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Alexandre Oliveira
Química Geral
1° Semestre
Curso Anual de Química
Assunto Página
Módulo 01 – Modelos Atômicos 03
Química
Módulo 03 – Ligações Químicas 89
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MÓDULO 01
Modelos Atômicos
1. Teoria Atômica
1.1. A Origem da Teoria Atômica
Na Grécia antiga o conceito fundamental de átomo já existia, sendo tal partícula considerada a unidade
fundamental da matéria.
A ideia de átomo foi proposta por Leucipo e desenvolvida pelo filósofo grego Demócrito (460-370 a.C.).
Demócrito usou a palavra “átomo” para designar a partícula indivisível da matéria.
PIatão (428-348 a.c.) e Aristóteles (384-322 a.C.) foram contra a ideia da existência do átomo e esse
pensamento prevaleceu durante séculos.
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Experimentos realizados com as ampolas de Crookes, utilizando-se gases sob baixíssima pressão, cerca de
0,01 atm e provocando uma diferença de potencial da ordem de 20.000 volts, observava-se que o gás sofria uma
descarga elétrica.
Nestas condições foi observado um fluxo luminoso que partia do pólo negativo da ampola de vidro (cátodo)
em direção ao pólo positivo da ampola (ânodo). Este fluxo luminoso foi denominado de raios catódicos.
Os raios catódicos possuem as seguintes propriedades principais:
1) Possuem massa, pois eram capazes de mover uma pequena hélice colocada dentro da ampola de Crookes;
2) Propagam-se em linha reta, pois projetavam uma sombra na parede oposta da ampola de Crookes quando um
anteparo era colocado em sua trajetória;
3) Possuem carga elétrica negativa, pois quando o fluxo era submetido a um campo elétrico, este sofria um
desvio em direção ao pólo positivo do campo magnético. Essa demonstração foi realizada em 1887, pelo físico
inglês Thomson.
cátodo ânodo
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O físico americano Robert A. Millikan (1868-1953) conseguiu medir a carga de um elétron e consequente-
mente a massa deste, através da seguinte experiência.
Neste experimento Millikan colocava pequeninas gotas de óleo numa câmara através de um nebulizador.
Ao caírem lentamente através do ar, eram expostas a raios X, o que provocavam a transferência de moléculas do
ar para elas, umas ficavam com um elétron, outras com dois ou três e assim por diante. As gotículas de óleo eram
observadas individualmente através de um pequeno telescópio.
Millikan ajustava a carga elétrica nas placas que ficavam acima e abaixo das gotas até que a atração
eletrostática, que impelia a gota para cima, equilibrava a força da gravidade que as puxava para baixo. Pelas
equações que traduziam essas forças Millikan calculou a carga em cada gota.
As cargas encontradas em cada gota variavam, mas essas cargas eram múltiplos inteiros do menor valor
encontrado em determinada gota. A menor carga encontrada foi 1,6.10–19 C. Millikan concluiu que essa era a
carga elétrica fundamental, a carga de um elétron.
Como Thomson já havia determinado a relação entre a carga e a massa de um elétron, Millikan determinou
também a massa do elétron. (O valor aceito atualmente para a massa do elétron é 9,109389.10–28 g e o da sua
carga é 1,60217733.10–19 C).
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Nesse experimento os elétrons colidem com as moléculas de gás e produzem fragmentos positivos destas
moléculas, que são atraídos pelo cátodo perfurado carregado negativamente. Alguns destes fragmentos positivos
passam através dos orifícios do cátodo e formam um feixe de partículas carregadas positivamente.
Os raios canais também são desviados por campos elétricos e magnéticos, mas esses desvios são muito
menores que os desvios sofridos pelos elétrons, para uma mesma intensidade dos campos. Isso ocorre pelo fato
da massa dos prótons ser muito maior que a massa dos elétrons.
Como um átomo não possui carga elétrica líquida, o número de elétrons é igual ao número de prótons.
