Cristin Ditchfield - Guia Da Bíblia para A Família

CHRISTIN DITCHFIELD
Guia da Bíblia
para a
fam ília
U m a diretriz a pais e professores
sobre c o m o ensinar as Escrituras
CHRISTIN DITCHFIELD
Guia da Bíblia
para a
fa m ília
Uma diretriz a pais e professores
sobre como ensinar as Escrituras
GERÊNCIA EDITORIAL A Family Guide to the Bible Copyright © 2009 by Christin Ditchfield
E DE PRODUÇÃO Published by Crossway a publishing ministry of Good News Pub-
Jefferson Magno Costa lishers Wheaton, Illinois 60187, U.S.A. This edition published by
arrangement with Crossway. All rights reserved.
Copyright © 2015 por Editora Central Gospel.
COORDENAÇÃO
EDITORIAL
Michelle Candida Caetano
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
COORDENAÇÃO
DE COMUNICAÇÃO
E DESIGN
Autora: DITCHFIELD, Christin
Regina Coeli Título em português: Guia da Bíblia para a família: uma diretriz a
pais e professores sobre como ensinar as Escrituras
TRADUÇÃO Título original: A Family Guide to the Bible
Viviane Andrade Rio de Janeiro: 2015
392 páginas
TRADUÇÃO DE MAPAS ISBN: 978-85-7689-430-8
Paulo Pancote 1. Bíblia - Vida Cristã I. Título II.
REVISÃO
Maria José Marinho
Paulo Pancote
Queila Memória As citações bíblicas utilizadas neste livro foram extraídas da
Welton Torres Versão Almeida Revista e Corrigida (ARC), salvo indicação es
pecífica, e visam incentivar a leitura das Sagradas Escrituras,
CAPA
É proibida a reprodução total ou parcial do texto deste livro por
Eduardo Souza
quaisquer meios (mecânicos, eletrônicos, xerográficos, fotográ
ficos etc.), a não ser em citações breves, com indicação da fonte
DIAGRAMAÇÃO bibliográfica.
Eduardo Souza
Raquel Frazão Este livro está de acordo com as mudanças propostas pelo nove
Acordo Ortográfico, que entrou em vigor a partir de janeiro de 2009.
IMPRESSÃO E
ACABAMENTO
Stamppa
1a edição: Julho/2015
Editora Central Gospel Ltda

Estrada do Guerenguê, 1851 - Taquara
Cep: 22.713-001
Rio de Janeiro - RJ
TEL: (21)2187-7000
www.editoracentralgospel.com
Aos pais em todo lugar, que têm a confiança de que o amor
pela Palavra de Deus é a coisa mais importante que podem en
sinar aos seus filhos — e que têm a coragem de pedir ajuda
quando precisam.
Que Deus abra seu coração e sua mente para todas as ma
ravilhas de Sua Palavra, dando-lhe toda sabedoria, inspiração e
criatividade de que você precisa para compartilhá-las com seus
filhos de um modo que a vida deles seja impactada por toda a
eternidade.
CONTEÚDO
Introdução.......................................................................................7
1. A história da Bíblia: De onde ela veio?....................................... 11
2. A autoridade da Bíblia: Podemos confiar nela?......................... 19
3. A mensagem da Bíblia: Do que se trata?...................................24
4: O Antigo Testamento: Livro por livro........................................ 41
5. O Novo Testamento: Livro por livro.........................................220
6. Como estudar a Bíblia............................................................. 340
Escolhendo uma tradução
Usando um dicionário bíblico, uma enciclopédia e uma concordância
Dicas para o estudo pessoal da Bíblia
Dicas de estudo para devocionais emfamília
Planos de leitura da Bíblia
7. Onde você encontrará na Bíblia.............................................. 354
Histórias do Antigo Testamento que todos deveríam conhecer
Histórias do Novo Testamento que todos deveríam conhecer
Heróis da Bíblia
Heroínas da Bíblia
Heróis da Bíblia: crianças e adolescentes
Os milagres deJesus
Os ensinos deJesus
Versículos para ajudá-lo a celebrar osferiados
Versículos para ajudá-lo a compartilhar suafé
l ersículos para ajudá-lo a guardar seu coração
I ersículos para ajudá-lo a encarar seus temores
O que a Bíblia diz sobre o céu
6 GUIA DA BÍBLIA PARA A FAMÍLIA
8. Mapas das terras bíblicas.....

Do Egito à Terra Prometida
Doze tribos de Israel
O Reino de Israel
O Reino dividido: Israel eJudá
A Palestina no tempo deJesus
As igrejas do Novo Testamento
As terras da Bíblia hoje
9. Descubra mais 384
INTRODUÇÃO
uando você abre as páginas da Bíblia pela primei

ra vez, você pode ter uma experiência emocionan
te. Dentro dela, você encontra histórias incríveis que
capturáflft-sua imaginação, personagens extraordinários que to
cam seu coração, verdades poderosas que o desafiam e inspiram,
palavras que parecem ganhar vida e saltam das páginas!
Mas, chegar à Bíblia também pode ser confuso. Podemos
sentir-nos sobrecarregados e intimidados inclusive. Afmal de
contas, ela foi escrita em um tempo muito diferente (milha
res de anos atrás), em um lugar muito diferente (a milhares de
quilômetros daqui), em uma cultura completamente estranha à
nossa. Se você não cresceu em um lar onde foram ensinados to
dos os melhores pontos da teologia bíblica - e mesmo que tenha
sido - você pode achar que há grandes lacunas em sua base de
conhecimento, lacunas que tornam sua leitura verdadeiramente
difícil, quanto mais explicá-la aos seus filhos ou netos, à sua clas
se da Escola Dominical ou às crianças no grupo da igreja.
Ainda assim, é crucial que tentemos explicá-la, e tentemos
novamente e tentemos de novo. Porque, por um lado, a Bíblia
GUIA DA BÍBLIA PARA A FAMÍLIA
t o livro mais influente e mais lido na história do mundo. Estar

familiarizado com seu conteúdo é parte de ser um indivíduo
bem-educado, atualizado e que lê bem. O mais importante: as
verdades da Bíblia são atemporais - e ainda são tremendamente
relevantes para hoje. A Bíblia conta-nos quem Deus é, como
Be é, porque nos criou e o que Ele espera de nós. Ela revela-nos
o pecado do nosso coração —o orgulho, o egoísmo, a rebelião
—e apresenta-nos o Salvador que pode livrar-nos e ajudar-nos a
sermos tudo o que devemos ser.
Literalmente, há disponíveis a nós, hoje, centenas de co
mentários bíblicos, livros e enciclopédias, todos fabulosos, es
critos por estudiosos da Bíblia. E, se você tem tempo e disposi
ção, pode passar horas mergulhado em suas páginas, aprendendo
todo tipo de fatos e de informações fascinantes. Infelizmente,
porém, tempo é algo que não temos muito. Francamente, o
pensamento de navegar entre essas narrativas épicas com cente
nas de páginas pode ser tão assustador quanto a tarefa original.
Pode-se falar acerca da sobrecarga de informação!
O Guia da Bíblia para afamília foi escrito para ajudar os ocu
pados pais, avós e professores com o básico: o que está na Bíblia,
onde encontrar e como tudo se encaixa. Ele tem a intenção de
ser simples, agradável à família e fácil de compreender e seguir.
Esperamos que, um dia, você tenha tempo para pesquisar mais
detalhadamente em outros recursos e outros livros de referência.
Mas, este é um lugar para começar, o primeiro passo de uma
longa jornada —uma grande aventura de fé!
Os três primeiros capítulos do Guia da Bíblia para afamília
lhe darão um pouco de informação de pano de fundo. A história
da Bíblia explica como nós conseguimos o livro que temos em
INTRODUÇÃO 9
mãos hoje. A autoridade da Bíblia discute como sabemos que

podemos confiar nela. Por fim, A mensagem da Bíblia provê uma
visão geral da maior história já contada, do Gênesis ao Apoca
lipse — do começo ao fim.
A seguir, olharemos brevemente para o que está em cada
um dos 66 livros que compõem o livro que chamamos de Bí
blia. Quem escreveu esse livro em particular? Quando e onde?
Quais eram as ênfases? O que temos de saber? Você encontrará
tudo aqui.
A última seção oferece todas as dicas e sugestões práticas so
bre como escolher uma tradução, como usar uma concordância
ou enciclopédia bíblica e como organizar seu próprio estudo
bíblico e/ou devocionais em família.
Há planos de leitura bíblica, mapas, quadros e listas de textos
bíblicos que lhe dizem onde encontrar histórias bíblicas familia
res ou versículos que abordam temas específicos, tais como O
que a Bíblia diz sobre o céu.
É o desejo do meu coração e a minha oração
que o Cuia da Bíblia para a família seja verdadeiramente uma
benção, uma ferramenta de ajuda para você e sua família, e que
você possa conhecer Jesus Cristo mais profunda, pessoal e po
derosamente por meio das páginas da Palavra de Deus.
Christin Ditchfield
1
A HISTORIA
DA BÍBLIA
D e onde ela veio?
E temos, mui firme, a palavra dos profetas.. .mas os

homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espirito Santo.
2 Pedro 1.19,21
A palavra Bíblia vem da palavra grega biblios, que significa

/ ■ A livro. Os Cristãos, muitas vezes, referem-se a esse livro
J L _jL.como a Palavra de Deus, porque acreditamos que ela
seja a Palavra de Deus literalmente, a Sua mensagem, ou, como
dizem alguns, a Sua carta de amor à humanidade. Cada capítulo,
cada mensagem, cada palavra das Escrituras foi inspirada pelo
próprio Deus.
Mas, como ela chegou a nós? Como chegamos ao livro que
seguramos em nossas mãos hoje? Ele simplesmente caiu do céu
um dia? Foi entregue à porta de alguém por um mensageiro
angelical?
12 GUIA DA BÍBLIA PARA A FAMlLIA
A Bíblia foi escrita, na verdade, durante um período de mais

de 1.500 anos, por 40 autores diferentes. Deus falou a esses ho
mens e eles escreveram o que Ele disse. Ele direcionou, motivou
e moveu-os a escrever - e eles responderam empunhando suas
canetas. Inspirados pelo Espírito de Deus, esses homens registra
ram a história do povo do Senhor, Seus mandamentos e decre
tos, Suas orações e poesias, bem como canções de louvor, cartas
de encorajamento e de instrução e profecias das coisas por vir.
Inicialmente, essas palavras foram escritas em tábuas de pedra e
de barro; mais tarde, em pergaminhos feitos de papiro (fibra de
plantas) e velino (pele de animal).
Com o tempo, quando os novos pergaminhos —novas pa
lavras - foram adicionados, eles foram reunidos e mantidos em
lugares de honra nos templos, nas sinagogas e nas igrejas para
serem apanhados e lidos durante os cultos de adoração e as
cerimônias especiais. As congregações locais dos crentes con
sideravam-nos muito valiosos. Os rolos também foram cuida
dosamente copiados à mão por escribas e estudiosos, os quais,
então, passavam-nos para outras comunidades, culturas e outros
países através das eras. Por fim, os estudiosos criaram um sis
tema para organizar os pergaminhos tanto em categoria como
em ordem cronológica. Eles dividiram as Escrituras em seções
—livros, capítulos e versículos —que não apenas tornaram mais
fácil encontrar passagens específicas e estudá-las, mas também
facilitaram a verificação e a reverificação para evitar erros nas
cópias.
Por volta do ano 400 d.C., documentos diferentes estavam
circulando entre as igrejas, cada um deles professava ser a Sa
grada Escritura. Os maiores líderes da Igreja, os historiadores
religiosos e os estudiosos da Bíblia daquela época uniram-se
A HISTORIA DA BlBLIA - DE ONDE ELA VEIO? 13
para uma série de concílios da Igreja. Seu objetivo foi determi

nar quais desses escritos eram verdadeiramente dignos de serem
considerados Escrituras Sagradas - aqueles que eram os mais
respeitados, os mais bem considerados, aqueles que podiam ser
verificados como autênticos, os que eram consistentes com o
ensino bíblico estabelecido. Eles consideravam o testemunho
externo (o que os outros pensaram desses livros ao longo da
história) e o testemunho interno (o que os livros diziam acerca
de si mesmos e dos outros). E esses líderes da Igreja oraram.
Oraram fervorosamente para que o próprio Deus guiasse-os e
desse-lhes sabedoria e discernimento.
Quando a discussão acabou, o conselho da Igreja estabele
ceu o que é conhecido como cânon bíblico — uma coleção de
livros, cada um dos quais havia sido reconhecido por atender a
certo padrão ou critério específico. Esses mesmos livros com
põem a Bíblia que lemos hoje.
Há 66 livros individuais na Bíblia, os quais estão dividi
dos em duas seções chamadas testamentos. A palavra testamento
significa pacto ou acordo — como em um contrato legalmen
te celebrado. O Antigo Testamento é o pacto de Deus ou Seu
compromisso com a humanidade desde a criação até a queda
de Israel (quando essa deixou de ser uma nação independente
e o povo foi mandado para o exílio), aproximadamente 1.500
a.C — 400 a.C. Há 39 livros no Antigo Testamento, a maioria
deles está escrita em hebraico, e eles estão organizados em cin
co categorias diferentes: os livros da Lei (também conhecidos
como Lei de Moisés ou A Tora), os históricos, os poéticos e os
de sabedoria, os profetas maiores (livros maiores) e os profetas
menores (livros menores).
Figura 1.1 — O Antigo Testamento
Os livros da Lei 2 Crônicas Daniel

Gênesis Esdras
Profetas menores
Êxodo Neemias
Oseias
Levítico Ester
Joel
Números
Poéticos e de sabedoria Amós
Deuteronômio
Jó Obadias
Históricos Salmos Jonas
Josué Provérbios Miqueias
Juizes Eclesiastes Naum
Rute Cântico dos Cânticos Habacuque
1 Samuel Sofonias
Profetas maiores
2 Samuel Ageu
Isaías
1 Reis Zacarias
Jeremias
2 Reis Malaquias
Lamentações
1 Crônicas
Ezequiel
Os livros do Antigo Testamento são, algumas vezes, mencio

nados como as Escrituras Judaicas, pois — junto com a tradição
rabínica (comentários e ensinos feitos por líderes religiosos sobre
as Escrituras) — eles são a fundação da fé judaica. Judeus devotos
ainda estudam e reverenciam esses livros, bem como observam
essas leis até hoje.
400 anos depois que o último livro do Antigo Testamento foi
escrito, o Novo Testamento retoma a história com o nascimento
de Jesus, o Messias esperado há muito tempo, o libertador cuja
vinda fora prevista pelos profetas da antiguidade. O Novo Testa
mento é o novo pacto de Deus ou o compromisso com Seu povo
—um cumprimento das promessas feitas no velho pacto. Havendo
Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais,
pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho, a quem
constituiu herdeiro de tudo, por quemfez também o mundo (Hb 1.1,2).
Os 27 livros do Novo Testamento foram escritos em grego
originalmente, em algum momento entre 48 d..C. e 95 d..C.,
A HISTÓRIA DA BÍBLIA - DE ONDE ELA VEIO? 15
eles foram distribuídos em cinco categorias: Evangelhos, histó

rico, cartas de Paulo (cartas escritas pelo apóstolo Paulo), cartas
gerais (cartas escritas por outros apóstolos ou discípulos de Je
sus) e profético.
Figura 1.2 — O Novo Testamento
Evangelhos Efésios 1 Pedro

Mateus Filipenses 2 Pedro
Marcos Colossenses 1 João
Lucas 1 Tessalonicenses 2 João
João 2 Tessalonicenses 3 João
Histórico 1 Timóteo Judas
2 Timóteo
Atos dos Apóstolos Profético
Tito
Cartas de Paulo Apocalipse
Fiiemom
Romanos
Cartas gerais
1 Coríntios
2 Coríntios Hebreus
Gálatas Tiago
Com o passar dos anos, alguns cristãos concluíram errone

amente que não há necessidade de estudar o Antigo Testamento
porque ele é “velho” e, portanto, (supostamente) não é mais vá
lido. Nós não vivemos sob a Lei de Moisés ou sob as regras e os
regulamentos estabelecidos em Levítico. Não estamos sujeitos
aos termos do velho pacto, mas do novo. Entretanto, o próprio
Jesus corrigiu este mal entendido ou má aplicação da verdade
quando disse: Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não
vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o
céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que
tudo seja cumprido (Mt 5.17-18).
Como alguém observou:
O Novo está encoberto no Antigo; o Antigo está revelado
no Novo.
Os autores do Novo Testamento citam o Antigo Testamen

to, literalmente, centenas e centenas de vezes —alguns estudiosos
chegaram a identificar duas mil passagens comparativas! Em Sua
pregação e Seu ensino, Jesus citou, pelo menos, 22 livros dife
rentes do Antigo Testamento.
Tudo o que o Antigo Testamento ensina-nos sobre quem
Deus é e o que Ele exige de nós é absolutamente válido ainda.
Seu plano e Seu propósito maior para a humanidade ainda é o
mesmo. Além disso, a cristandade nasceu do judaísmo. Saber sua
história é compreender nosso presente e nosso futuro. Então,
o Antigo e o Novo Testamentos têm tremendo valor para os
seguidores de Jesus hoje.
Quando os concílios da igreja reuniram-se no início para
estabelecer o cânon bíblico, houve alguns escritos da era do
Antigo Testamento e do Novo Testamento que eles escolheram
não incluir —livros cuja autoria não podia ser verificada e cujo
conteúdo não poderia ser autenticado e livros que não eram
historicamente considerados Escrituras pelos judeus nem pelos
líderes religiosos cristãos. Séculos mais tarde, a Igreja Católica
Romana decidiu incluir alguns desses na Bíblia Católica. Os
protestantes referem-se a eles como Apócrifos (Apócrifo, origi
nalmente, significa escritos secretos ou escondidos e muitos desses
textos têm um tom místico). Os católicos romanos chamam-nos
de deuterocanônicos ou livros do segundo cânon.
Figura 1.3 - Os livros apócrifos ou deuterocanônicos
Tobias Baruque
Judite Adições ao livro de Daniel
Adições ao livro de Ester
Sabedoria de Salomão 1 Macabeus
Eclesiástico 2 Macabeus
A HISTÓRIA DA BÍBLIA - DE ONDE ELA VEIO? 17
Durante a Idade Média, a Bíblia grega e hebraica foi tradu

zida para o latim. Os monges, os quais viviam em monastérios,
devotavam sua vida a fazer cópias da Bíblia da única maneira que
podiam - à mão! Era um trabalho doloroso. Levaram anos para
criar uma única cópia das Escrituras Sagradas, do início ao fim.
Consequentemente, as cópias da Bíblia eram valiosas, preciosas
e raras. Somente os indivíduos mais ricos - bispos, reis e rainhas
- podiam possuir uma Bíblia. Uma igreja local ficaria feliz se
tivesse apenas uma cópia para a congregação compartilhar. Seria
colocada em exposição e somente o sacerdote sabia o suficiente
de latim para poder lê-la.
Do ano 1300 d.C. ao 1500 d.C., um punhado de estudiosos
da Bíblia, corajosos e dedicados, começou a traduzir as Escrituras
para a “linguagem do homem comum” —inglês, francês ou ale
mão, dependendo de sua nacionalidade. Esses estudiosos acredita
vam que todos, e não uns poucos privilegiados apenas, deveríam
ter acesso às verdades poderosas, que podiam transformar vidas,
contidas na Bíblia para eles mesmos. Os esforços dos tradutores
foram muito ajudados pela invenção de Johannes Gutenberg, a
imprensa, que revolucionou o processo de publicação de livros
- nada mais de copiar página após página à mão! (A Bíblia de
Gutenberg foi impressa em 1455). Entretanto, esses estudiosos da
Bíblia, muitas vezes, achavam-se no meio de disputas políticas,
quando líderes eclesiásticos corruptos opunham-se ao trabalho
deles e tornavam-no ilegal. Se as pessoas comuns pudessem ler
a Bíblia por si mesmas, poderíam desafiar a autoridade da Igreja
Romana e questionar alguns de seus ensinos duvidosos (e anti-
bíblicos!). Muitos tradutores da Bíblia foram falsamente acusados
de heresia, torturados e mortos por seu compromisso com as Es
crituras, incluindo WilhamTyndale,“o Pai da Bíblia em inglês”.
18 GULA. DA BÍBLIA PARA A FAMÍLIA
Por volta do ano 1600 d.C., o rei James comissionou um

grupo de 54 estudiosos da Bíblia para criar uma tradução para o
inglês que tivesse autoridade, que fosse fidedigna e moderna. Ela
foi publicada pela primeira vez em 1611 e tornou-se conhecida
como a versão “autorizada” ou versão King James. Por mais de
300 anos, ela foi considerada a Bíblia da língua inglesa.
O século 20 trouxe avanços em tecnologia, novas desco
bertas arqueológicas e informações, bem como um renovado
interesse pela tradução bíblica. Hoje, temos dezenas de tradu
ções e paráfrases contemporâneas (para mais informações, veja
Escolhendo uma tradução, na página 340). A Bíblia foi traduzida
para dois mil outros idiomas, aproximadamente.
Infelizmente, ainda existem cerca de quatro mil grupos de
povos que não têm acesso à Bíblia em sua própria língua, e ainda
há países e culturas hostis à fé cristã nas quais o simples fato de
possuir uma Bíblia é uma ofensa capital.
O reverendo Billy Graham disse uma vez que, talvez, uma
tragédia ainda maior seja o fato de que a Bíblia permanece um
“livro fechado” para milhões de pessoas, talvez seja “porque elas
não a leem ou porque leem-na sem aplicar seus ensinos em si
mesmos... A Bíblia precisa ser aberta, lida e crida”1.
Precisamos lembrar-nos do incrível privilégio que é segu
rar a própria Palavra de Deus em nossas mãos, Sua mensagem,
Sua carta de amor para nós —para que possamos lê-la sozinhos,
aprendendo a compreendê-la e aplicando-a em nossa vida hoje.1
1. Citado em: MEAR.S, Henrietta C. Wliat the Bible Is AllAbout. Ventura, CA: R.egal/
Gospel Light, 1998. p. 10.
A AUTORIDADE
DA BÍBLIA %
1
Podemos confiar nela?
A
Bíblia alega ser a Palavra de Deus — a mensagem dele
para a humanidade. Muitos livros da Bíblia começam
_j*_com a frase: E veio a palavra do SENHOR a. Outros
afirmam que Deus disse ao autor: Escreve num livro todas as p
lavras que te tenho dito (Jr 30.2). O rei Davi exclamou: O Espírito
do SENHOR falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca
(2 Sm 23.2). Pedro, um dos discípulos de Jesus, explicou: sabendo
primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular
interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de
homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo
Espírito Santo (2 Pe 1.20,21).
A Bíblia também diz acerca de si mesma:
Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar,
para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça (2Tm 3.16).
Porque a palavra âe Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que

qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do
espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos
e intenções do coração (Hb 4.12).
Mas, se a Bíblia que seguramos hoje em nossas mãos tem,
literalmente, milhares de anos de idade, se foi copiada e reco-
piada —traduzida de idiomas antigos que não lemos ou falamos
—,podemos realmente confiar nela? Podemos tê-la como auto
ridade sobre a vida e a fé? Talvez a original fosse inspirada, mas
como sabemos se a cópia que temos hoje não perdeu um pouco
na tradução ou se ela não é cheia de erros e enganos?
Os estudiosos e os céticos, através das eras, têm feito as mes
mas perguntas. Livros inteiros foram escritos sobre o tema. Mui
tos dos teólogos e apologistas (defensores da fé) mais brilhantes
e eruditos propuseram-se a provar que não podíamos confiar na
Bíblia, que ela não era precisa nem tinha autoridade ou verdade.
Em algum lugar ao longo do caminho, ficaram exatamente con
vencidos do oposto. Eles foram sobrecarregados por evidências
em contrário. Aqui estão alguns de seus “argumentos” - suas
percepções e observações sobre porque podemos confiar na
precisão e na autoridade das Escrituras que temos hoje.
Unidade. Fora a intervenção divina, é impossível crer que 40
autores diferentes, por mais de 1.500 anos, poderiam escrever o
que achamos nas Escrituras com unidade de pensamento e pro
pósito. A visão de mundo, as doutrinas e os ensinos são todos
completamente consistentes uns com os outros. Onde quer que
pareça haver, à primeira vista, algum tipo de conflito ou discre
pância menor, verifica-se normalmente que há uma explicação
simples para isso. Por exemplo, cada um dos quatro Evangelhos
A AUTORIDADE DA BÍBLIA - PODEMOS CONFIAR NELA? 21
(Mateus, Marcos, Lucas e João) conta a história do ministério

de Jesus na terra. Muitas vezes, os escritores dos Evangelhos
oferecem relatos, palavra por palavra, de eventos e incidentes
específicos. Mas, então, há exemplos nos quais parecem diferir
no que foi dito ou em quem estava presente então. Isso não
quer dizer que um está certo e o outro está errado. Guiado pelo
Espírito Santo, cada escritor escolheu incluir os detalhes que lhe
pareciam mais apropriados e relevantes - e o que ele estava ten
tando comunicar aos seus leitores. Assim como a velha história
sobre os sete ratos cegos descrevendo um elefante, a perspectiva
de cada um pode ser diferente —mas ainda correta! Juntando
tudo isso, eles nos dão uma figura completa.
Precisão. Os escribas que primeiramente copiaram as Escri
turas e os estudiosos que as traduziram fizeram isso com grande
reverência e respeito pelos documentos originais. Eles foram
meticulosos em sua atenção aos detalhes. Eles elaboraram ex
tensões, tomando extraordinário cuidado para assegurar a pre
cisão de seu trabalho. Hoje, ainda temos milhares de cópias das
Escrituras feitas à mão antes de 1500 d.C., e elas são todas iguais.
Em 1947, um pastor de ovelhas descobriu os Manuscritos do
Mar Morto em uma caverna deserta. Essas foram as cópias das
Escrituras, datando em 100 a.C. — 100 d.C., mais velhas do
que quaisquer outras cópias previamente conhecidas. E elas são
virtualmente idênticas às cópias feitas mil anos mais tarde. Não
há variação na doutrina ou nos ensinos.
História. Por anos, historiadores seculares dispensaram certos
livros da Bíblia ou certas passagens das Escrituras baseados no
fato de que não havia evidência histórica para confirmar a exis
tência de tal cidade ou tal rei. Eles diziam que não havia prova
de que determinadas pessoas mencionadas na Bíblia existiram
mesmo. Mas, nos últimos 200 anos, os arqueólogos fizeram al

gumas descobertas incríveis. Eles acharam registros de cidades
há muito perdidas, de reis anteriormente desconhecidos e de
raças inteiras de povos que a história esqueceu, mas a Bíblia não.
Descobertas arqueológicas apoiaram e confirmaram o relato bí
blico sucessivamente.
Profecia. Há, também, o fato de que a Bíblia contém cente
nas de profecias —muitas das quais já foram claramente cum
pridas, com eventos acontecendo exatamente como os profetas
anunciaram. Muito antes de os eventos acontecerem, esses pro
fetas previram a ascensão e a queda de nações, impérios, líderes
e reis —e suas palavras tornaram-se verdade. De que outra forma
eles poderiam saber tudo o que sabiam, a menos que Deus re
almente tivesse falado com eles, revelando o futuro muitas vezes
em detalhes minuciosos e específicos.
É claro que nem toda tradução contemporânea das Escrituras
é tão precisa quanto poderia ou deveria ser. Há indivíduos e or
ganizações que abordam a tradução da Bíblia com interesses pró
prios. Mudando certas palavras e frases —somando aqui e omitin
do ali-, eles impuseram suas próprias visões sobre as Escrituras
e inseriram seus próprios ensinos no texto. Então, é importante
escolher uma tradução precisa e confiável para ler a Bíblia. Algu
mas das traduções mais lidas em inglês e de boa reputação são a
Versão King James, a Nova Versão Internacional e a New Ame
rican Standard Bible. (Para maiores informações, veja as páginas
340 - 342 deste livro). Quando explorar uma passagem parti
cularmente difícil ou complexa das Escrituras, é uma boa ideia
comparar várias traduções para obter um entendimento melhor
do significado original do texto. (Para mais informações sobre
como estudar a Bíblia, veja o capítulo 6)
A AUTORIDADE DA BÍBLIA - PODEMOS CONFIAR NELA? 23
Por fim, como cristãos, cremos que o mesmo Deus que

inspirou Seus servos a pegar suas penas e registrar Suas palavras,
em primeiro lugar, ainda está vivo, bem e trabalhando no mun
do de hoje. Ele é plenamente capaz de guardar a transmissão da
Sua Palavra de geração a geração, preservando-a e protegendo-a
para que Seus filhos possam andar em Sua verdade hoje, assim
com vêm fazendo há séculos.
A MENSAGEM
> t' ■
DA BÍBLIA
D o que se trata?
m i scritos durante mais de 1.500 anos, por 40 autores diferen-

| H tes, todos os 66 livros individuais da Bíblia concordam para
A miJ contar uma única história, a história do amor de Deus pela
humanidade. E a história do desejo de Deus de entrar em
um relacionamento de amor conosco —uma aliança na qual Ele nos
ama e nós o amamos —com uma paixão de fazer frente à maior
história humana de amor em todos os tempos.
As primeiras palavras da Bíbha são: No princípio, criou Deus.
Deus é eterno e para sempre. Ele sempre foi assim e sempre
será. Em algum momento, milhares e milhares de anos atrás, Ele
decidiu criar os céus e a terra — o universo como conhecemos,
com as galáxias e todas as estrelas e todos os planetas sendo arre
messados através do tempo e do espaço. Ele criou seres sobrena
turais chamados anjos para encher os céus. Deus queria mostrar
A MENSAGEM DA BÍBLIA - DO QUE SE TRATA? 25
Sua glória, majestade, sabedoria e Seu poder. Ele queria com

partilhar Seu amor sem limite. Então, Ele fez Adão e Eva — o
primeiro homem e a primeira mulher — e deu-lhes um lindo
lar no jardim do Éden, um paraíso atraente e perfeito. Deus
entregou a Adão e Eva a autoridade sobre os peixes do mar, e sobre
as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra (Gn
1.28) —os animais com quem partilhavam a terra. O Senhor deu
a eles a responsabilidade de cuidar do Seu jardim.
Também lhes deu livre-arbítrio — a habilidade de pensar
e escolher o que fariam por eles mesmos, a habilidade de dar e
receber amor livremente. Havia apenas uma regra — um fruto
de uma árvore que não deveriam tocar. Mas, mesmo uma única
regra foi muito difícil para Adão e Eva seguirem. Facilmente,
foram tentados e desviados do caminho, pois não estavam sozi
nhos no jardim.
Anteriormente, houve uma rebelião no céu. Um dos arcan
jos, Lúcifer, buscou o poder e a glória de Deus para si mesmo.
Quando Deus o expulsou do céu, Lúcifer levou um terço dos
anjos com ele. A partir daí, ficaram conhecidos como demônios.
E Deus deixou claro que seu julgamento final, sua punição fi
nal, ainda estava por vir. Mas, até chegar o tempo escolhido por
Ele para terminar tudo, ficariam envolvidos em uma batalha de
proporções épicas.
Embora não tivesse poder para assumir o lugar Deus em
toda Sua glória, Lúcifer viu uma oportunidade de ferir o Sobe
rano - atingir Seu coração -, destruindo a beleza de Sua cria
ção, jogando Seus preciosos filhos contra Ele. Lúcifer entendeu
que poderia encher Adão e Eva de cobiça, orgulho e rebelião,
estimulando-os à rebelião e à desobediência. Ele apareceu
como uma serpente no jardim do Éden e tentou Eva a comer

do fruto proibido. Eva comeu-o e deu-o a Adão, e a inocência
dos dois foi perdida. Perdeu-se também a doce comunhão —o
precioso relacionamento —de que desfrutavam com Deus. Eles
foram expulsos do Éden. Adão e Eva, bem como todos os seus
descendentes, foram sentenciados à luta, ao trabalho e à dor —e,
finalmente, a encarar o envelhecimento e a morte, em vez da
vida eterna.
Deus não foi pego de surpresa por essa mudança de eventos.
Ele sabia o tempo todo que, diante de suas escolhas, era isso que
o coração humano escolheria: a desobediência. Mas, Sua mise
ricórdia e Seu amor eram tão grandes que, desde o início, Ele
criou um caminho para acertar as coisas. Ele pôs um plano em
prática para resgatar a raça humana - para salvar as pessoas de seus
pecados e de si mesmas. Quando expulsou-os do paraíso, Deus
disse a Adão e Eva que desfaria o prejuízo que haviam causado.
Uma de Suas sementes —Jesus Cristo—faria o que eles não tinham
sido capazes de fazer: obedecer. Por meio da Sua obediência, Ele
salvaria a humanidade e esmagaria a serpente para sempre.
Lúcifer —também conhecido como Satanás ou o diabo —es
tava livre por enquanto. Através das eras, ele continuaria a criar
caos na criação, enchendo os corações e as mentes dos homens
com o mal, levando-os para longe de Deus, que os amava e
desejava segurá-los bem próximo ao Seu coração. E Deus per
mitiu que acontecesse assim porque, no fim de tudo, isso serviu
a Seus propósitos —testar os seres humanos e revelar o que havia
em seus corações, para dar-lhes uma escolha legítima quanto a
quem ou o que serviriam, e para ajudar Seus filhos a aprender e
a crescer no seu relacionamento com Ele. (Um exemplo disso é
encontrado na história de Jó)
Adão e Eva sentiram as consequências de seu pecado bem

ali. Eles tinham sido criados para povoar a terra e tiveram muitos,
muitos filhos. Mas, infelizmente, poucos de seus filhos aprende
ram com os erros de seus pais. Poucos filhos e netos escolheram
caminhar com Deus. Muitos deles caíram nas mentiras do diabo,
muitas vezes. Poucas gerações mais tarde, a terra estava cheia de
iniquidade —tanto que, por um momento, Deus arrependeu-se
de ter criado os seres humanos. Ele decidiu varrê-los da face
da terra - todos, exceto uma família íntegra. Com Noé, Deus
começaria tudo de novo. Pela fé, Noé construiu a arca, confor
me Deus dirigiu-lhe, e Noé e toda sua família foram salvos. O
Senhor foi tocado pela coragem e pela obediência. Ele pendu
rou um arco-íris no céu como um símbolo de Sua promessa de
nunca destruir a terra com um dilúvio novamente.
Centenas de anos mais tarde, o mal havia se tornado insu
portável na terra mais uma vez. Mas, dessa vez, Deus fez algo
diferente. Em vez de varrer todas as pessoas da face da terra, Ele
escolheu um homem íntegro para começar uma família - uma
família que se tornaria uma tribo, um povo e, por fim, uma
nação —que seria separada pelo próprio Deus. Dentre todos os
povos do mundo, aquele seria o povo de Deus. Ele os ensina
ria, protegeria e os sustentaria. Deus abençoaria aqueles que os
abençoassem e amaldiçoaria os que os amaldiçoassem. Deus os
erguería como um exemplo reluzente do que Ele queria que
toda a humanidade fosse — um exemplo do tipo de relaciona
mento que desejava ter com todos os povos da terra.
Deus escolheu Abraão, um homem corajoso e convicto de
fé excepcional. Ele pediu a Abraão para deixar sua casa, seu país
e tudo o que conhecia para ir a uma terra nova, que Deus lhe
mostraria, uma terra que Abraão nunca havia visto nem ouvido.
Nessa terra, Deus o abençoaria e faria dele uma grande nação.

Seus descendentes seriam tão numerosos quanto às estrelas no
céu e à areia na praia. Tudo o que Abraão tinha de fazer era
confiar em Deus —receber todas as bênçãos que Deus queria
dar a ele - e andar em Seus caminhos. Para selar tal acordo, Deus
fez um pacto com Abraão, um contrato celebrado legalmente. E,
então, quando Abraão tinha 100 anos de idade e sua esposa, Sara,
tinha 90, Deus deu-lhes o primeiro de seus descendentes. Ele
deu-lhes um filho na idade avançada do casal - um bebê mila
groso, Isaque. Quando Isaque era um adolescente, Deus testou
a fé e a obediência de Abraão. Deus pediu-lhe que sacrificasse
Isaque, para desistir de seu único filho —o filho por meio de
quem as promessas de Deus deveriam ser cumpridas. Embora
estivesse com o coração partido diante desse pedido, Abraão se
guiu determinado a fazer o que Deus pediu — apenas para, no
último minuto, descobrir que Deus providenciara um sacrifício
substituto para tomar o lugar de Isaque. Aquilo foi apenas uma
pista do que estava por vir.
Deus deu a Isaque filhos gêmeos, Jacó e Esaú. Os irmãos
lutaram um com o outro pela bênção do pai — o direito de pri-
mogenitura espiritual pertencia a Esaú, mas Jacó queria-o mais.
Então, a promessa que Deus fez a Abraão seria cumprida por
intermédio do irmão mais moço, não do mais velho. Deus mu
dou o nome de Jacó para Israel e deu-lhe 12 filhos: RÚben,
Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom, Dã, Naftali, Gade, Aser,
José e Benjamim. Seus descendentes eram tão numerosos que se
tornaram tribos —as 12 tribos -, todos eles eram os filhos (netos e
bisnetos) de Israel.
Jacó (Israel) deixou bem claro que José era seu filho favo
rito —e os irmãos de José odiavam-no por isso. Eles venderam
José como escravo no Egito e contaram a seu pai que o rapaz

estava morto. Porém, Deus era com José. Em uma série de even
tos miraculosos, José passou de prisioneiro na cadeia a primeiro
ministro, ficando abaixo apenas do rei do Egito em riqueza, po
der e autoridade. Mais tarde, José perdoou seus irmãos pelo que
fizeram a ele. Ele trouxe toda a família para o Egito, onde pôde
cuidar deles durante uma grande fome. (Essas são as histórias do
livro de Gênesis)
400 anos mais tarde, havia mais de um milhão de descen
dentes de Abraão, Isaque e Jacó vivendo no Egito. Os egípcios
ficaram com medo de que esse povo hebreu tomasse seu país,
então, forçaram-no a ser escravo. Entretanto, o Eterno não es
quecera Sua promessa a Abraão. Deus enviou Moisés para li
bertar seu povo e tirá-lo da escravidão no Egito, trazendo-o
para a terra que Ele havia prometido aos ancestrais dele. Foram
necessárias dez pragas miraculosas e horríveis para humilhar o
coração do Faraó e convencê-lo a deixar o povo ir. A última
dessas pragas foi particularmente aflitiva. Deus atingiu o filho
primogênito de todas as criaturas vivas do Egito, exceto os pri
mogênitos dos hebreus que marcaram suas portas com o san
gue de um cordeiro sacrificial. Quando Deus via o sangue, Ele
preteria suas casas. Até hoje, os judeus comemoram esse milagre
com um banquete da Páscoa. E quando tudo estava terminado,
outro milagre aconteceu: o mar Vermelho foi separado e Moisés
liderou o povo por uma terra seca através dele.
Os filhos de Israel quase esqueceram sua cultura, sua he
rança e sua fé. Os antigos escravos ainda não eram fortes o sufi
ciente para levantarem-se sozinhos como nação. Sendo assim, o
Senhor liderou-os no deserto para testá-los, ensiná-los e treiná
-los. Lá, Ele renovou com eles o pacto, ou o contrato, que havia
feito com Abraão. Deus deu-lhes os Dez Mandamentos e a Lei

de Moisés —um sistema de justiça e rituais para trabalhar, cultuar
e viver em família. Essas coisas os separariam das outras nações
da terra e os ajudariam a estabelecer o exemplo do tipo de pu
reza e santidade que agrada a Deus. O Senhor lembrou os filhos
de Israel que, se obedecessem fielmente aos Seus mandamentos,
seriam Seus — Seu povo escolhido. O Senhor os abençoaria,
protegeria e sustentaria.
Mas, o povo não confiava em Deus. Eles questionavam-no
e duvidavam dele constantemente. Sua rebelião e desobediência
transformaram o que teria sido uma viagem de 12 dias à Ter
ra Prometida em 40 anos de perambulação em círculos sob o
sol quente do deserto. Mesmo assim, Deus não os abandonou.
Tal qual um Pai amoroso, Ele disciplinou-os — e confortou-os
— várias vezes. Deus contou-lhes que, embora sua geração
não fosse viver para vê-la, seus fdhos e netos herdariam a Terra
Prometida. (Todas essas histórias são encontradas em Êxodo, Le-
vítico, Números e Deuteronômio)
Depois da morte de Moisés, Josué liderou o povo para fora
do deserto e para o país de Abraão: Canaã, a Terra Prometida.
Conforme Deus dirigiu-os, os filhos de Israel tiraram o povo
pagão que vivia ali e tomaram posse da terra. Eles dividiram-na
em regiões para cada uma das 12 tribos. O Senhor separou a tri
bo de Levi para servi-lo no tabernáculo (tenda da congregação).
Então, os levitas não tinham um território seu. Em vez disso,
suas famílias receberam certas cidades nas terras que pertenciam
a cada uma das outras tribos. E a tribo de José tornou-se co
nhecida pelo nome de seus dois filhos: a meia tribo de Efraim
e a meia tribo de Manassés. (Essa história é encontrada no livro
de Josué)
O tempo passou e os filhos de Israel continuaram a oscilar

na sua fé e no seu compromisso com Deus. Quando se afasta
vam dele e desobedeciam-no, Ele permitia que seus inimigos
derrotassem-nos na batalha, capturassem-nos e escravizassem
-nos — assim como Ele dissera que faria. Mas, quando eles ar
rependiam-se de seus pecados, quando retornavam para Deus e
clamavam por libertação, Ele os resgatava — assim como dissera
que faria. De vez em quando, Deus enviava juizes ao Seu povo
— guerreiros poderosos como Sansão, Gideão e Débora para
libertá-los das mãos do inimigo, para administrar justiça e, então,
governar o povo nos tempos de paz. (Essas são as histórias do
livro de Juizes)
Nos dias dos juizes, uma jovem viúva moabita conheceu o
Deus de Israel por intermédio da fé de sua sogra. Ela também se
tornou um exemplo vivo do poder que Deus tem para resgatar,
redimir e restaurar. (Essa é a história do livro de Rute)
Outra mulher trouxe seu milagroso bebê — uma resposta
de oração há muito esperada — até o tabernáculo (tenda da
congregação) para dedicá-lo ao serviço a Deus. Quando crian
ça, Samuel ouviu primeiro a voz de Deus chamando-o no meio
da noite. Ele cresceria para tornar-se um grande profeta e julgar
toda a nação israelita. Mas, quando os dias de Samuel estavam
chegando ao fim, o povo de Israel decidiu que não precisava
mais ser liderado por um juiz que fosse um servo do Rei invisí
vel (Deus). Os israelitas queriam um rei terreno, um rei humano,
como os reis das outras nações ao seu redor.
Deus disse a Samuel para dar ao povo o que ele pedia —
exatamente o que queria. Exteriormente, Saul parecia ser tudo
o que um rei deveria ser. Ele era alto, moreno e bonito. Tinha
uma presença de líder e um ar de autoridade. Mas, em seu
interior, ele era fraco, invejoso, avarento e orgulhoso. Seu co

ração não estava comprometido com Deus. Por fim, o rei Saul
cedeu à loucura e um jovem pastor assumiu seu trono.
Davi era o menor entre os seus irmãos em idade, aparência
e força. Mas, ele era um rei em seu interior, onde realmente
importa — um homem de coragem, caráter e integridade, um
homem segundo o coração de Deus. Embora estivesse longe de ser
perfeito, Davi nunca perdeu sua paixão pelo Senhor nem seu
compromisso e seu desejo de agradá-lo. Como um adolescente,
com nada mais do que uma funda, Davi derrotou o gigante
Golias. Ele seguiu em frente para tornar-se um guerreiro pode
roso e o maior rei de Israel (Essas histórias são contadas em 1 e
2 Samuel e 1 Crônicas). Davi também escreveu lindas canções
de louvor e adoração — orações sinceras — que tocaram as
vidas de milhões de pessoas desde aquele tempo até hoje. (Essas
canções são encontradas no livro de Salmos)
O filho de Davi, o rei Salomão, foi o homem mais sábio e
o rei mais rico que o mundo já viu. Ele compilou toda a sabe
doria que Deus deu a ele, e também a outros, para compartilhá
-la com as gerações que viriam (Isso está nos livros de Provér
bios, Eclesiastes e Cântico dos Cânticos). E Salomão cumpriu
o maior sonho de seu pai ao construir um templo magnífico
— não mais uma tenda — na qual os filhos de Israel podiam
reunir-se para adorar a Deus.
Infeliznrente, o filho de Salomão não tinha a sabedoria de
seu pai. A tolice de Roboão, sua arrogância e seu orgulho di
vidiram o país ao meio literalmente. Somente as duas tribos de
Judá e Benjamim permaneceram leais a Roboão e concordaram
em servi-lo como rei. Sua região tornou-se conhecida como
Judá, o reino do sul. As outras dez tribos escolheram seguir um
dos conselheiros de Salomão, Jeroboão, como o novo rei de Is

rael, o reino do norte. Um povo dividido em dois países com
dois reis separados.
De vez em quando, Judá e Israel entravam em guerra um
contra o outro. As vezes, eles ficavam em paz. Às vezes, eles obe
deciam a Deus e guardavam Seus mandamentos — particular
mente quando seus reis foram homens íntegros que seguiam
fielmente a Deus. Entretanto, quando seus reis eram iníquos que
desprezavam os mandamentos de Deus e adoravam ídolos em
vez do Senhor, o povo fazia o mesmo. Deus enviou os profetas
Elias e Eliseu para demonstrar Seu grande poder — Sua infinita
superioridade aos ídolos sem valor — e para insistir que voltas
sem a Ele mais uma vez. (Essas histórias podem ser achadas em
1 e 2 Reis e 2 Crônicas)
Mesmo quando Seu povo virou-lhe as costas, Deus não
agiu da mesma forma com ele. O Senhor lembrou-se da pro
messa feita a Abraão, Isaque e Jacó. Ele lembrava-se do pacto que
fizera com os filhos de Israel mesmo quando estes esqueciam.
Assim, apesar da rejeição e da rebelião israelita contra Deus, Ele
nunca os abandonou. Ele enviou muitos profetas — mensagei
ros — para lembrar o povo do quanto Ele os amava, de todas
as coisas que fizera por eles e de tudo o que os israelitas tinham
prometido fazer para Ele. Os profetas do Eterno deixavam claro
onde o povo havia errado, o que desagradava a Deus e como
poderiam fazer as coisas de maneira certa. Eles lembravam o
povo de que seu Messias estava vindo, seu Libertador estava a
caminho. Enquanto isso, os profetas avisavam o povo de que, se
não abandonasse seus pecados, Deus permitiria que sofresse as
consequências. Ele o disciplinaria. Na verdade, Ele removeria
Sua bênção inclusive, Sua proteção sobre os israelitas, e deixaria
que encarassem seus inimigos sozinhos. (Essas são as mensagens

de Isaías, Ezequiel, Oséias,Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias,
Naum, Habacuque e Sofonias)
Algumas vezes, as pessoas atendiam às palavras dos profetas
em seu coração. Elas arrependiam-se — temporariamente. Mas,
por fim, o povo não ouvia. Não deixava os pecados para trás.
Dessa forma, Deus permitiu que os inimigos triunfassem sobre
ele. O reino de Israel foi derrotado pela Assíria em 722 a.C. e
deixou de existir. O reino Judá foi conquistado pelo império
babilônico em 586 a.C. O lindo templo que Salomão construiu
foi profanado e destruído, as cidades e vilas foram queimadas até
virar pó e a maioria das pessoas foi morta ou levada cativa.
Jeremias, o profeta chorão, clamou a Deus em agonia, ex
pressando a dor e o desespero de seu povo. Ao mesmo tempo,
ele lembrou-se de que Deus havia anunciado que tudo aquilo
aconteceria. E Deus prometeu que, depois de um tempo — 70
anos, para ser exato — , Seu povo seria livre. Eles veriam sua pá
tria novamente (essa é a mensagem de Jeremias e de Lamenta
ções). Além do mais, Deus não esqueceu Sua promessa de enviar
um Messias, um Libertador, que libertaria Seu povo de uma vez
por todas.
O povo de Deus foi humilhado pelo que aconteceu consi-
go.Vivendo no exílio, um remanescente lutou para permanecer
fiel ao Senhor, guardar Seus mandamentos e ser uma luz nas
trevas que cercavam o povo. Aquelas pessoas descobriram que
Deus ainda estava com elas, inclusive no cativeiro. Sadraque,
Mesaque e Abede-Nego recusaram seguir a ordem do rei, a
qual dizia que deveríam curvar-se diante de um ídolo mo
numental. Como punição, foram lançados em uma fornalha
ardente — e viveram para contar a história! Daniel continuou
seu ministério de oração e intercessão, mesmo quando tal ação

tornou-se uma prática criminosa. Ele sobreviveu à noite na
cova dos leões (essas histórias são encontradas no livro de Da
niel). E uma órfã judia chamada Ester ganhou o concurso de
beleza mais famoso do mundo. Ela tornou-se rainha da Pérsia.
Sua posição deu-lhe poder e influência para frustrar um plano
secreto que visava a aniquilação todo o povo judeu. (Essa é a
história do livro de Ester)
Exatamente 70 anos depois que foram exilados, um rei persa
chamado Ciro deu permissão para qualquer pessoa do povo de
Deus que desejasse retornar à sua terra natal. Eles tiveram per
missão para reconstruir a cidade de Jerusalém e o templo do seu
Deus e para pô-los em ordem novamente. Esdras estava entre
os reconstrutores, um escriba e sacerdote que cuidadosamente
instruiu o povo na Lei de Deus. Poucos anos mais tarde, quem
se juntou a Esdras foi Neemias, um homem que tinha sido o co-
peiro do rei na Babilônia. Recém-indicado como governador de
Jerusalém, Neemias supervisionou a reconstrução dos muros da
cidade. (Essas são as histórias encontradas em Esdras e Neemias)
Durante todo aquele tempo, Deus continuou a dar palavras
de instrução, correção e encorajamento por intermédio de Seus
profetas. (Essas são as mensagens de Ageu, Zacarias e Malaquias)
Então, vieram os anos de silêncio — mais de 400 anos —
quando Deus não disse nada. Impérios surgiram e caíram. O
povo de Deus continuou a viver na terra que Ele havia dado,
mas os israelitas nunca recuperaram a prosperidade de seu pas
sado. Seu país estava ocupado. Eles eram governados pelos “reis
fantoches”, claramente debaixo da autoridade e do controle do
Império Romano. Agora, mais do que nunca, eles ansiavam pelo
Messias, o Libertador que Deus prometera que os libertaria.
Décadas se passaram. Séculos se passaram. E nada aconteceu. Não

havia visões, nem profetas, nem profecias. Nenhum milagre, nada.
Alguns ficaram cansados de esperar. Eles desistiram, che
gando amargamente à conclusão de que Deus os abandonara.
Alguns tentaram trazer seus próprios libertadores por meio de
reformas políticas ou religiosas. Outros simplesmente foram en
volvidos pela vida diária. Eles tinham trabalho a fazer, contas
a pagar, filhos para criar. Estavam ocupados demais para o que
deve ter parecido com contos de fada ou faz de conta. Nenhum
milagre aconteceu naqueles dias —- nem nos dias de seus pais,
de seus avós ou bisavós. Para eles, era difícil crer nas histórias
sobrenaturais do Antigo Testamento, assim como pode ser para
alguns hoje. De algum modo, não parecia real. Um remanescen
te permaneceu fiel. Alguns poucos observaram e esperaram, e
esperaram, e esperaram. Vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou
seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei (G1 4.4).
O anjo Gabriel apareceu a uma jovem chamada Maria e
disse-lhe que ela havia sido escolhida para ser a mãe do Filho
de Deus. Deus enviou Jesus para fazer o que Adão não havia
conseguido realizar — viver uma vida de obediência perfeita
a Deus. Jesus estabeleceu o exemplo para toda a humanidade.
E Ele fez muito mais. Ele explicou em que aspecto o povo
de Deus havia saído dos trilhos, como tinha sido consumido
pela aparência exterior de santidade, seguindo todas as regras e
todos os regulamentos ao pé da letra — quando Deus queria
pureza em seus corações. Cristo disse-lhes que Deus queria
estabelecer um novo pacto — um novo contrato — com Seu
povo. Este novo contrato não estava baseado em seguir a Lei de
Deus, mas em viver em Seu amor. Eles seriam o povo de Deus,
não porque seguiam seus mandamentos perfeitamente (algo
que não conseguiríam, de qualquer modo), mas porque confia

vam em Seu Filho — cuja obediência a Deus contaria para todos.
Nos 33 anos de Seu ministério terreno, Jesus curou os en
fermos, ressuscitou os mortos, expulsou demônios e acalmou as
tempestades. Ele chamou um grupo de discípulos para segui-lo,
especialmentel2: Simão Pedro, André,Tiago, João, Filipe,Tomé
e Bartolomeu (Natanael), Mateus (Levi), Tiago o mais jovem,
Simão,Tadeu e Judas. Eles foram Suas testemunhas, testificando
a todos o que tinham visto e ouvido quando estavam com Ele e
cuidaram de Seu ministério depois que Ele partiu.
E, então, Jesus derramou Sua vida de boa vontade. Ele to
mou a punição pelos pecados do mundo. Assim como fez com
Abraão e Isaque, Deus providenciou um substituto. Para salvar
Seu povo, Ele sacrificou Seu Único Filho. Todos que cressem e
confiassem nele seriam cobertos pelo sangue de Jesus, ou seja,
Deus veria o sangue do Cordeiro do sacrifício — o Cordeiro
de Deus — e “passaria” pelos pecados do povo, perdoando-os.
Jesus foi brutalmente crucificado — sofreu e morreu. Mas,
então, no terceiro dia, ressurgiu dos mortos em poder e glória.
Ele apareceu a Seus discípulos por 40 dias depois disso, prepa
rando-os para continuar a obra do Reino de Deus. Então, subiu
aos céus, deixando-os com a tarefa de espalhar as boas-novas
— proclamar Sua salvação. Ele também deu algumas de Suas
promessas preciosas. Prometeu que enviaria o Santo Espírito de
Deus para dar-lhes poder para construir Seu reino aqui na terra.
Cristo disse que estaria com eles e nunca os abandonaria nem
os deixaria. E um dia, prometeu que voltaria de novo. Desta
vez, Ele viria buscar Seu povo, ajuntando todos que creram nele
para viver com Ele no céu para sempre. (As histórias de Jesus são
encontradas em Mateus, Marcos, Lucas e João)
Assim como Jesus prometeu, o Espírito Santo moveu-se

poderosamente por intermédio da Igreja primitiva, dos primei
ros cristãos, quando eles cumpriam a Grande Comissão: pregar
as boas-novas do evangelho de Jesus Cristo para todos que de
sejassem ouvir. Pessoas de muitas culturas e muitos países di
ferentes responderam ao chamado de Deus, encontrando seu
caminho para Ele por intermédio de Seu Filho. Muitos milhares
tornaram-se crentes verdadeiros.
Os inimigos de Deus ficaram horrorizados e tentaram pôr
um fim nisso. Mas, suas tentativas foram um tiro que saiu pela
culatra. Quanto mais perseguição e sofrimento a Igreja enfren
tava, mais rápida e mais fortemente ela crescia. As pessoas foram
atraídas a uma verdade tão poderosa, uma fé tão real, um relacio
namento tão precioso, que valeu a pena morrer por isso. Saulo
foi um líder judeu que prendeu e até mesmo executou muitos
dos primeiros cristãos. Mas, na estrada para Damasco, ele teve
um encontro maravilhoso com o próprio Jesus — e sua vida
foi virada de cabeça para baixo. Saulo tornou-se Paulo, o mais
famoso apóstolo e missionário cristão. Ele viajou milhares de
quilômetros para pregar o evangelho na Europa, na Ásia e no
Oriente Médio. Paulo suportou todo tipo de perseguição e so
frimento pelo privilégio de compartilhar, com outros, o poder
transformador de conhecer Jesus e de confiar nesse Salvador.
(Essas histórias são contadas no livro de Atos dos Apóstolos)
Enquanto viajava de um lugar para outro, Paulo manteve
contato com as igrejas que ele fundara. Conforme Deus lhe dava
sabedoria, Paulo escreveu cartas de encorajamento e instrução
a eles. Algumas vezes, ele explicava dificuldades doutrinárias ou
assuntos teológicos; outras vezes, ele oferecia conselhos muito
práticos sobre a vida em família e na igreja (essas cartas incluem
Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colos-

senses e l e 2 Tessalonicenses). As igrejas que receberam estas
cartas muitas vezes compartilhavam-nas com as outras, passan
do-as para uma cidade ou vila, de uma congregação para outra.
Paulo também escreveu cartas a indivíduos, como aos jo
vens pastores Timóteo e Tito e a Filemom, o proprietário de
um escravo fugitivo (essas cartas são 1 e 2 Timóteo,Tito e File
mom). E talvez ele possa ter escrito um sermão poderoso sobre
o papel de Jesus como nosso Sumo Sacerdote — sobre como Ele
é o cumprimento de todas as profecias do Antigo Testamento e
o mediador de nosso novo pacto com Deus. (Esse é o livro de
Elebreus)
Paulo não foi o único que pôs, no papel, toda a sabedoria
que Deus lhe dera para compartilhar com a Igreja.Tiago, um dos
irmãos mais novos de Jesus e líder da igreja em Jerusalém, escre
veu que afé, se não tiver as obras, é morta em si mesma (Tg 2.17) e
que nossas ações falam mais alto que palavras (esse é o livro de
Tiago). Pedro, um dos 12 discípulos, escreveu várias cartas en
corajando a igreja a permanecer firme em tempos de sofrimento
(essas são 1 e 2 Pedro). Judas, outro dos irmãos de Jesus, alertou
os crentes quanto aos falsos mestres. Da mesma forma, João, o
discípulo amado, aquele que também escreveu o Evangelho que
leva o seu nome, insistiu com os crentes para que resistissem ao
mundanismo e aos falsos ensinos e para que caminhassem na luz
do amor de Deus. (Essas cartas são 1,2 e 3 João)
João foi o único dos 12 discípulos que viveu até ser um
homem muito velho — quase todos os outros sofreram uma
morte de mártir. Quase no fim de sua vida, vivendo no exílio na
ilha de Patmos,João teve repentinamente uma magnífica visão —
uma revelação - de como o mundo terminaria, como Jesus viria
outra vez, como Deus criaria um novo céu glorioso e uma nova
terra, e um paraíso que nunca terminaria para o Seu povo. (Essa
é a mensagem do livro de Apocalipse)
A profecia de João ainda está para se cumprir. O povo de
Deus esperou milhares de anos para que Jesus viesse a terra pela
primeira vez. E já se passaram mais de dois mil anos desde que
Ele se foi, prometendo que voltaria.
Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é
como mil anos, e mil anos, como um dia. O Senhor não retarda a sua
promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para
convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham
a arrepender-se (2 Pe 3.8,9).
Depois de todos esses anos, o coração de Deus para com a
humanidade é o mesmo. É um coração de amor. Até hoje, Ele
anseia que todos nós o conheçamos — para recebermos o amor
que Ele tem por nós e para lhe darmos nosso amor em troca.
Durante as eras, até hoje, aqueles que são Seus mantêm seus
olhos no céu, pois eis que cedo venho (Ap 22.12).
4
O ANTIGO
TESTAMENTO
Livro por livro
V.
~ T “ ”
;•
GÊNESIS
B O livro: Gênesis
S O autor: Moisés
lá O público; O povo de Deus

ü O cenário:As terras do Oriente Médio, 1450 a.C.— 1400 a.C.
B A história: Gênesis quer dizer começo. Essa é a história de

como tudo começou — como Deus criou o mundo e tudo
o que nele vive, e como Ele escolheu, dentre as pessoas, um
povo para ser Seu. Houve problemas desde o começo, mas Deus
tinha um plano. Levaria séculos, mas, com o tempo, Seu plano
seria desenrolado, Seus propósitos seriam revelados e Suas pro
messas seriam cumpridas —até a última delas.
A mensagem: No princípio, criou Deus os céus e a terra (Gn 1.1).
Nos cinco primeiros dias, Ele colocou o sol, a lua e as estrelas
no céu. Separou os mares da terra seca e cobriu a terra com

coisas vivas e que cresciam —plantas e animais. Então, no
sexto dia, criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus
o criou; macho e fêmea os criou (Gn 1.27). No sétimo dia, Ele
descansou. E viu Deus tudo quanto tinhafeito, e eis que era muito
bom (Gn 1.31).
Deus deu a Adão e Eva, o primeiro homem e a primei
ra mulher, um lindo lar no jardim do Edetl, um paraíso de
perfeição. Ele também lhes deu autoridade sobre todos os
peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se
move sobre a terra (Gn 1.28). Ele deu-lhes a responsabilidade
de cuidar do jardim e o dom de Sua presença, de Sua amiza
de. Havia apenas uma regra: não poderiam tocar no fruto de
uma árvore. Mas, até mesmo uma única regra era demais para
Adão e Eva seguirem. Satanás —o diabo —apareceu como
uma serpente e tentou Eva para que ela comesse o fruto
proibido. Eva deu-o a Adão e sua inocência foi perdida, bem
como a doce comunhão —a preciosa amizade - que desfru
tavam com Deus.
Adão e Eva foram expulsos do Éden. Como resultado de
seu pecado, eles e todos os seus descendentes foram senten
ciados à luta, ao trabalho e à dor —e, por fim, sentenciados a
encarar o envelhecimento e a morte, em vez da vida eterna
(3.1-24). Mas, Deus é misericordioso. Ele prometeu punir a
serpente por sua parte na queda do homem e criar um meio
de reconciliar a humanidade consigo. Deus disse à serpente:
E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua
semente; esta teferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar (3.15).
Adão e Eva sentiram as consequências de seu pecado logo ali.
A vida era muito mais dura do que eles imaginavam que
poderia ser. Criados para povoar a terra, eles tiveram muitos,
muitos filhos. Mas, poucos de seus filhos aprenderam com os
O ANTIGO TESTAMENTO - LIVRO POR LIVRO 43
erros dos pais. Em um ataque de inveja e raiva, seu primeiro

filho, Caim, assassinou seu irmão Abel (4.1-16). Poucos dos
outros filhos de Adão e Eva ou de seus netos e bisnetos esco
lheram caminhar com Deus.
Apenas algumas gerações mais tarde, a terra estava cheia
de iniquidade — tanto que, por um momento, Deus arre
pendeu-se de ter criado os seres humanos em primeiro lugar.
Ele decidiu varrê-los da face da terra — todos, exceto um
homem justo e sua família. Com Noé, Deus começaria tudo
de novo. O Senhor instruiu Noé a construir uma arca —um
grande navio —e ajuntou, nela, animais de todas as formas
e tipos. A chuva caiu por 40 dias e 40 noites até que toda
a terra foi inundada. Somente aqueles na arca - Noé e sua
família - sobreviveram.
Deus ficou feliz com a obediência de Noé. Ele colocou
o arco-íris no céu como um símbolo de Sua promessa: nun
ca destruir a terra com um dilúvio novamente (6.1—9.17).
E abençoou Deus a Noé e a seus filhos e disse-lhes: frutificai, e
multiplicai-vos, e enchei a terra (9.1). Infelizmente, os descen
dentes de Noé não se dispersaram e encheram a terra como
Deus ordenou. Ao contrário, eles uniram-se com um plano,
em uma cidade, construindo uma grande torre para chegar
ao céu. Quando Deus viu isso, Ele lhes confundiu as línguas
—Ele lhes deu muitas línguas diferentes —de modo que se se
pararam (de acordo com os grupos de línguas) e espalharam
-se sobre a terra (11.1-9).
Quando a iniquidade da raça humana tornou-se mais
uma vez insuportável, Deus chamou outro homem justo para
começar uma família —uma família que se tornaria uma tri
bo, um povo e, por fim, uma nação separada para Deus. Ele os
ensinaria a conhecer e a andar em Seus caminhos e eles se
riam um exemplo reluzente do tipo de relacionamento que
Deus deseja ter com todas as pessoas da terra. Deus escolheu

Abrão, um homem de fé excepcional, coragem e convicção.
Ele pediu a Abrão que deixasse seu lar, seu país e tudo o que
conhecia e fosse a uma nova terra que Deus lhe mostraria,
uma terra que Abrão nunca vira nem da qual jamais ouvi
ra falar. Nessa terra, o Senhor lhe abençoaria grandemente.
Seus descendentes seriam tão numerosos quanto as estrelas
do céu ou a areia do mar.
Tudo o que Abrão tinha de fazer era confiar em Deus
— receber todas as bênçãos que Deus queria lhe dar — e an
dar em Seus caminhos. Deus mudou o nome de Abrão para
Abraão — pai da multidão de nações — e faz um concerto com
ele, um concerto perpétuo (12.1— 15.21). A circuncisão se
ria um sinal externo, físico, de que Abraão e seus descenden
tes concordaram com este pacto (17.1-27).
O tempo passou e Abraão e sua mulher, Sara, permane
ceram sem filhos. O casal decidiu que tentaria realizar a pro
messa de Deus por conta própria, fazendo com que Abraão
começasse uma família com a serva de Sara, Agar. Mas, Ismael
não era o filho que Deus prometera (16.1-16). Quase 14 anos
depois, quando Abraão tinha 100 anos de idade e sua esposa,
Sara, 90, Deus deu-lhes o que Ele considerava ser o primeiro
de seus descendentes —um filho na sua velhice, um bebê
milagroso a quem chamaram de Isaque (18.1-15; 21.1-21).
Quando Isaque era um jovem, Deus testou a fé e a obe
diência de Abraão. O Senhor pediu-lhe que sacrificasse Isa
que literalmente, que desistisse de seu filho precioso, o filho
da promessa. Embora estivesse de coração partido diante desse
pedido, Abraão determinou-se a fazer como Deus pediu. No
caminho para o altar, Isaque percebeu que não havia animal
para oferecer como sacrifício. Abraão disse-lhe: Deus proverá
para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim, caminharam
ambos juntos (22.8). Suas palavras foram proféticas. No último

momento, Deus, de fato, providenciou um sacrifício substi
tuto para tomar o lugar de Isaque (22.1-19).
Mais tarde, Deus deu filhos gêmeos a Isaque e sua esposa
Rebeca:Jacó e Esaú. Os irmãos lutaram um com o outro pela
bênção de seu pai. O direito de primogenitura espiritual perten
cia a Esaú, o mais velho, mas Jacó queria-o mais. Ele enganou
seu irmão para que lhe vendesse seu direito e, então, enganou
seu pai para que o desse a ele. Então, a promessa que Deus fez
a Abraão seria cumprida por intermédio do mais moço e não
do mais velho (24.1—28.22). Jacó casou-se com duas irmãs,
Leia e Raquel. Ele foi enganado para casar-se com a primeira;
a segunda, a quem ele amava, trabalhou por ela (29.1-30).
Apesar das falhas de Jacó, Deus era com ele e abençoou
-o por amor a seu pai e seu avô. O Senhor deu a Jacó uma
visão de anjos subindo ao céu e descendo à terra por uma es
cada que ia até o céu (28.10-22). Mais tarde, Jacó lutou com
um anjo em uma competição não apenas de força, mas de
persistência e determinação também - e Jacó venceu (32.22
31)! Deus mudou o nome de Jacó para Israel e deu-lhe 12
filhos: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom, Dã, Gade,
Aser, Naftalijosé e Benjamim (29.31— 36.43).
Quando jovem, José, por sua vez, começou a ter visões
e sonhos que pareciam dizer que Deus o havia destinado à
grandeza. Jacó (Israel) deixou bem claro que José era seu filho
favorito, enchendo-o de presentes, tal como uma capa rica
mente ornada, uma túnica de várias cores, e os irmãos de José
odiavam-no por isso (37.1-11). Eles venderam José como es
cravo para o Egito e disseram a seu pai que ele estava morto.
Mas, Deus era com José. Em uma série de eventos milagrosos,
José foi de escravo e presidiário a primeiro ministro, ficando
abaixo apenas do rei do Egito em riqueza, poder e autoridade.
José interpretou os sonhos do Faraó, avisando-o sobre

uma grande fome que chegaria em breve —e, sob a direção de
José, os egípcios começaram a armazenar comida como pre
paração (37.12-36; 39.1—41.57). Quando a fome chegou e
os irmãos de José vieram ao Egito para comprar comida, não
reconheceram que o líder do Egito era sua própria carne e seu
próprio sangue. José testou seus irmãos para ver se seus cora
ções tinham mudado e, quando descobriu que sim, revelou-se
e perdoou-os pelo que fizeram a ele (42.1—45.28). Vós bem
intentastes mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, parafazer
como se vê neste dia, para conservar em vida a um povo grande. Agora,
pois, não temais; eu vos sustentarei a vós e a vossos meninos. Assim, os
consolou e falou segundo o coração deles (Gn 50.20,21).
José levou toda sua família ao Egito, isto é, a casa de seu pai
e seus irmãos (46.1—50.26). Os seus descendentes tornaram
-se tão numerosos que passaram a ser identificados como tribos
- as 12 tribos - todos eles eram os filhos (netos e bisnetos) de
Israel. Embora eles tenham vivido no Egito por gerações, José
lembrou sua família de que sua localização era apenas tempo
rária. Um dia, o próprio Deus os levaria para fora do Egito,
de volta à terra que prometeu a Abraão, Isaque e Jacó (50.24).
V ersícu lo-ch ave ou p assagem :
E estabelecerei o meu concerto entre mim e ti e a tua semente

depois de ti em suas gerações, por concerto perpétuo, para te ser
a ti por Deus e à tua semente depois de ti. (Gênesis 17.7)
S Mais sobre essa história na Bíblia: A história do povo de
Deus —osfilhos de Israel —continua em Êxodo, Levítico, Núme
ros e Deuteronômio. Há referências aos eventos descritos em
Gênesis por toda a Bíblia, algumas vezes, com mais detalhes ou

explicações adicionais de seu significado. Uma concordância
ou estudo da Bíblia pode ajudá-lo a achar referências específi
cas e ensiná-lo mais sobre o assunto.
11 Palavras para saber:
Pacto: Uma promessa, um acordo, um contrato legalmente
selado.
Bênção: Todas as coisas boas que Deus dá ao Seu povo - Sua
proteção e provisão; o ato de pronunciar ou demonstrar o fa
vor de Deus sobre os outros. Na Bíblia, palavras de bênção (e
maldição) têm um tipo de poder que pode fazê-las virarem
verdade.
Direito de primogenitura: Os direitos especiais, os privilégios
e as posses herdadas pelo primogênito nos tempos bíblicos; o
direito da primogenitura incluía uma bênção especial do pai
e a autoridade de assumir a liderança da família.
Você sabia? Estudiosos da Bíblia chamam Gênesis 3.15 de
protoevangelho —as primeiras boas-novas, a primeira promessa
de um Salvador. Ao mesmo tempo em que Adão e Eva apren
deram sobre a maldição que seu pecado trouxe ao mundo —
quase no mesmo fôlego —Deus prometeu que, um dia, a mal
dição seria quebrada. Um de seus descendentes faria o que eles
falharam em cumprir: viver uma vida de perfeita obediência
a Deus. Fazendo assim, Ele esmagaria a serpente e destruiria
o poder do pecado e da morte para sempre (veja Romanos
5.12-21)!
S Fazendo a conexão: O conflito sem fim no Oriente Mé
dio — a hostilidade entre judeus e árabes hoje — vem desde
a história de Gênesis. Os judeus são os descendentes do filho
de Abraão, Isaque, o filho da promessa, nascido de Sara, a es

posa de Abraão. As nações árabes são descendentes do filho
de Abraão, Ismael, nascido de uma tentativa humana que
quis cumprir a promessa divina por intermédio da escrava
egípcia Agar.
No Novo Testamento, o apóstolo Paulo explica que Sara
e Agar são o objeto vivo de uma lição, uma ilustração do
plano de Deus para a redenção de toda a humanidade (G1
4.21-31). Agar representa o primeiro pacto, a Antiga Aliança,
que era baseado em obediência à Lei. Deus deu-nos o velho
pacto para mostrar como, em nossa natureza humana, nós
éramos todos escravos do pecado, incapazes de guardar os
mandamentos dele. Não importa o quanto tentemos, nunca
poderemos ser bons o suficiente para ganhar o favor de Deus
por nosso esforço. Sara representa o novo pacto, baseado na
graça de Deus —Sua misericórdia estendida a nós por meio
da nossa fé emjesus, Seu Filho. Jesus foi bom o suficiente por
todos nós. E, então, Ele recebeu a pena por nosso pecado em
nosso lugar. Agora, todo aquele que acredita e confia nele
torna-se um filho da promessa, um descendente da mulher
livre, um herdeiro da Nova Aliança — independente da na
cionalidade de seu nascimento.
ÊXODO
M O livro:Êxodo
■ O autor. Moisés
H O público: O povo de Deus

B O cenário: A terra do Egito, 1446 a.C.— 1440 a.C.
H A história: O livro de Exodo fala-nos de como os filhos de

Israel (os descendentes de Jacó) tornaram-se escravos na terra
do Egito e de como Deus levantou Moisés para livrá-los da
opressão do Faraó. Os membros dessa família eram numerosos
o suficiente para, agora, serem chamados de nação, e Moisés
os lideraria para uma terra que seria deles. Mas, primeiro, teria
de convencer Faraó a deixar seu povo ir. E teria de ensinar as
pessoas a conhecer, amar e servir o Senhor, seu Deus.
B A mensagem: Jacó (Israel) e seus filhos (os filhos de Is
rael) chegaram primeiramente ao Egito como convidados
de honra, mas seus descendentes tornaram-se tão numero
sos que os egípcios, agora, sentiam-se ameaçados por eles.
Um novo Faraó assumiu o controle, forçando os israelitas à
escravidão e, mais tarde, tentou matar todos os bebês recém
-nascidos (1.1-22).
Quando Moisés nasceu, sua mãe escondeu-o em uma
cesta flutuante no rio e colocou-o debaixo da guarda de sua
irmã Miriã. A filha do Faraó encontrou o bebê, adotou-o e
criou-o no palácio como seu filho (2.1-10). Quando Moisés
cresceu, tentou auxiliar seu povo, assassinando um egípcio
que agredia, sem pena, um hebreu. Mas, os hebreus não agra
deceram a interferência de Moisés, e mais, Faraó ainda ficou
furioso —então, Moisés fugiu para o deserto, onde encontrou
abrigo entre os midianitas e começou uma nova vida e uma
nova família (2.11-25).
Quando Moisés tinha 80 anos, Deus falou com ele em
uma sarça ardente: E disse o SENHOR:Tenho visto atentamente
a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor
por causa dos seus exatores, porque conheci as suas dores. Portanto,
desci para livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir daquela
terra a uma terra boa e larga, a uma terra que mana leite e mel; ao
lugar do cananeu, e do heteu, e do amorreu, e doferezeu, e do heveu,
e dojebuseu. Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó, para que tires
o meu povo, osfilhos de Israel, do Egito (Ex 3.7,8,10).
Moisés devia contar ao povo que o Deus deles - cujo
nome é EU SOU - envio-o a eles. Como não era mais jo
vem, prepotente e arrogante, Moisés protestou, afirmando
que ele não era o homem para o trabalho. Deus prometeu
capacitá-lo para cumprir aquela tarefa aparentemente impos
sível —mostrando-lhe todos os tipos de sinais e maravilhas,
incluindo a transformação de sua vara em uma cobra. Porém,
Moisés ainda resistiu e Deus finalmente concordou em en
viar seu irmão Arão para ajudá-lo e servir como porta-voz
dele (4.1-17).
Quando Moisés retornou ao Egito, encontrou-se com
os líderes das 12 tribos de Israel e contou-lhes tudo o que
Deus havia dito e feito. Então, ele e Arão aproximaram-se de
Faraó com um pedido para que este deixasse o povo sair do
Egito para ofertar sacrifícios a Deus no deserto. Faraó recu
sou sem rodeios —seu coração endureceu-se - assim como Deus
disse a Moisés que aconteceria (4.18—7.13).
Deus atingiu os egípcios com dez pragas para revelar Seu
tremendo poder a eles, bem como a Seu próprio povo. Pragas
de sangue, rãs, piolhos, moscas, doenças nos animais, úlceras,
saraiva de fogo, gafanhotos, trevas — e a que fez com que Fa
raó cedesse finalmente: a morte de todos os primogênitos em
todo o Egito (7.14— 12.39). Depois de 430 anos no Egito, os
filhos de Israel multiplicaram-se, tornando-se milhões, e co
meçaram sua jornada de volta à terra de seus ancestrais. Faraó
arrependeu-se rapidamente de tê-los deixado ir e perseguiu
o povo até a beira do mar Vermelho. Deus dividiu o mar so

brenaturalmente, de modo que Seu povo pudesse atravessar
em terra seca, mas quando os egípcios tentam segui-lo, eles
se afogam (12.40— 14.31). Então, cantou Moisés e os filhos de
Israel este cântico ao SENHOR; efalavam, dizendo: Cantarei ao
SENHOR, porque sumamente se exaltou; lançou no mar o cavalo
e o seu cavaleiro. O SENHOR é a minha força e o meu cântico;
ele mefoi por salvação; este é o meu Deus; portanto, lhe farei uma
habitação; ele é o Deus de meu pai;por isso, o exaltarei (Ex 15.1,2).
No deserto, Deus continuou a prover as necessidades de
les milagrosamente e a interferir a favor de Seu povo, embora
a verdadeira natureza dos israelitas fosse revelada enquanto
tornavam-se ingratos e mal-agradecidos cada vez mais. Ele
enviou-lhes maná —pão do céu — todos os dias. Quando
reclamaram que queriam carne, Ele enviou-lhes codornas
(16.1-36). Quando pararam onde não havia água, o povo
acusou Moisés (e Deus) de levá-los ao deserto para morrer.
Deus fez uma fonte de água jorrar de uma rocha (17.1-7).
Quando um povo próximo, os amalequitas, atacaram o
acampamento israelita, Moisés ergueu sua vara e Deus capa
citou o Seu povo para triunfar na batalha (17.8-16). Moisés
achou-se servindo não apenas como líder espiritual, político
e militar, mas como juiz das causas de paz. Uma visita de seu
sogro, Jetro, convenceu-o a delegar uma parte de sua auto
ridade e estabelecer uma hierarquia de liderança entre as 12
tribos (18.1-27).
Em três meses, o povo chegou ao Monte Sinai, onde
Deus mostrou Seu grande poder por meio de trovões, relâm
pagos, fumaça, fogo e terremotos (19.1-25). Por intermédio
de Moisés, Ele deu, ao povo, as instruções para uma vida san
ta - regras e regulamentos para adoração, vida em comunida

de e vida em família —incluindo os Dez Mandamentos. Esse
sistema de leis os separaria das outras nações e faria deles um
exemplo reluzente do tipo de pureza e santidade que agrada
a Deus (Ex 20.1—23.33).Todo o povo confirmou seu pacto
A
- seu compromisso —de amar e servir a Deus. Todas as pala

vras que o SENHOR temfalado faremos (24.3).
Então, disse o SENHOR a Moisés: Sobe a mim, ao monte,
e fica lá; e dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos
que tenho escrito, para os ensinares (24.12). Deus deu instruções
muito específicas e detalhadas a Moisés para a criação do
tabernáculo, a tenda da congregação, onde as pessoas deveríam
levar suas ofertas e sacrifícios em adoração (25.1—38.31).
A arca do concerto guardaria os Dez Mandamentos e ou
tros objetos sagrados. As cortinas separariam o pátio e as
áreas comuns do Lugar Santo e do Santo dos Santos, onde o
Espírito de Deus habitava. Moisés estava na montanha por
muito tempo —40 dias e 40 noites - recebendo todas aque
las instruções. De volta ao acampamento, as pessoas ficaram
impacientes por ter de esperá-lo tanto - elas queriam seguir
em frente. Mas, vendo o povo que Moisés tardava em descer do
monte, ajuntou-se o povo a Arão e disseram-lhe: Levanta-te, faze-
-nos deuses que vão adiante de nós;porque quanto a este Moisés, a
este homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe
sucedeu (Êx 32.1).
Arão fez um bezerro de ouro para aquelas pessoas e o
povo ofereceu sacrifícios, e ajoelhou-se, e adorou-o. Quan
do Moisés estava descendo da montanha com seu assistente
Josué, ouviu a farra embriagada do povo em sua “adoração”.
Quando ele viu o que acontecia, explodiu com justa ira,
quebrando as tábuas de pedra que Deus havia lhe dado e

destruindo, assim, o bezerro de ouro. Ele repreendeu Arão
severamente e enviou os levitas que ainda eram fiéis a Deus
para livrarem-se daqueles que levaram o povo a desviar-se
(32.1-35). Moisés voltou à montanha para encontrar-se com
Deus novamente e o Senhor escreveu Seus mandamentos
em duas novas tábuas a fim de substituir as que Moisés que
brara. Depois de passar tanto tempo na presença de Deus,
Moisés começou a brilhar com a glória dele (33.7—34.5).
Quando Moisés retornou ao campo, ele chamou todo o
povo e compartilhou, com eles, as instruções que Deus lhe
dera para a construção do tabernáculo. Quando a obra estava
completa, Moisés celebrou uma cerimônia de dedicação e or
denou Arão e seus filhos como sacerdotes (35.1—40.33).Uma
nuvem apareceu sobre a tenda da congregação; a glória de
Deus encheu o tabernáculo de maneira tão poderosa que nem
mesmo Moisés podia entrar. Quando, pois, a nuvem se levan
tava de sobre o tabernáculo, então, os filhos de Israel cami
nhavam em todas as suas jornadas. Se a nuvem, porém, não se
levantava, não caminhavam até ao dia em que ela se levantava;
porquanto a nuvem do SENHOR estava de dia sobre o taber
náculo, e o fogo estava de noite sobre ele, perante os olhos de
toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas (Ex 40.36-38).
Y ersícu lo -ch av e ou p assagem :
£31 * T’' tf “f ’ - -r»
Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito,

da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim.
Nãofarás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhan
ça do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem
nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as

servirás; Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em
vão; Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Honra a
teu pai e a tua mãe, Não matarás. Não adulterarás. Não fur
tarás. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. Não
cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu
próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem
o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo. (Os Dez
Mandamentos, Êxodo 20.2-17)
S Mais sobre essa história na Bíblia: Para aprender como

os filhos de Israel chegaram a viver no Egito, leia Gênesis
37—50. Levítico, Números e Deuteronômio continuam sua
história. Referências a esses hvros —a Lei de Moisés —podem
ser encontradas por toda a Bíblia. Moisés também escreveu o
Salmo 90. Os Evangelhos contam-nos que quase 1.500 anos
depois que morreu, Moisés apareceu caminhando e conver
sando com Jesus no monte da Transfiguração (Mt 17.1-13;
Mc 9.2-13; Lc 9.28-36).
Outros textos do Novo Testamento lançam mais luz so
bre a experiência de Moisés com os filhos de Israel (veja o
discurso de Estêvão no Sinédrio, em Atos 7.17-53, e no li
vro de Hebreus, particularmente Hebreus 11.24-26). O livro
Hebreus também explica como todas as instruções para a
criação do tabernáculo, a instituição dos sacrifícios e a or
denação do sumo sacerdote, foram feitas para apontar para
a vinda de Jesus - o maior e último sacrifício, o verdadeiro
Sumo Sacerdote, a presença de Deus habitando não apenas
entre o povo, mas dentro do coração dele.

