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FACULDADE UNYLEYA

PSICOLOGIA FORENSE E JURÍDICA


HENRIQUE LOPES ESPINOLA

SINTOMAS E ASPECTOS QUE CARACTERIZAM NA CRIANÇA: A SÍNDROME


DA ALIENAÇÃO PARENTAL

BRASÍLIA - DF
2019
FACULDADE UNYLEYA
PSICOLOGIA FORENSE E JURÍDICA
HENRIQUE LOPES ESPINOLA

SINTOMAS E ASPECTOS QUE CARACTERIZAM NA CRIANÇA: A SÍNDROME


DA ALIENAÇÃO PARENTAL

Monografia apresentada à Faculdade


Unyleya como exigência parcial à obtenção
do título de Especialista em Psicologia
Forense e Jurídica.
Orientadora: Naira Milene Silva Vosmirko

BRASÍLIA - DF
2019
HENRIQUE LOPES ESPINOLA

SINTOMAS E ASPECTOS QUE CARACTERIZAM NA CRIANÇA: A


SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL

Monografia apresentada à Faculdade Unyleya como exigência parcial à obtenção


do título de Especialista em Psicologia Forense e Jurídica.

Nome do Orientadora: Naira Milene Silva Vosmirko

Aprovado pelos membros da banca examinadora em ___/___/___,

com menção _______________________ (_________________________)

Banca Examinadora

_____________________________________________________

_____________________________________________________

_____________________________________________________

BRASÍLIA - DF
2019
Dedico exclusivamente ao D´US de Israel por ter concedido todas bênçãos
necessárias para finalizar este trabalho.
AGRADECIMENTOS

Agradeço e enalteço o D´US Criador dos céus e da terra, minha mãe e


meu pai (in memoriam).
A professora Naira Milene Silva Vosmirko que orientou, para que esse
trabalho fosse concluído.
Os genitores ao optarem pela separação, devem tomar o cuidado para não
transformar a criança em um objeto de disputa.

Henrique Espinola 2019


RESUMO

O presente estudo foi realizado mediante pesquisa qualitativa de revisão


bibliográfica, tendo suas características descritiva e explicativa, sua relevância
baseia-se em direcionar aos pesquisadores docentes, acadêmicos das diversas
áreas educacionais e profissionais que elencam todo um interesse envolto ao
tema da Síndrome Alienação Parental, no referido trabalho propagou-se em
demonstrar quais os sintomas ou características que denota que a criança
apresenta, a síndrome parental, quais recursos que o psicólogo poderá fazer uso
na identificação e diagnóstico no enquadro de uma criança que tenha
desenvolvido a síndrome da alienação parental, além de conceituar o que é a
SAP e apresentar as consequências que proporcionam na vida da criança
posteriormente, e clarificou as diferenciações entre Alienação Parental da
Síndrome da Alienação Parental e do Psicólogo Jurídico do Psicólogo Clínico.
Desta forma a proeminência do tema principia em contribuir de forma que venha
dirimir dúvidas existentes por partes dos diversos profissionais de psicologia ou
seja, esclarecer qual o papel do Psicólogo Forense e Jurídico.

Palavras-Chave: Síndrome Alienação Parental, Psicólogo Forense e Jurídico,


sintomas.
ABSTRACT

The present study was carried out through a qualitative research of bibliographical
revision, having its descriptive and explanatory characteristics, its relevance is
based on directing to the academic researchers of the several educational and
professional areas that list an interest related to the subject of the Parental
Alienation Syndrome, in the mentioned work it was spread in demonstrating what
the symptoms or characteristics that the child presents, the parental syndrome,
what resources that the psychologist can make use in the identification and
diagnosis in the frame of a child who has developed the syndrome of the parental
alienation, in addition to conceptualizing what SAP is and presenting the
consequences they provide in later life, and clarified the differences between
Parental Alienation of Parental Alienation Syndrome and the Legal Psychologist of
the Clinical Psychologist. In this way the prominence of the theme begins to
contribute in a way that will resolve doubts existing by parts of the various
professionals of psychology or, to clarify what the role of Forensic and Legal
Psychologist.

Keywords: Parental Alienation Syndrome, Forensic and Legal Psychologist,


symptoms.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4
2 PROPOSTA DO TRABALHO .................................................................................. 5
2.1Tema ...................................................................................................................... 5
2.2 Problema de Pesquisa ................................................................................................. 5
3 JUSTIFICATIVA....................................................................................................... 5
4 OBJETIVOS ............................................................................................................. 6
4.1 Objetivo Geral ....................................................................................................... 6
4.2 Objetivo Específico ................................................................................................ 6
CAPÍTULO 1 CONCEITO: SAP – SÍNDROME ALIENAÇÃO PARENTAL ................ 7
CAPÍTULO 2 OS CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS E RECURSOS UTILIZADOS PELO
PSICÓLOGO NA IDENTIFICAÇÃO NO ENQUADRO DA SAP E O SEU PAPEL
SENDO PSICÓLOGO JURÍDICO ............................................................................. 10
CAPÍTULO 3 OS SINTOMAS E ASPECTOS QUE DENOTAM QUE A CRIANÇA
APRESENTAM A SAP E OS DANOS QUE A MESMA PROPORCIONA ............... 14
6. METODOLOGIA .................................................................................................. 17
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 21
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIA. ......................................................................... 23
4