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Por outro lado, os elétrons colidindo com os átomos do gás residual excitam esses átomos provocando
saltos de seus elétrons para camadas de maior energia; na volta desses elétrons para as camadas originarias há
emissão de ondas eletromagnéticas sob forma de luz. Se o gás residual é o hidrogênio, os raios canais são
constituídos pelos íons gasosos H+ resultantes da colisão de elétrons (raios catódicos) com as moléculas de H2 do
gás residual.
H••H + e- [H•H]+ + 2e-
[H•H]+ + e- 2 [H]+ + 2e-
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O modelo do “pudim de passas” de Thomson teve uma vida muito curta. Com o modelo do átomo de
Thomson as partículas atravessariam o átomo sem sofrer desvios, sendo que algumas delas sofreriam
pequenos desvios (a). Com o átomo nucleado de Rutherford (b) algumas partículas sofreriam grandes desvios e
até retomariam na direção oposta das partículas emitidas.
Com os avanços tecnológicos do início do século XX, foi inventado o espectrômetro de massas, um
instrumento que permite a determinação da massa de um átomo. A espectroscopia de massas foi usada para
determinar a massa de todos os elementos conhecidos.
Através da espectroscopia de massas os cientistas descobriram que nem todos os átomos de um elemento
químico possuem a mesma massa e descobriram, ainda, que quando o número de prótons aumenta a massa de
um átomo aumenta numa proporção ainda maior.
Assim os cientistas começaram a propor a existência de partículas eletricamente neutras no núcleo dos
átomos, juntamente com os prótons, tais partículas foram denominadas de nêutrons. Os nêutrons não possuem
carga elétrica, mas possuem massa e por isso contribuem substancialmente para o aumento da massa dos
átomos.
Essa partícula que não possui carga elétrica e tem massa igual a 1,6749286.10 –24 g, hoje é denominada
de nêutron. Observe que a massa do nêutron é aproximadamente igual à massa de um próton. Os prótons e
nêutrons são denominados de nucléons.
Em 1932, o físico inglês James Chadwick (1891-1974) comprovou a existência dos nêutrons quando
realizou uma reação de transmutação nuclear artificial, bombardeando o berílio com partículas :
9 4 12 1
Be4 + 2 C6 + n0 (nêutron)
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Elemento químico é um conjunto de átomos que possuem o mesmo número de prótons no núcleo. Portanto,
o que caracteriza um elemento químico é a quantidade de prótons. O hidrogênio possui um próton, o hélio possui
dois, o lítio três e assim por diante.
O número atômico de um átomo é representado pela letra Z.
O número de massa de um átomo (A) é a soma do seu número de prótons (Z) com o seu número de
nêutrons (n). Assim temos que (A = Z + n). Um outro nome para o número de massa é o número de núcleons.
Isótopos são átomos que possuem o mesmo número atômico, mas que apresentam diferentes números de
massa. Essa diferença nos números de massa se deve a diferença no número de nêutrons. Como os isótopos
apresentam o mesmo número de prótons, eles pertencem a um mesmo elemento químico.
Alguns átomos possuem um único isótopo estável (alumínio, flúor, fósforo), porém a maioria dos elementos
químicos apresenta dois ou mais isótopos estáveis.
Observe os exemplos abaixo para os elementos químicos hidrogênio e carbono:
1 2 3 12 13 14
H H H 6
C 6
C 6
C
1 1 1
prótio deutério trítio A = 12 A =13 A = 14
Z=6 Z=6 Z=6
n=6 n=7 n=8
40 40 14 14
20
Ca 18
Ar C N
6 7
A = 40 A = 40 A = 14 A = 14
Z = 20 Z = 18 Z=6 Z=7
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Isótonos ou isoneutrônicos são átomos que possuem o mesmo número de nêutrons (n) e diferentes
números atômicos (Z) e de massa (A), consequentemente pertencem a elementos químicos diferentes.