Praga: Desastre generalizado e repentino; uma doença alta
mente contagiosa.
Exodo: Saída de um grande grupo de pessoas.
Pacto: Uma promessa, um acordo, um contrato legalmente
selado.
Tabernáculo ou tenda da congregação: A tenda servia como
lugar de adoração dos filhos de Israel durante sua caminhada
pelo deserto e seus primeiros dias como nação (mais tarde, foi
substituída por uma estrutura definitiva —o templo).
8 Você sabia? Quando os filhos de Israel começaram a vagar
pelo deserto, eles murmuraram e reclamaram que Deus os
tinha tirado da escravidão no Egito para deixá-los morrer de
fome no deserto. Deus, em Sua misericórdia, proveu as suas
necessidades, enviando pão do céu. Essa comida milagrosa
era diferente de tudo o que o povo havia visto antes, e foi
por isso chamaram-na de maná — que quer dizer o que é
isto?— Todos os dias, esse alimento aparecia no chão, como
o orvalho. Eles, pois, o colhiam cada manhã; cada um, conforme ao
que podia comer, e eram alimentados (16.21). Mas, havia uma
coisa a respeito do maná —ele não durava. Eles não podiam
armazená-lo e guardá-lo para um tempo de necessidade.
Os israelitas tinham de apanhar um suprimento fresco
todas as manhãs. Eles tinham de olhar para Deus e confiar
nele como o provedor de todos os dias. Naquela tradição,
Jesus ensinou seus discípulos a orar: O pão nosso de cada
dia dá-nos hoje (oração do Pai nosso — Mt 6.9-13). Ele
também lhes ensinou que havia mais na história do Deus
que provia sustento para a fome física de seus ancestrais no
deserto. A experiência dos israelitas foi simbólica - ela apon
tava para o dia quando Deus satisfaria a fome espiritual do
Seu povo. Disse-lhes, pois, Jesus: Na verdade, na verdade vos

digo que Moisés não vos deu o pão do céu, mas meu Pai vos
dá o verdadeiro pão do céu. Porque o pão de Deus é aquele
que desce do céu e dá vida ao mundo. E Jesus lhes disse: Eu
sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê
em mim nunca terá sede (Jo 6.32,33,35; veja também Jo 6.48
51). Somente Ele pode conhecer, compreender e atender os
desejos mais profundos do coração humano.
H Fazendo a conexão: Hoje, o povo judeu ainda celebra a
festa ou festival da Páscoa por todo o mundo, comemorando
o dia quando o anjo da morte passou por cima das casas israe
litas - as quais foram marcadas com o sangue de cordeiro do
sacrifício —, mas atingiu todos os primogênitos dos egípcios
(Ex 12.1-42). Foi isso que levou a libertação deles da escravi
dão no Egito. Mas, a Páscoa tem um significado especial para
os cristãos também.
O Novo Testamento explica que Jesus é o Cordeiro de
Deus, puro e sem manchas, que foi sacrificado para libertar
-nos da escravidão do pecado (veja Jo 1.29; 1 Co 5.7; Hb
9.11— 10.18; 1 Pe 1.18-21). O sangue de Jesus cobre-nos,; esse
sangue marca-nos e separa-nos como propriedades dele. En
tão, quando Deus olha para nós, Ele vê o sangue de Cristo e
passa sobre nós, perdoando e esquecendo nosso pecado, como
algo que já foi pago. Jesus recebeu a punição em nosso lugar
quando Ele morreu na cruz e, então, ressuscitou dos mortos.
Assim, em um sentido bem real, a celebração cristã da Páscoa
é da libertação da morte.
LEVÍTICO
Levítico
£i O livro:
ü O autor: Moisés
üf O público: O povo de Deus

■ O cenário: Península do Sinai, 1445 a.C.— 1400 a.C.
H A história: No monte Sinai, Deus não apenas deu a Moisés
os Dez Mandamentos, Ele deu todo o sistema de leis —regras
e regulamentos —que manteriam Seu povo puro e santo, se
parado para Ele. Essas leis impediríam que os filhos de Israel
adotassem as práticas más das nações ao redor deles, incluin
do adoração de ídolos, orgias e sacrifício de crianças. As leis
também os preparariam para compreender e reconhecer sua
necessidade de um Salvador (Hb 10.1-23).
B A mensagem: E chamou o SENHOR a Moisés efalou com ele
da tenda da congregação (1.1). Moisés deu as instruções de Deus
ao povo para que as pessoas levassem a Ele ofertas queimadas,
ofertas de manjares, ofertas de comunhão, ofertas de expiação
do pecado e ofertas de expiação da culpa (1.2—7.38). Então,
os filhos de Israel reuniram-se para um culto de dedicação
do tabernáculo (ou tenda da congregação), na qual Arão e
seus filhos foram formalmente ordenados como sacerdotes
(8.1—9.21). Então, entraram Moisés eArão na tenda da congrega
ção; depois, saíram e abençoaram o povo; e a glória do SENHOR
apareceu a todo o povo (9.23).
Entretanto, não demorou muito para que os dois filhos
de Arão desobedecessem a Deus, deixando de seguir Suas
instruções detalhadas e completas. Nadabe e Abiú mostraram
desrespeito por Deus, queimando incenso sem a permissão
dele —e isso custou suas vidas. Eles foram consumidos, lite
ralmente, pelo fogo santo de Deus (10.1-2). E disse Moisés a
Arão: Isto é o que o SENHOR falou, dizendo: Serei santificado
naqueles que se cheguem a mim e serei glorificado diante de todo o
povo (10,3).
Deus deu ao Seu povo instruções posteriores acerca de

alimentos limpos (saudáveis ou permitidos) e alimentos imun
dos. Ele descreveu procedimentos para purificação depois
do nascimento de uma criança e também para purificação
de doenças de pele, mofo e corrimentos do corpo (11.1—
15.33). Deus também orientou que o povo guardasse um dia
para o jejum e para o arrependimento de pecados —o Dia
da Expiação (16.1-34). Então, há mais instruções para uma
vida santa.
Deus é muito específico a respeito do que Ele espera de
Seu povo, do comportamento e dos relacionamentos dele. Ele
estabelece diretrizes claras sobre tudo, desde saúde e higiene a
sexualidade, processos legais e liberação de dívidas. Ele expõe
as punições adequadas para pecados específicos. Por intermé
dio de Moisés, Deus deu ao povo instruções para guardar um
número de festas e celebrações de feriados (17.1—25.55).
Deus disse que havia muitas bênçãos e recompensas guar
dadas para aqueles que andassem em obediência aos Seus
mandamentos, por exemplo, Sua constante segurança e per
manente presença: E andarei no meio de vós e eu vos serei por Deus,
e vós me sereis por povo (26.12). As consequências para a desobe
diência são justas e claramente descritas (26.14-45). Estes são os
mandamentos que o SENHOR ordenou a Moisés, para osfilhos de
Israel, no monte Sinai (27.34).
Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu sou 0 SENHOR,

vosso Deus. Eguardai os meus estatutos e cumpri-os. Eu sou 0
SENHOR que vos santifica. (Levítico 20.7,8)
ü Mais sobre essa história na Bíblia: A história dos filhos

de Israel que começou em Gênesis, Exodo e Levítico conti
nua em Números e em Deuteronômio. No Novo Testamen
to, o livro de Hebreus explica quantas regras e quantos rituais
de Levítico foram estabelecidos a fim de preparar o povo de
Deus para a vinda do Messias - Jesus - e a fim de ajudá-los a
compreender o que Ele alcançou por meio de Seu sofrimen
to e de Sua morte sacrificial.
M Palavras para saber:
Limpo: Puro e não contaminado; uma pessoa que estivesse
limpa poderia participar da cerimônia de adoração e de outros
aspectos da vida em comunidade. Uma pessoa que estivesse
impura não poderia participar até que tivesse sido purificada
pela observância das instruções dadas por Deus na Lei.
Santo/santidade: Perfeito e puro, separado por (e para) Deus.
Consagrar: Separar ou dedicar para o serviço a Deus.
Expiação: Ato de pagar pelos erros de alguém e acertar as di
ferenças; reconciliar ou restaurar relacionamentos que foram
danificados pelo erro.
S Você sabia? Levítico quer dizer dos levitas. A tribo de Levi
foi separada por Deus para servi-lo como sacerdote. Os le
vitas lideravam a comunidade em adoração, ofereciam seu
sacrifício e cuidavam do tabernáculo (e, mais tarde, também
cuidaram do templo).
B Pense nisso: Essas instruções que Deus deu aos filhos de Is
rael foram específicas para um povo que viveu em um tempo
específico — e para um propósito bem específico. É um erro
selecionar versículos fora de seu próprio contexto bíblico —
particularmente versículos que claramente abordam ques
tões culturais, não morais nem espirituais — e insistir que
eles ainda são ligados aos cristãos de hoje. Não estamos mais
debaixo da Lei nem somos obrigados a aceitar os termos do
antigo pacto ou contrato (G1 3.24-26; Hb 9.15).Também é
um erro ignorar completamente ou desprezar tais instruções,
pois elas revelam uma grande parte do caráter e da natureza
de Deus e Seu propósito para o homem. Os princípios mo
rais do coração da Lei são eternos.
Fazendo a conexão: Existe, hoje, um feriado que conhece
mos comoYom Kippur. No Antigo Testamento, ele era men
cionado como o Dia da Expiação. Esse era um dia solene de
jejum, oração e arrependimento. A nação de Israel ajuntava-se
para confessar seus pecados —coletivos e individuais —e para
buscar a expiação e a reconciliação com Deus. Esse era o úni
co dia do ano em que o sacerdote podia pisar além do véu no
templo e entrar no Santo dos Santos —o lugar onde a presença
de Deus descansava. O sacerdote representava o povo e servia
como mediador a seu favor. Ele sacrificava um bode como
oferta pelo pecado e espargia seu sangue no propiciatório. Do
lado de fora, ele impunha as mãos sobre outro bode e confes
sava o pecado de Israel mais uma vez. Este “bode expiatório”
era levado para fora da cidade e deixado para vagar pelo de
serto, simbolicamente carregando os pecados deles embora.
A Bíblia conta-nos que, quando Jesus morreu na cruz,
Ele tornou-se um sacrifício por nós. Ele pagou a pena por
nosso pecado completamente, de uma vez por todas. Jesus
removeu a barreira que nos separava de Deus (veja Hebreus
9—10). Na verdade, Mateus 27.51 diz-nos que, no momento
em que morreu, eis que o véu do templo se rasgou em dois, de
alto a baixo. Por causa do sangue de Jesus, recebemos o acesso
ao Santo dos Santos. Podemos entrar na presença de Deus
sem medo ou vergonha. Nossos pecados foram perdoados,
apagados, lavados no sangue do Cordeiro. Um dia de tristeza

tornou-se um dia de celebração.
NÚMEROS
H O livro: Números
ü O autor: Moisés
3 O público: O povo de Deus
S O cenário: Do monte Sinai às planícies de Moabe, 1445
a.C.— 1400 a.C.
B A história: O livro de Números recebeu esse nome por
causa do número de pessoas contadas no primeiro censo
que os filhos de Israel fizeram depois que deixaram o Egi
to. Deus, milagrosamente, acabara de libertá-los de 400 anos
de escravidão e, agora, estava levando-os para a terra que
Ele prometera dar aos descendentes de Abraão, Isaque ejacó.
Infelizmente, em vez disso, a rebelião e a desobediência do
povo mantiveram-no vagando pelo deserto.
ü A mensagem: Conforme os filhos de Israel preparavam-se
para deixar o Monte Sinai e rumar à Terra Prometida, Deus
disse a Moisés para fazer um censo e contar o número de
homens capazes de servir no exército (1.1-54). Ele deu ins
truções sobre a posição —em relação ao tabernáculo —que
cada tribo deveria tomar quando o povo viajasse e onde suas
tendas deveriam ser armadas (2.1-34). Havia instruções mais
detalhadas para os sacerdotes —os levitas —e regras e regu
lamentos para a comunidade em geral (3.1—6.27; 15.1-41;
18.1— 19.22).Todo o povo ajuntou-se para uma cerimônia
especial de dedicação do tabernáculo (7.1—9.23). Então, a
jornada do povo começou de verdade.
Infelizmente, houve problemas desde o início. O povo

murmurava e reclamava constantemente. Alguns disseram
que estavam enjoados do maná, o pão milagroso que Deus
enviava a cada dia. Eles queriam carne! Então, Deus enviou
uma tempestade de codornas; os pássaros faziam pilhas de
um metro no chão. Agora, as pessoas tinham tanta carne para
comer que, literalmente, engasgavam-se com ela (11.4-35).
A seguir, Arão e Miriã rebelaram-se contra a liderança de
seu irmão mais novo, pois eles ressentiam-se da posição e da
influência de Moisés. Afinal de contas, Deus falava por inter
médio deles também. Começaram uma rebelião “disfarçada
de preocupação” por causa do casamento de Moisés com
uma mulher cuxita (ou midianita) - uma estrangeira. Con
tudo, Deus os silenciou e deixou bem claro que Ele escolheu
Moisés para liderar o povo. Ele fez uma distinção entre Moi
sés e os outros que o serviam. Se entre vós houver profeta, eu, o
SENHOR, em visão a ele me farei conhecer ou em sonhos falarei
com ele. Não é assim com o meu servo Moisés, que êfiel em toda a
minha casa. Boca a bocafalo com ele, e de vista, e não por figuras;
pois, ele vê a semelhança do SENHOR; por que, pois, não tivestes
temor defalar contra o meu servo, contra Moisés? (Nm 12.6-8).
Quando os filhos de Israel chegaram à fronteira de Canaã,
aTerra Prometida, Moisés enviou 12 homens (cada um repre
sentava uma das 12 tribos) para ir à frente deles e explorar a
terra (13.1-33). Dez dos espiões retornaram desencorajados
pelo tamanho e pela força do povo que teriam de expulsar
para tomar posse da terra. Porém, dois deles, Josué e Calebe,
viram as coisas de modo diferente: Efalaram a toda a congrega
ção dosfilhos de Israel, dizendo: A terra pelo meio da qual passamos
a espiar é terra muito boa. Se o SENHOR se agradar de nós, então,
nos porá nesta terra e no-la dará, terra que mana leite e mel. Tao
somente não sejais rebeldes contra o S E N H O R e não temais o povo

desta terra, porquanto são eles nosso pão; retirou-se deles o seu ampa
(Nm 14.7-9).
ro, e o S E N H O R é conosco; não os temais
Apesar disso, os filhos de Israel estavam com medo, com
tanto medo que, rapidamente, recusaram-se a entrar na Terra
Prometida. Depois de todas as coisas miraculosas que Deus
fez por eles, ainda não confiavam nele. Então, Deus disse que
eles teriam de vagar no deserto até que cada membro de sua
geração —exceto Josué e Calebe —tivesse morrido. Segundo
o número dos dias em que espiastes esta terra, quarenta dias, cada
dia representando um ano, levareis sobre vós as vossas iniquidades
quarenta anos e conhecereis o meu afastamento (Nm 14.34).
Seus filhos seriam os que herdariam a Terra Prometida.
Quando as pessoas perceberam o custo de sua desobediência,
subitamente deram meia-volta. Eles decidiram que não obe-
deceriam a Deus. Moisés avisou-os de que era muito tarde e
que Deus não estava com eles, mas tentaram entrar na Terra
Prometida de qualquer jeito - apenas para serem expulsos
pelos habitantes dela. Não havia nada a fazer senão retornar
ao deserto (14.1-45).
Mais uma vez, o povo murmurou e reclamou — desta
vez, chorando em alta voz, pedindo água. Por que nos trouxe
para morrer neste deserto? Teríamos ficado melhor no Egito! Deus
disse a Moisés para falar a uma rocha e ordenar que a água
brotasse dela. No entanto, em sua ira e frustração com o povo,
Moisés bateu na rocha. As pessoas conseguiram a água que
haviam pedido, mas Moisés perdeu o privilégio de entrar na
Terra Prometida (20.1-13).
Os reis das nações próximas ficaram nervosos ao ver
aquela enorme nação andando ao longo de suas fronteiras —
e, algumas vezes, por meio de suas terras. Eles ouviram falar
no que acontecera aos egípcios. Aqueles que tentaram atacar

os israelitas eram totalmente destruídos (21.1-3,21-35). O
rei de Moabe chamou Balaão, um “profeta de aluguel”, para
amaldiçoar o povo de Deus. Mas, no caminho, a mula de
Balaão repreendeu-o! E, quando Balaão finalmente chegou
até onde os israelitas estavam acampados, ele falou apenas as
palavras que Deus pôs em sua boca - palavras de bênção e
não de maldição (22.1—24.25).
Quando os 40 anos vagando no deserto chegaram ao
fim, Deus disse a Moisés para fazer outro censo e contar as
pessoas que entrariam na Terra Prometida. Ele deu instruções
para dividir a terra entre as 12 tribos e apontou Josué como
sucessor de Moisés (26.1—27.23; 32.1-42). Deus lembrou o
povo acerca de como apresentar suas ofertas e seus sacrifícios
e de como celebrar seus dias santos nacionais (feriados) —
Páscoa, Festa das Semanas, Festa das Trombetas, Festa dos Ta-
bernáculos e Dia da Expiação (28.1—29.40). Moisés contou
novamente todos os passos e os estágios da jornada dos Isra
elitas do Egito até a Terra Prometida —cada parada ao longo
do caminho (33.1-56). E ele descreveu os limites geográficos
que Deus estabeleceu - norte, sul, leste e oeste —para a terra
que Ele estava dando ao Seu povo como herança (34.1-29).
V ersícu lo-ch ave ou passagem :
O S E N H O R te abençoe e te guarde; o S E N H O R faça

resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti;
o S E N H O R sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.

(Números 6.24-26)
ü Mais sobre essa história na Bíblia: O livro de Núme

ros continua a história de Moisés e dos filhos de Israel que
começa em Exodo e Levítico, a qual também é lembrada
em D euteronômio. Alguns dos eventos mais significativos na
história de Israel inspiraram os Salmos. Outros são explicados
no Novo Testamento, no hvro de Hebreus.
SI Palavras para saber:
Tabernáculo ou tenda da congregação: A tenda servia como
lugar de adoração dos filhos de Israel durante sua caminhada
pelo deserto e seus primeiros dias como nação (mais tarde, foi
substituída por uma estrutura definitiva —o templo).
Levitas: Os descendentes de Jacó (Israel) que foram separados
por Deus para servi-lo como sacerdotes. Os levitas não foram
contados entre as 12 tribos para receber seu próprio territó
rio na Terra Prometida. Pelo contrário, ganharam cidades em
cada território das outras tribos.
Santuário: Um lugar santo, separado para a adoração; o ta
bernáculo.
Oráculo: Uma profecia, uma parábola ou um provérbio.
proteção e provisão; o ato de pronunciar ou demonstrar o
favor de Deus sobre os outros. Na Bíblia, palavras de bênção
(e maldição) têm um tipo de poder que pode fazê-las virarem
verdade.
B Pense nisso: Balaão —o “profeta de aluguel” —foi completa
mente impedido de amaldiçoar o povo de Deus. Por mais que
tivesse tentado, ele conseguiu apenas falar as palavras que Deus
lhe permitiu pronunciar, palavras de bênção em vez de maldi
ção (22.1—24.25). Desse modo, Balaão surgiu com outro pla
no para agradar seus empregadores, uma estratégia muito mais
sutil para destruir o povo escolhido do Senhor (31.16). Balaão

sugeriu que os moabitas usassem vinho, mulheres e músicas para
seduzir os filhos de Israel. Os homens do povo de Deus que se
envolvessem com mulheres moabitas se encontrariam adorando
os deuses delas para agradá-las. Dessa maneira, não haveria ne
cessidade de serem amaldiçoados por Balaão - eles trariam uma
maldição sobre eles mesmos. Jeová os puniria severamente por
seu pecado. Infelizmente, a estratégia de Balaão foi demasiada
mente eficaz — essa estratégia ainda é eficaz até hoje (25.1-18).
Fazendo a conexão: Em determinado momento, quando
os filhos de Israel rebelaram-se contra Deus, Ele permitiu que
uma praga de cobras venenosas atacasse-os, e muitos morre
ram. Quando aqueles que ainda estavam vivos arrependeram
-se e pediram o perdão de Deus, Ele parou a praga. Deus disse
a Moisés para moldar uma cobra de bronze e pendurá-la em
um poste. Quem fosse mordido poderia olhar para ela, ser
curado e viver (21.4-9). Milhares de anos depois, Jesus apon
taria para esse evento na história de Israel como um símbolo
de Sua missão e de Seu ministério: E, como Moisés levantou a
serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levan
tado, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna Qo 3.14,15).
DEUTERONÔMIO
■ O livro: Deuteronômio
S O autor: Moisés
S O público: O povo de Deus
B O cenário: As planícies de Moabe, entre 1401 a.C. e 1400 a.C.
ü A história: Deuteronômio quer dizer segunda lei ou repetição

da lei. Nessa série de sermões, Moisés reviu tudo que aconte
ceu com os filhos de Israel - todas as lições que aprenderam
- do momento que deixaram o Egito até chegarem à Terra
Prometida. Essencialmente, em seu discurso de despedida,
Moisés lembra ao povo de guardar todos os mandamentos
de Deus e de honrar seu pacto com Ele.
A m ensagem : Moisés começou com uma lição de história
- uma revisão de todo o caminho percorrido pelos filhos de
Israel, desde seus dias como escravos no Egito e batalhas que
lutaram e venceram. Seus pais e avós perderam sua chance
de entrar na Terra Prometida. Agora, era a vez deles (1.1—
4.14). Uma aventura incrível apresentava-se diante deles: O
S E N H O R , vosso Deus, que vai adiante de vós, por vós pelejará,
conforme tudo o que fe z convosco, diante de vossos olhos, no Egito;
como também no deserto, onde viste que o S E N H O R , teu Deus,
nele te levou, como um homem leva seu filho, por todo o caminho
(1.30-32).
que andastes, até chegardes a este lugar
Moisés lembrou o povo do privilégio incrível que era
conhecer Deus do modo como conheciam, experimentando
Sua presença e Seu poder da maneira como experimentavam
(4.32-40). Ele repetiu os Dez Mandamentos que lhe dera no
monte Sinai e lembrou ao povo do compromisso que haviam
assumido: amar e servir a Deus sempre (5.1-33; 6.1-25).
Deus disse que era de vital importância que os filhos de
Israel expulsassem todas as nações pagãs da Terra Prometida
e que eles não fizessem tratados nem casassem com elas. Do
contrário, seriam exatamente como elas - quando deveríam
ser diferentes. Porque povo santo és ao S E N H O R , teu Deus; o
S E N H O R , teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo
próprio, de todos os povos que sobre a terra há (Dt 7.6).
Deus não o escolheu porque era o povo mais numeroso,

mais poderoso nem o mais espiritual. Pelo contrário: Não é
por causa da tua justiça, nem pela retidão do teu coração que entras a
possuir a sua terra, mas, pela impiedade destas nações, o S E N H O R ,
teu Deus, as lança fora, de diante de ti (Dt 9.5). mas porque o SE
N H O R vos amava; e, para guardar o juramento que jurara a vossos
pais, o S E N H O R vos tirou com mão forte e vos resgatou da casa da
servidão(Dt 7.8).
Moisés disse: E te lembrarás de todo o caminho pelo qual o
S E N H O R , teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para
te humilhar, para te tentar, para saber o que estava no teu coração, se
guardarias os seus mandamentos ou não. E te humilhou, e te deixou ter
fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o
conheceram, para te dar a entender que o homem não viverá só de pão,
mas que de tudo o que sai da boca do S E N H O R viverá o homem.
Nunca se envelheceu a tua veste sobre ti, nem se inchou o teu pé nestes
quarenta anos. Confessa, pois, no teu coração que, como um homem
(Dt 8.2-5).
castiga a seufilho, assim te castiga o S E N H O R , teu Deus
Os filhos de Israel deveriam lembrar-se de seu passado
enquanto seguiam para seu futuro. Quando, pois, tiveres comido
efores farto, louvarás ao S E N H O R , teu Deus, pela boa terra que te
deu. Guarda-te para que te não esqueças do S E N H O R , teu Deus,
não guardando os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus esta
(Dt 8.10-11).
tutos, que hoje te ordeno
Moisés ainda lembrou aos israelitas - quando ele estava
no Sinai recebendo os Dez Mandamentos - de como eles
provocaram a ira de Deus por terem adorado ao bezerro de
ouro (9.27-29). Em sua própria frustração com o povo, Moi
sés quebrou as pedras dos mandamentos originais e Deus
teve de dar-lhe outras novas (10.1-11). Agora, pois, ó Israel,
que é o que o S E N H O R , teu Deus, pede de ti, senão que temas o
S E N H O R , teu Deus, e que andes em todos os seus caminhos, e o

ames, e sirvas ao S E N H O R , teu Deus, com todo o teu coração e com
toda a tua alma, para guardares os mandamentos do S E N H O R e
os seus estatutos, que hoje te ordeno, para o teu bem? (10.12,13).
Moisés disse ao povo: Quando entrares na terra que o SE
N H O R , teu Deus, te der, não aprenderás a fazer conforme as abo-
minações daquelas nações. Entre ti se não achará quem faça passar
pelo fogo o seu filh o ou a sua filh a , nem adivinhador, nem prognos-
ticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador de encanta
mentos, nem quem consulte um espírito adivinhante, nem mágico,
nem quem consulte os mortos, pois todo aquele que fa z tal coisa ê
abominação ao S E N H O R ; e por estas abominações o S E N H O R ,
teu Deus, as lança fora de diante de ti. Pe fe ito serás, como o S E
N H O R , teu Deus (1 8 .9 -Í3 ). Deus proibiu Seu povo, estrita e
repetidamente, de envolver-se com idolatria, ou seja, com a adoração
(4.15-31; 13.1-18; 16.21— 17.7).
a outros deuses
Moisés repetiu as instruções de Deus sobre tudo, des
de casamento e divórcio, crime e punição, até procedimen
tos adequados para oferecer sacrifícios e celebrar dias santos
(12.1-32; 14.1—26.19). Deus deixou bem claro que havia
bênçãos (recompensas) para a obediência e maldições (pu
nições) para a desobediência (28.1-19). Deus estava dando
-lhes uma escolha; cabia a eles tomar uma decisão: Porque
este mandamento, que hoje te ordeno, te não é encoberto e tampouco
está longe de ti. Não está nos céus, para dizeres: Quem subirá por
nós aos céus, que no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que ofaçamos?
Nem tampouco está dalém do mar, para dizeres: Quem passará por
nós dalém do mar, para que no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que
o façamos? Porque esta palavra está mui perto de ti, na tua boca
e no teu coração, para afazeres. Vês aqui, hoje te tenho proposto a
vida e o bem, a morte e o mal (...) Os céus e a terra tomo, hoje,por
testemunhas contra ti, que te tenho proposto a vida e a morte, a

bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua
semente (30.11-15,19).
Moisés registrou todas essas coisas para as gerações fu
turas no livro da Lei (31.9-12). Então, ele abençoou cada
uma das 12 tribos e toda a nação de Israel: Bem-aventurado
és tu, ó Israel! Quem é como tu, um povo salvo pelo S E N H O R ,
o escudo do teu socorro e a espada da tua alteza? Pelo que os teus
inimigos te serão sujeitos, e tu pisarás sobre as suas alturas (33.29).
Moisés comissionou seu sucessor, Josué: O S E N H O R , pois, é
aquele que vai adiante de ti; ele será contigo, não te deixará, nem te
desamparará; não temas, nem te espantes(31.8). Momentos antes
da morte de Moisés, o Senhor o guiou para o monte Nebo,
onde ele pôde contemplar a Terra Prometida e vê-la com
seus próprios olhos —embora não tenha podido entrar nela
(1.37; 34.1-4). E nunca mais se levantou em Israel profeta algum
como Moisés, a quem o S E N H O R conheceraface aface; nem seme
lhante em todos os sinais e maravilhas, que o S E N H O R o enviou
para faze r na terra do Egito, a Faraó, e a todos os seus servos, e a
toda a sua terra; e em toda a mão forte e em todo o espanto grande
que operou Moisés aos olhos de todo o Israel (34.10-12).
Ouve, Israel, o S E N H O R , nosso Deus, ê o único S E
N H O R . Amarás, pois, o S E N H O R , teu Deus, de todo o
teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder. E
estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e
as intimarás a teus filh o s e delas falarás assentado em tua

casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te.
Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por tes-

teiras entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua
casa e nas tuas portas. (Deuteronômio 6.4-9)
S Mais sobre essa história na Bíblia:As histórias que Moisés

recontou em Deuteronômio são encontradas primeiramente
em Êxodo, Levítico e Números. Elas continuam no livro de
Josué. Alguns dos eventos mais significativos na história de
Israel inspiraram os Salmos. Outras histórias são explicadas
no Novo Testamento, no livro de Hebreus.
ü Palavras para saber:
Santo/santidade: Perfeito e puro, separado para (e por) Deus.
proteção e provisão; o ato de pronunciar ou demonstrar o
favor de Deus sobre os outros. Na Bíblia, palavras de bênção
(e maldição) têm um tipo de poder que pode fazê-las vira
rem verdade.
SI Você sabia? Deuteronômio 34.7 diz-nos que era Moisés da
idade de cento e vinte anos quando morreu; os seus olhos nunca
Quando chegou o
se escureceram, nem perdeu ele o seu vigor.
momento, o próprio Deus enterrou Moisés. Este o sepultou
num vale, na terra de Moabe, defronte de Bete-Peor; e ninguém
tem sabido até hoje a sua sepultura(34.6). Talvez, a razão pela
qual o túmulo de Moisés seja um segredo é que Deus não
quer que o sepulcro dele torne-se um templo —um lugar de
idolatria e adoração —nem um alvo de profanação por parte
dos inimigos de Israel. Interessante notar que, no Novo Tes
tamento, Judas referiu-se a uma discussão que houve entre
o arcanjo Miguel e o diabo por causa do corpo de Moisés.

Judas mencionou a história para lembrar seus leitores de que
os seres humanos devem ter o devido respeito pelo poder das
coisas sobrenaturais —as boas ou as más —e para lembrá-los
de que a autoridade de repreender os demônios vem apenas
de Deus (veja Judas 9).
18 Fazendo a conexão: As palavras de Deuteronômio 6.4-9,
junto com Deuteronômio 11.13-21 e Números 15.37-41,
compõem o Shemá —a confissão judaica de fé. Esses versículos
sagrados são a peça central de todas as orações matinais e ves
pertinas dos judeus devotos de hoje. Em Mateus 22.36-38,
Jesus disse que toda a Lei poderia ser resumida em Deutero
nômio 6.5: Amarás, pois, o S E N H O R , teu Deus, de todo o teu
coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder. E em Levítico
19.18: Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu
povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Pense nisso: Muitas pessoas são familiarizadas com as ins

truções que Deus deu a Moisés sobre a punição apropriada
para o comportamento criminoso em Deuteronômio 19.21:
vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por
pé.A lei provia para aqueles que causaram mal acidentalmen
te ou sem intenção. Mas, aqueles que intencional, negligente
ou deliberadamente violaram os mandamentos de Deus e
cometeram crimes contra as pessoas da comunidade tinham
de ser punidos de maneira bem dura para impedir os outros
de seguir os passos do criminoso (Dt 19—25).
Mas, no Novo Testamento, Jesus deixou claro que essa lei
foi estabelecida para punir os criminosos e não para licenciar
o ódio nem para dar lugar à amargura ou à falta de perdão
nos corações daquelas pessoas. Isso não dava aos indivíduos
o direito de buscar vingança ou retribuição. Ouvistes que fo i

dito: Olho por olho e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não
resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-
-Ihe também a outra; e ao que quiser pleitear contigo e tirar-te a
vestimenta, larga-lhe também a capa; e, se qualquer te obrigar a
caminhar uma milha, vai com ele duas. D á a quem te pedir e não te
desvies daquele que quiser que lhe emprestes. Eu, porém, vos digo:
A m a i a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fa ze i bem
aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem
(Mt 5.38-42; 44). Porfim , é a responsabilidade de Deus ajustar o
placar (Rm 12.19).
JOSUÉ
3! O livro: Josué
H O autor: Desconhecido - provavelmente Josué
M O público: O povo de Deus
B O cenário: A terra de Canaã, entre 1405 a.C. e 1383 a.C.

■ A história: Depois da morte de Moisés, Josué liderou os
filhos de Israel para a Terra Prometida. Mas, antes que pudes
se estabelecer-se em seu novo território e formar-se como
nação, os israelitas tiveram de expulsar as nações pagãs que
moravam ali. Era uma tarefa audaciosa, mas Deus disse que
estaria com eles a cada passo do caminho.
■ A mensagem : Quando Josué assumiu a liderança dos filhos
de Israel, Deus apareceu a ele, dizendo: Todo lugar que pisar
a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado (...). Ninguém se susterá
diante de ti, todos os dias da tua vida; como f u i com Moisés, assim
serei contigo; não te deixarei nem te desampararei (1.3,5). Deus
insistiu com Josué: Tão somente esforça-te e tem mui bom ânimo
(...). Não se aparte da tua boca o livro desta Lei; antes, medita nele
dia e noite, para que tenhas cuidado de fa ze r conforme tudo quanto
nele está escrito;porque, então,farás prosperar o teu caminho e, então,
prudentemente te conduzirás (1.7-8).
O povo preparou-se para cruzar o rio Jordão e entrar
na Terra Prometida. Josué enviou espiões à frente dele para
determinar que oposição ele poderia enfrentar - especifi
camente da fortificada cidade de Jericó. Quando os espiões
alcançaram a cidade, encontraram abrigo na casa de Raabe,
a prostituta, que os escondeu dos soldados do rei. A mulher
disse aos espiões: Bem sei que o S E N H O R vos deu esta terra, e
que o pavor de vás caiu sobre nós, e que todos os moradores da terra
(2.9). Ela pediu aos israelitas que
estão desmaiados diante de vós
a poupassem, e a sua família também, assim como ela mesma
os havia poupado (2.12-21).
40 anos depois que os filhos de Israel deixaram o Egito,
uma nova geração estava pronta para tomar posse da Terra
Prometida. Quando pisaram no rio Jordão, Deus dividiu suas
águas como fez no mar Vermelho (3.1-17). Do outro lado, o
povo construiu um memorial com pedras do leito seco do rio
para ajudá-lo a lembrar deste dia histórico e da intervenção
miraculosa de Deus em favor dele (4.1-24). Os filhos de Israel
perceberam que, durante seu caminho no deserto, eles negli
genciaram a circuncisão de seus filhos, isto é, a manutenção
do pacto que Deus fizera com Abraão. Antes de ir adiante,
toda a nação deveria ser circuncidada de uma vez (5.1-12).
Josué teve um encontro com um ser sobrenatural - o
Comandante do exército do Senhor - que lhe deu uma estraté
gia única para conquistar a cidade de Jericó: Vós, pois, todos
os homens de guerra, rodeareis a cidade, cercando a cidade uma vez;
assim fareis por seis dias. (...) E no sétimo dia rodeareis a cidade
sete vezes; e os sacerdotes tocarão as buzinas. E será que, tocando-se
longamente a buzina de chifre de carneiro, ouvindo vós o sonido da
buzina, todo o povo gritará com grande grita; e o muro da cidade
cairá abaixo(...) (6.3-5).
Josué e o povo seguiram as instruções de Deus ao pé
da letra e o muro da cidade desmoronou, assim como o Se
nhor havia dito. Os exércitos de Israel correram para atacar
os chocados habitantes da cidade, que agora estava indefesa
(6.20,21). Assim, deu Josué vida à prostituta Raabe, e àfam ília de
seu pai, e a tudo quanto tinha; e habitou no meio de Israel até ao
dia de hoje (...) (6.25).
Depois da batalha de Jericó, os filhos de Israel moveram
-se para atacar Ai —uma cidade muito menor e mais fraca. Po
rém, para sua surpresa e decepção, sofreram uma séria derrota
(7.1-5). Josué clamou a Deus, pedindo-lhe uma explicação e
Deus revelou-lhe que ele havia pecado no campo. Algumas
pessoas desobedeceram à ordem e guardaram despojos da ci
dade de Jericó para si - coisas que deveriam ter sido levadas à
destruição. Deus quis que Seu povo entendesse que mesmo o
pecado de uma única pessoa podia impactar negativamente toda
a comunidade. Portanto, o grupo culpado —Acã e sua família
—deveria pagar com suas vidas por causa da sua desobediência
(7.6-26). Uma vez que a questão do pecado de Acã fora resol
vida, Josué e os exércitos de Israel prepararam uma armadilha
para o povo de Ai. Dessa vez, destruíram a cidade toda (8.1
29). Posteriormente, o povo sacrificou ofertas para mostrar sua
gratidão a Deus e renovar seu pacto com Ele (8.30-35).
Ora, Deus havia dito ao povo para não fazer tratados
de paz com os povos pagãos que viviam ao redor de Canaã,
pois Ele desejava que todos fossem embora. Mas, os homens

de Gibeão enganaram os líderes de Israel, levando-os a crer
que eram de um país distante e uma aliança infeliz foi feita
(9.1-27). Em uma batalha contra os cinco reis dos amoritas,
o Senhor mostrou Seu grande poder mais uma vez, lançando
os inimigos de Israel em confusão, fazendo chover granizo
do céu e —em resposta à oração de Josué —mantendo o sol
parado por um dia inteiro, de modo que Israel tivesse tempo
e luz do dia para lutar até a vitória (10.1-15).
Sob a liderança de Josué e com o grande poder de Deus,
os filhos de Israel derrotaram 35 reis e capturaram suas cida
des (12.1-24). Mas, ainda havia batalhas a lutar e alguns reis
e reinos para derrotar. Por intermédio de Josué, Deus deu ao
povo instruções específicas para continuar e terminar o que
havia começado e, então, dividir a terra em territórios para
cada uma das tribos (13.1—22.34).
Josué ajuntou os anciãos e os líderes das tribos para dar
-lhes o que se tornou seu discurso de despedida —sua últi
ma oportunidade de aconselhar e ajudar o povo de quem
ele cuidou e liderou fielmente todos aqueles anos (23.1—
24.27). Mais uma vez, ele contou a história dos israelitas e
lembrou-os da bondade de Deus para com eles no passado,
bem como de todos os milagres que Ele fizera a seu favor,
recordou-os da misericórdia e da graça que Ele lhes mostra
ra. Josué falou das grandes oportunidades que estavam diante
deles na Terra Prometida. E ele desafiou-os a decidirem, de
uma vez por todas, se adorariam ou não ao único Deus. Josué
disse que eles poderíam servir outros deuses se quisessem:
porém eu e a minha casa serviremos ao S E N H O R (24.14-15). O
povo replicou: também nós serviremos ao S E N H O R , porquanto
é nosso Deus(24.18). Josué alertou-os sobre as promessas que

faziam, mas que não podiam cumprir — mas eles insistiram.
Serviremos ao S E N H O R , nosso Deus, e obedeceremos d sua voz
(24.24). Então Josué conduziu o povo em uma cerimônia de
renovação da sua aliança com Deus. E, assim, com 110 anos
de idade, Josué deu seu último fôlego. Serviu, pois, Israel ao
S E N H O R todos os dias de Josué e todos os dias dos anciãos que
ainda viveram muito depois de Josué e que sabiam toda a obra que
o S E N H O R tinha Jeito a Israel (24.31).
Esjorça-te e tem bom ânimo; não pasmes, nem te espantes,

porque o S E N H O R , teu Deus, é contigo, por onde quer que
andares. (Josué 1.9)
S Mais sobre essa história na Bíblia: O livro de Josué con

tinuou a história dos filhos de Israel que começou em Êxo
do, Levítico, Números e Deuteronômio. Alguns dos eventos
mais significativos na história de Israel inspiraram os Salmos.
Outras histórias são explicadas no Novo Testamento, no livro
de Hebreus.
■ Palavras para saber:
Consagrado: Separado ou dedicado para o serviço a Deus.
Circuncisão: Um sinal físico, visível, do pacto ou do contrato
entre Deus e Seu povo. A circuncisão representava a disposi
ção do povo para andar em obediência aos mandamentos de
Deus. Ser incircunciso significava ser desobediente e rebelde
—era uma rejeição a Deus e aos Seus mandamentos. Algumas
vezes, a Bíblia usa a palavra simbolicamente —por exemplo,
quando descreve pessoas que têm o coração “circuncidado” e

“nâo circuncidado” [Rm 2.29],
Herança: A terra que Deus deu aos filhos de Israel para cum
prir Sua promessa a Abraão, Isaque e Jacó, os ancestrais deles.
H Pense nisso: Algumas vezes, é difícil compreendermos a
maneira desprovida de emoção como os livros do Antigo
Testamento (incluindo Josué) descrevem as terríveis mortes
de milhares de pessoas nos atos de guerra. Ajuda se lembrar
mos de que do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e
aqueles que nele habitam (SI 24.1).
Deus tem o direito de julgar as nações e de usar uma na
ção para punir ou, inclusive, destruir outra, cumprindo o Seu
propósito final para a humanidade - Seu plano de salvação
e redenção.
E importante notar que Deus não chamou Seu povo
para engajar-se em uma eterna “guerra santa” e fazê-lo che
gar à dominação do mundo. Ele ordenou que expulsassem
os povos pagãos que viviam em um lugar específico, em um
tempo específico, para um propósito específico.
Os povos que Ele separou para a destruição eram povos
que viviam em iniquidade indescritível, praticando todo tipo
de mal e de imoralidade —incluindo sacrifícios de crianças.
Deus tomou a terra deles e deu-a ao Seu povo escolhido, de
modo que a nação de Israel poderia ser um exemplo relu
zente do tipo de pureza e de santidade que agrada a Deus —a
pureza e a santidade que Ele anseia ver em todas as nações,
em toda a humanidade.
Quando o povo de Deus rebelou-se contra Ele e engajou
-se na mesma iniquidade que seus predecessores, teve o mesmo
destino —os israelitas foram expulsos de sua terra por outras
nações que vieram depois deles. Do começo ao fim, as Escri-
turas deixam claro que Deus, ao mesmo tempo em que é justo,

também é misericordioso. Aqueles que o obedecem experi
mentam Sua bênção. Aqueles que o desobedecem - e então se
arrependem - experimentam Seu perdão. Deus chama homens
e mulheres de todas as tribos e de todas as nações para conhecê
-lo, amá-lo e adorá-lo em espírito e em verdade Qo 4.23; Ap 5.9).
Fazendo a conexão: Josué disse ao povo de Deus: Porém, se
vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a
quem sirvais: se os deuses a quem serviram vossos pais, que estavam
dalém do rio, ou os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais;porém
SENHOR (24.15). Os filhos de
eu e a minha casa serviremos ao
Israel precisavam entender que não podiam viver a fé da gera
ção anterior. Nós também nao podemos. Como foi dito uma
vez, Deus não tem netos.Você pode ser Seu filho - pode es
colher ter um relacionamento pessoal com Ele, mas não pode
ser Seu neto.Você não pode herdar um relacionamento com
Deus.Você tem de escolher por si mesmo a quem servirá!
JUÍZES
H O livro: Juizes
Bi O autor: Desconhecido —provavelmente Samuel
8 O público: O povo de Deus
O cenário: A terra de Canaã, entre 1086 a.C. e 1004 a.C.
■ A história: Depois da morte de Josué, o povo de Deus fi

cou indo e voltando entre obediência e desobediência, entre
fidehdade e infidelidade a Ele. De tempos em tempos, Deus
levantava juizes —guerreiros valentes que lideravam o povo à
vitória nas batalhas, presidiam-no em paz e ensinavam-no a
obedecer aos mandamentos de Deus.
Si A mensagem: Os filhos de Israel não obedeceram às instru

ções de Deus para expulsar os povos pagãos que viviam na
Terra Prometida (1.1—2.5). Durante a vida de Josué, o povo
servira ao Senhor. Contudo, outra geração após eles se levantou,
que não conhecia o S E N H O R , nem tampouco a obra que fizera a
Israel(2.10).
Os israelitas pecaram contra Deus e Ele permitiu que
seus inimigos triunfassem sobre eles - até que se arrependeram
e clamaram a Deus, pedindo libertação (2.11—3.5). E , quan
do o S E N H O R lhes levantava juizes, o S E N H O R era com o ju iz
e os livrava da mão dos seus inimigos, todos os dias daquele ju iz ;
porquanto o S E N H O R se arrependia pelo seu gemido, por causa
dos que os apertavam e oprimiam. Porém sucedia que, falecendo o
ju iz , tornavam e se corrompiam mais do que seus pais, andando após
outros deuses, servindo-os e encurvando-se a eles; nada deixavam
das suas obras, nem do seu duro caminho (2.18,19).
Otniel derrotou o rei da Mesopotâmia e Eúde derro
tou o rei de Moabe (3.7-30). Sangar salvou os israelitas dos
filisteus (3.31). Então, por 20 anos, os filhos de Israel foram
oprimidos por Jabim, o rei de Hazor. Quando os homens de
Israel estavam muito assustados para obedecer à ordem de
Deus, a qual dizia que deveriam destruir o exército de Jabim
no monte Tabor, Deus deu a vitória a uma mulher em vez
disso. Débora, mulherprofetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel
naquele tempo. E habitava debaixo das palmeiras de Débora, entre
Ramá e Betei, nas montanhas de Efiraim; e os filhos de Israel su
biam a ela a ju íz o (4.4-5). Baraque, o comandante do exército
de Israel, não foi sem ela - então, Débora foi com ele para a
batalha. Assim, Deus, naquele dia, sujeitou aJabim, rei de Canaã,
diante dos filh o s de Israel (4.23).
Para derrotar os midianitas, Deus escolheu um herói in-

comum; Gideão era temeroso e inseguro. Apesar disso, Deus
assegurou a ele várias vezes: eu hei de ser contigo (6.16).
Gideão reúne um exército de 32 mil homens. Deus o reduz
para 300 —afim de que Israel se não glorie contra mim, dizendo:
A minha mão me livrou (7.2). Deus enviou pesadelos terríveis
aos supersticiosos midianitas, os quais convenceram-nos de
que, sem dúvida, perderíam para os israelitas na batalha. No
dia do ataque, Ele colocou os midianitas em tal confusão que
se voltaram uns contra os outros e os homens de Gideão não
tiveram de levantar as espadas (7.7-25).
O filho de Gideão, Abimeleque, assassinou 70 dos seus
próprios irmãos e tentou fazer-se rei como o primeiro rei de
Israel —mas os irmãos que sobreviveram incitaram o povo a
rebelar-se contra sua liderança e o próprio Deus orquestrou
sua queda (9.1-56). A seguir, Tola e Jair tornaram-se juizes
de Israel (10.1-5). jefté era um guerreiro valente cujos feitos
militares foram sombreados pelo voto tolo que fez, no qual
disse que sacrificaria quem saísse pela porta para saudá-lo
quando retornasse vitorioso para casa. A pessoa que saiu pela
porta acabou sendo sua filha amada (10.6— 12.7). Os juizes
Ibsã, Elom e Abdom eram homens de posses, influentes em
suas comunidades e capazes de liderar cada um em seu pró
prio tempo (12.8-15).
Sansão foi um homem separado por Deus desde o nas
cimento; seu longo cabelo era um símbolo de obediência a
Deus, que lhe deu uma força sobrenatural para derrotar os
inimigos de Israel várias vezes (13.1— 15.20). Sansão lide
rou Israel por 20 anos, antes que a luxúria o desviasse. Em
uma tentativa de agradar Dalila, uma mulher enganadora, ele
compartilhou com ela o segredo de sua força. Prontamente,

ela cortou seu cabelo e entregou-o aos filisteus, que cega
ram o enfraquecido guerreiro e colocaram-no em correntes.
Sansão clamou a Deus pela chance de deixar tudo certo. Seu
cabelo cresceu de novo e sua força retornou a tempo de der
rubar todo o templo, com três mil filisteus dentro, sobre a ca
beça deles. E disse Sansão: M orra eu com osfilisteus! E inclinou-se
com força, e a casa caiu sobre os príncipes e sobre todo o povo que
nela havia; eforam mais os mortos que matou na sua morte do que
os que matara na sua vida(16.30).
Depois da morte de Sansão, os filhos de Israel mergulha
ram mais e mais na iniquidade e no pecado. Assim como as
nações pagãs torturaram-nos uma vez, eles cometeram atos
de violência e terror indizíveis uns contra os outros. Deixa
dos à própria sorte, sem uma liderança forte, abandonaram
total e completamente sua fé e seu compromisso com Deus
(17.1—21.25).
Naqueles dias, não havia rei em Israel, porém cada um fa z ia

o que parecia reto aos seus olhos. (Juizes 21.25)
S Mais sobre essa história na Bíblia: Os eventos descritos

no livro de Rute acontecem durante o tempo dos Juizes.
Vários dos juizes são mencionados entre os grandes homens
e mulheres de Deus na galeria dafé em Hebreus 11.0 último
e grande juiz de Israel foi Samuel; sua história pode ser en
contrada em 1 Samuel 1.1—25.1.

Controlar: Conquistar alguém ou algo e trazê-lo sob seu
controle.
Opressão: A prática cruel e injusta do exercício de poder ou
autoridade para dominar algo ou alguém.
B Você sabia? Nos dias do Antigo Testamento, o Espírito do
Senhor veio sobre homens e mulheres em momentos espe
cíficos para capacitá-los a cumprir missões específicas. Mas,
hoje, graças a Jesus, a Bíblia conta-nos que o Espírito Santo
de Deus vive no cristão e age por intermédio de todos os
que nele creem — todo o tempo! (Para mais informações
sobre o Espírito Santo na era do Novo Testamento, veja João
14— 16, 1 Coríntios 12— 14 e o livro de Atos —os atos do
Espírito Santo).
Pense nisso: Algumas vezes, os cristãos falam sobre pôr a
íã para fora como Gideao fez em Juizes 6.36-40 — e pedem
um sinal milagroso a Deus antes de tomar uma decisão im
portante ou de escolher certas atitudes. Não há dúvida de
que Deus ainda fala por meio de sinais e maravilhas hoje. Ele
também nos fala por intermédio de Seu Espírito Santo, por
intermédio de outros crentes e por meio das páginas da Sua
Palavra. A Bíblia ensina que sempre é apropriado pedir di
reção a Deus (Tg 1.5). Mas, nem sempre é apropriado pedir
um sinal milagroso (Mc 8.11,12). Podemos recebê-lo ou não.
Algumas vezes, podemos receber sinaisfalsos que não vêm de
Deus (Mc 13.22). Por isso, é importante conhecer Deus real
mente e aprender a reconhecer Sua voz. E importante passar
tempo com a Sua Palavra, de modo que saibamos o que Ele
diz ou não diz!
RUTE
ü O livro: Rute
H O autor: Desconhecido
S O público: O povo de Deus
II O cenário: A terra de Canaã, entre 1046 a.C. e 1035 a.C.
S A história: Nos dias dos juizes, uma jovem viúva moabita
chamada Rute deixou seu próprio país, sua família e sua fé
para seguir os passos de sua sogra hebreia, Noemi. A história
de Rute é uma história de amor, lealdade e fidelidade na
amizade. Rute fez sacrifícios pelo bem de Noemi, mas foi
Rute quem acabou sendo abençoada —com um novo ma
rido maravilhoso e com o privilégio de tornar-se parte da
árvore genealógica de Jesus!
A mensagem: Uma severa fome levou um israelita cha
mado Elimeleque a tomar sua esposa, Noemi, e seus filhos,
Malom e Quiliom, para viverem no país vizinho de Moabe.
Depois de dez anos, Elimeleque e seus filhos haviam morri
do, deixando viúvas Noemi e suas duas noras, Rute e Orfa
(1.1-5). Ao ouvir que a fome fmalmente havia acabado, No
emi decidiu que retornaria à sua terra natal. O plano de suas
duas noras era acompanhá-la, mas Noemi insistiu que seria
melhor elas retornarem às suas próprias famílias e casarem-se
novamente entre seu próprio povo (1.6-13). Orfa despediu
-se de sua sogra com lágrimas, mas Rute recusou-se a ir: Não
me instes para que te deixe e me afaste de ti;porque, aonde quer que
tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o
e o meu Deus (1.16,17).
teu povo é o meu povo, o teu Deus
As duas mulheres seguiram sua jornada até Belém, onde
as pessoas da cidade correram para saudá-las. As amigas de
Noemi lamentaram com ela a perda de seu marido e de seus

filhos (1.19-22). Rute foi aos campos apanhar os grãos da
colheita que eram deixados para trás pelos segadores (2.2).
Quando o proprietário dos campos chegou, percebeu a mo-
abita imediatamente (2.5,6). Boaz saudou Rute com genti
leza e, pessoalmente, convidou-a a continuar colhendo em
seus campos. Sugeriu-lhe que ficasse perto de suas jovens
servas (onde estaria segura) e insistiu para que se servisse da
COmida e da água que ele providenciava para seus empregados (2.8,9). Rute
ficou maravilhada com sua bondade:por que achei graça em teus
olhos, para quefaças caso de mim, sendo eu uma estrangeira? (2.10).
Boaz replicou-lhe: Bem se me contou quanto fizeste à tua sogra,
depois da morte de teu marido, e deixaste a teu pai, e a tua mãe, e a
terra onde nasceste, e vieste para um povo que, dantes, não conheceste.
O SENHOR galardoe o teu feito, e seja cumprido o teu galar
dão do SENHOR, Deus de Israel, sob cujas asas te vieste abrigar
(2.11,12). Durante todo o dia, Boaz continuou cuidando de
Rute. Discretamente, instruiu seus empregados a deixarem
talhos de grãos extras onde ela pudesse achá-los (2.14-16).
Quando Noemi ouviu sobre a bondade de Boaz, refletiu
sobre o fato de que ele era um parente - um membro da
família —e, portanto, era alguém com quem Rute poderia
casar-se para ocupar o lugar do falecido Malom. Por suges
tão de Noemi, no meio da noite, Rute foi até a eira onde
Boaz estava dormindo. Quando ele acordou e encontrou-a
aos seus pés, Rute declarou um pedido pelo afeto e pela pro
teção dele (3.1-10). Boaz sentiu-se honrado com seu pedido.
Ele, então, contou-lhe que se casaria com ela em um piscar
de olhos se dependesse dele, porém ele não era o parente
mais próximo. Havia outro homem que, tecnicamente, era o
primeiro da fila. Esse homem deveria ter a chance de aceitar

ou rejeitar a mão de Rute (3.11-13). Prometendo que falaria
com ele imediatamente, Boaz ajudou Rute a partir antes do
amanhecer - antes que qualquer pessoa visse-a e tivesse uma
ideia errada do propósito de sua visita (3.14-18).
Aconteceu que o homem que era o parente mais próxi
mo escolheu não exercer seu direito, assim, Boaz tornou-se
o parente remidor de Rute. Ele assumiu a responsabilidade
de comprar de volta a propriedade de Malom e de tomar a
viúva dele - Rute - como sua esposa (4.1-12). Logo após
Boaz e Rute casarem-se, Deus abençoou-os com um filho
—Obede. Todas as mulheres da cidade juntaram-se para pa
rabenizar Noemi e alegrarem-se com ela no nascimento do
seu neto. Ele te será recriador da alma e conservará a tua velhice,
pois tua nora, que te ama, o teve, e ela te é melhor do que sete filhos
(4.14,15). Um dia, Obede se tornaria pai de Jessé, e este, o pai
de Davi - o maior rei de Israel (4.21,22).
Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me
afaste de ti; porque, aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer
que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo,
o teu Deus é o meu Deus. (Rute 1.16)
Mais sobre essa história na Bíblia: Aprenda mais sobre —

os dias dos juizes —o tempo em que Rute viveu, leia o livro de
Juizes. Para aprender mais sobre o coração de Deus, que quer
trazer todos para si —até mesmo os gentios (aqueles que não
judeus) —veja Isaías 49.6, Romanos 3.29 e Apocalipse 5.9.
S Palavras para saber:

Apanhar: Ajuntar grãos qrie tenham sido deixados para trás
pelos segadores. A Lei exigia que a função de apanhar fosse
deixada para os pobres e para os estrangeiros (imigrantes)
que não tivessem outros meios de conseguir comida para si
mesmos ou suas famílias.
Redimir: Libertar outra pessoa de uma dificuldade, de um
perigo, ou de uma servidão, normalmente pagando um res
gate (na essência, “comprava-se” a pessoa e/ou sua proprie
dade de volta por um preço).
Parente remidor: Pela Lei, era o parente de sangue mais pró
ximo que tinha o direito de comprar de volta uma proprie
dade ou um indivíduo, que tivesse sido vendido como escra
vo para pagar uma dívida, a fim de manter a propriedade (e
a pessoa) na família.
S Você sabia? Desde o começo, Boaz foi especialmente gentil
e gracioso com Rute — embora ela fosse uma estrangeira,
uma pessoa defora. Talvez ele havia compreendido um pouco
do que ela estava enfrentando. Afinal, sua mãe fora uma es
trangeira, uma pessoa de fora, quando viveu com os israelitas
depois da queda de Jericó. Raabe foi a mulher que escondeu
os espiões enviados por Josué para investigar a cidade antes
de uma das mais incríveis batalhas da história (leia a história
de Raabe em Josué 2.1-21 e 6.1-25).
H Fazendo a conexão: Assim como Boaz tornou-se o pa
rente remidor de Rute, Jesus tornou-se o nosso! A Bíblia
diz que Jesus é nosso irmão mais velho (Rm 8.29; Hb 2.11).
Como nosso parente de sangue mais próximo, Ele tomou
sobre si a tarefa de redimir-nos e restaurar-nos ao nosso lugar
de direito na família de Deus. Nós nos vendemos à escravi

dão por causa do pecado (Rm 6.10). Mas, com Sua morte na
cruz Jesus fez o sacrifício final; Ele pagou o maior preço para
resgatar-nos - comprar-nos de volta - e libertar-nos do po
der do pecado de uma vez por todas (Rm 6.17,18; Mc 10.45;
Ap 5.9).Verdadeiramente, Ele é nosso parente remidor.
1 SAMUEL
a O livro: 1 Samuel
9 O autor: Desconhecido
■ O público: O povo de Deus
B O cenário: Escrito de Israel, aproximadamente 1050 a.C.—

750 a.C.
A história: Deus criou o profeta Samuel para liderar os fi
lhos de Israel como o último dos juizes e para ungir e estabe
lecer os primeiros reis de Israel - Saul e Davi. Quando Saul
fracassou, não conseguindo andar em obediência aos man
damentos de Deus, o Senhor (por intermédio de Samuel)
retirou Seu favor dele e apontou Davi para tomar o lugar de
Saul. Mas, este não desistiria sem lutar. Durante praticamente
15 anos, ele e Davi participaram de um jogo épico de gato
e rato. Saul caçou Davi por todo o país, buscando destruí
-lo. Mas, o senso de honra de Davi não permitiu que ele
combatesse ou atacasse o Rei Saul - cometendo, assim, um
ato de traição - então, Davi viveu fugindo e escondendo-se,
esperando o dia em que o próprio Deus lidaria com Saul de
uma vez por todas.
ü A mensagem: Samuel nasceu em resposta à oração de sua

mãe, e, desde sua infância, foi dedicado ao serviço ao Senhor
(1.1—2.11). Quando menino, Samuel ouviu a voz de Deus
chamando-o durante a noite e respondeu-lhe: Fala, porque
o teu servo ouve (3.10). Deus chamou o jovem Samuel para
repreender o sumo sacerdote Eli. Este homem falhou em
repreender seus próprios filhos, que também eram sacerdotes
e cometiam todo tipo de atrocidades no tabernáculo (2.12—
3.21). Os filhos de Eli foram os responsáveis por carregar
a arca do concerto para a batalha como um amuleto — e
perderam-na para os filisteus! Então, pelejaram osfilisteus; Israel
fo i derrotado, e cada um fu g iu para a sua tenda;foi grande a derrota,
pois foram mortos de Israel trinta m il homens de pé. Foi tomada
a arca de Deus, e mortos os dois filhos de E li, H o fn i e Finéias
(4.10,11). Literalmente “amaldiçoados” pela presença da arca,
os filisteus mandaram-na de volta para a fronteira, onde foi
guardada na casa de um homem chamado Abinadabe (5.1—
7.1). Ainda jovem, Samuel tornou-se profeta, sacerdote e lí
der sobre todo Israel. Durante seu ministério, ele chamou o
povo de Deus a arrepender-se da idolatria e do pecado que
haviam cometido e, enfim, retornar ao Senhor (7.2-17).
Quando os dias de Samuel estavam chegando ao fim,
o povo pediu-lhe que indicasse um rei —como o têm todas as
nações —que tomasse o seu lugar (8.1-22). Debaixo da direção
de Deus, Samuel ungiu Saul. Entre osfilhos de Israel não havia
outro homem mais belo do que ele (9.1— 11.15). Embora a apa
rência, a presença de Saul e suas vitórias militares rapidamen
te tenham ganhado a confiança do povo, logo ficou claro que
seu coração não estava totalmente comprometido com Deus.
Em várias ocasiões significativas, ele desobedeceu a Deus
diretamente e tentou agradá-lo com “presentes” (11.1—

15.35). Samuel confrontou o rei: Tem, porventura, o SE
N H O R tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se
obedeça à palavra do S E N H O R ? Eis que o obedecer é melhor do
que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros.
Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como
iniquidade e idolatria (15.22-23). Deus disse a Samuel para
ungir um jovem pastor chamado Davi e declará-lo o futuro
rei de Israel (16.1-13).
Estranhamente, Davi foi convidado para ficar a serviço
de Saul; pediram-lhe que tocasse alguns lindos salmos que ele
compôs para acalmar o perturbado rei, o qual era atormen
tado por um espírito mau (16.14-23). A seguir, Davi levou
suprimentos para o campo de batalha, onde acabou sendo
o único com coragem suficiente para enfrentar um gigante
chamado Golias. D avi, porém, disse ao filiste u : Tu vens a mim
com espada, e com lança, e com escudo; porém eu vou a ti em nome
do S E N H O R dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem
tens afrontado(17.45). Davi seguiu em frente e tornou-se um
guerreiro valente, liderando os exércitos de Saul à vitória so
bre todos os inimigos. Saul ficou enciumado e tentou matar
Davi, mas este escapou com a ajuda dejônatas —o filho e her
deiro de Saul, o amigo mais querido de Davi (18.1—20.42).
Jônatas disse a Davi: não temas, que não te achará a mão de Saul,
meu pai; porém tu reinarás sobre Israel, e eu serei contigo o segundo;
o que também Saul, meu pai, bem sabe (23.17). Muitos soldados
que haviam servido sob o comando de Davi compartilhavam
da convicção de Jônatas. Eles reuniram-se ao redor de Davi e
tornaram-se seus seguidores mais leais - seus servos, soldados
e guarda-costas.
D ANTIGO TESTAMENTO - LIVRO POR LIVRO 91
Ao longo dos anos que seguiram Davi, seus homens e

suas famílias viveram escondendo-se, mudando-se de um
lugar para outro, tomando refúgio onde quer que pudes
sem achar —inclusive, às vezes, entre os filisteus. Muitos dos
israelitas eram solidários e apoiavam Davi; outros nem tan
to (21.1—23.29; 25.1-44; 27.1-12; 29.1—30.31). Em várias
ocasiões e em vários lugares, Davi e seus homens engajaram
-se em batalhas contra os filisteus e os amalequitas, cuidan
do, protegendo e providenciando as necessidades do povo
de Israel, bem como as deles mesmos e de suas famílias. Em
diversos momentos, Davi teve a oportunidade de matar o
Rei Saul —mas ele considerava tal atitude um pecado (24.1
22; 26.1-25). Quem estendeu a sua mão contra o ungido do S E
N H O R e ficou inocente? (26.9-11). Saul, de fato, morreu no
campo de batalha logo depois disso. Após consultar uma mé
dium, ele cometeu suicídio para não ser levado cativo pelos
filisteus (28.1-25; 31.1-13). Assim, Davi - o menino pastor
—tornou-se rei.
Porém essa palavra pareceu mal aos olhos de Samuel, quando
disseram: Dá-nos um rei, para que nos julgue. E Samuel orou
ao S E N H O R . E disse o S E N H O R a Samuel: Ouve a voz
do povo em tudo quanto te disser, pois não te tem rejeitado a
ti; antes, a mim me tem rejeitado, para eu não reinar sobre ele.
(...) Então, o S E N H O R disse a Samuel: D á ouvidos à sua
voz, constitui-lhes rei. Então, Samuel disse aos filhos de Israel:

Vá-se cada qual à sua cidade. (1 Samuel 8.6,7,22)
Mais sobre essa história na Bíblia: A história continua

em 2 Samuel (1 e 2 Samuel, originalmente, estavam reunidos
em um único volume). Para mais informações sobre a vida de
Davi, veja 1 Crônicas e o livro de Salmos.
Ungir: Marcar como escolhido ou separado para Deus.
Profetizar: Falar sob a influência ou por inspiração divina.
Incircunciso: A circuncisão era um sinal físico e visível do
pacto entre Deus e Seu povo, representando a disposição do
povo para andar em obediência aos mandamentos divinos.
Ser incircunciso era ser desobediente e rebelde (ou pagão,
no caso de Golias e dos filisteus).
Fazendo a conexão: O povo de Israel estava cansado de ser
liderado por Deus e Seus profetas. Os israelitas queriam um
rei como todas as outras nações também o tinham. E Deus
deu-lhes o que pediram. Por fora, Saul aparentava ser tudo o
que eles queriam —tudo o que um rei deveria ser. Ele era alto,
moreno e bonito. Ele tinha uma presença de líder e um ar de
autoridade. Por dentro, porém, era fraco, invejoso, avarento e
orgulhoso. Em seguida, Deus deu a Israel o rei de Sua própria
escolha, um homem segundo o Seu coração: Davi. Quando
Samuel foi enviado para ungi-lo, pensou que deveria haver
algum engano. Aquele pastor adolescente não parecia com um
rei. Porém, Deus disse a Samuel: o homem vê o que está diante dos
olhos, porém o SENHOR olha para o coração (1 Sm 16.7).
Centenas de anos mais tarde, Deus enviou ao Seu povo
o Rei dos reis, o Messias, seu Libertador tão aguardado. Ape
sar disso, eles não o reconheceram. Isaías 53.2-3 diz: (...)
e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos, para que
o desejássemos. Era desprezado e o mais indigno entre os
homens, homem de dores, experimentado nos trabalhos e,

como um de quem os homens escondiam o rosto, era des
prezado, e não fizemos dele caso algum.
Essa é uma das maiores tragédias da história humana. O
próprio Filho de Deus veio aos Seus e eles não o receberam
(Jo 1.1-11). O povo de Deus rejeitou-o porque Ele não tinha
“a aparência certa”. Naturalmente, não podemos condená
—los ou acusá-los porque a verdade é que nós ainda comete
mos esse erro hoje. Frequentemente, desviamo-nos da dire
ção de Deus e da Sua liderança em nossa vida quando algo
não parece com o que pensavamos. Ainda julgamos outras
pessoas e outras circunstâncias pelas aparências, muitas vezes,
nem pensamos duas vezes sobre o que está abaixo da super
fície. Talvez seja hora de pararmos e darmos outra olhada!
2 SAMUEL
■ O livro: 2 Samuel
S O autor: Desconhecido
B O público: O povo de Deus
H O cenário: Escrito em Israel, aproximadamente em 1050
a.C.—750 a.C.
H A história: Depois da morte do rei Saul, Davi finalmen
te conseguiu assumir o trono que Deus lhe prometera anos
antes. Essa é a história do maior rei de Israel, que teve suas
vitórias miraculosas, suas falhas e suas derrotas humilhantes,
mas também teve seu compromisso apaixonado e inabalável
de servir a Deus.
3 A mensagem : Apesar de tudo o que aconteceu entre eles,
Davi sofreu verdadeiramente ao saber da morte de Saul e de
Jônatas, o filho de Saul, o amigo mais querido de Davi (1.1