1 INTRODUÇÃO
A proeminência do tema delimita-se na revisão bibliográfica especificamente
na SAP (Síndrome Alienação Parental), que na maioria das vezes, alguns
acadêmicos ou profissionais em psicologia tem dúvidas acerca do assunto.
No entanto, o estudo do tema, não se direciona apenas aos acadêmicos ou
profissionais de psicologia, estende-se aos docentes ou acadêmicos das diversas
áreas educacionais, para dirimir dúvidas acerca do assunto.
Assim, oferecerá conhecimento, aproveitamento e preparo para o profissional
de psicologia, para posteriormente realizar um trabalho com qualidade.
Nesta mesma vertente, inclui-se as dúvidas existentes, como identificar uma
criança com a SAP ou quais testes aplicar.
O interesse pelo tema proposto devido à observação no cotidiano de alguns
acadêmicos ou até mesmo profissionais da área da psicologia apresentar dúvidas
acerca do assunto, como foi mencionado acima.
E o estudo vem apresentar conhecimentos básicos que são utilizados na
identificação da SAP e aplicabilidade de testes mais comuns utilizados no construto
de laudos.
A modalidade utilizada foi através de revisão de literatura versada de forma
qualitativa permanecendo na condição de forma descritiva e explicativa.
Para alcançar o desígnio deste trabalho o pesquisador recorreu através de
estudos embasados em referências bibliográficas em artigos que abordam o tema
estudos em Síndrome Alienação Parental em suas práxis para obter a resposta a
este tema.
5

2 PROPOSTA DE TRABALHO

2.1 Tema

Sintomas e Aspectos que Caracterizam na Criança: A Síndrome da Alienação


Parental.

2.2 Problema de pesquisa:


Quais os sintomas e aspectos que caracteriza a criança apresenta a
Síndrome de Alienação Parental e qual o papel do psicólogo jurídico e os critérios de
diagnósticos e recursos que utilizam para identificar?

3 JUSTIFICATIVA
Motivação acerca do tema, devido à escassez de artigos que aborde de forma
específica quanto ao uso de recursos existentes que elencam, entrevistas, testes,
observações que é peculiar e caracteriza a síndrome de alienação parental.
A relevância principia em contribuir de forma que venha dirimir dúvidas
existentes por partes dos diversos profissionais de psicologia, quando a dúvida
tange desde a identificação, quais os recursos para serem utilizados para finalizar
um laudo.
O tema proposto é um estudo que aborda quais os sintomas e aspectos que
denota que a criança apresenta, a síndrome da alienação parental.
Tem-se o intento de abordar a relevância do profissional em psicologia ter o
conhecimento do conceito da síndrome da alienação parental, e amplo
conhecimento nos quesitos necessários na realização do diagnóstico.
E na construção do estudo parte da revisão sobre o conceito da Síndrome da
Alienação Parental, com a discussão sobre os critérios diagnósticos necessários
para identificar a SAP.
Dessarte, promover a compreensão e a eficácia dos recursos existentes que
auxiliam no diagnóstico que visa na identificação quando se tratar de uma criança
que tenha desenvolvido a SAP.
Quando se trata da síndrome de alienação parental (SAP), passa a ser
desenvolvida na criança, geralmente quando a guarda da criança está em processo
judicial e diante da disputa um dos genitores aliena a criança contra o outro genitor,
6

e a figura do Psicólogo Jurídico se torna essencial para contribuir/assessorar o Juiz


na tomada da decisão judicial, e o psicólogo tem que ter domínio e segurança
quanto a sua atuação, nesta vertente, quando solicitado/intimado os seus serviços
na esfera jurídica.

4 OBJETIVOS

4.1 Objetivo Geral:


O trabalho objetiva abordar a relevância do profissional em psicologia na
esfera jurídica, atuando na especialidade em Psicologia Jurídica, ter o conhecimento
do conceito da síndrome da alienação parental, e amplo conhecimento nos quesitos
necessários na realização do diagnóstico, para nortear o profissional os quesitos
necessários.

4.2 Objetivo Específico:


Os objetivos incidem em revisar sobre conceito da Síndrome da Alienação
Parental, discutir sobre os critérios diagnósticos necessários para identificar a SAP.
E promover a compreensão e a eficácia dos recursos existentes que auxiliam no
diagnóstico que visa na identificação dos sintomas e aspectos quando se tratar de
uma criança que tenha desenvolvido a SAP.
7

CAPITULO 1
1 CONCEITO: SAP – SÍNDROME ALIENAÇÃO PARENTAL

A SAP (Síndrome Alienação Parental), é um tema que pertence à Psicologia


Jurídica e tem a coparticipação da ala do Direito, Medicina e Assistência Social, e a
SAP geralmente desenvolve na criança quando há Processo Judicial e ocorre a
disputa de custódia da criança, e um dos genitores aliena a criança contra o outro
genitor.
Tem-se a importância em ressaltar a diferenciação dos termos, Alienação
Parental e Síndrome Alienação Parental, para Gardner (2002) apud Silvia (2015),
Alienação Parental é o ato praticado por um dos genitores e após o decorrer desse
ato a criança passa a desenvolver e apresentar um conjunto de sintomas que causa
a Síndrome de Alienação Parental.
De acordo, com Mendes e Brandão (2012), precisamente no ano de 1985, o
termo SAP foi nomeada em primeira mão pelo psiquiatra estadunidense Dr. Richard
Gardner que descreve como configura e caracteriza esta ação, e quando há indícios
do desenvolvimento da SAP, que é uma agressão psicológica em torno da criança,
seja ela inconsciente ou até proposital, com o objetivo de incutir, forçar a criança na
escolha de um dos genitores, isto é angustiante para a criança, devido:
Nesse distúrbio vemos não somente a programação (“lavagem
cerebral”) da criança pelo genitor ou genitora, para denegrir o (a)
outro (a), mas também contribuições criadas pela própria criança em
apoio à campanha denegritória do genitor alienador contra o genitor
alienado. (GARDNER, 2002, p.1)