26 28 232 234
12
Mg 14
Si 90
Th 92
U
A = 26 A = 28 A = 232 A = 234
Z = 12 Z = 14 Z = 90 Z = 92
n = 26 – 12 = 14 n = 28 – 14 = 14 n = 232 – 90 = 142 n = 234 – 92 = 142
Isodiáferos são átomos que apresentam a mesma diferença entre o número de nêutrons (n) e o número de
prótons (Z).
71 73
35
Br 36
Kr
A = 71 A = 73
Z = 35 Z = 36
n = 71 – 35 = 36 n = 73 – 36 = 37
n – Z = 36 – 35 = 1 n – Z = 37 – 36 = 1
Os elementos químicos que têm propriedades semelhantes estão na mesma coluna da tabela periódica.
Mas qual a razão disto? As descobertas do elétron, do próton e do nêutron levaram os cientistas a procurar qual
era a relação entre a estrutura atômica e o comportamento químico. Já em 1902 Gilbert N. Lewis (1875-1946)
sugeria a ideia de os elétrons, num determinado elemento, estarem dispostos em camadas, que se distribuem
sucessivamente a partir do núcleo do átomo. Lewis explicava a semelhança das propriedades químicas dos
elementos de um certo grupo pela hipótese de todos os elementos do grupo terem o mesmo número de elétrons
na camada mais externa. Estes elétrons são os elétrons de valência.
O modelo do átomo proposto por Lewis levanta muitas questões. Onde se localizam os elétrons? Têm
energias diferentes? Há provas experimentais para este modelo? Estas perguntas motivaram muitos estudos
experimentais e teóricos, que principiaram por volta de 1900 e continuam até os dias e hoje.
Algumas propriedades da radiação; como a luz, podem ser descritas em termos de movimento ondulatório.
Estas ideias surgiram de experiências feitas pelos físicos do século XIX, entre eles o escocês James Clerk
Maxwell (1831-1879). Em 1864, Maxwell desenvolveu uma elegante teoria matemática para descrever todas as
formas de radiação em termos de campos elétricos e magnéticos oscilantes, ou ondulatórios, no espaço (Fig. 1). A
radiação, como a luz, as microondas, os sinais de televisão e de rádio, os raios x, é denominada coletivamente
radiação eletromagnética.
O comprimento de onda de uma onda é a distância entre duas cristas ou máximos sucessivos (ou entre
dois mínimos sucessivos). Esta distância pode ser dada em metros, em nanômetros ou em qualquer unidade de
comprimento que seja conveniente. O símbolo para comprimento de onda é a letra grega (lambda).
As ondas também podem ser caracterizadas por sua frequência, simbolizada pela letra grega (nu). Dada
uma onda que passa por um ponto fixo no espaço, a frequência é igual ao número de ondas completas que
passam pelo ponto na unidade de tempo. A frequência por isso é, em geral, definida pelo número de ciclos que
passam pelo ponto em cada segundo (Fig. 2). A unidade de frequência é normalmente escrita como S–1 (isto é,
por segundo, 1/s ou S–1), e atualmente é denominada hertz.
Em termos científicos, a altura máxima de uma onda, medida a partir do seu eixo de propagação, é
denominada amplitude. Na Figura 2 Observe que a onda tem amplitude nula em pontos intervalados ao longo do
eixo. Os pontos de amplitude nula são os nodos, que ocorrem sempre em intervalos de comprimento /2 nas
ondas estacionárias, como as da (Fig. 2).
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Fonte
Vetor
elétrico
Vetor
magnético Duração de
propagação
Figura 1. Radiação eletromagnética. Na década de 1860, James Clerck Maxwell desenvolveu a teoria, que hoje
se aceita, de todas as formas de radiação se propagarem no espaço como campos elétrico e magnético
oscilatórios, um perpendicular ao outro. Cada campo é descrito por uma onda senoidal (pois a função seno
descreve a onda). Estes campos oscilantes provêm de cargas que vibram na fonte da onda, como um lâmpada ou
uma antena de rádio.