27). Davi reinou em Hebrom, em Judá, até que seus homens
conseguiram derrotar totalmente os filhos sobreviventes de
Saul e aqueles que os apoiavam (2.1—4.12). Então, todas as
tribos de Israel vieram a D avi, a Hebrom, e falaram, dizendo: Eis-
-nos aqui, teus ossos e tua carne somos E também dantes, sendo
Saul ainda rei sobre nós, eras tu o que saias e entravas com Israel;
e também o S E N H O R te disse: Tu apascentarás o meu povo de
Israel e tu serás chefe sobre Israel. Assim, pois, todos os anciãos de
Israel vieram ao rei, a Hebrom; e o rei D a v i fe z com eles aliança
em Hebrom, perante o S E N H O R ; e ungiram D a vi rei sobre Israel
(5.1-3). Davi recuperou a cidade de Jerusalém dosjebuseus e
designou-a à capital de Israel, a cidade real - a cidade de D a vi
(5.6-9). E D a v i se ia cada vez mais aumentando e crescendo, por
que o S E N H O R , Deus dos Exércitos, era com ele (5.10).
Davi continuou suas conquistas militares sobre os filis-

teus, os moabitas, os amonitas, os arameus, os amalequitas e os
edomitas, aumentando e estabelecendo seu reino (5.17-25;
8.1-18; 10.1-19). Ele levou a arca do concerto para Jerusalém
e restituiu-a ao seu lugar de honra, na adoração cerimonial
em Israel (6.1-23). O rei Davi odiou o pensamento de viver
em um palácio enquanto Deus —o Rei sobre todos os reis
- era adorado em uma tenda. Ele quis construir um templo
magnífico, algo digno de um Deus tão grande e poderoso.
Deus contou a Davi que Ele próprio nunca pediu ao Seu
povo que lhe construísse uma casa - e disse também que
Davi não era aquele que o faria. Contudo, o Senhor sentiu
-se honrado pela devoção de Davi e construiu para uma casa
para ele: E u te tomei da malhada, de detrás das ovelhas, para que
fosses o chefe sobre o meu povo, sobre Israel. E f u i contigo, por onde
quer quefoste, e destruí teus inimigos diante de ti, efiz para ti um

grande nome, como o nome dos grandes que há na terra. E preparei
lugar para o meu povo, para Israel, e o plantarei, para que habite
no seu lugar e não mais seja movido, e nunca mais os filhos da
perversidade o aflijam como dantes, desde o dia em que mandei que
houvessejuizes sobre o meu povo Israel. A ti, porém, te dei descanso
de todos os teus inimigos; também o SENHOR te faz saber que o
SENHOR tefará casa (7.8,9,12,13).
Não muito tempo depois, Davi cometeu um de seus
erros mais famosos e trágicos: adulterou com uma mulher
chamada Bate-Seba e enviou o marido dela para morrer
em campo de batalha antes que o pecado lhe fosse revelado
(11.1-27). O profeta Natã repreendeu o rei Davi com uma
parábola que revelou o quanto suas ações foram cruéis, in
sensíveis e iníquas. Devastado, Davi lançou-se à misericórdia
de Deus —pedindo e recebendo perdão, mas, ao mesmo tem
po, compreendendo que haveria consequências amargamen
te dolorosas por conta de suas ações (12.1-31).
Mais tarde, os filhos de Davi trouxeram sofrimento, dor
e decepção a ele. A compaixão exagerada de Davi para com
eles, sua dificuldade em discipliná-los e considerá-los respon
sáveis por suas ações, tudo isso parece ter lhes dado a licença
para brutalizar, atacar e destruir uns aos outros. Absalão, o
filho amado de Davi, foi longe ao ponto de organizar uma
vasta conspiração —uma revolta —contra seu pai, fazendo
com que o rei e aqueles que lhe eram leais fugissem para
salvar suas vidas (13.1— 17.29). Finalmente, as forças de Davi
venceram Absalão; mas, para o rei, foi uma vitória vazia que
custou a vida de seu filho (18.1-19).
Mais uma vez, Davi foi à guerra contra os inimigos de
Israel, tentando reconstruir e restaurar seu reino, consertando
96 GUIA DA BlBLIA PAUA A FAMÍLIA
os erros de Saul, seu predecessor (19.9—21.22). Novamente,

ele erra ao instituir um senso que determinaria o poder sua
força militar —em vez de reconhecer Deus como a fonte de
sua força. O Senhor enviou uma praga que ameaçou varrer
o reino, mas Davi arrependeu-se imediatamente - e Deus
compadeceu-se dele (24.1-25).
Davi louvou a Deus por Sua fidelidade para com ele
durante sua vida (22.1-51). O SENHOR ê o meu rochedo, e o
meu lugarforte, e o meu libertador Deus é o meu rochedo, e nele con
fiarei; o meu escudo, e aforça de minha salvação, e o meu alto retiro,
e o meu refúgio. O meu Salvador, de violência me salvaste (22.2,3).
Quando seus dias chegaram perto do fim, Davi pronunciou
suas últimas palavras —palavras de amor e tributo a Deus:
Vive o SENHOR, e bendito seja o meu rochedo; e exaltado seja
Deus, a rocha da minha salvação (22.47—23.7).
Versículo-chave ou passagem:
Agora, pois, assim dirás ao meu servo, a Davi: Assim diz o
SENHOR dos Exércitos: Eu te tomei da malhada, de detrás
das ovelhas, para que fosses o chefe sobre o meu povo, sobre
Israel. E fui contigo, por onde quer que foste, e destruí teus
inimigos diante de ti, efiz para ti um grande nome, como o
nome dos grandes que há na terra. (2 Samuel 7.8,9)
ü Mais sobre essa história na Bíblia: A história continua

em 2 Samuel (1 e 2 Samuel, originalmente, estavam reunidos
em um único volume). Para mais informações sobre a vida
0 ANTIGO TESTAMENTO - LIVRO POR LIVRO 97
de Davi, veja 1 Crônicas e o livro de Salmos. A história de

seu filho Salomão continua em 2 Crônicas e 1 Reis.
Palavras para saber:
Lamento: Um canto lutuoso, um poema ou uma canção de
tristeza e lamento; muitas vezes, é cantado durante um funeral.
Soberano: A última instância da autoridade, o poder supremo.
Oráculo: Uma profecia, uma parábola ou um provérbio.
Você sabia? Depois que Davi foi confrontado acerca do seu
pecado com Bate-Seba, ele derramou seu coração diante de
Deus em verdadeira humildade e real arrependimento. Cria
em mim, 6 Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto
(SI 51.10). Por gerações, a oração sincera de Davi - Salmo
51 - continuou ecoando naqueles que tropeçaram em sua
caminhada com Deus e ajudou muitos a encontrarem seu
caminho e a força para prosseguir mais uma vez.
Fazendo a conexão: O primeiro rei de Israel, Saul, foi uma
decepção terrível para o seu povo. Embora tenha começa
do sob a unção de Deus, com grande promessa e potencial,
ele não terminou bem. Quando passaram os primeiros anos,
Saul ficou amargo e irado. Ele foi consumido pela inveja,
pelo medo e pela suspeita. Seus dias foram encurtados. Re
sumindo a história de Saul, a Bíblia faz esta observação: As
sim, morreu Saul por causa da sua transgressão com que transgrediu
contra o SENHOR, por causa da palavra do SENHOR, a qual
não havia guardado; e também porque buscou a adivinhadora para a
consultar e não buscou o SENHOR, pelo que o matou e transferiu
o reino a Davi, filho deJessé (1 Cr 10.13,14).
Essa passagem refere-se duas vezes ao fato de que Saul
não buscou a direção de Deus - ele não perguntou a Deus,
mas agiu por sua conta e fez o que lhe pareceu melhor.
Diante de uma crise, ele buscou as respostas de uma médium

—bruxa - que conduziu uma sessão espírita para ele. Aos
olhos de Deus, isso foi detestável, um insulto ao Senhor que
o havia ungido para ser rei. Ele colocott-o em sua posição de
autoridade. Ainda assim, Saul não conseguiu buscar o Senhor
nem pedir a direção dele. Ele não reconheceu a verdade das
Escrituras, que dizem que o SENHOR dá a sabedoria, e da
sua boca vem o conhecimento e o entendimento (Pv 2.6). O reino
de Saul foi tirado dele e dado a Davi, um homem segundo
o coração de Deus (1 Sm 13.14). Diferente de seu anteces
sor, Davi rotineiramente buscava a Deus (veja, por exemplo,
2 Samuel 2.1; 5.19-23). No Salmo 25.4,5, ele orou: Faze-
-me saber os teus caminhos, SENHOR; ensina-me as tuas veredas.
Guia-me na tua verdade e ensina-me, pois tu és o Deus da minha
salvação; por ti estou esperando todo o dia. Que essa também
possa ser a nossa oração.
1 REIS
O livro: 1 Reis
O autor: Desconhecido
O público: O povo de Deus
O cenário: Escrito no exílio, aproximadamente 590 a.C.—

570 a.C.
A história: O rei Salomão assumiu o trono de Davi, seu
pai, e reinou sabiamente, mas o filho de Salomão não seguiu
seus passos. A tolice de Roboão dividiu o reino em dois. Dez
tribos rebelaram-se e fizeram de Jeroboão o rei de Israel o
reino do norte. Somente duas tribos ficaram com Roboão,
tornando-se Judá, o reino do Sul. Tanto em Israel quando
emjudá, um rei seguia o outro. Alguns permaneceram fiéis a

Deus; outros levaram o povo à adoração de ídolos e ao peca
do. O profeta Elias falava em favor de Deus, fazendo milagres
e demonstrando o poder de Deus, chamando o seu povo
para voltar para ele.
A mensagem: Em seu leito de morte, o rei Davi nomeou
seu filho Salomão para tomar seu lugar como governador de
Israel: Eu vou pelo caminho de toda a terra, disse ele a Salomão.
Esforça-te,pois, e sê homem. Eguarda a observância do SENHOR,
teu Deus, para andares nos seus caminhos e para guardares os seus
estatutos, e os seus mandamentos, e os seus juízos, c os seus testemu
nhos, como está escrito na Lei de Moisés, para que prosperes em tudo
quanto fizeres,para onde quer que te voltares (2.2,3).
Não muito depois disso, Deus apareceu ao novo rei em
um sonho e disse: Pede o que quiseres que te dê. Em vez de pe
dir fama e fortuna, Salomão confessou humildemente que se
sentia incapaz para a tarefa de liderar tão grande nação. Ele
queria fazer o que era certo aos olhos do Senhor a fim de
cuidar bem de Seu povo. Salomão disse: A teu servo, pois, dá
um coração entendido para julgar a teu povo, para que prudentemen
te discirna entre o bem e o mal; porque quem podería julgar a este
teu tão grande povo? (3.9). Deus ficou feliz com esse pedido:
eis que fiz segundo as tuas palavras, eis que te dei um coração tão
sábio e entendido, que antes de ti teu igual não houve, e depois de
ti teu igual se não levantará (3.12,13). O esplendor do reino
de Salomão tornou-se, de fato, lendário (3.1—4.34; 7.1-12;
9.10— 11.43).
O rei Salomão cumpriu o desejo do pai e construiu um
templo magnífico e glorioso para substituir o tabernáculo
como o centro de adoração e oração em Israel (5.1—6.38;

7.13—9.9). Na cerimônia de dedicação, Salomão orou:
E disse: O SENHOR, Deus de Israel, não há Deus como tu,
em cima nos céus nem embaixo na terra, que guardas o concerto e a
beneficência a teus servos que andam de todo o seu coração diante de
ti; que cumpriste com teu servo Davi, meu pai, o que lhe disseras;
porque, com a tua boca, o disseste e, com a tua mão, o cumpriste, como
neste dia se vê. (...) Mas, na verdade, habitaria Deus na terra? Eis
que os céus e até o céu dos céus te não poderíam conter, quanto menos
esta casa que eu tenho edificado. Volve-te, pois, para a oração de teu
servo e para a sua súplica, 6 SENHOR, meu Deus, para ouvires
o clamor e a oração que o teu servo, hoje,faz diante de ti. Para que
os teus olhos, noite e dia, estejam abertos sobre esta casa, sobre este
lugar, do qual disseste: O meu nome estará ali;para ouvires a oração
que o teu servofizer neste lugar. Ouve, pois, a súplica do teu servo e
do teu povo de Israel, quando orarem neste lugar; também ouve tu,
no lugar da tua habitação nos céus; ouve também e perdoa. Também
ouve tu, no lugar da tua habitação nos céus: ouve também e perdoa
(8.23,24,27-30).
Infelizmente, a devoção de Salomão a Deus vacilou nos
últimos anos de sua vida. Para agradar suas muitas esposas es
trangeiras, ele envolveu-se com a adoração de ídolos que es
tavam no centro das culturas e dos costumes delas (11.1-13).
O filho de Salomão, Roboão, oprimiu cruelmente seu
povo e dez das 12 tribos rebelaram-se contra ele, estabele
cendo seu próprio reino, Israel, e apontando Jeroboão para
reinar sobre eles. Somente duas tribos permaneceram leais ao
filho de Salomão, que se tornou o novo rei deJudà (12.1-33).
Os rei subsequentes de Judá e de Israel vagaram para lon
ge do caminho que Deus estabeleceu antes deles, ignoran
do ou desobedecendo aos Seus mandamentos e quebrando

as promessas do pacto com Ele (13.1— 16.28). Então, Acabe
tornou-se rei de Israel: E fez Acabe, filho de Onri, o que era mal
aos olhos do SENHOR, mais do que todos os que foram antes dele.
E sucedeu que (como sefora coisa leve andar nos pecados deJeroboão,
filho de Nebate), ainda tomou por mulher aJezabel, filha de Etba-
al, rei dos sidônios; efoi, e serviu a Baal, e se encurvou diante dele
(16.30-33). O povo de Israel seguiu o exemplo dele.
Deus chamou um profeta chamado Elias para levantar-se
e demonstrar Seu grande poder entre Seu povo, confron
tando os profetas da rainha Jezabel —os profetas de Baal —e
clamando fogo do céu, nas alturas do monte Carmelo, para
que o sacrifício molhado fosse consumido por este (18.16—
46). A vingativa Jezabel ameaçou matar Elias, mas Deus es
condeu Seu profeta e protegeu-o, revelando-se a ele de uma
maneira nova e poderosa: E ele lhe disse: Sai para fora e põe-te
neste monte perante a face do SENHOR. E eis que passava o
SENHOR, como também um grande eforte vento, que fendia os
montes e quebrava as penhas diante da face do SENHOR; porém
o SENHOR não estava no vento; e, depois do vento, um terremoto;
também o SENHOR não estava no terremoto; e, depois do terre
moto, um fogo; porém também o SENHOR não estava no fogo; e,
depois dofogo, uma voz mansa e delicada. E sucedeu que, ouvindo-a
Elias, envolveu o seu rosto na sua capa, e saiu para fora, e pôs-se à
entrada da caverna; e eis que veio a ele uma voz, que dizia: Quefa
zes aqui, Elias? (19.11-13). Depois desse encontro com Deus
na montanha, um jovem chamado Eliseu juntou-se a Elias e
serviu-lhe como seu assistente e aprendiz (19.19-21).
Apesar da fraqueza de Acabe, Deus entregou os inimigos
do rei em suas mãos e capacitou-o a vencer na batalha. Ainda
assim, Acabe recusou-se a reconhecer Deus na sua vitória e

ignorou ordens específicas da parte do Senhor (20.1-43). Je-
zabel ajudou Acabe a adquirir um pedaço de terra, acusando,
prendendo e executando inocentemente o proprietário dela.
Elias confrontou Acabe com relação a este pecado e anun
ciou o julgamento de Deus sobre o rei e a rainha, descreven
do a terrível morte estabelecida para os dois e para cada um
de seus descendentes (21.1-28).
Não muito depois, apesar dos terríveis avisos do profeta
Micaías, Josafá, rei de Judá, filho de Acabe, uniu forças para
atacar o rei da Síria em Ramote-Gileade. Acabe foi mor
talmente ferido por uma flecha lançada a esmo e seu filho
Acazias tomou o seu lugar no trono (22.1—22.53).
Agora, pois, ó SENHOR, meu Deus, tu fizeste reinar teu
servo em lugar de Davi, meu pai; e sou ainda menino peque
no, nem sei como sair, nem como entrar. E teu servo está no
meio do teu povo que elegeste, povo grande, que nem se pode
contar, nem numerar, pela sua multidão. A teu servo, pois, dá
um coração entendido para julgar a teu povo, para que pru
dentemente discirna entre o bem e o mal;porque quem podería
julgar a este teu tão grande povo? (1 Reis 3.7-9)
Mais sobre essa história na Bíblia: O livro de 1 Reis

abrange a história da nação israelita de 1 e 2 Samuel e con
tinua em 2 Reis (os dois livros, 1 e 2 Reis, eram compilados
em um volume único originariamente). Por quase 350 anos,

Deus convocou o povo e seus reis para caminhar em obe
diência aos Seus mandamentos, avisando-os, por intermédio
das palavras dos profetas, sobre o que aconteceria se assim
não agissem (veja Isaías, Jeremias, Ezequiel, Oseias, Amós,
Obadias, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias e Zacarias).
Mais sobre os reis de Judá, mencionados em 1 e 2 Reis, tam
bém pode ser achado em 2 Crônicas.
Sabedoria/entendimento: Conhecimento do que é certo ou
errado; julgamento, percepção e discernimento.
Crônicas: Registros históricos.
Profeta: Uma pessoa que fala por Deus ou por um deus.
Fazendo a conexão: A rainha Jezabel é uma das mulheres
mais malvadas em toda a Bíblia, não apenas por causa de
sua maldade, mas por causa da maneira como ela usava sua
influência para levar os outros ao pecado e, também, por co
meter assassinatos (1 Rs 16.31; 18.16— 19.9; 21.1-29). Mas,
a Bíblia conta-nos que colhemos o que plantamos, e Jezabel
não escapou da justiça (ou do julgamento de Deus) no final
(veja 1 Reis 21.23 e 2 Reis 9.14-37). Procure o significado
do nome dela e você aprenderá que uma “Jezabel” é uma
mulher impudente, cruel, má, perversa e sem nenhuma ver
gonha. Milhares de anos mais tarde, ela ainda é lembrada
como uma vergonha e uma desgraça!
Pense nisso: A Bíblia conta-nos que o profeta Elias reclamou,
uma vez, de que ele era o único servo de Deus vivo na terra.
Parecia que todos os outros haviam dado as costas a Deus e
abandonado a fé. Elias foi o único que ficou —bem, assim ele
pensou. Apesar disso, Deus contou-lhe que havia mais sete
mil, dos quais o profeta não sabia nada - homens e mulhe

res corajosos, que viveram sua fé dia a dia, mesmo diante da
oposição esmagadora (1 Rs 18.4; 19.14-18).
Elias não era o único nem nós somos os únicos. Há pes
soas por todo o mundo que compartilham nossa fé, nossos
valores, nossas esperanças e nossos sonhos —pessoas de Deus
que são comprometidas com o que creem, e que estão dis
postas a posicionar-se pelo que é bom, certo e verdadeiro
(1 Pe 5.8-10). Apesar de todas as manchetes terríveis e imo
rais que circulam pelo mundo hoje, ainda há aqueles que
praticam atos de bondade, generosidade, heroísmo e autos-
sacrifício diariamente. Podemos ficar orgulhosos de sermos
contados entre estes.
2 REIS
O livro: 2 Reis
O autor: Desconhecido
O público: O povo de Deus
O cenário: Escrito no exílio, entre 590 a.C. e 550 a.C.
A história: Eliseu continuou o ministério de Elias, demons
trando o grande poder de Deus, e chamou Israel para re
tornar a Ele. A linhagem dos reis continuou tanto em Israel
como em Judá até que a maldade delas cresceu muito, assim,
Deus permitiu que Israel fosse destruída pelos assírios em
772 a.C., bem como permitiu que Judá fosse conquistada
pelos babilônios em 586 a.C. O povo de Deus foi enviado
ao exílio e viveu como servo, escravo ou cidadão de segunda
classe em outros reinos. Por muitos anos, ambas as nações
simplesmente deixaram de existir.
A mensagem: Quando os dias do ministério de Elias apro

ximavam-se do fim, ele começou a preparar seu assistente,
Eliseu, para continuar em seu lugar. E sucedeu que, indo eles
andando efalando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os
separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho (2.11).
Deus confirmou imediatamente a transferência da lideran
ça e da autoridade espiritual para Eliseu, capacitando-o para
operar milagres tremendos, tanto grandes como pequenos.
Ele curou os doentes, levantou os mortos, deu de comer aos
famintos e levou o povo à vitória na batalha (2.13—8.15).
Eliseu enviou outro profeta a fim de anunciar o novo rei
de Israel: Jeú; também comissionou-o para cumprir o julga
mento de Deus sobre a casa do rei Acabe e da rainha Jezabel
- incluindo seu genro Acazias, rei de Judá. Vendo, pois, Atalia,
mãe de Acazias, que seu filho em morto, levantou-se e destruiu toda
a descendência real (11.1). Um sacerdote e sua esposa resgata
ram um dos príncipes infantes e criaram-no secretamente no
templo até que sua avó pudesse ser derrubada (11.1-20). Era
Joás da idade de sete anos quando o fizeram rei. Efiez Joás o que em
reto aos olhos do SENHOR todos os dias em que o sacerdoteJoiada
o dirigia (11.21; 12.2). Enquanto isso, os reis de Israel fizeram
o que era mau aos olhos do Senhor, levando o povo para den
tro do pecado cada vez mais —até que Deus permitiu que o
reino do norte fosse conquistado e destruído pelos assírios
(13.1-25; 14.23-29; 15.8-31; 17.1-40). E sucedeu assim por os
filhos de Israel pecarem contra o SENHOR, seu Deus, que os fizera
subir da terra do Egito, de debaixo da mão de Faraó, rei do Egito; e
temeram a outros deuses. E andaram nos estatutos das nações que o
SENHOR lançara fora de diante dosfilhos de Israel e nos costumes
dos reis de Israel. E queimaram ali incenso em todos os altos, como
as nações que o SENHOR transportara de diante deles; efizeram

coisas ruins, para provocarem à ira o SENHOR (17.7,8,11).
O reino do sul durou mais algumas centenas de anos,
provavelmente por causa de alguns reis que tentaram andar
nos caminhos de Deus honestamente e deixaram um bom
exemplo para o seu povo (14.1-22; 15.1-7, 32-38). No SE
NHOR, Deus de Israel, confiou, de maneira que, depois dele, nào
houve seu semelhante entre todos os reis deJitdá, nem entre os que
foram antes dele. Porque se chegou ao SENHOR, não se apartou
de após ele e guardou os mandamentos que o SENHOR tinha
dado a Moisés. Assim, foi o SENHOR com ele; para onde quer
que saía, se conduzia com prudência; e se revoltou contra o rei da
Assíria e não o serviu (18.5-7). Deus deu a Ezequias uma vi
tória poderosa e miraculosa sobre Senaqueribe, rei da Assíria,
e, mais tarde, estendeu a vida de Ezequias, curando-o de uma
doença mortal (18.1—20.21). Infelizmente, seu filho Ma
nasses tornou-se um dos reis mais infames de Judá. (...) E se
inclinou diante de todo o exército dos céus, e os serviu. E edificou
altares na Casa do SENHOR, de que o SENHOR tinha dito:
Em Jerusalém, porei o meu nome. E atéfez passar a seu filho pelo
fogo, e adivinhava pelas nuvens, e em agoureiro, e instituiu adivinhos
e feiticeiros, e prosseguiu em fazer mal aos olhos do SENHOR,
para o provocar à ira (21.3,4,6). O filho de Manassés, Amom,
também caminhou em iniquidade, até que foi assassinado
pelos seus oficiais (21.17-26).
Ao contrário de Amom, Josias, seu filho, tinha oito anos
de idade quando começou a reinar e reinou trinta e um anos em
Jerusalém; e era o nome de sua mãe, Jedida, filha de Adaías, de
Bozcate. E fez o que era reto aos olhos do SENHOR; e andou em
todo o caminho de Dai>i, seu pai, e não se apartou dele nem para
a direita nem para a esquerda (22.1-2). Ao restaurar o templo
destruído, o jovem rei redescobriu o livro da Lei e chamou

toda a nação para arrepender-se e, também, para renovar seu
pacto com Deus (22.1—23.30). E antes dele não houve rei se
melhante, que se convertesse ao SENHOR com todo o seu coração,
e com toda a sua alma, e com todas as suas forças, conforme toda a
Lei de Moisés; e, depois dele, nunca se levantou outro tal (23.25).
Infelizmente, os reis que o sucederam não compartilharam
da sua devoção a Deus; pelo contrário, eles voltaram-se para
a adoração aos ídolos.
Com o tempo, os reis de Judá tornaram-se sujeitos aos
babilônios. Uma série de rebeliões levou uma sequência de
cercos a Jerusalém, assim, a cidade e o templo do rei Salomão
foram completamente destruídos. As poucas pessoas de Judá
que não foram mortas ou levadas prisioneiras escaparam para
o Egito (23.36—2:5.30). Judá foi levada preso para fora da sua
terra, assim como sua nação irmã, Israel, foi levada ao cativei
ro séculos antes (25.21).
E orou Ezequias perante o SENHOR e disse: O SE
NHOR, Deus de Israel, que habitas entre os querubins, tu
mesmo, só tu és Deus de todos os reinos da terra; tu fizeste os
céus e a terra. (2 Reis 19.15)
Mais sobre essa história na Bíblia: O livro de 2 Reis rela

ta a história do povo de Deus tanto no reino do norte como
no reino do sul, segundo a narrativa que começa em 1 Reis
(os dois livros eram um único volume originalmente). Por
quase 350 anos, Deus chamou o povo e seus reis para cami
nhar em obediência aos Seus mandamentos, avisando-os, por
intermédio das palavras dos profetas, sobre o que aconteceria

se assim não agissem (veja Isaías, Jeremias, Ezequiel, Oseias,
Amós, Obadias, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias e Za
carias). Mais sobre os reis de Judá, mencionados em 1 e 2
Reis, também pode ser achado em 2 Crônicas.
Crônicas: Registros históricos.
Profeta: Uma pessoa que fala por Deus ou por um deus.
Cerco: Um ataque devastador; ficar ao redor de uma cidade
(ou fortaleza), cortando suas comunicações e seus suprimen
tos, forçando-a a render-se.
Você sabia? Já ouviu a expressão passar o manto adiante ou
o manto foi passado para...? Essa expressão vem de 2 Reis
2.1-13. Quando Elias foi levado ao céu em uma carruagem
de fogo, sua capa (ou manto) caiu no chão e Eliseu apanhou
-a, continuando, simbolicamente, o ministério e o legado do
homem de Deus que partira antes dele.
Pense nisso: O rei da Síria ficou furioso quando descobriu
que todos os seus planos de batalha e estratégias secretas es
tavam sendo revelados por Deus ao profeta Eliseu - que, por
sua vez, revelou-os ao rei de Israel, permitindo que o povo
de Deus fosse mais esperto e vencesse seus inimigos. Então,
no meio da noite, o rei da Síria enviou um poderoso exército
para cercar a cidade onde Eliseu ficava, pretendendo capturá
-lo e matá-lo.
E o moço do homem de Deus se levantou mui cedo e saiu, e eis
que um exército tinha cercado a cidade com cavalos e carros; então, o
seu moço lhe disse:Ai! Meu senhor! Quefaremos? E cie disse: Não
temas;porque mais são os que estão conosco do que os que estão com
eles. E orou Eliseu e disse: SENHOR, peço-te que lhe abras os

olhos, para que veja. E o SENHOR abriu os olhos do moço, e viu;
e eis que o monte estava cheio de cavalos e carros defogo, em redor
de Eliseu (2 Rs 6.15-17).
Deus enviou Seu exército celeste e sobrenatural para
protegê-los. A Bíblia conta-nos que há uma batalha espiritual
acontecendo ao nosso redor —uma batalha entre as forças do
bem e do mal - mesmo que não estejamos sempre conscien
tes dela. As boas novas são que maior é o que está em vós do que
o que está no mundo (1 Jo 4.4). Quando encontramo-nos sob
ataque - assustados, sobrecarregados ou desencorajados pe
los desafios que enfrentamos-, precisamos pedir a Deus que
abra nossos olhos e dê-nos fé para vermos o que Ele já está
íazendo em nosso favor. Podemos confiar nele para dar-nos
a vitória (SI 44.6-8).
1 CRÔNICAS
S O livro: 1 Crônicas
8 O autor: Esdras
O público: O povo de Deus que retornou do cativeiro e do
exílio
Si O cenário: Escrito na terra de Judá, entre 450 a.C. e 425 a.C.
A história: Os israelitas haviam ficado 70 anos no exílio.
Quando finalmente retornaram para sua devastada terra na
tal, nada tinham a ver com a nação gloriosa que eles foram
um dia. Eles perguntavam-se se Deus ainda estava com eles,
se Seus propósitos ainda eram válidos, se Seu pacto com eles
ainda estava de pé. Para encorajá-los, o sacerdote Esdras re
contou a história do rei Davi e de seu filho Salomão, tra
çando paralelos entre os dois e Moisés e Josué, que haviam
servido a Deus séculos antes. Esdras incentivou o povo a ver

a mão de Deus em ação ao longo dos séculos, assim, o sacer
dote esperava que o povo cumprisse os propósitos que Deus
tinha para os israelitas nos anos que viriam.
A mensagem: Esdras começou com a genealogia —os regis
tros históricos - do povo de Deus, desde Adão a Abraão, dos
12 filhos (12 tribos) de Israel aos ancestrais de Saul, o primeiro
rei (1.1—9.44). Ele contou como Saul morreu e como Davi
tornou-se rei em seu lugar (10.1—11.9). Davi, por sua própria
capacidade, tornou-se um grande herói, ele liderou um grupo
chamado de valentes - guerreiros lendários —que o serviram e
apoiaram sua reivindicação de subir ao trono (11.10—12.40).
Deus deu-lhes vitória após vitória quando lutaram contra os
inimigos de Israel (14.8-17; 18.1—20.8). E Davi reinou sobre
todo o Israel; fazia juízo ejustiça a todo o seu povo (18.14).
Davi queria restaurar a adoração ao único e verdadeiro
Deus em Israel. Muitos anos antes, a arca da aliança —o sím
bolo da presença de Deus entre Seu povo —havia sido perdida
na batalha contra os filisteus e, então, recuperada e guardada
no lar de um homem temente a Deus, em Quiriate-Jearim.
Davi decidiu levar a arca de volta à cidade de Jerusalém, mas
falhou porque nào procurou saber a maneira correta de trans
portar aquele objeto sagrado e esse erro custou a vida de
um homem (13.1-14). Algum tempo mais tarde, Davi ten
tou recuperar a arca novamente. Dessa vez, ele trabalhou da
maneira correta (15.1-29).Todo o povo de Israel alegrou-se
e, nessa celebração, Davi entoou um belo salmo de louvor:
Cantai ao SENHOR em toda a terra; anunciai de dia em dia a sua
salvação. Contai entre as nações a sua glória, entre todos os povos
as suas maravilhas. Porque grande e o SENHOR, e mui digno de

ser louvado, e mais tremendo é do que todos os deuses. Majestade e
esplendor há diante dele,força e alegria, no seu lugar. Louvai ao SE
NHOR, porque é bom;pois a sua benignidade dura perpetuamente
(16.23-25,27,34).
O desejo do coração de Davi era construir um tem
plo magnífico, digno de tão grande Salvador. Deus contou a
Davi que Ele nunca pediu ao Seu povo que lhe construísse
uma casa - também disse que não seria Davi quem a edifi-
caria. Apesar disso, Deus ficou honrado pela devoção do rei,
e Ele construiria a casa de Davi'. Agora, pois, assim dirás a meu
servo, a Davi: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eu te tirei
do curral, de detrás das ovelhas, para que fosses chefe do meu povo
de Israel. E estive contigo por toda parte por onde foste, e de diante
de ti exterminei todos os teus inimigos, e te fiz um nome como o
nome dos gfandes que estão na terra. Há de ser que, quando forem
cumpridos os teus dias, para ■ires a teus pais, suscitarei a tua semente
depois de ti, a qual será dos teus filhos, e confirmarei o seu reino.
Este me edificará casa; e eu confirmarei o seu trono para sempre
(17.7,8,11,12).
Não muito tempo depois disso, Davi cometeu um gra
ve erro. Ele pecou quando fez um censo do povo a fim de
determinar sua força, em vez de reconhecer que Deus era a
fonte de seu poder. O Senhor enviou uma praga que amea
çou varrer o remo, mas Davi arrependeu-se imediatamente
e assumiu a responsabilidade por suas ações. Ele ficou face a
face com um anjo do Senhor em um local que pertencia a
certo homem chamado Ornã. Davi quis construir um altar
nesse terreno, e Ornã ofereceu sua terra ao rei gratuitamen
te. Contudo, o rei insistiu em pagar o preço justo por ela:

Não! Antes, pelo seu valor a quero comprar; porque não tomarei o
que ê teu, para o SENHOR, para que não ofereça holocausto sem
custo (21.24). Deus ouviu a oração de Davi, perdoou-o e pôs
fim à praga.
Quando o tempo passou, Davi determinou: Salomão, meu
filho, ainda ê moço e tenro, e a casa que se há de edificar para o SE
NHOR se há defazer magnífica em excelência, para nome e glória
em todas as terras; eu, pois, agora, lhe prepararei materiais. O rei deu
instruções completas e detalhadas a Salomão para que este
cumprisse o trabalho depois que ele partisse (22.1-19; 28.1
21). Davi organizou os levitas em divisões responsáveis por
supervisionar a construção do templo. Eles também serviriam
como sacerdotes, oficiais, juizes, mordomos do tesouro, por
teiros e músicos (23.1—26.32). O rei doou uma grande quan
tidade de sua própria riqueza —seus recursos materiais —para
o projeto e convidou o povo a fazer o mesmo. Ele ficou ma
ravilhado ao vê-los atender ao desafio, ofertando liberalmente
de todo o coração e com muita alegria. Em uma cerimônia
especial, Davi agradeceu-lhes e abençoou-os. Então, disse Davi
a toda a congregação:Agora, louvai ao SENHOR, vosso Deus. En
tão, toda a congregação louvou ao SENHOR, Deus de seus pais; e
inclinaram-se e prostraram-se perante o SENHOR e perante o rei
(29.20)
Ora, Davi, filho deJessé, reinou sobre todo o Israel. E foram os
dias que reinou sobre Israel quarenta anos: em Hebrom reinou sete
anos e emJerusalém reinou trinta e três. E morreu numa boa velhice,
cheio de dias, riquezas e glória; e Salomão, seu filho, reinou em seu
lugar (29.26-28).
Pelo que Davi louvou ao SENHOR perante os olhos de toda
a congregação e disse: Bendito és tu, SENHOR, Deus de nosso
pai Israel, de eternidade em eternidade. Tua é, SENHOR, a
magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade;
porque teu ê tudo quanto há nos céus e na terra; teu ê, SE
NHOR, o reino, e tu te exaltaste sobre todos como chefe. E
riquezas e glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo,
e na tua mão háforça e poder; e na tua mão está o engrandecer
e darforça a tudo. Agora, pois, ó Deus nosso, graças te damos e
louvamos o nome da tua glória. (1 Crônicas 29.10-13)
Mais sobre essa história na Bíblia: Para mais informa

ções sobre à vida do rei Davi, veja 1 e 2 Samuel e o livro de
Salmos. A história dos reis de Israel e deJudá continua em 2
Crônicas (que originalmente era uma parte de 1 Crônicas), e
também é contada em 1 e 2 Reis. Esdras, o cronista, também
escreveu o livro da Bíblia que leva seu nome.
Por quase 350 anos, Deus chamou o povo e seus reis para
caminhar em obediência aos Seus mandamentos, avisando
-os, por intermédio das palavras dos profetas, sobre o que
aconteceria se assim não agissem (veja Isaías, Jeremias, Eze-
quiel, Oseias, Amós, Obadias, Miqueias, Naum, Habacuque,
Sofonias e Zacarias). Depois do cativeiro, Ele falou por inter
médio de Ageu, Zacarias e Malaquias.
Crônica: Uma história detalhada ou um relato de eventos.
Genealogia: Um registro histórico da família de uma pessoa.
Ungido: Marcado, escolhido ou separado por Deus e para os

Seus propósitos.
Você sabia? Originalmente, a arca da aliança continha os Dez
Mandamentos, o livro da Lei, a vara florida de Arào e um pou
co do maná, com o qual Deus alimentou os filhos de Israel
no deserto. A arca foi mantida no Santo dos Santos —o lugar
sagrado - dentro do tabernáculo (lix 25.10-22). Carregada
pelos levitas, a arca foi adiante dos filhos de Israel para a Terra
Prometida (Js 3.1—4.24). Com ela, o povo marchou em volta
das muralhas de Jerico antes que estas caíssem Qs 6.13-20).
Séculos mais tarde, sem a instrução nem a permissão de Deus,
os israelitas carregaram a arca como um talismã para a batalha
contra os filisteus e perderam-na (1 Sm 4.1-22). Os filisteus
foram literalmente atacados por uma praga em decorrência
da presença da arca, assim, enviaram na de volta a Quiriate-
-Jearim pela fronteira. Então, Davi levou a arca para Jerusalém
e Salomão construiu um templo para ela. Nessa época, a única
coisa que ainda permanecia dentro dela eram os Dez Manda
mentos (2 Cr 5.10).
Mais tarde, quando a cidade de Jerusalém foi conquistada
pelos babilônios e o templo de Salomão foi reduzido a escom
bros, a arca da aliança desapareceu. Ela foi destruída, levada
para a Babilônia ou conduzida para fora da cidade por sobrevi
ventes do cerco? Hoje, o lugar de descanso final da arca ainda
é um mistério que inspira caçadores de tesouros e teorias de
conspiração —e produtores de cinema —por todo o mundo!
Uma vez, Jeremias profetizou que chegaria o dia em que
ninguém sentiría falta da arca —nem se lembraria dela —por
que ela não seria mais necessária. Naquele dia, Deus habitaria
livremente entre todo Seu povo, em vez de qualquer lugar em
particular (Jr 3.14-18).
2 CRÔNICAS
O livro: 2 Crônicas
O autor: Esdras
O público: O povo de Deus que voltou do cativeiro e do
exílio
O cenário: Escrito na terra de Judá, entre 450 a.C. e 425 a.C.
A história: Os israelitas haviam ficado 70 anos no exílio.
Quando finalmente retornaram para sua devastada terra na
tal, nada tinham a ver com a nação gloriosa que eles foram
um dia. Eles precisavam sentir-se seguros de saber que Deus
ainda estava com eles, que Seus planos e propósitos ainda
eram válidos, que Seu pacto com eles ainda estava de pé. Para
encorajá-los, o sacerdote Esdras recontou a história do rei
Davi e de seu filho Salomão, bem como de todos os reis de
Judá que os sucederam. Esdras traçou paralelos entre a cons
trução do tabernáculo e a construção do templo para mostrar
a continuidade do plano de Deus através das eras e, também,
para encorajar o povo a continuar andando em obediência
aos Seus mandamentos. Toda vez que algum rei arrependia
-se e retornava para Deus, mesmo o mais ímpio dos reis, Ele
perdoava-o e restaurava Seu relacionamento com o povo. Es
dras prometeu que Deus podia e faria o mesmo novamente.
A mensagem: E Salomão,filho de Davi, se esforçou no seu reino;
e o SENHOR, seu Deus, era com de e o magnificou grandemente
(1.1) Logo depois, Deus apareceu ao novo rei em um sonho
e disse:pede o que quiseres que eu te dê (1.7). Salomão respon
deu: ó SENHOR Deus, confirme-se a tua palavra, dada a Davi,
meu pai; porque tu me fizeste rei sobre um povo numeroso como o
pó da terra. Dá-me, pois, agora, sabedoria e conhecimento, para que
possa sair e entrar perante este povo; porque quem podería julgar a
este teu tão grande povo? (1.9,10).
Deus agradou-se do pedido de Salomão: Porquanto houve
isso no teu coração, e não pediste riquezas, fazenda ou honra, nem a
morte dos que te aborrecem, nem tampouco pediste muitos dias de
vida, mas pediste para ti sabedoria e conhecimento, para poderes julgar
a meu povo, sobre o qual te pus rei, sabedoria e conhecimento te são
dados; e te darei riquezas, efazenda, e honra, qual nenhum rei antes
de ti teve, e depois de ti tal não haverá (1.11,12). O esplendor do
rei Salomão, de fato, tornou-se lendário (1.13-17; 8.1—9.31).
O rei Salomão cumpriu o sonho do seu pai, construindo
um templo magnífico e glorioso para substituir a estrutura
temporária do tabernáculo (tenda da congregação) como o
centro da adoração e da oração em Israel (2.1—7.22). Na
cerimônia de dedicação, Deus disse a Salomão: Porque, ago
ra, escolhi e santifquei esta casa, para que o meu nome esteja nela
perpetuamente; e nela estarão fixos os meus olhos e o meu coração
todos os dias. Quanto a ti, se andares diante de mim, como andou
Davi, teu pai, efizeres conforme tudo o que te ordenei, e guardares
os meus estatutos e os meus juízos, também confirmarei o trono do
teu reino, conforme o concerto que fiz com Davi, teu pai, dizendo:
Não tefaltará varão que domine em Israel (7.16-18).
Roboão, o filho de Salomão, oprimiu cruelmente seu
povo e dez das tribos rebelaram-se contra ele, estabelecendo
seu próprio reino, Israel, e apontando Jeroboão para liderá
-los. Somente duas tribos permaneceram leais ao filho de
Salomão, que, então, tornara-se o rei de Judá (10.1— 12.16).
O filho de Roboão, Abias, voltou-se para Deus durante os
seus 33 anos de reinado e encontrou a ajuda de que precisa
va para vencer seus inimigos (13.1-22). O Espírito de Deus
veio sobre Asa, homem que levou a nação a abandonar a

idolatria e a voltar-se à adoração ao único e verdadeiro Deus.
Entretanto, diante de uma crise pessoal, ele não buscou Deus
para resolver seus próprios problemas (15.1— 16.13). Apesar
de uma aliança curta e infeliz com Acabe, rei de Israel, o
rei Josafá serviu a Deus com fidelidade e experimentou a
libertação vinda dele, no campo de batalha, quando Deus
destruiu inteiramente aqueles que ousaram atacar Seu povo
(17.1—21.11). E veio o temor de Deus sobre todos os reinos da
quelas terras, ouvindo eles que o SENHOR havia pelejado contra
os inimigos de Israel. E o reino de Josafá ficou quieto e o seu Deus
lhe deu repouso em redor (20.29,30).
Os reis Jeroboão e Acazias adotaram a idolatria praticada
por sua nação irmã e trouxeram o julgamento de Deus sobre
eles mesmos, bem como sobre o reino de Judá. O jovem rei
Joás serviu a Deus fielmente enquanto esteve sob orientação
e liderança do sacerdote que ajudou a criá-lo —mais tarde,
infelizmente, ele caiu no pecado da idolatria (22.1—24.27).
O rei Amazias seguiu o Senhor, porém não com coração inteiro
(25.2). Por um tempo, Uzias fez o que era certo, mas, havendo-
se já fortificado, exaltou-se o seu coração até se corromper (26.16).
O rei Jotao serviu ao Senhor, mas o rei Acaz liderou o povo
de volta à adoração de ídolos (27.1—28.27).
O rei Ezequias confiava no Senhor. Ele tornou-se um
dos reis de Judá mais devotos e fiéis (29.1—32.33). Porque
tornou a edificar os altos que Ezequias, seu pai, tinha derribado,
e levantou altares a baalins, e fez bosques, e prostrou-se diante de
todo o exército dos céus, e o serviu. E edijicou altares na Casa do
SENHOR, da qual o SENHOR tinha dito: Em Jerusalém esta
rá o meu nome eternamente. Edificou altares a todo o exército dos
céus, em ambos os pátios da Casa do SENHOR. Fez ele também
118 GUIA DA BÍBLIA PARA A PAMÍLIA
passar os seus filhos pelo fogo no vale do Filho de Hinom, e usou

de adivinhações, e de agouros, e defeitiçarias, e consultou adivinhos
e encantadores, efez muitíssimo mal aos olhos do SENHOR, para
o provocar à ira (33.3-6).
Porém, levado cativo e sujeito à tortura nas mãos de seus
inimigos, Manasses arrependeu-se. Ele humilhou-se diante de
Deus e clamou por misericórdia —e Deus ouviu sua oração.
Mais tarde, Manassés tentou desfazer o mal que fizera, restau
rando o templo que ele profanou e conclamando o povo de
Judá para voltar a Deus juntamente com ele (33.10-20).
Lamentavelmente, a mudança que houve no coração de
Manassés teve pouco impacto na vida de seu filho Amom
(33.21-25). Apesar disso, seu neto Josias alcançou o que Ma
nassés não pôde. Sendo ainda moço, começou a buscar o Deus de
Davi, seu pai (34.3). Josias destruiu os ídolos do povo e esma
gou seus alfares, purificando a terra e começando uma reno
vação do templo em larga escala. O jovem rei redescobriu o
livro da Lei e chamou a nação inteira para arrepender-se e
renovar seu pacto com Deus (34.1—35.27).
Infelizmente, os descendentes de Josias não compartilha
ram da sua devoção. Os reis de Judá e seu povo tornaram-se
cada vez mais infiéis a Deus.
E o SENHOR, Deus de seus pais, lhes enviou a sua pala
vra pelos seus mensageiros, madrugando e enviando-lhos, porque se
compadeceu do seu povo e da sua habitação. Porém zombaram dos
mensageiros de Deus, e desprezaram as suas palavras, e escarneceram
dos seus profetas, até que ofuror do SENHOR subiu tanto, contra
o seu povo, que mais nenhum remédio houve. Porque fez subir contra
eles o rei dos caldeus, o qual matou os seus jovens à espada, na casa
do seu santuário; e não teve piedade nem dos jovens, nem das moças,
nem dos velhos, nem dos decrépitos; a todos os deu nas suas mãos.
E os que escaparam da espada levou para a Babilônia; e fizeram-se

servos dele e de seus filhos, até ao tempo do reino da Pérsia, para
que se cumprisse a palavra do SENHOR, pela boca deJeremias, até
que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da desolação
repousou, até que os setenta anos se cumpriram (36.15-17,20,21).
E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar,
e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus ca
minhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados,
e sararei a sua terra. (2 Crônicas 7.14)
Mais sobre essa história na Bíblia: O livro de 2 Crôni

cas continuada história de 1 Crônicas (originalmente, os dois
livros eram um volume único). Esdras, o cronista, também
escreveu o livro da Bíblia que leva seu nome. Para mais infor
mações sobre o rei Salomão e os reis de Judá,veja 1 e 2 Reis.
Por quase 350 anos, Deus chamou o povo e seus reis para
caminhar em obediência aos Seus mandamentos, avisando
-os, por intermédio das palavras dos profetas, sobre o que
aconteceria se assim não agissem (veja Isaías, Jeremias, Eze-
quiel, Oseias, Arnós, Obadias, Miqueias, Naum, Habacuque,
Sofonias e Zacarias). Depois do cativeiro, Ele falou por inter
médio de Ageu, Zacarias e Malaquias.
Crônica: Uma história detalhada ou um relato de eventos.
Ira: Raiva ou fúria.
Súplica: Um pedido urgente e sincero, uma petição ou apelo.
Fazendo a conexão: O rei Josafá e sua pequena nação

encontravam-se em circunstâncias terríveis: seus inimigos
ajuntaram-se em um vasto exército contra eles e logo chega
riam. O rei chamou o povo de Judá para orar e jejuar. Jovens,
velhos, homens, mulheres e crianças - todos eles ajuntaram-
-se no templo, diante do Senhor.
O rei Josafá clamou a Deus, lembrando-o de que prome
tera cuidar deles. Ele declarou o compromisso de que nação
esperaria no Senhor, pela libertação que viria dele, mesmo
diante de um ataque iminente. Então, o rei concluiu sua ora
ção com estas simples palavras: Porque em nós não há força pe
rante esta grande multidão que vem contra nós, e não sabemos nós o
quefaremos; porém os nossos olhos estão postos em ti (2 Cr 20.12).
Tantas vezes, achamo-nos completamente sobrecarrega
dos pelas circunstâncias da vida —aborrecidos, desencoraja
dos, até mesmo arrasados pelo que aconteceu bem diante dos
nossos olhos. Em nossas orações por nós mesmos, por nossos
amados ou por nossa nação, lembremo-nos das palavras do
rei Josafá: não sabemos nós o que faremos; porém os nossos olhos
estão postos em ti. As Escrituras dizem que aqueles que olham
para o Senhor estão radiantes; suas faces nunca estão cober
tas de vergonha (SI 34.5). Eles não são abandonados nem
renegados (2 Co 4.8-10,16-18). Enquanto o reijosatá e seu
povo esperavam em Deus, receberam esta preciosa promessa
da parte dele: Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande
multidão, pois a peleja não é vossa, senão de Deus. (...) Estai em pé
e vede a salvação do SENHOR para convosco (20.15,17). Que
possamos ter coragem e fé para fazer o mesmo!
ESDRAS
O livro: Esdras
O autor: Esdras
O público: O povo de Deus que voltou do exílio
O cenário: A terra de Judá em 440 a.C.
A história: Por anos, o povo de Deus viveu no cativeiro e no
exílio, mas, por fim, foi libertado e recebeu permissão para
retornar ao seu lar. Quase 60 anos depois que o primeiro
grupo de exilados retornou a Judá, um sacerdote chamado
Esdras chegou com um segundo grupo para ajudar a liderar
uma nova comunidade de fé e supervisionar a reconstrução
do templo.
A mensagem: Esdras começou explicando primeiramente
como os exilados retornaram a Judá com uma cópia do de
creto emitido por Ciro, rei da Pérsia, instruindo-os a recons
truir o templo. Então, se levantavam os chefes dos pais deJudá e
Benjamim, e os sacerdotes, e os levitas, com todos aqueles cujo espí
rito Deus despertou, para subirem a edificar a Casa do SENHOR,
que está em Jerusalém. (1.5). Assim que acomodou suas famí
lias, o povo começou a trabalhar na reconstrução do templo.
Foi um tempo de alegria e de tristeza: de alegria pela restau
ração que Deus trouxe sobre os israelitas e por intermédio
deles; e de tristeza por tudo que a desobediência lhes custou.
E cantavam a revezes, louvando e celebrando ao SENHOR, porque
é bom; porque a sua benignidade dura para sempre sobre Israel. E
todo opovojubilou comgrandejúbilo, quando louvou o SENHOR,
pelafundação da Casa do SENHOR. Porém muitos dos sacerdotes,
e levitas, e chefes dos pais, já velhos, que viram a primeira casa sobre
o seu fundamento, vendo perante os seus ollws esta casa, choraram
em altas vozes; mas muitos levantaram as vozes com júbilo e com

alegria. De maneira que não discernia o povo as vozes de alegria
das vozes do choro do povo; porque o povo jubilava com tão grande
júbilo, que as vozes se ouviam de mui longe (3.11-13).
Os líderes dos países vizinhos ficaram alarmados. Eles
temiam que o povo de Deus pudesse, mais uma vez, tornar
-se uma nação poderosa, uma força reconhecida entre eles.
Todavia, o povo da terra debilitava as mãos do povo de Judá
e inquietava-os no edificar. E alugaram contra eles conse
lheiros para frustrarem o seu plano, todos os dias de Ciro, rei
da Pérsia, até ao reinado de Dario, rei da Pérsia (4.4,5).
Todos eles enviaram e receberam cartas aos sucessivos
reis da Pérsia, acusando falsamente os judeus de recons
truir ilegalmente sua terra e de arquitetar uma rebelião. Por
algum tempo, a obra em Jerusalém ficou suspensa (4.24).
Então, durante o reinado de Dario, uma busca nos arquivos
reais revelou que, de fato, o povo de Deus havia recebido
permissão para proceder dessa maneira. O rei Dario enviou
uma riqueza de recursos para ajudar na reconstrução e de
cretou que o trabalho fosse completado imediatamente! E
os filhos de Israel, e os sacerdotes, e os levitas, e o resto dos filhos
do cativeiro fizeram a consagração desta Casa de Deus com alegria
(6.16).
Então, muitos anos mais tarde, Esdras foi nomeado pelo
rei Artaxerxes para levar presentes e ofertas do tesouro persa
ao templo em Judá e para ajudar a estabelecer a comunidade
que crescia. E tu, Esdras, conforme a sabedoria do teu Deus, que
está na tua mão, põe regedores ejuizes que julguem a todo o povo
que está dalêm do rio, a todos os que sabem as leis de teu Deus, e
ao que as não sabe asfareis saber (7.25-27).
Para o seu horror, Esdras descobriu que muitos membros

do primeiro grupo de exilados desobedeceram descarada
mente a Lei e casaram-se com pessoas dos povos vizinhos,
as quais tinham crenças diferentes —o mesmo pecado que,
então, havia levado o povo à queda e ao exílio primeiramen
te. Assim, Esdras repreendeu-o, jejuando, orando e clamando
pela misericórdia de Deus a ele (Ed 9). Quebrantado, o povo
respondeu divorciando-se de seus cônjuges não crentes e
comprometendo-se a renovar sua obediência à Lei de Deus.
E cantavam a revezes, louvando e celebrando ao SENHOR,
porque é bom; porque a sua bmignidade dura para sempre
sobre Israel. E todo o povo jubilou com grande júbilo, quando
louvou o SENHOR, pela fundação da Casa do SENHOR.
(Esdras 3.11)
Mais sobre essa história na Bíblia: Para saber mais sobre

o retorno dos exilados e seus esforços para reconstruir sua
terra natal, leia o livro de Neemias (Esdras, o sacerdote, e Ne-
emias, o governador, trabalharam lado a lado). Mais uma vez,
Ageu, Zacarias e Malaquias profetizaram ao povo de Deus
durante esse tempo. A maioria dos estudiosos da Bíblia acre
dita que Esdras também foi o cronista que registrou a história
de Israel e Judá em 1 e 2 Crônicas.
Escriba: Um escritor, uma pessoa cuidadosamente treinada
para copiar manuscritos e documentos importantes usando
suas próprias mãos (antes da invenção da imprensa).
Ofertas: Presentes dados a Deus e a Sua obra.

Diligência: Trabalho cuidadoso, constante e honesto; um es
forço consistente para alcançar algo.
Consagrado: Separado ou dedicado para o serviço a Deus.
Você sabia? Mais de 100 anos antes de acontecer, Deus falou
por intermédio de Seus profetas e avisou ao Seu povo que, um
dia, ele seria conquistado pelos babilônios. Como afirmou Es-
dras Jeremias havia especificado o tempo de seu cativeiro —70
anos (Ed 1.1; Jr 25.11-14). E, antes mesmo que Ciro nascesse,
Isaías anunciou o nome dele como o imperador persa que
derrotaria os babilônios, liberaria o povo de Deus e lhe daria
permissão para reconstruir sua terra natal (Is 44.28—45.3).
Pense nisso: Algumas pessoas não compreenderam ou in
terpretaram mal alguns eventos como os descritos em Esdras
9— 10, concluindo que a Bíblia “vê com maus olhos” ou
até proíbe casamentos inter-raciais. Porém, de acordo com
a Palavra, há realmente uma raça apenas: a raça humana. So
mos todos física e espiritualmente descendentes das mesmas
duas pessoas: Adão e Eva. Grupos diferentes de pessoas têm
caraterísticas e culturas distintas, mas, no fundo, somos todos
iguais. Na verdade, a Bíblia adverte quanto ao casamento en
tre pessoas de fé diferentes (2 Co 6.14).
Por toda a história, quando o povo de Deus casava-se
fora de sua fé, acabava vagando para longe da Sua presença,
cedendo à pressão de seus cônjuges, que professavam outra
té, e comprometendo seus princípios; por fim, os israelitas
desobedeciam às leis de Deus. Isso foi particularmente devas
tador na era do Antigo Testamento, quando Deus estava ten
tando estabelecer um povo que serviría como um exemplo
reluzente de Sua santidade diante das outras nações.
Nos tempos de Esdras, houve uma “solução” radical e

extrema: os israelitas deveriam separar-se de suas famílias
descrentes, isto é, dos estrangeiros. Isso pareceu necessário,
naquele tempo, para que a nação voltasse aos trilhos certos.
Entretanto, na era do Novo Testamento, a história foi dife
rente. O ensinamento dado aos cristãos era o de que não
se separassem automaticamente nem se divorciassem de seus
cônjuges não crentes. Ao contrário, a orientação era a de
deixar um bom exemplo e tentar ganhar toda a família para a
fé em Cristo (1 Co 7.12-16; 1 Pe 3.1,2).
NEEMIAS
O livro: Neemias
O autor: Neemias
O público: O povo de Israel que voltou do exílio
O cenário: A terra de Judá em 430 a.C.
II A história: Neemias vivia na Babilônia, servindo como
mordomo do rei. Ele ouviu que os exilados que voltaram
para Judá haviam desistido de reconstruir o templo e que
os muros de Jerusalém ainda estavam em ruínas. Neemias
recebeu permissão para deixar a corte do rei a fim de super
visionar a reconstrução das muralhas da cidade. Como novo
governador, ele trabalhou de perto com Esdras para colocar
o povo de Israel novamente nos trilhos.
A mensagem: Neemias conta a história de como ele sou
be primeiramente dos problemas em Jerusalém e de como
Deus deu-lhe favor diante do rei, que atendeu ao seu pe
dido e permitiu que ele fosse ajudar o povo (1.1—2.20).
As comunidades vizinhas estavam envolvidas em uma guerra
psicológica —usando ameaças e ridiculização para intimidar

- a fim de impedir o povo de Deus de reconstruir sua ter
ra natal. Dessa forma, Neemias manteve seu propósito de ir
em segredo e conduzir sua primeira inspeção das muralhas
da cidade em meio à noite (2.11-16). Mais tarde, ele reuniu
todo o povo a fim de convencê-lo a pegar suas ferramentas
e terminar o que havia começado há muito tempo. Vinde,
pois, e rccdiji,piemos o muro deJerusalém e não estejamos tnais em
opróbrio (2.17). O povo respondeu com entusiasmo e logo
começou a organizar equipes de trabalho (3.1-32). E sucedeu
que, ouvindo Sambalate, e Tobias, e os arábios, e os amonitas, e os
asdoditas que tanto ia crescendo a reparação dos muros deJerusalém,
que já as roturas se começavam a tapar, iraram-se sobremodo. E
ligaram-se entre si todos, para virem atacarJerusalém e para os des
viarem do seu intento. Porém nós oramos ao nosso Deus e pusemos
uma guarda 'contra eles, de dia e de noite, por causa deles (4.7-9).
Neemias fez um discurso que moveu a comunidade: lem
brai-vos do Senhor, grande e terrível, e pelejai pelos vossos irmãos,
vossosfilhos, vossas mulheres e vossas casas (4.14). Encorajado, o
povo de Deus motivou-se a ficar firme, apesar da oposição
que pudesse encontrar. E sucedeu que, desde aquele dia, metade
dos meus moços trabalhava na obra, e a outra metade deles tinha
as lanças, os escudos, os arcos e as couraças; e os chefes estavam por
detrás de toda a casa de Judá. Os que edíficavam o muro, e os que
traziam as cargas, e os que carregavam, cada um com uma mãofazia
a obra e na outra tinha as armas. E os edificadores cada um trazia a
sua espada cingida aos lombos, e eâificavam; e o que tocava a trom-
beta estava junto comigo (4.16-18).
Com a construção encaminhada, Neemias achou que ha
via outras questões que exigiam sua atenção na comunidade.
Ele acabou com uma opressão ilegal sobre os pobres e expôs a

corrupção do governo (5.1-19). Sambalate eTobias continua
ram a criar problemas, envolvendo-se em todo tipo de intriga
política —incluindo um atentado contra a vida de Neemias.
Mas, apesar de tudo, o trabalho no muro foi fmalmente com
pletado (6.1-15). E sucedeu que, ouvindo-o todos os nossos inimigos,
temeram todos os gentios que havia em roda de nós e abateram-se
muito em seus próprios olhos; porque reconheceram que o nosso Deus
(6.16).
fizera esta obra
Todos se ajuntaram para uma enorme celebração —uma
cerimônia de dedicação e um culto de adoração. Esdras, o
sacerdote, leu a Lei de Moisés em voz alta e o povo renovou
seu pacto de relacionamento com Deus, seu compromisso de
andar em obediência a Ele (8.1— 10.39).
Antes de voltar à Babilônia, Neemias cuidou de algumas
das reformas finais na comunidade (11.1— 13.31). Colocar o
povo de volta aos trilhos havia sido uma tarefa incrivelmente
difícil. Neemias pediu a Deus para não deixar que seus es
forços passassem despercebidos e que fossem recompensados:
nisso também, Deus meu, lembra-te de m im ; e perdoa-me segundo
a abundância da tua benignidade (13.22).
Porque esse dia c consagrado ao nosso Senhor; portanto, não
vos entristeçais, porque a alegria do S E N H O R é a vossa for

ça. (Neemias 8.10)
Mais sobre essa história na Bíblia: Para maiores infor

mações sobre o retorno dos exilados e seus esforços em favor
da reconstrução da terra natal, leia o livro de Esdras (Esdras, o

sacerdote, e Neemias, o governador, trabalharam juntos lado
a lado). Ageu, Zacarias e Malaquias profetizaram ao povo de
Deus durante este mesmo tempo.
Usura: Emprestar dinheiro e cobrar ao devedor uma quanti
dade de juros excessiva ou ilegal.
Intimidar: Assustar ou encher alguém de medo; usar a amea
ça de violência para impedir que alguém faça algo.
Sagrado: Dedicado a Deus ou separado para Sua adoração;
santo.
' Fazendo a conexão: O povo de Deus estava vulnerável por
que suas defesas estavam caídas - os muros da cidade jaziam
em ruínas. Seus inimigos usaram o medo e a intimidação para
desencorajá-lo e impedi-lo de reagrupar-se e reconstruir. O
peso de seu desespero impediu os israelitas de erguerem-se
para serem o povo que Deus queria que fossem. Neemias en
sinou o povo de Deus a manter seus olhos nele e a recusar-se a
ouvir todas as ameaças e as acusações feitas por seus inimigos.
Neemias lembrou-os do valor e do significado daquilo pelo
que lutavam. Também fez com que se dividissem em turnos
para “ficar na brecha” - com armas à mão - a fim de que os
outros pudessem concentrar-se na reconstrução das barreiras
de proteção.
A Bíblia conta-nos que todos temos um inimigo —Sa
tanás —que tenta usar o medo, a falta de esperança, o de
sânimo e o desespero para subjugar os crentes vulneráveis
hoje. Apesar disso, podemos rechaçá-lo, usando a mesma es
tratégia que funcionou para Neemias. De algum modo, te
mos de manter firmemente nossos olhos no Deus que nos
ama, fortalece, protege e defende. Temos de sintonizar-nos

na verdade, desligando-nos das mentiras. Precisamos “ficar
na brecha” e revezar-nos por nossos amigos, nossa família,
nossos irmãos e nossas irmãs em Cristo. Devemos orar por
eles, encorajá-los, apoiá-los, ser escudo para eles. Em um
sentido espiritual, precisamos ficar entre eles e o inimigo
de nossa alma. Porque as armas da nossa milícia não são carnais,
mas, sim, poderosas em Deus, para destruição dasfortalezas (2 Co
10.4, veja também Efésios 6.10-18). Por quem você ficará
na brecha hoje?
ESTER
■ O livro: Ester
H O autor: Desconhecido
SI O público: Todas as gerações futuras do povo de Deus
ffl O cenário: Escrito na Pérsia, aproximadamente entre 460
a.C. e 430 a.C.
S A história: O livro de Ester conta-nos sobre como Deus cui
dou de Seu povo, mesmo quando este vivia no exílio. Ester era
uma jovem órfã que cresceu para tornar-se rainha da Pérsia. O
rei Xerxes escolheu-a como vencedora do concurso de beleza
mais famoso de todos os tempos! Mais importante, Ester estava
no lugar certo e na hora certa para salvar o povo de Deus de
um esquema maligno que objetivava a sua aniquilação.
S A mensagem : Em um acesso de ira alcoolizada, o rei Xerxes
havia banido sua esposaVasti do palácio para sempre (1.1-20).
Os conselheiros dele sugeriram que conduzisse uma busca
nacional por uma nova rainha. Xerxes escolheu Hadassa,
moça bela de aparência eformosa à vista; e, morrendo seu pai e sua
mãe, Mardoqueu a tomara por sua filh a(2.7). Diante da insistên

cia de Mardoqueu, a rainha Ester mantém sua ascendência
familiar em segredo (2.10). Enquanto trabalhava no palácio,
Mardoqueu ofendeu um dos mais poderosos conselheiros do
rei ao recusar-se mostrar a ele a reverência que pertence ape
nas a Deus. Vendo, pois, Ham ã que Mardoqueu não se inclinava
nem se prostrava diante dele, Ham ã se encheu de furor. Porém, em
seus olhos, teve em pouco o pôr as mãos só sobre Mardoqueu (porque
lhe haviam declarado o povo de Mardoqueu); Hamã, pois, procurou
destruir todos os judeus que havia em todo o reino de Assuero, ao
povo de Mardoqueu (3.5,6).
Mardoqueu pediu a Ester que intercedesse ao rei por mi
sericórdia ao seu povo. Contudo, ela lhe disse que esse pedido
custaria a vida dela. Ninguém tinha permissão para aproxi
mar-se do rei sem ser primeiramente convidado, e já havia
um mês desde a última vez que o rei a convocara (4.1-17).
Mardoqueu insistiu que Ester deveria apresentar-se diante de
tal situação; talvez fosse por isso que havia se tornado rainha
—para tal tempo como este (4.14). Desse modo, Ester brava
mente aproximou-se do rei e revelou seu convite (5.1—7.2).
Ela replicou: Então, respondeu a rainha Ester e disse: Se, ó rei,
achei graça aos teus olhos, e se bem parecer ao rei, dê-se-me
a minha vida como minha petição e o meu povo como meu
requerimento. Porque estamos vendidos, eu e o meu povo,
para nos destruírem, matarem e lançarem a perder; se ainda
por servos e por servas nos vendessem, calar-me-ia, ainda que
o opressor não recompensaria a perda do rei (7.3,4).
Quando o rei descobriu como Hamã enganou-o, orde
nou que seu iníquo conselheiro fosse morto na mesma forca
que havia sido construída para Mardoqueu (7.9,10). Por lei, o
decreto real que autorizava o extermínio dos judeus não po-
deria ser revogado, mas, pela sugestão de Mardoqueu, um novo

decreto foi feito —dando permissão aos judeus para defende
rem-se e destruírem todos aqueles que os atacassem (8.11,12).
Também em toda província e em toda cidade aonde chegava a pa
lavra do rei e a sua ordem, havia entre os judeus alegria e gozo,
(8.17).
banquetes e dias de folguedo
A rainha Ester convidou para um banquete para come
morar a libertação de seu povo. E que estes dias seriam lem
brados e guardados geração após geração, fam ília, província e cidade,
e que estes dias de Purim se celebrariam entre os judeus, e que a
memória deles nunca te ria fim entre os de sua semente (9.28).
Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento
doutra parte virá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai
perecereis; e quem sabe se para tal tempo como este chegaste a

este reino? (Ester 4.14)
Mais sobre essa história na Bíblia: Para aprender mais so

bre as aventuras de outros exilados renomados, leia Daniel 1—6
(você encontrará as histórias de Sadraque, Mesaque e Abede-
-Nego; e também conhecerá a história de Daniel na cova
dos leões). Enquanto Ester expunha o plano de Hamã para
destruir os judeus na Pérsia, os judeus que retornaram para
sua terra natal lutavam para reconstruir o templo e a cidade
de Jerusalém. Essa história é contada em Esdras e Neemias.
Cidadela: Uma grande fortaleza em uma cidade ou perto dela.
132 GUIA DA BlBLIA PARA A FAMÍLIA
Pano de saco: Uma roupa simples usada como um símbolo

de luto, remorso ou arrependimento.
B Você sabia? A primeira Festa do Purim, descrita em Ester
9.18-22, foi um festival de dois dias para dar graças a Deus,
honrar amigos e familiares, e alcançar os pobres e os necessita
dos. O nome Purim vem da palavra p u r — que significa sorte ou
dados. Hamã lançou sorte ou rolou os dados a fim de escolher um
dia para matar todos os judeus que viviam no Império Persa.
Apesar de tudo, Deus usou Ester para pôr um fim nesse plano
maligno! O povo judeu, até hoje, na primavera, ainda celebra
a libertação da parte de Deus com a Festa do Purim.
ü Pense nisso: No livro de Ester, o nome de Deus nunca é
mencionado - nem mesmo uma vez! Contudo, toda a his
tória é uma celebração à Sua soberania, ao Seu poder e ao
Seu agir em toda e qualquer circunstância —inclusive por
meio do que parecem ser “coincidências” aleatórias —a fim
de cumprir Seu propósito maior.
Bi Fazendo a conexão: Quando Mardoqueu pediu que Es
ter se aproximasse do rei em nome do seu povo, a jovem
rainha ficou pasma diante de tal pensamento —ela foi com
pletamente dominada pela magnitude do pedido, pelo ris
co envolvido na aproximação de seu marido notoriamente
temperamental e pelo resultado duvidoso de tal empreendi
mento. Isso poderia custar a sua vida literalmente. Todavia, o
primo de Ester exortou-a a reconhecer a responsabilidade
que vinha com o privilégio. A qualquer que muito fo r dado,
muito se lhe pedirá (Lc 12.48). Em Ester 4.14, Mardoqueu lhe
fez uma pergunta aguçada: e quem sabe se para tal tempo como
este chegaste a este reino? Conforme a história se desenrola, fica
claro que Mardoqueu estava certo. O próprio Deus permitiu
que Ester se tornasse rainha - colocou-a no palácio - para

aquele exato momento. Ele tinha um plano para livrar Seu
povo e usou Ester para cumpri-lo.
A Bíblia diz-nos que Deus tem um plano e um pro
pósito para cada um de nós. Às vezes, Seus planos parecem
muito difíceis e o preço deles, muito elevado. Mas, devemos
lembrar-nos de que fomos abençoados com o incrível pri
vilégio de sermos servos do Altíssimo. Deus colocou- nos
onde estamos por uma razão. Quando olharmos para Deus,
Ele nos dará toda a sabedoria e a força de que precisamos
para cumprir Seus propósitos. Afinal, nós também fomos
chamados —para um tempo como este.
Jó
11 O livro:Jó
13 O autor: Desconhecido
II O público : O povo de Deus
E O cenário: Uz (Mesopotâmia - atual Jordânia), em algum
tempo entre 2000 a.C. e 1000 a.C.
a A história: Jó foi um homem que amou a Deus profunda
mente e serviu-o fielmente —mesmo quando Deus permitiu
que grande sofrimento viesse à sua vida. A história dele. é
uma das mais antigas da Bíblia (Jó, provavelmente, viveu por
volta do mesmo tempo que Abraão, se não antes). Mas, a
narrativa de Jó ainda fala àqueles que enfrentam dificuldades
e sofrimento hoje.
SI A m ensagem : Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era
Jó (Jó 1.1). A história começou quando Deus permitiu que
Satanás testasse Jó a fim de ver se sua devoção era pura —ou
se estava baseada nas abundantes bênçãos que recebera (1.1

12). Um dia, Jó perdeu todos os seus rebanhos - a fonte de
sua riqueza. Camelos, ovelhas, bois e jumentos foram todos
roubados por ladrões ou destruídos pelo fogo. Ao mesmo
tempo, cada um dos dez filhos de Jó foi morto quando a casa
na qual estavam desabou sobre eles. Apesar de sua dor avassa
ladora, Jó determinou que adoraria a Deus de qualquer ma
neira: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o
SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome
do SENHOR (1.21). Então, Satanás fez uma nova tentativa,
mas, dessa vez, destruindo a saúde de Jó na expectativa de
quebrar seu espírito. Contudo, Jó recusou-se a culpar Deus e
a ceder à amargura que sua esposa abraçou (2.1-10).
Os amigos de Jó, Elifaz, Bildade e Zofar, foram consolá
-lo. Entretanto, eles ofereceram pouco conforto, e muitos
conselhos não solicitados —junto com uma porção generosa
de banalidades piedosas e clichês gastos. Eles não resistiram
à vontade de tentar explicar onde Jó havia errado, o que
ele poderia ter feito para trazer aqueles problemas sobre si
e como poderia consertar tudo.Jó ficou ora angustiado, ora
irado diante das implicações e das acusações de seus amigos.
Algumas vezes, ele expressou sua fé em que Deus o vinga
ria; outras vezes, reclamou que não havia sido informado das
acusações contra ele nem recebido permissão para apresentar
seu caso diante do Juiz. Os amigos de Jó andaram em círculos,
tentando corrigir, instruir e informá-lo, mas Jó defendeu-se
declarando inocência (3.1—31.40). Mais tarde na conversa,
um jovem chamado Eliú fez suas observações sobre o sofri
mento e a soberania de Deus. Mas, como os outros, por fim,
Eliú culpou Jó pelo que lhe aconteceu (32.1—37.24).
Então, de repente, Deus apareceu interrompendo a con

versa. Ele lidaria com os amigos de Jó em um momento,
mas, primeiro, teve uma conversa com seu servo Jó. Acima de
tudo,Jó era um homem justo, que claramente não trouxe tal
sofrimento sobre si. Apesar disso, ele ficou um pouco inso
lente, um pouco arrogante ao insistir que merecia respostas
para todas as suas perguntas e reclamações. Deus colocou-o
rapidamente em seu lugar. Quem é este que escurece o conselho
com palavras sem conhecimento? Agora cinge os teus lombos como
homem; e perguntar-te-ei, e, tu, responde-me. Onde estavas tu quan
(38.2-4).
do eufundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência
Deus continuou fazendo dúzias de outras perguntas que
Jó não sabia responder, as quais revelaram o supremo poder
de Deus, Sua infinita autoridade, Sua majestade e Sua glória
(38.4-41.34). No fim, tudo o que Jó pôde fazer foi replicar
humildemente: Quem é aquele, dizes tu, que sem conhecimento
encobre o conselho? Por isso, fa le i do que não entendia; coisas que
para mim eram maravilhosíssimas, e que eu não compreendia (42.3).
Jó arrependeu-se imediatamente e reafirmou sua fé e sua
confiança em Deus.
A seguir, Deus repreendeu duramente os amigos de Jó
por causa da tolice e da presunção deles (eles não estavam em
posição de falar por Deus e Ele não havia pedido nada a eles).
Então, Deus recompensou Seu servo fiel. E, assim, abençoou o
S E N H O R o último estado de Jó, mais do que o primeiro (42.12).
O Altíssimo não somente restaurou a saúde e a riqueza de
Jó, Ele deu ao Seu servo fiel mais dez filhos para carregar seu
legado de fé. E , depois disto, viveu Jó cento e quarenta anos; e viu
a seus filhos e aos filh o s de seus filhos, até à quarta geração. Então,
morreu Jó, velho efarto de dias (42.16,17).
Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se
levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele,
ainda em minha carne verei a Deus. (Jó 19.25,26)
83 Mais sobre essa história na Bíblia: O exemplo da per

severança de Jó durante seu sofrimento foi mencionado em
Tiago 5.10,11, e a justiça de Jó é usada como um exemplo
em Ezequiel 14.12-20. Outros versículos sobre paciência e
perseverança em tempos de sofrimento podem ser encontra
dos em Romanos 5.3-5; 8.17,18; 2 Coríntios 4.16-18;Tiago
1.2-4 e 1 Pedro 4.12,13.
Reto: Correto, moral ou virtuoso; muitas vezes, a palavra é
usada no sentido legal de ficar na posição reta (sem culpa nem
pecado) aos olhos do grande Juiz - Deus.
Vindicar: Defender ou justificar alguém; eximir uma pessoa
de suspeita, acusação ou culpa.
Redentor: Alguém que liberta ou livra outra pessoa de uma
dificuldade, de um perigo ou de um cativeiro, normalmente,
pagando um resgate (na essência, “comprando” a pessoa de
volta por um preço).
BI Você sabia? Toda cultura no mundo tem histórias e lendas
sobre dragões. Há muitas referências sobre dragões na Bíblia,
algumas falam simbolicamente de Satanás e outras referem-se
especificamente a criaturas da vida real que, certa vez, viveram

sobre a terra. O livro de Jó menciona o leviatã que respira
va fogo (Jó 3.8 (NTLH); 41.1; veja também Salmos 74.14;
104.26; Isaías 27.1) e o poderoso beemote (Jó 40.15-24) como
evidência do poder e da glória de Deus revelados em Sua
criação. Culturas primitivas, muitas vezes, referem-se a esses
animais como dragões ou monstros marinhos. Cientistas criacio-
nistas acreditam que eles eram aquilo que conhecemos como
dinossauros!
H Pense nisso: Alguém disse, certa vez, que o coração humano
é como um balde. Quando ele é atingido, aquilo que está den
tro é espalhado para fora dele. Em outras palavras, nosso cora
ção é revelado pela maneira como respondemos aos desafios
da vida. É duro imaginar um exemplo bíblico melhor do que
a história de Jó. Deus permitiu que Satanás levasse calamidade
e desastre sobre um homem justo a fim de testar e provar o
coração dele. Quando Jó ouviu relato após relato sobre ruínas
e perdas, a Bíblia diz que ele caiu no chão em adoração. Não
em amargura, não em ira, não em dor suicida - mas em ado
ração. Ele disse: o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou;
bendito seja o nome do SENHOR (1.20-22). Ele não acusou
Deus de estar agindo errado e, nessa questão, Jó não pecou.
Pelo contrário, ele reconheceu a soberania de Deus e afirmou
sua fé nele. Jó passou no teste. Jó ainda era humano; ele tinha
suas questões e suas frustrações. Houve poucos momentos em
que —compreensivelmente —ele perdeu a perspectiva. Mas,
por fim, seu coração provou-se verdadeiro. Nós podemos ver
que, lá no fundo, o “balde” de Jó ficou cheio de fé, confiança
e paz - um espírito de humilde submissão à vontade de Deus.
E nós? Quando a vida derruba o nosso “balde”, o que é
espirrado para fora dele? Quando algo não sai do nosso jeito -
quando somos confrontados com um desafio inesperado ou

com uma situação difícil - como respondemos? Isso é algo
para pensarmos hoje.
SALMOS
O O livro: Salmos
11 Os autores: Davi, Moisés, Asafe, Salomão, Etã, os filhos de
Corá e outros
H O público: O povo de Deus
3 O cenário: Escrito em Israel,1410 a.C.—430 a.C.
M A história: Os salmos são uma coleção de 150 canções,
poemas e orações escritos por mais de seis autores diferen
tes durante centenas de anos. Alguns são canções pessoais
de louvor e ações de graças; outros são hinos escritos para
o louvor dá comunidade. Alguns salmos pregam e ensinam.
Outros clamam pela misericórdia de Deus - ou clamam por
Sua justiça. Essas expressões que vêm do fundo do coração
são de alegria e tristeza, esperança e anseio, coragem e fé, e
têm trazido conforto e força a gerações do povo de Deus por
todo o mundo.
H A m ensagem : Há muitos salmos amados e conhecidos.Ve-
jamos partes de apenas alguns:
Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos
ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta
na roda dos escarnecedores. Antes, tem o seu prazer na lei do SE
N H O R , e na sua lei medita de dia e de noite(1.1,2). Escondi a
tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti (119.11).
Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu caminho
(119.105).
Este é o dia quefez o SENHOR; regozijemo-nos e alegremo-

