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Mariana Camargo – Resumo Sanar

Sumário
ATLS – ATENDIMENTO INICIAL AO POLITRAUMATIZADO......................................................................4

INTRODUÇÃO....................................................................................................................................4

AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA.................................................................................................................5

TRAUMA PEDIÁTRICO.......................................................................................................................6

ATLS – MANEJO DE VIAS AÉREAS...........................................................................................................8

PRIORIDADES....................................................................................................................................8

VIA AÉREA AVANÇADA E VIA AÉREA DEFINITIVA..............................................................................8

VIA AÉREA DIFÍCIL E SEQUENCIA RÁPIDA.........................................................................................9

ATLS – TRAUMA TORÁCICO.................................................................................................................11

DRENO DE TÓRAX E TORACOCENTESE............................................................................................12

CONTUSÃO PULMONAR E TÓRAX INSTÁVEL..................................................................................13

PNEUMOTÓRAX ABERTO................................................................................................................14

TAMPONAMENTO, RUPTURA TRAUMÁTICA DE AORTA.................................................................15

Quadro Clínico................................................................................................................................15

TAMPONAMENTO CARDÍACO.........................................................................................................16

ATLS – CHOQUE...................................................................................................................................17

CHOQUE HEMORRÁGICO................................................................................................................19

FONTE DE SANGRAMENTO.............................................................................................................20

REPOSIÇÃO VOLÊMICA...................................................................................................................20

HIPOTENSÃO PERMISSIVA E TRANSFUSÃO.....................................................................................21

CHOQUE NEUROGÊNICO................................................................................................................21

ATLS – TRAUMA ABDOMINAL..............................................................................................................23

TRAUMA CONTUSO........................................................................................................................23

CONDUTA NO TRAUMA CONTUSO.................................................................................................25

TRANSIÇÃO TÓRACOABDOMINAL E LÍQUIDO LIVRE.......................................................................27

CIRURGIA DE CONTROLE DE DANOS...............................................................................................28

SÍNDROME COMPARTIMENTAL......................................................................................................29

TRAUMA PENETRANTE...................................................................................................................30
TRAUMA UROLÓGICO.....................................................................................................................31

COISAS QUE SÓ TINHA NA APOSTILA..............................................................................................32

DUODENO.......................................................................................................................................33

ATLS – TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO................................................................................................35

INTRODUÇÃO..................................................................................................................................35

CLASSIFICAÇÃO E CONDUTA...........................................................................................................36

NEUROINTENSIVISVO E HIC............................................................................................................37

LESÕES CEREBRAIS FOCAIS.............................................................................................................38

HEMATOMA E HERNIAÇÃO.............................................................................................................38

OUTRAS LESÕES CEREBRAIS............................................................................................................40

MORTE ENCEFÁLICA.......................................................................................................................41

ATLS – TRAUMA VERTEBRAL................................................................................................................42

ATENDIMENTO INICIAL...................................................................................................................42

ATLS – QUEIMADURAS........................................................................................................................45

INTRODUÇÃO..................................................................................................................................45

CLASSIFICAÇÃO...............................................................................................................................45

REPOSIÇÃO VOLÊMICA E PARKLAND..............................................................................................47

TRANFERÊNCIA E CUIDADOS..........................................................................................................47

ATLS – TRAUMA DE FACE E PESCOÇO..................................................................................................50

Trauma de Face..............................................................................................................................50

Trauma de pescoço.........................................................................................................................50
ATLS – ATENDIMENTO INICIAL AO POLITRAUMATIZADO

INTRODUÇÃO
 Mortalidade: curva trimodal --> morte imediata, chegada no hospital ou tardia
 Prevenção.
o Imediata: não tem o que fazer --> Prevenção com medidas socioeducativas
o 2ª: Prevenção + ATLS: resolver causas nos momentos iniciais --> Hora de ouro
o 3ª: Prevenção + ATLS + serviços médicos preparados

ATLS é uma escada --> um de cada vez, nunca pular a sequência

 10ª edição: Sangramento extenso + ABCDE (primeiro p do esfíncter: aro sangramentos


exaustivos com compressão ou torniquete).
 A --> via aérea e colar cervical
o Garantir via aérea definitiva
 B --> Breathing
o Diagnósticos fatais que podem ser tratados: pneumotórax hipertensivo, lesão de
árvore traqueobrônquica, hemotórax maciço, pneumotórax aberto.
 C --> Circulação (prevenção ao choque hemorrágico)
o Principais fontes de sangramento no trauma: tórax, abdome e retroperitôneo, ossos
longos e chão (meio externo)
o Hemorragia externa = compressão, torniquetes podem causar isquemia.
 D --> disability (neurológico - Glasgow)
o Avaliar pupilas: tamanho e fotorreatividade
 E --> Exposição
o Exposição completa do paciente e prevenção de hipotermia.
o Pode passar sondas
 Contraindicação absoluta de sonda nasogástrica: fratura de base de crânio.
o Toque retal:
 Sangramento: lesão de alças
 Espículas ósseas: fratura de osso pélvicos
 Tônus do esfíncter: hipotonia pode sugerir trauma requimedular.

AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
 AMPLA
o A: alergias
o M: medicamentos
o P: passado médico/Prenhez (avaliar antecedentes pessoais e risco de gravidez)
o L: líquidos e alimentos ingeridos recentemente.
o A: ambiente relacionada ao trauma e mecanismos de trauma.
 Radiografias
o Raio-x de tórax no leito: AP
o Rx de pelve no leito
o Rx de cervical quando não tenho TC

TRAUMA PEDIÁTRICO
A - Via aérea
 Alterações anatômicas: língua e tonsilas maiores, mandíbula menor e via aérea mais curta e
mais estreita (funil). Flexão passiva da coluna cervical devido os grande occípto --> uso de
coxim abaixo do torso para garantir permeabilidade das vias aéreas.
 Introdução da cânula de guedel: concavidade voltada para baixo, pois a ponta pode lesar o
palato.
 Intubação: risco de intubação seletiva é maior, pela traqueia mais curta.
o Indicações: PCR, falha na manutenção de via aérea pérvia com outros métodos,
choque hemorrágico com necessidade de intervenção cirúrgica, coma e TCE grave.
 Via aérea cirúrgica: crico é contraindicada. Indicação de traqueostomia no trauma!

B - Ventilação
 Crico cirúrgica: contraindicada em lactente se crianças < 12 anos --> cartilagem cricoide
consiste no principal pilar da alringe nessa idade.
 Hipóxia é a principal causa de PCR.
 Parede torácica da criança é mole: fratura de costelas indicam força significativa. Crianças
pode apresentar contusões pulmonares graves, mesmo na ausência de fratura de costelas.