Sendo assim, o prenúncio é a campanha denegritória que repercuti contra ao


genitor alienado, ou seja, de acordo com Gardner (2002, p.2) "[...] resulta da
combinação das instruções de um genitor (o que faz a “lavagem cerebral,
programação, doutrinação”) e contribuições da própria criança para caluniar o
genitor-alvo”, é uma forma de anular a figura do outro, tornar um desmerecedor da
guarda da criança, o objetivo é denegrir a sua imagem na tentativa de excluir os
seus direitos e um afastamento definitivo da criança.
E Vainer (1999) apud Silva (2015), ressalta que no decorrer da alienação
parental emergem acusações levianas por parte de um dos genitores, cujo propósito
é promover a exclusão do “[...] convívio com os filhos e destruir-lhe os vínculos”,
cujos acusações levianas podem ser até de abusos sexuais não procedidos.
8

Segundo, Gardner (2002), a doutrinação projetada através da SAP


caracteriza como abuso emocional/tortura, porque tende a, "[...] conduzir ao
enfraquecimento progressivo da ligação psicológica entre a criança e um genitor
amoroso”, continuando com o mesmo ator supracitado, este tipo de ação por um dos
genitores poderá promover a perda do vínculo amoroso que há entre a criança e o
genitor-alvo e algumas situações o efeito da alienação poderá perdurar por toda uma
vida.
Destarte, a SAP, tem o seu início através de uma campanha denegritória
através de um dos genitores, que doutrina a criança a expressar sentimentos ou
argumentar aversão ao genitor alienado e objetiva repercutir de forma negativa no
desfecho na ação judicial ao genitor alienado, promovendo a perda da causa,
implicando posteriormente também a perda de alguns direitos em relação à guarda
da criança.
Na SAP, o que ocorre, é um duelo entre o casal na disputa pela criança, e à
criança se torna uma objeto para exprimir a sua vingança em relação ao outro, no
entanto essa violência poderá repercutir de forma negativa na vida da criança
durante o seu desenvolvimento e fase adulta, com diversos problemas ou
transtornos que implicará posteriormente a tratamentos psiquiátricos e psicológicos.
Segundo Tardelli e Moradei (2013) as consequências são danosas à saúde
física e mental das crianças que vivenciam este tipo de abuso emocional por parte
de um dos genitores e os autores supramencionadas elencam entre elas:
[...] os distúrbios de alimentação, a timidez excessiva, os
problemas de atenção/concentração, a indecisão exacerbada e, até
mesmo a drogadição, como forma de fuga de uma realidade
massacrante e com a qual não conseguem lidar. (TARDELLI E
MORADEI, 2013, p.1)

E quem propicia/promove o desenvolvimento da SAP na criança geralmente é


um dos genitores, porém, é comum partir na maioria das vezes através da genitora,
este tipo de ação tem diminuído um pouco advindo o novo formato da guarda, que é
a guarda compartilhada, onde ambos tem os seus direitos e deveres em relação a
guarda do filho (a).
A SAP em relação ao DSM – V e CID 10 os autores Rueda, 2004; Weigel e
Donovan, 2006 apud Bhona e Lourenço, menciona que a SAP embora não foi
inserida nos manuais de diagnóstico oficiais da DSM-V e CID-10, no entanto a SAP
é reconhecida nos tribunais dos EUA (em 21 estados), Austrália, Reino Unido,
9

Alemanha, Canadá, Israel e Holanda, pode ser observado que tem reconhecimento
em países desenvolvidos.
Silva (2015) relata que houve grande esforço e expectativa, por parte do Dr.
Gardner para que fosse inserida a SAP no DSM-IV, e ele propunha e descrevia uma
série de diagnósticos que tinha proximidade com a SAP, que seriam reconhecidos
em laudos psicológicos clínicos ou jurídicos, para devidos encaminhamentos
terapêuticos ou judiciais. E de acordo com a mesma autora supracitada “[...] os
principais, destacam-se, para os genitores e a criança” os seguintes transtornos: os
transtornos psicóticos, os transtornos de personalidade bordaline, os transtornos de
personalidade paranoide, transtornos de personalidade narcisista, problemas de
relacionamento entre pais e filhos; para as crianças, poderiam ser aplicados os
seguintes diagnósticos: transtorno dissociativo, transtorno de conduta e transtorno
de ajustamento.
Apesar de todo esforço de Gardner, Silva (2015), menciona que na
publicação da versão DSM-V em 18 de maio de 2013, não fora inserido os termos
“Alienação Parental” ou “Síndrome de Alienação Parental”, continuando com a
mesma autora ela ressalta que:
Mesmo assim, não há o que se falar que não podem ser
aceitos porque não constam no DSM, porque existe uma série de
transtornos mentais que não aparecem claramente nas versões
anteriores do DSM, e nem por isso podemos dizer que “não existem”.
(SILVA 2015, p.6)

Porém em relação ao CID, foi diferente, a OPAS (2018) divulgou que em 18


de junho de 2018 que a (OMS) Organização Mundial da Saúde reconheceu a
Síndrome da Alienação Parental como uma doença. E a mesma foi inserida na 11ª
edição da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados com a Saúde, conhecida como CID.
E de acordo com a OPAS (2018), a CID-11, será apresentada para adoção
dos Estados Membros na Assembleia Mundial da Saúde no mês de maio de 2019,
porém só entrará em vigor em 1º de janeiro de 2022. A versão que será
apresentada/exibida será apenas uma pré-visualização e permitirá aos países
delinear seu uso, realizar as traduções e habilitar profissionais de saúde, através de
treinamentos, quanto ao seu uso.
Mencionamos a questão do SAP em relação a esfera da saúde e quanto a
esfera jurídica quando se tem caso de SAP, esta demanda conta com a participação
10

dos psicólogos judiciais e de acordo com Bhona e Lourenço a lei de n°12.318,


decretada e sancionada em 26 de agosto de 2010 prevê a realização de perícia
psicológica para a identificação dos casos do SAP e de acordo com Silva (2015), o
Brasil foi “[...] o primeiro país do mundo a tipificar os atos de Alienação Parental em
Lei, porque o Legislador entendeu que o simples ato de Alienação Parental pode ser
suficiente para expor a criança a risco de desenvolver um ou mais sintomas da
Síndrome de Alienação Parental, então, tem-se dois avanços significativos: foi
inserida na Lei Brasileira e no CID-11, restando apenas ser inserido posteriormente
no DSM, quem sabe no DSM-VI.

