pertence à Rede Básica
do Sistema Interligado Nacional (SIN), que é constituído por quatro subsistemas:
Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e a maior parte da região Norte. Esse
sistema é interligado ao sistema de subtransmissão por meio de subestações de
potência.
Sistema de transmissão em corrente contínua
As linhas de transmissão em corrente contínua têm custos inferiores às linhas
de transmissão em corrente alternada. Porém, os custos elevados das estações
conversoras tornam a solução dos sistemas de corrente contínua desvantajosa,
e apenas utilizada em empreendimentos específicos, como nos casos
das usinas hidroelétrica de Itaipu e de Belo Monte.
Esses sistemas necessitam de uma estação conversora no ponto de conversão
de corrente alternada para contínua, localizada normalmente na geração, ou
muito próxima dela, e uma ou mais estações conversoras de corrente contínua
para corrente alternada nos pontos de conexão com os sistemas de transmissão
em corrente alternada.
Os sistemas de corrente contínua apresentam menores perdas elétricas, sendo
competitivos com os sistemas de corrente alternada para longas distâncias.
• Classificação (tipos) das subestações de potência
Subestação elevadora
É aquela que eleva o nível de tensão gerado por uma fonte de energia elétrica e
distribui a potência associada a uma ou mais linhas de transmissão com tensão
mais elevada do que a de origem.
Subestação abaixadora
É aquela que reduz o nível de tensão gerado por uma fonte de energia elétrica
e distribui a potência associada as redes de distribuição aéreas e subterrâneas,
alimentando subestações com menor nível de tensão.
Subestação de distribuição
É aquela destinada a reduzir o nível de tensão de forma a atender às
necessidades das áreas de concessão de uma determinada região ou estado da
federação.
Subestação de manobra
É aquela a que se destina ao chaveamento de linhas de transmissão de 230 a
750 kV. Normalmente, são subestações pertencentes à Rede Básica.
Subestação conversora
É uma subestação normalmente pertencente ao sistema de corrente contínua,
que faz a conversão de corrente contínua para alternada e vice-versa.
Subestação industrial
É aquela que é suprida por um ou mais alimentadores de uma rede de
distribuição pública ou por uma ou mais linhas de subtransmissão ou
transmissão, reduzindo a tensão de alimentação a valores compatíveis com as
tensões de utilização da indústria.
Subestação móvel
É aquela montada sobre um veículo motorizado ou não e tem por objetivo
atender a situações emergenciais.
• Formas de operação
Subestações com operação presencial
São aquelas que exigem a presença constante de um operador, em geral com
revezamento por turno.
Subestações supervisionadas
São aquelas dotadas de um sistema supervisório digital que permite que se
controle e supervisione a partir de locais remotos todos os pontos de importância
operacional da subestação. Para operar essas subestações não há necessidade
da presença de um operador.
• Tipos construtivos
Instalação abrigada
São aquelas cujos equipamentos são instalados no interior de
uma edificação normalmente feita em alvenaria com estrutura de concreto
armado.
Instalação ao tempo em barramentos não isolados e instalação convencional
São aquelas cujos equipamentos devem ser próprios para instalação ao tempo,
sujeitos à chuva e outras intempéries. É o tipo mais comum e o de menor custo.
Instalação ao tempo em barramentos isolados compactos
São aquelas construídas ao tempo utilizando equipamentos convencionais e
equipamentos compactos, porém com os barramentos cobertos com material
isolante sem blindagem eletrostática.
Instalação blindada
São as subestações cujos equipamentos de potência convencionais estão
instalados no interior de cubículos metálicos. Dependendo do grau de proteção
do cubículo metálico podem ser instaladas ao tempo ou somente em ambientes
abrigados.
• Material das estruturas-suporte
Estrutura de concreto armado
É utilizada normalmente nos projetos de subestações de construção ao tempo,
em tensão igual ou superior a 13,8 kV, onde são utilizados postes duplo T ou
postes de concreto armado de seção retangular, normalmente construídos para
aquela subestação em particular. É pouco o número de subestações construídas
na faixa de tensão entre 6,6 kV e 46 kV utilizando estruturas de concreto armado.
Estrutura metálica
É utilizada normalmente nos projetos de subestações de construção ao tempo,
em tensão igual ou superior a 69 kV, conforme a subestação de 230 kV mostrado
na Figura 3. Esse tipo de subestação normalmente tem seu custo superior ao
custo das subestações construídas com estruturas de concreto armado.
• Meios de isolação
Isolação a ar
São as subestações de maior uso devido ao seu baixo custo quando
comparadas com outros tipos de subestações isoladas por outros meios
isolantes.
Conjunto de componentes compactos a SF6
Também denominado de CAIS –Compact Air Isulated Switchgear, esse é o tipo
de subestação muito compacta. A tecnologia é de domínio de somente alguns
fabricantes.
São utilizadas somente em locais onde há alguma restrição de área, tal como
ocorre em centros comerciais urbanos densos, onde o preço do terreno é
elevado, ou a carga necessita de elevado grau de confiabilidade e continuidade
do serviço.
Isolação total a SF6
Também denominada de GIS – Gas Isulation Switchgear, esse é o tipo de
subestação mais compacta que atualmente é fabricada. A tecnologia é de
domínio de pouquíssimos fabricantes.
São utilizadas somente em locais onde o espaço para construção é muito
restrito, tal como ocorre em centros comerciais de alta concentração de carga,
onde o preço do terreno é extremamente elevado, ou a carga necessita de
elevadíssimo grau de confiabilidade e continuidade do serviço.
Isolação híbrida
É o tipo de subestação que agrega a tecnologia das subestações de isolação a
ar e a das subestações isoladas a SF6.
São utilizadas somente em locais onde há alguma restrição de espaço, ou a
carga necessita de um razoável grau de confiabilidade e continuidade do serviço.

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