C - Circulação
 Crianças demoram para apresentar taquicardia e hipotensão --> piora abrupta.
 Reposição volêmica com solução isotônica (soro fisiológico ou ringer lactato pre aquecido)
o 20 ml/kg em bolus
o Hemoderivado: 10 ml/kg
 Acesso intraósseo é uma boa alternativa

Sinal Faixa etária


0-12 meses 1-2 anos 3-5 anos 6-12 anos >/= 13 anos
FC (bpm) < 160 < 150 < 140 < 120 < 100
PA (mmHg) > 60 > 70 > 75 > 80 > 90
FR (ipm) < 60 < 40 < 35 < 30 < 30
Débito 2 ml/kg 1,5 ml/kg 1 ml/kg 1 ml/kg 0,5 ml/kg
urinário
D - Neurológico
 Glasgow: modificado para < 4 anos

Escala verbal pediátrica (V-SCORE)


5 – Palavras apropriadas ou riso social.
Fixa o olhar e segue com os olhos
4 – Choro consolável
3 – Choro persistente e gemente,
irritação
2 – Inquieto e agitado
1 - Não responde
E - Exposição
 Hipotermia é preocupante: criança perde mais calor.
o Maior superfície corporal em relação peso, pele mais fina e menos tecido adiposo.
ATLS – MANEJO DE VIAS AÉREAS
PRIORIDADES
 Via aérea e colar cervical (só proteção)

Avaliação
 Conversar com paciente: se fala sem rouquidão, sem estridor é pérvia. Rouquidão,
estridores indicam obstrução.
 Hipoxia/cianose: sinais tardios de hipóxia
 Taquidispnéia: uso de musculatura acessória é preocupante.

Sequência de atendimento
 Aspiração com sando rígida
 Retirada de corpo estranho
 O2 com máscara não reinalante
o Oxigênio: 12-15 L/min, 100% O2 em máscara não reinalante.

Manobras básicas
 Chin Lift
 Jaw Thrust
o Para realizar as duas, precisa de proteção da cervical
 Uso de cânula de guedel ao invés das manobras, pode
o Em adulto: concavidade para cima
o Criança: usa abaixador de língua e já entra com a curvatura para baixo.

VIA AÉREA AVANÇADA E VIA AÉREA DEFINITIVA


Definição
 Via aérea definitiva: Tubo na traqueia, com cuff insuflado abaixo das cordas vocais, fixado,
conectado a alguma forma de ventilação assistida, eriquecida com O2
o IOT, INT, crico e traqueo
o 1ª opção é a Intubação: IOT e INT -->
 Máscara laríngea, cripo por punção não são definitivas

Traumas em face
 Intubação possível: médico experiente
o Não faço quando; trismo, face instável, Fx de face complexa, hemorragia intensa

Contraindicações de INT
 Sinais de Fx de base de Crânio: rinorreia/rinorragia, otorreia/otorragia, sianl de Battle, sinal
do guaxinim e Apneia.

Máscara laríngea
 Avançada e não definitiva

Via aérea cirurgica


 Crico por punção
 Crico crirúrgica
 Traqueostomia: mais raro de usar

VIA AÉREA DIFÍCIL E SEQUENCIA RÁPIDA


LEMON
 LOOK: dentes grandes, língua grande, pescoço curto, obeso, retrognatia, mandíbula pequena
(esclerodermia)
 EVALUATE: 3-3-2 --> 3 dedos entre os incisivos, 3 nos assoalho da boca, 2 dedos no osso
hióide e base da língua.
 MALLAMPATI

 OBSTRUCTION
 NECK MOBILITY

Sequência Rápida de Intubação


 Intubação de urgência
 Sem jejum adequado.
 Risco de broncoaspiração
 Como fazer:
o Oxigenação sem pressão positiva
o Manobra de Sellick --> retirar pressão na cricoide após confirmar que está certo
(após ausculta)
o Analgesia --> Fentanil, talvez lidocaína
o Sedação --> entomidato (melhor, não afeta PA), propofol (dá hipotensão),
quetamina
o Relaxante muscular --> succinilcolina (não posso usar quando paciente tem histórico
de hipertermia maligna e tem efeito de hipercalemia, está funcionando quando
tenho fasciculação muscular), Cisatracúrio.
o Intubação
o Ausculta

VIA AÉREA CIRÚRGICA


Cricotireoideostomia
 Membrana entre tireóide e cricóide --> primeira opção quando não consigo intubar
o Falha de intubação, trauma facial extenso, edema de glote.
 Punção: não é definitiva, posso usar por 30-45 min devido à hipercapnia.
 Cirúrgica: definitiva.
o Contra indicação: crianças menores de 12 anos (cartilagens não maduras), fratura de
laringe (posso tentar intubar)

Traqueostomia
 Exceção: técnica difícil, sangramentos e demorada
o Faço: crianças < 12 anos, falha de intubação e na fratura de laringe.
ATLS – TRAUMA TORÁCICO
RESUMO
 Traumas que precisam ser tratados na avaliação primária: pneumotórax hipertensivo,
penumotórax aberto, hemotórax maciço, tórax instável com contusão pulmonar e
tamponamento cardíaco.
 Pneumotórax hipertensivo: diminuição do débito cardíaco por compressã ocardíaca
direita. Diagnóstico clínico e conduta inicial é toracocentese de alívio --> 2º EIC linha
hemiclavicular ou 5º EIC linha axilar.
 Percussão é fundamental: pneumotórax hipertensivo temos hipertimpanismo, enquanto
no hemotórax nota-se macicez à percussão.
 Conduta para ambos é drenagem em selo d’água.
 Tamponamento cardíaco: tríade de Beck --> hipotensão, abafamento das bulahs cardíacas
e distensão jugular. O diagnóstico pode ser dado por FAST e o tratamento é a punção de
Marfan

PNEUMOTÓRAX
Simples
 Quadro clínico
o MV reduzidos do lado do pneumotórax
o Hipertimpanismo

Diagnóstico
 EF para volumosos
 Raio-x para certeza

Hipertensivo
 Causa hipotensão --> deslocamento do mediastino
 Quadro clínico
o MV reduzidos do lado do pneumotórax
o Hipertimpanismo
o Hipotensão --> obrigatório!
o Turgencia jugular: retorno venoso impedido
o Outros: desvio de traqueia, enfisema subcutâneo.
Diagnóstico
 CLÍNICO!!!
o Sem tempo para exames de imagem -->

Conduta
 Simples
o Drenagem torácica em selo d’agua
 Hipertensivo
o Toracocentese de alívio --> 2º EIC na linha hemiclavicular, pode ser entre linha axilar
média e posterior no 5º EIC (ATLS sugere que a descompressão pode ser feita com o
dedo no mesmo local de drenagem)
o Drenagem torácica em selo d’agua --> 5º EIC entre linha axilar média e posterior

DRENO DE TÓRAX E TORACOCENTESE


Punção torácica
 2º EIC na linha hemiclavicular
 ATLS 10 --> pode ser feita no mesmo local da drenagem.