Esta multiplicação do comprimento pela frequência para dar a velocidade é válida para qualquer movimento
periódico, inclusive para as ondas:
Comprimento
X frequência(s–1) = velocidade(m.s –1)
de onda(m)
Esta mesma equação se aplica à radiação eletromagnética, para a qual o produto do comprimento de onda
pela frequência é igual à velocidade da luz, c:
A velocidade da luz visível e de todas as outras formas de radiação eletromagnética no vácuo é constante, c
(igual a 2,99792458 X 108 m/s ou, aproximadamente, 300.000 km/s). Isto quer dizer que, se o comprimento de
uma onda de luz for conhecido, pode-se calcular com facilidade a frequência, e vice-versa. Por exemplo, qual é a
frequência da luz de cor laranja que tem o comprimento de onda de 625 nm? Como a velocidade da luz é
expressa em metros por segundo, e o comprimento de onda está em nanômetros, é preciso passar de
nanômetros para metros.
1x109 m
625 nm. 6,25 x107 m
1 nm
c 2,998 x 108 m . s1
4,80 x 1014 s1
6,25 x 10 7
m
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Estamos imersos
constantemente em radiação
eletromagnética, inclusive na
radiação que podemos ver, a luz
visível. Como se sabe, a luz
visível é composta por um
espectro de cores que vai do
vermelho, na extremidade dos
comprimentos de onda maiores,
até a luz violeta, na extremidade
dos comprimentos de onda
curtos (Figura 3).
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2.3.1. Espalhamento elástico: ocorre quando a energia do fóton incidente é insuficiente para levar o átomo
para um de seus estados excitados. Nesse caso, o átomo permanece no seu estado fundamental e o fóton, ao
invés de ser absorvido, será simplesmente espalhado. Uma vez que o fóton incidente e o fóton espalhado têm
a mesma energia, o espalhamento é denominado elástico. Observe a figura:
E2
hf hf
E1
Espalhamento elástico
2.3.2. Espalhamento inelástico: ocorre quando a energia do fóton incidente é mais do que suficiente para levar
o átomo para um de seus estados excitados. Nesse caso, o fóton incidente é absorvido; o átomo passa do estado
E1 para o estado excitado E 2 espalhando um fóton hf' cuja energia está relacionada com a energia hf do fóton
incidente pela conservação de energia no processo:
Hf’’ = hf - E onde E = E2 – E1
Assim, percebe-se que o fóton hf incidente foi absorvido pelo átomo e a energia que sobrou na transição
do átomo para o estado excitado foi liberada na forma de um fóton menos energético hf ’. Observe a figura:
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E2
hf hf ’
E1
Espalhamento inelástico
2.3.3. Fluorescência: Na figura seguinte, a energia do fóton incidente é suficientemente grande para excitar
o átomo até um de seus estados excitados de energia mais elevada. Em seguida, devido à instabilidades
desses estados excitados, o átomo naturalmente decai e perde o excesso de energia por emissão
espontânea, à medida que faz uma ou mais transições para estados de energia mais baixa rumo ao estado
fundamental.
Um exemplo comum desse efeito é a fluorescência, que ocorre quando o átomo é excitado por
radiação ultravioleta (alta frequência e alta energia (E = h.f) é elevado a níveis de energia mais
energéticos. No retorno desses átomos, que se dá por etapas, os fótons emitidos são de luz visível, já
que a frequência da radiação associada a eles têm frequência menor que a do ultravioleta.
Esse fenômeno é utilizado na fabricação das conhecidas "lâmpadas fluorescentes". Nesses dispositivos,
os terminais elétricos contêm um filamento de tungstênio, metal de altíssimo ponto de fusão, que é aquecido
devido a passagem de corrente elétrica. Estando a alta temperatura, os átomos do metal ficam em elevado grau
de agitação e colidem com átomos vizinhos, fornecendo energia aos seus elétrons. Com isso, os átomos podem
emitir radiações eletromagnéticas ou até mesmo emitir elétrons. No caso da emissão de elétrons, o fenômeno
recebe o nome de efeito termiônico.
