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ANDERSON, Perry. O modo de produção feudal.

In:___ Passagens da Antiguidade ao


feudalismo. São Paulo: Brasiliense, 1992.

E um sistema complexo regido pela terra e por uma economia natural - o trabalho nem os
produtos eram bens. O camponês estava ligado a terra pela servidão, não eram proprietários
dela e trabalhavam para os senhores feudais através de uma relação política legal de
coação. O camponês tinha que se submeter a leis impostas pelo senhor feudal.

“O senhor feudal, por seu lado, muitas vezes seria vassalo de um outro senhor feudal
superior, e a cadeia de tais posses dependentes se estendia ate o cume do sistema - na
maioria dos casos, um monarca - de quem a principio toda a terra, em ultima instancia,
seria o eminente domínio”.p.144

Isso fazia com que a soberania política nunca tivesse concentrada em apenas uma pessoa.

O feudalismo ocidental tem três características estruturais:


1) sempre existiu, paralelamente ao feudalismo, as comunidades aldeãs que foi um setor
significativo da autonomia e resistência e com importantes conseqüências para a
produtividade agrária total. "Não havia uma simples concentração horizontal das duas
classes básicas da economia rural dentro de uma única forma de propriedade homogênea”.
2) A parcelarização do poder feudal propiciou a formação da cidade medieval. Nesta ocorre
"uma oposição dinâmica de cidade e campo [que] só foi possível no modo de produção
feudal: a oposição entre uma economia urbana de crescente comercio de bens, controlada
pelos mercadores e organizada em associações e corporações, e uma economia rural de
troca natural, controlada pelos nobres e organizada em terras senhoriais e pequenas
propriedades com enclaves camponeses individuais”.p.146
3) Na hierarquia feudal o monarca acabava não possuindo tanto poder, apesar de ser
proprietário de grande parte da terra, pois a sua relação com seus vassalos era por laços de
feudalidade e não de um soberano supremo.

"A ausência de qualquer mecanismo real de integração na topo de um sistema feudal que
implicava este tipo de política impunha uma ameaça permanente à sua estabilidade e
sobrevivência”.p.147

A Igreja passa da posição de subordinada ao Estado para se tornar autônoma.

"Única fonte de autoridade religiosa, seu domínio sobre as crenças e valores da massa era
imenso; mas sua organização eclesiástica era diferente da de qualquer nobreza ou
monarquia secular”.p.148

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