Drenagem de tórax
 5º EIC na linha axilar média/anterior
 Anestesia local na pleura
 Divulsionar com a Kelly
 Colocar dedo
 Introduzir dreno de posterior para superior
 Fixar e pedir Rx
 Funcionamento: selo d’agua --> impede retorno de ar para o pulmão
 Cuidados: fisioterapia respiratoria intensiva, deambulação e analgesia
o SF/AD suficiente no coletor
o Abaixo do nível do paciente
Retirada
 Etiologia revertida --> após tratar causa base
 Mínimo débito: entre 50 e 200ml
 Aspecto do dreno: pus, hemático não dá pra tirar
 Rx: para confirmar se o pulmão esta expandido
 Sem escape aéreo
 Pressão positiva NUNCA --> se está intubado ou no CPAP eu não tiro

Cuidados com o paciente e com o Dreno


 Manter o curativo do dreno seco
 Deambular livremente, desde que o selo d’água seja mantido abaixo do nível da incisão no
tórax.
 Fisioterapia respiratória intensiva.
 Radiografia de tórax de controle (TC não é necessária na rotina).

CONTUSÃO PULMONAR E TÓRAX INSTÁVEL


Contusão Pulmonar
 Lesão do parênquima --> sempre pensar quando eu tenho lesão de costela
o Exceção são as crianças, que tem só cartilagem --> podem ter contusão sem fratura
 Suspeitar quando paciente não apresenta hemo/pneumotórax e continua com saturação
baixa.

Tórax Instável
 Lesão da caixa torácica
 2 fraturas em 2 costelas consecutivas

Quadro clínico
 Mecanismo de trauma
 MV reduzido
 Ruídos adventícios
 Dispnéia - SatO2 baixa- FR baixa
 Respiração/movimentação paradoxal de tórax

Tratamento
 Analgesia potente – pode usar bloqueio local também --> Evitar atelectasia
 Balança hídrico negativo
 Fisioterapia respiratória com ventilação positiva.

HEMOTÓRAX
Sangue no espaço pleural

Quadro Clínico
 MV reduzidos ou abolidos
 Percussão com Macicez
 Jugular colabada
 Rx: tórax velado
Conduta
 Drenagem torácica em selo d’agua
 Sell saver: pega o sangue que saiu e vai reinfundir

Hemotórax maciço
 > 1500 ml/24hrs
 > 200ml/h nas primeiras 2 a 4 horas
 Antes eram motivos de toracotomia

Toracotomia de urgência
 Pela estabilidade hemodinâmica do paciente.
 Indicações
o Hemotórax maciço
o Lesão torácica penetrante anterior com tamponamento cardíaco
o Feridas torácicas de grande dimensão
o Lesão de vasos nobres no tórax com instabilidade hemodinâmica
o Lesões traqueobrônquicas extensas
o Evidência de perfuração esofagiana de acordo com as indicações.

PNEUMOTÓRAX ABERTO
 Lesão aberta na caixa torácica --> entrada de ar pela ferida
 Lesão > 2/3 da luz da traqueia

Quadro clínico
 Mecanismo de trauma
 MV reduzidos/abolidos
 Hipertimpanismo

Conduta
 Curativo oclusivo de 3 pontas: válvula de escape --> na expiração ele abre.
 Drenagem torácica em selo d’agua em novo orifício.
 Tratamento da lesão de forma cirúrgica: toracotomia
TAMPONAMENTO, RUPTURA TRAUMÁTICA DE AORTA
RUPTURA DE AÓRTA TRAUMÁTICA
Lesão incompatível com a vida --> maioria

 Mecanismo de trauma: aceleração e desaceleração


o Rompimento no ligamento arterioso, que é fixo

Quadro Clínico
 Dor torácica
 Hipotensão permanente
 Taquicardia
 Raio-X: Super importante
o Alargamento de mediastino
o Outros sinais indiretos: perde o contorno da aorta, traqueia com desvio para direita,
brônquios fontes rebaixados do lado esquerdo. Cap apical na pleura esquerda
(derrame extrapleural apical). Pode ter fraturas também.

 TC helicoidal de tórax com contraste --> padrão outro!!!

Conduta
 ABCDE do trauma --> identificar lesões mais graves, essa lesão está contida.
o Manter PAM entre 60 a 70
o FC < 80
o Se possível!!!
 SEM toracotomia de reanimação --> somente para PCR em AESP!!
o Ferimentos torácicos penetrantes com presença de cirurgião habilitado
o Incisão anterolateral esquerda; oclusão da aorta torácica descendente, abertura do
pericárdio, massagem cardíaca direita, controle da hemorragia e reposição volêmica
intracardíaca.

TAMPONAMENTO CARDÍACO
 Trauma penetrante de tórax, raro em traumas contusos
 Zona perigosa de Ziedler
o Limites: Superior no ângulo de Lui (2º EIC ou no manúbrio), inferior no processo
xifóide, na altura da 10ª costela. Lateralmente borda lateral direita do externo e
linha axilar anterior esquerda.

Quadro clínico
 Dor torácica
 FC elevada
 Tríade de Beck
o Hipotensão
o Abafamento de bulhas cardíacas
o Jugular ingurgitada

Ultrassom FAST
 Líquido livre ao redor do coração

Tratamento no PA
 Punção de Marfan: agulha calibrosa, mirando para o ombro esquerdo à 45º e vai aspirando
até vir sangue.

Tratamento Definitivo
 Toracotomia anterolateral esquerda.
ATLS – CHOQUE
 Definição: estado de má perfusão tecidual --> periferia soferndo
 Má perfusão tecidual
o Redução de volume: volume sistólico
o Redução de débito cardíaco
o Hipotensão

Tipos
 Hemorrágico --> tipo de choque hipovolêmico
o Pode ser por desidratação --> é hipovolêmico
 Não hemorrágico
o Obstrutivo
o Cardiogênico
o Distributivo
 Séptico
 Neurogênico
 Anafilático

Hemorrágico - Hipovolêmico
 Mais comum no trauma
 Pré carga reduzida por redução de volume sistólico
 Redução do débito cardíaco
 Tratamento: reposição volêmica

Obstrutivo
 Causas:
o Pneumotórax hipertensivo/tamponamento cardíaco: coração não consegue
bombear sangue pelo aumento pulmonar ou sangue no pericárdio
o Tromboembolismo venoso: geralmente no pós trauma

Cardiogênico
 Problema na bomba
 No trauma: contusão miocárdica
o Fx/afundamento de esterno + hipotensão + arritmias