-nos nele (118.24). Celebrai com júbilo ao SENHOR, todos os
moradores da terra (100.1). Tudo quanto tem fôlego louve ao SE
NHOR. Louvai ao SENHOR (150.6)! Louvai ao SENHOR,
porque ele é bom;porque a sua benígnidade épara sempre (136.1).
Provai e vede que o SENHOR é bom; bem-aventurado o homem
que nele confia (34.8).
O, vinde, adoremos e prostremo-nos! Ajoelhemos diante do SE
r
NHOR que nos criou. Porque ele é o nosso Deus, e nós, povo do seu
pasto e ovelhas da sua mão. Se hoje ouvirdes a sua voz (95.6,7). O
SENHOR é o meu pastor; nada mefaltará. Deitar-mefaz em verdes
pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas. Refrigera a minha
alma;guia-me pelas veredas dajustiça por amor do seu nome (23.1-3).
Pois possuíste o meu interior; entreteceste-me no ventre de mi
nha mãe. Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão mara
vilhoso fui formado (...). Os meus ossos não te foram encobertos,
quando no ocultofuiformado e entretecido (...) Os teus olhos viram
o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas coisas foram
escritas, as quais iam sendo dia a dia formadas, quando nem ainda
uma delas havia (139.13-16). Deleita-te também no SENHOR,
e ele te concederá o que deseja o teu coração (37.4).
Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre as
nações; serei exaltado sobre a terra (46.10). Bem-aventurada é a
nação cujo Deus é o SENHOR, e o povo que ele escolheu para a
sua herança (33.12).
Deus é o nosso refúgio efortaleza, socorro bem-presente na an
gústia. Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda
que os montes se transportem para o meio dos mares (46.1,2). O
SENHOR é o meu rochedo, e o meu lugarforte, e o meu libertador;
o meu Deus, a minha fortaleza, em quem confio; o meu escudo, a
força da minha salvação e o meu alto refúgio (18.2). A minha alma

espera somente em Deus; dele vem a minha salvação (62.1). A
minha carne e o meu coração desjalecem; mas Deus é afortaleza do
meu coração e a minha porção para sempre (73.26).
Lança o teu cuidado sobre o SENHOR, e ele te sustem; nunca
permitirá que ojusto seja abalado (55.22). O anjo do SENHOR
acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra (34.7). Elevo os
olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem
do SENHOR, quefez o céu e a terra (121.1,2). Busquei ao SE
NHOR, e ele me respondeu; livrou-me de todos os meus temores.
Olharam para ele, eforam iluminados; e os seus rostos não ficarão
confundidos (34.4,5).
Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a
minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do
Deus vivo (...) (42.1,2). Ó Deus, tu és o meu Deus; de madrugada
te buscarei; a minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja
muito em uma terra seca e cansada, onde não há água (63.1). Quão
amáveis são os teus tabernáculos, SENHOR dos Exércitos! A
minha alma está anelante e desfalece pelos átrios do SENHOR; o
meu coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo. Quão amáveis
são os teus tabernáculos, SENHOR dos Exércitos! A minha alma
está anelante e desfalece pelos átrios do SENHOR; o meu coração
e a minha carne clamam pelo Deus vivo. Porque vale mais um dia
nos teus átrios do que, em outra parte, mil. Preferiría estar à porta da
Casa do meu Deus, a habitar nas tendas da impiedade (84.1,2,10).
Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do
Onipotente descansará. Direi do SENHOR: Ele é o meu Deus, o
meu refúgio, a minhafortaleza, e nele confiarei. Porque ele te livrará
do laço do passarinheiro e da peste perniciosa. Ele te cobrirá com as
suas penas, e debaixo das suas asas estarás seguro; a sua verdade é
escudo e broquel. Não temerás espanto noturno, nem seta que voe de
dia, nem peste que ande na escuridão, nem mortandade que assole
ao meio-dia. Mil cairão ao teu lado, e dez mil, à tua direita, mas
tu não serás atingido. Somente com os teus olhos olharás e verás a
recompensa dos ímpios. Porque tu, ó SENHOR, és o meu refúgio!
O Altíssimo é a tua habitação. Nenh um mal te sucederá, nem praga
alguma chegará à tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordem a teu
respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos (91.1-11).
Misericordioso e piedoso é o SENHOR; longânimo e grande
em benignidade. Não repreenderá perpetuamente, nem para sempre
conservará a sua ira. Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem
nos retribuiu segundo as nossas iniquidades. Pois quanto o céu está
elevado acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com
os que o temem. Quanto está longe o Oriente do Ocidente, assim
afasta de nós as nossas transgressões (103.8-12).
Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um
espírito reto. Não me lances fora da tua presença e não retires de
mim o teu Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da tua salvação
e sustém-me com um espírito voluntário (51.10-12).
Esperei com paciência no SENHOR, e ele se inclinou para
mim, e ouviu o meu clamor Tirou-me de um lago horrível, de um
charco de lodo;pôs os meus pés sobre uma rocha,firmou os meus pas
sos; e pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus;
muitos o verão, e temerão, e confiarão no SENHOR (40.1-3).
Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do

meu coração perante a tua face, SENHOR, rocha minha e
libertador meu! (Salmo 19.14)
S Mais sobre essa história na Bíblia: Muitos salmos in

cluem referências a eventos específicos, na história de Israel,
que os inspiraram. Uma Bíblia de estudo ou uma concordân
cia bíblica podem ajudá-lo a encontrar essas narrativas nos li
vros históricos do Antigo Testamento. O rei Davi escreveu 73
dos salmos —mais do que qualquer outro autor. Suas histórias
são encontradas em 1 Samuel 16—31,2 Samuel e 1 Crônicas.
H Palavras para saber:
Exaltar: Erguer, elevar, honrar com louvor.
Enaltecer: Louvar altamente.
Meditar: Refletir, pensar profundamente, focar os pensamentos.
Selah: Uma notação musical; alguns estudiosos acreditam que
pode significar pausa ou descanso.
O temor do Senhor: Nas Escrituras, temer o Senhor é apro
ximar-se dele com um sentimento de temor e maravilha,
reverência e respeito.
Você sabia? O Salmo 119 é chamado de poema de amor apai
xonado que celebra a Palavra de Deus. Folgo mais com o caminho
dos teus testemunhos do que com todas as riquezas. Em teus preceitos
meditarei e olharei para os teus caminhos. Alegrar-me-ei nos teus es
(119.14-16). Com 176
tatutos; não me esquecerei da tua palavra
versos, ele é o capítulo mais longo dos Salmos —e de toda a
Bíblia. O Salmo 119 também é um acróstico. Há 22 estrofes,
uma para cada letra do alfabeto hebraico. E (no original, em
hebraico) cada uma das oito linhas dentro de uma estrofe co
meça com a mesma letra do alfabeto.
H Fazendo a conexão: Normalmente, não pensamos que as
canções, os poemas e as orações que compõem os Salmos pos
sam ser profecias —mas acontece, muitos deles são profecias.
Estudiosos da Bíblia contam-nos que os Salmos 2, 45, 69, 72

e 110 apontam para a vinda do Messias —o eterno Profeta,
Sacerdote e Rei de Israel. Durante Seu ministério na terra, Je
sus frequentemente citou os Salmos. Enquanto estava na cruz,
morrendo, clamou as palavras do Salmo 22.1: Deus meu, Deus
meu, por que me desamparaste? Mais adiante, o salmista diz: Todos
os que me veem zombam de mim, estendem os lábios e meneiam a
cabeça, dizendo: Confiou no S E N H O R , que o livre; livre-o,pois nele
tem prazer (22.7,8). Foi exatamente assim que os sacerdotes e
os mestres da Lei zombaram da Jesus (veja Mateus 27.41-44).
E o Salmo 22.16-18 diz: Pois me rodearam cães; o ajuntamento de
malfeitores me cercou; traspassaram-me as mãos e os pés. Podería con
tar todos os meus ossos; eles veem e me contemplam. Repartem entre
Todas essas
si as minhas vestes e lançam sortes sobre a minha túnica.
coisas aconteceram durante a crucificação de Jesus (veja Lu
cas 23.32-35). Os escritores do Novo Testamento contam-nos
que muitos outros Salmos falavam profeticamente de Jesus,
incluindo os Salmos 2.6; 8.1b—2,6,16.10; 40.7,8; 41.9; 45.6;
69.9; 110.4 e 118.22,26.
PROVÉRBIOS
■ O livro: Provérbios
B Os autores: Salomão, Agur, Lemuel e outros
B O público: O povo de Deus
BS O cenário: Escrito em Israel, 950 a.C.—686 a.C.
ü A história: Provérbios é um livro de sábios dizeres —pro
fundas observações e percepções —colecionados pelo rei Sa
lomão e por outros com o propósito de guiar o povo de
Deus no caminho da sabedoria.
E A mensagem: O livro de Provérbios começa pela insistência

com o leitor para que este abrace a sabedoria e receba todos
os seus benefícios (1.1—4.27).As palavras nesse livro são para
guiar os simples (aqueles que não têm entendimento) e ins
truir os jovens (aqueles que não têm experiência). Aqueles
que já têm sabedoria podem ganhar ainda mais (1.1-7). A
verdadeira sabedoria começa com o temor do Senhor, Porque
o SENHOR dá a sabedoria, e da sua boca vem o conhecimento e
o entendimento. (2.6; veja também 1.7; 9.10). Aqueles que
rejeitam a sabedoria sofrerão por ela (1.20-32). A sabedoria
protege e provê para aqueles que são guiados por ela (2.1—
3.35). Pega-te à correção e não a largues; guarda-a, porque ela é
a tua vida. Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração,
porque dele procedem as saídas da vida (4.13,23).
Um pai sábio avisa seu filho sobre a devastação e a des
truição que resultam do adultério e da imoralidade sexual.
Se ele valoriza sua vida, deve evitá-los a todo custo (5.1
23; 6.20-35; 7.1-27). A preguiça também é uma armadilha -
uma rede (6.1-11; 21.25; 24.33,34). Assim são as companhias
desonestas ou enganosas (6.12-19; 12.26). A sabedoria é per
sonificada como uma mulher que clama a todos que têm
ouvidos para ouvi-la: Ouvi, porque proferirei coisas excelentes;
os meus lábios se abrirão para a equidade. Aceitai a minha correção,
e não a prata, e o conhecimento mais do que o ouro fino escolhido.
Porque melhor é a sabedoria do que os rubins; e de tudo o que se
deseja nada se pode comparar com ela (8.6,10,11).
Eis, aqui, algumas palavras de sabedoria do livro de Pro
vérbios:
Na multidão de palavras nãofalta transgressão, mas o que mo
dera os seus lábios éprudente (10.19).
Há alguns cujas palavras são como pontas de espada, mas a

língua dos sábios é saúde (12.18).
A resposta branda desvia ofuror, mas a palavra dura suscita a
ira (15.1).
A solicitude no coração do homem o abate, mas uma boa pala
vra o alegra (12.25).
Em todo o tempo ama o amigo; e na angústia nasce o irmão
(17.17).
O entendimento do homem retém a sua ira; e sua glória é pas
sar sobre a transgressão (19.11).
A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a
queda (16.18).
O que ama a correção ama o conhecimento, mas o que aborrece
a repreensão é um bruto (12.1).
Onde não há conselho os projetos saem vãos, mas, com a multi
dão de conselheiros, se confirmarão (15.22).
Como oferro com oferro se aguça, assim o homem afia o rosto
do seu amigo (27.17).
Muitos propósitos há no coração do homem, mas o conselho do
SENHOR permanecerá (19.21).
O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o
que as confessa e deixa alcançará misericórdia (28.13).
Torreforte é o nome do SENHOR; para ela correrá ojusto e
estará em alto retiro (18.10).
Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; escudo é para os
que caminham na sinceridade, para que guarde as veredas dojuízo e
conserve o caminho dos seus santos (2.7,8).
O livro de Provérbios termina com um belo tributo à espo
sa de caráter nobre. Ela é louvada por sua virtude, sua sabedoria,
sua disciplina e sua integridade (31.10-31). Uni homem sábio

busca uma mulher assim, e, quando encontra-a, ele valoriza-a.
Enganosa I a graça, e vaidade, aformosura, mas a mulher que teme ao
S E N H O R , essa será louvada (31.30).
Confia no S E N H O R de todo o teu coração e não te estribes

no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus ca
minhos, e ele endireitará as tuas veredas. (Provérbios 3.5,6)
M Mais sobre essa história na Bíblia: Outros escritos do rei

Salomão incluem os Salmos 72 e 127, o livro de Eclesiastes e
o Cântico dos Cânticos. Os eventos do reino de Salomão são
descritos em 1 Reis 2.1— 11.43 e 2 Crônicas 1.1—9.31.
Sabedoria: Conhecimento do que é certo ou verdadeiro;
bom senso, percepção e discernimento.
Tolice: Comportamento ou pensamento tolo; estupidez.
Disciplina: Treinamento que corrige, molda ou aperfeiçoa o
caráter moral de uma pessoa.
Repreensão: Correção severa, com palavras firmes.
BI Você sabia? Para compreender e apreciar verdadeiramen
te o livro de Provérbios, é importante lembrar-se de que
os provérbios são percepções e observações profundas dos
princípios da vida que geralmente são verdades. Provérbios
não são promessas, mandamentos nem regras absolutas, sem
exceção. Algumas vezes, eles podem parecer contraditórios

uns com os outros, mas, na verdade, oferecem os dois lados
da moeda —verdades diferentes que se aplicam a situações
distintas. Normalmente, eles ajudam-nos a ver o quadro geral
e guiam-nos no caminho da sabedoria.
ü Pense nisso: O livro de Provérbios tem muito a dizer a res
peito dos relacionamentos familiares - incluindo os relacio
namentos entre pais e filhos. Muitas pessoas são familiarizadas
com o velho ditado que diz: poupe a vara e estrague a criança.
Ele vem de Provérbios 13.24: O que retém a sua vara aborrece a
seu filho, mas o que o ama, a seu tempo, o castiga. Hoje, em nossa
cultura, a punição corporal é tema de discussões acaloradas.
Aqueles que se opõe a ela, muitas vezes, associam esta prática
com abuso infantil —que, biblicamente falando, é totalmente
diferente e jtotalmente inaceitável. (Em nenhum lugar a Bí
blia defende o bullying, o ato de aterrorizar ou atormentar
alguém —muito menos as crianças, que são especialmente
preciosas para Deus).
O tipo de disciplina a que Provérbios refere-se é uma
resposta à desobediência deliberada, à provocação e à rebelião.
Qualquer que seja a forma de punição - seja uma palmada
ou a suspensão de privilégios como o videogame —o ob
jetivo é proteger os filhos dos tipos de dores futuramente
causados por ações como mentir, trapacear, roubar e outros
maus comportamentos. Castiga teu filh o enquanto há esperança,
mas para o matar não alçarás a tua alma. (19.18; veja também
22.6,15; 23.13,14; 29.17).
Simplificando, a Bíblia diz que se você preocupa-se com
seus filhos —se realmente os ama —você os disciplinará e os
ensinará a diferença entre o certo e o errado. Deus, nosso
Pai celestial, deixa o exemplo a todos os pais sobre o do

modo como Ele relaciona-se conosco, Seus filhos. Ele é pa
ciente, gentil, misericordioso, compassivo e compreensivo.
Contudo, Deus sabe que nosso comportamento pecaminoso
pode acarretar em consequências dolorosas - para nós e para
os outros. Então, Ele considera-nos responsáveis por nossas
ações. Deus disciplina-nos. Ele ensina-nos a assumir respon
sabilidades e a aprender com nossos erros. Provérbios 3.11,12
diz: Filho meu, não rejeites a correção do S E N H O R , nem te enojes
da sua repreensão. Porque o S E N H O R repreende aquele a quem
(3.11,12).
ama, assim como o pai, ao filh o a quem quer hem
Para saber mais sobre a disciplina amorosa de Deus, veja
Lamentações 3.22-33 e Hebreus 12.7-11.
ECLESIASTES
■ O livro: Eclesiastes
S O autor: Salomão
m O público: O povo de Deus
51 O cenário: Escrito em Jerusalém, em 935 a.C.

H A história: Seguindo o livro de Provérbios, Eclesiastes (que
quer dizer o pregador ou profiessor) contém mais das palavras
de sabedoria do rei Salomão e a história de sua busca pelo
significado da vida. Fama e fortuna, vinho, mulheres e música
- em um momento ou outro, Salomão teve tudo isso. Ele
descobriu que tudo era vazio e sem significado. No fim, o
rei concluiu que a única coisa que realmente valia a pena era
temer a Deus e guardar os Seus mandamentos.
S A m ensagem : Vaidade de vaidades! (...) É tudo vaidade (1.2).
O pregador observa que os seres humanos, em seus esforços,
lutando com sua própria força, não podem alcançar nada de

duração significativa (1.1-15; 2.17-26; 4.1-8; 9.2-10). O que
foi, isso ê o que há de ser; e o que sefez, isso se tornará afazer; de
modo que nada há novo debaixo do sol (1.9). O pregador (Sa
lomão) diz que ele aplicou-se diligentemente a descobrir o
propósito do significado da vida, apenas para concluir isto:
Atentei para todas as obras que sefazem debaixo do sol, e eis que
tudo era vaidade e aflição de espirito (1.14).
Trabalho duro, realizações e sucessos não satisfazem os
anseios do coração humano. Também não o fazem o prazer
e a autoindulgência (2.1-11). O que amar o dinheiro nunca se
fartará de dinheiro; e quem amar a abundância nunca sefartará da
renda; também isso é vaidade (5.10). As riquezas não trazem
felicidade duradoura, pois assim apontou o pregador: Como
saiu do ventre de sua mãe, assim nu voltará, indo-se como veio; e
nada tomarái do seu trabalho, que possa levar na sua mão (5.15).
Em outras palavras: você não pode levar isso com consigo!
A sabedoria tem grande valor — ainda assim, há questões
que ela não pode responder e mistérios que não pode resolver.
Deus Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no
coração deles, sem que o homem possa descobrir a obra que Deusfez
desde o princípio até ao fim (3.11). A sabedoria por si mesma
—conhecimento pelo conhecimento —não traz recompensa
ou satisfação (1.12-18; 2.12-16; 7.1-24; 8.16,17; 9.13-18). E,
de mais disso, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o
muito estudar enfado ê da carne (12.12).
Muitas vezes, a vida não é justa. O pregador viu (...) jus
tos a quem sucede segundo as obras dos ímpios, e há ímpios a quem
sucede segundo as obras dos justos. Digo que também isso é vaidade
(8.14). Ele nota: (...) não é dos ligeiros a carreira, nem dos valentes,
a peleja, nem tampouco dos sábios, o pão, nem ainda dos prudentes,
a riqueza, nem dos inteligentes o favor, mas que o tempo e a sorte

(9.11). Mas, afinal, Deus está no controle e
pertencem a todos
Ele observa aqueles que o temem e que obedecem aos Seus
mandamentos (12.13). A in d a que o pecador faça mal cem vezes,
e 05 dias se lhe prolonguem, eu sei com certeza que bem sucede aos
que temem a Deus, aos que temerem diante dele. Porque Deus há
de trazer a ju iz o toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja
bom, quer seja mau (8.12; 12.14).
D e tudo o que se tem ouvido, ofim é:Teme a Deus e guarda os

seus mandamentos;porque este é o dever de todo homem. Por
que Deus há de trazer a ju íz o toda obra e até tudo o que está
encoberto, quer seja bom, quer seja mau. (Eclesiastes 12.13,14)
H Mais sobre essa história na Bíblia: Outros escritos do rei

Salomão incluem os Salmos 72 e 127, o livro de Provérbios
e o Cântico dos Cânticos. Os eventos do reino de Salomão
são descritos em 1 Reis 2.1— 11.43 e 2 Crônicas 1.1—9.31.
Sabedoria: Conhecimento do que é certo ou verdadeiro;
bom senso, percepção e discernimento.
Tolice: Comportamento ou pensamento tolo; estupidez.
Labuta: Trabalho duro, exaustivo.
3 Fazendo a conexão: Muitas pessoas conhecem as palavras
de Eclesiastes 3.1-8 como a letra de uma canção popular no
topo das paradas dos anos 1960: Tudo tem o seu tempo determi
nado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu: há tempo de

nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o
que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar
e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de pran
tear e tempo de saltar; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar
pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de
buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora;
tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de
fa la r; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo
de paz. A Bíblia diz-nos que Deus criou e ordenou (ou es
tabeleceu) tudo isso —e que Ele faz todas as coisas lindas em
seu tempo (3.11).
ü Pense nisso: O pregador de Eclesiastes achava que muitas
coisas na vida eram sem sentido —ainda assim, ele nota que
algumas têm grande valor: Melhor é serem dois do que um,
porque têm' melhor paga do seu trabalho. Porque, se um cair,
o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver
só; pois, caindo, não haverá outro que o levante. Também se
dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como
se aquentará? E, se alguém quiser prevalecer contra um, os
dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão
depressa (4.9-12).
CÂNTICO DOS CÂNTICOS

H O livro: Cântico dos Cânticos
^ O autor: Rei Salomão
3 O público: A corte do rei Salomão
O cenário: Escrito em Jerusalém, em 965 a.C.
§ A história: A maior de todas as canções é um poema lírico
152 GULA DA BÍBLIA PARA A FAMÍLIA
que celebra a agonia e o êxtase do amor entre um homem

(o amado) e uma mulher (a amada) por meio da corte e do
casamento. Esse é o amor humano do modo como Deus quis
que fosse, intensamente excitante, apaixonante e —porque
acontece dentro do contexto do casamento —santo e puro.
ü A mensagem: A amada é envolvida por seu único e
verdadeiro amor: Beije-me ele com os beijos da sua boca; por
que melhor é o seu amor do que o vinho (1.2). Seu amado está
igualmente intoxicado: “ E is que és formosa, ó amiga minha,
eis que és formosa (...). E u sou a rosa de Sarom, o lírio dos
vales (1.15; 2.1). Os amigos do casal alegram-se com eles
no amor que encontraram (1.4; 5.1). O amado e a amada
expressam reciprocamente sua alegria pela beleza física e
ambos anseiam pela consumação de seu amor (2.1-6; 4.1
16; 5.10—7.13). O amado exclama: Tu és toda formosa, amiga
minha, e em ti não há mancha. Tiraste-me o coração, minha irmã,
minha esposa; tiraste-me o coração com um dos teus olhos, com um
(4.7,9).
colar do teu pescoço
Quando o casal é separado, o anseio que um sente pelo

outro é intenso. A amada clama: D e noite busquei em minha
cama aquele a quem ama a minha alma; busquei-o e não o achei.
(...) Acharam-me os guardas, que rondavam pela cidade; eu pergun
tei-lhes: Vistes aquele a quem ama a minha alma? (...) se achardes o
(3.1,3; 5.8). Sua
meu amado, lhe digais que estou enferma de amor
paixão é tão grande, que a amada admite o desejo de poder
ignorar os padrões sociais do que é correto; assim, poderiam
abraçar um ao outro publicamente, mostrando sua afeição
em público (8.1-3). Por sua própria experiência, através das
subidas e descidas da corte, a amada percebe que o amor e
a paixão são muito poderosos para qualquer pessoa tratá-los
de modo simples. Ela avisa aos amigos: Conjuro-vos, ó filhas

de Jerusalém, que não acordeis nem desperteis o meu amor, até que
queira. (8.4). O amado chama sua noiva: O tu que habitas nos
jardins, para a tua voz os companheiros atentam;faze-ma, pois,
também ouvir (8.13). E ela responde convidando-o para uma
celebração particular de seu amor: Vem depressa, amado meu, e
faze-te semelhante ao gamo ou ao filh o dos corços sobre os montes
dos aromas (8.14).
Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu
braço, porque o amor éforte como a morte, e duro como a se

pultura o ciúme; as suas brasas são brasas de fogo, labaredas
do S E N H O R . A s muitas águas não poderíam apagar esse
amor nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse toda a f a
zenda de sua casa por este amor, certamente a desprezariam.
(Cântico dos Cânticos 8.6,7)
a Mais sobre essa história na Bíblia: Outros escritos do

rei Salomão incluem o os Salmos 72 e 127, e os livros de
Provérbios e Eclesiastes. O reino de Salomão é descrito em 1
Reis 2.1— 11.43 e 2 Crônicas 1.1—9.31.
Ui Palavras para saber:
Mirra: Um perfume aromático.
Jardim ou videira: A palavra jardim é usada muitas vezes nas
escrituras como uma metáfora para o coração; em Cântico
dos Cânticos, ela refere-se especificamente ao corpo da ama
da, bem como à pureza e à exclusividade do relacionamento
íntimo entre ela e seu amado.
Ciumento: Aquele que tem vigilância e cautela em guardar

algo; desejar algo completamente para si mesmo,
j Fazendo a conexão: Embora Cântico dos Cânticos seja,
primeiramente, uma celebração do amor humano ordenado
por Deus, o livro também pode ser compreendido como
uma alegoria —um reflexo do amor de Deus por Israel ou do
amor de Cristo pela Igreja. Esse tema de um romance divino
entre o Criador e Sua criação aparece por toda a Escritura.
S Você sabia? A canção infantil H is Banner over M e Is Love
surgiu de uma leitura alegórica do Cântico dos Cânticos,
especialmente de 2.4 e 2.16. Outros hinos e cânticos, muitas
vezes, descrevem Jesus como o lírio dos vales e como a rosa
de Saram (Ct 2.1). No contexto, foram esses os nomes que
a amada usou para referir-se a si mesma quando celebrou o
quão linda seu amado a fez sentir-se. A princípio, parece que
os escritorès dos hinos cometeram algum erro ao aplicar tais
expressões a Jesus (faria mais sentido se os nomes descreves
sem o Noivo —o amado). Mas, talvez, esses termos carinho
sos sugiram o maior exemplo de beleza e perfeição da pessoa
a quem se referem. E possível que essa seja a ideia. Nesse caso,
não seriam nem um pouco impróprios!
■ Pense nisso: Se você já cuidou de um jardim, você sabe
que, além de escolher o que cultivar e quando plantar, além
de cuidar dos novos brotos e de fornecer água adequada e luz
do sol, uma das tarefas mais difíceis é manter as pragas longe.
Você tem de proteger a jovem planta —o novo fruto —de ser
amassada ou comida pelos inimigos, sejam eles insetos, pás
saros ou bestas. O mesmo é verdade para o jardim de nosso
coração. Em João 15.5, Jesus disse: E u sou a videira, vós, as varas;
quem está em mim, e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim
nada podereis fazer. M ais adiante, Ele disse novamente: Não me

escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para
0o 15.16). Se per
que vades e deisfruto, e o vossofru to permaneça
manecermos na vinha, Ele providenciará todos os nutrientes,
bem como toda a nutrição de que necessitamos. Contudo, é
nosso trabalho manter as pestes longe.
Cântico dos Cânticos 2.15 diz: Apanhai-me as raposas, as
raposinhas, que fazem mal às vinhas, porque as nossas vinhas estão
em flor.Aparentemente, tais “raposinhas” ameaçaram o rela
cionamento entre o amado e a amada, e elas podem amea
çar nosso relacionamento com Deus hoje. As “raposinhas”
podem ser pensamentos inapropriados que passaram desper
cebidos, maus hábitos que se enraizaram ou pequenos peca
dos que foram secretamente permitimos. O problema com
as raposinhas é que, a princípio, elas não parecem perigosas.
Contudo, esses bichos incômodos mordiscam a videira e des-
troem nosso vínculo de vida com Deus. Eles rapidamente
devoram o fruto que tão pacientemente Deus trabalhou para
produzir em nossa vida. A culpa e a hipocrisia, sozinhas, são
suficientes para aleijar-nos e impedir-nos de experimentar
uma comunhão significativa com o Senhor. Se você encon
trar quaisquer “raposinhas” no jardim do seu coração, não
seja enganado pela aparência inofensiva delas. Pegue-as ago
ra, antes que se transformem em monstros. Proteja esse pre
cioso fruto.
ISAÍAS
S O livro: Isaías
H O autor: Isaías
S O público: O povo de Judá
S O cenário: O reino de Judá, entre 740 a.C. e 680 a.C.

S A história: O profeta Isaías respondeu ao chamado de Deus
para avisar Judá que seus inimigos a conquistariam em breve.
Os israelitas haviam se rebelado contra Deus e desobedece
ram-no; agora, eles pagariam o preço. Contudo, Deus pro
meteu que os curaria e os restauraria. Ele os traria de volta
à sua terra natal e, mais uma vez, para um relacionamento
correto com Ele. Ele também enviaria Seu Servo, o Messias,
seu verdadeiro Rei a fim de acertar as coisas para sempre.
B A m ensagem : Isaías disse: N o ano em que morreu o rei Uzias,
eu vi ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu
séquito enchia o templo(6.1). Os querubins e os serafins ajunta-
vam-se ao redor do trono e clamavam: Santo, Santo, Santo é o
S E N H O R dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória (6.3).
Por meio dessa surpreendente visão, Deus chamou Isaías para
ser Sua voz e falar Suas palavras ao povo de Judá. Isaías avisou
ao povo que Deus estava para julgá-los por sua desobediência
e por sua rebelião contra Ele (22.1-25; 28.1-29; 29.1—31.9;
32.9-14; 48.1-22; 51.17—52.12).
Ele expôs sua hipocrisia: A i dos que ao mal chamam bem e
ao bem, mal! (...). Pois que este povo se aproxima de mim e, com a
boca e com os lábios, me honra, mas o seu coração se afasta para longe
de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de
homens (...). Porque assim d iz o SenhorJEOVA, o Santo de Israel:
Em vos converterdes e em repousardes, estaria a vossa salvação; no
sossego e na confiança, estaria a vossa força, mas não a quisestes
(5.20; 29.13; 30.15).
Isaías insistiu com o povo para que este verdadeiramente
se arrependesse e servisse a Deus sinceramente —não apenas
com seus lábios, mas com suas vidas (58.1-14). Isaías disse
que Deus também julgaria as nações ímpias que cercavam
Judá - como Babilônia, Assíria, Filístia, Moabe, Damasco,
Egito, Cuche, Edom, Arábia e Tiro (10.5-19; 13.1—21.17;
23.1—24.23; 33.1—34.17; 47.1-15).
Isaías interpretou suas profecias com hinos de louvor
(12.1-6; 25.1—26.21; 42.10-17). Ele também incluiu o rela
to de uma ocasião em que Senaqueribe da Assíria ameaçou
a cidade de Jerusalém. Isaías levou a palavra do Senhor ao rei
Ezequias, dizendo que Deus interviria a favor de seu povo e
derrotaria os assírios com Sua própria mão poderosa (37.1
38). Mais tarde, quando o rei Ezequias adoeceu, Isaías inter
cedeu em seu favor. Deus concordou em dar mais 15 anos de
vida ao rei (38.1-22).
Além de palavras de instrução, correção e repreensão, Deus
deu a Isaías palavras de conforto e encorajamento para Seu povo
- o qual Ele ama muito. Vinde, então, e argui-me, diz o S E N H O R ;
ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão
brancos como a neve (1.18; também 40.1-3; 49.8-26; 57.14-21).
Ele prometeu preservar um remanescente de Seu povo, o qual
Ele guardaria e protegeria, e, um dia, restauraria sua antiga glória
(10.20-34; 35.1-10; 41.1-21; 45.1-25; 51.1-16; 54.1-17).
Deus disse que daria, ao povo, força para suportar: Não
sabes, não ouviste que o eterno Deus, o S E N H O R , o Criador dos
confins da terra, nem se cansa, nem sefatiga? Não há esquadrinha-
ção do seu entendimento. D á vigor ao cansado e multiplica asforças
ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansarão e sefatigarão,
e os jovens certamente cairão. Mas os que esperam no S E N H O R
renovarão as suas forças e subirão com asas como águias; correrão e
não se cansarão; caminharão e não sefatigarão (40.28-31).
Deus nunca abandonará os Seus: Mas, agora, assim d iz o

S E N H O R que te criou, óJacó, e que teform ou, 6 Israel: Não temas,
porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome; tu és meu. Quando
passares pelas águas, estarei contigo, e, quando pelos rios, eles não
te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a
chama arderá em ti. Porque eu sou o S E N H O R , teu Deus, o Santo
de Israel, o teu Salvador; dei o Egito por teu resgate, a Etiópia e
Sebá, por ti(43.1-3). Para aqueles que têm sede, Ele oferece
água viva - com a promessa de que não mais tenham sede
(55.1-13).
Deus disse que enviaria um Messias ao Seu povo, um
libertador: Portanto, o mesmo Senhor vos dará um sinal: eis que
uma virgem conceberá, e dará à lu z um filh o , e será o seu nome
Emanuel [Deus conosco] (7.14; também 9.1-7; 11.1-16;
32.1-8; 42.4-9; 49.1-7; 50.1-11). Este Servo do Senhor sal
varia o Seu povo, resgatando-os, entregando Sua vida por
ele, sofrendo e morrendo em seu lugar (52.13— 53.12). O
povo não o reconheceria, a princípio, mas, olhando para
trás, perceberia: Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões
e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a
paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados
(53.5).
Isaías aguarda o dia em que Deus prometeu criar um
novo céu e uma nova terra. Naquele dia, a dor e o sofri
mento desta vida não serão nem mesmo uma memória; não
haverá mais tristeza ou dor, haverá apenas a paz e a alegria
para o povo de Deus (65.17—66.13). Aniquilará a morte para
sempre (25.8). O Senhor soberano limpará toda lágrima de
seus olhos.
Quão suaves são sobre os montes os pés do que anuncia as boas
-novas, quefaz ouvir a paz, que anuncia o bem, quefaz ouvir
a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina! (Isaías 52.7)
S Mais sobre essa história na Bíblia: Isaías profetizou no

mesmo tempo de Amós, Oseias e Miqueias; também, durante
os reinados de quatro reis, incluindo o rei Uzias (2 Cr 26.1
23) e o rei Ezequias (2 Rs 19.1—20.21; 2 Cr 32.1-33). No
Novo Testamento, Jesus começou Seu ministério terreno ao
citar Isaías 61.1-3, identificando-se como aquele de quem
o profeta estava falando (veja Lucas 4.16-21). Jesus também
apontou João Batista como aquele que Isaías descreveu
como a Voz do que clama no deserto (veja Isaías 40.3 e Ma
teus 3.3). Quando Filipe encontrou um oficial da Etiópia na
estrada para Jerusalém, o homem estava lendo Isaías 53.7,8
(veja Atos 8.26-40).
Ai: Expressão que indica grande tristeza ou lamento.
Remanescente: Algo que sobra; um pequeno grupo de pes
soas sobreviventes.
Sião: O nome Sião refere-se primeiramente a uma comu
nidade específica que o rei Davi conquistou nos arredores
de Jerusalém, a cidade de Davi. Com o tempo, Sião passou a
referir-se ao templo ali perto, e, então, à própria cidade de Je
rusalém, a cidade de Deus. Isaías usa Sião para referir-se a toda
a nação de Israel, ao reino de Deus aqui na terra. No Novo
Testamento, o nome Sião refere-se ao reino celestial e eterno
de Deus, cheio de pessoas de toda tribo e de toda nação que

fielmente o amam e lhe servem.
O servo do Senhor / o servo sofredor: O nome que Isaías
usou para referir-se ao Messias (ou Libertador) que Deus
prometeu enviar ao Seu povo.
i Fazendo a conexão: E uma cena familiar repetida muitas
vezes em comédias de TV, desenhos animados e filmes. Um
comandante convoca suas tropas e chama voluntários para
uma missão diferente e perigosa. Ele pede aos potenciais vo
luntários que deem um passo adiante; mas, ao contrário do
que se espera, todos dão um passo para trás. Bem, quase todos.
Algum infeliz personagem não estava prestando atenção. Ele
não foi rápido o suficiente. Agora que está um passo à frente
de todos, ele é cumprimentado como um voluntário solitário!
Embora tenha a finalidade de fazer rir, tal situação ilustra uma
verdade um tanto dolorosa. Muitas vezes, na vida, quando a
liderança precisa de apoio - quando a ajuda é necessária - nin
guém se voluntária. Ninguém dá um passo à frente. Que con
traste há na cena descrita em Isaías 6.8. O Senhor dos Exérci
tos emitiu um chamado para um voluntário levar a mensagem
ao Seu povo. Deus perguntou: A quem enviarei, e quem há de ir
por nós? O profeta Isaías não hesitou nem por um momento.
Imediatamente, ele respondeu: eis-me aqui, envia-me a mim.
Não seria uma tarefa fácil. A primeira mensagem que
Deus deu a ele foi uma palavra de julgamento e repreensão.
Isaías não era um homem popular. Mas, ele era um homem
apaixonado. Um homem desejoso e ansioso por servir ao Se
nhor, não importava o custo. Ele compreendeu a necessidade
de proclamar a verdade de Deus e de chamar as pessoas ao
arrependimento - dar-lhes a oportunidade de voltar a Deus
e serem salvas. O chamado ao qual Isaías respondeu ainda vale

para hoje. Deus procura voluntários que assumirão uma posi
ção e levarão Sua verdade às nações. Pessoas que estejam dis
postas a entregar a vida, se necessário, por aquele que deu a Sua
em favor delas.Você já se colocou plenamente disponível para
Deus? Já ofereceu a Ele seu tempo, seus talentos, sua energia e
seus recursos? Você vai responder ao chamado dele?
® Você sabia? Isaías é ocasionalmente chamado de príncipe dos
profetas. Muitas vezes, Suas profecias são descritas como as
mais lindamente poéticas e são consideradas escritos podero
sos em toda a Escritura. Na verdade, muito do libreto (as le
tras) do Messias, de Handel, vem do livro de Isaías, incluindo
esta passagem tão familiar: Porque um menino nos nasceu, um
filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu
nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade,
Príncipe da Paz (Is 9.6).
B Pense nisso: Quando você era criança, seus pais lhe deixaram
alguma vez em um posto de gasolina ou em um restaurante sem
querer? Já houve alguma ocasião na qual seu pai pensou que
sua mãe havia buscado você na escola e sua mãe pensou que
seu pai havia feito o mesmo, mas nenhum dos dois realmente o
buscou? Você já foi deixado de fora de uma lista de convidados
para uma festa importante? Você já foi ignorado por outros em
um grupo social, na igreja ou no trabalho? Não há dúvida de
que, em algum momento, todos nós experimentamos a dor de
sentirmo-nos abandonados, negligenciados ou não amados —
momentos em que até Deus parecia estar muito longe.
Isaías descreve uma ocasião na qual o povo de Deus ex
perimentou o mesmo tipo de dor. Mas Sião diz:Já me desam
parou o SENHOR; o Senhor se esqueceu de mim (49.14). Toda
via, Deus respondeu-lhe: Pode uma mulher esquecer-se tanto do
filho que cria, que se não compadeça dele, do filho do seu ventre?
Mas, ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, me não esquecerei de
ti. Eis que, na palma das minhas mãos, te tenho gravado (49.15,16).
Que poderosa imagem do amor duradouro que o Senhor
tem por nós. Alguns podem esquecer-nos ou ignorar-nos ou
deixar-nos de fora da lista. Outros podem abandonar-nos.
Contudo, nosso Pai celestial nunca o fará. Por causa do Seu
amor para conosco, nunca somos abandonados. Nunca so
mos esquecidos. E nunca estamos sozinhos (Mt 28.20).
JEREMIAS
IS O livro: Jeremias
S O autor: Jeremias
Si O público: O povo de Judá

§3 O cenário: Entre 626 a.C. e 586 a.C.
SI A história: Jeremias profetizou por 40 anos durante os rei
nados de cinco reis diferentes. Ele avisou o povo de Judá de
que sua rebelião e sua desobediência a Deus lhe causariam
a destruição pela mão de seus inimigos - os babilônios. Seu
reinado ficaria em ruínas e uns poucos que sobrevivessem
seriam arrastados para o cativeiro e para o exílio. Contudo,
Deus também queria que Seu povo soubesse que, um dia, Ele
o curaria e o restauraria. Ele o traria de volta à sua terra natal
e de volta a um relacionamento correto com Ele.
H A mensagem : Jeremias começou descrevendo como Deus
chamou-o para o seu ministério profético enquanto ele ain
da era um adolescente —ou mesmo antes! Assim veio a mim a
palavra do SENHOR, dizendo: Antes que eu teformasse no ven
tre, eu te conheci; e, antes que saísses da madre, te santifiquei e às na
ções te dei por profeta (1.4,5). Não seria fácil.A mensagem que
o Altíssimo lhe dera para entregar era dura. Jeremias tinha
de confrontar o povo de Deus com sua desobediência, seu
pecado, sua iniquidade e sua rebelião contra Ele. Em termos
gráficos, Jeremias descreve o adultério espiritual do povo -
como este abandonou seu esposo celestial (Deus) para correr
atrás de outros amantes (ídolos) (2.1—4.4).
Por intermédio de Jeremias, Deus —o marido de coração
partido —apela para Sua noiva: Volta, ó rebelde Israel, diz o SE
NHOR, e nãofarei cair a minha ira sobre vós; porque benigno sou,
diz o SENHOR, e não conservarei para sempre a minha. Somente
reconhece a tua iniquidade, que contra o SENHOR (3.12,13). Se
não se arrependessem, uma punição terrível os aguardaria.
Seriam atacados por seus inimigos e traídos por aqueles em
quem confiavam, ou seja, os quais seguiam no lugar de Deus.
Seu reino seria destruído (4.5—6.30).
Jeremias lembrou o povo do quanto Deus detesta a hi
pocrisia (7.1—9.26). Ele apontou a futilidade da adoração
aos ídolos que eles fizeram com suas próprias mãos. Repe
tidamente, ele expôs e denunciou os oficiais corruptos do
governo e os líderes religiosos daquele tempo. Ele repreen
deu os falsos profetas que continuavam dizendo ao povo que
tudo estava bem, prometendo-lhe paz e prosperidade que
não viriam (23.9-40; 28.1—29.32). Isso não fez de Jeremias
um homem muito popular. Na verdade, durante seu minis
tério, as pessoas debocharam dele, ridicularizaram-no, iso
laram-no, ignoraram-no, aprisionaram-no, acorrentaram-no,
prenderam-no em cepos e jogaram-no em poços! Suas men
sagens seriam queimadas como lixo (26.1-24; 32.2; 36.1-32;
37.1-21; 38.1-13).
Ainda assim, o profeta ficou firme. Jeremias continuou a

avisar os israelitas da destruição que ia na direção deles (10.1
25). Eles quebraram seus votos —seu pacto sagrado com o
Senhor (11.1-17). Mas, o povo recusou-se a ouvi-lo e, por
fim, chegou o dia em que Deus disse: “já basta”. Ele disse
a Jeremias para não se incomodar em orar pelo povo (7.16;
11.14; 14.11). Era tarde demais. Eles rejeitaram a Deus e Ele
também os rejeitou. Por 70 anos, os judeus ficariam cativos e
seriam exilados na Babilônia (25.1-14). Deus disse a Jeremias
para não se casar nem ter filhos, também disse para ele não
participar de banquetes e celebrações, nem mesmo de fune
rais.Todas essas atividades “normais” eram impróprias e irrele
vantes à luz do dia do desastre que estava chegando (16.1-21).
Porém, em meio à condenação e ao pessimismo, Deus
ainda tinha palavras de conforto e de encorajamento aos
poucos queToram fiéis a Ele. Ele não se esqueceria das pro
messas feitas às antigas gerações. Bendito o varão que confia
no SENHOR, e cuja esperança é o SENHOR. Porque ele
será como a árvore plantada junto às águas, que estende as
suas raízes para o ribeiro e não receia quando vem o calor,
mas a sua folha fica verde; e, no ano de sequidão, não se afa-
diga nem deixa de dar fruto (17.7,8).
Ao remanescente justo, Deus disse: Com amor eterno te
amei; também com amável benignidade te atraí. Ainda te edifica-
rei, e serás edificada (...). E há esperanças, no derradeiro fim, para
os teus descendentes, diz o SENHOR, porque teus filhos voltarão
para o seu país (31.3,4,17). Mesmo quando a cidade come
çou a cair, Deus disse a Jeremias para comprar um terreno,
como um símbolo de sua fé em que o Altíssimo levaria Seu
povo de volta à sua terra natal novamente (32.1—33.26). O
Senhor também prometeu erguer um ramo justo da família
do rei Davi, o bom Pastor, um líder de integridade, um rei

que reinará, e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra
(23.5). Este Messias seria o mediador de um novo pacto: Não
conforme o concerto quefiz com seus pais (...). Porei a minha lei no
seu interior e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus, e eles
serão o meu povo. Porque todos me conhecerão, desde o menor deles
até ao maior, diz o SENHOR; porque perdoarei a sua maldade e
nunca mais me lembrarei dos seus pecados (31.32-34).
Jeremias profetizou o julgamento de Deus contra os ini
migos de Judá -Egito, Filístia, Moabe,Amom, Edom, Damas
co, Quedar, Hazor, Elão e Babilônia (46.1—51-64). Embora
Deus tenha usado essas nações para disciplinar Seu povo, no
fim, eles seriam punidos por sua iniquidade. Quando a pro
fecia de Jeremias sobre a destruição de Judá começou a acon
tecer, o povo arrependeu-se e implorou pelo conselho de
Jeremias. A princípio, eles prometeram fazer tudo o que ele
dissesse, mas quando não gostaram do que ouviram, jogaram
-no de volta à prisão novamente (42.1—43.13).
Os babilônios atacaram Judá várias vezes; os breves pe
ríodos de submissão e entrega eram seguidos por rebelião e
revolta. Finalmente, os babilônios decidiram terminar com
tudo de uma vez. Eles capturaram a cidade de Jerusalém e
destruíram-na total e completamente. O magnífico templo
de Salomão foi reduzido a ruínas e uns poucos sobreviventes
foram carregados para o cativeiro e para o exílio —exata
mente como Jeremias disse que seria (52.1-34). Quanto a
Jeremias, aconteceu que os babilônios tinham muito mais
respeito pelo homem de Deus do que o povo de Judá. Os ba
bilônios viram claramente que todas as profecias de Jeremias
haviam se cumprido. Quando conquistaram a cidade, fize
ram questão de resgatar o profeta de sua prisão e deixaram-
-no livre (39.11—40.6). Entretanto, Jeremias não se alegrou

em sua liberdade e em sua vindicação. O “profeta chorão”
estava com o coração partido pela dor e pela agonia do sofri
mento do povo de Deus.
Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o
SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar
ofim que esperais. (Jeremias 29.11)
S Mais sobre essa história na Bíblia: Para aprender mais so

bre o ministério profético de Jeremias e como suas profecias
foram cumpridas, leia 2 Crônicas 35.25—36.22 e 2 Reis 25.
Jeremias também escreveu o livro de Lamentações, uma co
leção de músicas que lamentam a destruição do reino do sul.
A restauração do povo de Deus esperada em ambos os livros
(Jeremias e Lamentações) é descrita em Esdras e Neemias.
Panos de saco:Traje rústico usado como símbolo de tristeza,
remorso e arrependimento.
Lamento: Canto lutuoso; poema ou canção de tristeza e luto
entoada comumente em funerais.
Arrependimento: Sentimento de tristeza ou grande remor
so, por causa dos pecados cometidos, que resulta em boas
mudanças.
Remanescente: Algo que sobra; um pequeno grupo de pes
soas sobreviventes.
B Você sabia? Muitas das mensagens que Deus deu aos
Seus profetas foram cumpridas em mais de um sentido. Por
exemplo, Jeremias falou do dia em que Judá seria totalmente
destruída: Assim diz o SENHOR: Uma voz se ouviu em Rama,

lamentação, choro amargo; Raquel chora seus filhos, sem admitir
consolação por des, porque já não existem (31.15).
Raquel, a esposa de Jacó (Gn 29—35), simbolizou todas
as mães em Israel no luto e na dor que experimentariam
—perdendo seus filhos para a guerra, para a fome e para a
doença. Todavia, a Bíblia conta-nos que - consciente ou não
—Jeremias também falava de outro dia, centenas de anos mais
tarde, quando as mães de Israel chorariam.
Naquele dia, o rei Herodes tentaria matar todos os bebês
da idade de Cristo, isto é, abaixo de dois anos, ordenando que,
em Belém, todo menino dessa faixa etária fosse assassinado (Mt
2.18). Mais tarde, Jesus lembrou Seus discípulos de que pode
mos confiar na Palavra de Deus porque ela sempre se realiza:
Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terrapassem, nem um
jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido (Mt 5.18).
8 Fazendo a conexão: Você já se sentiu como se sua vida
estivesse uma bagunça? Você cometeu muitos erros e tomou
decisões erradas. Sim, você já se arrependeu e pediu perdão
a Deus. Mas, lá no fundo, você tem um sentimento de deses
perança e desespero. Sua vida está arruinada além do reparo.
E tarde demais. Deus nunca poderia usar você. A palavra do
SENHOR, que veio aJeremias, dizendo: Levanta-te e desce à casa
do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras. E desci à casa do
oleiro, e eis que ele estavafazendo a sua obra sobre as rodas. Como
o vaso que ele fazia de barro se quebrou na mão do oleiro, tornou
afazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos seus olhos
fazer. Então, veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Não
poderei eufazer de vós comofez este oleiro, ó casa de Israel? — diz
o SENHOR; eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós
na minha mão, ó casa de Israel (Jr 18.1-6).
A Bíblia diz-nos que Deus é misericordioso. Indepen

dente de nossas falhas no passado, apesar de nossa fraqueza
no presente, Ele pode e nos usará para Sua glória —desde que
nos entreguemos totalmente a Ele. Ele é o oleiro e nós so
mos o barro. Temos de ser cuidadosos e não precisamos ficar
impacientes. Ele começou a obra em nossa vida; confiemos
nele, pois Ele irá completá-la. Ele faz todas as coisas lindas em
Seu tempo (Ec 3.11).
LAMENTAÇÕES
*9 O livro: Lamentações
S O autor: Jeremias
ü O público: O povo de Deus que viveu nas ruínas de Jeru
salém e no cativeiro babilônico.
a O cenário nEscrito, aproximadamente, entre 586 a.C. e 584
a.C.
□ A história: O povo de Deus que vivia em Judá (o reino
do sul) não havia se arrependido de seus pecados contra Ele,
mesmo depois de ver a destruição de seus irmãos e de suas
irmãs em Israel (o reino do norte) e de receber os avisos dos
profetas que Deus enviou-lhe. Então, o Senhor havia permi
tido que os babilônios conquistassem os judeus. O grande
templo de Salomão e a cidade de Jerusalém ficaram em ru
ínas. A maioria das pessoas foi morta ou levada como escra
va. Uns poucos foram deixados na destruição. Em favor dos
sobreviventes, o profeta Jeremias derramou seu coração para
Deus em uma série de canções (ou lamentos).
IS A mensagem: Jeremias expressou seu horror diante do que
aconteceu: Como se acha solitária aquela cidade dantes tão po
pulosa! Tornou-se como viúva a que foi grande entre as nações; e

princesa entre as províncias tornou-se tributária! (fr 1.1). O profeta
reconheceu que aquilo era um feito de Deus; Ele permitiu
que os babilônios cumprissem o julgamento do povo —assim
como Deus disse-lhe que faria. Por mais horrível que fosse,
o povo não tinha ninguém mais em quem pôr a culpa, a não
ser em si mesmo. Sua iniquidade, sua rebelião e sua desobedi
ência eram a causa do seu sofrimento (1.14,18; 2.1-17).Já se
consumiram os meus olhos com lágrimas, turbada está a minha alma,
o meu coração se derramou pela terra, por causa do quebrantamento
da filha do meu povo; pois desfalecem os meninos e as crianças de
peito pelas ruas da cidade (2.11). Por onde quer que olhasse, o
profeta via devastação, fome e doença.
Contudo, mesmo em meio ao indescritível sofrimento,
Jeremias disse que havia esperança. Deus é amoroso, miseri
cordioso e éompassivo. Ele é fiel mesmo quando não somos
(3.21-23). Bom é o SENHOR para os que se atêm a ele,
para a alma que o busca. Bom é ter esperança e aguardar
em silêncio a salvação do SENHOR. Bom é para o homem
suportar o jugo na sua mocidade; assentar-se solitário e ficar
em silêncio; porquanto Deus o pôs sobre ele. Ponha a boca
no pó; talvez assim haja esperança (3.25-29).
Por mais dolorosa que seja, a disciplina tem um propósito.
Ela pode humilhar-nos e ensinar-nos, mas, o mais importan
te, ela pode restaurar-nos. Esquadrinhemos os nossos caminhos,
experimentemo-los e voltemos para o SENHOR. Levantemos o
coraçãojuntamente com as mãos para Deus nos céus (3.40,41).
O que o povo de Deus havia experimentado era brutal,
mas chegaria ao fim. Os inimigos que executaram o castigo
de Deus seriam punidos por sua própria iniquidade e por seu
próprio pecado (3.46—4.22). Jeremias concluiu com uma

oração sincera: Lembra-te, SENHOR, do que nos tem sucedi
do; considera e olha para o nosso opróbrio. (...) Converte-nos, SE
NHOR, a ti, e nós nos converteremos; renova os nossos dias como
dantes (5.1,21).
Disso me recordarei no meu coração;por isso, tenho esperança. As
misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consu
midos;porque as suas misericórdias não têm fim. Novas são cada
manhã; grande é a tuafidelidade. (Lamentações 3.21-23)
a Mais sobrè essa história na Bíblia: Você pode aprender

mais sobre a vida e o ministério do “profeta chorão” no livro
de Jeremias. Para saber mais sobre como Judá foi conquistada
e como o templo foi destruído, veja 2 Reis 25. A restauração
final que o povo de Deus esperava é descrita em Esdras e
Neemias.
Aflição: Dor e sofrimento, luto e miséria.
Panos de saco:Traje rústico usado como símbolo de tristeza,
remorso e arrependimento.
Iniquidade: Pecado, maldade e injustiça.
II Fazendo a conexão: Jeremias é chamado muitas vezes de
“profeta chorão”, pois, neste livro de lamentos (canções de
luto), ele expressa profundamente sua tristeza e sua dor no

coração pela destruição de Judá, clamando pela misericórdia
e pelo perdão de Deus.
■ Você sabia? Cada um dos cinco capítulos de Lamentações
é um acróstico que possui um verso ou um grupo de versos
começando com cada uma das 22 letras do alfabeto hebraico.
ü Pense nisso: Você já ouviu a seguinte frase dita por um pai
ou por uma mãe que vai disciplinar seu filho: “Isto vai doer
mais em mim do que em você”. Quando você é criança, essa
frase parece ridícula! Mas, quando você se torna um adulto,
começa a compreender o quão difícil, desagradável e doloro
sa pode ser a disciplina sobre aqueles queridinhos preciosos
sob seus cuidados. E terrível vê-los sofrer. Como você deseja,
sinceramente, que não tivesse de fazer isso. Apenas se eles
obedecessem!
A Bíblia conta-nos que há momentos em que nosso
Pai celestial tem de disciplinar-nos - momentos em que Ele
deve permitir-nos sofrer as dolorosas consequências de nossa
desobediência —assim, teremos a oportunidade de aprender
com nossos erros. Pois, ainda que entristeça a alguém, usará de
compaixão segundo a grandeza das suas misericórdias. Porque não
aflige nem entristece de bom grado osfilhos dos homens (3.32,33).
Como Pai amoroso, Deus nunca fica contente ao disci
plinar-nos. Não o diverte ver-nos lutar com a dor e com a
tristeza. Pelo contrário, isso o entristece profundamente. Mas,
Ele ama-nos tanto que está disposto a permitir nossa dor;
dessa maneira, aprenderemos, cresceremos e seremos motiva
dos a fazer uma mudança, para que venhamos a obedecê-lo
na próxima vez. Então, não teremos de sofrer nenhuma dor
em decorrência da desobediência —ou da disciplina.
EZEQUIEL
fil O livro: Ezequiel
ü O autor: Ezequiel
11 O público: O povo de Judá que vivia no exílio
E O cenário: Escrito na Babilônia, entre 593 a.C. e 571 a.C.
ÊS A história: O reino de Judá foi conquistado pelos babilônios
em etapas e estágios. Aqueles que foram levados cativos espe
ravam desesperadamente que Deus interviesse, capacitando
-os sobrenaturalmente ou dando poder aos homens de seu
país para que estes pudessem levantar-se contra a Babilônia
e prestassem socorro a Judá. Mas, Ezequiel avisou o povo de
que não haveria libertação milagrosa daquela vez. Por causa
de sua rebelião e de sua desobediência, Jerusalém seria com
pleta e totalmente destruída. Ainda assim, Deus estaria com
Seu povo rios dias mais escuros e, um dia, Ele o traria para
casa novamente.
H A mensagem: E aconteceu, no trigésimo ano, no quarto mês, no
dia quinto do mês, que, estando eu no meio dos cativos, junto ao rio
Quebar, se abriram os céus, e eu vi visões de Deus (1.1). Ezequiel
viu quatro seres viventes fantásticos - serafins e querubins -
que representam, simbolicamente, toda a criação de Deus e
refletem Seu brilho e Sua glória (1.4-28). Deus disse a Eze
quiel: Filho do homem, eu te envio aos filhos de Israel, às nações
rebeldes (...). Mas tu lhes dirás as minhas palavras, quer ouçam quer
deixem de ouvir, pois são rebeldes. (...) Eu te dei por atalaia sobre a
casa de Israel; e tu da minha boca ouvirás a palavra e os avisarás da
minha parte (2.3,7; 3.17). Ezequiel chamou o povo de Deus
ao arrependimento de seus pecados, convocando-o para dei
xar seus caminhos maus e voltar-se para Ele. Os israelitas já
haviam começado a experimentar as dolorosas consequên

cias de sua desobediência. A situação ficaria bem pior antes
de melhorar (3.16—24.27).
Deus chamou Ezequiel para ir além das imagens dramá
ticas e, literal, Ésica e simbolicamente, encenar suas profecias
à vista de todo o povo. Sob a direção de Deus, o profeta
fechou-se em sua casa, amarrou-se com cordas, incapaz de
abrir sua boca. Se as pessoas não o ouviam, por que Deus
falaria (3.22-27)?
Ezequiel encenou o futuro cerco à cidade de Jerusalém,
deitando primeiramente sobre seu lado esquerdo por 390
dias e, então, sobre seu lado direito por 40 dias. Cada dia
representava um ano em que o reino do norte (Israel) e o
reino do sul (fudá) andaram em rebelião e em pecado (4.1
17). Deus disse: E te porei em assolação e como opróbrio entre as
nações que estão em reâor de ti (...). E o opróbrio e a infâmia ser
virão de instrução e espanto às nações que estão em redor de ti (...)
(5.14,15). Quando a esposa de Ezequiel morreu, o profeta
não teve permissão para passar pelos tradicionais rituais de
luto. Deus disse-lhe que Seu povo estava para experimentar
tal dor no coração e tal perda; os israelitas nem sequer seriam
capazes de expressá-las (24.15-27).
A iniquidade e a idolatria do povo foram mais do que
Deus pôde suportar. Ele não pôde mais segurar Seu julga
mento (6.1—8.18). Ezequiel olhou para cima e viu a glória
de Deus —Sua presença —partir do templo. Ele não viveu
mais, ali, entre o Seu povo (10.1-22). Deus comparou Jeru
salém a um bebê abandonado que Ele resgatou, adotou e
cobriu com Seu amor e com Sua afeição, apenas para vê-lo
crescer e tornar-se uma prostitua sem-vergonha, uma esposa
descaradamente adúltera (16.1-63). Nos termos mais gráfi

cos e chocantes, Deus comparou a infidelidade do povo com
a imoralidade mais nojenta e inimaginável (23.1-49). Ainda
assim, os israelitas não levaram Sua correção e Sua repreensão
a sério.
O povo de Deus não seria o único que sofreria Sua ira.
Ezequiel profetizou o julgamento de Deus contra o povo
iníquo de Amom, Moabe, Edom, Filístia,Tiro, Sidom e Egito
(25.1—32.32).A destruição e a devastação seriam enormes.
Quando Ezequiel ouviu que a cidade de Jerusalém fi
nalmente havia caído, ele lembrou o povo de que era exata
mente isso o que Deus disse que aconteceria (33.21-29). Ele
repreendeu os pastores de Israel —líderes, professores, profetas
e sacerdotes - que não conseguiram cuidar de seus rebanhos:
A fraca não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não
ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscas
tes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza (34.4). Deus disse
que Ele os consideraria responsáveis e os removería de suas
posições de influência. Porque assim diz o SenhorfEOVA: Eis
que eu, eu mesmo, procurarei as minhas ovelhas e as buscarei (...).
E asfarei voltar de todos os lugares por onde andam espalhadas no
dia de nuvens e de escuridão. E as tirarei dos povos, e as farei vir dos
diversos países, e as trarei à sua terra, e as apascentarei nos montes
de Israel. (...) E nos altos montes de Israel será a sua malhada
(34. i 1-14). Depois que disciplinasse Seu povo, Deus mostra
ria misericórdia e compaixão. Ele faria um novo pacto com
os israelitas, um concerto de paz (34.25).
Em uma visão, Deus mostrou um vale cheio de ossos
secos a Ezequiel e perguntou-lhe se seria possível que aque
les ossos voltassem à vida novamente: (...) E eu disse: Senhor
JEOVA, tu o sabes. Então, me disse: Profetiza sobre estes ossos e

dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do SENHOR. Assim diz o
SenhorJEOVA a estes ossos: Eis quefarei entrar em vós o espírito,
e vivereis. (...) Eprofetizei como ele me deu ordem; então, o espírito
entrou neles, e viveram e se puseram em pé, um exército grande em
extremo. Então, me disse: Filho do homem, estes ossos são toda a
casa de Israel; eis que dizem: Os nossos ossos se secaram, e pereceu
a nossa esperança; nós estamos cortados. (...) Eis que eu abrirei as
vossas sepulturas, e vosfarei sair das x/ossas sepulturas, ó povo meu, e
vos trarei à terra de Israel. E porei em vós o meu Espírito, e vivereis,
e vos porei na vossa terra (37.3-14).
A seguir, Deus deu a Ezequiel uma maravilhosa visão do
futuro. Chegaria o dia em que o templo seria reconstruído
com esplendor e magnificência. A nação de Israel seria ple
namente restaurada e o povo de Deus experimentaria a gló
ria de Sua'presença como nunca antes (40.1—48.35). A ci
dade santa de Jerusalém também seria reconstruída. E o nome
da cidade desde aquele dia será: O SENHOR EstáAli (48.35).
-
E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito
novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um
coração de carne. (Ezequiel 36.26)
H Mais sobre essa história na Bíblia: Ezequiel e Jeremias

profetizaram sobre a mesma coisa: a destruição de Judá descri
ta em 2 Reis 25 e 2 Crônicas 36.15-21. Ezequiel profetizou
àqueles que foram levados cativos e deportados para a Babi
lônia em um ataque anterior, enquanto Jeremias profetizou
àqueles que viviam em Judá, que estavam para sofrer o mesmo

destino. Daniel e Ester são outros exilados renomados que vi
viam na Babilônia neste tempo. A restauração prometida ao
povo de Deus, o retorno à sua terra natal, é descrita em Esdras
e Neemias.
B Palavras para saber:
Soberano: A última autoridade; o poder supremo.
Atalaia: Uma pessoa que cuida dos outros, que os guarda,
protege-os e avisa-os do perigo; Deus chamou Ezequiel para
ser um atalaia para o Seu povo.
H Você sabia? Ezequiel teve uma visão fantástica dos quatro
seres viventes que cercavam o trono de Deus e, simbolica
mente, representavam o poder e a majestade de Sua criação.
(O leão é o mais poderoso dos animais selvagens; o boi é o
mais poderoso dos animais domesticados; a águia é a mais
poderosa dos pássaros; e Deus fez o homem o líder de todos eles).
Em outros lugares das Escrituras, essas criaturas são identifi
cadas como anjos —querubins e serafins —ferozes, magníficos
e gloriosos, e nada parecidos com os anjos gorduchos das
pinturas renascentistas! Um dos querubins ficava parado na
entrada do jardim do Éden para manter Adão e Eva do lado
de fora, pois eles haviam sido expulsos dele (Gn 3.24). Deus
orientou Moisés e os filhos de Israel para decorarem o taber-
náculo com representações artísticas dessas criaturas, incluin
do os dois que ficavam em ambos os lados do propiciatório
da arca do concerto, no Santo dos Santos (Êx 25.17-22).
Mais tarde, o rei Salomão criou estátuas dos querubins
com 4.6 metros de altura para adornar o santuário no tem-
plo. Isaías teve visões dessas criaturas celestiais, bem como

João, o apóstolo (Is 6.1-7; Ap 4.6-9). Ezequiel contou-nos
que o próprio Satanás era um querubim, até que se rebelou
contra Deus e foi lançado para fora do céu: Tu és o aferidor
da medida, cheio de sabedoria e pefeito emformosura. Elevou-se o
teu coração por causa da tuaformosura, corrompeste a tua sabedoria
por causa do teu resplendor; por terra te lancei (Ez 28.12,17; veja
também Isaías 14.12-14 e Lucas 10.18).
DANIEL
H O livro: Daniel
II O autor: Daniel
B O público: O povo de Deus que vivia no exílio
H O cenário: Escrito na Babilônia, entre 605 a.C. e 530 a.C.
H A história: Os babilônios haviam capturado os melhores
e os mais brilhantes do povo de Deus, levando-os para o
exílio, incluindo quatro jovens hebreus - Daniel, Sadraque,
Mesaque e Abede-Nego. Mesmo vivendo em um país es
trangeiro, longe de seus amigos, de suas famílias e de tudo o
que conheciam, esses jovens mantiveram-se fiéis à sua fé em
Deus. Eles defenderam aquilo no que acreditavam e deram
exemplos que inspiraram medo e respeito no coração dos reis
da Babilônia. Daniel, em particular, teve a oportunidade de
mostrar o poder de Deus e de proclamar Sua verdade mira-
culosamente, por mais de uma vez.
ü A m ensagem : Daniel e seus amigos Hananias (Sadraque),
Misael (Mesaque) e Azarias (Abede-Nego) foram levados
para o palácio na Babilônia, onde receberam novos nomes,
treinamento na língua e na literatura dos babilônios e prepa
ração para entrar no serviço ao rei.
Desde o início na Babilônia, encontraram-se forçados a

decidir se serviríam a Deus ou não —como fizeram em Judá.
Correndo o risco de perderem suas vidas, recusaram-se a
aceitar a comida da mesa do rei, pois perceberam que isso os
levaria a violar os mandamentos de Deus, afinal, comeríam
da carne que havia sido sacrificada aos ídolos.
Um oficial do palácio deu permissão aos jovens para co
merem somente as comidas que Deus lhes permitia durante
um período experimental. E, ao fim dos dez dias, pareceram os
seus semblantes melhores; eles estavam mais gordos do que todos os
jovens que comiam porção do manjar do rei (1.15).
Deus honrou Seus servos por sua fidelidade a Ele. Ora, a
esses quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em to
das as letras e sabedoria; mas a Daniel deu entendimento em toda vi
são e sonhos (1.17). Quando o treinamento deles acabou, o rei
falou com eles; e entre todos eles nãoforam achados outros tais como
Daniel, Hananias, Misael e Azarias; por isso, permaneceram diante
do rei. E em toda matéria de sabedoria e de inteligência, sobre que o
rei lhesfez perguntas, os achou dez vezes mais doutos do que todos
os magos ou astrólogos que havia em todo o seu reino (1.19,20)
Algum tempo depois, Nabucodonosor construiu uma
estátua de ouro de 27,5 metros e exigiu que todos do reino
se ajoelhassem e a adorassem —ou seriam lançados em uma
fornalha ardente. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego recusa
ram-se a obedecer ao decreto do rei. Eis que o nosso Deus,
a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará
do forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei. E, se não, fica
sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adora
remos a estátua de ouro que levantaste (3.17,18).
Irado, o rei ordenou que seus conselheiros favoritos fos
sem lançados na fornalha - apenas para exclamar momentos
depois: (...) Não lançamos nós três homens atados dentro dofogo?
(...) Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando
dentro do fogo, e nada há de lesão neles; e o aspecto do quarto é
semelhante aofilho dos deuses (3.24,25).
Quando os três homens emergiram ilesos da fornalha, o
rei exclamou: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque eAbe-
de-Nego, que enviou o seu anjo e livrou os seus servos, que confiaram
nele, pois não quiseram cumprir a palavra do rei, preferindo entregar
os seus corpos, para que não servissem nem adorassem algum outro
deus, senão o seu Deus (3.28).
O respeito de Nabucodonosor pelo Deus altíssimo du
rou pouco. Deus enviou-lhe um sonho para avisá-lo sobre
seu orgulho e sua arrogância. Daniel foi chamado para dar
a interpretação desse sonho. Ele disse a Nabucodonosor que,
um dia, o rei perderia não apenas seu reino, mas também sua
sanidade. Por sete anos, Nabucodonosor viveria nos campos
como um animal selvagem até que, humildemente, reconhe
cesse seu Criador. O sonho de Nabucodonosor tornou-se
realidade exatamente como Daniel previu (4.1-37).
O sucessor de Nabucodonosor, o rei Belsazar, chamou
Daniel quando, no meio de uma bebedeira, viu a mão de
Deus escrevendo no muro do palácio: “MENE, MENE,TE-
QUEL e PARSIM”. Daniel contou ao rei que Deus estava
dizendo que seus dias estavam contados. Belsazar foi pesado
na balança e achou-se devendo. Naquela mesma noite, seu
reino foi conquistado e dividido entre os medos e os persas.
Dario, o medo, tomaria o trono dele (5.1-31).
Daniel logo se tornou o conselheiro e o mais chegado
do novo rei, em quem este mais confiava. Com inveja, os
outros conselheiros enganaram Dario, para que este lançasse
uma lei que proibisse a oração a qualquer outro “deus” que
não fosse ele próprio. Daniel não somente desafiou este de
creto, mas o fez abertamente, à vista dos seus inimigos e de
todo o reino. Quando os outros conselheiros insistiram para
que Daniel fosse lançado na cova dos leões, Dario percebeu
seu erro —mas teve de honrar sua palavra. O rei orou a Deus,
para que, de algum modo, Ele resgatasse Daniel; Dario ficou
muito feliz ao encontrar o profeta vivo e bem na manhã se
guinte. Daniel disse a Dario: O meu Deus enviou o seu anjo e
fechou a boca dos leões, para que não me fizessem dano, porque foi
achada em mim inocência diante dele (6.22). Foram os acusado
res de Daniel que terminaram devorados pelos leões no lugar
de dele (6.24). Este Daniel, pois, prosperou no reinado de Dario e
no reinado de Ciro, o persa (6.28).
Deus começou a dar visões surpreendentes e milagrosas
do destino de Israel a Daniel, como o crescimento, a queda,
o julgamento final das nações da terra e as coisas que acon
teceriam nos últimos dias (7.1— 12.13). E, naquele tempo, se
levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta pelos filhos do
teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde
que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, livrar-se-á o
teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro. E muitos dos que
dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros
para vergonha e desprezo eterno. Os sábios, pois, resplandecerão como
o resplendor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça
refulgirão como as estrelas, sempre e eternamente (12.1-3).
Daniel não compreendeu tudo o que Deus revelou-lhe;
muitas das coisas que ele viu não aconteceram por milhares
de anos. Mas Deus assegurou-lhe de que tudo ficaria claro.
Depois de sua morte, ele viverá novamente —e, então, verá
que tudo o que Deus disse tornou-se verdade (12.13).
Falou Daniel e disse: Seja bendito o nome de Deus para
todo o sempre, porque dele é a sabedoria e a força; ele muda
os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis; ele
dá sabedoria aos sábios e ciência aos inteligentes. Ele revela o
profundo e o escondido e conhece o que está em trevas; e com
ele mora a luz. (Daniel 2.20-22)
H Mais sobre essa história na Bíblia: Daniel viveu no mes

mo tempo que Ezequiel (Eles foram levados cativos em mo
mentos diferentes e exilados em regiões diferentes do império
babilônico). Enquanto Ezequiel proclamou a verdade de Deus
ao povo de Judá, Daniel revelou o poder de Deus aos seus
captores babilônicos. A descrição do ancião de dias, em Da
niel 7.1-14, encaixa-se na descrição de Jesus em Apocalipse
1.9-18; o rei que exalta a si mesmo, em Daniel 11.36-45, soa
incrivelmente como a visão que João teve do anticristo. Uma
Bíblia de estudo pode ajudar-lhe a comparar esses dois livros
proféticos e a explorar seu simbolismo em maiores detalhes.
li Palavras para saber:
Soberano: A última autoridade; o poder supremo.
Corromper: Tornar sujo ou impuro; contaminar algo que
anteriormente era puro e santo.
Ancião de dias: O nome usado por Daniel refere-se ao Deus
eterno, que julga as nações, os reinos e os impérios (cujo po
der e cuja glória são temporários). Eles surgem e caem, então,
desaparecem da memória, mas o ancião de dias reina sobre
toda a terra para sempre e sempre.
3 Você sabia? Daniel 10.1-14 dá um incrível olhar por trás das

cenas do que acontece no mundo espiritual quando oramos - e
por que as respostas demoram tanto a chegar algumas vezes.
Por três semanas, Daniel esteve jejuando e orando, buscando ur
gentemente uma Palavra do Senhor. Era um desses momentos
críticos onde o tempo é pouco. Por que não havia resposta?
De repente, um anjo apareceu-lhe, dizendo: Não temas,
Daniel, porque, desde o primeiro dia, em que aplicaste o teu coração a
compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas
palavras; e eu vim por causa das tuas palavras (10.12). A razão do
atraso? Mas o príncipe do reino da Pérsia se pôs defronte de mim
vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para
ajudar-me (...) (10.13). Agora que o mensageiro estava livre,
Daniel finalmente pôde receber a resposta pela qual esperava.
Em Efésios 6.10-18, o apóstolo Paulo lembra-nos de
que há forças espirituais trabalhando nos campos celestiais,
em uma batalha invisível acontecendo ao nosso redor. Não
podemos desfalecer ou sermos facilmente desencorajados
quando não vemos resultados instantâneos. Podemos estar
bem à beira de uma grande mudança —se continuarmos e
perseverarmos em oração. E possível que a resposta já esteja
/
a caminho.
H Fazendo a conexão: Quando algumas pessoas sabem que
algo mau vai acontecer, elas frequentemente falam em ver ou
ler a escrita na parede. Essa expressão vem de Daniel 5.1-30;
nessa passagem, o rei Belsazar viu uma mão escrever na pare
de, literalmente, e tal escrita falava de sua condenação!
8 Pense nisso: O livro de Daniel conta a história de um jo
vem que foi levado embora de seu lar quando ainda era ado
lescente e que foi criado em uma terra estrangeira, em uma
cultura que não era apenas diferente, mas também era hostil
aos seus costumes. Longe dos olhos cuidadosos de seus pais,
longe da influência de líderes religiosos respeitados e sem
apoio de uma comunidade de semelhante pensamento, Da
niel permaneceu fiel à sua fé em Deus e manteve a Palavra
do Senhor sem importar-se com o que isso lhe custou. Ele
ficou firme diante da tremenda pressão que sofria para adotar
o estilo de vida e os costumes de seu novo país. Ele recusou
-se a adorar falsos deuses. Ele continuou orando hvremente,
mesmo quando uma lei aprovada tornou suas orações um
delito punível com a morte. Daniel tinha a mesma fé que o
salmista que escreveu: Tu és o meu refúgio e o meu escudo; espero
na tua palavra. Apartai-vos de mim, malfeitores, para que guarde os
mandamentos do meu Deus (SI 119.114,115).
Como Daniel, vivemos em uma cultura que é aberta
mente hostil à nossa fé. Infelizmente, muitos de nós têm as
similado essa cultura.Temos adotado seu estilo de vida e seus
valores. Mas, como cristãos, somos chamados a um padrão
mais elevado. Precisamos orar diariamente pela sabedoria,
pela força e pela coragem de sermos fiéis ao nosso Deus, não
importa qual seja o custo. Exatamente como Daniel.
OSEIAS
ü O livro: Oseias
ü O autor: Oseias, filho de Beeri
a O público: O povo de Israel
SI O cenário: A terra de Israel, entre 775 a.C. e 710 a.C.
ü A história: O profeta Oseias foi chamado para ser uma li
ção de vida. Deus disse-lhe para casar-se com Gomer —uma
esposa adúltera - a fim de mostrar aos Israelitas como ha