CAPITULO 2
2 OS CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS E RECURSOS UTILIZADOS PELO
PSICÓLOGO NA IDENTIFICAÇÃO NO ENQUADRO DA SAP E O SEU PAPEL
SENDO PSICÓLOGO JURÍDICO

O Psicólogo Jurídico deverá seguir alguns critérios e utilizar alguns recursos


para diagnosticar e identificar a SAP, quando solicitado por um juiz, no entanto neste
seguimento o Psicólogo Jurídico difere do Psicólogo Clínico, não prima em oferecer
ajuda/tratamento psicológico, ele atuará sendo um avaliador e além de avaliador,
conforme cita Luz et al (2014) o psicólogo atuará como “[...] um prestador de auxílio
e suporte às decisões judiciais”.
A figura do Psicólogo Jurídico tem-se uma significativa importância na esfera
jurídica, Versiani et al. (2009) Luz et al (2014), ressalta a importância interventiva de
profissionais da Psicologia no âmbito jurídico, devido propiciar “[...] uma melhor
identificação da presença da alienação parental e seus estágios, por vezes,
desconhecidos dos magistrados e das partes envolvidas no caso” e continuando
com as mesmas autoras, fazem uma ressalva que concerne a transferência de
responsabilidade, que “[...] não se pode deixar sob responsabilidade da Psicologia a
proteção dos interesses dos menores, visto que sua função é auxiliar no litígio e não
deliberar as medidas para resolução da problemática”.
Choze (2018, p.26), menciona/reforça que o papel do psicólogo jurídico é de
“[...] assessorar o magistrado por meio da perícia por eles levantada” e através desta
perícia de acordo com o mesmo autor são entrevistas e observações lúdicas,
apresentadas através de um laudo.
11

E em conformidade com Silva (2013) apud Luz et al (2014), este “[...]


entrelace das questões jurídicas e psicológicas ocorre por meio da solicitação de
uma intervenção especializada”, e de contínuo com as mesmas autoras o psicólogo
faculta aos órgãos do Poder Judiciário:
[...] o seu conhecimento técnico e teórico para a realização de
avaliações, diagnósticos, perícias, emissão de laudos e pareceres,
bem como para analisar e interpretar as mensagens emocionais, a
estrutura de personalidade e a configuração das relações familiares,
com o objetivo de oferecer sugestões e dar subsídios às decisões
judiciais. (SILVA, 2010 apud LUZ et al 2014).

Sendo assim, as autoras supracitadas explicita que necessita primeiramente


da solicitação judicial dos serviços do profissional de psicologia jurídica e a
contribuição do mesmo se dá através do seu conhecimento técnico e teórico que
elencam as avaliações, diagnósticos, perícias, emissão de laudos e pareceres e
interpretações das mensagens emocionais e estrutura de personalidade, que
contribuirá posteriormente na realização a construção do laudo final.
E para construir o laudo final é imprescindível realizar uma avaliação com a
criança, Pimenta (2017), ressalta que “por intermédio da avaliação, os psicólogos
buscam informações que os ajudem a responder questões sobre o funcionamento
psicológico das pessoas e suas implicações”.
Porém, ao realizar a avaliação psicológica na objetiva do construto do laudo
final, além das entrevistas e observações com a criança, será necessário utilizar
alguns testes, a aplicação dos testes objetiva tornar o entendimento completo/rico
em informações, Meyer e cols. apud Primi, 2010, p.33, ressalta que “[...] as
avaliações que usam múltiplos métodos são mais eficazes e que clínicos que fazem
avaliações exclusivamente com entrevistas e observação são propensos a
entendimentos incompletos”.
E os testes tem base científica, Pimenta (2017) ressalta que os “[...] testes
auxiliam na avaliação psicológica com dados úteis e confiáveis”, postula que o CFP
(Conselho Federal de Psicologia) pontua que:
Os testes caracterizam-se como instrumentos de avaliação ou
mensuração de características psicológicas observadas através da
manifestação do comportamento. Sendo assim, considerando-se a
maneira como as pessoas se comportam nas tarefas, faz-se análise
das características psicológicas que o teste busca avaliar. (CFP,
2004)
12

Quanto a aplicação dos testes e o uso de seus resultados na construção do


laudo, segundo Pimenta (2017), deve atentar na escolha adequada de um
instrumento/estratégia, considerar dados empíricos que relevem concomitantemente
o escopo que se pretende avaliar agregado aos contextos específicos.
Que poderá ser verificado na Cartilha de Avaliação Psicológica expedida pelo
Conselho Federal de Psicologia (2013, p.18), “[...] no caso da escolha de um teste, é
necessário que o psicólogo faça a leitura cuidadosa do manual e das pesquisas
envolvidas em sua construção para decidir se ele pode ou não ser utilizado naquela
situação”.
Pimenta (2017), menciona ao aplicar alguns testes ao um evento de alienação
parental, verificar no SATEPSI (Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos)
desenvolvido pelo Conselho Federal de Psicologia e fazer opção de uma bateria de
instrumentos favoráveis, os quais se descrevem nas linhas seguintes e que
geralmente são os que mais se destacam nestes casos: A hora do jogo diagnóstica;
SARP (Sistema de Avaliação do Relacionamento Parental); CAT-A (Teste de
Apercepção Infantil); TAT (Teste de Apercepção Temática) e Teste Projetivo
Rorschach.
A) A hora do jogo diagnóstica
Objetivo: Conhecer a realidade da criança a ser consultada, o qual implica o vínculo
transferencial breve para conhecer e compreender a criança. Por meio de um
brinquedo, a criança pode expressar aquilo que vivencia no momento. Essa
atividade pode revelar o sentido oculto das angústias e dos sintomas que a criança
apresenta.
Nesta técnica existem alguns indicadores importantes para fins diagnósticos e
prognósticos, como: escolha de brinquedos e brincadeiras, conforme a idade da
criança; modalidade de brincadeira, pela qual se pode detectar plasticidade, rigidez
e/ou estereotipia e perseverança; motricidade, que demonstra o desenvolvimento
neurológico e de fatores psicológicos e ambientais; tolerância e abertura para
experiências novas; tolerância à frustração, que está relacionada ao princípio de
prazer e de realidade; capacidade simbólica, que demonstra capacidade intelectual
e qualidade do conflito; e, adequação à realidade, que permite a avaliação de suas
possibilidades. (EFRON et al. ,2001 apud PIMENTA, 2017)
13