Distributivo
 Vasodilatação das arteríolas e vênulas periféricas --> distribuição importante do volume.
 Neurogênico --> nível de consciência mantido
 Séptico: muito raro no trauma, acontece bem depois por infecção
 Anafilático: medicação

Quadro clínico
 Paciente é quente --> pele quente, avermelhada, hiperemiada

CHOQUE HEMORRÁGICO
 Principal etiologia de choque hipovolêmico no trauma
 Pré carga: por redução de volume sistólico
 Redução do débito cardíaco
 Hipotensão

Classificação *** cai bastante em prova


 Classe I
o PA normal --> perda de até 15% da volemia (tipo doar uma bolsa de sangue)
o FC < 100
o FR 14-20
o Débito urinário > 30ml/hr
 Classe II:
o PA normal --> 15 – 20% da volemia
o FC 100-120
o FR 20-30
o Débito urinário: 20-30 ml/hr
 Classe III:
o Hipotenso!!! --> perdeu de 30-40% da volemia (1,5 a 2l de sangue)
o FC 120-140
o FR 30-40
o Débito urinário: 5-15 ml/hr
 Classe IV --> FR 140
o Hipotenso
o FR: >140
o FR >35
o Débito urinário: desprezível
 Na 10ª edição não tem números, é aumento e redução dos parâmetros

Tratamento
 Classe I
o Cristalóide
 Classe II:
o Cristalóide
o Considerar transfundir segundo o 10ªedição
 Classe III:
o Transfusão
 Classe IV --> FR 140
o Transfusão
o Protocolo de transfusão maciça
FONTE DE SANGRAMENTO
 Tórax
 Abdome
 Pelve e retroperitônio
 Ossos longos
 “chão”: meio externo

REPOSIÇÃO VOLÊMICA
Acessos
 Periférico é a primeira
 Central
 Intra óssea
 Dissecção de safena
Periférico
 2 acessos
 Calibros: abocat 14 e 16
 Antibital: local melhor
Dissecção da safena
 Maléolo medial --> 1 a 2 cm anterior e superior ao maléolo medial
Intra ósseo
 Excelente, principalmente para criança
 Precisa do material e técnica
 Geralmente feito no platô tibial, porção mais distal do fêmur, úmero ou esterno
 Pode correr de tudo nele (sangue, doragas vasoativas, tudo)
Acesso venoso central
 Soro, sangue correm mais devagar no acesso central
 Ideal são os periféricos mesmo
Solução Cristóide!!!
 Soro fisiológico
 Riger lactato aquecido a 39ºC
 Atualmente (10ª) primeiro 1L de solução, depois passa mais 1L
Resposta a infusão de volume
 Melhora dos parâmetros clínicos
 Mais importante é o débito urinário --> DIURESE
o Adultos: > 0,5 ml/kg/hr
o Crianças: > 1 ml/kg/hr
o Babys: > 2ml/kg/hrs
HIPOTENSÃO PERMISSIVA E TRANSFUSÃO
Protocolo de Transfusão Maciça - TPM
 > 10 concentrados de hemácias, associado à transfusão de plaquetas e plasma nas primeiras
24hrs do trauma
 Choque grave
 Classe IV --> > 40% da volemia perdida
 Ácido tranexâmico (transamin) --> antifibrinolítico prescrito até 3hrs após o trauma (grau III
e IV)
 Talvez não precise de tudo isso, mas preciso acionar o protocolo
 Complicações
o Acidose, metabólicas
o Hipocalcemia: nas bolsas de sangue tenho muito citrato
o Hipercalemia
o Alcalose metabólica
o Hipotermia: se não for sangue aquecido
Metas
 Melhorar parâmetros hemodinâmicos: FC, FR, PA --> não quero normais, e sim o suficiente
Hipotensão permissiva
 PAS +- 90mmHg --> se aumentar muito a PA eu rompo os coágulos que seguram o
sangramento
 TCE: NUNCA fazer hipotensão permissiva
o A meta é manter PAS acima de 100 para perfusão encefálica.

CHOQUE NEUROGÊNICO
 Estado de má perfusão periférica + lesão raquimedular
 Lesão precisa ser alta --> perda do tônus simpático
o Perda do Thanos simpático! --> lesão até T5/T6
 Redução da resistência vascular periférica

Quadro clínico
 Hipotensão
 FR: bradicardia ou normal
o Paciente quente

Tratamento
 Uso de drogas vasoativas --> para fazer vasoconstrição
o Noradrenalina!

Choque medular
 Alteração motora por trauma raquimedular
 Não tem hipotensão!
 Pode ser lesão baixa, pode não ser persistente.
ATLS – TRAUMA ABDOMINAL
Classificação
 A principal fonte de sangramento no choque hemorrágico por trauma é o abdome.
 Fechado/contuso
 Aberto/penetrante
o Facada (FAB)
o Tiro (FAF)
 Mais comum é o contuso (>75%)
o Lesão: víscera parenquimatosa --> órgão que tem parênquima: baço (mais lesado
em trauma contuso) e fígado são os principais, depois vem delgado.
 Em facada: maioria é lesão de fígado
 Tiro: maioria são lesões de tripa

Trauma abdominal contuso


 Acidentes automobilísticos: 75%
 Golpes diretos: 15%
 Quedas

Investigação
 Exames complementares:
o FAST:
o Lavado peritoneal
o Tomografia de abdome
 Escolho pela estabilidade hemodinâmica. Instável é fast e LPD (mesmas indicações) e
estáveis vão para tomo.

TRAUMA CONTUSO
Instáveis
 FAST
o Ultrassom onde pesquiso 4 janelas:
 Subxifoídea, para avaliar saco pericárdico
 Hipocôndrio direito: espaço hepatorrenal ou de Morrison
 Esquerda: espaço esplenorrenal
 Suprapúbico: em mulheres é o fundo de saco de douglas
o Exame fácil, rápido e acessível. Tem fácil reprodução --> 250-300 ml para identificar
o Não é invasivo! --> FAST + = laparotomia
o Desvantagens: operador dependente, baixa acurácia para vísceras ocas (pouco
líquido)
o Altamente sensível (pequenas quantidades de líquido no abdome)
o Pouco específico: não sei o que é o líquido
 LPD
o Mesma indicação do FAST, pode ser por punção ou aberto
o Não é muito fácil, é rápido e é acessível
o É um exame invasivo
o Contraindicação: cirurgião não é experiente. Cirurgia prévia, gestação e obesidade
são contraindicações relativas
 Ferimentos por arma de fogo, vítimas de FAB com peritonite, eviscerados e
peritonite em pacientes com trauma fechado.
o Paciente que vai para laparotomia e estáveis são contraindicações absolutas.
o Avaliação se é positivo
 > 10ml de sangue
 Bile, fezes, etc...
 Nada: infundir 1000 ml, misturar e aspirar 200ml
 > 100.000 hemácias por mm³
 > 500 leucócitos por mm³
o Desvantagens: é invasivo
o Vantagens: altamente sensível e específico.
o Não avalia retroperitônio
 Paciente instável com FAST ou LPD + ---> LAPAROTOMIA

Tomografia de Abdome
 Somente em pacientes estáveis
 Mais caro, requer infusão de contraste.
 Não invasivo
 Avalia tudo, inclusive retroperitônio e partes moles.