viam sido infiéis a Ele. Embora o coração de Deus estivesse
partido, e apesar do luto e da dor que Seu povo lhe causou,
Oseias profetizou, por fim, que Deus perdoaria os israelitas e
os tomaria de volta.
B A mensagem: Quando Deus chamou Oseias para ser Seu
profeta, deu-lhe uma missão perturbadora: Vai, toma uma mu
lher de prostituições efilhos de prostituição;porque a terra se prostituiu,
desviando-se do SENHOR (1.2). Oseias fez o que Deus lhe
pediu. Durante seu casamento, Gomer deu à luz três filhos, os
quais Oseias chamou Jezreel (Deus espalha), Lo-Ruama, (não
amada), e Lo-Ami (não meu povo). Deus tinha duras palavras
para Israel, Sua noiva rebelde: Contendei com vossa mãe, contendei,
porque ela não é minha mulher, e eu não sou seu marido (...). E não
me compadeça de seusfilhos, porque sãofilhos de prostituições (2.2,4).
O povo' de Deus enganou-o e traiu-o ao procurar outros
amantes - adorando falsos deuses e coisas materiais. Deus dis
se que exporia a vergonha e a desgraça de Israel. Ele a puni-
ria por seu pecado. E, quando ela fosse confrontada e forçada
a encarar sua própria indignidade, quando estivesse de co
ração partido, constrangida e envergonhada, Ele a cortejaria
outra vez e ganharia seu coração de novo. Deus reuniria Seu
povo, que Ele mesmo havia espalhado: E semeá-la-ei para mim
na terra e compadecer-me-ei de Lo-Ruama; e a Lo-Ami direi:Tu és
meu povo! E ele dirá: Tu és o meu Deus! (2.23)
Deus orienta Oseias a demonstrar isso com sua própria
vida. Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo e adúl
tera, como o SENHOR ama os filhos de Israel (3.1) Oseias falou
mais uma vez em favor de Deus, detalhando os pecados que
as pessoas cometeram. Não há verdade, nem benignidade, nem
conhecimento de Deus na terra (4.1). Deus tratou Seu povo se
veramente até que se reconheçam culpados. Então, estando eles

angustiados, de madrugada me buscarão (5.15). Oseias chamou o
povo: Vinde, e tornemos para o SENHOR, porque ele despedaçou
e nos sarará,fez aferida e a ligará (6.1). De outro modo, colhe
ríam o que plantaram (8.1— 10.15).
Embora Israel fosse inconstante, o amor de Deus é fiel
(11.1-4). Ele sonhava com o dia em que Seu relacionamento
de amor seria restaurado (14.4).
Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe
falarei ao coração. E lhe darei as suas vinhas dali e o vale de
Acor, por porta de esperança; e ali cantará, como nos dias da
sua mocidade e como no dia em que subiu da terra do Egito.
(Oseias 2.14,15)
ü Mais sobre essa história na Bíblia: Oseias é o primeiro

dos 12 profetas menores (de breve narrativa, mas não menos
importantes). Essas palavras foram escritas ao mesmo tempo -
e para as mesmas pessoas - que o livro de Amós. Oseias inclui
muitas referências à história de Israel, como Jacó e Esaú em
Gênesis, o êxodo para fora do Egito e até mesmo o tempo
dos reis. Uma Bíblia de estudo pode ajudar-lhe a identificar e
procurar cada uma dessas referências individualmente.
Adúltera: Infiel; desleal.
Fascinação: Atrair alguém; encantar.
Prostituta: Pessoa que vende seu corpo aos outros em troca
de dinheiro.
Compaixão: Sentir o que os outros sentem; mostrar bondade,

misericórdia e amor.
H Fazendo a conexão: Por meio das Escrituras, o relacio
namento no casamento entre o marido e a mulher é usado
como analogia - um exemplo ou uma ilustração - do tipo de
amor, de compromisso e de relacionamento que Deus anseia
ter com cada um de nós, individualmente. No Novo Testa
mento, a Igreja - que é constituída de indivíduos crentes - é
chamada muitas vezes de a noiva de Cristo. Jesus é descrito
como o noivo apaixonado que faria qualquer coisa — até
mesmo entregar Sua própria vida - por Seu amor verdadeiro.
Oseias ajuda-nos a entender por que Deus sente-se pes
soalmente atacado quando o ignoramos, quando o abandona
mos ou quando corremos atrás de “outros amantes” —dando
nosso coração às coisas terrenas. Como um marido ciumento
(no melhor sentido da palavra), Deus não fica satisfeito em
ter nosso coração pela metade ou em ter nossa afeição de vez
em quando. Ele quer que o amemos do modo como Ele nos
ama: apaixonadamente, de todo o coração, exclusivamente.
JOEL
ü O livro: Joel
tS O autor: Joel, filho de Petuel
■ O público: O povo de Judá
H O cenário: A terra de Judá, entre 600 a.C. e 400 a.C.
S A história: Uma praga de gafanhotos devastou a terra de
Judá. Contudo, de acordo com o profeta Joel, o sofrimento e
a dificuldade que as pessoas experimentaram não seria nada
comparado com o que lhes sobreviria se não se arrependes
sem e abandonassem seus pecados. O Dia do Senhor seria bem

pior, o dia do julgamento de Deus.
S A mensagem: Joel chamou a atenção para o significado da
praga que havia atingido Judá: Ouvi isto, vós, anciãos, e escutai,
todos os moradores da terra: Aconteceu isto em vossos dias? Ou
também nos dias de vossos pais? Fazei sobre isto uma narração a
vossos filhos, e vossos filhos, a seus filhos, e os filhos destes, à outra
geração (J1 1.2,3). Descrevendo a devastação que acontecera,
Joel disse que aquele era um tempo de luto: a alegria se secou
entre osfilhos dos homens (1.12).
Contudo, havia algo que o povo de Deus podia fazer —
algo que deveria ser feito: Santificai um jejum, apregoai um dia
de proibição, congregai os anciãos e todos os moradores desta terra, na
Casa do SENHOR, vosso Deus, e clamai ao SENHOR (1.14).
Se o povo não fizesse isso, Joel avisou que outro exército de
“gafanhotos’' devoraria a terra: o exército do Senhor. Porque
poderoso é, executando a sua palavra;porque o dia do SENHOR é
grande e mui terrível, e quem o poderá sofrer? (2.11)
Deus chamou Seu povo; ainda havia tempo para os is
raelitas arrependerem-se de seus pecados e retornarem para
Ele. Eles precisavam mostrar que estavam verdadeiramente
arrependidos pelo que fizeram —não apenas no exterior, mas
interiormente também (2.12,13). Se os judeus retornassem
para Deus, Ele teria compaixão deles, e os protegeria, e os
sustentaria abundantemente mais uma vez (2.1-24). E resti-
tuir-vos-ei os anos queforam consumidos pelo gafanhoto (2.25).
Mais tarde, Deus derramaria Seu Espírito sobre todas
as pessoas: e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos ve
lhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões (2.28). Então, Ele
julgará as nações, de uma vez por todas, de acordo com o
que fizeram. E o SENHOR bramará de Sião e dará a sua voz

deJerusalém, e os céus e a terra tremerão; mas o SENHOR será o
refúgio do seu povo e afortaleza dosfilhos de Israel (3.16).
Versículo-chave ou passagem: .
■ ...... ■ ■ ■
Ainda assim, agora mesmo diz o SENHOR: Convertei-vos

a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro,
e com pranto. E rasgai o vosso coração, e não as vossas ves
tes, e convertei-vos ao SENHOR, vosso Deus; porque ele é
misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em
beneficência e se arrepende do mal. Qoel 2.12,13)
ü Mais sobre essa história na Bíblia: A profecia de Joel é

citada pelo apóstolo Pedro em Atos 2.16. A mensagem de
Joel é muito semelhante àquela dos profetas, incluindo Amós,
Miqueias, Sofonias, Jeremias e Ezequiel.
Gafanhoto: Literalmente, uma praga de incontáveis insetos
destrutivos; a palavra foi usada por Joel para referir-se, tam
bém, aos inúmeros exércitos.
Pano de saco: Uma roupa simples usada como um símbolo
de luto, remorso ou arrependimento.
Jejum: Parar de comer por um tempo; ato de ignorar a fome
física para focar a fome espiritual; muitas vezes, é sinal de
tristeza ou arrependimento.
Luto:Tristeza e lamento.
O Dia do Senhor: Essa expressão pode referir-se especifica
mente aos dias ou aos momentos em que Deus, poderosa e
infalivelmente, intervém na história humana; também pode
significar o Dia do Senhor, o momento final, no qual Deus

julgará todas as pessoas da terra, destruirá os maus, resgatará
os justos e os recompensará.
Rasgar as vestes: Nos tempos da Bíblia, era comum que as
pessoas rasgassem suas roupas como uma demonstração ex
terna de seu luto e de sua tristeza.
ü Fazendo a conexão: Na primeira mensagem que o após
tolo Pedro pregou após a morte e a ressurreição de Jesus,
ele citou as palavras do profeta Joel para explicar a vinda do
Espírito Santo descrita em Atos 2.1-41. E nos últimos dias
acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a
carne (At 2.17). No passado, o Espírito de Deus vinha apenas
sobre alguns homens ou algumas mulheres que eram espe
cialmente escolhidos por Ele para cumprir uma tarefa es
pecífica. Contudo, segundo Pedro, hoje, o Espírito de Deus
vive em todos os crentes, e por intermédio de todos os cren
tes, capacitando-os a viver para Sua honra.
AMOS
S O livro: Amós
a O autor: Amós, um pastor de ovelhas em Tecoa
H O público: O povo de Israel
í O cenário: Os reinos de Israel e Judá, entre 760 a.C. e 750 a.C.
B A história: Deus chamou Amós para levar palavras de aviso
e repreensão ao povo rebelde que vivia em Israel. Fazendeiro
e pastor de ovelhas, Amós usou muitos símbolos e diversos
exemplos da natureza em suas mensagens. Depois de avisar
as pessoas acerca das punições que Deus tinha reservado para
elas, Amós falou de um dia que em que Deus as curaria e as
perdoaria.
!B A m ensagem : Primeiramente, Amós anunciou algumas pa

lavras impetuosas às nações ímpias que cercavam Israel: Aram,
Filístia, Fenícia, Edom, Amom, Moabe e Judá. Deus estava
para derramar Sua ira sobre eles. Então, Amós voltou-se para
Israel. A nação ignorou os sinais dos tempos e as palavras dos
profetas. Tocar-se-á a buzina na cidade, e o povo não estremecerá?
Sucederá qualquer mal a cidade, e o SENHOR não o teráfeito?
(3.6). Deus fez tudo o que podia para chamar sua atenção.
Ele mandou pragas, segurou a chuva, atingiu suas plantações
e permitiu que seus exércitos fossem derrotados na batalha.
contudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR (4.11).
O profeta repreendeu o povo por sua hipocrisia: Buscai
o bem e não o mal, para que vivais; e assim o SENHOR, o Deus
dos Exércitos, estará convosco, como dizeis (5.14). Amós disse que
Deus estava zangado com o povo por conta de seu orgulho,
de sua arrogância e de sua complacência —especialmente à
luz do julgamento que os judeus haviam testemunhado, o
qual foi executado sobre as pessoas ao seu redor (6.1-14).
Deus foi misericordioso várias vezes ao não enviar pragas
mais severas e ao não infligir mais prejuízo e destruição ao
povo. Mas, agora não. Ele aferiu Israel com um prumo e
achou-a desonesta, sem conserto (7.1-9). Deus mostrou uma
cesta de frutas a Amós e disse que o tempo estava pronto para
o julgamento de Israel (8.1,2).
Em meio a tudo isso, Amós teve um confronto com o
sacerdote chamado Amazias. O sacerdote tentou silenciar o
profeta; ele disse a Amós que levasse a mensagem dele para
longe dali. Mas, Amós insistiu que, gostando ou não, ele esta
va apenas sendo obediente, entregando as palavras que Deus
lhe dera (7.10-17).
Eis que vêm dias, d iz o SenhorJ E O V A , em que enviarei fome

sobre a terra, não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as
palavras do S E N H O R . E irão errantes de um mar até outro mar e
do Norte até ao Oriente; correrão por toda parte, buscando a palavra
(8.11,12).
do S E N H O R , e não a acharão
Quase no mesmo fôlego em que descreveu a destruição
de Israel, Amós compartilhou a divina promessa de que, um
dia, Deus curaria e perdoaria o povo. Naquele dia, tornarei a
levantar a tenda de D avi, que caiu, e taparei as suas aberturas, e
tornarei a levantar as suas ruínas, e a edificarei como nos dias da an
tiguidade (9.11). Embora todo seu pecado e toda sua rebelião,
o povo de Deus ainda tinha um lugar em Seu coração. Por
fim, um dia, Ele disse: E os plantarei na sua terra, e não serão mais
arrancados (9.15).
Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e assim o S E
N H O R , o Deus dos Exércitos, estará convosco, como dizeis.

(Amós 5.14)1
11 Mais sobre essa história na Bíblia: O livro de Amós foi

escrito, aproximadamente, ao mesmo tempo - e para as mes
mas pessoas —que o livro de Oseias.A destruição que Amós
profetizou está descrita em 2 Reis 17.
II Palavras para saber:
Ira: Raiva ou fúria.
Consumir: Destruir; devastar como o fogo.
Oprimir: Tratar as pessoas de maneira dura, cruel e injusta.
Prumo: Uma ferramenta de medição na qual um peso fica

suspenso em uma corda usada para determinar altura ou pro
fundidade. Se algo está “fora de prumo”, significa que está
torto, que não está alinhado do modo como deveria estar.
S Você sabia? Amós avisou que um novo tipo de fome estava
chegando, uma fome da Palavra de Deus. Esse seria um tempo
em que Deus ficaria em silêncio. Os judeus lamentariam ter
rejeitado os profetas (os mensageiros) que Ele enviou-lhes, os
quais não ouviram. Naqueles dias, o povo de Deus ficaria de
sesperado para ouvi-lo, mas Ele não lhe falaria.
Alguns séculos mais tarde, houve uma fom e como a que
Amós descreveu. Entre o Antigo e o Novo Testamento, de
Malaquias a Mateus, houve 400 anos de silêncio - um tem
po em que Deus não disse nada. Então, de repente, em um
dia comum, o anjo Gabriel apareceu a uma jovem chamada
Maria: mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho
(...) (G14.4).
OBADIAS
M O livro: Obadias
B O autor: Obadias, o servo do Senhor
B O público: O povo de Edom
H O cenário: Escrito na terra de Judá, em 586 a.C.
li A história: O ímpio povo de Edom (descendente de Esaú, o

irmão gêmeo de Jacó) tripudiou sobre a destruição de Israel
e de Judá. Todavia, o profeta Obadias avisou os edomitas de
que Deus também permitiria que seus inimigos triunfassem
sobre eles. Na verdade, Edom seria destruída total e comple
tamente - ao passo que Israel seria restaurada.
S A mensagem: O povo de Edom aproveitou-se da des

truição de Jerusalém, causada pelos babilônios, como uma
oportunidade de travar sua própria guerra com o povo de
Judá. No alto de sua fortaleza, nas montanhas, os edomitas
sentiam-se seguros e livres de perigos. Mas, Obadias disse
que sua arrogância os levaria à queda: A soberba do teu coração
te enganou, como o que habita nas fendas das rochas, na sua alta
(1.3).
morada, que d iz no seu coração: Quem me derribará em terra?
Mesmo se pudessem voar como águias ou fazer seu ninho
nas estrelas, não estariam além do alcance de Deus (1.4). Ele
poderia trazê-los para baixo —e assim o fez!
Como foram buscados os bens de Esaú! Como foram esqua
drinhados os seus esconderijos! Todos os teus confederados te levaram
para fora dos teus limites; os que gozam da tua paz te enganaram,
prevaleceram contra ti; os que comem o teu pão puseram debaixo de
ti uma armadilha; não há em Edom entendimento(1.6,7).
Obadias disse que Deus estava desgostoso, pois o povo
de Edom ficou observando as pessoas de sua própria carne
e de seu próprio sangue (o povo de Judá) sendo destruídas
e atacadas. Os edomitas não fizeram nada para ajudá-las. Na
verdade, eles uniram-se ao inimigo! Deus disse a Edom: Mas
tu não devias olhar para o dia de teu irmão, no dia do seu desterro;
nem alegrar-te sobre os filhos de Judá, no dia da sua ruína; nem
alargar a tua boca, no dia da angústia; nem entrar pela porta do meu
povo, no dia da sua calamidade; sim, tu não devias olhar, satisfeito,
para o seu mal, no dia da sua calamidade; nem estender as tuas mãos
contra o seu exército, no dia da sua calamidade; nem parar nas encru
zilhadas, para exterminares os que escapassem, nem entregar os que
lhe restassem, no dia da angústia. Porque o dia do S E N H O R está
perto, sobre todas as nações; como tu fizeste, assim sefará contigo; a
tua maldade cairá sobre a tua cabeça (1.12-15).
Por causa do seu pecado contra Israel, os próprios edo-

mitas seriam destruídos. Enquanto Deus, um dia, perdoaria
e restauraria Seu povo: ninguém mais restará da casa de Esaú
(1.18).
Por causa da violência fe ita a teu irmão Jacó, cobrir-te-á a
confusão, e serás exterminado para sempre. (Obadias 1.10)
H Mais sobre essa história na Bíblia: Para saber mais sobre

a história do relacionamento entre os descendentes de Jacó e
Esaú, veja Gênesis 25.19.34; 27.1-41; Gênesis 32—33; Nú
meros 20.14-21 e Deuteronômio 2.1-6; 23.7,8. A destruição
de Judá é descrita em 2 Reis 25. Obadias, o livro mais curto
do AntigO'Testamento, foi escrito aproximadamente na mes
ma época que Jeremias e Lamentações e trata dos mesmos
eventos históricos.

Embaixador: Mensageiro de um governo para outro.
Pilhar: Levar embora de uma cidade destruída ou de um país
destruído tudo o que é valoroso.
Fugitivos: Pessoas que tentam escapar.
H Você sabia? A profecia de Obadias cumpriu-se. Por volta
do ano 70 d.C., os edomitas deixaram de existir. Edom foi
conquistada, primeiramente, por guerreiros árabes no quinto
século a.C., e então, depois, pelos nabateus no terceiro século
a.C. Os nabateus esculpiram uma grande cidade nas rochas
de Edom. Essa cidade - Petra (na Jordânia) - permanece
como um dos monumentos mais fascinantes do mundo. Ela

foi mostrada como o local do Santo Graal no filme Indiana
Jones e a U ltim a Cruzada e como um refúgio para os cristãos,
durante o fim dos tempos, na série Deixados para Trás.
JONAS
E O livro :Jonas
£3 O autor: Jonas
O público: O povo de Nínive
O cenário: Escrito em Israel, entre 800 a.C. e 750 a.C.
A história: O profeta Jonas tentou fugir de Deus em vez de

entregar Seu aviso ao povo de Nínive, mas três dias na barriga
de um grande peixe mudaram seu coração e sua mente.
ü A mensagem: Deus chamou o profeta Jonas: Levanta-te, vai
à grande cidade de N ínive e clama contra ela, porque a sua malícia
subiu até mim (1.2). Contudo, Jonas não quis. Ao contrário,
ele pegou um navio que ia para a direção oposta. Mas o SE
N H O R mandou ao mar um grande vento, e fez-se no mar uma
grande tempestade, e o navio estava para quebrar-se (1.4). Jonas
percebeu que não podia esconder-se nem escapar de Deus.
Ele contou aos assustados marinheiros: por minha causa, vos
sobreveio esta grande tempestade (1.12). Jonas insistiu para que se
salvassem e atirassem-no ao mar. Deparou, pois, o S E N H O R
um grande peixe, para que tragasse a Jonas; e esteve Jonas três dias
(1.17).
e três noites nas entranhas do peixe
Dentro do peixe,Jonas humilhou-se e arrependeu-se. Ele
pediu a Deus que o perdoasse: A s águas me cercaram até à alma,
o abismo me rodeou, e as algas se enrolaram na minha cabeça. Eu
desci até aosfundamentos dos montes; osferrolhos da terra correram-

se sobre mim para sempre; mas tu livraste a minha vida da perdição,
ó S E N H O R , meu Deus. Quando desfalecia em mim a minha alma,
eu me lembrei do S E N H O R ; e entrou a ti a minha oração, no
templo da tua santidade (2.5-7). Deus ouviu a oração de Jonas:
Falou, pois, o S E N H O R ao peixe, e ele vomitou a Jonas na terra
2 10).
( .
Quando Deus chamou Jonas pela segunda vez, o profeta
estava pronto para obedecer. Jonas foi direto para Nínive,
onde avisou o povo da cidade que Deus iria destruí-lo por
causa de sua iniquidade. O povo ouviu as palavras de Jonas —
os ninivitas responderam, convocando um jejum por toda a
cidade.Todos, desde o maior até ao menor (3.5), arrependeram
-se de seus pecados e pediram a Deus que os perdoasse. E
Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho;
e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes fa ria e não o fe z
(3.10).
Fora da cidade, Jonas sentou-se e aguardou Nínive ser
destruída —Mas ficou, na verdade, desapontado quando isso
não aconteceu! No entanto, Deus lembrou-o de sua própria
necessidade de misericórdia e de graça e insistiu para que ele
tivesse compaixão —e ficasse feliz por amor a Nínive —por
mais de 120 mil pessoas que foram poupadas (4.1-11).
&£!> . ■.....st . ■' b r ■ ' .. sê
Os que observam as vaidades vãs deixam a sua própria m i

sericórdia. Mas eu te oferecerei sacrificio com a voz do agrade
cimento; o que votei pagarei; do S E N H O R vem a salvação.

(Jonas 2.8,9)
ü Mais sobre essa história na Bíblia: A história de Jonas

também é mencionada em 2 Reis 14.25; Mateus 12.38-41;
16.4; e Lucas 11.29-32.
Calamidade:Terrível desastre.
Compaixão: Sentir o que os outros sentem, mostrando-lhes
bondade, misericórdia e amor.
11 Você sabia? Ao longo dos anos, muitas pessoas imaginavam
como alguém poderia sobreviver três dias na barriga de um
peixe. Isso seria cientificamente possível? É claro que a res
posta da comunidade científica é um sonoro: “Não”! Então,
como Jonas conseguiu? Há várias respostas a essa pergunta.
Primeiramente, aquele foi um evento sobrenatural com cer
teza. Se crermos que Deus é poderoso o suficiente para sus
pender as leis da natureza quando lhe convém cumprir Seus
propósitos, então, não há dúvidas de que Ele poderia fazer
isso com Jonas.
Pode não ser possível que sobrevivamos dentro de um
grande peixe hoje, mas foi possível para Jonas, pois Deus pre
parou um peixe especialmente para esse propósito. Também
é possível que Jonas não tenha sobrevivido no sentido tradi
cional - que ele tenha morrido dentro do peixe, de fato, e
voltado dos mortos quando o peixe cuspiu-o. Jesus contou
aos discípulos que eles teriam um sinal de que Ele era o Mes
sias, o sinal de Jonas: pois, como Jonas esteve três dias e três noites
no ventre da baleia, assim estará o Filho do Homem três dias e três
(veja Mateus 12.38-40 ).
noites no seio da terra
H Fazendo a conexão: Comparado aos outros profetas, Jonas

foi um dos mais bem-sucedidos na Bíblia. Assim que chegou
a Nínive e pregou a palavra que Deus lhe dera, obteve um
tremendo sucesso. O povo ouviu-o de verdade em vez de

apedrejá-lo até a morte ou de serrá-lo ao meio. Não apenas
isso, os judeus também se arrependeram de seus pecados e
pediram perdão a Deus.Você poderia pensar que Jonas ficou
maravilhado com os resultados.
Ao contrário, porém, Jonas ficou zangado com Deus por
perdoá-los. O profeta ficou zangado por Deus ser tão piedoso
e misericordioso, longânimo e grande em benignidade (4.2). Jonas
sabia que isso aconteceria. Ele realmente queria que Deus
destruísse a cidade. Ele queria ver aquelas pessoas perversas
receberem o que mereciam. Parece que Jonas esqueceu-se
de que, se Deus tivesse tido tal atitude com ele, ainda esta
ria no fundo do oceano! O Senhor perdoou-o quando ele
arrependeu-se. Mas, Jonas ficou chateado quando o Altíssimo
deu uma segunda chance ao povo de Nínive.
A história de Jonas lembra-nos de que, se temos experi
mentado a misericórdia e a graça de Deus em nossa vida, deve
mos alegrar-nos rapidamente quando Ele oferece-a aos outros.
MIQUEIAS
B O livro: Miqueias
B O autor: Miqueias
S O público: Os povos de Israel e de Judá
Si O cenário: Escrito em Judá, entre 735 a.C. e 700 a.C.
■ A história: O profeta Miqueias avisou os povos de Judá e de
Israel sobre o fato de terem dado ouvidos aos falsos profe
tas, que diziam apenas o que o povo queria ouvir. Miqueias
disse-lhes que o Dia do Senhor chegaria logo - um dia de
julgamento e de libertação.
H A mensagem: Miqueias começou com as palavras de aviso:

Deus viria punir os ímpios. Seu julgamento seria rápido —e
devastador. Eis que projeto um mal contra esta geração, do qual não
tirareis os vossos pescoços (2.3).
Os israelitas praticavam bruxaria e adoravam outros deu

ses. Eles cometeram todos os pecados imagináveis uns contra
os outros. Além disso, seus líderes e seus profetas desviaram
-nos, prometendo paz e prosperidade —uma mensagem que
não vinha de Deus. Mas, decerto, eu sou cheio daforça do Espírito
do S E N H O R e cheio de ju íz o e de ânimo, para anunciar a Jacó a
(3.8). Miqueias expôs o
sua transgressão e a Israel o seu pecado
que o povo havia feito —como havia fracassado quando não
obedeceu aos mandamentos de Deus e não viveu de acordo
com Seus padrões.
Miqueias insistiu para o povo de Deus arrepender-se e
retornar a Ele. O profeta ansiava pelo dia em que os povos
de todas as nações diriam: Vinde, e subamos ao monte do SE
N H O R e à Casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus
(4.2).
caminhos, e nós andemos pelas suas veredas
Em meio aos avisos e às palavras de correção e repreen
são, Miqueias parou para falar sobre algo incrível, tremendo e
maravilhoso que aconteceria quase mil anos no futuro: E tu,
Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me
sairá o que será Senhor em Israel, e cujas origens são desde os tempos
(5.2).
antigos, desde os dias da eternidade
Em seguida, Miqueias voltou a advertir o povo. Deus
disse que Israel era culpada de muitos pecados graves, e que
Seu povo seria severamente punido por causa disso (5.6,7).
Porque se observam os estatutos de O n rí e toda a obra da casa de
Acabe, e vós andais nos conselhos deles; para que eu faça de ti uma
desolação e dos seus habitantes um assobio; assim, trareis sobre vós o

opróbrio do meu povo (6.16).
Para Miqueias, ainda havia esperança. Quem, ó Deus, ê se
melhante a ti, que perdoas a iniquidade e que te esqueces da rebelião
do restante da tua herança? O S E N H O R não retém a sua ira para
sempre, porque tem prazer na benignidade. Tornará a apiedar-se de
nós, subjugará as nossas iniquidades e lançará todos os nossos peca
dos nas profundezas do mar(7.18,19).
Miqueias estava confiante em que Deus não se esque-
ceria de Suas promessas. Ele resgataria e restauraria Seu povo
mais uma vez (7.20).
Ele te declarou, 6 homem, o que é bom; e que é o que o S E
N H O R pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames
a beneficência, e andes humildemente com o teu Deus?
(Miqueias 6.8)
í 53ESS ' ' \ SM3S
ü Mais sobre essa história na Bíblia: Miqueias é mencio

nado em Jeremias 26.18. Ele profetizou durante o reinado de
Ezequias, que é descrito em 2 Reis 18—20 e Isaías 36—38.
£3 Palavras para saber:
Transgressões: Pecados ou ofensas cometidas em violações da lei.
Iniquidades: Imoralidades; pecados.
Adivinhação: Predição do futuro por meio de práticas sobre
naturais de magia ou de feitiçaria.
Remanescentes: Algo que sobra; um pequeno grupo de pes
soas sobreviventes.
B Fazendo a conexão: CorrieTen Boom, uma autora e pales

trante cristã (sobrevivente do Holocausto nazista), frequente
mente citava Miqueias 7.19 quando falava sobre o poder do
perdão. O verso diz que Deus lançará todos os nossos pecados nas
profundezas do mar. Corrie completava: “E Ele colocou uma
placa que diz:‘PROIBIDO PESCAR’”.
O ensino das Escrituras é claro: quando pedimos a Deus
que nos perdoe, Ele faz isso total e completamente. Ele não
pendura nossos pecados acima da nossa cabeça nem continua
a contá-los contra nós. Eles se vão —esquecidos —enterrados
no fundo do mar. Nós somos aqueles que continuam pes
cando-os novamente, revivendo a vergonha, a humilhação, o
horror - várias vezes. Mas, a verdade é que não temos de viver
esmagados pela vergonha e pela culpa. Deus já nos libertou.
Se Ele não vai pescar, por que nós deveriamos fazer isso?
NAUM
H O livro: Naum
8 O autor: Naum
B O público: O povo de Judá e de Nínive.
11 O cenário: Escrito em Judá, entre 664 a.C. e 612 a.C.

a A história: Nínive era a capital da Assíria - o reino que havia
conquistado Israel anos antes. Deus enviou o profeta Naum
para alertar o povo de Nínive da destruição que a nação ím
pia sofreria por conta de seus pecados, enquanto Ele protege
ria e preservaria o povo de Judá, o qual colocara sua fé nele.
H A m ensagem : Naum começou com um pronunciamento
ousado: O S E N H O R é um Deus zeloso e que toma vingança;
(...) o S E N H O R toma vingança contra os seus adversários (1.2).
Ao culpado não tem por inocente (1.3). O poder de Deus é abso

lutamente aterrador: Os montes tremem perante ele, e os outeiros se
derretem; e a terra se levanta na sua presença, sim, o mundo e todos
os que nele habitam. Quem parará diante do seu furor? E quem
subsistirá diante do ardor da sua ira? (...) (1.5,6).
Encontrarão conforto aqueles que amam a Deus, con
fiam nele e voltam-se para Ele em tempos de dificuldade. E
com uma inundação transbordante acabará de uma vez com o seu
lugar; e as trevas perseguirão os seus inimigos (1.8).
Por um tempo, Deus permitiu que o povo de Judá so
fresse por seus pecados nas mãos de seus inimigos em Ninive
—mas não mais. Eu te afligi, mas não te afligirei mais. Mas, agora,
quebrarei o seu jugo de cima de ti e romperei os teus laços (1.12,13).
Deus ergueria um exército contra a cidade ímpia e ela se
ria totalmente destruída: Vazia, e esgotada, e devastadaficará; e
derrete-se o cõração, e tremem osjoelhos, e em todos os lombos há dor;
e os rostos de todos eles empalidecem (2.10).
Falando por Deus, Naum descreveu os pecados que o
povo de Ninive havia cometido. Aquelas pessoas eram co
nhecidas por sua crueldade e por seu derramamento de san
gue; eram do tipo nunca sem vítimas, cujos corpos os ninivitas
exibiam como troféus nas ruas da cidade (3.1-3). Eles tam
bém eram conhecidos por sua luxúria, sua cobiça, sua pros
tituição, sua magia e sua bruxaria (3.4). Eis que eu estou contra
ti, diz o SENHOR dos Exércitos (...). E lançarei sobre ti coisas
abomináveis, e te envergonharei, e pôr-te-ei como espetáculo (3.5,6).
Os reis da Assíria seriam tratados com a mesma brutalidade
com que trataram as nações que conquistaram (3.8-18), pois
o Senhor é um Deus de justiça, e Ele decidiu pôr um fim na
Assíria de uma vez por todas. Não há cura para a tuaferida; a
tua chaga é dolorosa; todos os que ouvirem a tua fam a baterão as

palmas sobre ti;porque sobre quem não passou continuamente a tua
malícia? (3.19).
O S E N H O R é bom, uma fortaleza no dia da angústia, e
conhece os que confiam nele. (Naum 1.7)
H Mais sobre essa história na Bíblia: O povo de Nínive

era conhecido por sua crueldade, sua imoralidade e sua ini
quidade. 100 anos antes que Naum profetizasse o julgamen
to sobre essa nação iníqua, Deus deu ao povo a chance de
arrepender-se e deixar seus caminhos maus. Essa história é
contada no livro de Jonas.
Zeloso: Quando essa palavra é usada para descrever Deus, ela
quer dizer ciumento, como quem guarda ou protege algo in
tensamente, como o Seu povo, protegendo-o e preservando
-o para si mesmo; também significa não tolerar infidelidade ou
outros rivais.
Vingança: Punição ou retaliação; prejudicar quem prejudi
cou outros.
Esplendor: Beleza magnífica.
Saque: Coisas roubadas ou capturadas em batalha; levar do
inimigo tudo de valor.
B Fazendo a conexão: Apesar dos milhares de anos de civili
zação desde os dias da Bíblia, ainda há muita iniquidade, mui
ta crueldade e muito derramamento de sangue acontecendo
ao redor de todo o mundo hoje. As manchetes de jornal são
cheias de todo esse horror. Naum lembra-nos de que o peca

do não ficará sem punição. Aqueles que verdadeiramente se
arrependem acham a misericórdia e a graça de Deus. Mas, o
ímpio não pode escapar da justiça de Deus. Embora, às vezes,
pareça que as pessoas más consigam escapar sem punição,
mais cedo ou mais tarde, Deus as considerará responsáveis
—seja nessa vida ou na que virá! E a ira de Deus —Seu julga
mento e Sua punição - não é algo que deva ser subestimado.
Ele promete ajustar as contas de uma vez por todas.
HABACUQUE
ES O livro: Habacuque
lí O autor: Habacuque
ü O público: O povo dejudá
H O cenário: Escrito em Judá, entre 609 a.C. e 597 a.C.
13 A história: A nação babilônica estava prestes a atacar e des

truir o reino de Judá. O profeta Habacuque teve uma longa
conversa com Deus a respeito da injustiça que havia ao seu
redor—a prosperidade dos ímpios e o sofrimento dos justos.
Habacuque perguntou a Deus quando e como Ele lidaria com
os ímpios - e Deus respondeu-lhe!
B A mensagem: Habacuque começou com uma reclamação:
A té quando, S E N H O R , clamarei eu, e tu não me escutarás (1.2)?
Ele queria saber por que motivo, aparentemente, Deus to
lerava o erro, por que Ele permitia que as pessoas de Judá
saíssem impunes com seus pecados. Habacuque via destrui
ção, violência, luta, conflito e injustiça para onde quer que
olhasse (1.3,4). Deus replicou-lhe: Vede entre as nações, e olhai,
e maravilhai-vos, e admirai-vos; porque realizo, em vossos dias, uma

obra, que vós não crereis, quando vosfor contada (1.5). Ele disse ao
profeta que levantaria os cruéis babilônios —nação amarga e
apressada —para executar Seu julgamento sobre o ímpio povo
dejudá (1.6-11).
A resposta de Deus originou a segunda reclamação de
Habacuque: Sim, o perverso povo de Judá precisava ser pu
nido, mas como Deus poderia permitir que um povo ainda
mais imoral triunfasse sobre os judeus? Como isso poderia
ser justo (1.1-14)? Deus, mais uma vez, respondeu a Habacu
que: Então, o SENHOR me respondeu e disse: Escreve a visão e
torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler o que correndo
passa. Porque a visão é ainda para o tempo determinado, e até ao
fim falará, e não mentirá; se tardar, espera-o, porque certamente virá,
não tardará (2.2,3). A Babilônia não escaparia do julgamento
e da ira de Deus. O cálice da mão direita do SENHOR se voltará
sobre ti, e vômito ignominioso cairá sobre a tua glória (2.16). Um
dia, Deus destruiría total e completamente o povo ímpio da
Babilônia, enquanto perdoaria, restauraria e curaria Seu pró
prio povo.
Habacuque respondeu ao Senhor com um lindo hino
de louvor: Ouvi, SENHOR, a tua palavra e temi; aviva, ó SE
NHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifi
ca; na ira lembra-te da misericórdia (3.2). Habacuque disse que
confiaria no Senhor para cumprir Sua justiça no fim dos dias
de sofrimento que estavam à frente dejudá. (...) Descanse eu
no dia da angústia, quando ele vier contra o povo que nos destruirá.
Porquanto, ainda que afigueira nãofloresça, nem hajafruto na vide;
o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimen
to; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja
vacas, todavia, eu me alegrarei no S E N H O R , exultarei no Deus da

minha salvação (3.16-18).
/
J E O V Á , o Senhor, é minha força, efará os meus pés como
os das cervas, e me fa rá andar sobre as minhas alturas.

(Habacuque 3.19)
Mais sobre essa história na Bíblia: Habacuque profeti

zou na mesma época que Jeremias. Leia a história de como a
Babilônia conquistou Judá - assim como Habacuque e Jere
mias profetizaram —em 2 Reis 25 e 2 Crônicas 36. A história
de como a Babilônia foi conquistada pode ser encontrada em
Daniel 5.
\
I! Palavras para saber:

Iniquidade :Algo que não é certo ou que não é justo.
Visão: Algo secreto ou escondido que subitamente se torna
conhecido.
Designado: Escolhido ou arranjado previamente.
■ Você sabia? Habacuque 3.19 serviu de inspiração para um
dos romances cristãos mais famosos de todos os tempos. O
versículo diz: O S E N H O R Deus é a minha força. Ele torna o
meu andar firm e como o de uma corça e me leva para as montanhas,
(NTLH). No livro H in d s ’ Feet on H igh Pla-
onde estarei seguro
ces, a autora Hannah Hurnard conta a história de uma jovem
mulher' chamada Much-Afraid (muito medrosa), que segue
o bom pastor em uma dura jornada através das montanhas
até os lugares altos. Seus companheiros são Sorrow (tristeza)

e Suffering (sofrimento); e é por meio das dificuldades que
ela desenvolve pés de corça —a graça e a força para viajar a no
vos patamares de amor, alegria e vitória. Naturalmente, isso
é uma alegoria para descrever a jornada espiritual que todos
enfrentamos quando seguimos Jesus. Aprendemos a confiar
nele em momentos difíceis, tornando-nos mais fortes diante
dos desafios da vida e, principalmente, descansando no amor
que Ele tem por nós.
SOFONIAS
■ O livro: Sofonias
■ O autor: Sofonias
B O públicQ: O povo dejudá

ffi O cenário: Escrito emjudá, entre 640 a.C. e 628 a.C.
18 A história: Sofonias avisou o povo que o Dia do Senhor

estava chegando, um dia em que Deus julgaria os ímpios em
Judá e em todas as nações da terra. Mas, como sempre, Deus
seria misericordioso com aqueles que confiaram nele.
■ A mensagem: Sofonias começou com um aviso aos ímpios
e aos complacentes: o julgamento de Deus está próximo. O
grande dia do S E N H O R está perto, está perto, e se apressa muito
(...). Aquele dia é um dia de indignação, dia de angiistia e de ânsia,
dia de alvoroço e de desolação (...) (1.14,15). Antes que o dia
chegasse, o povo que temia ao Senhor se arrependería e vol
taria para Ele. Buscai o S E N H O R , vós todos os mansos da terra,
que pondes por obra o seu ju íz o ; buscai a justiça, buscai a mansidão;
porventura sereis escondidos no dia da ira do S E N H O R (2.3).
Deus lidaria com os inimigos de Judá —Filístia, Moabe,

Amom, Cuche e Assíria. (...) O resto do meu povo os saqueará,
e o restante do meu povo os possuirá. Isso terão em recompensa da
sua soberba, porque escarneceram e se engrandeceram contra o povo
do SENHOR dos Exércitos. O SENHOR será terrível para eles,
porque aniquilará todos os deuses da terra; e todos virão adorá-lo,
cada um desde o seu lugar, todas as ilhas das nações (2.9-11).
Jerusalém também seria julgada (3.1). Seus oficiais, seus
profetas e seus sacerdotes haviam se tornado corruptos e
Deus livraria a cidade deles (3.3-10). Mas deixarei no meio de
ti um povo humilde e pobre; e eles confiarão no nome do SENHOR
(3.12). Olhando adiante, Sofonias concluiu alegremente -
com uma canção de regozijo: Canta alegremente, ó filha de
Sião; rejubila, ó Israel; regozija-te e exulta de todo o coração, 6filha
de Jerusalém. O SENHOR afastou os teus juízos, exterminou o
teu inimigo; o SENHOR, o rei de Israel, está no meio de ti; tu não
verás mais mal algum (3.14,15).
O SENHOR, teu Deus, está no meio de ti, poderoso para
te salvar; ele se deleitará em ti com alegria; calar-se-á por seu
amor, regozijar-se-á em ti comjúbilo. (Sofonias 3.17)
B Mais sobre essa história na Bíblia: Sofonias profetizou

durante o reinado do rei Josias (2 Rs 22—23), na mesma
época de Jeremias, Naum e Habacuque. De certa maneira, a
destruição e a restauração descritas por Sofonias aconteceram
quando Judá foi conquistada pela Babilônia e, mais tarde, li
bertada por Ciro da Pérsia (veja 2 Reis 25, 2 Crônicas 36 e
Esdras 1—3). Entretanto, o terrível Dia do Senhor ainda está

por vir. Para saber mais sobre esse dia, veja Apocalipse 19—22.
S£ Palavras para saber:
O Dia do Senhor: Essa expressão pode referir-se especifica
mente aos dias ou aos momentos em que Deus, poderosa e
infalivelmente, intervém na história humana; também pode
significar o Dia do Senhor, o momento final, no qual Deus
julgará todas as pessoas da terra, destruirá os maus, resgatará
os justos e os recompensará.
Profano: Algo impuro, que mostra desrespeito a Deus ou
desprezo por Ele e pelas coisas que são preciosas para Ele.
Assolado:Triste e sozinho; deserto.
m Você sabia? Há versículos na Bíblia que nos contam que
Deus ri e há versículos que nos contam que Ele chora. Mas,
você sabia que o Deus do universo também canta? Sofonias
diz: O S E N H O R , teu Deus, está no meio de ti, poderoso para
salvar-te; ele se deleitará em ti com alegria; renovar-te-á no seu amor,
(3.17).
regozijar-se-á em ti com jú b ilo
Esse versículo diz-nos que Deus está em nosso meio; Ele
está conosco. O Senhor é tremendo - poderoso - e maior
do que todos os nossos problemas. Ele é o Salvador que nos
resgatou da escravidão do pecado. E o Altíssimo alegra-se por
nossa causa! O versículo diz que Deus fica satisfeito com a
obra que fez em nós e com a obra que fez por nosso inter
médio. Por causa de Seu amor por nós, Ele perdoa-nos.
O Todo-poderoso não traz nossos pecados do passado nem
bate em nossa cabeça com eles. Deus não menciona nossos
pecados, Ele nem mesmo lembra-se deles! Finalmente, lemos
que Deus exultará por nossa causa; Ele está tão feliz por ter se
reconciliado conosco que isso o faz explodir em uma canção!
Da próxima vez que se sentir desencorajado ou derrota

do, quando a culpa e o desespero esmagarem-no, lembre-se
dessa maravilhosa ilustração do amor de Deus por você e
alegre-se. Afinal, Deus alegra-se.
AGEU
B O livro :Ageu
a O autor: Ageu
O público: O povo judeu que voltou do exílio
■ O cenário: A cidade de Jerusalém, em 520 a.C.
IS A história: Depois de 70 anos de cativeiro e exílio, o povo
de Deus fmalmente recebeu permissão para retornar a Israel,
sua terra natal. O profeta Ageu insistiu em que o povo não
ficasse tão ocupado reconstruindo suas próprias casas e suas
próprias vidas a ponto de esquecer de sua tarefa mais impor
tante: completar a reconstrução da casa de Deus - o templo.
H A m ensagem :A geu anunciou que Deus tinha uma quei
xa contra os israelitas: eles haviam focado suas energias
na reconstrução de suas próprias casas e de suas próprias
vidas enquanto a casa de Deus - o templo - permanecia
negligenciada e em ruínas (1.1-4). Parecia que o povo
não conseguia fazer a conexão entre sua desobediência a
Deus e todas as dificuldades que tinha vivido ultimamen
te. Deus estava tentando chamar a atenção dele! Aplicai
o vosso coração aos vossos caminhos. Subi o monte, e trazei
madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei e eu serei
glorificado, diz o SENHOR (1.5,8). Era Deus quem es
tava frustrando seus esforços até então. Mas, se voltassem
sua atenção para reconstruir Sua casa, Ele abençoaria as
casas do povo (1.9-11).
Os israelitas responderam à mensagem de Ageu; ime

diatamente, arrependeram-se e começaram a reconstrução
do templo (1.12-15). Deus sabia que eles estavam sobrecar
regados pela grandeza da tareia e desencorajados pela lem
brança do templo e da sua glória anterior. Como poderiam
revivê-la? Esforçai-vos, todo o povo da terra, d iz o S E N H O R , e
trabalhai;porque eu sou convosco, d iz o S E N H O R dos Exércitos,
segundo a palavra que concertei convosco, quando saístes do Egito,
(2.4,5).
e o meu Espírito habitava no meio de vós; não temais
Deus também prometeu que, um dia, enviaria o Messias
para estabelecer Seu reino na terra, enchendo Sua casa - Seu
templo e Seu povo —com Sua glória: Ainda uma vez, daqui a
pouco, efarei tremer os céus, e a terra, e o mar, e a terra seca; efarei tremer
todas as nações, e virá o Desejado de todas as nações, e encherei esta casa
de glória, diz o S E N H O R dos Exércitos (...). A glória desta última
casa será maioç do que a da primeira, diz o S E N H O R dos Exércitos,
(2.6-9).
e neste lugar darei a paz, diz o S E N H O R dos Exércitos
Por intermédio de Ageu, Deus disse que havia perdo
ado Seu povo pelas falhas do passado. Ele estava feliz com
sua obediência —com o esforço renovado para reconstruir o
templo. A disciplina e a punição da parte de Deus chegaram
ao fim. M as desde este dia vos abençoarei (2.19).
A glória desta última casa será maior do que a da primeira,
diz o S E N H O R dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz
o S E N H O R dos Exércitos. (Ageu 2.9)
ü Mais sobre essa história na Bíblia: Ageu é mencionado

no relato de Esdras sobre o retorno do povo de Deus a Israel
(veja Esdras 1.1—6.14). Ele profetizou na mesma época e

para as mesmas pessoas que Zacarias. O livro de Hebreus, do
Novo Testamento, explica que Ageu 2.6-9 é uma profecia
acerca da segunda vinda de Cristo (Hb 12.26,27).
£ Palavras para saber:
O resto do povo: Um pequeno grupo de pessoas que sobre
viveram.
Casa: No livro de Ageu, a palavra casa é usada, muitas ve
zes, para referir-se ao templo em Jerusalém —a casa de Deus
que estava em ruínas e precisava desesperadamente de reparo,
tanto de forma literal como de maneira figurativa.
H Pense nisso: Nos dois pequenos capítulos que compõem o
livro de Ageu, Deus diz ao Seu povo cinco vezes: Aplicai o
vosso coração aos vossos caminhos (1.5,7; 2.15,18). Em outras pa
lavras, Ele diz: “Pensem nisso!” ou “Prestem atenção!”. Aqui,
vocês quase podem ver Deus como um pai que segura o ros
to de seu filho entre as palmas das mãos, levanta seu queixo
e insiste no contato visual:“Ouça-me!”.
Como o povo de Judá, algumas vezes, ficamos tão ocu
pados e distraídos com o dia a dia que perdemos a pers
pectiva, misturamos as prioridades e não vemos o que Deus
está tentando dizer-nos. Como um Pai amoroso, Ele fará o
que for preciso para chamar nossa atenção - incluindo nossa
disciplina e nossa correção, permitindo que soframos as con
sequências naturais de nossas escolhas ruins. É muito melhor
quando aprendemos a ouvir e a meditar antes de tudo!
ZACARIAS
S O livro: Zacarias
S O autor: Zacarias
ü O público: O povo judeu que retornou do exílio

ü O cenário: A cidade de Jerusalém, em 520 a.C.
II A história: Depois de 70 anos no cativeiro e no exílio, o

povo de Deus finalmente teve permissão para voltar a sua
terra natal. Quando o povo começou a reconstruir fisica
mente sua vida, o profeta Zacarias lembrou os israelitas de
que também deveríam reconstruir-se espiritualmente - e
voltar o coração deles para Deus. Brevemente, seu libertador
chegaria: o Messias, o Rei eterno.
E A mensagem: Portanto, dize-lhes: Assim d iz o S E N H O R dos
Exércitos: Tornai para mim, d iz o S E N H O R dos Exércitos, e eu
tornarei para vós, d iz o S E N H O R dos Exércitos (1.3). Zacarias
lembrou ao povo dos pecados que levaram seus pais, seus avós
e seus bisavós ao cativeiro e ao exílio. Ele avisou os israelitas
de que não 'deveríam seguir tais passos, e eles concordaram
( 1. 1- 6).
Zacarias teve, então, uma série de visões e de sonhos,
alguns dos quais derramaram luz sobre o passado - e outros
que falavam do futuro: um homem entre murtas (1.7-17);
quatro chifres e quatro ferreiros (1.18-21); um homem com
um cordel de medir (2.1-13); vestes novas para o sumo sacer
dote (3.1-10); o castiçal de ouro e duas oliveiras (4.1-14); o
rolo voante (5.1-4); a mulher no meio do efa (5.5-11); qua
tro carros (6.1-8) e dois pastores (11.4-17). Com cada visão,
Deus deu palavras de aviso, de instrução e de encorajamento
ao Seu povo (por intermédio de Zacarias).
A seguir, Zacarias convocou o povo de Deus para ad
ministrar a justiça e para mostrar misericórdia e compaixão
como evidência de sua espiritualidade em vez de desempe

nhar, mecanicamente, rituais religiosos vazios (7.1-14). Aos
poucos justos deixados entre Seu povo, Deus prometeu que
abençoaria e restauraria a cidade de Jerusalém (8.1-23). Ele
puniria os inimigos de Israel (9.1-8). Seu Rei eterno e ver
dadeiro viria (9.9-17). Deus teria compaixão de Seu povo
(10.1-12) e o purificaria de seu pecado (13.1). E farei passar
essa terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata,
e a provarei, como se prova o ouro; ela invocará o meu nome, e eu a
ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O S E N H O R é meu Deus
(13.9). Eles brilhariam como joias em uma coroa (9.16,17).
Zacarias avisou os israelitas de que o Dia do Senhor
traria destruição e terrível julgamento a todos os Seus ini
migos. Eles aprenderiam a temer e a reverenciar Seu nome.
E o S E N H O R será rei sobre toda a terra; naquele dia, um será o
S E N H O R , e um será o seu nome (14.9).
Alegra-te muito, 6filh a de Sião; exulta, ófilh a deJerusalém;
eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador, pobre e monta
do sobre um jumento, sobre um asninho, filh o de jum enta.

(Zacarias 9.9)
Mais sobre essa história na Bíblia: Zacarias é mencio

nado no relato de Esdras sobre o retorno do povo de Deus
a Israel (veja Esdras 1.1—6.14). Ele profetizou na mesma
época que Ageu. Muitas das visões de Zacarias são profecias
sobre a vinda do Messias —Jesus. Uma Bíblia de Estudo pode
ajudá-lo a compreender o simbolismo e a identificar quando

e como muitas dessas profecias cumpriram-se —e quais ainda
se cumprirão.
O resto do povo: Um pequeno grupo de pessoas que sobre
viveram.
Zeloso: Quando essa palavra é usada para descrever Deus, ela
quer dizer ciumento, como quem guarda ou protege algo in
tensamente, como o Seu povo, protegendo-o e preservando
-o para si mesmo; também significa não tolerar infidelidade ou
outros rivais.
B Você sabia? Jesus chegou à cidade de Jerusalém em cima
de um jumentinho, como Zacarias disse que o Messias faria
(veja Zacarias 9.9 e Marcos 11.1-11). Um líder que entrou
em uma cidade sobre um jumento —em vez de uma car
ruagem de guerra - Ele estava vindo em paz. eis que o teu
rei virá a ti, justo e Salvador, pobre e montado sobre um
jumento (...). Ele anunciará p a z às nações; e o seu domínio se
estenderá de um mar a outro mar (Zc 9.9,10).
* Pense nisso: Em Zacarias 4.10, Deus avisou ao Seu povo

que não desprezasse o dia das coisas pequenas. O trabalho
feito na reconstrução do templo poderia parecer insignifi
cante para as pessoas —mas para Deus não. Ele daria ao povo
a força necessária para terminar a tarefa. Um dia, os israelitas
ficariam impressionados com tudo o que Ele realizaria neles
e por intermédio deles. Esse é um importante lembrete para
nós hoje.
Algumas vezes, nossos pequenos esforços não parecem
muito para nós — nossas tentativas de obedecer, ministrar,
servir e sacrificar. Elas são pálidas se comparadas com as con
quistas dos outros - como os homens e as mulheres das Es

crituras, por exemplo, como os grandes heróis da fé. Mas,
Deus vê o nosso coração. Ele pode abençoar e multiplicar
nossos esforços de uma maneira que não podemos imaginar.
Como HudsonTaylor, um missionário famoso na China, ob
servou certa vez: “Uma coisa pequena é uma coisa pequena,
mas fidelidade nas coisas pequenas é algo grande”. Um dia,
talvez, nós também ficaremos impressionados com tudo o
que Deus realizou em nós e por meio de nós!
MALAQUIAS
11 O livro:Malaquias
B O autor: Malaquias
B O público: O povo judeu que voltou do exílio
S O cenário: A cidade de Jerusalém, entre 430 a.C. e 400 a.C.
H A história: Depois de 70 anos no cativeiro e no exílio, o
povo de Deus fmalmente teve permissão para voltar a sua
terra natal, Israel. Conforme foram ficando acomodados, os
israelitas também foram esquecendo-se de todas as promessas
que fizeram a Deus quando retornaram; eles haviam fracassa
do em obedecer aos Seus mandamentos. O profeta Malaquias
insistiu em que o povo se arrependesse e agisse da maneira
certa, pois o grande Rei estava vindo. Ele não apenas os julga
ria e os repreenderia, Ele também os curaria e os restauraria.
H A mensagem: Falando por intermédio de Malaquias, Deus
começou a lembrar os israelitas de como Ele amou-os, esco
lheu-os e separou-os para si (1.2-5). Porém, eles desrespei
taram-no e desonraram-no, dando-lhe o que não era o seu
melhor. Porque, quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não
faz mal! E, quando ofereceis o coxo ou o enfermo, nãofaz mal! Ora,
apresenta-o ao teu príncipe; terá ele agrado em ti? Ou aceitará ele a

tua pessoa? — diz o SENHOR dos Exércitos (1.8,9).
Os sacerdotes também haviam desonrado a Deus. Porque os
lábios do sacerdoteguardarão a ciência, e da sua boca buscarão a lei, por
que ele é o anjo do SENHOR dos Exércitos. Mas vós vos desviastes do
caminho, a muitosfizestes tropeçar na lei (...) (2.7,8). Alguns do povo
de Deus casaram-se com pessoas estrangeiras —e o povo sabia
que isso era proibido - além disso, relaxada e descuidadamente,
outros destruíram suas famílias por causa do divórcio (2.11-16).
Deus disse que enviaria Seu mensageiro para cobrá-los:
Mas quem suportará o dia da sua vinda? E quem subsistirá, quando
ele aparecer? Porque ele será como ofogo do ourives e como o sabão
dos lavandeiros (3.2,3).
Deus também afirmou que Seu povo vinha roubando
dele: Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis:
Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. (...) Tra
zei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento
na minha casa (...) (3.8-11).
Algumas pessoas reclamaram que era muito duro servir
a Deus, que os maus tinham uma vida muito mais fácil. Mas,
Deus declarou que isso simplesmente não era verdade. Um
dia, os maus encarariam Seu severo julgamento enquanto os
fiéis a Ele seriam abençoados (3.13—4.2).
V ersícu lo-ch av e ou p assagem :
Mas para vós que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça
e salvação trará debaixo das suas asas. (Malaquias 4.2)
*- &mm wmm hhsssb wm msmmsam a
B Mais sobre essa história na Bíblia: Malaquias profetizou

após o retorno do povo de Deus a Israel - o evento é descri
to nos livros de Esdras e Neemias —alguns anos depois dos
ministérios dos profetas Ageu e Zacarias. Ele foi o último
profeta da era do Antigo Testamento. Em suas palavras finais,
Malaquias previu a vinda do profeta - João Batista - que
prepararia o caminho para o Messias, Jesus (veja Malaquias
4.5, Lucas 1.1-17 e Mateus 11.13,14).
Concerto: Uma promessa; um acordo; um contrato legal
mente selado.
Profano: Algo impuro, que mostra desrespeito a Deus ou
desprezo por Ele e pelas coisas que são preciosas para Ele.
Fogo do ourives: Calor usado para purificar metais precio
sos e queimar suas imperfeições; o Messias que iria expor o
pecado com o propósito de limpá-lo; as lutas e provas que
Deus usa para purificar Seu povo e trazer para fora o melhor
que há dentro dele.
H Fazendo a conexão: No Antigo Testamento, Moisés levou
os filhos de Israel a entenderem que, ao devolver para Deus
pelo menos 10% do que tinham, eles estariam reconhecen
do que tudo o tinham era bênção de Deus. Era um ato de
adoração, bem como de obediência. Malaquias comparou a
ação de reter o dízimo com o ato de roubar a Deus e insistiu
em que o povo desse generosamente, para que, então, expe
rimentasse a bênção de Deus.
O Senhor promete honrar-nos se o honrarmos com
nossas finanças —não importa o quão difícil isso pareça. Deus
proverá tudo de que precisamos da maneira que nem pode
mos imaginar. Fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exér
citos, se eu não ws abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós

uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança (3.8-10).
S Pense nisso: Em Malaquias 2.16, Deus disse: Eu odeio o di
vórcio (NTLH). Infelizmente, o divórcio tornou-se muito co
mum em nossa cultura hoje. Muitos cristãos foram devasta
dos e tiveram seu coração partido por causa dele.Tais pessoas
podem testemunhar que essa é uma tragédia desgastante para
todos os membros de uma família —especialmente para os
filhos. E por isso que a Bíblia avisa-nos repetidamente para
fazermos nossos votos cuidadosamente e para entrarmos no
casamento considerando-o um pacto sagrado, com o qual
nos comprometemos completamente. E uma aliança não
apenas com nosso cônjuge, mas com o próprio Deus.
Ao longo dos anos, tem havido muita controvérsia so
bre como interpretar os ensinos bíblicos acerca do divórcio.
Alguns parecem ignorar completamente a graça de Deus —a
sabedoria e a direção de todas as outras partes das Escrituras —
por uma forma extrema de legalismo. Outros fazem um gran
de esforço para desprezar o que a Bíbba ensina, como se essa
já não fosse mais relevante. As duas abordagens são perigosas.
De acordo com as Escrituras, há certas circunstâncias sob
as quais o divórcio é permitido e dentro das quais não há em
pecilho para o segundo casamento (veja Deuteronômio 24.1
4 e Mateus 19.3-12). Pelo que sabemos, depende muito das
circunstâncias e das atitudes daqueles que estão envolvidos.
Por fim, cada um de nós tem de buscar a Deus, estudar a Bí
blia e ficar em paz com a questão. Aqueles que são casados (ou
casados pela segunda vez) devem fazer o possível para tornar
o casamento algo semelhante ao que Deus quis que ele fos
se —na melhor das possibilidades: um lindo reflexo do amor
sacrificial que Jesus teve por Sua noiva, a Igreja (Ef 5.21-33).
5
O NOVO
TESTAMENTO t
\
Livro por livro
v MATEUS
S O livro: Mateus
ü O autor: Mateus (também chamado Levi)
H O público: O povo judeu
§ O cenário: Escrito na Judeia, entre 50 d.C. e 100 d.C.
0 A história: Mateus contou a história de Jesus, de Seu nasci

mento e de Sua morte até Sua ressurreição, mostrando como o
Salvador cumpriu cada uma das profecias escritas sobre Ele no
Antigo Testamento. Mateus esperava que o povo de Deus acre
ditasse que Jesus verdadeiramente era (e ainda é) seu Messias,
seu Libertador há muito tempo esperado; esse fato tornou ainda
mais terrível a rejeição inicial que o povo judeu teve por Ele.
Contudo, desde então, muitos o receberam, de certa forma, por
causa do testemunho de Mateus. Jesus chamou esses para serem
O NOVO TESTAMENTO - LIVRO POR LIVRO 221
Suas testemunhas, para compartilharem o evangelho, as boas

-novas, com todas as pessoas.
S A mensagem: Mateus começou com a genealogia de Jesus,
retratando Seus antepassados até chegar a Abraão. Ele obser
vou: De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são
catorze gerações; e, desde Davi até a deportação para a Babilônia,
catorze gerações; e, desde a deportação para a Babilônia até Cristo,
catorze gerações (1.17).
Quando a mãe de Jesus (Maria) descobriu ter concebido,
José (seu futuro marido) pensou em cancelar o casamento.
Todavia, um anjo apareceu a José em um sonho, dizendo: não
temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado
é do Espírito Santo. E ela dará à luz um filho, e lhe porás o
nome de JESUS, porque ele salvará o seu povo dos seus
pecados (1.20,21).
Não muito depois do nascimento de Jesus, uns magos
(ou homens sábios) chegaram a Jerusalém, perguntando:
Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Porque vimos a
sua estrela no Oriente e viemos a adorá-lo (2.2). Buscando nas
palavras dos antigos profetas, os conselheiros do rei Herodes
identificaram Belém como o local do nascimento do Messias
(2.1-6). Mais tarde, quando os magos não retornaram nova
mente a Herodes, ele ordenou a morte de todos os meninos
abaixo da idade de dois anos, em Belém, a fim de eliminar
qualquer ameaça ao seu trono. Entretanto, José e Maria esca
param com o bebê Jesus depois de terem sido alertados por
um anjo durante um sonho (2.13-23).
Mateus retoma a história quase 30 anos depois, quan
do João Batista aparece pregando no deserto, preparando o
caminho para o Senhor (3.1-12). Jesus foi até João para ser
batizado por ele, mas João disse que era Cristo quem deveria
batizá-lo. O Espírito de Deus desceu sobre Jesus como uma
pomba, e uma voz vinda dos céus disse: Este é o meu Filho
amado, em quem me comprazo (3.17). A seguir,Jesus foi levado
pelo Espírito Santo ao deserto para jejuar e orar por 40 dias.
Ele resistiu aos esforços do diabo, que o tentou a fim de levá
-lo à rebelião contra Deus. Ao contrário, o Senhor afirmou
Seu compromisso de caminhar em obediência a todos os
mandamentos de Deus (4.1-11).
Jesus começou pregando e ensinando: Arrependei-vos,
porque é chegado o Reino dos céus (4.17). Na praia, Ele cha
mou Seus primeiros discípulos: Vinde após mim, e eu vos farei
pescadores de homens (4.19). E percorria Jesus toda a Galileia,
ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do
Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o
povo (4.23). Grandes multidões juntavam-se ao Seu redor.
Jesus subiu em uma montanha onde todos poderiam
vê-lo e ouvi-lo. Em Seu Sermão da Montanha, Ele pronun
ciou bênçãos aos que choram, aos mansos, àqueles que têm
fome e sede de justiça, aos misericordiosos, aos puros de co
ração, aos pacificadores e àqueles que são perseguidos por
causa dele. Ele chamou Seus seguidores para serem sal (dan
do sabor) e luz (brilhando Sua verdade) do mundo.
Jesus explicou o propósito da Lei que Deus deu a Moisés
e os padrões que o Senhor estabeleceu para o comportamen
to do Seu povo, particularmente em relação ao assassinato,
ao adultério, ao divórcio, às promessas, à busca de vingança,
ao amor pelos seus inimigos, à ajuda aos necessitados e à co
municação com Deus em oração. Jesus estimulou o povo a
guardar tesouros no céu em vez guardá-los na terra, Ele animou
o povo a confiar em Deus em vez de preocupar-se e Ele en

corajou o povo a não julgar os outros —a não ser que quisesse
ser julgado (5.1—7.27).
Jesus usou parábolas para ensinar àqueles que tinham ou
vidos para ouvir acerca do reino dos céus, da verdade, da fé e
da obediência a Deus (7.24-27; 13.1-52; 16.1-12; 20.1-16;
21.28—22.14; 25.1-46). Para demonstrar o poder de Deus
- e o amor dele por Seu povo - e para cumprir as palavras
dos profetas, Jesus deu continuidade à cura dos doentes, Ele
expulsou demônios e trouxe mortos de volta à vida (8.1
17; 9.1-8,18-34; 15.21-28; 17.14-23; 20.29-34). Ele acalmou
uma tempestade, repreendendo o vento e as ondas, e alimen
tou mais de cinco mil pessoas com dois peixes e cinco pães
(8.23-27; 14.13-21). Ele andou sobre as águas (14.22-36).
O Senhor Jesus ensinou aos Seus discípulos que não
seria fácil seguir Seus passos e proclamar Sua verdade (8.18
22). Ainda assim, a necessidade era imensa. E , vendo a m ul
tidão, teve grande compaixão deles, porque andavam desgarrados e
errantes como ovelhas que não têm pastor. Então, disse aos seus
discípulos: A seara ê realmente grande, mas poucos são os ceifeiros.
Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande ceifeiros para a sua seara
(9.36-38).
Quando apareceu falando com Moisés e com Elias no
alto de um monte, Jesus revelou-se aos Seus discípulos em
poder e em glória como o Messias, o Libertador, e como o
cumprimento da Lei e dos profetas (17.1-13).Várias vezes,
Ele disse aos Seus discípulos para amarem uns aos outros e
para servirem uns aos outros, colocando o próximo em pri
meiro lugar. O Senhor encorajou-os a perdoar aqueles que
os feriram ou ofenderam-nos, assim como Deus os havia
perdoado. Cristo também os lembrou de manterem seus

corações puros e inocentes, bem como animou-os a desen
volverem a fé de uma criança (18.1— 19.30).
Quando Jesus entrou na cidade de Jerusalém, as pesso
as receberam-no como um rei (21.1-11). Ele expulsou os
vendedores que estavam profanando o templo - Sua casa,
um lugar que deveria ser uma casa de oração (21.12-17).Jesus
confrontou os fariseus e os saduceus —os líderes religiosos
daquele tempo — e expôs sua iniquidade e sua hipocrisia
(23.1-39). Em resposta a isso, esses líderes começaram a pre
parar um plano para matá-lo (26.3,4).Jesus explicou aos Seus
discípulos que os deixaria em breve. Ele deu-lhes sinais para
indicar quando o mundo estaria chegando ao fim, e exor
tou-os a estarem prontos para Sua volta (24.1—25.46).
Durante a ceia da Páscoa, Jesus instituiu uma nova ce
lebração —a Ceia do Senhor —que celebraria Sua morte na
cruz um dia. O Messias revelou aos discípulos que um de
les (Judas) estava para traí-lo (26.17-30). Na verdade, Jesus
declarou que todos os Seus discípulos fugiríam brevemente.
Pedro protestou, dizendo que ele nunca abandonaria Jesus
mesmo que todos o abandonassem. Mas, o Mestre revelou a
Pedro que, por três vezes, naquela mesma noite, ele negaria
conhecê-lo.
No jardim do Getsêmani, os discípulos dormiram en
quanto Jesus orava pelo sofrimento que estava por vir - por
fim, Ele rendeu-se totalmente à vontade de Deus (26.36-46).
Judas levou os soldados ao jardim para prendê-lo, e Jesus foi
julgado diante do Sinédrio (o sumo sacerdote, os anciãos e
os mestres da Lei). Do lado de fora, no pátio, Pedro estava
assustado e recusou-se repetidamente a reconhecer que era

associado a Jesus: Não conheço tal homem. Contudo, quando
percebeu o que fez, ficou arrasado (26.47-75).
O Sinédrio entregou Jesus ao governador romano, Pôn-
cio Pilatos. Este o achou inocente de qualquer crime, mas
cedeu à pressão da multidão, que gritava: Seja crucificado! As
pessoas ridicularizaram e debocharam de Jesus, espancaram
-no e cuspiram nele. Os soldados fizeram o R ei dos judeus
usar uma “coroa” de espinhos antes de levá-lo ao Gólgota e
pregá-lo na cruz (27.11-44). No momento da morte de Je
sus, o véu do templo foi rasgado ao meio, de cima para baixo,
repentina e milagrosamente. Esse véu, simbolicamente, sepa
rava o povo do Santo dos Santos - impedindo-o de entrar na
presença de Deus (27.45-56).
Jesus recebeu um enterro apressado, pouco antes do pôr
do sol, quando começava o sábado e nenhum trabalho poderia
ser feito. Depois do sábado, um pequeno grupo de mulheres
retornou à tumba para ungir Seu corpo com especiarias. Elas
acharam a pedra da entrada removida —e a própria tumba
estava vazia. Um anjo lhes disse: Não tenhais medo; pois eu sei
que buscai a Jesus, que f o i crucificado. Ele não está aqui, porque
já ressuscitou, como tinha dito. Vinde e vede o lugar onde
o Senhor jazia. (28.5,6). Então, o próprio Jesus apareceu a
elas e aos outros discípulos —enquanto os soldados romanos
conspiravam para criar uma história que explicasse a tumba
vazia (27.62—28.15). Antes de subir aos céus, Ele ordenou
aos discípulos que levassem as boas-novas do evangelho até
os confins da terra, compartilhando com os outros tudo o
que Ele lhes havia ensinado.
E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: E-me dado todo o

poder no céu e na terra. Portanto, ide, ensinai todas as nações,
batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito San

to; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho
mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à con

sumação dos séculos. A m ém ! (Mateus 28.18-20)
H Mais sobre essa história na Bíblia: Para mais informa

ções sobre a vida, o ministério, a morte e a ressurreição de
Jesus Cristo, veja os Evangelhos de Marcos, Lucas e João.
Mateus foi um dos 12 discípulos chamados por Jesus para
juntar-se a Ele em Seu ministério; ele também foi membro
fundador da Igreja primitiva. O nome dele é mencionado
em Mateus 9.9-13; 10.3; Marcos 2.13-15; 3.18; Lucas 5.27
30; 6.15 e Atos 1.13.
Bem-aventuranças: Experimentar felicidade ou bênção su
prema; uma declaração de bênção feita por Jesus no Sermão
da Montanha (em latim, cada uma de Suas afirmações de
bênçãos começa com a palavra beatus - que significa bendito).
Sinagoga: Uma congregação local de judeus que se reúnem
para adorar e estudar as Escrituras. Durante o ministério ter
reno de Jesus, as sinagogas poderíam ser encontradas em qua
se todas as cidades e vilas do Império Romano. Entretanto,
os sacrifícios poderíam ser oferecidos apenas no templo em
Jerusalém.
Discípulo: Um aluno, um seguidor; alguém que espalha os

ensinos de outro; um seguidor de Jesus.
Parábola: Uma história simples e curta, usada para comunicar
uma verdade espiritual poderosa.
H Você sabia? Embora todos os Evangelhos contenham a his
tória de Jesus, cada um deles é único - cada um foi escrito
por um autor diferente, com uma perspectiva diferente e para
um público diferente. Há, naturalmente, muitas semelhanças.
Na verdade, Mateus, Marcos e Lucas têm tanto em comum
que os estudiosos da Bíblia chamam-nos de Evangelhos Sinó-
ticos —o que significa que eles veem juntos e apresentam a vida
e o ministério de Jesus de forma bem parecida. Entretanto,
somente Mateus e Lucas incluem detalhes do nascimento de
Jesus e do início de Sua infância. Mateus é o único que men
ciona subitamente o aparecimento e os presentes dos magos.
13 Fazendo a conexão: Esta é uma das cenas mais tristes de
toda a Escritura. Jesus estava pregando no templo. Ele é o
Messias, o Ungido, o Libertador de Israel há muito tempo
esperado. Ele veio para os Seus, mas os Seus não o receberam.
Eles recusaram-no e rejeitaram-no (Jo 1.10-11).
Subitamente,Jesus exclamou:Jerusalém,Jerusalém, que ma
tas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes
quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos
(Mt 23.37)! Ele queria abra
debaixo das asas, e tu não quiseste
çar Seu povo, trazê-lo gentilmente para perto de si, mas o
povo não queria. Que tragédia indescritível.
Lendo esse versículo, não podemos deixar de ficar tristes
—não apenas pela nação que não reconheceu seu Messias, mas
pelas vezes em que nós mesmos, teimosamente, recusamo-nos
a ouvir Seu chamado. Momentos nos quais persistimos no pe

cado, ignoramos Seu conselho, negamos nossa dependência
dele, rejeitamos Seu amor e buscamos conforto para nossa dor
em outro lugar. Consequentemente, o sofrimento que expe
rimentamos é inteiramente culpa nossa - e Ele teria nos pou
pado disso. Em Seu amor, Ele nos levaria para perto dele e nos
manteria fora de perigo. Se pelo menos atendéssemos ao Seu
chamado! Mas, nós não o atendemos. Sua tristeza por causa
disso é maior do que a nossa, pois Seu amor por nós é maior
do que o nosso amor por Ele. Que Deus perdoe-nos! Que
Ele ajude-nos a atender Seu chamado hoje, e ajude-nos a ir
correndo para Seus braços de amor!
MARCOS
H O livro: Marcos
ES O autor: João Marcos
£3 O público: Os gentios (não judeus) crentes que viviam em

Roma
H O cenário: Escrito em Roma, entre 50 d.C. e 70 d.C.
B A história: Nesse breve relato, que vai direto ao ponto e é

cheio de ação, Marcos compartilha o evangelho —as boas
-novas —de Jesus, retratando Seu ministério na terra desde o
Seu batismo até Sua morte e Sua ressurreição. Essas histórias
de Jesus edificaram e encorajaram os novos cristãos na Igreja
em Roma e ensinaram-lhes o real significado do que é ser
um discípulo ou um seguidor de Jesus Cristo. Os ensinos do
Senhor sobre serviço, sofrimento e sacrifício mostraram-se
especialmente significativos, pois parecia que um tempo de
grande perseguição estava chegando para a Igreja.
ü A mensagem: Marcos começou com a história de João

Batista, aquele sobre quem Isaías profetizou que prepararia
o caminho do Senhor (1.3). Jesus foi a João para ser batizado
no rio Jordão. Quando Ele saiu da água, uma voz do céu
disse: Tu és o meu Filho amado, em quem me comprazo
(1.11). Por 40 dias,Jesus foi testado no deserto. Depois disso,
Ele começou Seu ministério na terra. Veio Jesus para a G ali-
leia, pregando o evangelho do Reino de Deus e dizendo: O tempo
está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e
crede no evangelho (1.14-15). Na praia, Ele chamou Seus pri
meiros discípulos: Vinde após mim, e eufarei que sejais pescadores
de homens (1.17). Ele escolheu 12 homens para serem Seus
apóstolos: Simão Pedro, Tiago, João, André, Filipe, Bartolo-
meu (Natanael), Mateus (Levi), Tomé, Tiago, Tadeu (Judas),
Simão e Judas Iscariotes (3.13-19). Jesus começou a expulsar
os demônios (espíritos maus) e a curar os doentes (1.21—
2.12). Ele ensinou aos Seus discípulos sobre a verdadeira es
piritualidade que estava além da observância escravizadora
dos rituais vazios e da adesão severa à letra da Lei, em vez da
intenção que havia por trás dela (2.18—3.6). As multidões
logo se ajuntavam onde quer que Ele fosse (3.7-12).
Jesus usou parábolas para ensinar àqueles que tinham
ouvidos para ouvir sobre o Reino de Deus, sobre a verdade
e sobre a fé. Muitas vezes, explicou os significados ocultos
das Suas histórias aos Seus discípulos posteriormente (4.1
34). Em um barco, no meio de um lago, Jesus acalmou uma
tempestade dizendo: Cala-te, aquieta-te. Seus discípulos fica
ram apavorados: Mas quem é este que até o vento e o mar lhe
obedecem (4.35-41)? Jesus expulsou uma legião de demônios
de um homem atormentado, enviando-a para uma manada
de porcos (5.1-20). Ele ressuscitou uma menina e curou uma

mulher que sofria de uma doença incurável havia 12 anos
(5.21-43). Em Sua terra natal,Jesus foi recebido com zomba
ria e ceticismo e foi incapaz de fazer muitos milagres ali por
causa da falta de fé das pessoas (6.1-6). Ele enviou Seus 12
discípulos para irem adiante dele e pregarem as boas-novas
do reino de Deus nas vilas ao redor, preparando, assim, o
coração das pessoas para recebê-lo (6.7-13). Enquanto isso,
o rei Herodes prendeu e decapitou João Batista a pedido de
Herodias (6.14-29).
Com cinco pães e dois peixes, Jesus alimentou cinco
mil pessoas que se ajuntaram ao redor dele. E teve compaixão
deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor; e começou a
(6.34). Naquela noite, Cristo enviou
ensinar-lhes muitas coisas
Seus discípulos adiante dele para o outro lado do lago e, mais
tarde, caminhou sobre as águas para encontrar-se com eles
(6.45-56).
Jesus confrontou os fariseus - os líderes religiosos judeus
—com a hipocrisia deles e com sua desobediência à Lei de
Deus (7.1-23). Ele curou a filha de uma mulher siro-fenícia
e um homem surdo-mudo em Tiro (7.24-37). Ele alimentou
outras quatro mil pessoas com sete pães e curou um homem
cego em Betsaida (8.1-26). Pedro reconheceu que Jesus era
o Messias —o Libertador que Deus prometera enviar ao Seu
povo desde o jardim do Eden (8.27-30). Jesus explicou aos
Seus discípulos que importava que o Filho do Homem padecesse
muito, e que fosse rejeitado pelos anciãos, e pelos príncipes dos sacer
dotes, e pelos escribas, e quefosse morto, mas que, depois de três dias,
ressuscitaria (8.31). Ele acrescentou: Se alguém quiser vir após
mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. Porque
qualquer que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, mas qualquer que
perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará
(8.34,35).
Mais tarde, Jesus levou Pedro, Tiago e João ao cume de
um monte; lá, Ele apareceu com Moisés e Elias e revelou
-lhes Sua glória (9.2-13). Jesus curou um menino que estava
com um espírito maligno e restaurou a visão de um homem
cego (9.14-32; 10.46-52). Ele também repreendeu Seus dis
cípulos por discutirem sobre quem tinha mais autoridade e
mais poder - quem tinha a posição mais privilegiada ou o
posto mais alto. Se alguém quiser ser o primeiro, será o derradeiro
de todos e o servo de todos (9.35). Jesus ensinou como resistir
ao pecado e à tentação e, em resposta ao desafio lançado
pelos fariseus, apresentou a visão de Deus acerca do divór
cio (9.38— 10.12). As pessoas levaram seus filhos a Jesus, Ele
segurou-os em Seus braços e abençoou todos (10.13-16).
Ele exortou um jovem rico a não deixar que o amor por
seus bens materiais impedisse-o de entrar no reino de Deus
(10.17-31). Novamente, Ele previu Sua morte e repreendeu
Seus discípulos por tentarem posicionar-se próximos a Ele
- à frente uns dos outros - no reino de Deus (10.32-45).
Eles ainda precisavam entender o que significava, de verdade,
seguir Seus passos: podeis vós beber o cálice que eu bebo e ser bati
zados com o batismo com que eu sou batizado (10.38)?
Quando Jesus entrou na cidade de Jerusalém, o povo
saudou-o como um rei (11.1-11). Ao entrar no templo, Ele
expulsou os comerciantes que profanavam o que Ele cha
mou de Sua casa —um lugar que deveria ser uma casa de oração
(11.12-17). E os escribas e príncipes dos sacerdotes, tendo ouvi
do isso, buscavam ocasião para o matar; pois eles o temiam porque
toda a multidão estava admirada acerca da sua doutrina (11.18).