B) SARP (Sistema de Avaliação do Relacionamento Parental)


Objetivo: Avaliar a qualidade do relacionamento entre pais e filhos (ou entre
responsáveis e crianças), para subsidiar recomendações acerca da disputa de
guarda e/ou regulamentação de visitas em perícias judiciais. (PIMENTA, 2017)
C) CAT-A (Teste de Apercepção Infantil)
Objetivo: Investigar a dinâmica da personalidade da criança em sua singularidade,
de modo a compreender o seu mundo vivencial, sua estrutura afetiva, a dinâmica de
suas reações diante dos problemas e a maneira como os enfrenta.
Sendo direcionado principalmente a exames psicológicos de crianças, que
apresentam problemas emocionais ou vítimas de violência de qualquer natureza.
Visa revelar a estrutura de personalidade da criança, as defesas e o modo dinâmico
de reagir e enfrentar os problemas do crescimento, captando o mundo vivencial da
criança a partir da interpretação das histórias narradas aos estímulos apresentados.
O teste leva a identificar os aspectos do sujeito, a respeito dos quais podem ser
levantadas hipóteses, com base nos elementos concretos da narrativa: autoimagem,
relações objetais, concepção de ambiente, necessidades e conflitos, ansiedades,
mecanismos de defesa, superego e integração do ego. (PIMENTA, 2017)
D) TAT (Teste de Apercepção Temática)
Objetivo: O teste auxilia elaborar uma experiência que revela a atitude e a estrutura
do indivíduo frente à realidade experimentada.
Expondo-se o sujeito a uma série de situações sociais típicas e possibilitando-lhe a
expressão de sentimentos, imagens, ideias e lembranças vividas em cada uma
dessas confrontações, é possível ter acesso à personalidade subjacente.
Esse procedimento, nas situações apresentadas, favorece a projeção do mundo
interno do sujeito. (PIMENTA, 2017)
De acordo com Cunha (2000) apud Pimenta (2017), as principais indicações
para a utilização são: avaliação da personalidade, principalmente para analisar a
natureza dos vínculos afetivos, regulação dos afetos, qualidade das relações
interpessoais e identificação de conflitos e mecanismos de defesa; avaliação de
condições para indicação psicoterápica e acompanhamento da evolução durante o
processo psicoterápico; coleta de subsídios sobre a função cognitiva de
planejamento, através da análise do manejo que o examinando faz de ideias
verbalizadas sequencialmente; análise da capacidade de organização e manutenção
de ideias.
14

E) Teste Projetivo Rorschach


Objetivo: Capaz de captar a vivência subjetiva do sujeito, bem como os seus
dinamismos, suas áreas de potencialidades e de patologias e favorece as
interpretações das pessoas inibidas ou bloqueadas devido a simetria das pranchas.
Esse teste revela a organização básica da estrutura da personalidade, bem como
características da afetividade, sexualidade, vida interior, recursos mentais, energia
psíquica e traços gerais e particulares do estado intelectual do indivíduo. A
interpretação das manchas situa-se no campo da percepção e da apercepção
(ADRADOS, 1991, p. 5 apud PIMENTA, 2017).

CAPITULO 3
3 OS SINTOMAS E ASPECTOS QUE DENOTAM QUE A CRIANÇA
APRESENTAM A SAP E OS DANOS QUE A MESMA PROPORCIONA

A SAP, é identificada através de sintomas, que configura a síndrome


alienação parental, e de acordo com Goudard (2008), geralmente crianças entre 7 a
12 anos que desenvolvem uma SAP, e continuando com o mesmo autor, este faz a
ressalva que podem desenvolver antes dos 7 anos. E para caracterizar ao referido
transtorno deve ser considerado um conjunto de sintomas, que abrolham na criança,
em conformidade com Gardner, (2002) Apud Mendes e Brandão, 2012):
• Uma campanha denegritória contra o genitor alienado;
• Racionalizações fracas, absurdas ou frívolas para a depreciação;
• Falta de ambivalência;
• O fenômeno do “pensador independente”;
• Apoio automático ao genitor alienador no conflito parental;
• Ausência de culpa sobre a crueldade e/ou a exploração contra o genitor
alienado;
• Presença de encenações “encomendadas”;
• Propagação da animosidade aos amigos e/ou à família extensa do genitor
alienado.
Os sintomas supracitados de acordo com o mesmo autor, geralmente as
crianças que sofrem com a SAP, apresentam notoriamente a maioria e por algumas
vezes todos esses sinais em sua totalidade, sendo que a sua ocorrência na
15