CONDUTA NO TRAUMA CONTUSO


Tomografia

Lesão esplênica

 Sinal de Kehr: sinal clínico clássico --> dor referida em ombro ou escápula.
 Tratamento conservador: estabilidade hemodinâmica, ausência de peritonite franca, lesões
até grau 3
 Grau 1: tranquila
o 1, 2 e 3: conduta expectante
o Grau 4: discussão
 Grau 5: avulsão do pedículo esplênico --> desvascularizei o baço
o Conduta cirúrgica
 A vacinação contra Pneumococo, Meningo e Haemophilus é mandatória após esplenctomias
--> realizada 14 dias após esplenectomia.
Lesão de Fígado

 Conservador: paciente estável e sem pritonite


 Grau 6: avulsão hepática, é o mais grave
 Nas questões
o Paciente bem, estável, boa perfusão, pouca dor e sem peritonite --> internar
paciente em UTI, Tratamento não operatório e coleta de Hb a cada 6 hrs, se cair é
sangramento. Mas se manter sem dor e Hb estável a conduta é expectante.
 Se tiver avulsão é tratamento cirúrgico
 Se tiver Blush arterial (extravasamento de contraste): tratamento
intervencionista!
 Tentativa de radiologia intervencionista ou embolização. Se falhar é
cirúrgico.

TRANSIÇÃO TORACOABDOMINAL E LÍQUIDO LIVRE


Tomografia
 Líquido livre + Sem lesão de víscera sólida
o Lesão de Delgado ou mesentério, pode ser lesão de serosa de bexiga ou alça
o Conduta --> as duas estão certas
 Laparoscopia
 Observação: exame físico seriado ou exames laboratoriais seriados (Hb,
leucocitose)

Lesão de transição toracoabdominal


 Abdome começa no 5º EIC anterior, ponta da escápula posterior, 6º EIC lateralmente
 Região do diafragma: lesão em 5º, 6º,7º e 8º EIC
 Exame para ver diafragma: nenhum!
o Rx: pode vir hérnia diafragmática
 Diagnóstico: mecanismo de trauma, rx sugestivo, bolha gástrica intratorácica ou presença de
alças no tórax, presença de SNG no tórax.
 Conduta: Laparoscopia ou Toracoscopia --> vias menos invasivas
o Posso marcar laparotomia caso não tenha outra opção.

CIRURGIA DE CONTROLE DE DANOS


Damage Control
 Gravidade extrema: corrida contra o relógio
o Tríade letal
o Trauma grave
o Múltiplas lesões

Tríade Letal
 Hipotermia
 Coagulopatia
 Acidose metabólica

Conduta
 Laparotomia abreviada
 Controle de sangramento: usa compressas (fígado), manobra de Pringel (compressão do
pedículo hepático), grampear alças para deixar sepultado (não vai ter trânsito intestinal).
 Controle de contaminação
 Envio para UTI
o Barriga aberta: bolsa de bogotá ou curativo estéril

Recuperação em UTI
 Estabilização
 Reoperação depois de estabilizar
o Limpeza de cavidade
o Anastomoses

Manobras cirúrgicas em trauma


 Manobra de Pringle (4): clampeamento do hilo hepático (veia, artéria e ducto biliar)
 Kocher (1): pego duodeno e pâncreas e faço uma mobilização medial deles para acessar a
cabeça do pâncreas, veia renal e grandes vasos. Útil no tumor de cabeça de pâncreas.
 Mattox (3): mobilizar o cólon da esquerda pro meio para acessar tronco celíaco, artéria
mesentérica superior.
 Cattel-Brash(2): colón da direita para meio, acessar veia renal, grandes vasos e estruturas
retroperitoneais.
SÍNDROME COMPARTIMENTAL
Etiologia
 Principal: trauma abdominal contuso
o Hemorragia
o Excesso de volume
o Múltiplas transfusões
 Abdome agudo grave
 Hérnias incisionais muito volumosas.

Clínica
 Abdome tenso
 Distensão abdominal
 Oligúria
 Dificuldade de ventilação
Classificação

 Só é síndrome compartimental: > 20 mmHg com disfunção orgânica


 Principais: neurológica (aumento da pic), redução da expansibilidade pulmonar (insuficiência
respiratória), infecção abdominal, isquemia, redução do débito cardíaco e choque.
 Rim: oligúria!!! Reduz a pressão de perfusão renal.

Diagnóstico
 Pressõa intraabdominal
o Sonda vesical de demora: mede pressão intravesical

Tratamento
 Analgesia
 Sedação
 Sondas
 Endoscopia ou colonoscopia descompressiva
 Laparotomia descompressiva!!!

TRAUMA PENETRANTE
FAF
 Conduta: cirúrgica
FAB
 Parede anterior: 25% não viola a cavidade abdominal
 Cirurgia
o Evisceração
o Chocado
o Peritonite

FAB em parede anterior


 Sem evisceração + sem peritonite + estável
o Exploração digital: colocar o dedo e ver se penetrou na cavidade, sob anestesia
 Sem penetração: sutura e alta
 Com penetração
 Internação com jejum
 Exame físico seriado por 24-48 horas
 Hb de 8/8hrs: se cair > 3 pontos eu opero
 Leucocitose (fezes na barriga): opero
o Peritonite, choque e evisceração também opero

Laparoscopia diagnóstica
 Em centros especializados (grandes centros)
 Equipamento disponível
 Laparoscopia não terapêutica
 Alta mais precoce é discutível

FAB em Flanco e Dorso


 TC computadorizada de abdome com triplo contraste (IV, oral e retal)

TRAUMA UROLÓGICO
Trauma de Uretra
Clínica

 Uretrorragia
 Retenção vesical
 Bexigoma palpável
 Próstata flutuante ou cefalizada
 Hematoma de períneo

******Anatomia --> Saber os diferentes nomes

 Uretra posterior/prostática/membranosa: ligada ao trauma pélvico


 Uretra anterior/bulbar: trauma contusa de pênis, fratura de pênis, queda cavaleiro, lesão
iatrogênica.

Diagnóstico
 Uretrocistografia retrógrada

Tratamento
 Nunca sondar!
 Cistostomia cirurgia ou percutânea
 Uretroplastia em segundo momento.