No monte das Oliveiras, Jesus continuou ensinando aos Seus
discípulos sobre fé, perdão, respeito às autoridades, ressurrei
ção dos mortos no céu, sobre o maior mandamento e sobre o
que significava devolver a Deus (11.20— 12.43). Ele disse aos
discípulos quais sinais deveriam procurar a respeito do fim
do mundo (13.1-37). Em Betânia, próximo dali, uma mu
lher ungiu Jesus com uma garrafa de um caríssimo perfume
(14.1-11).
Durante a ceia da Páscoa, Jesus instituiu uma nova cele
bração —a Ceia do Senhor —que celebraria Sua morte na cruz
um dia (14.12-26). Jesus revelou aos discípulos que um deles
(Judas) estava para traí-lo. Na verdade, Jesus declarou que to
dos os Seus discípulos fugiríam brevemente. Pedro protestou,
dizendo que ele nunca abandonaria Jesus mesmo que todos o
abandonassem. Mas, o Mestre revelou a Pedro que, por três ve
zes, naquela mesma noite, ele negaria conhecê-lo (14.27-31).
quanto Jesus orava pelo sofrimento que estava por vir —por
associado a Jesus: Não conheço tal homem. Contudo, quando
percebeu o que fez, ficou arrasado (14.43-72).
O Sinédrio entregou Jesus ao governador romano, Pôncio
Pilatos. Este o achou inocente de qualquer crime, mas cedeu
à pressão da multidão, que gritava: Seja crucificado! As pesso
as ridicularizaram e debocharam de Jesus, espancaram-no e
cuspiram nele. Os soldados fizeram o Rei dos judeus usar uma

“coroa” de espinhos antes de levá-lo ao Gólgota e pregá-lo
na cruz (15.1-32). No momento da morte de Jesus, o véu
do templo foi rasgado ao meio, de cima para baixo, repentina
e milagrosamente. Esse véu, simbolicamente, separava o povo
do Santo dos Santos - impedindo-o de entrar na presença de
Deus (15.33-39).
estava vazia (15.42— 16.5). Um anjo disse-lhes: Não vos as
susteis; buscais aJesus, o Nazareno, quef o i crucificado;já ressuscitou,
não está aqui; eis aqui o lugar onde o puseram. Mas ide, dizei a seus
discípulos e'ã Pedro que ele vai adiante de vós para a Galileia; ali o
(16.6,7).
vereis, como ele vos disse
Então, Jesus apareceu a Maria Madalena e aos outros
discípulos em várias ocasiões. Cristo deu-lhes esta missão:
Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura (16.15).
Depois disso, o Mestre ascendeu aos céus e Seus discípulos
foram fazer tudo o que Ele ordenou-lhes (16.15-20).
Qualquer que, entre vós, quiser ser grande será vosso serviçal.
E qualquer que, dentre vós, quiser ser o primeiro será servo de
todos. Porque o Filho do Homem também não veio para ser
servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos.
(Marcos 10.43-45)
13 Mais sobre essa história na Bíblia: Para saber mais sobre

a vida, a morte e a ressurreição de Jesus, veja os Evangelhos
de Mateus, Lucas e João. Embora Marcos não fosse um dos
12 discípulos, quando ainda era adolescente, ele fez parte de
um grande grupo de crentes que seguiu Jesus durante Seu
ministério na terra (estudiosos da Bíblia creem que o jovem
descrito em Marcos 14.51 era, na verdade, o próprio Mar
cos). Mais tarde, Marcos serviu como ministro assistente de
Pedro e viajou com Paulo e Barnabé em suas viagens mis
sionárias. Marcos é mencionado em Atos 12.12,25; 13.5,13;
15.36-39; Colossenses 4.10; 2 Timóteo 4.11; Filemom 24 e
1 Pedro 5.13.
ES Palavras para saber:
Batismo: Lavar cerimonialmente com água, simbolizando
uma limpeza espiritual interior.
Apóstolo: Um mensageiro; alguém que foi especialmente es
colhido por Jesus para ser Seu mensageiro (como os 12 discí
pulos ou apóstolos); um missionário; um líder na igreja.
ES Você sabia? Marcos é o mais curto dos quatro Evangelhos
e, provavelmente, foi o primeiro a ser escrito. Estudiosos da
Bíblia acreditam que o livro de Marcos também pode ser co
nhecido como o Evangelho de Pedro, pois, quando jovem, Mar
cos era assistente de Pedro e parceiro em seu ministério (Pe
dro refere-se a Marcos carinhosamente com o filho em 1 Pedro
5.13). É provável que muitos dos detalhes do Evangelho de
Marcos tenham vindo de Pedro e de seus relatos como teste

munha ocular, bem como de seus ensinos e de suas pregações.
M Fazendo a conexão: Você já ficou tristemente imaginando
se, algum dia, Deus o chamaria para algum tipo de ministério
mais importante? Você fica tão cheio de gratidão por tudo
o que o Senhor lhe tem feito, que você gostaria de poder
fazer grandes coisas para Ele. Você quer gritar no topo das
montanhas e contar a todo o mundo sobre Seu maravilhoso
amor. Você estaria disposto a fazer qualquer sacrifício para
demonstrar seu amor por Ele. Se, pelo menos, Ele pedisse-lhe
isso...
O Evangelho de Marcos fala-nos de um jovem que se
sentiu assim. Ele viveu possuído por uma legião de espíritos
maus. E andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes e
pelos sepulcros eferindo-se com pedras (5.5). Então, Jesus chegou
e libertou-o. Em um instante, os demônios foram embora. O
jovem não seria mais torturado pela presença deles.
As pessoas da cidade ficaram chocadas quando viram
aquele jovem, sadio e vestido, sentado aos pés de Jesus. Não,
mais do que chocadas, elas ficaram apavoradas. As pessoas
pediram a Jesus que Ele fosse embora e deixasse-as. Quando
Jesus entrou no barco, o jovem implorou para ir com Ele. O
rapaz estava ansioso para abandonar tudo e seguir Jesus (algo
que os outros discípulos haviam relutado em fazer). Jesus,
porém, disse-lhe não. Ele não permitiu. Ao contrário, Jesus
deu ao jovem uma tarefa diferente: Vai para tua casa, para os
teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor tefez e como teve
misericórdia de ti (5.19).
Alguns de nós são chamados para o campo missionário

no estrangeiro e outros são chamados para o campo missio
nário na própria família. Afinal, os familiares são os que nos
conhecem melhor; são eles que veem a maior mudança em
nossa vida. Sua salvação não é menos importante para Jesus
do que os milhões que nunca encontraremos. Embora possa
ter parecido uma coisa pequena, as Escrituras contam-nos
que o jovem fez exatamente como Jesus pediu-lhe. Que nós
estejamos dispostos a fazer o mesmo.
LUCAS
■ O livro:Lucas
S O autor: Lucas, o médico
H O público: Teófilo, um governador romano
li O cenário: Escrito em Cesareia e Roma, entre 60 d.C. e 62

d.C.
S A história: Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a
narração dos fatos que entre nós se cumpriram, segundo nos trans
mitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio eforam
ministros da palavra, pareceu-me também a mim conveniente des
crevê-los a ti, ó excelentíssimo Teófilo, por sua ordem, havendo-me
já informado minuciosamente de tudo desde o princípio, para que
(1.1-4).
conheças a certeza das coisas de que já estás informado
O evangelho de Jesus é aquilo de que Teófilo fora infor

mado —as boas-novas.Traçando Seu ministério terreno, des
de Seu nascimento até Sua morte e Sua ressurreição, Lucas
mostrou que o próprio Jesus deixara claro que Ele viera para
ser o Salvador, não apenas de Israel, mas de todo o mundo.
H A m ensagem : Lucas começou com o nascimento de João

Batista - o profeta que levaria o povo de Israel de volta a
Deus e os prepararia para a vinda do Senhor. O mesmo anjo
que proclamou o nascimento de João apareceu a uma jovem
chamada Maria. Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, por
que achaste graça diante de Deus, E eis que em teu ventre conceberás,
e darás à luz umfilho, e pôr-lhe-ás o nome deJesus. Este será grande
e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o tro
no de Davi, seu pai, e reinará eternamente na casa deJacó, e o seu
Reino não teráfim (1.30-33).
Maria e José (seu futuro esposo) viajaram para Belém,
onde Maria deu à luz o bebê Jesus em um estábulo, pois não
havia lugar para eles na estalagem. Anjos e pastores alegra
ram-se (2.1-39). E o menino crescia e se fortalecia em espírito,
cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele (2.40).
João Batista começou a pregar no deserto, chamando o
povo de Deus ao arrependimento: Eu, na verdade, batizo-vos
com água, mas eis que vem aquele que é mais poderoso do que eu,
a quem eu não sou digno de desatar a correia das sandálias; este vos
batizará com o Espírito Santo e comfogo (3.16).
Jesus apresentou-se a João para ser batizado e, então, saiu
para o deserto a fim de jejuar e orar por 40 dias. Isso foi uma
preparação para o Seu ministério na terra (3.21—4.13). Ele
começou em Sua terra natal, Nazaré, identificando-se como
aquele de quem o profeta Isaías havia falado: O Espírito do
Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres,
enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade
aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a
anunciar o ano aceitável do Senhor. E, cerrando o livro e tornando
a dá-lo ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga
estavam fito s nele. Então, começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu

(4.18-21).
esta Escritura em vossos ouvidos
Em uma série de encontros extraordinários e comoven
tes, Jesus curou doentes, expulsou espíritos maus e trouxe
mortos de volta à vida (4.31-44; 5.12-26; 7.1-17; 8.26-56;
9.37-45; 13.10-17; 17.11-19; 18.35-43). Independente da
nacionalidade ou da condição financeira, mesmo se fossem
considerados pecadores ou santos pela sociedade, todos que fo
ram a Ele experimentaram Sua misericórdia, Sua compaixão
e Seu amor.
Jesus replicou àqueles que o criticaram por andar junto
de pessoas de reputação ruim: Não necessitam de médico
os que estão sãos, mas sim os que estão enfermos (5.31).
Quando uma mulher pecadora ungiu os pés de Jesus com
um perfume valioso e lavou-os com suas lágrimas, Cristo
disse aos fariseus que observavam a cena com reprovação em
seus corações: Por isso, te digo que os seus muitos pecados
lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem
pouco é perdoado pouco ama (7.47).
Jesus chamou Seus seguidores —Seus discípulos —para
unirem-se a Ele em Seu ministério (5.1-11,27-32; 9.1-9;
10.1-24). Ele escolheu 12 deles para serem apóstolos: Simão,
ao qual também chamou Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João;
Filipe e Bartolomeu; Mateus eTomé; Tiago, filh o deAlfeu, e Simão,
chamado Zelote; Judas, filh o de Tiago, e Judas Iscariotes, que fo i o
traidor(6.14-16). Jesus pregou e ensinou muitas coisas, in
cluindo a necessidade de humilhar-se e arrepender-se diante
de Deus, a paciência e a perseverança em momentos de so
frimento, o perdão e o amor —mesmo aos nossos inimigos
(6.17-45). Ele usou parábolas para ensinar aos que tinham
ouvidos para ouvir acerca do Reino de Deus, da verdade e

da fé. Muitas vezes, depois ter ensinado, Jesus esclareceu aos
discípulos o significado escondido de Suas histórias (6.46
49; 8.1-18; 10.25-37; 11.29-36; 12.13-21,35-48; 13.18-30;
14.1— 16.31; 18.1-14; 19.11-27). Ele acalmou uma tempes
tade e alimentou cinco mil pessoas com cinco pães e dois
peixes, demonstrando o poder e a autoridade que lhe foram
dados (8.22-25; 9.10-17). Ele ensinou Seus discípulos a orar
de um modo agradável a Deus (11.1-13). Jesus confrontou
os líderes religiosos corruptos daquele tempo, expondo sua
iniquidade e sua hipocrisia (11.37-54). Ele abraçou as crian
ças com amor porque dos tais é o Reino de Deus (18.16).
Quando Jesus entrou na cidade de Jerusalém, as pesso
as receberam-no como um rei (19.28-44). Ele expulsou os
vendedores que estavam profanando o templo. Dizendo-lhes:
Está escrito: A minha casa é casa de oração; mas vós fizestes dela
covil de salteadores. E todos os dias ensinava no templo; mas os p rin
cipais dos sacerdotes, e os escribas, e os principais do povo procuravam
matá-lo e não achavam meio de ofazer, porque todo o povo pendia
(19.46-48).
para ele, escutando-o
Jesus respondeu aos desafios dos fariseus e dos saduceus
sobre questões doutrinárias complicadas enquanto avisava
aos Seus seguidores acerca do sofrimento e da perseguição
que sofreriam por amor a Ele (20.1-38).
Durante a ceia da Páscoa, Jesus instituiu uma nova ce
lebração —a Ceia do Senhor —que celebraria Sua morte na
cruz um dia. Fazei isso em memória de mim (22.19). O Messias
revelou aos discípulos que um deles (Judas) estava para traí
-lo (26.17-30). Na verdade, Jesus declarou que todos os Seus
discípulos fugiríam brevemente. Pedro protestou, dizendo
que ele nunca abandonaria Jesus mesmo que todos o aban

donassem. Mas, o Mestre revelou a Pedro que, por três vezes,
naquela mesma noite, ele negaria conhecê-lo (22.7-38).
quanto Jesus orava pelo sofrimento que estava por vir —por
associado a Jesus: E, virando-se o Senhor, olhou para Pedro, e
Pedro lembrou-se da palavra do Senhor, como lhe tinha dito: Antes
que o galo cante hoje, me negarás três vezes. E, saindo Pedro para
fora, chorou amargamente (22.60-62).
O Sinédrio entregou Jesus ao governador romano, Pôn-
cio Pilatos, que o enviou para o rei Herodes; depois, o rei
enviou-o novamente de volta a Pilatos. Assim como o rei He
rodes, Pilatos achou que Jesus era inocente de qualquer crime.
Mas, o governador romano cedeu à pressão dos líderes judeus,
que já haviam convencido o povo a voltar-se contra Jesus e a
pedir Sua execução. Jesus foi crucificado entre dois crimino
sos, um deles juntou-se à multidão e debochou de Cristo. O
outro criminoso repreendeu o primeiro: Tu nem ainda temes a
Deus, estando na mesma condenação? E nós, na verdade, com justiça,
porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum
m alfez. E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares
no teu Reino. E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás
(23.40-43).
comigo no Paraíso

estava vazia. Um anjo disse-lhes: Por que buscais o vivente entre
os mortos (24.5,6)? O próprio Jesus apareceu a outros dois
discípulos que andavam na estrada para Emaús (24.13-35).
O Mestre, então, apresentou-se a todos eles e lembrou-os de
tudo que lhes ensinara. O Senhor ordenou que esperassem
até que o Espírito Santo lhes fosse enviado. Assim, seriam
Suas testemunhas e pregariam o evangelho em todas as nações
(24.36-49). Jesus levou Seus discípulos para fora da cidade,
onde se despediu deles: E levou-os fora, até Betânia; e, levan
tando as mãos, os abençoou. E aconteceu que, abençoando-os ele, se
apartou deles efo i elevado ao céu. E, adorando-o eles, tornaram com
grande jú b ilo para Jerusalém (24.50-52).
Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia
perdido. (Lucas 19.10)

srw mm
S Mais sobre essa história na Bíblia: Para saber mais sobre

a vida, a morte e a ressurreição de Jesus, veja os Evangelhos
de Mateus, Marcos e João. O livro de Atos é a sequência ou
o segundo volume do Evangelho de Lucas, o qual continua
a história da Igreja primitiva após a ascensão de Jesus ao céu.
Lucas foi um cristão gentio (não judeu) que acompanhou
o apóstolo Paulo em suas viagens missionárias muitas vezes.
Podemos encontrar referências ou menções a Lucas em Atos
16.10-17; 20.5-15; 21.1-8; 27.1—28.16; Colossenses 4.14;

Filemom 24 e 2 Timóteo 4.11.
Magnificat: Uma palavra do latim que significa glorificar; o
cântico de Maria ou cântico de louvor a Deus em Lucas
1.46-56 é conhecido como Magnificat.
Batismo: Lavar cerimonialmente com água, simbolizando
uma limpeza espiritual interior.
Apóstolo: Um mensageiro; alguém que foi especialmente es
pulos ou apóstolos); um missionário; um líder na igreja.
H Você sabia? Estudiosos da Bíblia acreditam que muitos de
talhes acerca do nascimento e da infância de Jesus que apare
cem somente no Evangelho de Lucas, provavelmente, vieram
de suas conversas com Maria, mãe de Jesus. Como Lucas
escreveu: M aria guardava todas essas coisas, conferindo-as em seu
coração (Lc 2.19).
El Fazendo a conexão: Maravilhosa. E a única maneira de

descrever a incrível transformação que houve na vida de
John Newton, um marinheiro que viveu por volta de 1700
d.C. Ele teve uma vida de bebedeira, profanação e imorali
dade. Newton era um homem repulsivo e mal-humorado,
desprezado por todos que o conheciam. O marinheiro não
se preocupava com ninguém além de si mesmo e buscava
apenas sua própria satisfação. Quando Newton tornou-se ca

pitão de seu próprio navio negreiro, seu coração endurecido
ficou ainda mais duro. Então, certa noite, John foi pego por
uma enorme tempestade. Ele ficou face a face com o terrível
medo da morte. Como marinheiro experiente, Newton sa
bia que tinha poucas chances de sobreviver e que não estava
pronto para encarar a eternidade.
John tentou clamar a Deus, por Sua misericórdia, mas
foi subitamente interrompido pelo pensamento de que pou
co a merecia. Durante uma noite penosa, vasculhando sua
alma, percebeu que era um pecador e que precisava de um
Salvador. Aquele marinheiro começou a entender o signi
ficado da graça de Deus. Newton sobreviveu à tempestade
daquela noite, mas jamais foi o mesmo. Ele emergiu como
um novo homem daquela experiência.
Aos 39 anos, o antigo mercador de escravos tornou-se
um pastor que dedicou o resto de sua vida a compartilhar
as boas-novas do evangelho com os outros: que Jesus Cristo
veio buscar e salvar o que se havia perdido (19.10). Mais tarde,
refletindo sobre a experiência daquela noite de tempestade
—e sobre o precioso texto bíblico —ele escreveu as palavras
que tocaram milhões de corações, as quais se tornaram uma
música conhecida como A m a zin g Grace, sua letra diz o se
guinte: Maravilhosa graça - quão doce é o som - que salvou um
miserável como eu! Eu estava perdido, mas agora f u i encontrado, eu
Louvado seja Deus! A mesma graça
estava cego, mas agora vejo.
que John Newton experimentou está disponível para nós
hoje!
JOÃO
11 O livro: João
IS O autor: João, o discípulo amado
B O público: Aqueles que ainda não conheciam Jesus como
Filho de Deus e como Salvador
II O cenário: Escrito na Ásia Menor, entre 70 d.C. e 95 d.C.
8 A história: João escreveu seu próprio Evangelho —o seu

relato das boas-novas —para que creiais queJesus é o Cristo, o Fi
lho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome (20.31).
João escolheu mostrar os aspectos terrenos do ministério de
Jesus que apontam para a verdade salvadora e transformadora.
ü A m ensagem : João começou sua história bem no início —
o início dos tempos! Ele explicou: No princípio, era o Verbo, e o
Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio
com Deus. Todas as coisasforam feitas por ele, e sem ele nada do que
foi feito sefez. Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens; e
a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam. (...)
Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o co
nheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas a
todos quantos o receberam deu-lhes o poder de seremfeitos filhos de
Deus: aos que creem no seu nome (1.1-5,10-12).
Ainda sobre Jesus, João disse: E o Verbo sefez carne e ha
bitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do
Pai, cheio de graça e de verdade (1.14).
João Batista foi enviado por Deus para chamar Seu povo
ao arrependimento, convocando-o a voltar para o Senhor e
preparando-o para vinda de Cristo. João respondeu-lhes, dizen
do: Eu batizo com água, mas, no meio de vós, está um a quem vós
não conheceis. Este ê aquele que vem após mim, que foi antes de
mim, do qual eu não sou digno de desatar as correias das sandálias
(1.26,27). Quando Jesus apresentou-se a João para ser batiza
do, João exclamou: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do
mundo. (...)£ eu vi e tenho testificado que este I o Filho de Deus
(1.29,34).
Depois do Seu batismo, Jesus começou a pregar e a en
sinar. Ele chamou Seus seguidores —Seus discípulos —para
unirem-se a Ele em Seu ministério (1.35-50). Jesus voltou
-se para os que tinham fome e sede de justiça —aqueles que
ansiavam por conhecer a Deus de uma maneira mais pro
funda - e também para aqueles que desesperadamente ne
cessitavam do Seu perdão. O Senhor disse a Nicodemos: Na
verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não
pode ver o Reino de Deus (3.1-21). À mulher no poço, Jesus
disse: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede, mas aquele
que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que
eu lhe der sefará nele umafonte de água ajorrar para a vida eterna
(4.13,14). A mulher adúltera, Ele simplesmente disse: vai-te e
não peques mais (8.11).
Jesus transformou água em vinho, andou sobre o mar,
expulsou demônios, curou doentes e ressuscitou mortos. Ele
alimentou cinco mil pessoas com dois peixes e cinco pães
(2.1-11; 4.43—5.15; 6.1-21; 9.1-41; 11.1-44). Cada um dos
milagres —os sinais e as maravilhas —revelou algo acerca de
quem Jesus era. Posteriormente, Ele explicou: Eu sou o pão da
vida (6.35); Eu sou a luz do mundo (8.12); Eu sou o bom Pastor
(10.11); Eu sou a porta das ovelhas (10.7); Eu sou a videira
(15.5); Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao
Pai senão por mim (14.6). Jesus confrontou os líderes religiosos
corruptos daquele tempo, expondo sua iniquidade, sua hipo

crisia e sua teimosia incrédula (7.45-52; 8.12-59; 10.22-41).
Então, os fariseus e os saduceus começaram a planejar a morte
do Filho de Deus (11.45-57).
Quando Jesus entrou na cidade de Jerusalém, as mul
tidões ajuntaram-se ao Seu redor, gritando: Bendito o Rei de
Israel que vem em nome do Senhor (12.13)! Durante a celebra
ção da Páscoa, Jesus lavou os pés dos discípulos e deixou um
exemplo do tipo de atitude, vinda do coração, que Ele dese
java ver neles. Ele previu que seria traído, bem como anteci
pou Sua morte - e adiantou que Pedro o negaria (12.20-38).
Os discípulos ficaram abalados ao saberem que Ele os
deixaria em breve. Jesus disse-lhes: Não se turbe o vosso cora
ção; credes em Deus, crede também em mim. N a casa de meu Pai
há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou
preparar-vos lugar. E, se eu fo r e vos preparar lugar, virei outra vez
e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais
vós também (14.1-3). Ele prometeu enviar Seu Santo Espírito
para liderá-los e guiá-los por tudo o que viria (14.1— 16.33).
No jardim do Getsêmani, Jesus orou por si mesmo e por
Seus discípulos, bem como por todos que creriam nele, um
dia, por intermédio da Sua mensagem (17.1-26). Judas levou
os soldados romanos ao jardim para prenderem Jesus, que foi
julgado diante do Sinédrio (o sumo sacerdote, os anciões e
os mestres da Lei). No pátio, do lado de fora, Pedro estava
apavorado e, repetidamente, afirmou que não conhecia Jesus,
exatamente como Ele disse que Pedro faria.
O Sinédrio entregou o Filho de Deus ao governador ro
mano, Pôncio Pilatos, o qual achou Jesus inocente de qualquer
D NOVO TESTAMENTO - LIVRO POR LIVRO 247
crime, mas cedeu à pressão política e ordenou Sua execução

para agradar aos líderes judeus. Pilatos, pois, tomou, então, aJesus
e o açoitou. E os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, lha puseram
sobre a cabeça e lhe vestiram uma veste de púrpura. E diziam: Salve,
rei dos judeus! E davam-lhebofetadas (19.1-3).
Jesus foi crucificado e, acima dele, na cruz, foi colocada
uma placa que dizia: Jesus de Nazaré, o R ei dos Judeus. Ele
recebeu um enterro apressado, pois nenhum trabalho poderia
ser feito depois do pôr do sol no sábado. Depois do Sábado,
Maria Madalena descobriu a tumba vazia e alertou Pedro e
João; os discípulos ficaram perturbados, achando que alguém
havia roubado o corpo de Jesus. Porque ainda não sabiam a
Escritura, que d iz que era necessário que ressuscitasse dos mortos
(20.9).
Depois de ressurreto, Jesus apareceu primeiramente à
Maria Madalena e, então, aos outros discípulos. Ele mostrou
a Tomé as marcas dos cravos em Suas mãos e a ferida em Seu
lado como prova de quem era —como prova de que foi cru
cificado, e ressuscitou dos mortos. Jesus disse: Porque me viste,
Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram (20.29)!
Em uma manhã, bem cedo, Jesus apareceu novamente aos
Seus discípulos na praia e levou-os a uma maravilhosa pesca.
Ele deu a Pedro a oportunidade de afirmar, por três vezes, seu
amor por Ele (assim como Pedro negara-o por três vezes) e
recolocou-o como um dos 12 discípulos com esta ordem:
Apascenta as minhas ovelhas (21.17).
João concluiu: H á, porém, ainda muitas outras coisas que Je
sus fe z ; e, se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda
o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem (21.25).
- r . ”* à> - " -_ . -i „ t ,
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu
Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça,
mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao

mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o
mundo fosse salvo por ele. (João 3.16,17)
U Mais sobre essa história na Bíblia: Para saber mais sobre

a vida, o ministério, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo,
veja os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas. Junto de seu
irmão Tiago, João foi um dos 12 discípulos chamados por
Jesus para unir-se a Ele em Seu ministério, também foi um
dos fundadores da Igreja primitiva. Para ler mais escritos de
João, veja '1 João, 2 João, 3 João e Apocalipse.
O Verbo: O meio pelo qual Deus se dá a conhecer; o abso
luto, eterno e supremo ser de Jesus Cristo.
EU SOU: No Antigo Testamento, Deus revelou ao povo que
Seu nome é EU SOU ou EU SOU O QUE SOU (a palavra
hebraica, às vezes, é traduzida como Yahweh ou Jeová); por
todo o Evangelho de João, podemos ver passagens nas quais
Jesus identificou-se como Deus - o Filho de Deus - cujo
nome é EU SOU.
Glória: Beleza, poder, ou honra; a qualidade do caráter de
Deus que enfatiza Sua grandeza —Sua majestade, Sua autori
dade, Sua beleza e Sua perfeição moral.
Sinais: Algo que representa (ou distingue) alguém (ou algu
ma coisa) maior e mais significativo do que ele mesmo; o
significado mais profundo das maravilhas e dos milagres que

Jesus fez.
11 Você sabia? João explicou muito clara, concisa e convincen
temente quem Jesus é. Por causa disso, muitos pastores, evan
gelistas e professores da Bíblia recomendam que as pessoas
que estejam “buscando” (espiritualmente falando) - aqueles
que estão indecisos ou que são novos na fé cristã —comecem
seu estudo da Bíblia pelo Evangelho de João.
H Fazendo a conexão: Qual é a diferença entre um cristão
e um cristão nascido de novo? Tecnicamente, não deveria haver
nenhuma! As Escrituras dizem-nos que todos que puseram
sua fé em Cristo —todos os crentes de verdade —nasceram
de novo e são feitos novas criaturas em Cristo 0o 3.3; 2 Co
5.17).
O termo nascido de novo tornou-se popular 30 ou 40
anos atrás, durante um tempo de avivamento espiritual. Ele
foi usado como um modo de diferenciar aqueles que se iden
tificavam como cristãos devotos ou entusiasmados daqueles
que, nominal ou culturalmente, eram “cristãos” apenas. Em
bora, às vezes, o termo seja usado de modo depreciativo pelos
descrentes hoje, a frase cristão nascido de novo simplesmente
descreve alguém que tem uma fé viva - um relacionamento
pessoal com Jesus Cristo.
3 Pense nisso: Estava no mundo, e o mundo f o i fe ito por ele e o
mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o
receberam(1.10,11). Jesus foi alvo de deboche e humilhação.
Cuspiram em Cristo, socaram-no e chicotearam nosso Se
nhor. Uma coroa de espinhos feriu Sua cabeça. Uma espada
furou Seu lado. Ele foi pregado na cruz e condenado a uma
morte brutal e agonizante.
Verãadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e

as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido
de Deus e oprimido. Mas ele f o i ferido pelas nossas transgressões e
moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava
sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados. Todos nós andamos
desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho,
mas o S E N H O R fe z cair sobre ele a iniquidade de nós todos (Is
53.4-6).
A Bíblia conta-nos que o sangue de Jesus foi derramado
por nós. Naquele dia, na cruz, Ele pagou a pena pelo nosso
pecado e recebeu a punição em nosso lugar. Agora, graças a
Jesus, fomos libertos do poder do pecado e da morte. Fomos
reconciliados com Deus. Recebemos vida eterna. A tragé
dia virou triunfo. Um dia de tristeza tornou-se um dia de
celebração.
ATOS DOS APÓSTOLOS
E O livro: Atos
@ O autor: Lucas, o médico
M O público: Teófilo, um governador romano
81 O cenário: Escrito em Cesareia e em Roma, entre 60 d.C.

e 62 d.C.
11 A história: O livro de Atos é a história da Igreja primitiva.
Ele conta o que aconteceu com aqueles primeiros discípulos
depois que Jesus ressuscitou dos mortos e ascendeu ao céu.
Ele é chamado, algumas vezes, de Atos dos Apóstolos; talvez
fosse mais corretamente descrito como Atos do Espírito Santo
- afinal, foi claramente o Espírito de Deus quem capacitou
Sua Igreja para espalhar as boas-novas do evangelho por todo

lugar e também a capacitou para operar milagres na vida de
todos que foram alcançados.
18 A mensagem: Jesus disse aos Seus discípulos: E, estando com
eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas
que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes.
Porque, na verdade,João batizou com água, mas vós sereis batizados
com o Espirito Santo, não muito depois destes dias. (...) Mas recebe
reis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda aJudeia e Samaria
e até aos confins da terra (1.4,5,8).
No Dia de Pentecostes, todos os discípulos estavam reu
nidos no mesmo lugar; e, de repente, veio do céu um som, como de
um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que esta
vam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que
defogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios
do Espírito Santo e começaram afalar em outras línguas, conforme o
Espírito Santo lhes concedia quefalassem (2.2-4).
Os discípulos saíram pelas ruas da cidade, pregando em
línguas que não conheciam. E emJerusalém estavam habitando
judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu.
E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão e estava confusa,
porque cada um os ouviafalar na sua própria língua (2.5,6).
Pedro levantou-se para falar à multidão e explicar-lhe o
que acontecera. Ele disse ao povo: Arrependei-vos, e cada um de
vós seja batizado em nome deJesus Cristo para perdão dos pecados,
e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa vos diz
respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos
quantos Deus, nosso Senhor, chamar (2.38,39). Mais de três mil
pessoas responderam à mensagem dele.
Capacitados pelo poder do Espírito Santo, os cristãos

começaram a pregar, ensinar, curar doentes, expulsar demô
nios e ressuscitar mortos aonde quer que fossem — exata
mente como Jesus disse que fariam (2.1—6.7). O evangelho
espalhou-se como uma chama, para a tristeza dos líderes re
ligiosos daquele tempo. Depois de curar um aleijado do lado
de fora do templo, Pedro e João foram levados perante o Si-
nédrio (o conselho judeu) para dar explicações. Com grande
ousadia, Pedro testemunhou que em nome de Jesus Cristo, o
Nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou
dos mortos, em nome desse é que este está são diante de vós. (...) E
em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu ne
nhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser
salvos(4.10,12).
Posteriormente, Filipe encontrou um oficial etíope que
lutava para entender as escrituras do Antigo Testamento. Fili
pe explicou-lhe como Jesus cumprira a palavra dos profetas;
e o homem foi batizado naquele mesmo momento —le
vando as boas-novas consigo, ele retornou ao seu próprio
país (8.26-40). Mais e mais pessoas uniram-se à comunidade
daqueles que depositaram sua fé em Cristo. E era um o coração
e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa al
guma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram
comuns. E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da
ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça
(4.32,33).
Assim como a Igreja crescia, também cresciam as hos
tilidades e as oposições a ela. Estêvão tornou-se o pri
meiro mártir (cristão) quando foi apedrejado até a morte,
pelos membros do Sinédrio, por ter pregado o evangelho
(6.8—7.60). E fez-se, naquele dia, uma grande perseguição

contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos
pelas terras da Judeia e da Samaria, exceto os apóstolos (8.1).
Contudo, o Espírito Santo tinha um propósito, inclusive
nessa situação, pois os que andavam dispersos iam por toda parte
anunciando a palavra (8.4).
Um fariseu chamado Saulo, jovem e zeloso, viajava para
Damasco, onde pretendia prender os cristãos que ah viviam.
De repente, uma luz cegou-o e derrubou-o no chão. Ele ou
viu uma voz chamando-o: Saulo, Saulo,por que me persegues? E
ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: E u souJesus, a quem
tu persegues (9.4-6). Naquele momento, Saulo tornou-se um
cristão. O nome dele foi mudado para Paulo. Deus anunciou:
este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante
(9.15). Paulo começou
dos gentios, e dos reis, e dosfilh o s de Israel
a pregar e a'ensinar poderosamente o mesmo evangelho que
ele tentou destruir certa vez.
Enquanto isso, Pedro teve uma visão na qual Deus re
velou-lhe que, na verdade, toda comida era limpa. Não seria
mais necessário viver pelas regras e pelos regulamentos ceri
moniais estabelecidos na Lei de Moisés. Naquele momento,
um centurião romano —um gentio temente a Deus —man
dou chamar Pedro. Por causa dessa visão, o apóstolo não teve
medo de contaminar-se ao entrar em uma casa não judia, em
um lar impuro cerimonialmente.
Quando Pedro pregou o evangelho ao centurião, a
família e os amigos deste, os quais também eram gentios,
imediatamente creram e foram cheios do Espírito Santo, e
falaram em línguas, assim como os discípulos haviam feito
(10.1-48). Chocado, Pedro exclamou: Reconheço, por verdade,
que Deus não fa z acepção de pessoas; mas que lhe ê agradável aque
le que, em qualquer nação, o teme e fa z o que é justo (10.34,35).
Posteriormente, ele explicou ao conselho da Igreja em Jeru
salém: Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-
-Ihes o Espírito Santo, assim como também a nós (15.8,9). Dali
em diante, os discípulos decidiram receber os crentes gentios
como seus irmãos e suas irmãs em Cristo, sem exigir que
observassem as leis e costumes judaicos (11.1-18; 15.1-29).
Paulo e Barnabé partiram em uma viagem missioná
ria para anunciar as boas-novas do evangelho aos povos de
Chipre, Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra e Derbe (12.25—
14.28). E a palavra do Senhor se divulgava por toda aquela
província (13.49). Em outra viagem, Silas e Timóteo jun
taram-se a Paulo e foram com ele da Galácia para Fihpos
(16.1-40). Em Filipos, Paulo e Silas foram presos depois de
expulsarem' um demônio de uma escrava que via o futuro.
Esse evento causou um tumulto na cidade. Perto da meia-
noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os
outros presos os escutavam (16.25).
Um terremoto fez com que as portas da prisão abrissem
e as correntes desprendessem-se. Pensando que os prisionei
ros haviam escapado, o carcereiro preparou-se para tirar sua
própria vida, mas Paulo e Silas impediram-no, afirmando que
todos ainda estavam lá. Impressionado com tanto caráter e
com tanta integridade —e com o poder de Deus em favor
deles —o carcereiro clamou-lhes: Senhores, que é necessário que
eu faça para me salvar? Paulo e Silas responderam-no: Crê no
Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa (16.30,31).
Paulo e seus companheiros viajaram para Tessalônica, Be-

reia, Atenas, Corinto, Éfeso, Macedônia e Grécia —pregando as
boas-novas do evangelho. Às vezes, eram recebidos de braços

abertos. Em outras ocasiões, eram vistos com suspeita, hostilida
de e oposição (17.1—20.38). No caminho de volta, enquanto
passava por Èfeso, Paulo disse a seus queridos amigos: E, agora, eis
que, ligado eu pelo espírito, vou paraJerusalém, não sabendo o que lá me
há de acontecer, senão o que o Espírito Santo, de cidade em cidade, me re
vela, dizendo que me esperamprisões e tribulações. Mas em nada tenho
a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha
carreira e o ministério que recebi do SenhorJesus, para dar testemunho
do evangelho da graça de Deus (20.22-24).
Após chegar a Jerusalém, quase imediatamente, Paulo foi
preso e julgado diante do Sinédrio, dos governadores roma
nos Félix e Festo, e do rei Herodes Agripa II (21.27—26.32).
Por fim, como cidadão romano, Paulo apelou para César.
Então, ele partiu para Roma, onde - depois de sobreviver
a uma tempestade, a um naufrágio e à picada de uma cobra
venenosa —viveu prisioneiro em uma casa, aguardando seu
julgamento (27.1—28.31). E Paulo ficou dois anos inteiros na
sua própria habitação que alugara e recebia todos quantos vinham
vê-lo, pregando o Reino de Deus e ensinando com toda a liberdade
as coisas pertencentes ao SenhorJesus Cristo, sem impedimento al
gum (28.30,31).
Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre

vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em
toda aJudeia e Samaria e até aos confins da terra. (Atos 1.8)
Ê Mais sobre essa história na Bíblia: Atos é a sequência ou

o segundo volume do Evangelho de Lucas. Todos os quatro
Evangelhos —Mateus, Marcos, Lucas e João —fornecem o
contexto do povo e dos eventos que aconteceram no livro
de Atos. Muitas das cartas que seguem Atos, no Novo Testa
mento, foram escritas por pessoas e para pessoas cujas histórias
são contadas neste livro. Por exemplo, Atos apresentou-nos o
apóstolo Paulo e este, por sua vez, mencionou seu querido
amigo Lucas em Colossenses 4.14, 2 Timóteo 4.11 e File-
mom 1.24.
Testemunha: Aquele que compartilha com outras pessoas o
que viu ou o que ouviu; alguém que testifica, que dá evidên
cia ou prova.
Igreja: Local de reunião dos cristãos; também pode ser a co
munidade de todos os crentes, em todo lugar, em todos os
tempos.
Comunhão: Amizade, companheirismo; compartilhar coisas
em comum uns com os outros; uma comunidade de pessoas
unidas que pensam de forma semelhante. A frase a comunhão
dos crentes é usada, algumas vezes, para referir-se ao ajuntamen
to ou à congregação de cristãos, assim como em uma igreja.
Pentecostes: Um termo originalmente usado para o festival
judeu conhecido como Festa das Semanas ou Festa das Co
lheitas, o Dia das Primícias; os cristãos usam a palavra Pente
costes para falar do dia em que o Espírito Santo veio sobre os
primeiros discípulos e encheu-os com Seu poder. (Os cris
tãos pentecostais acreditam que o Espírito Santo ainda capa
cita os crentes da mesma maneira hoje em dia - com sinais,
maravilhas e com o falar em línguas).
Perseguir:Tratar alguém de forma cruel ou injusta por causa

de suas idéias ou crenças.
ü Pense nisso: Muitos dos primeiros discípulos foram apri
sionados, torturados e executados por sua fé. Em dado mo
mento, o rei Herodes prendeu Simão Pedro, pois planejava
levá-lo a julgamento depois da Páscoa. Pedro estava guardado
por um esquadrão de 16 homens e passou o tempo todo
acorrentado entre dois soldados. Mas, apesar dos planos de
Herodes, não era a hora de Pedro partir. Deus ainda tinha
trabalho para ele fazer. Na noite anterior ao julgamento: eis
que sobreveio o anjo do Senhor, e resplandeceu uma luz na prisão; e,
tocando a Pedro no lado, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa!
E caíram-lhe das mãos as cadeias (At 12.7).
Ao ler esse versículo, algo estranho ou incomum chamou
sua atenção —além da visitação angelical? Se você estivesse em
uma cela de prisão, sabendo que, provavelmente, seria execu
tado de manhã, o que faria naquele momento? Andaria ansio
samente pelo corredor? Retorcería as mãos por causa do ner
vosismo? Clamaria a Deus por causa do medo e do desespero
ou dormiría profundamente, de modo que alguém tivesse de
tocá-lo para acordá-lo? Como Pedro conseguiu? Como pôde
dormir naquela hora? Resumindo: confiança.
Pedro confiava total e completamente em Deus. Ele
sabia que sua vida estava nas mãos de seu Pai celestial. De
um modo ou de outro, as coisas dariam certo. Se ele vivesse,
Deus estaria com ele. Se morresse, ele estaria com Deus. De
qualquer maneira, tudo daria certo para ele. Quando você
vive nessa perspectiva, pode dormir a qualquer momento!
H Você sabia? Os primeiros cristãos eram simplesmente co
nhecidos como discípulos ou seguidores de Jesus Cristo. (No
começo, a maioria deles era composta de devotos judeus que

reconheciam Jesus como o Messias. Eles não pensavam em
si mesmos como um grupo que pertencia a uma fé diferente
daquela do judaísmo). Com o tempo, os cristãos começaram
a chamar uns aos outros de seguidores do Caminho —porque
Jesus dissera: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém
vem ao Pai senão por mim (veja João 14.6; Atos 9.2; 19.9,23;
22.4 e 24.14). O livro de Atos explica que foi na cidade de
Antioquia que, pela primeira vez, aqueles que pertenciam a
Cristo foram chamados cristãos (At 11.26).
ü Fazendo a conexão: Alguns de nós aprendemos, com ou
tra pessoa, tudo o que sabemos sobre nossa fé. Infelizmente,
a falta de experiência (em primeira mão) com a Palavra de
Deus pode colocar-nos em desvantagem real quando o as
sunto é viyer a fé que professamos. Por algum motivo, perde
mos a alegria da descoberta pessoal - a emoção de quando,
por meio das Escrituras, Deus fala diretamente conosco. Não
sentimos a confiança necessária para dividir nossas crenças e
nossas convicções porque não podemos confirmá-las com a
Palavra.
Não temos certeza do que a Bíblia diz ou de onde ela diz.
Pior de tudo, quando ficamos satisfeitos em crer na palavra
de outra pessoa, abrimo-nos para falsas doutrinas —ensinos
incorretos ou enganosos. Atos 17.11 diz-nos que o povo de
Bereia tinha uma abordagem muito diferente. Quando Paulo
pregou o evangelho de Jesus Cristo, os bereanos ouviram a
sua mensagem com grande ansiedade, examinando cada dia
nas Escrituras se estas coisas eram assim. Como eles estudavam
a Palavra por conta própria, foram capazes de reconhecer e
de discernir a verdade na mensagem do evangelho, por isso
receberam-na com grande alegria. Em sua dedicação, deixa

ram um grande exemplo para todos nós que somos cristãos
hoje.
ROMANOS
B O livro:Romanos
K O autor: O apóstolo Paulo
ü O público: Os cristãos romanos, tanto judeus como gentios

(não judeus)
H O cenário: Escrito em Corinto, em 57 d.C.
B A história: Por muitos anos, o apóstolo Paulo teve o desejo

de visitar os novos crentes que viviam em Roma. A Igreja
daquela cidade amda não havia recebido qualquer ensino ou
treinamentô formal. Na verdade, Paulo planejava viajar para
Roma em um futuro próximo. Enquanto a oportunidade
não chegava, ele escreveu aos cristãos uma longa carta para
explicar-lhes os ensinos básicos da fé cristã de uma maneira
mais completa. Paulo queria que os romanos entendessem
o plano de Deus para a salvação dos judeus, bem como dos
gentios —e como deveriam viver de modo diferente, agora,
que haviam se tornado cristãos.
S A mensagem : Depois de saudar os romanos afetuosamente,
Paulo começou a lançar os fundamentos da fé em Cristo.
Ele explicou como os seres humanos irritaram seu Cria
dor, mostrando sua rejeição, sua rebeldia e sua ignorância
(1.18-27). Já que as pessoas faziam tanta questão de seguir
seu próprio caminho, Deus permitiu que elas se afundassem
cada vez mais na rebelião e no pecado (1.28-31). Paulo disse
que Deus tinha todo direito de julgar a humanidade por sua

iniquidade - o que Ele certamente fará (2.1-16). O Senhor
deu a Lei de Moisés ao Seu povo não apenas para ensiná-lo a
diferença entre o certo e o errado, mas para revelar-lhe a na
tureza pecaminosa dos seus corações —sua má vontade e sua
inabilidade em fazer o que Ele lhe pedia (2.17—3.9). Não
há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não
há ninguém que busque a Deus (3.10,11). Nós somos os culpa
dos pela desobediência à Lei e merecemos a condenação —a
morte.
Por ser um Juiz justo, Deus não poderia permitir que o
pecado ficasse sem punição. Assim, Ele enviou Seu filho Jesus
para receber a pena em nosso lugar (3.22-25). Paulo afirmou
que a fé em Jesus é o que nos torna justos, e não nossas in
significantes tentativas de obedecer à Lei; assim como tam
bém foi a fé —e não as boas ações —que justificou Abraão
(3.27—4.25). Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a
seu tempo pelos ímpios. Porque apenas alguém morrerá por um jus
to; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus
prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo
nós ainda pecadores (5.6-8).
Nós obtemos nossa natureza pecadora de Adão, como
uma herança de nosso ancestral. Porém, da mesma forma que
o pecado de Adão amaldiçoou toda a humanidade, o sacri
fício de Jesus salvou toda a humanidade. Porque, como, pela
desobediência de um só homem, muitosforamfeitos pecadores, assim,
pela obediência de um, muitos serãofeitos justos (5.19).
Já não somos mais escravos do pecado —impulsionados por
nossa natureza em direção à rebeldia e à desobediência. Fo
mos libertos e, agora, somos escravos da justiça, ansiosamente
desejosos de amar e servir (6.15-22). Ainda assim, é um de

safio vencer os hábitos e os padrões de comportamento do
nosso passado (7.7-25)! Embora nossa salvação tenha sido
alcançada com a morte de Jesus na cruz, ainda não estamos
no céu. Continuamos lutando contra a tentação e, às vezes,
caímos realmente em pecado. Portanto, agora, nenhuma conde
nação há para os que estão em CristoJesus, que não andam segundo
a carne, mas segundo o espírito (8.1). Nós não vivemos com
medo do julgamento e da ira de Deus. Ele é nosso Pai e
somos Seus filhos, os quais Ele ama muito (8.15). O sofri
mento e as dificuldades que passamos nesta vida não durarão
muito (8.18-27). Eles serão vencidos, pois Deus prometeu
-nos a vitória: Mas em todas estas coisas somos mais do que
vencedores, por aquele que nos amou (8.37).
Paulo nutria um profundo desejo de que os judeus
que rejeitaram Jesus reconhecessem que Ele era o Messias e
colocassem sua fé nele. Juntos, os crentes judeus e os cren
tes gentios tornaram-se o novo povo de Deus —os cristãos
(9.30— 11.32). Paulo concluiu sua carta com instruções de
talhadas sobre como os cristãos deveriam viver —em amor e
em unidade uns com os outros, em paz com a comunidade
e com os seus líderes (12.1— 16.22). Ora, o Deus de esperança
vos encha de todo o gozo e paz em crença, para que abundeis em
esperança pela virtude do Espírito Santo (15.13).
Rogo-vos,pois, irmãos,pela compaixão de Deus, que apresenteis

o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que
é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo,
mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento,

para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita
vontade de Deus. (Romanos 12.1,2)
- ai
S Mais sobre essa história na Bíblia: Você pode aprender

mais sobre o apóstolo Paulo, sobre suas viagens missionárias
e sobre as circunstâncias que eventualmente acabaram levan
do-o a Roma se você ler estes capítulos do livro de Atos: 9,
13—28. Depois de Atos, os 12 livros bíblicos seguintes são
cartas escritas por Paulo; o livro de Gaiatas trata dos mesmos
temas. Veja a página 368 e leia uma lista de textos do livro de
Romanos que os estudiosos chamam de estrada romana para a
fé em Cristo.
Apóstolo: Um mensageiro-, alguém que foi especialmente es
pulos ou apóstolos)', um missionário; um líder na igreja.
Retidão: Correto, moral, virtuoso; Paulo frequentemente
usava essa palavra no sentido legal de permanecer na posição
correta (sem culpa nem pecado) aos olhos do grande Juiz —
Deus.
A Lei: As regras de Deus para uma vida santa; às vezes, a Lei
era chamada de Lei de Moisés, pois, primeiramente, Deus deu
instruções a Moisés a fim de que ele as entregasse ao povo. A
Lei incluía os Dez Mandamentos e as outras regras encontra
das em Exodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
Condenação: Uma expressão de intensa desaprovação; o jul
gamento final de alguém que é culpado e merece punição.
Justificado: Aquele que foi feito certo, correto, íntegro, justo.

Enxertar: Ato de anexar um broto ou um ramo de uma
planta em outra planta, assim, as duas plantas crescem juntas,
como uma nova planta. Paulo ensinou que os gentios que
acreditavam em Jesus eram enxertados nos crentes judeus, e
que ambos compunham o novo povo escolhido de Deus.
Sacrifício: Algo que é entregue a alguém; algo de que desis
timos ou que oferecemos a Deus como um ato de adoração.
BI Você sabia? Já ouviu de alguém que Deus tem um pla
no maravilhoso para sua vida? Que Ele quer enchê-lo com
amor, alegria e paz? Com certeza! Contudo, tornar-se um
cristão não quer dizer que você nunca terá problemas ou que
coisas ruins nunca lhe acontecerão. Ainda vivemos em um
mundo corrompido e cheio de pecado - cercado por pessoas
caídas e cheias de pecados. Entretanto, Romanos 8.28 diz
-nos que sabemos que todas as coisas contribuemjuntamente para o
bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu
decreto. O apóstolo Paulo diz que Deus é tão amoroso e tão
poderoso que, inclusive, pode transformar as piores coisas que
nos acontecem a fim de trazer-nos o bem de alguma forma.
Paulo continuou: Quem nos separará do amor de Cristo? A
tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou afome, ou a nudez, ou o
perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues
à morte todo o dia:fomos reputados como ovelhas para o matadouro.
Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele
que nos amou. Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida,
nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente,
nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra
criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está. em Cristo
Jesus, nosso Senhor (8.35-39)!
Si Fazendo a conexão: Por mais de mil anos, houve apenas

uma igreja cristã (uma denominação) - a Igreja Católica (ca
tólico quer dizer universal). Porém, com o tempo, os líderes da
igreja perderam seu caminho. Eles começaram a ensinar coi
sas que contradiziam as Escrituras —algumas vezes por igno
rância e outras vezes por ganância e corrupção. Tais homens
defendiam que a salvação estava disponível apenas àqueles
que pudessem fazer por merecê-la, por suas boas obras por
exemplo, ou àqueles que tivessem condições de comprá-la da
igreja - pagando uma pesada taxa por uma indulgência.
Foi por meio do estudo de Romanos 1.17 que um
monge alemão chamado Matinho Lutero teve uma revela
ção: Porque nele se descobre ajustiça de Deus defé emfé, como está
escrito: Mas ojusto viverá dafé. Lutero confrontou os líderes da
igreja e pedip uma reforma em suas 95 Teses, as quais ele pre
gou à porta da igreja de Wittenberg, em 1517. Naquele tem
po, os líderes da igreja recusaram-se a falar sobre a corrupção
e a falsa doutrina que haviam tomado conta deles —de modo
que Lutero e outros como ele deixaram a Igreja Católica em
protesto. Esses protestantes criaram uma igreja nova, uma igre
ja reformada, a qual eles acreditavam ser mais fiel aos ensinos
das Escrituras.
1 CORÍNTIOS
HO 1 Coríntios
livro:
SI O autor: O apóstolo Paulo

ã O público: A igreja em Corinto
ü O cenário: Escrito em Efeso, em 55 d.C.

R A história: A igreja que Paulo fundou em Corinto não ia

bem. Os cristãos comportavam-se de maneira imatura e ir
responsável —até mesmo imoral. Eles haviam abraçado uma
falsa doutrina. Havia todo tipo de divisões, disputas e pro
cessos legais entre os membros da igreja. Paulo escreveu para
responder às perguntas dos líderes da igreja e para ensiná-los
a lidar com aqueles tipos de problemas. Ele também exortou
os crentes em Corinto a amarem e a respeitarem verdadeira
mente uns aos outros, encorajando-os a crescerem e a ama
durecerem sua fé em Cristo.
S A m ensagem : Paulo começou sua carta com um apelo à
unidade entre os cristãos em Corinto. Ele exortou-os a se
rem humildes e não orgulhosos: Porque vede, irmãos, a vossa
vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos
os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados. Mas Deus
escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e
Deus escolheu as coisasfracas deste mundo para confundir as fortes
(1.26,27).
Aqueles que não têm o Espírito de Deus não compre
endem a verdade de Deus; ela não faz nenhum sentido para
eles.Todavia, Deus revelou Sua verdade a nós, os que cremos
(2.6-16). Paulo repreendeu os coríntios por sua característica
mundana e imatura —por causa da inveja e das brigas que
havia entre eles (3.1-23; 6.1-8). O apóstolo lembrou-os de
como ele e outros se sacrificaram para trazer-lhes as boas
-novas e recordou-os do bom exemplo que lhes deram (4.1
21; 9.1-23). Paulo estava aflito por causa dos relatos de que os
coríntios permitiam a imoralidade sexual na igreja em nome
da liberdade em Cristo (5.1-13; 6.9-20). Sim,Deus salvou-nos
pela Sua graça (e não pela obediência à Lei), mas isso não
quer dizer que devemos desprezar Seus mandamentos para
viver em pecado deliberada e premeditadamente:
Não sabeis que os injustos não hão de herdar o Reino de Deus?
Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem
os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos,
nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o
Reino de Deus. E é o que alguns têm sido, mas haveis sido lavados,
mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome
do SenhorJesus e pelo Espirito do nosso Deus. (...) Ou não sabeis
que o nosso corpo é o templo do Espirito Santo, que habita em vós,
proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes
comprados por bom preço;glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no
vosso espírito, os quais pertencem a Deus (6.9-11,19,20).
Em resposta a algumas perguntas específicas, Paulo ofe
receu, aos coaúntios, instruções e conselhos sobre casamento,
divórcio e sobre os solteiros (7.1-40). Ele disse que, para o
crente maduro, comer comida sacrificada aos ídolos não era
algo com que se devesse preocupar. Entretanto, devemos ser
cuidadosos para não deixar que o exercício de nossa liberda
de induza um cristão menos maduro a cair em tentação nem
o leve a um comportamento pecaminoso (8.1-13).
Paulo encorajou os crentes a não se distraírem com to
das essas coisas, mas animou-os a permanecerem focados. Ele
referiu-se à nossa jornada espiritual como uma corrida de fé,
para qual devemos treinar como os atletas olímpicos: Não
sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm,
mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. E
todo aquele que luta de tudo se abstém; eles ofazem para alcançar
uma coroa corruptível, nós,porém, uma incorruptível (9.25).
Mais uma vez, Paulo afirmou que devemos ser cuidado

sos com nossa liberdade em Cristo. Algumas coisas nos são
“permitidas” —normalmente essas coisas não são pecaminosas
por si mesmas —mas também não são benéficas. Elas não nos
ajudam nem ajudam os outros a viverem o tipo de vida que
honra a Deus (10.23— 11.1). Pelo contrário, Paulo exortou
os coríntios a aprenderem uma lição com a história de Israel
e a exercitarem a autodisciplina e a restrição (10.1-13). Não
veio sobre vós tentação, senão humana; masfiel é Deus, que vos não
deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará tam
bém o escape, para que a possais suportar (10.13).
Quando os coríntios se reunissem para adorar, não de-
veriam fazê-lo de maneira caótica e estridente (11.1-33;
14.1-40). Porque Deus não é Deus de confusão, senão de
paz... (14.33). Paulo explicou que o Espírito Santo havia
dado dons'espirituais a todos os crentes - dons de sabedoria,
conhecimento, fé, cura, milagres, profecia, discernimento (to
dos de origem sobrenatural), bem como o dom de falar em
línguas desconhecidas e o dom de interpretar essas línguas
desconhecidas (12.1-11). Esses dons tinham o objetivo de
edificar e fortalecer a Igreja. Assim como o corpo humano é
feito de diferentes partes, assim são os cristãos que compõem
o Corpo de Cristo. Nós temos dons diferentes e papéis dife
rentes, mas cada um de nós é dependente de todos os outros;
nós precisamos uns dos outros para vivermos bem (12.12
31). O maior dom de todos, Paulo disse, é o amor (13.1-13).
Paulo respondeu às perguntas e corrigiu alguns mal
-entendidos acerca da ressurreição de Jesus e do que ela
significa para a nossa fé. Também explanou acerca da ressur
reição futura (física e espiritual) de todos aqueles que creem
(15.1-58). Independente de estarmos vivos ou mortos quan

do Jesus voltar, todos receberemos corpos novos, perfeitos
e sem pecado. Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem
todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento,
num abrir efechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trom-
beta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos
transformados. (...) Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está,
ó inferno, a tua vitória? Ora, o aguilhão da morte k o pecado, e a
força do pecado é a lei. Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por
nosso Senhor Jesus Cristo (15.51,52,55-57). Paulo concluiu
sua carta aos Coríntios assim: Vigiai, estai firmes na fé, portai
-vos varonilmente e fortalecei-vos. Todas as vossas coisas sejam
feitas com amor. (...) O meu amor seja com todos vós, em Cristo
Jesus. Amém (16.13,14,24)!
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor

não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se por
ta com indecência, não busca os seus interesses, não se irri
ta, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga
com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta
O amor nunca falha; mas, havendo profecias, serão aniquila
das; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá.
(1 Coríntios 13.4-8)
*1 Mais sobre essa história na Bíblia: Para aprender mais

sobre o apóstolo Paulo, sobre sua vida e sobre seu ministé
rio, leia Atos 9.1-30; 13.1—28.31. Seu tempo em Corinto é
descrito em Atos 18.1-28. Você pode ler mais instruções do

apóstolo Paulo a igreja em 2 Coríntios.
U Palavras para saber:
Fermento: Nas Escrituras, o fermento simboliza o pecado di
versas vezes; até mesmo o menor dos pecados pode crescer e
espalhar-se através de um indivíduo ou de uma comunidade
da mesma maneira que uma pequena porção de fermento faz
a massa de pão crescer.
Ceia do Senhor: Uma cerimônia especial instituída por Jesus,
na qual os cristãos celebram Sua morte na cruz; ela também
é chamada de Banquete do Amor ou Santa Comunhão.
Línguas: Línguas que anteriormente eram desconhecidas dos
falantes, as quais são milagrosamente usadas pelos cristãos
cheios do Espírito Santo.
S Você sabia? A cidade de Corinto era famosa por sua imo
ralidade sexual desmedida, por isso a expressão corintianizar
era usada para tal comportamento. Não é de se espantar que
a igreja tivesse dificuldade nessa área! Novos crentes, muitas
vezes, levavam seu velho estilo de vida para a igreja. Paulo
teve de deixar claro que qualquer tipo de sexo fora do casa
mento - por exemplo: pré-marital, adultério, homossexuali
dade, incesto ou prostituição —era inapropriado e inaceitável
para o povo de Deus.
A Bíblia conta-nos que Deus criou o sexo como um
presente sagrado, o qual deve ser desfrutado por um homem
e por uma mulher que assumiram reciprocamente um com
promisso em sua vida; da mesma maneira que Deus compro
meteu-se com Seu povo; da maneira que Cristo comprome
teu-se com Sua noiva, a Igreja. O sexo cria uma poderosa
conexão espiritual, um laço entre os parceiros. Na melhor

das hipóteses, ele é uma representação do tipo de união linda,
íntima e exclusiva que Deus anseia por ter com cada um de
nós. Qualquer outra coisa - qualquer coisa menor do que
isso - é uma afronta a Deus, ao Seu projeto e ao Seu plano
para a humanidade (6.9-20).
Independentemente do nosso passado, Deus pode redi
mir nosso futuro. Essas foram as boas-novas para o povo de
Corinto —e são as boas-novas para nós hoje. Independente
mente do que tenhamos feito, em ignorância ou em rebelião,
se nos arrependermos e abandonarmos nossos pecados, Deus
nos perdoará e nos restaurará, colocando-nos em um rela
cionamento correto com Ele. Qualquer coisa que nos tenha
sido feito, Ele pode limpar-nos e fazer-nos novos.
51 Pense nisso: Os coríntios viveram em um tempo e em
um local específicos, também tinham uma cultura e algu
mas questões que lhe eram muito peculiares, principalmente
quando o assunto era viver diariamente sua fé de maneira
prática. Paulo respondeu às perguntas deles da melhor ma
neira que pôde, com a sabedoria que Deus lhe dera. Desde
então, os cristãos têm debatido se aquelas instruções dadas há
muito tempo a uma igreja ou a um grupo particular ainda
valem para todos os cristãos - em todos os tempos - ou se
há princípios mais gerais que podem ser extraídos desses en
sinos e, assim, aplicados à nossa cultura, ao nosso tempo e ao
nosso lugar. Por exemplo, ainda é necessário que as mulheres
cubram a cabeça se estas não vivem em uma cultura onde a
cabeça descoberta significa moral duvidosa? Ou a questão
verdadeira é a modéstia, qualquer que seja sua aparência em
nossa cultura? Será que o cabelo comprido para os homens é
sempre uma desgraça, um sinal de rebelião ou vaidade exces

siva? Será que a questão verdadeira é não ofender os outros
deliberadamente com uma aparência não convencional? Os
estudiosos da Bíblia lembram-nos que é importante consi
derar todo o conselho de Deus —tudo o que as Escrituras dizem
sobre um assunto em particular —antes de tentarmos criar
uma doutrina a partir de um único versículo. Algumas coisas
são questões morais, enquanto outras são culturais. A Bíblia
é clara a respeito de alguns assuntos, enquanto outros temas
parecem depender de nossa convicção pessoal e/ou discerni
mento (8.1-13). Paulo afirmou que, independentemente do
que façamos (do que comemos, bebemos ou vestimos), nosso
principal objetivo é conduzir nossa vida de uma maneira que
glorifique a Deus e leve outros a uma fé maior nele (8.9-13;
10.31).
2 CORÍNTIOS
3 O livro: 2 Coríntios
O autor: O apóstolo Paulo
H O público: A igreja em Corinto
B O cenário: Escrito em Filipos, entre 55 d.C. e 56 d.C.
H A história: A igreja que Paulo fundou em Corinto continua

va lutando contra algumas questões importantes. Falsos mestres
haviam minado a fé dos crentes em Cristo e a confiança deles
em Paulo. O apóstolo retornou a Corinto para tentar acertar as
coisas, mas sua visita não deu certo. Mais tarde, ele enviou uma
carta bem severa aos coríntios —uma repreensão com palavras
duras. Paulo também lhes escreveu a fim de que soubessem que
ele estava feliz porque suas palavras foram levadas a sério; ele
estava contente porque os coríntios haviam se arrependido de

seus erros. Era hora de seguirem adiante e continuarem cres
cendo na graça de Deus.
B A m ensagem : Paulo saudou os coríntios afetuosa e gentil
mente. O apóstolo sabia que eles estavam muito feridos por
tudo o que haviam passado. Bendito seja o Deus e Pai de nosso
SenhorJesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda conso
lação, que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também
possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a
consolação com que nós mesmos somos consolados de Deus (1.3,4).
Por causa de sua experiência com dificuldades e sofrimentos,
Paulo podia confortar os coríntios - e, um dia, estes seriam
capazes de confortar outros (1.5-11). O apóstolo explicou
porque se sentiu compelido a repreendê-los tão duramente
na carta anterior. Porque, em muita tribulação e angústia do cora
ção, vos escrevi) com muitas lágrimas, não para que vos entristecésseis,
mas para que conhecésseis o amor que abundantemente vos tenho
(2.4). Ele exortou-os a perdoar e restaurar o responsável que
criou certa confusão, pois tal homem já havia demonstrado
tristeza e arrependimento genuíno (2.5-11).
Paulo alegrava-se no ministério para o qual Deus havia
chamado todos os crentes —levar o bom cheiro de Cristo
a todo lugar (2.12-17). Diferentemente de outros, Paulo e
seus companheiros não eram falsificadores da palavra de Deus
(2.17). Seu único objetivo era liderar o povo de Cristo. Pau
lo lembrou os coríntios do privilégio que era ser um mem
bro do novo pacto entre Deus e Seu povo (3.7-18). Porque
Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem res
plandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da
glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, esse tesouro
em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e

não de nós. (4.6,7)
Apesar de toda dificuldade que encontraram, os corín-
tios não deveríam desanimar (4.1-18). Em tudo somos atribu
lados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perse
guidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos (4.8,9).
Nosso sofrimento nesta vida nos trará recompensa eterna.
Lembre-se de que os crentes já não estão mortos em seus pe
cados nem acorrentados ao passado, disse Paulo. Assim que, se
alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram;
eis que tudo sefez novo (5.17). Deus reconciliou-nos consigo
mesmo por intermédio de Jesus —uma mensagem que temos
de compartilhar com os outros (5.11-21).
Paulo avisou aos coríntios: Não vos prendais a um jugo
desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a
injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concór
dia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem ofiel com o infiel
(6.14,15)? Ficar muito próximo de outros que não compar
tilham da sua fé pode apenas levar à dor e à frustração.
Paulo estava feliz porque a igreja respondeu à sua cor
reção exatamente como ele esperava que fizesse —contristados
segundo Deus (7.1-16). Ele encorajou os coríntios a segui
rem o exemplo de outras igrejas e a contribuírem genero
samente para a obra do Reino, suprindo as necessidades do
povo de Deus (8.1—9.15). Mais uma vez, Paulo defendeu
seu ministério —seu caráter e sua integridade —contra as
acusações levantadas por falsos apóstolos em oposição a ele.
O servo de Deus lembrou os coríntios do quanto os amava,
do quanto lhes dera e do quanto sofrerá em seu benefício
(10.1— 12.10). Ele discorreu sobre a batalha espiritual na
qual estavam engajados: Porque as armas da nossa milícia não são

carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição dasfortalezas;
destruindo os conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhe
cimento de Deus, e levando cativo todo entendimento à obediência
de Cristo (10.4,5). Paulo disse à igreja para não ser enganada
por Satanás, que se disfarça como um “anjo de luz”, nem por
seus seguidores, que se mascaram como “servos da justiça”
(11.13-15).
Paulo reiterou seu amor pelos coríntios e seu desejo de
ser uma bênção para eles, e não um peso. Como um pai an
sioso, Paulo preocupava-se com eles, de algum modo, o após
tolo não gostaria de vê-los novamente aos velhos padrões de
comportamento pecaminoso (12.11-21). Com alguns avisos
finais e com algumas palavras de encorajamento, Paulo disse
que aguardava ansiosamente sua terceira visita. Sede consola
dos, sede de 'um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e
de paz será convosco. A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de
Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém
(13.11,13)!
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Por isso, não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem

exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em
dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para
nós um peso eterno de glória mui excelente, não atentando nós
nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as
que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.
(2 Coríntios 4.16-18)
M Mais sobre essa história na Bíblia: Para aprender mais

sobre o apóstolo Paulo, sobre sua vida e sobre seu ministé
rio, leia Atos 9.1-30; 13.1—28.31. Seu tempo em Corinto é
descrito em Atos 18.1-28.Você pode ler, em 1 Coríntios, as
instruções anteriores que Paulo escreveu para esta igreja.
Reconciliação: Reunião de amigos após uma separação oca
sionada por um desentendimento; por intermédio de Jesus,
Deus reconciliou-nos consigo mesmo e reconciliou-nos uns
com os outros.
Tabernáculo: Uma palavra que Paulo usou para referir-se aos
nossos corpos físicos (terrenos) que abrigam nosso espírito
eterno temporariamente.
Vasos de barro: Uma frase que Paulo usou para referir-se aos
seres humanos (fracos e imperfeitos), por meio dos quais o
poder e a glória de Deus são poderosamente revelados.
Perseguidos: Aqueles que são tratados cruel ou injustamente
por causa de das idéias ou das crenças de alguém.
H Você sabia? Algumas das cartas que Paulo enviou aos co
ríntios estão perdidas! Aquela que chamamos 1 Coríntios re
fere-se a certa carta anterior, da qual não temos registro (veja
1 Coríntios 5.9). E, então, vem a carta severa, a repreensão
que Paulo refere-se em 2 Coríntios, a qual levou a igreja ao
arrependimento. Alguns estudiosos pensam que 2 Coríntios
10— 13 é, na verdade, a carta severa; eles creem que esses
quatro capítulos eram originalmente separados do resto, mas
foram incorporados, anos mais tarde, à carta que temos agora
(os estudiosos observam que o tom desses capítulos é dife
rente do resto). Outros estudiosos acreditam que a razão pela
qual Paulo subitamente voltou ao estilo de repreensão é que,

enquanto ele escrevia a carta, recebeu relatos de problemas
adicionais, aos quais quis referir-se.
■ Fazendo a conexão: Há vezes em que muitos de nós sen
timo-nos como fracassados em nosso relacionamento com
Cristo. Talvez exista uma área específica em nossa vida na
qual a vitória pareça sempre nos escapar. Lutamos e lutamos
para vencer aquela tentação ou para encarar o medo, mas
sempre perdemos. Imploramos a Deus para ajudar-nos, mas,
por alguma razão, Ele ainda não nos libertou. Ficamos ima
ginando se estamos condenados a perder essa batalha sempre
que a travamos.
Em 2 Coríntios 12.7-10, o apóstolo Paulo falou sobre
lutar com um espinho na carne. Ele disse: Acerca do qual três
vezes orei ao{Senhor, para que se desviasse de mim. E disse-me: A
minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa nafraqueza.
Paulo continua dizendo: De boa vontade, pois, me gloriarei nas
minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Pelo
que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas
perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando es
toufraco, então, souforte.
Embora nem sempre entendamos o porquê das coisas
acontecerem, as Escrituras prometem que Deus pode usar (e
usará) todas as coisas para Sua glória. Nossas lutas tornam
-nos humildes e mantêm-nos diariamente de joelhos. Nossa
própria fraqueza humana é uma oportunidade para que o
poder de Deus trabalhe em nós e por nosso intermédio. En
tão, não desista. Aprenda a descansar em Sua misericórdia e
em Sua graça, pois, quando você é fraco, Ele é forte.
GÁLATAS
H O livro: Gaiatas
S O autor: O apóstolo Paulo
H O público: As igrejas da Galácia
§ O cenário: Escrito na Ásia Menor, entre 49 d.C. e 57 d.C.