classificação como sendo leves, poderá não aparecer todos os indícios, porém
quando se classificam com os níveis moderados ou severos, evidenciam os
sintomas em sua totalidade.
A criança com a SAP, Luz et al (2014), postula que geralmente apresenta
alguns comportamentos e sintomas os quais se destacam o:
• Sentimento de desamparo;
• Somatização;
• Comportamento antissocial;
• Distúrbios da aprendizagem;
• medo de ser abandonada;
• Abre mão de sua própria individualidade, subjetividade e desejo;
• Insônia;
• Ansiedade;
• Agressividade;
• Solidão;
• Comportamento hostil;
• Dificuldade de adaptação em ambiente psicossocial normal;
• Falta de organização e;
• Extrema lealdade ao guardião.
E de acordo com a mesma autora supramencionada em referência as
consequências emocionais mais habituais se enquadram: a baixa autoestima,
dificuldades para futuros relacionamentos emocionais, depressão, tristeza,
sentimento incontrolável de culpa; e o sentimento de isolamento, estas
consequências promovem o sofrimento na criança alienada, propalam muitas vezes
por toda à sua vida, a alienação na verdade criam cicatrizes psíquicas profundas na
criança alienada, o alienador deveria refletir, antes de impor seus desejos egoístas
para evitar tal sofrimento à criança, desta magnitude.
O comportamento da criança em relação ao genitor alienado, a hostilidade
impera, devido a criança ter uma imagem do genitor alienado, que permeia na
adversidade, sendo assim:
[...] na presença do genitor alienado, elas se comportam como
verdadeiros monstrinhos e rivalizam em engenhosidade para feri-lo.
Por lealdade com o genitor alienante que elas enxergam como
vítima (e essa posição de fraqueza reforça sua própria identificação
com este genitor, porque uma criança se identifica muito facilmente
16

com outra criança doente, alguém que sofre, ou que está em posição
de fraqueza como ela), elas vão constituir o prolongamento desta
mão vingativa. (GOUDARD, 2008, p.36)

Goudard (2008), ao aludir a criança alienada com sintomas e


comportamentos da SAP, descreve que algumas crianças outrora bem educadas
passam a ter comportamentos destrutivos na casa do genitor alienado, destrói “[...]
tudo na casa deste genitor, gritar e rolar no chão no térreo do prédio, de preferência
de frente aos vizinhos, trancar-se no seu quarto e recusar comer”, objetivando
provocar o genitor ou despertar nas testemunhas (vizinhos), julgamentos e
argumentos de revolta, em relação aos dois.
E ainda, conforme cita Goudard (2008), esta criança se torna tão hostil e
adota a imagem do genitor alienado, como o seu adversário, e tende a “[...] recusar
de lhe responder, não olhar para ele, jogar-lhe objetos na cara, insultá-lo”.
A SAP após desenvolvida, seguidos de seus sintomas e alterações
comportamentais, poderá pender para um transtorno crônico, e de acordo com
Podevyn (apud TRINDADE, 2010, p. 179):
[...] a Síndrome de Alienação Parental pode produzir nas crianças
problemas como depressão crônica, incapacidade de adaptação em
ambiente psicossocial normal, transtornos de identidade e de
imagem, desespero, sentimento incontrolável de culpa, sentimento
de isolamento, comportamento hostil, falta de organização e,
externos, levar ao suicídio.

Mesmo à criança apresentando os sintomas e aspectos que denota que a


mesma apresenta a SAP, conforme cita Goudard (2008), poderá realizar perguntas
essenciais para um diagnóstico rápido, que fornecerá indícios que caracteriza a SAP
ou não, e o mesmo autor aponta que deve ser dirigida as seguintes perguntas para à
criança:
Descreva teu pai.
O que você pensa da família dele?
Descreva tua mãe.
O que você pensa da família dela?
Você vê seu outro genitor?
Com que periodicidade?
Se não, por quê?
O genitor 1 te impede de ver o genitor 2?
Porque você não quer ver (ou você odeia) seu pai ou sua mãe?
17

Teu pai te obriga a fazer coisas que te incomodam?


Tua mãe te obriga a fazer coisas que te incomodam?
Você rejeita seu pai (ou sua mãe), então porque você quer que ele continue
pagando para cuidar de você? (noção de exploração do genitor alvo).
Goudard (2008), pontua que a descrição feita pela criança propenderá ao
genitor alienado sempre no formato negativo (imagem denegrida) e quanto ao
genitor alienante sucederá de forma exclusiva no formato positivo (imagem perfeita)
e o mesmo autor supracitado ressalta que esta “[...] análise caricatural da criança se
revelará também se lhe pedirmos para atribuir uma nota aos seus pais: 0 (de
20) para o genitor alienado, 20 (de 20) para o genitor alienante”, ou seja, ao
genitor alienante sempre será uma nota elevada e o alienado terá uma nota menor.
Na aplicação desta análise direcionada aos outros irmãos, conforme
menciona Goudard (2008), é de praxe as crianças fazerem “[...] uso das mesmas
palavras, constituindo um único bloco, falando de forma coletiva e nunca na primeira
pessoa”.
O SAP é uma síndrome que pode causar danos irreparáveis que poderá
perdurar na vida adulta causando prejuízos irreparáveis em vários aspectos na vida
dessa criança. De acordo com Silva (2013), além de comprometer o
desenvolvimento da criança, posteriormente poderá, “[...] a ter dificuldades de se
relacionar, de estabelecer vínculos afetivos, possuindo uma visão negativa em
relação a casamentos, namoros e não acreditar em relacionamentos duradouros”.

6 METODOLOGIA
A pesquisa bibliográfica será um estudo que aborda quais os sintomas ou
características que denota que a criança apresenta, a síndrome da alienação
parental.
O estudo segue conforme poderá ser verificado no quadro abaixo:
Tipos de Tipos de pesquisas Tipos de Tipos de
pesquisas segundo os pesquisas pesquisas
segundo os procedimentos de segundo as segundo a
objetivos coleta fontes de natureza dos
informação dados
Explicativa Bibliográfica Bibliográfica Qualitativa
Descritiva Levantamento
Bibliográfico
Estudo de caso
18