Trauma Vesical
 Relação com trauma contuso
 Classificação:
o Extraperitoneal: relação com fratura pélvica, fragmentos ósseos
 Conduta: sonda vesical de demora por 14 dias
o Intraperitoneal: contusão com bexiga cheia --> explosão da bexiga
 Contrate subindo entre as alças: em orelha de cachorro
 Conduta: laparotomia, rafia de bexiga

 Quadro clínico: hematúria franca


 Diagnóstico: cistografia retrógrada

Trauma renal
 Quadro clínico: hematúria
 Trauma em flanco ou lombar
 Diagnóstico: TC com contraste em 3 fases --> arterial, venosa e excretora.
o Mostra o grau da lesão renal
 Tratamento conservador em 90% dos casos
o Cirurgia só no grau 5, quando tenho avulsão.

COISAS QUE SÓ TINHA NA APOSTILA


TRAUMA PÉLVICO
 Compressão anteroposterior (fratura em livro aberto): 15-20%
 Compressão lateral: 60-70%
 Força de cisalhament0 vertical: 5-15%
 Rx de pelve: exame essencial

Instabilidade de Pelve
 Fixação com lençol ou cinta: temporária e irá reduzir o sangramento

Tratamento em Fratura de Pelve


 Tamponamento pré-peritonel (packing)
 Arteriografia com embolização: melhor exame para controle de sangramento arterial
 Fixação externa
TRAUMA PERINEAL
 Tratamento: limpeza --> desbridamento --> hemostasia --> tamponamento com compressas
--> colostomia/derivação de trânsito/transversostomia --> lavagem do coto distal --> aTB
sistêmico --> curativos programados

TRAUMA PANCREÁTICO
 Mecanismo clássico: acidentes de bicicleta com crianças, com trauma abdominal direto pelo
guidão em abdome superior.
o Porção proximal: cabeça + processo uncinado, à direita da v. mesentérica superior,
íntima relação com duodeno e colédoco.
o Porção distal: corpo + cauda, à esquerda da v. mesentérica superior, próxima ao
baço.
 Principal complicação pós-op: fístula pancreática.

DUODENO
 Mecanismo: acidentes de ciclieta com crinaças OU coice de cavalos em epigastro.
 Sinais radiológicos: gás em troperitônio delineando os rins.
 Condutas:
o Retropneumoperitônio: cirúrgica
o Contusão: jejum oral por 2 semanas

FRATURA DE CHANCE
 Fratura de vértebras toracolombares na horizontal, relacionada a lesão de duodeno ou
pâncreas --> Marca do cinto de segurança, precisa investigar.

SÍNDORME DO TANQUE
 Trauma provocado pela queda de um tanque de lavar roupas sobre uma criança. Epigástrio é
a região mais atingida (pâncreas e duodeno).

DELGADO
 Sinal do cinto de segurança tem uma correlação direta com trauma de delgado e trauma de
mesentério.
o Lesão pequena: rafia primária
o Lesão grande: ressecção e anastomose.
CÓLON E RETO
 Segmento mais afetado: transverso

TRAUMA DE GRANDES VASOS: HEMATOMA DE RETROPERITÔNIO


 Zona 1: linha média secundários a lesões de aorta ou de seus principais ramos -->
abordagem cirúrgica imediata
 Zona 2: localização lateral. Decorrentes de lesões de vasos renais ou do parênquima renal. --
> cirúrgico se FAF, cirúrgico quando expansão quando trauma fechado
 Zona 3: porção inferior do abdome. Secundários a fraturas pélvicas e lesão dos vasos ilíacos.
Pode fazer embolização ou packing pré-peritoneal.
ATLS – TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO
RESUMO
 Classificação de TCE de Acordo com Glasgow: leve (>/= 13), moderado (9-12), grave (</= 8)
 Fratura de base de crânio: sinal do guaxinim e sinal de Battle
 Conduta nos TCE graves: IOT, manter PA >100 mmHg, manitol e solução salina são
exceções. Hiperventilação profilática não deve ser utilizada, meta é mantes PaCO2 no
limite inferior da normalidade (PACO2 = 35 mmHg).
 Hematoma Extradural: artéria meningea média, osso temporal. TC com lente biconvexa.
Intervalo lúcido.
 Hematoma Subdural: veias ponte, alcoolista e idosos, TC em lua crescente, HIC
progressiva
 Concussão < 6 horas de coma, LAD > 6 horas de coma.
INTRODUÇÃO
Glasgow
 3-15
 Abertura ocular: 4
 Resposta verbal: 5
 Resposta motora: 6 --> maior correlação com gravidade

Quadro Clínico
 Mecanismo de Trauma
 Cefaleia
 Náuseas, vômitos
 Alteração da consciência
 Choque: TCE isolado não causa choque.

CLASSIFICAÇÃO E CONDUTA
Classificação
 Leve
 Moderado
 Grave

TEC Leve
 Quando pedir TC:
o Não tomografo paciente hipotenso --> instabilidade hemodinâmica
o Sinais de fratura de base de crânio: licorréia, sinal de Bettle, sinal do guaxinim
o Crepitação
o Paciente paraplégico, tetraplégico, perda de sensibilidade
o Pacientes que usam anticoagulantes --> alto risco de sangramento
intraparenquimatoso.
o > 65 anos
o Glasgow < 15 por mais de 2 horas
o > 2 episódios de Vômitos
o Perda da consciência por mais de 5 minutos
o Amnésia de 30 minutos antes do trauma
o Mecanismo de trauma: mais de 5 degraus, mais de 1 metro de altura, ejeção do
veículo

TCE moderado
 Observação
 TC
 Avaliação da neurocirurgia
TCE grave
 Internação sempre
 TC sempre
 Avaliação da neurocirurgia
 Esse paciente não protege via aérea --> Sempre intubar!

>/= 8 ou < 9 --> INTUBAR!!!