E A história: Paulo escreveu essa carta aos cristãos judeus na
Galácia. Alguns mestres surgiram depois que Paulo estivera lá,
eles insistiram em que os crentes não judeus, primeiro, preci
savam converter-se ao judaísmo e submeter-se à circuncisão,
seguindo a Lei de Moisés; assim, eles se tomariam cristãos e
experimentariam a salvação. Paulo repudiou, com veemên
cia, esses ensinos, afirmando que eram falsas doutrinas. Essa
carta paulina possui as palavras mais fortes dentre todas as
outras cartas. Nela, o apóstolo insistiu em que os crentes são
salvos apenas pela graça de Deus, e não pela adesão severa a
regras e a regulamentos ultrapassados.
H A m ensagem : Depois de uma breve saudação, imediata
mente, Paulo confrontou os gálatas com a preocupação que
gerou sua carta: Maravilho-me de que tão depressa passásseis da
quele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho, o qual
não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar
o evangelho de Cristo (1.6,7). Paulo declarou: Masfaço-vos saber,
irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo
os homens (1.11). O apóstolo compartilhou seu testemunho
pessoal e contou-lhes como recebera o evangelho, o que não
acontecera pela pregação dos outros apóstolos, mas do pró
prio Jesus em um encontro divino na estrada para Damasco
(1.12-24). .
Muitos anos depois, Paulo encontrou-se com outros lí

deres da igreja em Jerusalém - Pedro, Tiago e João. Consi
derando as evidências nas Escrituras e a própria experiência
deles, chegaram à conclusão de que Deus claramente tinha
intenção de salvar os gentios da mesma maneira que os ju
deus. Já que a salvação vinha somente pela fé em Cristo, não
havia necessidade de os gentios observarem a Lei —embora
muitos judeus cristãos continuassem fazendo isso como uma
parte de sua cultura. Paulo não teve medo de confrontar os
outros apóstolos quando os viu cedendo à hipocrisia, viven
do de uma maneira diante de crentes judeus e de outra ma
neira diante dos gentios (2.1-14). Nós somos judeus por natu
reza e não pecadores dentre os gentios. Sabendo que o homem não
é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo (...)
(2.15,16).
Como uma evidência adicional a essa verdade, Paulo
apontou para Abraão, aquele com quem Deus estabeleceu
Seu primeiro pacto. Abraão não podia seguir a Lei - ele vi
vera antes do tempo dela! E o caso de Abraão, que creu em
Deus, e isso lhe foi imputado como justiça (3.6). Mais uma
vez, Paulo lembrou aos gaiatas que ninguém podia seguir
perfeitamente a Lei e que essa era exatamente a questão. A
Lei nos foi dada para mostrar-nos o quanto somos pecado
res —como somos incapazes de guardar os mandamentos de
Deus e de atender-nos aos Seus padrões. A Lei ajudou-nos a
compreender nossa necessidade de um Salvador (3.10-25).
Paulo voltou à história de Abraão para mostrar-lhes que
aquele sempre foi o plano de Deus. Ismael, o filho de Abraão
que nasceu da escrava Agar, representava o antigo pacto —
mas nossa servidão à Lei não poderia salvar-nos. Isaque, o
filho de Abraão que nasceu de Sara, sua esposa. Isaque era o

filho da promessa —representando o novo pacto, baseado na fé
em Jesus, o Filho de Deus (4.21-31).
Paulo avisou aos gaiatas que não voltassem às tentativas
de ganhar a salvação por meio da obediência cuidadosa à Lei.
Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou e não
torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão (5.1). Ele termi
nou a carta lançando um desafio aos gaiatas: Andai em Espí
rito, não pela Lei. E claro que isso não significa que deveriam
jogar fora toda a restrição moral. Pelo contrário, os crentes
foram chamados para atender a um padrão ainda mais alto
(5.16—6.6). Paulo completou: Não erreis: Deus não se deixa
escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.
Porque o que semeia na sua carne da carne ceifará a corrupção; mas
o que semeia no Espírito do Espírito ceifará a vida eterna. E não
nos cansemos'defazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não
houvermos desfalecido (6.7-9).
De maneira que a lei nos serviu âe aio, para nos conduzir a

Cristo, para que, pelafé,fôssemosjustificados. Mas, depois que
afé veio, já não estamos debaixo de aio. (Gaiatas 3.24,25)
a Mais sobre essa história na Bíblia: Paulo usou vários

exemplos e muitas ilustrações da vida de Abraão, cuja nar
rativa é encontrada em Gênesis 12—22. Para saber mais so
bre a história de como Paulo foi de perseguidor a pregador,
veja Atos 9. A visita de Paulo à província romana da Galácia
é descrita em Atos 13— 14; 16.6 e 18.23. Atos 15 também

inclui um relato do concilio da igreja, o encontro no qual a
circuncisão dos crentes não judeus foi discutida pelos após
tolos. Assim como fez aos gaiatas, Paulo discorreu sobre as
mesmas questões acerca da liberdade cristã em sua carta aos
Romanos.
g Palavras para saber:
Zeloso: Entusiasta; ansioso.
Perseguir:Tratar alguém de forma cruel ou injusta por causa
de suas idéias ou crenças.
Revelação: Algo secreto ou escondido que, de repente, tor
na-se conhecido.
Hipocrisia: Fazer uma coisa e dizer outra; fingir ser alguém
que não é.
Justificado: Aquele que foi feito certo, correto, íntegro, justo.
S Fazendo a conexão: Em João 15.16, Jesus disse aos Seus
discípulos: eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis
fruto, e o vossofruto permaneça (...). O fruto é o produto de algo,
o resultado. Nesse caso, é a evidência natural —ou mais: evi
dência sobrenatural —da obra do Espírito de Deus em nós.
Em Gálatas 5.22,23, Paulo descreveu o que é isso: Mas ofruto
do Espirito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bonda
de,fé, mansidão, temperança. Contra essas coisas não há lei. Sabe
mos que caminhamos no Espírito quando vemos esses frutos
crescendo em nosso coração e em nossa vida. Se não vemos
os frutos, então, algo não vai bem. Temos de fazer o que for
preciso para reconectarmo-nos a Jesus, a videira verdadeira
(Jo 15.1).
EFÉSIOS
S O livro: Efésios
a O autor: O apóstolo Paulo
H O público: A igreja em Éfeso

£ O cenário: Escrito na prisão, em Roma, em 60 d.C.
E A história: Diferentemente da maioria das outras cartas do

Novo Testamento, a de Efésios não foi escrita para combater
erros ou expor falsos ensinos, nem para esclarecer problemas
na igreja local. Paulo simplesmente a escreveu para encorajar
os crentes de Éfeso e para ensiná-los mais acerca do que sig
nifica viver como discípulo de Jesus Cristo.
H A m ensagem : Paulo começou sua carta com uma celebra
ção ao glorioso e divino plano de salvação, um plano esta
belecido muito antes do início dos tempos e cumprido por
intermédio da morte de Cristo na cruz. Em quem temos a re
denção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas
da sua graça (1.7). Paulo afirmou que agradecia a Deus pelos
efésios e que orava por eles, para que continuassem a crescer
e a amadurecer em sua fé: para que o Deus de nosso SenhorJesus
Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de
sabedoria e de revelação (1.17).
Paulo continuou falando sobre a unidade que os crentes
gentios e os crentes judeus experimentavam naquele mo
mento, uma unidade que se tornou possível por causa do
que Jesus fizera. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os
povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no
meio (2.14). Então, Paulo interrompeu sua palavra para fazer
uma linda oração em favor dos efésios, pedindo a Deus que
os abençoasse e os fortalecesse. Para que Cristo habite, pela fé,

no vosso coração; afim de, estando arraigados efundados em amor,
poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a
largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade (3.17,18).
Mais uma vez, o apóstolo encorajou os efésios a viverem
em unidade uns com os outros, reconhecendo que Deus lhes
dera dons e chamados diferentes, a fim de que pudessem
ajudar uns aos outros na edificação dos crentes (4.1-13). Ele
lembrou-os de que, para crescerem em sua fé, precisavam
deixar seus caminhos de pecado para trás - as coisas más que
costumavam fazer quando viviam na escuridão. Então, eles de-
veriam aprender a viver como filhos da luz (4.14-32; 5.8). Ele
exortou-os a serem gentis, compassivos e perdoadores. Não se
ponha o sol sobre a vossa ira (4.26).
Paulo foi bem claro quando falou aos efésios sobre o
tipo de comportamento que era inapropriado para os crentes
e inaceitável aos olhos de Deus (5.3,4). O apóstolo queria
dar-lhes um bom exemplo para testemunharem ao mun
do: Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios,
mas como sábios, remindo o tempo, porquanto os dias são maus
(5.15,16).E, ao ministrarem uns aos outros, deveriam fazê-lo
assim: falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais,
cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração, dando sempre
graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhorfesus
Cristo (5.19,20).
Paulo deu algumas instruções sobre relacionamentos fa
miliares —especialmente sobre maridos e esposas: sujeitando
-vos uns aos outros no temor de Deus (5.21). O apóstolo ex
plicou que o relacionamento dentro do casamento deveria
refletir um mistério profundo, sendo uma ilustração (em carne
e osso) de uma realidade espiritual, uma reflexão do amor

entre Cristo e Sua noiva, a Igreja (5.22-33).
Paulo encerrou lembrando os efésios da batalha espiri
tual que rugia ao redor deles. Ele exortou-os a ficarem aler
tas e firmes contra o inimigo de nossas almas (6.10-18).Além
disso, o apóstolo pediu-lhes que lembrassem dele em suas
orações: para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra
com confiança, parajazer notório o mistério do evangelho (6.19).
Yersículo-chave ou passagem:
Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai

em amor, como também Cristo vos amou e se entregou a si
mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.
(Efésios 54,2)
B Mais sobre essa história na Bíblia: Paulo passou quase

três anos em Éfeso e em seus arredores. Para saber mais sobre
as experiências dele, leia Atos 19; 20.17-38. Para descobrir
o que levou Paulo à prisão, no tempo em que ele escreveu
essa carta, veja o relato de sua prisão e de seu julgamento em
Atos 21—27, e a chegada dele a Roma em Atos 28.14-31.
Outras cartas da prisão, escritas no mesmo período, incluem:
Filipenses, Colossenses e Filemom.
E Palavras para saber:
Predestinado: Algo que já foi decidido ou determinado (por
Deus) com antecedência.
Transgressões: Pecados e ofensas cometidas pela violação da Lei.
Revelação: Algo secreto ou escondido que, de repente, tor

na-se conhecido.
Sujeitar-se: Obedecer, voluntariamente, a algo ou a alguém.
SI Você sabia? A Bíblia conta-nos que há uma batalha aconte
cendo ao nosso redor —uma batalha espiritual entre o bem e
o mal, entre os exércitos de Deus e as forças da escuridão (Ef
6.12). E, quer percebamos ou não, cada um de nós tem um
papel muito importante nela.
Encaramos um oponente terrível - o inimigo de nossas
almas - que está determinado a destruir-nos. Entretanto, não
estamos indefesos diante dos ataques de Satanás. Recebemos
o que Paulo chamou de armadura de Deus para auxiliar-nos
na batalha: No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na
força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para
que possais estarfirmes contra as astutas ciladas do diabo (6.10,11).
Essa armadura inclui o cinturão da verdade (NTLH), a couraça
da justiça, os sapatos da prontidão para anunciar a boa notícia de
paz (NTLH), o escudo dafé, o capacete da salvação e a espada do
Espírito —a Palavra de Deus (6.14-17). Quando colocamos
essa armadura, podemos ficar firmes contra o inimigo, lutar
o bom combate e experimentar a vitória pela graça de Deus.
FILIPENSES
ü O Filipenses
livro:
a O autor: O apóstolo Paulo
3 O público: A igreja em Filipos
3 O cenário: Escrito na prisão, em Roma, em 61 d.C.

0 A história: Paulo escreveu aos cristãos em Filipos para agra

decer-lhes pelos presentes e para relatar-lhes o progresso de
seu ministério - um ministério que ele continuou até mes
mo sob a sentença de prisão domiciliar. O apóstolo também
queria encorajar a fé deles em Cristo, independentemente
das dificuldades pelas quais estavam passando.
IS A m ensagem : Paulo estava muito grato aos filipenses por
sua amizade fiel. Ele ficou maravilhado ao ouvir o quanto
haviam crescido na fé e estava confiante de que o progresso
deles continuaria: aquele que em vós começou a boa obra a aperfei
çoará até ao Dia deJesus Cristo (1.6). Embora naquele momen
to o apóstolo estivesse encarcerado por amor ao evangelho,
ele sabia que seu ministério continuava. Flonestamente, ele
não tinha certeza do que esperar, seu aprisionamento termi
naria em libertação ou em execução! Mas de ambos os lados
estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque
isto é ainda muito melhor. Mas julgo mais necessário, por amor de
vós,ficar na carne (1.23,24). Enquanto tivesse vida e fôlego, ele
faria a obra que Deus lhe dera para fazer.
O apóstolo Paulo encorajou os filipenses a seguir o
exemplo de Jesus —a imitar Sua gentileza, Sua humildade
e Seu coração de servo. Ele notou que Deus dera a Jesus
um nome que é sobre todo o nome. Um dia, todo joelho se do
brará e toda língua confessará que Jesus é o Senhor (2.9-11).
Paulo disse aos crentes em Filipos que não brigassem
nem reclamassem, mas que deixassem um bom exemplo,
resplandecendo como astros em um mundo sombrio (2.12
16). Mais uma vez, ele lembrou-os de que o crescimento
espiritual e a maturidade são uma jornada, um processo.
Na verdade, ele mesmo ainda era um trabalho em processo.
Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma
coisafaço, e ê que, esquecendo-me das coisas que atrásficam e avan
çando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo
prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (3.13,14).
Ele orientou os crentes a seguirem seu exemplo e também
os exortou: Regozijai-vos, sempre, tio Senhor —não importam
os desafios (4.4).
Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas peti
ções sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas,
com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendi
mento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo
Jesus (4.6,7). Paulo ainda acrescentou: tudo o que ê verdadeiro,
tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o
que é amável, tudo o que é de boafama, se há alguma virtude, e se
há algum louvor, nisso pensai (4.8).
Mais uma vez, Paulo agradeceu aos filipenses por seu
amor e por seu apoio. Ele também lhes contou que seriam
abençoados por sua fidelidade: O meu Deus, segundo as
suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória,
por Cristo Jesus (4.19).
Yersículo-chave ou passagem:
para conhecê-lo, e a virtude da sua ressurreição, e a comuni

cação de suas aflições, sendo feito conforme a sua morte; para
ver se, de alguma maneira, eu possa chegar à ressurreição dos
mortos. (Filipenses 3.10,11)
■ Mais sobre essa história na Bíblia: Para aprender mais

sobre a primeira visita de Paulo a Filipos, leia Atos 16.12-40.
Para descobrir o que levou Paulo à prisão, no tempo em que

ele escreveu essa carta, veja o relato de sua prisão e de seu
julgamento em Atos 21—27, e sua chegada a Roma em Atos
28.14-31. Outras cartas da prisão, escritas no mesmo período,
incluem Efésios, Colossenses e Filemom.
Contender: Competir, discutir, lutar, defender.
Humildade: Simplicidade e modéstia; não ser orgulhoso nem
cheio de si mesmo.
Maus obreiros: Falsos mestres que consideravam a circunci
são (um rito simbólico que Deus exigia de Seu povo sob a
antiga aliança) uma questão necessária para a salvação.
Contentar-se: Ficar feliz e satisfeito; ter o suficiente.
I! Pense nisso: Posso todas as coisas naquele que mefortalece (4.13),
esse é o versículo favorito de muitos cristãos. Para alguns, essa
passagem tornou-se quase um mantra, uma afirmação, que
é repetido várias vezes a fim de gerar um tipo de atitude
positiva no pensamento, a qual lhe “garantirá” o sucesso nos
esportes, na escola, nos negócios e na vida, por exemplo. Se
acreditarmos nisso, Jesus nos dará a força de que precisamos
para sermos bem-sucedidos em qualquer objetivo que qui
sermos alcançar.
Porém, quando lemos o versículo em seu próprio con
texto, aprendemos que não era realmente disso que Paulo
estava falando. Ele falava de alcançar paz e contentamento
independentemente das circunstâncias. O apóstolo vivera
momentos de triunfo e de vitória; ele vira milhares de pes
soas confiarem em Cristo como resultado direto de seu mi
nistério. O servo do Senhor fora admirado e respeitado pela
comunidade. Ele fora benfeitor. Também fora desprezado,

rejeitado, torturado e preso por causa de sua fé. Ele fora atin
gido pela pobreza e pela necessidade. Com tudo isso, Paulo
possuía autoridade para afirmar: Sei estar abatido e sei também
ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instru
ído, tanto a terfartura como a terfome, tanto a ter abundância como
a padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que mefortalece
(4.12,13).
Em Filipenses 4.13, Paulo disse que se perdermos ou
ganharmos, se alcançarmos sucesso ou enfrentarmos o fra
casso, em bons ou maus momentos, Jesus nos dará força para
ficarmos contentes, basta confiarmos nele e descansarmos no
amor que Ele tem por nós.
COLOSSENSES
ü O livro: Colossenses
■ O autor: O apóstolo Paulo
H O público: A igreja em Colossos
B O cenário: Escrito na prisão em Roma, em 60 d.C.

ü A história: Os crentes colossenses estavam confusos por
causa dos falsos ensinos que haviam recebido. Paulo escre
veu-lhes a fim de corrigir mal-entendidos, dar as informa
ções que estavam faltando, refutar falsas doutrinas e instruir a
igreja nos verdadeiros ensinos da fé.
S A m ensagem : Paulo agradeceu a Deus pelos crentes em
Colossos. O apóstolo pensava neles e orava por eles com
frequência (1.1-12). Paulo queria que eles entendessem ple
namente o privilégio que era estar entre o povo de Deus. Ele
nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o Reino do

Filho do seu amor, em quem temos a redenção pelo seu sangue, a
saber, a remissão dos pecados (1.13,14).
Àqueles que ouviram que Jesus era menor do que Deus,
ou que tinha menos importância ou menor poder do que
os anjos, Paulo disse: Jesus é tudo! Porque nele foram criadas
todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam
tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo
foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas
as coisas subsistem por ele (1.16,17). E é através dele que vem a
salvação.
Paulo exortou os colossenses a não se deixarem enganar
pela sabedoria do mundo —apanhados em filosofias e vãs suti
lezas (2.8). Além do mais, os crentes não estavam mais sujei
tos a todas as regras e a todos os regulamentos da Lei de Moi
sés (tal como a circuncisão da carne), pois Jesus havia riscado
a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma
maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na
cruz (2.14).Tais exigências deveriam ser simbólicas - sombras
das coisasfuturas, mas o corpo é de Cristo (2.17).
Paulo dedicou o resto de sua carta fornecendo algumas
novas regras aos colossenses —ou diretrizes —para viverem
uma vida que agradasse a Deus: Revesti-vos, pois, como eleitos de
Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignida-
de, humildade, mansidão, longanimidade (...). A palavra de Cristo
habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos
e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espi
rituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração. E, quanto
fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor
Jesus, dando por ele graças a Deus Pai (3.12,16,17).
Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também

andai nele, arraigados e edificados nele e confirmados na fé,
assim como fostes ensinados, crescendo em ação de graças.
Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por
meio defilosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos ho
mens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cris
to. (Colossenses 2.6-8)
S Mais sobre essa história na Bíblia: Muitas vezes, há

referências a Colossenses como uma das quatro cartas da pri
são — cartas que Paulo escreveu quando estava sob prisão
domiciliar em Roma (as outras são Efésios, Filipenses e File-
mom).A prisão de Paulo é descrita em Atos 28.16-31.
Preeminência: Qualidade do mais poderoso, do maior, do
melhor.
Reconciliação: Reunião de amigos após uma separação oca
sionada por um desentendimento.
Admoestar: Avisar ou aconselhar alguém a respeito de suas
falhas.
Humildade: Simplicidade e modéstia; não ser orgulhoso nem
cheio de si mesmo.
Sujeitar-se: Obedecer, voluntariamente, a algo ou a alguém.
Pense nisso: Em sua carta aos colossenses, Paulo deu algu
mas instruções importantes às famílias. Por exemplo, ele disse:
Vós,filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao

Senhor (3.20). E de vital importância que os filhos aprendam
a respeitar e a obedecer seu pai e sua mãe, pois isso os ensi
nará a respeitar e a obedecer seu Pai celestial: Deus.
Entretanto, os pais têm responsabilidades também. Pau
lo disse que estes não devem irritar seus filhos - algumas
versões dizem agravar ou provocar (3.21). Os pais provocam
seus filhos quando não são suficientemente claros acerca de
regras e de consequências, quando tomam decisões que não
são justas, ou quando empunham seu poder e sua autoridade
como uma marreta.
Como uma família, devemos encorajar-nos, apoiar-nos
e fortalecer uns aos outros. Deus chamou-nos para vivermos
juntos em paz, em unidade e em amor (3.14).
1 TESSALONICENSES
\
là O livro: 1 Tessalonicenses
H O autor: O apóstolo Paulo
B O público: A igreja em Tessalônica
S O cenário: Escrito em Corinto, em 51 d.C.
H A história: Durante suas viagens missionárias, Paulo não
conseguiu passar, na igreja em Tessalônica, tanto tempo
quanto gostaria. Então, depois de partir, ele escreveu uma
carta aos novos crentes de lá, a fim de ensinar-lhes mais sobre
a vida que agrada a Deus e a fim de prepará-los para a segun
da vinda de Cristo.
ü A m ensagem : Paulo começou agradecendo a Deus pela
fé dos tessalonicenses. Ele lembrou-os de como receberam
ansiosamente, pela primeira vez, as boas-novas do evangelho

e de como, em sua fé, eles tornaram-se um exemplo para
outros crentes (1.1-10). Paulo lembrou os tessalonicenses de
que, quando esteve entre eles pela primeira vez, ele não tinha
nenhuma intenção oculta. Seus motivos eram puros. Apesar
da grande oposição por parte dos não crentes nas comunida
des vizinhas, ele e seus companheiros continuaram pregando
o evangelho, uma vez que o faziam não como para agradar aos
homens, mas a Deus (2.4). Apesar da perseguição que enfren
taram, os apóstolos ficaram felizes em ter a oportunidade de
viver e de trabalhar entre os tessalonicenses. Assim nós, sendo
-vos tão afeiçoados, de boa vontade quisêramos comunicar-vos, não
somente o evangelho de Deus, mas ainda a nossa própria alma;
porquanto nos éreis muito queridos (2.8).
Paulo disse que sabia que os crentes tessalonicenses,
desde então, sofriam por sua fé em Cristo (2.14-16). Paulo
enviou-lhes Timóteo a fim de que este fortalecesse e enco
rajasse-os. O apóstolo ouviu um relato positivo acerca deles:
permaneciam firmes. Paulo ficou muito alegre e orou para
que Deus continuasse a abençoá-los: Para confortar o vosso co
ração, para que sejais irrepreensíveis em santidade diante de nosso
Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, com todos os
seus santos (3.13).
Até que Paulo pudesse visitá-los de novo, ele dispu
nha de umas poucas palavras de instrução para a igreja. Ele
lembrou-os de quão importante é viver para agradar a Deus
(4.1-12). Ele enfatizou a necessidade de disciplina e de auto
controle (4.3-7; 5.7-8). Paulo também abordou uma questão
levantada pelos tessalonicenses. Estes aguardavam ansiosa
mente a segunda vinda de Cristo. Mas, o que aconteceria
aos crentes que morressem antes do retorno de Jesus? Paulo

revelou que eles ressuscitariam dos mortos, assim como Jesus
o fez (Ele os traria novamente consigo quando voltasse) e os
mortos em Cristo iriam unir-se aos vivos no céu por toda a
eternidade (4.16,17).
Paulo terminou sua carta compartilhando mais algumas
instruções específicas sobre como viver a vida cristã, encora
jando os tessalonicenses a continuarem crescendo na maturi
dade crista enquanto esperavam o retorno Jesus (5.12-24).
Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo dai graças,

porque esta é a vontade de Deus em CristoJesus para convos-
co. (1 Tessalonicenses 5.16-18)
M Mais sobre essa história na Bíblia: Para saber mais sobre

a fundação da igreja de Tessalônica - e sobre a experiência de
Paulo com ela —leia Atos 17.1-9 e 2 Tessalonicenses.
ISS Palavras para saber:
Paciência na esperança: Habilidade de aguentar ou suportar
alguma situação por um longo tempo.
Convicção: Uma crença muito forte em algo ou em alguém.
Combate: Luta entre adversários.
Ambição: Algo que se quer muito fazer/possuir.
Os que dormem: Jesus e Seus discípulos, muitas vezes, usaram
a expressão os que dormem, significando os que estão mortos, pois,
graças a Jesus, a morte já não precisa ser temida. Todos que
confiam nele e dormem serão despertados para a vida eterna.
H Você sabia? Em sua primeira carta aos tessalonicenses, Pau

lo escreveu que a voz de arcanjo sinalizará a segunda vinda
de Cristo (4.16-17). Embora haja tradições religiosas que
identifiquem até sete arcanjos, a Bíblia nomeia apenas um:
Miguel (Daniel 10.1-21; 12.1; e Judas 1.9). Miguel é o anjo
guerreiro que cuida de Israel.
Embora as Escrituras digam-nos que há hostes —literal
mente milhares e milhares - de anjos no céu, o outro único
anjo cujo nome conhecemos é Gabriel, o mensageiro que
apareceu em Daniel 8.16; 9.21; Lucas 1.19,26.
Os nomes de ambos os anjos são expressões de louvor.
Na língua hebraica, el é a palavra para Deus. O nome Miguel
quer dizer: quem é como Deus?; e o nome Gabriel quer dizer:
Deus é maravilhoso!
2 TESSALONICENSES
a O livro: 2 Tessalonicenses
li O autor: O apóstolo Paulo
SI O público: A igreja em Tessalônica
B O cenário: Escrito em Corinto, entre 50 d.C. e 54 d.C.
ü A história: Alguns meses depois de escrever sua primeira

carta à igreja em Tessalônica, Paulo escreveu outra carta para:
encorajar os crentes que enfrentavam perseguição, esclarecer
um mal-entendido acerca da volta de Cristo e para lembrá-los
de apoiarem-se na verdade na qual haviam sido ensinados.
ü A mensagem : Em sua primeira carta aos Tessalonicenses,
Paulo começou dizendo aos crentes o quanto se orgulhava
deles. O apóstolo agradeceu a Deus porque a fé deles crescia
0 NOVO TESTAMENTO - LIVRO POR LIVRO 295
muitíssimo, e o amor de cada um de vós aumenta de uns para com

os outros, de maneira que nós mesmos nos gloriamos de vós nas
igrejas de Deus, por causa da vossa paciência efé, e em todas as vos
sas perseguições e aflições que suportais (1.3,4). Paulo prometeu
que, um dia, seu sofrimento chegaria ao fim: se, defato, éjusto
diante de Deus que dê em paga tribulação aos que vos atribulam, e
a vós, que sois atribulados (...) (1.6,7).
Mais uma vez, os tessalonicenses tinham perguntas acer
ca da segunda vinda de Cristo. Eles ouviram relatos de que
Jesus já havia voltado —e que, de algum modo, perderam tal
evento! Contudo, Paulo exortou a igreja para que esta não
se preocupasse, não se alarmasse nem se decepcionasse com
tais relatos. Jesus não voltara (2.1-2). Muitos eventos ainda
teriam de acontecer primeiro, incluindo a vinda do homem do
pecado - o anticristo, o qual se opõe e se levanta contra tudo o que
se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus,
no templo de Deus, querendo parecer Deus (2.4). Muitas pessoas
seriam enganadas pelos falsos milagres, pelos sinais e pelas
maravilhas. Mas, por fim, Paulo afirmou: este homem seria
derrubado pelo próprio Senhor Jesus Cristo (2.5-12).
Então, irmãos, estai firmes e retende as tradições que vos
foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa (2.15).
Paulo pediu aos tessalonicenses que orassem por ele e por
seu ministério, assim como o próprio apóstolo orava por eles
(3.1-5). O servo de Cristo avisou àqueles que haviam parado
de trabalhar (e esperavam sentados a volta de Jesus), orientan
do-os a seguirem o exemplo que os apóstolos deixaram para
eles: Porque vós mesmos sabeis como convém imitar-nos,pois que não
nos houvemos desordenadamente entre vós, nem, de graça, comemos o
pão de homem algum, mas com trabalho efadiga, trabalhando noite e
dia, para não sermos pesados a nenhum de vós (3.7,8). Os crentes

preguiçosos emTessalônica precisavam firmar-se e ganhar o pão
que comiam (3.11-13).
Paulo concluiu enviando suas bênçãos e orando para
que os tessalonicenses experimentassem a paz de Deus. O
Senhor seja com todos vós (3.16).
E o próprio nosso Senhor Jesus Cristo, e nosso Deus e Pai,

que nos amou e em graça nos deu uma eterna consolação e boa
esperança, console o vosso coração e vos conforte em toda boa
palavra e obra. (2 Tessalonicenses 2.16,17)
Sã Mais sobre essa história na Bíblia: Para aprender mais

sobre a fundação da igreja emTessalônica —e sobre a experi
ência de Paulo com ela —leia Atos 17.1-9 e 1 Tessalonicenses.
Perseguição: Tratamento injusto e cruel por causa das idéias
ou das crenças de alguém.
Prodígios de mentira: Milagres que encorajam a confiança
nas pessoas erradas ou em situações falsas.
Ilusão: Uma ideia falsa ou uma alucinação.
Preguiçosos: Aqueles que são inativos; os que não trabalham.
H Você sabia? Os tessalonicenses queriam saber como esta
riam certos de que a carta recebida viera do apóstolo Paulo
realmente. Afinal, havia algumas cartas falsas circulando
(2.1,2). Paulo, normalmente, ditava suas cartas a um secre

tário ou a algum assistente e, depois, acrescentava uma nota
pessoal no final. Ele chamou atenção para isso no final de sua
segunda carta à igreja emTessalônica, quando disse: Saudação
da minha própria mão, de mim, Paulo, que é o sinal em todas as
epístolas; assim escrevo (3.17).
Quando os tessalonicenses vissem tal assinatura, eles sa-
beriam que a carta que estavam lendo era realmente legítima.
1 TIMÓTEO
H O livro: 1 Timóteo
H O autor: O apóstolo Paulo
Si O público: Timóteo
ü O cenário: Escrito em Roma, em 64 d.C.
M A história: Timóteo foi um jovem que conheceu a fé em
Cristo por intermédio de Paulo. Frequentemente, ele viajava
com o apóstolo como seu assistente. Por ser um pregador ta
lentoso, Timóteo tornou-se parte importante da equipe mi
nisterial de Paulo. Quando este ouviu que a igreja em Efeso
estava enfrentando problemas, enviou Timóteo adiante dele
para ajeitar as coisas. Mais tarde, Paulo escreveu uma carta a
Timóteo para avisá-lo do perigo dos falsos mestres que es
tavam infiltrados nas igrejas, bem como para dar ao jovem
pastor algumas instruções sobre o que pregar e o que ensinar
a vários grupos.
■ A m ensagem : Paulo começou lembrando Timóteo que,
como pastor, ele tinha a responsabilidade de proteger a igreja
dos falsos mestres e de alertar aqueles que eram apanhados

em mitos, genealogias e controvérsias. Do que desviando-se al
guns, se entregaram a vãs contendas, querendo ser doutores da lei e
não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam (1.6,7).
Paulo explicou por que estava escrevendo: Este man
damento te dou, meu filho Timóteo, que, segundo as profecias que
houve acerca de ti, milites por elas boa milícia, conservando a fé e
a boa consciência, rejeitando a qual alguns fizeram naufrágio na fé
(1.18.19). Infelizmente, outros desviaram-se da fé e o após
tolo não queria que Timóteo fizesse o mesmo. Paulo deu-lhe
algumas instruções práticas sobre adoração e louvor (2.1-14).
Ele aconselhou Timóteo acerca da escolha de bispos e de di-
áconos para a divisão da responsabilidade de liderar a igreja.
Paulo disse que havia algumas qualificações bem específicas
que estes líderes deveríam possuir, pois serviriam de exemplo
para o resto da igreja (3.1-13).
Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos,
apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e
a doutrinas de demônios (4.1). Paulo exortou Timóteo a ficar
alerta e a não ser seduzido por este engano: Mas rejeita as
fábulas profanas e de velhas e exercita-te a ti mesmo em piedade.
Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para
tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de
vir (4.7,8).
Parte das tarefas de Timóteo, como pastor, incluía a cer
tificação de que a igreja cuidava dos idosos e dos pobres.
Paulo deu-lhe alguns conselhos sobre como distinguir entre
aqueles que realmente estavam necessitados e aqueles que
apenas procuravam levar vantagem (5.1-16). Paulo também
falou-lhe da importância de aprender a estar contente com o
que se tem, em vez de andar atrás das riquezas, as quais po

dem ser armadilhas: Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda
espécie de males (6.10).
Paulo concluiu lançando um desafio a Timóteo: Mas tu,
ó homem de Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a
fé, o amor, a paciência, a mansidão. Milita a boa milícia dafé, toma
posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já
feito boa confissão diante de muitas testemunhas (6.11,12). Ele
esperava vê-lo logo.
Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dosfiéis,
na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza.
Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá. Não despre
zes o dom que há em ti, o qual tefoi dado por profecia, com
a imposição das mãos do presbitério. (1 Timóteo 4.12-14)
. . .7 .. - . ‘ v •.
H Mais sobre essa história na Bíblia: Para aprender mais

sobre a história de como Paulo conheceu Timóteo e de
como começaram a trabalhar juntos no ministério, leia Atos
16.1-5; 17.13-15; 18.5; 20.4.Timóteo também é menciona
do em Romanos 16.21; 1 Coríntios 4.17; 16.10; 2 Coríntios
1.19; Filipenses 1.1; 2.19,22; 1 Tessalonicenses 1.1; 3.2,5,6;
2 Tessalonicenses 1.1; Filemom 1.1 e Hebreus 13.23. Para
ler outra carta que Paulo escreveu ao jovem pastor, veja 2
Timóteo.
Consciência: Compreensão do certo e do errado, a qual guia
as ações de uma pessoa.
Intercessão: Apelo em favor de outra pessoa; orar a Deus por

alguém - que não seja você mesmo.
Mediador: Intercessor; uma pessoa que fica entre duas partes;
alguém que conecta dois partidos, grupos ou indivíduos.
Redenção: Ato de pagar um preço a fim de libertar alguém
do cativeiro.
Modéstia: Reserva, pudor, decência, gravidade, compostura.
Moderado: Não exagerado; não excessivo; razoável, equilibrado.
Consagrado: Separado por Deus ou dedicado ao Seu serviço.
Diligente: Aquele que trabalha rápido e com cuidado.
S3 Você sabia? O apóstolo Paulo não era perfeito e sabia disso.
Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu
sou o principal (1.15). Em especial, ele arrependia-se dos dias
escuros de seu passado, quando (antes de tornar-se cristão)
perseguiu cruelmente cristãos por causa da fé deles. Todavia,
Paulo viu que Deus podia usar seu passado para demonstrar
o poder de Sua graça salvadora. A mim, que, dantes,fui blasfe
mo, e perseguidor, e opressor; mas alcancei misericórdia, porque ofiz
ignorantemente, na incredulidade. Mas, por isso, alcancei misericór
dia, para que em mim, que sou o principal, Jesus Cristo mostrasse
toda a sua longãnimidade, para exemplo dos que haviam de crer nele
para a vida eterna (1.13,16). Afinal, se Deus podia salvar Paulo,
poderia salvar qualquer um! Essa era a mensagem que Paulo
pregava com alegria.
M Pense nisso: Em suas instruções sobre adoração, Paulo es
creveu: A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não
permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o
marido, mas que esteja em silêncio (2.11,12). Infelizmente, esse
versículo foi usado muitas vezes fora de contexto —criando
todo tipo de controvérsia e causando alguns desentendimen

tos graves.
É verdade que Deus deu papéis diferentes aos homens
e às mulheres na família, na sociedade e no corpo de Cristo.
Como foi dito uma vez: “O homem é a cabeça e a mulher
é o coração”. Cada um é incrível e igualmente importante.
Contudo, a responsabilidade tem de recair sobre alguém e a
Bíblia diz que ela recai sobre o homem —o marido, o pai ou
o pastor - que Deus colocou a cargo de uma família ou de
uma igreja. E uma responsabilidade enorme. A Bíblia diz que
estes homens serão considerados responsáveis pelo cuidado,
pela provisão e pela proteção daqueles que Deus colocou sob
seus cuidados (Ef 5.22,33).
Todavia, é um erro concluir, então, que a Bíblia ensina
que as mulheres sejam, de algum modo, cidadãs de segunda
classe. Pelo' contrário! Como Paulo mesmo apontou, homens
e mulheres foram criados à imagem de Deus e têm o mes
mo valor diante dele (G1 3.26-29). No Antigo e no Novo
Testamentos, as mulheres eram profetisas, juízas e rainhas. O
próprio Jesus sempre tratou as mulheres com compaixão, gen
tileza e respeito. Elas estavam entre Seus discípulos mais fiéis.
As mulheres estiveram com Ele até o amargo fim; apenas elas
ficaram ao pé da cruz. Depois de Sua ressurreição, Jesus apa
receu primeiramente a elas. Está claro que as mulheres faziam
parte da liderança da Igreja primitiva. Elas têm lugar impor
tante no livro de Atos e são repetidamente mencionadas na
maioria das cartas escritas por Paulo, e de outros discípulos
também. Mulheres cristãs maduras eram, na verdade, exortadas
a ensinar, treinar e mentorear outras mulheres (Tt 2.3-5).
Então, o que será que Paulo queria dizer com essa passa
gem? Respeitados estudiosos da Bíblia sugerem que, no tempo
e na cultura de Paulo, os direitos das mulheres eram severamen
te restritos e algumas mulheres na igreja estavam tendo proble
mas com a adaptação à recente liberdade encontrada em Cristo.
Diferentemente de seus pais, irmãos e maridos, a maioria delas
não aprendera as Escrituras desde a infância —as meninas não
iam à escola hebraica. Mas, naquele momento em que Paulo
escrevera a carta, elas estavam ansiosas por serem ouvidas (por
terem voz), mesmo quando não sabiam do que falavam!
Longe de ajudarem, sua contribuição ao culto de adoração,
muitas vezes, acabava sendo perturbadora e servia de distração.
Sendo assim, de acordo com tais estudiosos, Paulo - falando de
maneira geral —disse que não era uma boa ideia ter tais mulhe
res tentando çnsinar e que Timóteo deveria pôr um fim naquilo.
Como isso se aplica a nós hoje? Os homens (que eram
repreendidos ainda muito mais) e as mulheres que não conhe
ciam as Escrituras e não deveríam ensinar! Eles precisavam ser
humildes, tranquilos e respeitosos com os outros enquanto
cresciam em sua compreensão e aprendiam tudo o que podiam.
Entretanto, homens e mulheres que fossem maduros na fé eram
obrigados a exercitar seus dons espirituais e a ensinar aos outros,
em um contexto bíblico apropriado, o que haviam aprendido
de Deus, pelo beneficio maior do corpo de Cristo (Cl 3.16).
2 TIMÓTEO
B O livro: 2 Timóteo
S O autor: O apóstolo Paulo
■ O público: Timóteo
■ O cenário: Escrito na prisão em Roma, entre 65 d.C. e 67 d.C.
■ A história: Mais uma vez, Paulo fora aprisionado por pregar
o evangelho. Mas dessa vez, em vez de estar em prisão domi
ciliar, o apóstolo achava-se acorrentado em uma cela fria e
escura. Ele sentia que sua vida e seu ministério estavam final
mente chegando ao fim —ele logo seria executado por sua fé
em Cristo. Paulo escreveu ao seu filho na fé (Timóteo) para
pedir que este logo fosse visitá-lo.Também escreveu para dar
a Timóteo algumas instruções adicionais e somar-lhe algum
encorajamento a fim de que o jovem pastor continuasse seu
trabalho de cuidar da igreja em Efeso.
M A m ensagem : Paulo lembrou-se de quando conheceu
Timóteo e de como este creu em Cristo. Paulo encorajou
Timóteo a' continuar desenvolvendo os dons espirituais que
Deus lhe dera e a ser confiante em seu chamado. Porque
Deus não nos deu o espírito de temor, mas defortaleza, e de amor,
e de moderação (1.7). Embora ele mesmo tivesse sofrido gran
demente por amor ao evangelho, Paulo disse que não tinha
vergonha de ser conhecido como um seguidor de Cristo.
Porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso
para guardar o meu depósito até àquele Dia (1.12).
Por causa da perseguição que a igreja enfrentava - bem
como por causa da prisão mais recente de Paulo —alguns
cristãos estavam cada vez mais temerosos. Eles não que
riam mais ser associados com Paulo e com seu ministério,
de modo que desertaram dele (1.15-18). Paulo insistiu com
Timóteo em que ele não seguisse o exemplo daqueles, mas
permanecesse forte e firme, e que continuasse a obra do mi
nistério (2.3). Ele queria que Timóteo continuasse estudan

do as Escrituras fielmente: Procura apresentar-te a Deus apro
vado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja
bem a palavra da verdade (2.15). Timóteo deveria continuar
honrando a Deus em sua vida pessoal, bem como em seu
ministério público (2.22-26).
Paulo disse que a iniquidade e todo tipo de imoralidade
continuariam crescendo no mundo (3.1), por isso era muito
importante que Timóteo continuasse focado na tarefa posta
diante dele: que pregues a palavra, instes a tempo efora de tempo,
redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.
Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo
comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas
próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando
àsfábulas. Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições,faze a obra de
um evangelista, cumpre o teu ministério (4.2-5).
Paulo terminou compartilhando com Timóteo a afir
mação de que seus dias estavam contados - sua execução era
iminente. Porém, ele estava em paz, pois também sabia que
havia lutado o bom combate —ele tinha feito tudo o que Deus
lhe pedira e estava pronto. E o Senhor me livrará de toda má
obra e guardar-me-á para o seu Reino celestial; a quem seja
glória para todo o sempre. Amém (4.18)!
Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensi

nar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para
que o homem de Deus seja pefeito e pefeitamente instruído
para toda boa obra. (2Timóteo 3.16,17)
S Mais sobre essa história na Bíblia: Para saber mais sobre

a história de como Paulo conheceu Timóteo e de como co
meçaram a trabalhar juntos no ministério, leia Atos 16.1-5;
17.13-15; 18.5; 20.4. Timóteo também é mencionado em
Romanos 16.21; 1 Coríntios 4.17; 16.10; 2 Coríntios 1.19;
Filipenses 1.1; 2.19,22; 1 Tessalonicenses 1.1; 3.2,5,6; File-
mom 1.1 e Hebreus 13.23. Para ler outra carta escrita por
Paulo ao jovem pastor, veja 1 Timóteo.
Temor: Ato ou efeito de temer; medo; susto.
Envergonhar: Encher de vergonha, de pejo, de timidez; fazer
corar; confundir.
Depósito: Algum valor pago como primeira parte de um pa
gamento - uma entrada.
Sã doutrina: Ensinos verdadeiros e confiáveis da fé.
Evangelista: Um missionário cristão; uma pessoa que viaja
para compartilhar sua fé com os outros.
B Você sabia? Há muitas histórias dramáticas na Bíblia sobre
pessoas que creram em Cristo em uma época tardia da vida
- ladrões, prostitutas, assassinos, adúlteros, bêbados, endemo-
ninhados e, inclusive, políticos e líderes religiosos corruptos.
Certamente, também há pessoas comuns que simplesmente
viveram como quem não tem nenhum código moral es
pecífico —como pessoas que não têm uma fé que lhes dê
direção. Suas histórias são exemplos maravilhosos do divi
no poder que vira o mundo de uma pessoa de cabeça para
baixo, mudando, de forma milagrosa, seu coração e sua vida.
Isso é algo que Ele faz ainda hoje.
Timóteo conhecia as Escrituras desde a infância (3.15).
Ele cresceu em um lar de fé, cercado por influência divina
(1.5). A história de Timóteo é um exemplo maravilhoso de

como o poder de Deus pode agir de maneira diferente —o
poder de tomar o coração de uma criança, de pouca idade, e
impedir que ela distancie-se da fé em primeiro lugar. Isso é
algo que Ele faz ainda hoje.
TITO
S O livro: Tito
£1 O autor: O apóstolo Paulo
@ O público: Tito
S O cenário: Escrito em Roma, entre 63 d.C. e 65 d.C.

H A história: Tito era um cristão gentio (não judeu) que
viajou com Paulo em suas viagens missionárias e ajudou o
apóstolo em seu ministério. Muitas das cartas de Paulo foram
entregues pela mão deste jovem. Essa carta foi escrita para ele
quando estava em missão em Creta. Paulo enviara Tito até lá
para resolver alguns problemas na igreja local e colocar tudo
nos eixos.
ü A m ensagem : Paulo deu instruções a Tito sobre como res
taurar a ordem em uma desordenada congregação de crentes.
Ele lembrou-o das qualificações necessárias àqueles que Tito
podería colocar em posição de liderança (1.6-9) e alertou
-o a fim de que se livrasse daqueles que ensinavam falsas
doutrinas (1.10-16). Paulo também o aconselhou quanto ao
que deveria ser ensinado aos vários grupos na igreja —ho
mens, mulheres, jovens, servos ou escravos - a fim de que tais
pessoas pudessem levar vidas exemplares, distinguindo-se dos
não crentes em sua comunidade (2.1-15).
Porque também nós éramos, noutro tempo, insensatos, desobe

dientes, extraviados, servindo a várias concupiscênáas e deleites, vi
vendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros. Mas,
quando apareceu a benignidade e o amor de Deus, nosso Salvador,
para com os homens, não pelas obras dejustiça que houvéssemosfeito,
mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da rege
neração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente ele
derramou sobre nós porJesus Cristo, nosso Salvador (3.3-6). Agora
que vocês são cristãos, as coisas devem ser diferentes, disse Paulo. Nos
sa vida deve refletir a mudança que Deus operou em nosso coração.
Ao encerrar, Panlo aconselhou Tito a não se envolver
em controvérsias e em discussões que levariam desunião à
igreja. Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita
-o (3.10). E, mais uma vez, exortou os cristãos em Creta a
dedicarem-se a fazer o bem (3.14).
Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo sal

vação a todos os homens, ensinando-nos que, renunciando
à impiedade e às concupiscênáas mundanas, vivamos neste
presente século sóbria, justa e piamente, aguardando a bem
-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande
Deus e nosso Senhor Jesus Cristo. (Tito 2.11-13)
Mais sobre essa história na Bíblia: Tito é mencionado

em Gálatas 2.1-5;2 Coríntios 2.12,13;7.6,7,13,14;8.6,16,17;
8.23; 2Timóteo 4.10. Para conferir outros conselhos de Pau
lo a um distinto jovem pastor, veja 1 e 2 Timóteo.

Os da circuncisão: Cristãos judeus que insistiam em que os
gentios tinham de ser circuncidados e que deveriam observar
a Lei de Moisés (na prática, isso significava converter-se ao
judaísmo) para tornarem-se cristãos.
Sã doutrina: Ensinos verdadeiros e confiáveis da fé.
Incorrupção: Caráter honesto e verdadeiro.
Calúnia: Mentir com a finalidade de prejudicar a reputação
de outro.
H Fazendo a conexão: Em sua carta para Tito, Paulo deu
muitas instruções sobre como os cristãos que estavam em
posições e em caminhos diferentes deveriam comportar-se.
O apóstolo lembrou-os de que, para deixar um bom exem
plo àqueles que estavam ao seu redor (particularmente, os
não crentes), eles deveriam viver de uma determinada ma
neira.
Como cristãos, o modo como nos comportamos reflete
nossa fé. Ele não mostra apenas quem somos, mas também
em quem cremos. Na verdade, é a reputação do Senhor que
está em jogo. Se Seus filhos são rebeldes, indisciplinados e
descontrolados, isso leva vergonha ao nome dele (Tt 2.1,
6-15; 3.1). Se os filhos de Deus demonstram autocontrole, se
são pessoas corretas e demonstram o Seu caráter —ansiosos por
fazerem o bem —eles levarão glória e honra ao Seu nome.
FILEMOM
■ O livro: Filemom
ü O autor: O apóstolo Paulo
B8 O público: Filemom, um cristão que vivia em Colossos

B O cenário: Escrito na prisão em Roma, em 60 d.C.

H A história: Certo homem chamado Onésimo, um dos es
cravos de Filemom, havia roubado dele e fugido em seguida.
No império romano, aquele era um crime passível de mor
te. Porém, na fuga, Onésimo encontrou o apóstolo Paulo e
tornou-se um cristão por intermédio da pregação paulina. O
rapaz, então, desejava acertar sua situação. Ele estava disposto
a retornar a seu mestre, apesar da possibilidade de uma puni
ção severa ou até mesmo da morte. Consigo mesmo, Onési
mo levou uma carta de Paulo - que se tornara como um pai
para ele e suplicava misericórdia em seu favor.
A mensagem: Paulo iniciou sua carta saudando Filemom
afetuosamente, agradecendo a Deus pelo amigo que este fora
no passado: Tive grande gozo e consolação do teu amor, porque por ti,
ó irmão, o coração dos santosfoi reanimado (1.7). Em seguida, Paulo
continuou explicando-lhe o que acontecera —como o escravo
fugitivo de Filemom havia cruzado o caminho do apóstolo e
como Onésimo tornara-se um novo homem em Cristo.
Considerando que haviam se tornado irmãos na fé, Pau
lo exortou Filemom a perdoar Onésimo e a mostrar mi
sericórdia para com ele. Como antigo pastor e mentor de
Filemom - portanto, um pai na fé para ambos - Paulo sentia
que podia exigir o consentimento de Filemom nesse caso,
pois Filemom devia sua própria vida a Paulo (1.19)! Mas,
apesar disso, Paulo pediu-lhe que considerasse o perdão de
Onésimo como um favor pessoal: todavia, peço-te, antes, por
amor (...). Assim, pois, se me tens por companheiro, recebe-o como
a mim mesmo. E, se te fez algum dano ou te deve alguma coisa,
põe isso na minha conta (1.9,17,18). Paulo encerrou sua carta
confiante em que Filemom faria a coisa certa e esperançoso

de que seria capaz de visitar seu querido amigo novamente.
Porque bem pode ser que ele se tenha separado de ti por algum
tempo, para que o retivesses para sempre, não já como servo;
antes, mais do que servo, como irmão amado, particularmente
de mim e quanto mais de ti, assim na carne como no Senhor.
(Filemom 1.15,16)
Ü Mais sobre essa história na Bíblia: Para saber mais sobre

as instruções de Paulo acerca de como escravos ou servos
(empregados) e seus mestres (empregadores) devem relacio
nar-se, veja Efésios 6.5-9; Colossenses 3.22; 4.1; 1 Timóteo
6.1-2 eTito 2.9.
Pedir: Suplicar urgentemente; implorar, rogar.
Reanimar: Revigorar, reacender, reavivar.
Voluntário: Que age espontaneamente, por vontade própria,
sem ser forçado.
Você sabia? A Bíblia não proíbe, especificamente, a escravi
dão. Essa era uma prática comum em quase todas as culturas
daquele tempo. Alguns escravos eram prisioneiros de guer
ra. Outros se sujeitavam como escravos aos membros de sua
família, por um período de tempo, a fim de pagar dívidas.
As Escrituras proíbem o sequestro, também condenam que
os sequestrados sejam feitos escravos (Ex 21.16; Dt 24.7). A
Palavra também mclui os mercadores de escravos (aqueles
que vendem outros seres humanos sem seu consentimento)

em uma lista de pessoas imorais e sem Deus, tais como os
mentirosos e os adúlteros (1 Tm 1.9,10).
De acordo com a Lei de Moisés, no Antigo Testamento,
os escravos deveriam ser tratados com dignidade e respeito.
Providências haviam sido tomadas para que eles pudessem
trabalhar a fim de receberem sua liberdade (Êx 21.2-11; Lv
25.35-55; Dt 15.12-18). No Novo Testamento, o apóstolo
Paulo deixou claro que os escravos e os senhores de escravos
têm o mesmo valor no Reino de Deus —como irmãos e
irmãs em Cristo (G1 3.28; Fm 1.12-16; Ef 6.5-9).
HEBREUS
IS O livro: Hebreus
SS O autor: Incerto —mas, provavelmente, o apóstolo Paulo
S O público: Cristãos hebreus (judeus)
B O cenário: Entre 60 d.C. e 69 d.C.
A história: Um grupo de cristãos judeus estava lutando para

manter sua fé em Jesus como Messias diante da persegui
ção da comunidade judaica —seus amigos e vizinhos, bem
como os membros de suas próprias famílias.Tão grande foi a
oposição que alguns desses cristãos consideravam a ideia de
abandonar sua fé cristã e voltar atrás.
3 A mensagem: O livro de Hebreus começa assim: Havendo
Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos
pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho
(1.1,2). O passado é simplesmente passado! Um novo dia
chegou. O autor dos hebreus insistiu no fato de que os an
tigos rituais e costumes eram apenas símbolos, “cópias” ou
“sombras”, imitações imperfeitas do que é real. Sendo as

sim, retenhamos firmemente a nossa confissão (4.14).Jesus é nosso
sumo sacerdote agora —e não necessitamos de nenhum outro,
pois Ele compreende-nos perfeitamente e se compadece de
nós em Sua totalidade. Afinal, Ele, como nós, em tudofoi tentado,
mas sem pecado. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça,
para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de ser
mos ajudados em tempo oportuno (4.15,16).
O autor de Hebreus seguiu explicando como Jesus cum
priu cada uma das profecias feitas a respeito dele no Antigo
Testamento. Ele é a Promessa do Senhor. Como Cordeiro de
Deus, Jesus foi sacrificado na cruz. Seu sangue foi derramado
pelos pecados do mundo. Portanto, não há mais necessidade de
oferecer sacrifícios no altar do templo. A pena já foi paga com
pletamente e de uma vez por todas (7.27). O novo concerto
que Deus estabeleceu tornou envelhecido o primeiro (8.13). E,
por isso, é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a
morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro
testamento, os chamados recebam apromessa da herança eterna (9.15).
Como cristãos, afirmou o autor, devemos perseverar em
tempos difíceis sempre que enfrentarmos provas e tribula-
ções, porque não estamos sozinhos. Homens e mulheres de
Deus, por meio dos tempos, têm enfrentado as mesmas per
seguições e oposições (assim como Jesus enfrentou). Além
disso, Deus usa os momentos difíceis para corrigir-nos e
ensinar-nos. E, na verdade, toda correção, ao presente, não parece
ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacífico
de justiça nos exercitados por ela (12.11). O autor de Hebreus
afirmou que o fato de Deus importar-se conosco, a ponto
0 NOVO TESTAMENTO - LIVRO POR LIVRO 313
de gastar tempo disciplinando-nos, deve ser uma fonte de

encorajamento para nós. Assim, seguimos em frente.
O autor de Hebreus concluiu sua epístola lembrando
os cristãos hebreus de continuarem a honrar a Deus em suas
vidas diárias. E não vos esqueçais de beneficência e comunicação,
porque, com tais sacrifícios, Deus se agrada (13.16).
Portanto, nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão

grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço e o
pecado que tão de perto nos rodeia e corramos, com paciência,
a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e
consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto,
suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra
do trono de Deus. Considerai, pois, aquele que suportou tais
contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não en
fraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos. (Hebreus 12.1-3)
ü Mais sobre essa história na Bíblia: O livro de Hebreus

faz muitas referências ao Antigo Testamento. E uma lição ti
rada da história do povo de Deus nos séculos anteriores. Atu
almente, a maioria das Bíblias inclui pequenas letras do alfa
beto ao final de certas palavras ou frases, as quais conduzem
a um índice em uma coluna central ou no fim da página. Tal
índice informa a referência dos versículos semelhantes que
aparecem em outros livros da Bíblia. Quando você estudar a
epístola aos Hebreus, use essa ferramenta para procurar qual
quer uma das histórias do Antigo Testamento com as quais

você não está familiarizado. Isso o ajudará a entender o sig
nificado do versículo ou capítulo que estiver lendo no Novo
Testamento naquele momento.
Sacerdote: Líder religioso que realiza as cerimônias e os ri
tuais; alguém que serve de mediador entre um povo e o seu
Deus.
Mediador: Um intercessor; alguém que conecta um grupo a
um indivíduo ou vice-versa.
Aliança: Uma promessa, um acordo ou um contrato que te
nha vínculo legal.
Sacrifício: Algo que é entregue, doado ou oferecido a Deus
como ato de adoração.
Fé: Confiança, crença.
Disciplina: Correção ou treinamento.
23 Fazendo a conexão: O capítulo 11 de Hebreus é chamado,
algumas vezes, de o capítulo do “Hall da fé”. Ele conta a his
tória de homens e mulheres de Deus que, por meio de ge
rações, depositaram no Senhor a sua fé. Foi pela fé que essas
pessoas venceram reinos, praticaram ajustiça, alcançaram promessas,
fecharam as bocas dos leões, apagaram aforça dofogo, escaparam do
fio da espada [11.33,34], Sua fraqueza foi transformada em
força; logo, eles tornaram-se poderosos na batalha e derrota
ram exércitos estrangeiros.
As mulheres receberam, pela ressurreição, os seus mortos; uns
foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem
uma melhor ressurreição; e outros experimentaram escárnios e açoites,
e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos
a fio de espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras,

desamparados, aflitos e maltratados (homens dos quais o mundo não
era digno). (Hb 11.35-38)
O autor de Hebreus observou, nesse inspirador e insti-
gante capítulo, que todos estes morreram nafé, sem terem recebido
as promessas, mas, vendo-as de longe, e crendo nelas, e abraçando-as,
confessaram que eram estrangeiros eperegrinos na terra (11.13). Es
ses heróis da fé não testemunharam a vinda de Jesus, o Mes
sias, o Santo de Israel. Porém nós o testemunhamos. Eles não
tiveram o privilégio de responder às boas-novas do evange
lho, mas nós o temos. Sua fé lhes foi imputada comojustiça por
Deus [Rm 4.5] —o Senhor deu-lhes crédito por crerem em
tudo o que Ele lhes revelara em seu próprio tempo, e eles
agora estão no céu - tão grande nuvem de testemunhas [12.1]
—, encorajando-nos para que completemos a nossa jornada e
corramos a nossa própria “corrida” de fé!
TIAGO
O livro: iiago
B O autor: Tiago, irmão de Jesus
B O público: Os cristãos de todos os lugares
a O cenário: Escrito em Jerusalém, entre os anos 40 d.C. e 60

d.C.
B A história: Tiago (o irmão de Jesus) foi um dos líderes da
Igreja em Jerusalém. Quando a Igreja enfrentou perseguição,
muitos novos cristãos foram espalhados por todo o Império
Romano. Tiago escreveu essa epístola para fornecer a esses
jovens cristãos a tão necessária direção para continuarem a

crescer na fé, na qual haviam sido ensinados.
H A m ensagem : Tiago iniciou sua escrita com palavras afetu
osas de encorajamento para aqueles que enfrentavam provas
e tentações. Mesmo em meio a tudo isso, era possível encon
trar alegria. Sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência
(1.3). Ele encorajou os cristãos a pedirem a Deus sabedoria
quando necessitassem dela (1.5) e a continuarem a resistir à
tentação (1.12-21).
Tiago desafiou os cristãos a viverem aquilo em que diziam
crer: E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enga
nando-vos comfalsos discursos (1.22). Ele também escreveu que a
Igreja não deveria dar preferência a seus membros mais ricos
ou poderosos. Não havia lugar para favoritismo no Corpo de
Cristo (2.1-13).Além disso, ele apontou que a fé e as boas obras
andam de mãos dadas. As boas ações não nos levam ao céu; a fé,
sim. Porém, afé, se não tiver as obras, é morta em si mesma (2.17).
Ademais, Tiago utilizou imagens fortes da natureza para expli
car o quão difícil - mas necessário - era domar a língua (3.1-12).
Tiago exortou os cristãos a aprenderem a distinguir entre
a sabedoria do mundo e a sabedoria que vem de Deus (3.13
18). Como cristãos, não podemos viver com um pé no mundo
e o outro pé na igreja - temos de escolher o que o nosso cora
ção chamará de lar (4.1-5).Tiago concluiu com um encoraja
mento adicional para a Igreja: Sede vós também pacientes,fortalecei
o vosso coração, porquejá a vinda do Senhor está próxima (5.8).
Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias
tentações, sabendo que a prova da vossa fé produz a pa-
ciência. Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para

que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma.
(Tiago 1.2-4)
Bs M a is s o b r e e s s a h is t ó r ia n a B íb lia : Tiago é mencionado,

em Mateus 13.55 e 6.3, como um dos irmãos de Jesus.Você
pode encontrar outras referências a Tiago em Atos dos Após
tolos 12.17; 15.13; 21.18; Gálatas 1.19; 2.9; e Judas 1.1.
Perseverança: Virtude de quem não desiste; coragem para
continuar tentando, mesmo em circunstâncias difíceis.
Sabedoria: Conhecimento, experiência, compreensão, capa
cidade de julgamento.
Favorecimento: Tratar uma pessoa melhor do que a outra,
fazendo isso' de forma injusta.
Sujeição: Concordar em obedecer a alguém.
ü Fazendo a conexão: Há alguns anos, Laura Joffe Numeroff
escreveu um livro para crianças que foi campeão de vendas,
chamado IfYou Give a Mouse a Cookie. Na história, um
ratinho adorável aparece na casa de um garotinho, pedindo
um biscoito. Assim que ganha o biscoito, o rato faz mais um
pedido: ele gostaria de um copo de leite. Depois, ele precisa
de palha; em seguida, de um guardanapo... E assim por dian
te. Ao final do livro, esse lindo bichinho toma conta da casa
toda. Seu jovem anfitrião passa o dia inteiro atendendo à lista
sempre crescente de exigências do ratinho —e limpando a
sujeira que resulta de sua bagunça. A moral da história é clara:
se você der um biscoito a um ratinho, vai receber muito mais
do que esperava!
Tiago afirmou que o poder do pecado trabalha da mes

ma maneira. De vem em quando, temos um “visitante ines
perado” à nossa porta. Todos nós já fomos tentados a dar
lugar em nosso coração a um “pequeno” pecado. Nada grave
e nem muito grande. No início, as exigências são poucas.
Entretanto, quanto mais damos lugar ao “pequeno” pecado,
maior —e mais exigente —ele fica. Antes que possamos per
ceber, ele já tomou conta da nossa vida, de um modo com o
qual nunca sonhamos.
Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua
própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido,
dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte. (Tg
1.14,15)
Tiago lembrou-nos de que, como cristãos, já temos um
Hóspede que fez do nosso coração a Sua casa. Não podemos
dar lugar a hada que nos impeça de amá-lo e servi-lo.
1 PEDRO
H O liv r o : 1 Pedro
S O a u t o r : O apóstolo Pedro
ü O p ú b lic o : Os cristãos de todo lugar
a O c e n á r io : Escrito em Roma, entre 64 d.C. e 65 d.C.
Ü A h is t ó r ia : Os primeiros cristãos enfrentaram, muitas ve
zes, uma tremenda perseguição. Alguns foram renegados por
suas famílias e expulsos de suas casas e comunidades. Outros
foram espancados e jogados na prisão. Há ainda aqueles que
foram executados por causa da sua fé. O apóstolo Pedro (que
veio, ele próprio, a morrer como mártir) escreveu uma carta
encorajando os cristãos a perseverarem nas dificuldades e nos

sofrimentos e a continuarem a viver suas vidas de modo que
agradassem a Deus.
S A mensagem: Pedro começou sua carta encorajando os
cristãos a alegrarem-se nas provações e dificuldades que en
frentassem:
Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro
que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na
revelação deJesus Cristo; ao qual, não o havendo visto, amais; no qual,
não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glo
(1 Pe 1.7-9)
rioso, alcançando ofim da vossafé, a salvação da alma.
Pedro lembrou esses novos cristãos de que eles foram cha

mados para viver um tipo de vida diferente, não como viviam
os incrédulos. Sede vós também santos em toda a vossa maneira de
viver (1.15). Eles eram o povo escolhido de Deus e deveriam
dar exemplo para os outros. Como livres e não tendo a liber
dade por cobertura da malícia, mas como servos de Deus. Honrai a
(2.16,17).
todos. A m a i a fraternidade. Temei a Deus. Honrai o rei
Pedro continuou aconselhando maridos e esposas sobre como
relacionarem-se uns com os outros em Cristo (3.1-7). Além
disso, ele avisou os cristãos para não ficarem surpresos quando
sofressem por fazerem o bem - afinal, isso aconteceu com o
próprio Jesus (4.12-14). Naturalmente, pontuou Pedro, havia
uma diferença entre sofrer por causa de sua fé (ser perseguido)
e sofrer por causa de seu pecado - viver com as consequências
de sua própria tolice (2.19,20; 3.13-17).
Ao concluir, Pedro exortou:
Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, nosso adversário, anda em
derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; ao
qual resisti firm es na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem
entre os vossos irmãos no mundo. E o Deus de toda a graça, que em

Cristo Jesus vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes pa
decido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoará, confirmará, fortificará e
fortalecerá. (1 Pe 5.8-10)
■ ' ■ " ■ .
Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o
povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos

chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. (1 Pedro 2.9)
S Mais sobre essa história na Bíblia: Saiba mais sobre Pe

dro - como ele tornou-se um discípulo de Jesus e como
participou do ministério terreno do nosso Senhor —lendo os
relatos em qualquer dos quatro Evangelhos (Mateus, Marcos,
Lucas e João) e em Atos dos Apóstolos 2—5 e 10— 12.Você
pode ler mais sobre os escritos de Pedro em 2 Pedro.
Refinado: Purificado.
Santo: Perfeito, puro, separado por (e para) Deus.
Incorruptível: Correto, honesto, não sujeito à corrupção.
Submisso: Obediente.
3 Pense nisso: Pedro apontou que, quando os cristãos enfren
tavam dificuldades e perseguições —e até mesmo as tragédias
cada uma dessas situações poderia, de fato, ser bem apro
veitada para dar bom exemplo e testemunhar do poder de
Deus para tocar os corações e mudar vidas:
Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração; e estai
sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer
que vos pedir a razão da esperança que há em vós, tendo uma hoa
consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de
malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom pro
(1 Pe 3.15,16)
cedimento em Cristo.
A palavra certa, falada na hora certa e de maneira certa,
pode ter um impacto enorme em nosso mundo.
2 PEDRO
H O livro: 2 Pedro
H O autor: O apóstolo Pedro
® O público: Cristãos de todos os lugares
■ O cenário: Escrito em Roma, entre 65 d.C. e 68 d.C.
H A história: Em sua primeira carta, Pedro escreveu para enco

rajar os cristãos que estavam enfrentando perseguição. Em sua
segunda carta, ele desejava avisá-los sobre os perigos dos falsos
mestres e encorajar a Igreja a agarrar-se à sua fé, enquanto
aguardava ansiosamente pela segunda vinda de Cristo.
11 A mensagem : Pedro começou exortando os cristãos a cres
cerem na fé, na bondade, no conhecimento, no autocontrole,
na perseverança, na piedade, na gentileza fraternal e no amor.
Porque, se em vós houver e aumentarem estas coisas, não vos dei
xarão ociosos nem estéreis no conhecimen to de nosso Senhor Jesus
Cristo (1.8). Pedro afirmou que sabia que eles estavam firme
mente estabelecidos em sua fé; no entanto, ainda assim, não
fazia mal repetir algumas instruções —especialmente porque
Deus lhe mostrara que, em breve, ele morreria (seria execu
tado por causa de sua fé). O apóstolo desejava ensinar a Igreja

tudo o que podia enquanto tivesse a oportunidade (1.12-15).
Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas
nós mesmos vimos a sua majestade (1.16). Pedro lembrou os
cristãos de que, além do testemunho dos discípulos, eles tam
bém tinham as Escrituras para guiá-los —a palavra dos profetas,
homens cujas palavras vinham de Deus, que os direcionava
(1.19-21).
Assim como existem discípulo e profeta verdadeiros,
existem também discípulo e profeta falsos. Pedro disse que
Deus vai lidar com eles:
Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos e reservar
os injustos para o D ia de Juízo, para serem castigados; recebendo o
galardão da injustiça; pois que tais homens têm prazer nos deleites
cotidianos; nódoas são eles e máculas, deleitando-se em seus enganos,
quando se banqueteiam convosco. (1 Pe 2.9,13)
Enquanto isso, os cristãos devem estar atentos e agarrar
-se à verdade, ansiosos pelo D ia do Juízo, quando Jesus retor
nará para tornar novas todas as coisas (3.1-13).
O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm
por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que
alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.

(2 Pedro 3.9)
Mais sobre essa história na Bíblia: Saiba mais sobre Pe

dro - como ele primeiro tornou-se um discípulo de Jesus e
como participou do Seu ministério terreno —lendo os rela

tos em qualquer um dos quatro Evangelhos (Mateus, Marcos,
Lucas ejoão) e em Atos dos Apóstolos 2—5 e 10— 12.Você
pode ler mais sobre os escritos de Pedro em 1 Pedro.
Piedade: Bondade, ser como Deus em matéria de caráter e
integridade.
Descrédito:Ter uma má reputação.
Blasfemar: Falar de forma desrespeitosa, mesmo que sejam
das coisas de Deus.
Escarnecedores: Aqueles que debocham ou divertem-se à
custa dos outros.
Arrependimento: Abandono ao pecado; sentimento de tris
teza por ter feito algo errado.
H Você sabia? Você já imaginou porque há tantas diferentes
denominações de igrejas cristãs, sem mencionar as seitas —
que são versões distorcidas da fé? Como os cristãos podem
discordar de tantas coisas diferentes? Não estamos todos len
do a mesma Bíblia?
Bem, a maioria de nós está, mas algumas pessoas real
mente não a leem com muito cuidado, enquanto outras ti
ram as palavras de seu contexto e constroem doutrinas sobre
fundações instáveis. Há algumas coisas que a Bíblia simples
mente não aborda. Nós temos de aplicar princípios bíblicos
gerais ao invés de seguir ordens específicas. Algumas passa
gens parecem ter várias interpretações possíveis, e pessoas di
ferentes compreendem que esses versículos significam coisas
diferentes. Sem mencionar o fato de que há textos bíblicos
que são verdadeiramente difíceis — ou confusos de serem
compreendidos.
324 GUIA DA BÍBLIA P^RA A FAMÍLIA
O apóstolo Paulo abordou, em particular, alguns temas

interessantes e outros especialmente complicados. Pedro
mencionou isso em sua última carta à Igreja quando disse: E
tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como também
o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que
lhe f o i dada, falando disso como em todas as suas epístolas (...)
[3.15,16].
Então, Pedro acrescentou: Entre as quais há pontos difíceis
de entender, que os indoutos e inconstantes torcem e igualmente as
(3.16).
outras Escrituras, para sua própria perdição
É importante que aprendamos a maneira de ler e estu
dar a Bíblia adequadamente - pedindo a Deus que nos dê
sabedoria e percepção por intermédio de Seu Espírito Santo.
Afinal, Ele é aquele que inspirou as Escrituras, e Jesus disse
que Ele nos guiaria em toda a verdade.
1 JOÃO
H O livro: 1 João
3 O autor: Joio, o discípulo amado
@ O público: Os cristãos em todo lugar
ES O cenário: Escrito em Éfeso, entre 85 d.C. e 95 d.C.
3 A história: Falsos mestres estavam infiltrando-se nas igrejas
da Asia. Estes alegavam ter uma fé mais avançada - e que a
salvação viera por meio de um conhecimento especial (gnosis),
ao invés de uma simples confiança em Jesus Cristo. Os falsos
ensinos desses gnósticos incluíam a ideia de que o mundo es
piritual era “bom” e que o mundo material era “mau”. Por
tanto, Jesus (sendo bom) não poderia ter um corpo físico —Ele
teria vindo à terra apenas na forma espiritual. Além disso, esses
mestres insistiam que, sendo o corpo físico mau, não importa

va o que você fizesse com ele (então, poderia pecar à vontade),
ou ele deveria ser punido e tratado duramente, até que você
pudesse escapar dele. João escreveu para expor a heresia e a
hipocrisia desses falsos professores e para assegurar aos cristãos,
que estavam preocupados, que eles teriam todo o “conheci
mento” de que necessitavam para serem salvos de verdade.
S A m ensagem : João começou lembrando aos crentes que as
verdades que haviam aprendido vieram diretamente da fon
te - o próprio Jesus e os discípulos, pois todos estes haviam
sido testemunhas oculares de Sua vida, morte e ressurreição
(1.1-4). E esta ê a mensagem que dele ouvimos e vos anunciamos:
que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma (1.5). Os seres hu
manos, por outro lado, continuam a lutar com sua natureza
pecaminosa. A boa nova é que, se confessarmos os nossos pecados,
ele éfie l e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda
(1.9).
injustiça
João afirmou que havia uma maneira de saber se uma
pessoa verdadeiramente conhecia a Deus e andava em Sua
luz:
Aquele que d iz : E u conheço-o e não guarda os seus manda
mentos é mentiroso, e nele não está a verdade. Mas qualquer que
guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente
aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele. Aquele que d iz que
(1 Jo 2.4-6)
está nele também deve andar como ele andou.
João avisou aos cristãos para não deixarem seus cora

ções ficar demasiadamente apegados às coisas do mundo. Não
ameis o mundo, nem o que no mundo há (...). E o mundo passa, e
a sua concupiscência; mas aquele quefa z a vontade de Deus perma
nece para sempre (2.15,17). Ele exortou os crentes para não se
deixarem levar por falsos mestres, mas a continuarem na fé na

qual foram ensinados: Portanto, o que desde o princípio ouvistes
permaneça em vós (2.24).
Subitamente, João exclamou: Vede quão grande amor nos
tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filh os de Deus (3.1).
E isso é o que somos! Que privilégio tremendo! Ao longo
de toda a sua carta, João insistiu para que os filhos de Deus
procurassem entender o amor que o Senhor tinha por eles e
que aprendessem a amá-lo em troca. Mostramos nosso amor
ao obedecer a Seus mandamentos (3.24).
Mais uma vez, João exortou os crentes a “provar os espí
ritos”—ele forneceu-lhes um critério para ajudá-los a deter
minar se um mestre tinha o espirito de Deus ou o espírito do
anticristo (4.1-3). Além disso, incentivou-os a amarem uns
aos outros, pois Deus é amor (4.16).
João encerrou com algumas palavras finais de afirmação
às igrejas, dizendo que elas não eram, de maneira alguma, de-
sinformadas ou inferiores em seu conhecimento, como havia
afirmado os mestres gnósticos. Deus lhes dera todo o conhe
cimento e compreensão necessários, E sabemos que já o Filho
de Deus e vindo e nos deu entendimento para conhecermos o que é
verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus
Cristo (5.20).
Amados, amemo-nos uns aos outros,porque o amor é de Deus;
e qualquer que ama è nascido de Deus e conhece a Deus.

Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus e
amor. (1 João 4.7,8)

H Mais sobre essa história na Bíblia: Saiba mais sobre João -

como ele tornou-se um discípulo de Jesus e como participou
do ministério terreno de Cristo —lendo os relatos de qualquer
um dos quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João) e
Atos dos Apóstolos 3; 4. Para saber mais sobre os escritos de
João, veja o Evangelho de João, 2 João, 3 João e Apocalipse.
Vencer: Derrotar ou lidar com um problema difícil.
Propiciaçao: Compensar algo que foi feito de errado.
Sacrifício: Uma oferta feita para Deus.
Pródigo/generoso: Dar com generosidade.
Unção: A marca de ser escolhido por ou separado para Deus.
Anticristo: Um falso Cristo, um inimigo de Cristo.
■ Você sabia? João esteve muito próximo de Jesus durante
Seu ministério terreno. Alguns estudiosos da Bíblia acreditam
que eles poderiam ser primos (já que João era filho de uma
das irmãs de Maria). João é conhecido como “o discípulo
amado” porque no Evangelho de João, há várias referências
a ele como “o discípulo que Jesus amou”. E, em todos seus
outros escritos, ele repetidamente enfatiza a importância do
amor —o amor de Deus para conosco, nosso amor para com
Ele e o amor que devemos ter uns para com os outros.
ü Fazendo a conexão: Muitas pessoas estão familiarizadas
com o termo “anticristo”. Ele é, muitas vezes, usado como
um título, referindo-se a alguém particularmente mau (de
certa maneira, o contrário de Jesus), cuja aparição no cenário
mundial marque o começo do fim: o confronto final e mais
importante entre o bem e o mal. Porém, como explicou João
aqui e em 2 João, qualquer um que ensine que Jesus não é
o filho de Deus ou que Ele não veio em carne para morrer

na cruz por nossos pecados - tal pessoa é um “anticristo” ou
tem o “espírito do anticristo”.
João avisou, Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que
vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos (2.18).
Onde e quando cruzarmos com este espírito, João avi
sou, fique longe dele! Não tenham nada a ver com ele. F ilh i
nhos, sois de Deus e já os tendes vencido, porque maior ê o que está
em vós do que o que está no mundo (4.4).
2 JOÃO
Ei O livro: 2 João
II O autor: João, o discípulo amado
H O público: A senhora eleita e a seusfilh o s
S O cenário: Escrito em Éfeso, entre 85 d.C. e 95 d.C.

S A história: Nos primeiros dias da Igreja, evangelistas via
jantes espalhavam as boas-novas do evangelho por todo lu
gar. Mas, nem todo mestre que chegava à cidade falando a
respeito de Jesus espalhava a verdade. De fato, falsos mestres
estavam brotando em todos os lugares, divulgando todos os
tipos de mentiras e enganos. Então, João escreveu uma carta
para avisar à Igreja acerca dos perigos de abraçar esses profes
sores traiçoeiros.
H A m ensagem : João escreveu que o que ele tinha a dizer
à senhora “escolhida” (ou “querida”) e a seus “filhos” (os
membros de sua igreja) não era algo que nunca tivessem ou
vido antes. E agora, senhora, rogo-te, não como escrevendo-te um
novo mandamento, mas aquele mesmo que desde o principio tivemos:

que nos amemos uns aos outros(1.5). Mais uma vez, era muito
importante, de modo que continuou a repetir: que nos ame
mos uns aos outros. João começou a explicar que deveriamos
mostrar nosso amor andando em obediência aos mandamen
tos de Deus (1.6).
João avisou à comunidade cristã acerca dos perigos de
eles serem hospitaleiros com os falsos mestres —recebê-los
em suas casas e dar-lhes a oportunidade de espalhar suas
mentiras. Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os
quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o
enganador e o anticristo(1.7).
Os cristãos precisavam permanecer na fé na qual foram
ensinados. A verdade era que Jesus veio “em carne” —não
apenas em espírito (como alegavam os mestres do gnosticis-
mo). Ele teve um corpo terreno, físico assim como o nosso,
um corpo que foi literalmente, fisicamente, crucificado e, en
tão, ressuscitou dos mortos em poder e glória. Se alguém vem
ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem
tampouco o saudeis (1.10).João rapidamente encerrou sua bre
ve carta, não porque não tivesse mais a dizer (na verdade, ele
tinha muito mais que gostaria de compartilhar), mas porque
esperava visitar a igreja em breve pessoalmente (1.12).
O lhai por vós mesmos, para que não percamos o que temos
ganhado; antes, recebamos o inteiro galardão. (2 João 1.8)

B Mais sobre essa história na Bíblia: Saiba mais sobre João

—como ele tornou-se um discípulo de Jesus e como parti
cipou do ministério terreno de Cristo —lendo os relatos de
qualquer um dos quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas
e João) e Atos dos Apóstolos 3; 4. Para saber mais sobre os
escritos de João, veja o Evangelho de João, 1 João, 3 João e
Apocalipse.
Verdade: O que é real, verdadeiro, honesto e correto.
Enganadores: Alguém que leva as pessoas a crer em algo que
não é verdade.
Anticristo: Um falso Cristo; o inimigo de Cristo.
H Pense nisso: Nos dias de hoje em nossa cultura, é difícil
imaginar que um “falso mestre” apareceria de repente à nossa
porta - ou que o receberiamos em casa, se ele assim o fizes
se. Mas a verdade é que os falsos mestres aparecem o tempo
todo. E, com muita frequência, nós os deixamos entrar. Es
ses mestres disfarçam-se com notícias úteis, informações e,
até mesmo, com diversão. Eles torcem e distorcem a verdade
para fazer com que ela sirva a seus propósitos. Nós os rece
bemos em nossas casas por meio dos programas de TV, dos
filmes aos quais assistimos, dos livros e revistas que lemos, dos
sites que visitamos. Algumas vezes, nós até mesmo recebemos
com alegria tais falsos mestres em nossas igrejas.
Se dermos uma boa olhada, veremos que as idéias, valo
res e crenças que esses mestres promovem entram em con
tradição com os ensinos da Bíblia. O conselho que eles dão
é como “sabedoria mundana”, a qual não vem de Deus. Po
demos pensar que conseguiremos ouvir sem ser envolvidos
- que tais palavras não terão impacto em nosso coração e em
nossa mente. Mas, João alertou-nos de que, facilmente, esses

ensinos podem desviar-nos. Além do mais, quando apoiamos
esses falsos mestres (seja financeiramente ou de outra manei
ra), tornamo-nos parceiros deles no mal que fazem (1.11).
Precisamos pensar cuidadosamente acerca das vozes que
ouvimos, dos “mestres” que permitimos que ensinem nossas
famílias e se tais mensagens alinham-se ou não com a verda
de da Palavra de Deus. Se não for assim, disse João, devemos
mostrar a saída a tais “enganadores”.
3 JOÃO
B O livro: 3 João
O autor: João, o discípulo amado
ü O público: Um homem chamado Gaio

H O cenário: Escrito em Éfeso, entre 85 d.C. e 95 d.C.
H A história: Um homem arrogante e ambicioso chamado

Diótrefes estava tentando tomar o controle da comunidade
cristã na Ásia. Diótrefes tinha espalhado intrigas maliciosas
acerca dos discípulos para minar sua autoridade e rejeitar
aqueles que eram enviados pelos discípulos para ensinar e
treinar a igreja. João escreveu uma carta para seu amigo, Gaio,
para recomendar que este não seguisse a liderança de Diótre
fes, bem como para encorajá-lo a continuar oferecendo sua
hospitalidade aos irmãos e irmãs em Cristo.
S A m ensagem : João afirmou que orava para que a bênção de
Deus estivesse sobre Gaio, um homem que ele levara a Cristo
e considerava um “filho” na fé (1.4). O apóstolo agradeceu a
Gaio pela hospitalidade que mostrara aos evangelistas e pro
fessores por ele enviados. Amado, procedes fielmente em tudo

o que fazes para com os irmãos e para com os estranhos, que em
(...) (1.5,6). Na carta,
presença da igreja testificaram do teu amor
Gaio também é encorajado a continuar seu ministério tão
importante, para que sejamos cooperadores da verdade (1.8).
A seguir, João abordou os problemas que Diótrefes cau
sara —problemas que ele esperava expor e repreender quando
viesse em pessoa (1.9-11). Ao contrário de Diótrefes, Demé-
trio (talvez aquele que levou a carta de João para Gaio) era
um homem de caráter e integridade cristãos - alguém em
quem era possível confiar (1.12). João enviou saudações ao
restante de seus amigos na igreja e disse que ansiava por falar
-lhes em breve face aface (1.14 NVI).
Amado, não sigas o mal, mas o bem. (3 João 1.11)
Mais sobre essa história na Bíblia: Saiba mais sobre João

- como ele tornou-se um discípulo de Jesus e como partici
pou de Seu ministério terreno - lendo os relatos de qualquer
um dos quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João) e
Atos dos Apóstolos 3; 4. Para saber mais sobre os escritos de
João, veja o Evangelho de João, 1 João, 2 João e Apocalipse.
Fielmente: Com lealdade, confiabilidade.
Gentios: Aqueles que não são judeus.
Hospitalidade: Um modo generoso e amigável de tratar as
pessoas, fazendo-as sentirem-se confortáveis e em casa.
Maliciosamente: Propositalmente cruel e doloroso.