A estratégia de pesquisa dos estudos (levantamento bibliográfico) foi


delineada para ser laborada na base de dados disponibilizados nas buscas e
seleções de artigos no site Scielo (Science Eletronic Library On line), Lilacs e Google
Acadêmico, devido o mesmo ser um site mais conhecido entre os acadêmicos e que
apresenta maiores registros de artigos referentes ao assunto. A procura foi por meio
das palavras chaves que abrangem: Síndrome Alienação Parental, Psicólogo
Forense e Jurídico, Sintomas, cruzando a pesquisa em: Síndrome Alienação
Parental e Psicólogo Forense e Jurídico; Síndrome Alienação Parental e Sintomas e
Sintomas e Psicólogo Forense e Jurídico.
Atentando nas delimitações de busca: estudos em que aborda quais os
sintomas ou características que denota que a criança apresenta, a síndrome da
alienação parental, publicados em português e alguns em inglês com tradução
realizada por pesquisadores brasileiros, com períodos de publicações dos últimos
dez anos de 2009 a 2019.
A escolha da metodologia conforme o quadro apresentado norteará na
construção do estudo devido o tipo de pesquisa segundo os objetivos ser a
modalidade descritiva e explicava.
A modalidade descritiva de acordo com Duarte (2018), objetiva descrever algo
relacionado às características de algo, que poderá abarcar um fenômeno,
experiência, sintomas e outros. Continuando com a mesma autora supracitada, a
pesquisa nesta vertente institui uma “[...] relação entre as variáveis no objeto de
estudo analisado” essa variáveis estão arroladas à classificação, medida e/ou
quantidade que podem se alterar mediante o processo realizado e quando se trata
no enquadro de uma pesquisa referência bibliográfica e a metodologia descritiva
oferece e contribui um novo prisma acerca da realidade do estudo
realizado/construído da temática proposta.
A modalidade explicativa, conforme Duarte (2008), objetiva explicar a razão,
fica explícito em entender o porquê dos fenômenos, experiência, sintomas e outros,
devido imergir “[...] o conhecimento de uma dada realidade”.
De acordo com Duarte (2008), a modalidade explicativa ela se fundamenta
em método experimental e muitas vezes sua direção nas ciências físicas e naturais,
mesmo que venha representar erros de margens significativas na mesma forma
contribui de forma positiva quanto a sua aplicabilidade na prática.
19

Sendo assim, a pesquisa explicativa diante de suas características é peculiar


que a mesma faz uso correlacionado à pesquisa experimental:
Por exemplo, a partir de um objeto de estudo, no qual se identificam
as variáveis que participam do processo, bem como a relação de
dependência existente entre estas variáveis, ao final, parte-se para a
prática, visando à interferência na própria realidade. (DUARTE, 2018,
p.5)

Em relação aos tipos de pesquisas segundo os objetivos, tanto a escolha da


modalidade descritiva e a explicativa, se harmonizam e atende na pretensão do
autor posteriormente na construção do artigo.
O que concerne os tipos de pesquisas segundo os procedimentos de coleta
elenca a bibliográfica, levantamento bibliográfico e o estudo de caso.
A coleta bibliográfica, conforme postula Lacerda (2015), é a busca de estudos
existentes que ajuda a sustentar as ideias que serão tratadas conforme o tema
proposto, que posteriormente serão revistos.
A revisão bibliográfica de acordo com Marconi e Lakatos (2003) tem o seu
valor, devido outrora outros autores terem realizado pesquisas e quando citadas as
conclusões que os mesmos confirmaram através de suas pesquisas, Marconi e
Lakatos (2003, p.225) ressalta que mesmo tendo “[...] a confirmação, em dada
comunidade, de resultados obtidos em outra sociedade quanto à enumeração das
discrepâncias são de grande importância”, podem ser reaproveitadas essas
pesquisas e contribuir posteriormente na demonstração contraditórias ou
reafirmações de comportamentos e atitudes de uma nova pesquisa, a mesma dará
embasamento para argumentação.
Destarte, o levantamento bibliográfico é o recurso disponível que se tem
sejam a pesquisa realizada através de livros disponíveis em bibliotecas da
faculdade, artigos eletrônicos disponíveis na internet, periódicos científicos e outros.
A escolha do estudo de caso, devido já ter estudos e pesquisas já realizados
e de acordo com Martins (1994,) o estudo de caso tem a sua relevância devido
envolver estudos intensivos que correlacionam com o passado e presente e de suas
interações ambientais de uma ou de algumas unidade social sendo muitas vezes o
indivíduo, um grupo, instituição, comunidade, sintomas ou características de uma
síndrome, que após as pesquisas passam pelo crivo rigoroso quanto a sua validação
em conformidade ao protocolo estabelecido, seja um Comitê ou uma Comunidade
Cientifica, ou seja, tem um respaldo cientifico no objeto de estudo.
20

Segundo, Tull (1976, p 323) apud Bressan (2000), o estudo de caso “[...]
refere-se a uma análise intensiva de uma situação particular”, ou seja, tem-se o foco
direcionado, atende o objeto de estudo que direciona o estudo proposto.
Sobre os tipos de pesquisa segundo a natureza dos dados, direciona-se à
qualitativa, por permear em descrições detalhadas de fenômenos e comportamentos
já realizadas em pesquisas anteriores que se fundamenta através de pesquisas
científicas que abarcam a participação médica (psiquiatria jurídica e forense)
concomitantemente com psicólogos.
Efetuaram-se por meio de levantamento de dados e revisão bibliográfica,
quais os sintomas ou características que denota que a criança apresenta, a
síndrome parental.
O trabalho será construído através de levantamento de artigos na
busca da construção de um argumento que sirva de respaldo ou parâmetro para
auxiliar conhecimento/esclarecimento acerca do tema proposto que visa ao
atendimento a situações/casos de síndrome parental na atuação do psicólogo
jurídico e forense que venha atender a demanda.
A princípio os artigos foram revisados em consistência ao ajustamento ao
tema proposto e em seguida os estudos foram expostos através de teor qualitativo
permanecendo na condição de forma descritiva e explicativa.
As categorias realizadas na planificação da revisão e ordenadas para coligir
os dados. Na decorrência dessa organização acendeu as categorias que incidem no
tipo de trabalho: (artigos científicos); tipo de estudo (descritivos, revisão, análise de
caso); ano de publicação: (últimos dez anos); área de publicação: (psicologia,
medicina e diversas extensões correlatas à saúde).
Ulterior à gênese desta apreciação, para alcançar o desígnio deste trabalho o
pesquisador recorre através de estudos embasados em referências bibliográficas
sobre o estudo que aborda quais os sintomas ou características que denota quando
uma criança apresenta, a síndrome da alienação parental através de revisão de
estudos que envolvem atuação do psicólogo jurídico e forense, para obter a resposta
a este tema tão discutido.
No que concerne esta pesquisa a metodologia aplicada foi através de estudos
realizados no Brasil e registrados em artigos tendo por base artigos publicados nos
anos de 2009 a 2019, nos idiomas português, inglês ou espanhol.
21