NEUROINTENSIVISVO E HIC
Fisiologia
 Doutrina de Monro-kellie

Qual o meu objetivo


 Evitar lesão secundária: salvar neurônios ao redor da lesão inicial
o Perfusão cerebral
 PPC = PAM – PIC
 Hipertensão intracraniana = isquemia
 PPC: 80 mmHg
 PIC normal: 5-15 mmHg --> prognóstico muito ruim quando > 20
o Objetivo: manter PAS >100 mmHg e SatO2 > 95 – 98%
 Paciente acima entre 50-69 anos PAS > 110 mmHg
o Cabeceira elevada e centrada (30-45º)
o Sedação -- > avaliada pela escala de RASS
 PIC muito elevada
o Manitol: diurético --> causa hipotensão
 Reduzir o edema
 Melhorar a HIC
 Opção é o NaCl
o Hiperventilação: faz hipocapnia, que leva a vasoconstrição cerebral --> redução de
O2 e aumento da isquemia!
Hiperventilação
 Hipocapnia moderada
 PaCO2 35 mmHg-> limite inferior da normalidade

LESÕES CEREBRAIS FOCAIS


 Focais
o Hematomas
o HSA
o Hemorragias intraparenquimatosas
 Difusas
o Contusão
o Lesão axonal difusa

Hematoma Subdural
 Região fronto temporo parietal --> 70% dos casos
 Mais frequente, em lua crescente
 Idoso e alcoólatra: parênquima cerebral menor --> presença de muitas veias em ponte que
podem romper
o Sangramento venoso --> queda, mecanismo de trauma difuso
 Mais relacionado a outras lesões --> mecanismo difuso

HEMATOMA E HERNIAÇÃO
Hematoma Extradural = epidural
 Lente Biconvexa, muito raro
 Mecanismo de trauma: lesão da região temporal --> localizado
 Ruptura da artéria meníngea média --> sangramento arterial
 Paciente perde a consciência na hora do trauma e tem redução posterior da
consciência/redução do estado geral
o Intervalo lúcido.
 Rapidamente fatal
 Outros achados de HIC: desvio de linha média, ventrículo desviado, apagamento dos sulcos,
desaparecimento das cisternas.

Hipertensão Intracraniana
 Piora neurológica
 Achados clássicos --> Tríade de Cushing (eminência de herniação)
o Bradicardia
o Hipertensão
o Bradpneia --> Insuficiência respiratória
 Midríase
o Soma dos 3 achados = morte iminente

Herniação do Úncus
 Hematoma --> compressão cerebral
 Uncus hernia pela tenda e comprime 3º NC (oculomotor) = midríase ipsilateral
 Empurra centro respiratório (Bulbo)
OUTRAS LESÕES CEREBRAIS
Contusões/Hematomas
 Frequentes: TCE grave, até 30%
 Frontais e temporais
 Mecanismo difuso
 Mecanismo de trauma: golpe e contragolpe
 Tratamento: maioria dos casos é expectante (tomografias seriada para avaliar se o
hematoma está expandindo) --> TC e UTI

Concussão Cerebral
 Paciente desmaia --> Déficit Transitório < 6 horas!
 Difusa: pode ter amnésia, pode ser grave
 TC costuma ser normal
 Tratamento: geralmente é suporte
 Coma > 6 horas, não é concussão

Lesão axonal difusa


 Difusa, coma maior do que 6 horas
 Mecanismo de trauma: estiramento neuronal por rotação da cabeça.
 Pode ser leve ou levar ao óbito, pode ser coma de horas a anos.
 Imagem: TC ou RM --> RM é melhor. Alterações interemisféricas, no corpo caloso
o Geralmente normal
o Petéquias núcleos da base
o Petéquias no corpo caloso
 Tratamento de suporte.

MORTE ENCEFÁLICA
ATLS – TRAUMA VERTEBRAL
ATENDIMENTO INICIAL
 Lesão de baixa mortalidade e alta morbidade
 Lesões associadas: TCE, TRM e cervical
o Até 10% dos TRM tem acometimento de mais de um seguimento e até 25% das veze
tem TCE associado.

Atendimento Inicial
 Prioridade: ABCDE
 Todo paciente politraumatizado tem que ser tratado como possível fratura de coluna.
o Imobilização cervical: colar + headblock ou algo mais
 Prancha rígida por até 2 horas

Dispensa do exame --> glasgow 15, conscientes, sem outra dor, EF normal

Tirar o colar!

Avaliação
 Padrão outro: TC de cervical
 Maioria: raio-x em perfil --> avaliar alinhamento e presença de deformações estruturais
o Garantir a visualização das 7 vértebras cervicais.

 Complemento: Raio-x transoral --> relação entre dente de C2 e o Atlas.


o Aumento do espaço entre o atlas e dente de C2 alargado: fratura de Jefferson -->
após trauma axial, explode C1, com afastamento de todos os corpos e consequente
afastamento do corpo do atlas
Dermatomos
 Marcos:
o C4 é ombro
o C6 dedão
o T4 é mamilo
o T8 é porção do xifóide
o T10 é umbigo
o T12 é sínfise púbica
o L3 joelho

Miótomos
 C4 – deltoide
 T1 - abdução dos dedos
 T4 – todo o terreno da parede anterior do abdome
 L1 - flexão da coxa
 L3 - extensão da perna

Choque neurogênico
 Lesão cervical alta --> é um choque hemodinâmico
 Destruição das fibras simpáticas --> redução do tônus simpático
o Bradicardia
o Vasodilatação periférica enorme --> perda da resistência vascular periférica.
o Choque distributivo
 Tratamento: Volume + Droga Vasoativa

Só na apostila:

Bexiga neurogênica
 Lesão de fibras entre S2 e S4: total flacidez vesical e micção apenas por transbordamento.
 Tratamento: cateterismo vesical intermitente

Lesões específicas
 Síndrome da secção medular: tetraplegia, perda de sensibilidade e motricidade abaixo da
região afetada, perda dos reflexos tendinosos e disfunção retal.
 Síndrome centromedular: perda desproporcional de força muscular nos membros
superiores com relativa preservação motora nos membros inferiores, associada a perda
variável de sensibilidade. Idosos.
 Síndrome medular anterior: paraplegia abaixo da lesão com perda da sensibilidade térmica
e dolorosa. Retropulsão do disco ou fragmentos do corpo vertebral para o interior do canal.
 Síndrome de Brown-Sequard (hemissecção): perda motora e proprioceptiva ipsilateral com
perda de sensibilidade dolorosa e térmica contralateral.

Fraturas específicas
 Fratura do processo odontoide: dividas em I, II, III

 Fratura do enforcado: fratura bilateral dos pedículos de C2 devido À hiperextensão


associada à distração do corpo de C3
 Fratura de Chance: do cinto de segurança. Fratura toracolombar associado a colisões
automobilísticas e uso de cinto de segurança abdominal.
ATLS – QUEIMADURAS
PRECISA SABER
Fisiopatologia
 *Choque da queimadura: causa o aumento da permeabilidade vascular, por isso se deve
evitar a administração de coloides nas primeiras 24 horas.
 Risco de infeção de foco pulmonar e cutâneo
 Hipercatabolismo: resposta metabólica ao trauma
 As prioridades são iguais ao ATLS: A – avaliar rouquidão, estridor e nível de consciência, B
- complicações respiratórias, C – acesso e reanimação volêmica, D - disfunção neurológica,
E - exposição.
 Garantir via aérea precocemente em casos de lesão por inalação
 Decidir se necessita de atendimento em centros especializados em tratamento de
queimados (CETQs) e definir “grande queimado”.
 Classificação da queimadura: 1º, 2º e 3º graus
 Reposição volêmica: regra dos 9 e fórmula de Parkland
 Complicações, como IRA, insuficiência respiratória, síndrome compartimental e
gastrointestinais
INTRODUÇÃO
 Paciente chegou queimando: segurança do profissional e depois salvar o paciente
 É trauma --> abcde
o Primeira coisa: ver via aérea --> inalação de gases fazem queimaduras internas
o Ar quente queima a via aérea quando em lugares fechados - suspeição de
mecanismo de trauma. Suspeitar em queima de rosto e pescoço, pelo do nariz,
tossindo carvão, paciente rouco ou com dificuldade respiratória.
o Conduta: Intubação orotraqueal!
 Edema de pregas vocais --> depois de umas horas não consigo intubar e
precisa ir pra crico de urgência