Testemunho: Um relato ocular ou em primeira mão ofereci
do como evidência ou prova.
IS Pense nisso: João disse que Diótrefes procura ter entre eles
o primado (1-9). Mas o orgulho, ambição e jogos de poder
político não têm lugar na Igreja - especialmente entre seus
líderes. Quando os discípulos discutiram entre si sobre qual
era o maior, Jesus disse-lhes: E ele, assentando-se, chamou os
doze e disse-lhes: Se alguém quiser ser o primeiro, será o derradeiro
de todos e o servo de todos (Mc 9.35; Mt 23.11,12). O próprio
Jesus foi nosso exemplo: Porque o Filho do Homem também não
veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de
muitos (Mc 10.45).
, JUDAS
M O livro: Judas
B O autor: Judas, o irmão de Jesus
B O público: Os cristãos em todo lugar
■ O cenário: Entre 60 d.C. e 95 d.C.
* A história: Judas queria escrever ao Corpo de Cristo acerca

da comum salvação (1.3), mas ficou alarmado quando ouviu
o quão facilmente os falsos mestres tinham se infiltrado na
igreja - confundindo e enganando os crentes. Por isso, ele
decidiu avisar a igreja.
Si A m ensagem : Judas exortou os cristãos a batalhar pela fé -
lutar pela verdade e rejeitar as mentiras de Satanás. Ele listou
alguns dos pecados que os falsos mestres estavam cometendo
—imoralidade, rebelião, difamação, cobiça e egoísmo, queixas

e acusações, orgulho e bajulação. Eles pareciam pensar que
poderíam sair impunes apesar de tantos pecados. Mas Judas
lembrou a igreja do que aconteceria àqueles que continua
vam em tais pecados —do que já havia acontecido com aque
les que já tinham trilhado esse caminho. O próprio Deus
lidaria com eles. Judas encerrou sua carta com palavras de
encorajamento, chamando o Corpo de Cristo a perseverar
em tempos difíceis.
Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa
santíssima fé, orando no Espirito Santo, conservai a vós mesmos no
amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cris
to, para a vida eterna. (Jd 1.20,21)
Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e
apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória,

ao único Deus, Salvador nosso, por Jesus Cristo, nosso Senhor,
seja glória e majestade, domínio e poder, antes de todos os
séculos, agora e para todo o sempre. Am ém ! (Judas 1.24,25)
a Mais sobre essa história na Bíblia: Judas compara os pe

cados dos falsos mestres aos pecados dos anjos (Gn 6.1,2), a
Sodoma e Gomorra (Gn 19), a Caim (Gn 4), a Balaão (Nm
31.8,16) e a Corá (Nm 16). Ele também citou tradições e
escritos respeitados de dois livros apócrifos - a Assunção de
Moisés (1.9) e o livro de Enoque (1.14,15).

Batalhar: Brigar ou lutar; tentar lidar com uma situação difícil.
Licença: Permissão para fazer algo livremente.
Dizem mal: Mentiras que prejudicam a reputação de alguém.
Festas de fraternidade: Outro nome para a Ceia do Senhor
ou Santa Comunhão.
Escarnecedores: Pessoas que debocham ou riem dos outros.
Você sabia? Durante o ministério de Jesus na terra, seus
irmãos e irmãs mais jovens (os filhos de Maria e José) não
sabiam bem o que pensar dele. Estavam perto demais para
poder ver o que Ele realmente era —para compreender o que
Ele fazia e por que. Em um dado momento, eles até tentaram
“tomar conta” dele, pois pensaram que Ele tinha perdido Sua
cabeça (Mc 3.21; veja também Mc 6.3). Mais tarde, porém,
pelo menos alguns dos irmãos de Jesus conseguiram enten
der que Ele verdadeiramente era - e é - o Filho de Deus,
seu Salvador, bem como “seu irmão mais velho”.Vários deles
tornaram-se líderes da Igreja primitiva —incluindo Tiago e
Judas, o autor desse livro.
APOCALIPSE
S O livro: Apocalipse
O autor: João, o discípulo amado
H O público: As sete igrejas da Ásia
O cenário: Escrito na Ilha de Patmos, 95 d.C.
A história: Vivendo no exílio na ilha de Patmos, o último
(e mais velho) membro vivo dos 12 discípulos teve uma tre
menda visão —uma revelação - de Jesus Cristo. A mensagem
que Jesus deu a João para as sete igrejas teve um significado
tremendo para eles, pois sofriam grande perseguição e pre

cisavam desesperadamente de encorajamento se quisessem
aguentar durante os dias que estavam por vir. Mas as palavras
de Jesus eram também para as gerações futuras, crentes que
ainda aguardariam a Sua segunda vinda - ansiosamente ante
cipando Seu retorno à terra.
@ A m ensagem : O livro do Apocalipse pode ajudar-nos a
ver Jesus de maneira totalmente nova —como o Rei dos reis
e o Senhor dos senhores em toda a Sua glória e majestade,
e como o Pastor da Igreja. João começou compartilhando
como Jesus aparecera a ele e lhe dera mensagens para as sete
igrejas (1.1-11). Essas foram mensagens de encorajamento
e instrução, desafio e repreensão (2.1-3; 22). Jesus disse que
voltaria em breve e queria que a Igreja - Sua noiva —estives
se pronta para Ele.
Em seguida, João recebeu uma visão dos futuros eventos
- coisas que aconteceriam nos últimos dias. Uma voz disse
a ele, Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem
acontecer (4.1). Ele viu Deus em Seu trono, sendo adorado por
seres celestiais e sobrenaturais (5.1-14). Também testemu
nhou o julgamento de Deus sendo derramado sobre a terra
- guerras, pragas, fome, doenças (6.1-9.21). Esse julgamento
era bem merecido e há muito devido. Era a punição justa
para aqueles que haviam rejeitado a Deus, abraçando todo
tipo de mal e imoralidade. Mesmo em meio a tudo isso, Deus
deu ao povo da terra uma oportunidade de arrepender-se e
de deixar seus pecados, mas ele não quis (9.20,21).
Com olhos espirituais, João viu o que acontecera na his
tória da humanidade até aquele ponto —a batalha sobrenatural
entre o bem e o mal. Todo esse tempo, Satanás havia lutado
contra o povo de Deus. Primeiro, ele tentou impedir que o

Libertador (Jesus) viesse. Seu fracasso deixou-o irado e encora
jou-o a um ataque final, desesperado, sobre o Reino de Deus
(12.1-14.2). Deus permitiu-o, porque isso serviu a Seus propó
sitos. Mas quando Ele estiver pronto - quando chegar a hora
- Ele colocará um fim à batalha e destruirá o diabo de uma vez
por todas, junto com aqueles que ficaram do seu lado (14-20).
O próprio Jesus liderará os exércitos do céu à vitória:
E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O que estava assenta
do sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro ejulga e peleja comjustiça.
E os seus olhos eram como chama defogo; e sobre a sua cabeça havia
muitos diademas. (Ap 19.11,12)
João disse que este era o fim do mundo como o conhe
cemos. Mas está tudo bem:
E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e
a primeira terra passaram (...) E ouvi uma grande voz do céu, que
dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles
habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e
será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não
haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as
primeiras coisas são passadas. (Ap 21.1-4)
O que veio a seguir foi uma descrição fantástica do pa
raíso, algo pelo qual os crentes podem aguardar ansiosamente
(21 - 22).
E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a
cada um segundo a sua obra. (Apocalipse 22.12)
■ Mais sobre essa história na Bíblia: Para mais sobre os

escritos de João, veja o Evangelho de João, e 1, 2, 3 João.
Há todo tipo de profecias acerca do Dia do Senhor, do jul
gamento e da libertação de Deus e um novo céu e uma
nova terra, por todo o Antigo e Novo Testamento. Há tam
bém muitas referências acerca da segunda vinda de Cristo no
Novo Testamento, começando com as palavras do próprio
Jesus nos Evangelhos (por exemplo,João 14.1-3).
Compreender e interpretar algumas dessas profecias
pode ser bastante complicado - há muita informação histó
rica que você precisa saber antes que possa compará-las ade
quadamente ou aplicá-las ao que está acontecendo no mun
do hoje! Se esse é um assunto que realmente lhe interessa,
você pode procurar um estudo bíblico profundo sobre o
livro de Apocalipse. Peça também a seu pastor para reco
mendar alguns livros confiáveis sobre profecias bíblicas do
fim dos tempos ou, ainda, matricule-se numa turma de Es-
catologia - o estudo dos últimos tempos - em um seminário
cristão.
Bem-aventurado: Aquele de quem Deus cuida, protege e
sustenta.
Vencer: Derrotar ou lidar com um problema difícil.
Digno: Merecedor.
Revelação: Algo secreto ou escondido que, subitamente, é
feito conhecido.
Pense nisso: As palavras de Apocalipse prenderam a atenção
—e a imaginação —das pessoas em todos os lugares, desde a
primeira vez em que foram registradas. A visão de João ins
pirou um sem número de livros, poemas, canções, histórias,
filmes e peças. Algumas dessas obras foram escritas a partir de

uma perspectiva bíblica, a fim de inspirar os cristãos a per
manecerem fiéis à sua fé e para alcançar os não crentes (tais
como as séries Thief in the Night, dos anos 1970, e Deixados
para trás, dos anos 1990). Outras são interpretações secula
res dos temas fantásticos do Apocalipse livremente inspirados
nas Escrituras e feitos puramente para propósitos de entrete
nimento (tais como, Armadegom, A sétimaprofecia, Fim dos dias).
Muitas pessoas são fascinadas pelas profecias bíblicas e
pela “escatologia” - o estudo do fim dos tempos. Elas amam
tentar resolver os quebra-cabeças, seguir as pistas, decifrar os
mistérios e determinar quando e onde todos esses eventos
incríveis se desenrolarão. Mas alguns acham as descrições re
alistas de tortura, sofrimento e martírio —sem mencionar a
total destruição da vida como a conhecemos - aterrorizantes,
ou pelo menos perturbadoras.
Quando você estuda Apocalipse e o fim dos tempos,
você não quer esmagar a curiosidade dos membros da fa
mília que estão ansiosos para descobrir acerca do retorno
do Rei! Ao mesmo tempo, você deve tomar cuidado para
não traumatizar os membros mais sensíveis ou medrosos da
família. Lembre a todos que o mais importante é que sa
bemos como a história termina - sabemos quem ganha! E
sabemos que Jesus logo voltará. Não temos que descobrir
quando; só precisamos estar prontos quando quer que acon
teça. Qualquer que seja o sofrimento ou dificuldade que
possamos experimentar nesta vida (“o fim dos tempos”, ou
coisas do tipo), Jesus prometeu que nunca nos abandonaria
(Mt 28.20). Ele sempre estará conosco. Um dia, haverá um
glorioso novo céu e uma terra e, então, nós estaremos a salvo
- nos braços no nosso Pai celestial - para sempre!
6
COMO ESTUDAR
A BÍBLIA
ESCOLHENDO UMA TRADUÇÃO

Toda Escritura divinam ente inspirada é proveitosa para ensinar,
para redarguir, para corrigir, para in s tru ir em justiça.
2 Timóteo 3.16
A o entrar em qualquer livraria e visitar a seção de Bíblias
A-J hoje em dia, você ficará impressionado com a oferta dis-
J L -JLponível. Há Bíblias em cores, formas e tamanhos dife
rentes. Bíblias para mães, pais, professores e estudantes. Bíblias de
estudo, devocionais... Os títulos especiais têm a ver com o material
extra adicionado, que aparece na frente ou no final da Bíblia, e
algumas vezes entremeado ao texto bíblico original. Este material
pode incluir recursos para estudo, mapas, quadros, leituras devo
cionais e comentários feitos por pregadores e professores de Bíblia
respeitados.Tudo pode ser muito útil. Mas a coisa mais importante
a notar são as pequenas letras na lombada, as que indicam a versão
da Bíblia —o texto da Escritura em si. A maioria das Bíblias está
classificada em três categorias: tradução palavra por palavra, pensa
mento por pensamento ou paráfrase.
COMO ESTUDAR A BÍBLIA 341
Uma tradução palavra por palavra é uma versão da

Bíblia na qual uma equipe de estudiosos traduziu cuidadosa
mente cada palavra do original grego ou hebraico. Exemplos
de traduções palavra por palavra incluem a King James Version
(KJV), a New King James Version (NKJV), a English Standard
Version (ESV), a New American Standard Bible (NASB), a Am-
plified Bible (AMPLIFIED, que inclui definições estendidas das
palavras-chave no texto) [, a João Ferreira de Almeida, a João
Ferreira de Almeida Revista e Corrigida (ARC), a João Ferreira
de Almeida Revista e Atualizada (AFEA), a Almeida Corrigida e
Revisada Fiel (ACRF) e a Almeida Revista Imprensa Bíblica].
Uma tradução pensamento por pensamento, ou de
equivalência dinâmica, é uma versão da Bíblia na qual uma equipe
de estudiosos bíblicos traduziu cuidadosamente cada pensamento
ou frase (grupo de palavras). Exemplos de traduções pensamento
por pensamento incluem a New International Version (NIV), a
New Living Translation (NLT), a Contemporary English Version
(CEV), a New Century Version (NCV) [e a Bíblia de Jerusalém].
Uma paráfrase é uma versão da Bíblia na qual um indiví
duo (normalmente um estudioso da Bíblia) reescreveu as Escri
turas, usando suas próprias palavras, com o propósito de tornar
o texto bíblico mais fácil de ler e compreender. Exemplos de
paráfrases incluem a Bíblia Viva (BV) e A Mensagem. Uma pa
ráfrase não tem necessariamente e assertividade ou autoridade
de uma tradução, porque é a interpretação ou compreensão de
uma pessoa sobre as Escrituras. Entretanto, a linguagem simples
e o sentimento de estar lendo uma história tornam-na ideal para
fazer a leitura em voz alta. Uma paráfrase pode também ajudar a
derramar nova luz sobre uma passagem conhecida ou lançar luz
sobre o significado de uma passagem mais desafiadora.
No que diz respeito à compreensão do texto, a maioria das

traduções e paráfrases fica entre os níveis seis e oito. Porém, a King
James, a New American Standard Bible e a versão amplificada são
consideradas em décimo primeiro ou décimo segundo nível.
Com o objetivo de mantermos a simplicidade, cada família
deve ter uma tradução básica na qual faz a maioria das suas lei
turas, estudos bíblicos e memorização. Você pode escolher usar
a versão com a qual está mais familiarizado, talvez aquela com
a qual você cresceu ou a que sua igreja ou denominação prefe
rem. Ou, depois de um pouco de pesquisa e reflexão, a versão
que você achar mais clara, legível e compreensível. Então, quan
do você estudar as Escrituras, sempre que encontrar um verso
difícil, profundo ou particularmente poderoso, consulte outras
traduções e uma paráfrase para entender melhor o verdadeiro
sentido do texto. Uma Bíblia Paralela oferece várias versões
diferentes do texto lado a lado, para tornar essa comparação
mais fácil.
USANDO UM DICIONÁRIO BÍBLICO,

UMA ENCICLOPÉDIA
E UMA CONCORDÂNCIA
Procura apresentar-te a D eus aprovado, como obreiro que não tem
de que se envergonhar, que maneja hem a palavra da verdade.
2 Timóteo 1.15
Algumas vezes quanto mais você lê a Bíblia, mais perguntas
você tem sobre o que leu! Vivemos num tempo diferente, numa
cultura diferente. As coisas que todos compreendiam quando as
Escrituras foram escritas são completamente estranhas a nós. E
aí que um dicionário bíblico ou uma enciclopédia bíblica serão

bastante úteis. Os dicionários e enciclopédias são arranjados em
ordem alfabética. Manuais muitas vezes são organizados por tó
picos ou livros da Bíblia. Estes recursos oferecem todo tipo de
informação acerca do contexto histórico e cultural das Escritu
ras, os modos e costumes das terras bíblicas. Por exemplo:
EIRADO - o telhado plano de uma casa. Nos tempos bí
blicos, o eirado da casa era usado como área para sentar. Aberto
para que a brisa fresca da noite entrasse, o eirado dava vista para
as ruas da cidade. Era um lugar ideal para proclamar mensagens
públicas. Então Jesus disse aos discípulos: “preguem nos telhados
das casas” (Mt 10.27).Veja também CASA1.
Uma concordância é um índice alfabético de nomes bíbli
cos importantes e palavras-chave encontradas nas Escrituras. Ela
é útil quando você quer buscar tantos versículos quanto puder
encontrar sobre um tema específico —ou quando você lem
bra a parte de um versículo das Escrituras, mas não sabe onde
encaixá-lo na Bíblia. Uma concordância normalmente oferece
uma linha da Escritura na qual uma palavra aparece (a pró
pria palavra é indicada com uma abreviação), seguida por uma
referência —o livro da Bíblia, capítulo e versículo. Se houver
números adicionais no fim (como no exemplo na fig. 6.1, eles
referem-se ao dicionário grego ou hebraico no fim da concor
dância, para aqueles que querem identificar palavras específicas
na língua original da Bíblia).
1. CASA: LOCKYER, Herbert. (Ed.). Ilustrated Dictionary o f the Bible. Nashville:

Thomas Nelson, 1996. p. 496.
Fig 6.1 Exemplo de concordância

Paz2
E tu irás a teus pais em p., Gn 15.15 7965

E te deixamos ir em p., Gn 26.29 7965
E despediram-se dele em p., Gn 26.31 7965
Uma miniconcordância pode ser encontrada no final na
maioria das Bíblias; uma concordância exaustiva é um livro
enorme, que lista cada versículo das Escrituras em que uma pa
lavra em particular ocorre - incluindo “um”,“uma” e “o”!
DICAS PARA O
ESTUDO PESSOAL DA BÍBLIA
E m teus preceitos meditarei e olharei para os teus caminhos.
Alegrar-m e-ei nos teus estatutos; não me esquecerei da tua palavra.
Salmo 119.15,16
Há algo muito especial nos momentos “devocionais” ou “a
sós” com Deus, quando nos conectamos com Ele por meio da
oração, reflexão e da leitura de Sua Palavra. Idealmente, todos
nós devemos separar um tempo para este tipo de estudo pesso
al da Bíblia, todos os dias. Infelizmente, nem sempre é possível.
Entretanto, a verdade é que qualquer tempo que você separar
para crescer no seu relacionamento com Deus produzirá frutos
em sua vida - seja diária ou semanalmente, dois minutos ou duas
horas. Dê o seu melhor e lembre-se que não há jeito “certo” ou
2. STRONG, James. Tlie New Strong Exhaustive Concordance o f the Bible. NashviUe:
Thomas Nelson. 1996. p. 1010.
“errado” de ter um momento a sós com Deus. Como, onde e

quando você passa tempo com Deus pode ser tão único e indivi
dual quanto você é. Aqui vão algumas dicas básicas para começar:
• Escolha um plano de leitura bíblica, um livro de estudo
da Bíblia, um livro devocional - ou sua Bíblia, uma con
cordância, uma lista de tópicos que você quer explorar.
• Quando você terminar um parágrafo ou capítulo da Bí
blia, reveja o que leu.Veja se pode responder a tais palavras:
• Quem, o que, quando, onde, por que e como. Peça a
Deus para ajudar você a compreender a passagem e
aprender algo do que você leu. Você pode até escrever
seus pensamentos em um caderno ou um diário.
• Memorize versículos da Bíblia que tenham significado
para você, que lhe encorajam ou desafiam. Copie-os em
papéis com adesivos ou fichas e coloque-os onde possa
vê-los cpm frequência - pela casa, no carro ou escritório,
no espelho do banheiro.
• Mantenha um diário ou caderno de oração no qual você
registre coisas específicas pelas quais está orando. Deixe
algum espaço próximo de cada pedido para que, mais
tarde, você possa escrever como e quando Deus respon
deu suas orações.
DICAS DE ESTUDO PARA

DEVOCIONAIS EM FAMÍLIA
...e as intim arás a teus filh o s e âelas falarás assentado em tua
casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te.
Também as atarás p o r sin a l na tua mão, e te serão
p o r testeiras entre os teus olhos.
Deuteronômio 6.7,8
Conversas sobre as Escrituras, sobre Deus, a vida e a fé, devem

ser uma parte da vida diária. Mas também pode ser muito recom-
pensador separar um tempo específico, regularmente, para reuni
rem-se como família e estudar a Bíblia juntos. Se a ideia de devo-
cionais em família é nova para você, comece chamando a todos
para compartilhar sua ideia —porque você acha que é importante
estudar a Bíblia em família. Explique o que você espera alcançar e
porque você quer que todos participem neste tempo especial.
Comece com algo simples. Considere a idade de seus filhos,
o tempo de concentração deles, bem como o estilo de vida e
horários de sua família. Para algumas famílias, meia hora antes
de dormir funciona bem. Outros incorporam os devocionais
familiares a uma refeição ao redor da mesa (ou logo após tal re
feição). Se for necessário, pode usar até mesmo um longo trajeto
para a escola ou para o futebol —embora, é claro, idealmente,
você queira escolher um tempo e lugar quando todos poderão
dar total atenção.
• Leia uma passagem das Escrituras ou o parágrafo de um
livro devocional (envolva as crianças mais velhas, pedin
do a elas que se revezem na leitura). Logo depois, faça
algumas perguntas, não muitas, dando a todos a chance
de responder e compartilhar os seus pensamentos.
• Peça a cada membro da família para compartilhar algo
que querem agradecer —um “relatório de louvor” —ou
um pedido de oração. Peça a uma criança mais velha
escrever os pedidos no caderno de oração da família.
Orem juntos pela lista.
• Cantem alguns hinos de louvor e adoração juntos. Se
alguém na família toca um instrumento musical, que ele
acompanhe vocês. Se vocês não são tão musicais, tentem

cantar com um CD de adoração do qual vocês gostem.
• Com filhos menores, introduza jogos ou trabalhos artís
ticos que ajudem a ilustrar um princípio bíblico. Cante
canções que tenham movimento. Deixe que encenem
a história que você acabou de ler. Ore por sabedoria e
criatividade para ter suas próprias idéias —ou compre um
livro de artesanato baseado nas histórias da Bíblia.
• Use os projetos e materiais que seus filhos trazem para
casa da Escola Bíbhca Dominical ou da igreja como um
trampolim para discussão e estudo bíblico.
• Se as crianças estiverem realmente envolvidas, siga em
frente. O que podería ser mais importante? Se não mos
trarem interesse, faça um momento curto e agradável.
É verdade' que disciplina e compromisso são necessários
para fazer do estudo bíblico uma parte regular da sua vida fa
miliar. Da mesma forma que dieta e exercício, isso é algo que
você faz porque é bom para você —quer você tenha vontade de
fazer ou não. Mas se o tempo devocional de sua família é fre
quentemente chato ou é um peso, pare e pense. Será que você
precisa tentar uma hora, um lugar ou um método diferente?
Não tenha medo de tentar coisas novas. Tenha certeza de que
seus filhos terão oportunidade de participar ativamente. Peça o
retorno deles sobre como, o que, onde e quando vocês devem
estudar a Bíblia juntos.
Conforme seus filhos crescerem, encoraje-os a ter seus pró
prios momentos a sós com Deus. Certifique-se de que eles têm
sua Bíblia, talvez uma daquelas Bíblias para crianças ou adoles
centes. Dê-lhes seu próprio diário de oração para que possam
decorar, um kit de canetas para marcar ou iluminar os textos da

Bíblia, uma capa para a Bíblia ou um marcador de livro. Du
rante os devocionais da família, não pressione, mas encoraje-os
a compartilhar verdadeiramente o que Deus tem lhes falado
pessoalmente e o que têm aprendido por conta própria.
PLANOS DE LEITURA DA BÍBLIA

Há várias maneiras de incorporar a leitura diária da Bíblia
em sua vida familiar. Por exemplo, você pode começar com um
calendário que tenha o “versículo do dia” para que possa discu
tir e ler durante as refeições. Ou escolha uma versão dramatiza
da em áudio da Bíblia para que possa ouvir no carro. O boletim
de sua igreja pode lhe dar uma lista de textos bíblicos que o
pastor sugere que todos leiam durante a semana. Livrarias cristãs
oferecem vários versículos diferentes das Escrituras, já arranja
dos de um modo que lhe guie através de toda a Bíblia em uma
quantidade de tempo em particular (veja a Bíblia Leitura Diária e
Bíblia de Estudo Leitura Diária).Também pode haver uma varie
dade de planos, no começo ou no final da Bíblia, que você usa
agora; dê uma olhada! Ou faça uma pequena pesquisa online.
Vá a qualquer mecanismo de busca e escreva “Plano de Leitura
Bíblica” e você achará vários websites que fornecem programas
diferentes de leitura. Alguns até mesmo mandam o plano diário
para você por e-mail, na tradução de sua escolha.
Aqui vão outras dicas:
• Use as listas de tópicos dos versículos bíblicos encon
trados no capítulo 7 para fazer um estudo diário ou
semanal sobre um tema em particular, tal como “Heróis
da Bíblia”, “Os milagres de Jesus” e “o que a Bíblia diz
sobre o céu”. Ou use uma concordância e um comen

tário bíblico para criar seu próprio estudo em tópicos
sobre um assunto que interesse a você e sua família.
• O livro de Provérbios tem 31 capítulos, um para cada dia
do mês.Tente ler o capítulo correspondente a cada dia —
o quinto capítulo no dia cinco e assim por diante.
• Há 150 capítulos no livro de Salmos —todos são lindas
canções e oração ao coração de Deus. Procure ler um
salmo por dia todos os dias. Se você ler cinco salmos por
dia, terminará todo o livro em um mês.
• Leia todos os Evangelhos —Mateus, Marcos, Lucas e João
- em um mês, lendo três capítulos por dia.
• Comece pelo início e leia direto de Gênesis a Apocalip
se. Quatro capítulos por dia o levarão através da Bíblia
em um ano. Ou alterne lendo um capítulo do Novo e
um do Antigo Testamento por dia (comece com Gênesis
e Mateus).
Fig. 6.2 Cheklist de Leitura da Bíblia

G Ê N E S IS JU ÍZ E S
1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7
8 9 10 11 12 13 14 8 9 10 11 12 13 14
IS 16 17 18 Í9 20 21 15 16 17 18 19 20 21
22 23 24 25 26 27 28 1 RUTE
29 30 31 32 33 34 35 1 I 2 | 3 | 4 | 1 |
36 37 38 39 40 41 42 1 SA M U EL
43 44 45 46 47 48 49 1 2 3 4 5 6 7
50 8 9 10 11 12 13 14
ÊXODO 15 16 17 18 19 20 21
1 2 3 4 5 6 7 22 23 24 25 26 27 28
8 9 10 11 12 13 14 29 30 31
15 16 17 18 19 20 21
2 SA M U EL
22 23 24 25 26 27 28 1 2 3 4 5 6 7
29 30 31 32 33 34 35
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36 37 38 39 40 15 16 17 18 19 20 21
L E V ÍT I C O 22 23 24
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NÚM EROS
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15 16 17 18 19 20 21
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22 23 24 25
29 30 31 32 33 34 35
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36
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D E U T E R O N Ô M IO
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15 16 17 18 19 20 21
29
22 23 24 25 26 27 28 2 C R Ô N IC A S
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1 2 3 4 5 6 7 15 16 17 18 19 20 21
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15 16 17 18 19 20 21 29 30 31 32 33 34 35
23 24 |
22 36
ESD RA S P R O V É R B IO S
1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7
8 9 10 8 9 10 11 12 13 14
N E E M IA S 15 16 17 18 19 20 21
1 2 3 4 5 6 7 22 23 24 25 26 27 28
8 9 29 30 31
10 11 12 13
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C Â N T IC O D O S C Â N T IC O S
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22 23 24 25 26 27 28 8 9 10 11 12 13 14
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64 65 66 67 68 69 70 29 30 31 32 33 34 35
71 72 73 74 75 76 77 36 37 38 39 40 41 42
78 79 80 81 82 83 84 43 44 45 46 47 48 49
85 86 87 88 89 90 91 50 51 52
92 93 94 95 96 97 98 LAM ENTAÇÕES
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120 121 122 123 124 125 126
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ATOS DO S APÓSTOLOS
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HEBREUS 1
1 2 3 4 5 6 7 JUDAS
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TIAGO APOCALIPSE
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1 PIEDRO 1 2 3 4 5 6 7
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1 2 3 4 5
2 PEDRO 15 16 17 18 19 20 21
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7
ONDEVOCE I
ENCONTRARÁ \
NA BÍBLIA...
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HISTÓRIAS DO ANTIGO TESTAMENTO

QUE TODOS DEVERÍAM CONHECER
Adão e Eva no jardim do Éden: Gênesis 2—3
Caim e Abel: Gênesis 4.1-16
Noé e o dilúvio: Gênesis 6—8
A torre de Babel: Gênesis 11.1-9
Deus chama Abraão: Gênesis 12.1-5
Abraão e Sara: Gênesis 18.1-15; 21.1-7
Abraão oferece Isaque a Deus: Gênesis 22.1-19
Jacó e Esaú: Gênesis 25.19-34, 27,28
A escada de Jacó: Gênesis 28.10-22
Jacó casa-se com Raquel e Leia: Gênesis 29.1-30
Jacó luta com o anjo: Gênesis 32.22-32
José e seus irmãos: Gênesis 37, 39-50
ONDE VOCÊ ENCONTRARA NA BÍBLIA... 355
Moisés nos juncos: Exodo 2.1-10

A
Moisés e a sarça ardente: Exodo 3.1—4.17

_ A
As pragas: Exodo 7—12

Moisés divide o mar Vermelho: Exodo 14
A
Os Dez mandamentos: Exodo 20.1-21

O bezerro de ouro: Exodo 32
Os doze espias na Terra Prometida: Números 13—14
Josué e a batalha de Jerico: Josué 6.1-26
Débora vai à batalha: Juizes 4-5
Gideão e o fio de lã: Juizes 6.33-7.24
Sansão e Dalila: Juizes 16.4-31
Rute segue Noemi: Rute 1.1-22
Samuel ouve a voz de Deus: 1 Samuel 3
Deus escolhe Davi para ser rei: 1 Samuel 16.1-13
Davi e Golias: 1 Samuel 17
A sabedoria de Salomão: 1 Reis 3.5-15; 4.29-34
Elias e os profetas de Baal: 1 Reis 18
Elias e a carruagem de fogo: 2 Reis 2.1-11
Eliseu e o exército invisível: 2 Reis 6.8-23
Neemias reconstrói o muro: Neemias 2.1-20; 4.1-23; 6.15,16
Sadraque, Mesaque e Abedenego: Daniel 3.1-30
Daniel na cova dos leões: Daniel 6.1-28
Jonas e o grande peixe: Jonas 1—3
HISTÓRIAS DO NOVO TESTAMENTO

QUE TODOS DEVERÍAM CONHECER
O nascimento de João Batista: Lucas 1
O nascimento de Jesus: Mateus 1-2, Lucas 1.26-2.40
João batiza Jesus: Mateus 3.1-17; Marcos 1.9-11; Lucas 3.1
22; João 1.29-34
Jesus é tentado no deserto: Mateus 4.1-11; Marcos 1.12,13;

Lucas 4.1-13
Jesus transforma água em vinho: João 2.1-11
Jesus chama os doze discípulos: Mateus 10.2-4; Marcos
3.13-19; Lucas 6.12-16
Jesus alimenta os cinco mil: Mateus 14.13-21; Marcos 6.35
44; Lucas 9.12-17;João 6.5-15.
Jesus expulsa demônios para uma manada de porcos: Ma
teus 8.28-34; Marcos 5.1-20; Lucas 8.26-39
Jesus acalma uma tempestade: Mateus 8.23-27; Marcos
4.35-41; Lucas 8.22-25
Jesus anda sobre as águas: Mateus 14.22-32; Marcos 6.45-
52;João 6.16-21
Jesus vai à casa de Zaqueu: Lucas 19.1-10
Jesus fala com Nicodemos: João 3.1-21
Jesus e a mulher samaritana:João 4.1-30
Jesus e a mulher adúltera: João 8.1-11
Jesus ressuscita Lázaro dos mortos: João 11.1-44
A transfiguração: Mateus 17.1-13; Marcos 9.2-13; Lucas
9.28-36
Jesus entra em Jerusalém: Mateus 21.1-11; Lucas 19.28-38;
João 12.12-19
Jesus purifica o templo: Marcos 11.15-18;João 2.13-17
A última ceia: Mateus 26.17-30; Marcos 14.12-42; Lucas
22.7-22; João 13.1-30
Jesus ora no jardim do Getsêmani: Mateus 26.36-46; Mar
cos 14.32-42
Judas trai Jesus: Mateus 26.47-50; Marcos 14.10,11; 43-46;
Lucas 22.47,48;João 18.3-6
Pedro nega a Jesus: Mateus 26.69-75; Marcos 14.27-72; Lu
cas 22.34-62; João 18.15-27
ONDE VOCÊ ENCONTRARÁ NA BÍBLIA... 357
Jesus é crucificado: Mateus 27.11-66; Marcos 15; Lucas

22.47-23.56; João 18 -19
Jesus ressuscita dos mortos: Mateus 28; Marcos 16; Lucas
24;João 20
Jesus ascende aos céus: Atos 1.1-11
O Espírito Santo vem no Pentecostes: Atos 2
Pedro e João curam um aleijado: Atos 3.1-4.4
Ananias e Safira: Atos 5.1-11
A morte de Estêvão: Atos 6.8—7.60
Filipe e o etíope:Atos 8.26-40
Saulo torna-se Paulo: Atos 9.1-31
Visão de Pedro: Atos 10
Pedro escapa da prisão: Atos 12.1-19
Paulo e Silas na prisão: Atos 16.16-40
Naufrágio de Paulo:Atos 27.1-44
João recefie uma revelação: Apocalipse 1.9-19; 22.8-10
HERÓIS DA BÍBLIA
Há muitos homens que tiveram um papel importante na
história do povo de Deus - como maridos e pais, profetas e
sacerdotes, juizes e reis. Nenhum deles era perfeito; todos eles
cometeram erros. Mas sua fé, coragem e sabedoria ainda são
uma inspiração para nós hoje (veja Hebreus 11-12.1). Aqui es
tão apenas alguns:
Adão: Gênesis 2-5.5; Romanos 5.12-15
Abel: Gênesis 4.1-16; Hebreus 11.4
Enoque: Gênesis 5.21-24; Judas 14-15
Noé: Gênesis 5.28-9.29
Abraão: Gênesis 11.27-25.10
Isaque: Gênesis 17.19; 21.1-22.19; 25.19-28.5; 35.29

Jacó: Gênesis 25.19—49.33
José: Gênesis 37; 39-45; 50
Moisés: Exodo 2—24; 31.18; 32-34; Números 5-14; 16—17;
20-21; Deuteronômio 31-34
Josué: Deuteronômio 31.1-8;Josué 1—24
Sansão: Juizes 13—16
Samuel: 1 Samuel 1-3; 7-10; 12-13.15; 15-16; 19.18-24;
25.1
Davi: 1 Samuel 16-30; 2 Samuel 1—12; 15-24; 1 Crônicas
11-22; 28-29
Salomão: 1 Reis 1.29—11.43; 2 Crônicas 1—9; Provérbios;
Eclesiastes; Cânticos dos Cânticos
Elias: 1 Reis 17—21; 2 Reis 1—2.11
Eliseu: 1 Reis 19.19-21; 2 Reis 2-13.20
JÓ:JÓ 1-42
Isaías: Isaías 1-66
Jeremias: Jeremias 1—52; Lamentações 1-5
Daniel: Daniel 1—2; 4-12
Sadraque, Mesaque, Abedenego: Daniel 1-3
Jonas:Jonas 1-4
José, marido de Maria: Mateus 1—2, Lucas 2
João Batista: Mateus 3; 11.1-15; 14.1-12; Marcos 1.1-11;
6.14-29; Lucas 1; 3.1-19; 7.18-23; João 1.14-34; 3.22-36
Jesus: veja Mateus, Marcos, Lucas, João, Atos 1.1-11; 9.1-19;
Apocalipse 1-3; 19; 21—22
Os doze discípulos: Simão Pedro e André, Tiago e João, Fi
lipe e Natanael, (Bartolomeu),Tomé, Mateus,Tiago,Tadeu, Si
mão, o Zelote e Judas Iscariotes. Veja Mateus, Marcos, Lucas,
João, Atos 1—8; 9.32—12.19; 1—2 Pedro e Apocalipse 1.
Estêvão: Atos 6.9-7.60

Paulo: Atos 8.1-3; 9.1-31; 13-28; veja também as cartas de
Paulo aos Romanos, 1—2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses,
Colossenses, 1—2 Tessalonicenses, 1—2 Timóteo,Tito e Filemom.
HEROÍNAS DA BÍBLIA
A Bíblia está cheia de mulheres que tiveram um papel mui
to importante na história do povo de Deus —algumas como
esposas e mães, outras como profetas, juízas e rainhas. Nenhuma
delas era perfeita, todas cometeram erros. Mas sua fé, coragem e
sabedoria ainda são uma inspiração para nós hoje (veja Hebreus
11—12.1). Aqui estão algumas delas:
Eva: Gênesis 2-5
Sara: Gênesis 11.29-30; 12.10-20; 16.1-6; 17.15-18.15;
21.1-7; 1 Pedro 3.5,6.
Agar: Gênesis 16.1-16; 21.8-21
Rebeca: Gênesis 24-27
Leia e Raquel: Gênesis 29.16—35.20; Rute 4.11
Joquebede: Êxodo 2.1-10; Hebreus 11.23
Miriã: Êxodo 2.1-10; 15.1-21; Números 12.1-15
Raabe: Josué 2.1-21; 6.1-25
Débora: Juizes 4—5
Rute e Noemi: Rute 1—4
Ana: 1 Samuel 1—2.11,21
Abigail: 1 Samuel 25.1-42
Hulda: 2 Reis 22.14-20; 2 Crônicas 34.22-28
Ester: Ester 1—10
Isabel: Lucas 1.1-58
Maria: Mateus 1-2.11; Lucas 1.26-56; 2.1-39; João 2.1-11;
19.25,26
Ana: Lucas 2.36-38

Marta e Maria: Lucas 10.38-42; João 11.1-44
Maria Madalena: Mateus 27.56-61; Marcos 16.1-9; Lucas
8.1-13;João 19.25; 20.1-18
Joana e Suzana: Lucas 8.1-3
Salomé: Marcos 15.40; 16.1
Priscila: Atos 18.2; 18.1-26
Febe: Romanos 16.1,2
Lidia: Atos 16.13-15, 40
HERÓIS DA BÍBLIA:
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Muitos dos grandes heróis da Bíblia começaram a servir
a Deus ainda muito jovens. Alguns deles são mais famosos por
coisas que fizeram durante sua infância ou adolescência. As Es
crituras nos ensinam que nunca se é muito jovem, ou muito
velho, para dar seu coração a Deus e viver sua vida para Ele.
N inguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na
palavra, no trato, no amor, no espirito, na fé , na pureza.
1 Timóteo 4.12
Crianças e adolescentes em missão para Deus

José, o sonhador: Gênesis 37; 39-45; 50
Miriã toma conta de Moisés: Êxodo 2.1-10
Samuel ouve a voz de Deus: 1 Samuel 3.1-21
Davi mata um gigante: 1 Samuel 17
O bom rei Josias: 2 Reis 22.2-23.3
Uma serva mostra o caminho: 2 Reis 5.1-14
O profeta Jeremias: Jeremias 1.1-19
Daniel, Sadraque, Mesaque e Abedenego: Daniel 1—3; 6

Maria, a mãe de Jesus: Lucas 1.26-56; 2.1-39
Jesus menino: Lucas 2.39-52
Timóteo, missionário/pastor: Atos 16.1; 18.5; 19.22; 1 Co-
ríntios 4.17; 1 e 2 Timóteo
Outras histórias, instruções e palavras de encorajamento
para crianças do reino
Honra teu pai e tua mãe: Êxodo 20.12
A sabedoria não vem apenas com a velhice: Jó 32.6-9
Como pode um jovem manter o seu caminho puro? Salmo
119.9
Antes de nascermos, Deus conhecia cada um de nós pelo
nome: Salmo 139
Mesmo uma criança é conhecida por suas ações: Provérbios
20.11
Deus derrama seu Espírito sobre os jovens e os velhos:Joel 2.28
Jesus diz a Seus discípulos que devem tornar-se como crian
ças: Mateus 18.1-5
Jesus abençoa as crianças: Mateus 19.13-15; Marcos 10.13
16; Lucas 18.15-17
Jesus diz que quando você tornar-se como criança, o rece
berá: Marcos 9.36,37; Lucas 9.47,48
As crianças louvam a Jesus enquanto Ele entra em Jerusa
lém: Mateus 21.15,16
Jesus ressuscita a filha de Jairo dos mortos: Marcos 5.21-43
Jesus alegra-se, pois Deus revelou Sua verdade aos pequeni
nos: Lucas 10.21
Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor: Efésios 6.1-4; Co-
lossenses 3.20
Há tempo de crescer, física e espiritualmente: 1 Coríntios 13.11
Paulo encoraja Timóteo a dar bom exemplo para os cristãos

mais velhos: 1 Timóteo 4.12
OS MILAGRES DE JESUS
Aqui estão alguns milagres que Jesus fez durante Seu mi
nistério na terra - embora, como o Seu discípulo João afirmou,
nenhuma lista jamais poderá ser completa: Há, porém, ainda mui
tas outras coisas que Jesus fez; e, se cada uma das quais fosse escrita,
cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se
escrevessem (João 21.25). E Ele ainda faz milagres nos corações e
nas vidas do Seu povo hoje!
Jesus mostra Seu poder sobre a natureza
Ele transformou a água em vinho: João 2.1-11
Ele provê uma grande pesca: Lucas 5.1-11
Ele acalma uma tempestade: Mateus 8.23-27; Marcos 4.35
41; Lucas 8.22-25
Ele alimenta cinco mil: Mateus 14.13-21; Marcos 6.35-44;
Lucas 9.12-17;João 6.5-13
Ele caminha sobre as águas: Mateus 14.22-33; Marcos 6.45-
52;João 6.16-21
Ele alimenta quatro mil: Mateus 15.29-39; Marcos 8.1-10
Ele envia Pedro para pescar um peixe que tem uma moeda
na boca: Mateus 17.24-27
Ele faz uma figueira secar e morrer: Mateus 21.18-22; Mar
cos 11.12-14,20-25
Ele provê outra grande pesca: João 21.1-11
Ele aparece e desaparece, repentina e misteriosamente: Ma
teus 28.9, 16-17; Marcos 16.9-19; Lucas 24.13-32, 36-39,51;
João 20.10-17,19,26 27; 21.1-14; Atos 1.1-11; 9.1-7
Jesus mostra Seu poder sobre as doenças,

demônios e morte
Ele cura um homem com lepra: Mateus 8.1-4; Marcos
1.40-44; Lucas 5.12-14
Ele cura o servo de um centurião romano: Mateus 8.5-13;
Lucas 7.1-10
Ele cura a sogra de Pedro: Mateus 8.14-17; Marcos 1.29-31;
Lucas 4.38,39
Ele liberta dois homens possuídos por demônios: Mateus
8.28-34
Ele cura um homem paralítico trazido numa maca: Mateus
9.1-8; Marcos 2.1-12; Lucas 5.17-26
Ele cura dois cegos: Mateus 9.27-31
Ele liberta um homem mudo e possuído por um demônio:
Mateus 9.32-33
Ele cura uin homem com uma mão mirrada: Mateus 12.9
13; Marcos 3.1-5; Lucas 6.6-11
Ele liberta um homem cego e mudo possuído por um de
mônio: Mateus 12.22
Ele cura a filha da mulher cananita: Mateus 15.21-28
Ele cura um menino com epilepsia: Mateus 17.14-18
Ele cura dois cegos próximo a Jerico: Mateus 20.29-34
Ele liberta um homem de um espírito maligno: Marcos
1.23-26; Lucas 4.33-36
Ele ressuscita a filha de Jairo dos mortos: Marcos 5.22-42
Ele cura um homem surdo e mudo: Marcos 7.31-37
Ele cura um cego: Marcos 8.22-26
Ele cura um cego chamado Bartimeu: Marcos 10.46-52;
Lucas 18.35-43
Ele ressuscita o filho de uma viúva dos mortos: Lucas 7.11-15
Ele cura uma mulher com um fluxo de sangue: Lucas

13.11-13
Ele cura um homem com edema: Lucas 14.1-4
Ele cura dez leprosos: Lucas 17.11-19
Ele cura a orelha do servo do sumo sacerdote: Lucas
22.50,51
Ele cura o filho do oficial do rei: João 4.46-54
Ele cura o homem no poço de Betesda:João 5.1-9
Ele ressuscita Lázaro dos mortos: João 11.1-44
Ele próprio ressuscitou dos mortos: Mateus 28; Marcos 16;
Lucas 24; João 20
OS ENSINOS DE JESUS
Jesus ensinou Seus discípulos muitas coisas acerca de quem
Deus é, como Ele se sente a nosso respeito e como podemos
viver uma vida que o agrade. A lista a seguir apresenta muitos
destes ensinos e onde você pode encontrá-los nas Escrituras.
E n sinos gerais
As bem-aventuranças (“Bem-aventurados...”): Mateus 5.1-12
Você precisa saber de novo:João 3.1-21
A regra de ouro: Lucas 6.31
A oração do Pai Nosso: Mateus 6.5-15
O Sermão da Montanha: Mateus 5—7
Deixe sua luz brilhar: Mateus 5.14-16
Sejam minhas testemunhas: Mateus 28.18-20, Atos 1.8
E xp ressões “ E u so u ”
O pão da vida: João 6.25-59
A porta: João 10.7
O bom Pastor: João 10.1-21

A água da vida: João 4.1-26
A luz do mundo: João 8.12
A videira (e vocês são os galhos): João 15.1-17
O caminho, a verdade e a vida: João 14.6
Parábolas
Dívidas canceladas: Lucas 7.41-43
O custo do discipulado: Lucas 14.28-33
O servo fiel: Lucas 12.42-48
O bom samaritano: Lucas 10.30-37
Um grande banquete: Lucas 14.16-24
A semente: Marcos 4.26-29
O tesouro escondido/ A pérola de grande valor: Mateus
13.44-46
Honra nufii banquete: Lucas 14.7-14
A moeda perdida: Lucas 15.8-10
A ovelha perdida: Mateus 18.12-14; Lucas 15.3-7
O grão de mostarda: Mateus 13.31,32
A viúva insistente: Lucas 18.2-8
O filho pródigo: Lucas 15.11-32
A ovelha e as cabras: Mateus 25.31-46
O semeador: Mateus 13.1-8; 18-23; Marcos 4.3-8; 14-20;
Lucas 8.5-8; 11-15 -
Os talentos: Mateus 25.14-30
Os lavradores maus: Mateus 21.33-44; Marcos 12.1-12; Lu
cas 20.9-18
As dez virgens: Mateus 25.1-13
Dois filhos: Mateus 21.28-31
O empregado mau: Mateus 18.23-34
0 banquete de casamento: Mateus 22.2-14

Os dois alicerces: Mateus 7.24-27; Lucas 6.47-49
Os trabalhadores na plantação de uvas: Mateus 20.1-16
VERSÍCULOS PARA AJUDÁ-LO A
CELEBRAR OS FERIADOS
A Bíblia é cheia de histórias e instruções para feriados es
peciais, banquetes, festivais e celebração. Abaixo, seguem alguns
versículos que podem ser usados em devoções fam iliares ou
como temas para celebrações em seus feriados.
Dia dos Namorados e Dia do Amigo
João 3.16
João 13.34,35
João 15.13
1 Coríntios 13
Efésios 5.1-2
Colossenses 3.14
1 Pedro 4.8
1 João 3.1
1 João 3.16,18
1 João 4.7-9,11
Dia de Missões
Isaías 52.7
Mateus 28.19,20
João 15.13
Atos 1.8
Romanos 10.14,15
Páscoa
Isaías 53
Mateus 26-28
Marcos 14-16
Lucas 22-24
João 1.29; 18-21
1 Coríntios 15.3-4,55-57
Filipenses: 2.5-11
Apocalipse 5.9,10,12-13
Ação de Graças
1 Crônicas 16.8,9
Salmo 35.18
Salmo 100
Efésios 5.19,20
ColossenSes 3.16,17
1 Tessalonicenses 5.16-18
Natal
Gênesis 3.15
Isaías 7.14
Isaías 9.6
Isaías 52.7
Mateus 1.18—2.11
Lucas 1.1-2.38
Lucas 4.17-22
João 1.1-12
Joio 3.16
VERSÍCULOS PARA AJUDÁ-LO A

COMPARTILHAR SUA FÉ
Ser uma “testemunha” pode ser tão simples quanto com
partilhar com sua família e amigos o que Jesus fez por você.
Porém, algumas vezes, ajuda saber alguns versículos bíblicos que
explicam o que é ser um cristão e como colocar sua fé em Cris
to. Aqui vão alguns textos para ajudá-lo a começar.
A estrada romana: uma série de versículos do livro
de Romanos - passo a passo
Romanos 3.23: Porque todos pecaram e destituídos estão da gló
ria de Deus.
Romanos 6.23: Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom
gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor.
Romanos 5.8: Mas Deus prova o seu amor para conosco em que
Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.
Romanos 10.9: Se, com a tua boca, confessares ao SenhorJesus
e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo.
Romanos 10.13: Porque todo aquele que invocar o nome do
Senhor será salvo.
Outros textos bíblicos importantes
Hebreus 9.27:Todos morreram e enfrentarão o julgamento
de Deus.
Efésios 2.8,9: A salvação é um dom gratuito de Deus; este
não pode ser alcançado nem comprado.
João 3.16: Deus amou tanto o mundo que Ele enviou Seu
único filho.
Isaías 53.5: Ele foi punido em nosso lugar. Ele pagou a pena
por nosso pecado.
Atos 4.12: A salvação vem apenas através da fé em Jesus.
Não há outra maneira.
Atos 16.30,31: Creia nele e será salvo.
João 11.25,26: Creia nele e você viverá para sempre com
Ele no céu.
1 Coríntios 2.9: O céu é um lugar tão maravilhoso que é
impossível descrevê-lo!
A oração do pecador
Muitas pessoas creram em Jesus —convidando-o para entrar
em seu coração e vida —fazendo uma oração semelhante a esta:
Querido Jesus, eu sei que sou pecador e que foi meu pecado
que o enviou para a cruz.Você pagou a pena no meu lugar. Obri
gado por sacrificar Sua vida para salvar a minha. Por favor, per
doe-me e ajude-me a viver de um modo que lhe agrade. Amém.
VERSÍCULOS PARA AJUDÁ-LO
A GUARDAR SEU CORAÇÃO
A Bíblia tem muito a dizer acerca do tema “guardar o seu
coração” —manter nosso coração, nossa mente e nosso espírito
puro, tomando o cuidado de enchê-lo com as coisas que agradem
a Deus e nos ajudem a honrá-lo. Seria uma boa ideia estudar estes
versículos e memorizá-los para que você possa tomar decisões
sábias sobre as coisas que assiste, ouve, lê ou até mesmo pensa!
Guarde o seu coração
Deuteronômio 5.29
Salmo 19.14
Salmo 51.10
Provérbios 4.23
Romanos 12.2
Marcos 12.30
Efésios 5.15,16
Coisas para internalizar
Deuteronômio 6.6-9
Salmo 119.9,11
Provérbios 3.3,5,6
Provérbios 15.30
Provérbios 18.15
Isaías 26.8
1 Coríntios 13
Gálatas 4.22,23
Efésios 4.2,3, 32
Filipenses 4.6-8
Colossenses'3.1,2
Coisas para manter do lado de fora
Salmo 119.36,37
Provérbios 6.16-19
Provérbios 14.30
Provérbios 16.5
Mateus 6.25-34
Efésios 4.29-31
Efésios 5.3,4
Colossenses 3.5-10
VERSÍCULOS p a r a a ju d ar - l o a
r
ENCARAR SEUS TEMORES
O medo é uma coisa séria para muitas crianças —e crescidas,
também. Há medos “bobos” e outros não tão bobos, medos im
possíveis e medos bem reais. Mas a Bíblia diz “Não tema” - pelo
menos sessenta ou setenta vezes! Aqui estão alguns versículos
para ler, estudar e memorizar, que lhe ajudarão a enfrentar seus
temores e vencê-los.
Versículos sobre medo
Deuteronômio 31.8
Salmo 23.1-5
Salmo 27.1-5
Salmo 56.3
Isaías 41.10
Romanos 8.14-16
Filipenses 4.6,7
1 Pedro 3.14
1 João 4.18
Versículos de esperança, conforto e paz
Salmo 4.8
Salmo 23
Salmo 91
Salmo 119.65
Salmo 121
Isaías 26.3
Isaías 43.1-3
João 14.27
João 16.33
Romanos 8.28, 31,32, 37-39
Romanos 15.13
Romanos 16.20
Filipenses 4.6-8
1 João 3.18-20
1 João 4.4
Apocalipse 21.1-4; 22.3-5
O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE O CÉU
A Bíblia nos conta que um dia o mundo como o conhece
mos chegará ao fim. Os céus passarão com grande estrondo, e os
elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há
se queimarão (2 Pedro 3.10). Mas, então, Deus prometeu que Ele
ressuscitaria, ou recriaria, a terra para ser tudo o que Ele sempre
quis que fosse (Apocalipse 21.1). Esta nova terra seria nosso lar
para toda a eternidade, um mundo perfeito, imaculado, inculpável,
incólume pelas consequências do nosso pecado. Frequentemente,
nos referimos a esta nova terra como “paraíso” ou “o céu”.1
C. S. Lewis descreve lindamente esta recriação em A última
batalha, o livro final na série infantil As crônicas de Nárnia. Em
uma das últimas cenas, Pedro e Lúcia e os outros personagens
estão confusos. Eles acabaram de testemunhar a completa des
truição da terra de Nárnia —e, ainda assim, encontram-se num
mundo muito semelhante, só que melhor! Lorde Digory é o
primeiro a entender a situação:
— Aquela não era a verdadeira Nárnia. Ela teve um começo e
um fim. Era apenas uma sombra, uma cópia da verdadeira Nárnia que
sempre existiu e sempre existirá aqui...
1. Alguns estudiosos da Bíblia sugerem que as palavras “paraíso” ou “céu” devem re
almente ser usadas para referir-se a um lugar intermediário (ainda assim maravilhoso)
onde os cristãos que morreram antes de Jesus vão retornar, a fim de esperarem até
que seja tempo de nos unir-nos a eles. O que nós pensamos que é o “céu” —nosso
destino eterno —é, na verdade, a nova terra.
ONDE VOCÊ ENCONTRARÁ NA BlBLIA... 373
Foi o unicórnio quem resumiu o que todos estavam sentindo...

— Finalmente voltei para casa! Este, sim, é o meu verdadeiro
lar! Aqui é o meu lugar. E esta a terra pela qual tenho aspirado a vida
inteira, embora até agora não a conhecesse. A razão porque amavamos
a antiga Nárnia é que ela, às vezes, se parecia um pouquinho com
isto aqui. E, acrescentou, soltando um longo relincho: - Avancemos!
Continuemos subindo!2
Lewis escreveu, “Toda a vida deles neste mundo e todas as
suas aventuras em Nárnia haviam sido apenas a capa e a pri
meira página do livro. Agora fmalmente estavam começando o
capítulo 1 da Grande História que ninguém na terra jamais leu:
a história que continua eternamente e na qual cada capítulo é
muito melhor do que o anterior”.3
Agora vivemos o que C. S. Lewis chama de “Terra das som
bras”. Nossa vida aqui na terra é apenas uma cópia pálida - uma
imitação imperfeita, cheia de falhas —do que está por vir. O
que nós achamos que é o fim (a morte) é, na verdade, apenas o
começo. Diferente da vida na “Terra das sombras”, nossas aven
turas no céu jamais terminarão.
A Bíblia nos conta, As coisas que o olho não viu, e o ouvi
do não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que
Deus preparou para os que o amam. Mas Deus no-las revelou
pelo seu Espírito (1 Coríntios 2.9,10).
Há muitas coisas que não sabemos sobre o céu —um lugar tão
maravilhosos, tão lindo, tão incrível - algumas vezes é difícil até
mesmo imaginar. Mas sabemos que o necessário para chegar lá é
2. LEWIS, C. S. A última batalha. 2. ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009.
p. 729, 730.
3. Ibid., p. 737.
crer em Jesus (João 15.6;Atos 4.12; Romanos 10.9,10). Aqui vão

algumas outras coisas que sabemos, do que a Bíblia nos diz direta
mente e o que ela revela acerca da natureza de Deus e Sua criação:
Jesus foi para o céu para preparar um lugar para nós, e um
dia voltará para nos levar para lá (João 14.1-3).
No céu, há anjos - poderosos seres sobrenaturais criados
por Deus para serem Seus servos e mensageiros (Hebreus 12.22;
Apocalipse 5.11).
No céu também estão todos os homens e mulheres de Deus,
de todas as eras, nossos amigos e familiares, que foram antes de
nós (Hebreus 12.1,22-24).
O céu é um lugar incrível, cheio de alegria e felicidade.
Haverá lugares para ir, pessoas para conhecer, coisas para explo
rar - todas as coisas desta vida e mais (Hebreus 12.22;João 5.17;
Mateus 25.23; Isaías 65.21)!
Lá, veremos à Deus face a face e seremos como Ele (1 Corín-
tios 13.12; 1João 3.2). Nós brilharemos como o sol (Mateus 13.43).
Deus dará a cada um de nós um nome novo e secreto, co
nhecido apenas por nós e por Ele (Apocalipse 2.17). Ele escre
verá Seu próprio nome nas nossas testas (Apocalipse 22.4). Nos
sos nomes também estão escritos no livro da vida do Cordeiro
(Lucas 10.20;Apocalipse 21.27).
Teremos corpos novos e perfeitos no céu, que nunca ficarão
doentes ou envelhecerão (1 Coríntios 15.40; 2 Coríntios 5.1).
Mas ainda seremos nós mesmos —seremos reconhecidos por nos
sa família e amigos (Jó 19.26,27; Lucas 16.25; 24.39; Mateus 8.1).
No céu, haverá um trabalho significativo, para cada um fazer
—coisas que nos trazem alegria e sentimento de recompensa —
mas descanso por todo o trabalho e sofrimento duro, que é parte
de nossa vida na terra (João 5.17; Mateus 25.23; Isaías 65.21 ;Apo
calipse 5.10;20.6;Jó 3.17;Apocalipse 14.13).Não haverá fome ou

sede, choro, dor, maldição do pecado, ou escuridão (Isaías 25.8; 1
Coríntios 15.26,54; Apocalipse 7.16,17; 21.3-5).
Embora não tenhamos que comer ou beber, nós o faremos
- apenas para aproveitar (Apocalipse 21.6; Isaías 25.6; Apocalipse
22.2)! Celebraremos com Jesus quando Ele estiver unido conos
co, Sua Igreja, em um festival chamado “a ceia das bodas do Cor
deiro” (Ap 19.9).
Algumas coisas —como nascer, casar-se, ter filhos, morrer —
são apenas para esta vida (Lucas 20.35,36). (Isto não quer dizer
que no céu não seremos próximos das pessoas que eram próximas
de nós na terra).
Haverá animais no céu (talvez até mesmo os extintos!). Não
sabemos realmente se nossos animais se juntarão a nós lá. Eles não
têm o mesmo espírito (ou alma) que nós. Mas muitos estudiosos
da Bíblia dizem que é possível que Deus ressuscitará nossos ani
mais, ou os recriará ou nos dará novos animais, assim como ele
nos ama e ama nos dar coisas que encham nossos corações com
alegria (Isaías 11.6-9; Romanos 8.21-23;Apocalipse 5.13)!
Embora o fato de ser bom não nos leve para o céu —somente
a fé em Jesus o faz —nossas boas ações nesta vida nos garanti
rão recompensas celestiais (Mateus 6.20; Lucas 6.35; Daniel 12.3;
Mateus 10.42; Eíésios 6.8; Romanos 2.10; 2 Timóteo 4.8;Tiago
1.12; 1 Pedro 5.4).
Aqueles que sofreram por causa de Jesus nesta vida receberão
honra especial no céu (Mateus 5.11,12; Romanos 8.18; 2 Corín
tios 4.17; 2Timóteo 2.12;Hebreus 10.34;Apocalipse 7.13-17).
O céu é melhor que tudo que conhecemos nesta vida (2
Coríntios 5.8; Filipenses 1.23).
Nós viveremos no céu para sempre e sempre (2 Timóteo 1.10).
#
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MAPAS DAS "A%
TERRAS BÍBLICAS
MAPAS DAS TERRAS BÍBLICAS 377
D o z e trib o s de Israel
378 GUIA DA BÍBLIA PARA A FAMÍIIA
O Reino de Israel
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r H enciclopédias e manuais disponíveis às famílias hoje, além
„ J S d e diversos livros voltados para a família e de estudo
bíblico. Todo esse material pode ajudar você a aproveitar mais
o seu estudo bíblico pessoal, a responder a perguntas que surgem
durante os momentos devocionais com a família ou no momento
das histórias da Bíblia e a lançar luz sobre passagens conhecidas das
Escrituras. Muitos incluem mapas e quadros detalhados, ilustrações
das terras da Bíblia e de artefatos arqueológicos. Aqui, apresenta
mos algumas obras e Bíblias de estudo que podem agradar à famí
lia, para que você possa começar:
• O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento
• O Novo Comentário Bíblico Novo Testamento
• Comentário Bíblico Expositivo WarrenW.Wiersbe
• Introdução teológica ao Pentateuco
DESCUBRA MAIS 385
• Manual prático de teologia

• Manual bíblico Ryken
• Manual de defesa da fé: apologética cristã
• Apologética cristã para o século XXI
• A excelência da Nova Aliança em Cristo
• Pregando sobre personagens do Antigo Testamento
• Pregando a Palavra de Deus: a arte de preparar e minis
trar mensagens bíblicas
• Fundamentos da fé cristã
• Teologia para um aconselhamento eficaz
• 13 Chaves para compreender o fim dos tempos
• Os mistérios do Apocalipse
• Personagens esquecidos da Bíblia
• Família: lugar de refúgio ou campo de batalha?
• Bíblia de Estudo Matthew Henry
• Bíblia de Estudo Leitura Diária
• Bíblia de Estudo Batalha Espiritual e Vitória Financeira
• Bíblia de Estudo Preparando Casais para a Vida
• Bíblia de Estudo Despertamento Espiritual
• Bíblia da Oração.
Mapas, quadros e linhas do tempo
Estas são ótimas ferramentas para serem usadas em estu
dos bíblicos familiares, onde o estudo seja mais aprofundado, e
na escola dominical. Alguns dos livros a seguir trazem mapas,
quadros, suplementos e linhas do tempo, recursos didáticos que
auxiliarão o aprendizado das Escrituras.
• Descobrindo a Bíblia
• A Essência do Antigo Testamento
• A Essência do Novo Testamento
• Educação cristã: uma jornada para toda a vida

• Guia de Willmington para a Bíblia: método cronológico
(volume 1) e método teológico (volume 2)
• Fusão dos Evangelhos em ordem cronológica
• Onde encontrar na Bíblia?
M ídias
As editoras estão sempre saindo com algum novo softwa
re sobre a Bíblia. A maioria dos CD Roms incluem traduções
múltiplas das Escrituras, além de vários dicionários bíblicos,
comentários, concordâncias, mapas e quadros. Faça uma visita
até a sua livraria cristã preferida ou pesquise na internet para
comparar títulos como Quick Verse, eBible, Bibleworks, Tlte Ama-
zing Bible Expedition e Treasures of the Bible. Há também ativida
des e jogos disponíveis para as crianças, tais como Beginner’s Bible
Activity Pack.
Film es
Como produtores de filmes e audiências do mundo intei
ro já descobriram, os filmes podem ser uma maneira poderosa
e edificante de comunicar a verdade da Bíblia. Literalmente,
centenas de. ótimos títulos baseados na Bíblia existem hoje para
os cristãos. Entre eles, podemos citar Praise Baby, Os vegetais, Os
Dez Mandamentos, Ben Hur,Jesus de Nazaré eA paixão de Cristo. E
não se esqueça dos filmes que são biografias de cristãos famosos
ou têm fortes temas cristãos, como O refúgio secreto e Carruagens
de fogo, e até mesmo O leão, afeiticeira e o guarda-roupa, de C. S.
Lewis. Estes filmes podem ser uma ótima maneira de reforçar as
coisas que você e sua família têm aprendido em seu estudo da
Bíblia juntos, seja em casa ou na igreja. Eles também podem en
DESCUBRA MAIS 387
riquecer a conversa (e levar a um estudo adicional) com temas

importantes, pois se referem à vida familiar e à fé.
Naturalmente, é importante ver antes os filmes, para ter
certeza de que estão dentro dos padrões apropriados para os
membros da sua família. Lembre-se de que muitos épicos bíbli
cos —embora maravilhosos e inspiradores —podem não ser cem
por cento fiéis. E um fato comum que os escritores inventem
personagens e cenas para fornecer os detalhes ou mudar as coi
sas para que a história possa fluir. Antes ou depois que assistirem
ao filme, procure a história original na Bíblia e a releia com to
dos. Não deixe de explicar quais elementos da versão você sabe
que são a verdade das Escrituras e quais são fruto da imaginação
e criatividade de alguém!
Organizações e websites
Os sites a seguir, muitas vezes, oferecem todo tipo de infor
mação para as famílias cristãs —artigos, colunas, devocionais e
planos de leitura da Bíblia, dicionários e concordâncias bíblicas
online, até mesmo uma reconstrução virtual do templo —assim
como páginas de atividades que você pode imprimir para as
crianças.Vale a pena conferir!
Sociedade Bíblica Americana, www.americanbible.org
Bible Gateway, www.BibleGateway.com
Cristianismo Hoje, www.cristianismohoje.com.br
Crosswalk, www.crosswalk.com
Gospel.com, www.gospel.com
Maravilhas de Israel, Go Israel, www.tourism.gov.il
Parque Arqueológico de Jerusalém, www.archpark.org.il
Lugares para visitar

Fique atento para informações acerca de conferências ou
retiros que tratem do tema família em sua área. Muitas igrejas
e ministérios cristãos patrocinam viagens missionárias, acampa
mentos, cruzeiros e até mesmo viagens à Terra Santa. Se levar
toda a família numa viagem ao exterior não é algo que possa
fazer agora, você ainda pode experimentar a Experiência da
Terra Santa, em Orlando, Flórida, “um museu e um parque bí
blico que trazem à vida o mundo da Bíblia”. O parque tem te
atro, shows musicais, atividades e exibições - incluindo o maior
modelo da cidade de Jerusalém, como era durante a época de
Cristo e a maior coleção particular de textos e artefatos bíblicos
nos Estados Unidos.
Para mais informação a respeito da Experiência da Terra
Santa, visite: www.theholylandexperience.com.
« 1» T l
VIAJE ATRAVÉS DA BÍBLIA COM SUA FAMÍLIA ~

E CONHEÇAAS ESCRITURAS
O Guia da Bíblia para a família foi escrito para ajudar pais, avós e professo
res ocupados a ensinarem o básico: o que está na Bíblia, onde encontrar e como
tudo se encaixa. Ele tem a intenção de ser simples, agradável à família e fácil de —
compreender e de seguir.
Os três primeiros capítulos deste Guia lhe darão um pouco de informação de
pano de fundo. “A história da Bíblia” explica como nós conseguimos o livro que ^
temos em mão hoje. “A autoridade da Bíblia” discute como sabemos que podemos
confiar nela. E “A mensagem da Bíblia” provê uma visão geral da maior história já
contada, de Gênesis a Apocalipse - do começo ao fim.
A seguir, olharemos brevemente o que está em cada um dos 66 livros que ^
compõem a Bíblia. Quem escreveu cada livro em particular? Quando e onde?
Quais são os destaques? O que precisamos saber? Você encontrará tudo aqui. ~
A última seção oferece todas as dicas e sugestões práticas sobre como es
colher uma tradução, usar uma concordância ou enciclopédia bíblica e organizar
seu próprio estudo bíblico e/ou devocional em família.
Há planos de leitura bíblica, mapas, quadros e listas de textos bíblicos que lhe ^
mostram onde encontrar histórias ou versículos que abordam temas específicos.
Este Guia é verdadeiramente uma bênção e uma ferramenta de ajuda para você
e sua família.
Sobre a autora
Christin Ditchfield, conferencista popular, é autora de mais de ^
50 livros, incluindo outros três desta série: A Family Guide to Nar- _
nia; A Family Guide to “The Lion, the Witch and the Wardrobe” e A
Family Guide to “Prince Caspian”. É apresentadora do programa
de rádio, internacionalmente transmitido, Take It To Heart e pos- _
sui Mestrado em Teologia Bíblica pela Southwestern University.
ISBN 978-85-7689-430-8
CENTRAL Estrada do Guerenguê, 1851 - Taquara

32981
GOSPEL
impüctúndo vidüs
Rio de Ja neiro - RJ - CEP: 2 2 7 1 3 -0 0 1
PEDIDOS: (21) 2187-7000
e conquistando vitórias www.editoraoentralgospel.com 788576 894308

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CHRISTIN DITCHFIELD

Editora Central Gospel Ltda

8. Mapas das terras bíblicas.....

uando você abre as páginas da Bíblia pela primei­

t o livro mais influente e mais lido na história do mundo. Estar

mãos hoje. A autoridade da Bíblia discute como sabemos que

E temos, mui firme, a palavra dos profetas.. .mas os

A palavra Bíblia vem da palavra grega biblios, que significa

A Bíblia foi escrita, na verdade, durante um período de mais

para uma série de concílios da Igreja. Seu objetivo foi determi­

Figura 1.1 — O Antigo Testamento

Os livros da Lei 2 Crônicas Daniel

Os livros do Antigo Testamento são, algumas vezes, mencio­

eles foram distribuídos em cinco categorias: Evangelhos, histó­

Evangelhos Efésios 1 Pedro

Com o passar dos anos, alguns cristãos concluíram errone­

Os autores do Novo Testamento citam o Antigo Testamen­

Figura 1.3 - Os livros apócrifos ou deuterocanônicos

Durante a Idade Média, a Bíblia grega e hebraica foi tradu­

Por volta do ano 1600 d.C., o rei James comissionou um

Podemos confiar nela?

Porque a palavra âe Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que

(Mateus, Marcos, Lucas e João) conta a história do ministério

mesmo. Mas, nos últimos 200 anos, os arqueólogos fizeram al­

Por fim, como cristãos, cremos que o mesmo Deus que

m i scritos durante mais de 1.500 anos, por 40 autores diferen-

Sua glória, majestade, sabedoria e Seu poder. Ele queria com­

como uma serpente no jardim do Éden e tentou Eva a comer

Adão e Eva sentiram as consequências de seu pecado bem

Nessa terra, Deus o abençoaria e faria dele uma grande nação.

José como escravo no Egito e contaram a seu pai que o rapaz

feito com Abraão. Deus deu-lhes os Dez Mandamentos e a Lei

O tempo passou e os filhos de Israel continuaram a oscilar

interior, ele era fraco, invejoso, avarento e orgulhoso. Seu co­

dos conselheiros de Salomão, Jeroboão, como o novo rei de Is­

que encarassem seus inimigos sozinhos. (Essas são as mensagens

seu ministério de oração e intercessão, mesmo quando tal ação

Décadas se passaram. Séculos se passaram. E nada aconteceu. Não

que não conseguiríam, de qualquer modo), mas porque confia­

Assim como Jesus prometeu, o Espírito Santo moveu-se

Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colos-

lá O público; O povo de Deus

B A história: Gênesis quer dizer começo. Essa é a história de

no céu. Separou os mares da terra seca e cobriu a terra com

erros dos pais. Em um ataque de inveja e raiva, seu primeiro

Deus deseja ter com todas as pessoas da terra. Deus escolheu

ambos juntos (22.8). Suas palavras foram proféticas. No último

José interpretou os sonhos do Faraó, avisando-o sobre

E estabelecerei o meu concerto entre mim e ti e a tua semente

Gênesis por toda a Bíblia, algumas vezes, com mais detalhes ou

de Abraão, Isaque, o filho da promessa, nascido de Sara, a es­

H O público: O povo de Deus

H A história: O livro de Exodo fala-nos de como os filhos de

o povo até a beira do mar Vermelho. Deus dividiu o mar so­

ta - regras e regulamentos para adoração, vida em comunida­

- seu compromisso —de amar e servir a Deus. Todas as pala­

quebrando as tábuas de pedra que Deus havia lhe dado e

Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito,

nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as

S Mais sobre essa história na Bíblia: Para aprender como

18 Palavras para saber:

Seu povo. Disse-lhes, pois, Jesus: Na verdade, na verdade vos

üf O público: O povo de Deus

uando você abre as páginas da Bíblia pela primei

para uma série de concílios da Igreja. Seu objetivo foi determi

Os livros do Antigo Testamento são, algumas vezes, mencio

eles foram distribuídos em cinco categorias: Evangelhos, histó

Com o passar dos anos, alguns cristãos concluíram errone

Os autores do Novo Testamento citam o Antigo Testamen

Durante a Idade Média, a Bíblia grega e hebraica foi tradu

mesmo. Mas, nos últimos 200 anos, os arqueólogos fizeram al

Sua glória, majestade, sabedoria e Seu poder. Ele queria com

interior, ele era fraco, invejoso, avarento e orgulhoso. Seu co

dos conselheiros de Salomão, Jeroboão, como o novo rei de Is

que não conseguiríam, de qualquer modo), mas porque confia

de Abraão, Isaque, o filho da promessa, nascido de Sara, a es

o povo até a beira do mar Vermelho. Deus dividiu o mar so

ta - regras e regulamentos para adoração, vida em comunida

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Ouve, Israel, o S E N H O R , nosso Deus, ê o único S E

Pense nisso: Muitas pessoas são familiarizadas com as ins

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■ A história: Depois da morte de Josué, o povo de Deus fi

Si A mensagem: Os filhos de Israel não obedeceram às instru

de direito na família de Deus. Nós nos vendemos à escravi

Jônatas, o filho de Saul, o amigo mais querido de Davi (1.1