A estratégia de pesquisa dos estudos foi delineada para ser laborada na base
de dados disponibilizados no Scielo, Lilacs e Google Acadêmico. A procura foi por
meio das palavras chaves que abrangem: Síndrome Alienação Parental, Psicólogo
Forense e Jurídico, Sintomas, cruzando a pesquisa em: Síndrome Alienação
Parental e Psicólogo Forense e Jurídico; Síndrome Alienação Parental e Sintomas e
Sintomas e Psicólogo Forense e Jurídico.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho constitui-se em abordar quais os sintomas ou características que
denota quando uma criança apresenta, a Síndrome da Alienação Parental através
de revisão de estudos que envolvem atuação do psicólogo jurídico e forense,
quando solicitado.
Apresentou-se os recursos que o psicólogo poderá fazer uso na identificação
e diagnóstico no enquadro de uma criança que tenha desenvolvido a síndrome da
alienação parental, e a importância da sua contribuição no transcorrer de um
processo judicial que poderá auxiliar na conclusão processual.
A relevância principia em contribuir de forma que venha dirimir dúvidas
existentes por partes dos diversos profissionais de psicologia.
Alcançou-se o objetivo proposto do artigo desde a sua conceituação até suas
consequências na vida da criança posteriormente, que o SAP é um duelo entre o
casal na disputa pela criança, e à criança se torna o pivô na expressão da vingança
um contra ao outro, no entanto essa violência poderá repercutir de forma negativa
na vida da criança durante o seu desenvolvimento e fase adulta, com diversos
problemas ou transtornos que implicará posteriormente a tratamentos psiquiátricos e
psicológicos, deste modo implicando assim que a SAP fosse reconhecida como
doença e foi inserida na 11ª edição da CID.
Tornou-se claro a diferenciação entre Alienação Parental da Síndrome da
Alienação Parental, que a primeira e o ato praticado por um dos genitores que
posteriormente vem desenvolver os sintomas na criança, caracterizando a SAP,
ficou explicito que a SAP constitui uma agressão/tortura psicológica à criança, seja
ela inconsciente ou até proposital.
De igual modo transmitiu-se a diferenciação do papel do Psicólogo Jurídico do
Psicólogo Clínico, o Psicólogo Jurídico objetiva em prestar auxílio e suporte às
22

decisões judiciais, atua sendo um avaliador, nesta demanda ele não oferece
ajuda/tratamento psicológico.
O psicólogo assessora o magistrado através da perícia, que elenca as
entrevistas e observações lúdicas, apresentadas através de um laudo.
E o recurso utilizado pelo Psicólogo nesta demanda, se dá através da
avaliação psicológica, que contribuirá no construto do laudo final, além das
entrevistas e observações com a criança, faz-se o uso de alguns testes.
Na identificação no enquadro da SAP em relação aos testes, os que são de
uso comum, neste atendimento, abarcam os respectivos testes: A hora do jogo
diagnóstica; SARP (Sistema de Avaliação do Relacionamento Parental); CAT-A
(Teste de Apercepção Infantil); TAT (Teste de Apercepção Temática) e Teste
Projetivo Rorschach.
Descreveu-se os sintomas e aspectos que denotam que a criança apresenta
a SAP e os danos que a mesma proporciona, cujo enquadro geralmente o que
configura a SAP, são em crianças entre 7 a 12 anos que desenvolvem uma SAP,
porém há possibilidades de desenvolver antes dos 7 anos.
E para caracterizar ao referido transtorno deve ser considerado um conjunto
de sintomas, que foi descrito neste trabalho, e estes sintomas gera consequências
emocionais e altera os comportamentos da criança, que de igual modo são descritos
neste trabalho.
Sendo assim, através desta revisão bibliográfica ficou notório que a SAP pode
causar danos irreparáveis e poderá perdurar na vida adulta causando prejuízos
irreparáveis em vários aspectos na vida da criança.
Os objetivos específicos foram atingidos em sua totalidade ao que concerne
na revisão sobre o conceito da Síndrome da Alienação Parental e na discussão
sobre os critérios diagnósticos necessários para identificar a SAP.
Conseguiu-se atender os objetivos gerais que era abordar a relevância do
profissional em psicologia em ter o conhecimento do conceito da síndrome da
alienação parental, e amplo conhecimento nos quesitos necessários na realização
do diagnóstico, para assim dar um norte nesta demanda quando solicitado pelo o
juiz.
Em suma, o trabalho apresentado em torno do tema, visou não esgotar o
assunto, teve-se o propósito em esclarecer qual o papel do Psicólogo Forense e
Jurídico, quando for prestar serviços na área jurídica, os sintomas que
23

caracterizam/denotam que a criança apresenta a SAP e os recursos existentes


que podem ser utilizados, para poder concluir o seu trabalho de maneira satisfatória,
que elencam quais perguntas devem ser feitas na entrevista e testes que devem
serem aplicados para que atendam o objetivo, que é o construto final do seu
trabalho, quando convocado para atender esta demanda.

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