CLASSIFICAÇÃO
 Alguns autores consideram até 4º grau, mas são poucos

]1º GRAU
 De sol
 Eritema com dor
 Superficial – pega só epiderme
 Uso de hiddratação e analgésico
 Não contabiliza na fórmula!

2º GRAU
 Flictena – se tiver bolha é 2º grau
 Pode ser superficial ou profunda
o Superficial lembra 1º grau
 Pega epiderme e derme superficial
 Camada papilar da derme, rose úmida
 Regeneração em 21 dias --> sem tratamento específico, só cuidados locais
o 2º grau profunda
 Epiderme e derme profunda
 Pega a camada reticular
 É pálida, seca
 Tem cicatrização/fibrose --> esteticamente feio
 3 – 9 semanas para recuperação
 Tratamento: enxertia

3º GRAU
 Espessura total
 Epiderme, derme e subcutâneo
 Aspecto de couro --> é dura
 Indolor!
 Tratamento: enxertia
REPOSIÇÃO VOLÊMICA E PARKLAND
REGRA DOS 9

Fórmula de Parkland
2 ml x SCQ x Peso
 Queimadura elétrica é 4 ml, na 9ª edição era 2-4 ml
 2 ml de Ringer lactato!
 50% em 8 horas da queimadura
 50% nas demais 16 horas
 Incluir volume pré hospitalar

Avaliar a resposta da reposição


 Débito urinário!
o Adulto: 0,5 ml/kg/hr
o Criança: 1,0 ml/kg/hr
o Elétrica: > 1,0 ml/kg/hr

TRANFERÊNCIA E CUIDADOS
Onde tratar:
 1º grau: analgesia e hidratação
Centro de Queimados
 2º grau > 10% da superfície corpórea
 3º grau
 Áreas nobres: face, articulações, extremidades, períneo
 Queimaduras diferentes: elétricas, químicas
 Lesão por inalação: rouquidão, face, trauma junto

Como tratar?
 Água corrente
 Apagar fogo
 Remover roupas, anéis
 Analgesia
 SF 0,9% aquecido para evitar hipotermia
 Limpeza e desbridamento da pele morta
 Curativo vaselinado
 Profilaxia para tétano

ATB sistêmico profilático


 Não fazer!!!

ATB tópico
 Grande queimado
o Sulfadiazina de prata
 Neutropenia
o Mafenide
 Acidose metabólica

COMPLICAÇÕES
 Diretamente proporcional ao tamanho
 Infecções
 IRA
 Síndrome compartimental
 Gastrointestinais

Infecção
 Pneumonia é mais comum
 ITU
 Cutânea: muito comum
 Não tem ATB sistêmico profilático!

IRA
 Elétrica: choque queima musculo, faz rabdomiólise e libera mioglobina que faz necrose
tubular aguda
 Para evitar: urinar muito --> infusão venosa maior, usar 4 ml na fórmula de parkland

4xSCQxpeso

 Avalio diurese: > 1,0 ml/kg/hora


Síndrome compartimental
 Só tenho na queimadura circunferencial de 3º grau
 Insuficiência respiratória quando em tórax --> pele fica encouraçada
o Compressão mecânica
o Prevenção: escarotomia!
 Cortar somente a escara - pele
 Fasciotomia: fáscia ao redor do músculo, como dou muito volume o músculo expande. Além
disso o paciente perde muito líquido para o espaço intersticial. Isso causa compressão de
artérias e veias, gerando dor desproporcional
o Tratamento: fasciotomia --> corto fáscia muscular

Gastrointestinal
 Úlcera gástrica de estresse: profilaxia com bloqueadores H2 ou IBP
 Íleo adinâmico
 Síndrome de Ogilvie
 Colecistite alitiásica

Úlcera de Marjolin
 Carcinoma de células escamosas na cicatriz da queimadura

Queimadura Química
 Lavagem exaustiva, com água fria e corrente
ATLS – TRAUMA DE FACE E PESCOÇO
Trauma de Face
 Baixa gravidade: desprovida de estruturas vitais
 Relacionada a comprometimento da via aérea e lesões encefálicas
 Prioridade: ADCDE
 Diagnóstico: anamnese e exame físico --> edema dificulta bastante
o Padrão ouro: TC com cortes finos
o Lesões muito deformante e mutilantes

***Classificação de Lefort
 Para lesões ósseas
o I: disjunção dentoalveolar: traço de fratura reto na maxila
o II: fratura piramidal --> pega maxila, sobe pelo zigomático, pega o assoalho da orbita
e se comunicação da junção fronto-nasal
o III: Disjunção craniofacial --> disjunção fronto-nasal, zigomática e maxilar.

Tratamento
 Maioria: após 30 dias para regressão do edema

Trauma de pescoço
 Região pequena, curta e com muitas estruturas vitais.
 Alta mortalidade: até 20%

***Zonas do pescoço
 Zona 1:
o Grandes vasos, trato aéreo digestivo
o Alta mortalidade, mais raro de ter lesão
o Difícil acesso --> precisa de toracotomia
 Zona 2:
o Etnre cartilagem cricóide e ramo da mandíbula
o Alta prevalência --> presença de vasos e trato aéreo/digestivo
o Fácil acesso
 Zona 3:
o Começa no ramo da mandíbula e vai até o crânio.
o Tem vasos muito importantes --> começam a aparecer os ramos nervosos que
emergem da coluna e as glândulas salivares.

Tratamento
 Prioridades: ABCDE
o Cuidado com via aérea e lesões sangrantes --> choque

Abordagem imediata --> sangramento ativo, hematoma em expansão, ferida soprante, enfisema
subcutâneo e estridor respiratório.

Avaliação
 Vasos: angio TC ou USG doppler
 Via aérea: laringoscopia ou broncoscopia
 Via digestiva: EDA ou Esofagograma constrastado
 Lesões de zona 3: pode dispensar a avaliação da via aérea ou digestivas, mas associar TC de
crânio para avaliar traumas crânio encefálicos.

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