Os elétrons liberados nos filamentos quentes são acelerados por uma diferença de potencial aplicada
entre os terminais elétricos e se movem de um eletrodo em direção ao outro, colidindo com átomos de mercúrio
no estado de vapor e moléculas de um gás rarefeito encontrados pelo caminho, levando esses átomos a níveis
mais elevados de energia, excitando-os. Ao executarem as transições de volta para estados de mais baixa
energia, esses átomos de vapor de mercúrio emitem radiação eletromagnética (fótons) predominantemente na
frequência do ultravioleta. Essa radiação ainda não é a luz emitida pela lâmpada fluorescente, afinal radiação
ultravioleta não é visível por ser uma frequência alta demais.
A parede interna da lâmpada é revestida por uma tinta fluorescente, tipicamente a base de sulfeto de
zinco ZnS. Ao receber essa radiação ultravioleta emitida pelo vapor de mercúrio excitado, os elétrons dos
átomos da tinta, por sua vez são excitados e executam as transições eletrônicas mostradas na figura seguinte.
No retomo dessas transições, ocorrem emissões de fótons de luz visível, já que as frequências associadas e
eles são menores que as da radiação ultravioleta incidente. A emissão de luz visível a partir da radiação
ultravioleta é denominada fluorescência. As lâmpadas de "luz negras", muito comuns em danceterias, também
emitem radiação ultra violeta, que produzem fluorescência principalmente em roupas brancas e nos dentes
das pessoas.
hf ’
hf ’’
E2
hf
hf ’’’
E1
Fluorescência
Não confunda fluorescência com fosforescência. Na fluorescência, o material só emite luz visível
enquanto está sendo excitado. Cessada a excitação, o material fluorescente logo deixa de emitir luz
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visível, visto que o tempo de vida de um átomo num estado excitado é da ordem de 10 -8 s. Na
fosforescência, a emissão de lu:z perdura mesmo após cessado o processo de excitação. Veja a seguir como
isso acontece.
2.3.4. Fosforescência: Alguns estados excitados podem ter uma vida mais longa - da ordem de
milisegundos e até, às vezes, da ordem do segundo ou mesmo do minuto. São os chamados estados
metaestáveis. Para lembrar o significado de metaestabilidade, recorde-se da sobrefusão da água, uma
situação em que a água encontra-se abaixo do ponto de fusão, apesar de ainda estar no estado líquido.
Qualquer leve perturbação e esse estado metaestável é rompido, e a água logo congela. Metaestabilidade é uma
estabilidade apenas passageira, que logo é rompida com um mínimo de perturbação externa. Um outro
exemplo são as soluções supersaturadas, que por perturbação externa se tornam saturadas (com corpo de
fundo).
Assim, observando a figura anterior, admita que quando os átomos estão retornando ao estado
fundamental, eles encontrem níveis de energia metaestáveis. Nesse caso, as transições de um nível para
outro não ocorrem de uma vez. Os átomos permanecem metaestavelmente em cada um desses níveis
energéticos intermediários durante algum tempo até decair para o nível seguinte. 0 material pode emitir
luz por bastante tempo, mesmo após cessar a excitação original, enquanto os átomos ainda estiverem em
transição para níveis de energia mais baixos. A duração da fosforescência pode ser relativamente longa já
que, na prática, a quantidade de átomos é muito grande e o processo pode ser demorado.
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Figura 5. Efeito fotoelétrico. (a) Uma fotocélula opera pelo efeito fotoelétrico. A parte principal da célula é o
catodo fotossensível. Este é de um material, usualmente um metal, que ejeta elétrons quando atingido por fótons
de luz com energia suficiente. Os elétrons ejetados se deslocam para o anodo e há uma corrente elétrica na
célula. Este dispositivo pode ser usado como interruptor num circuito elétrico. (b) Quando a frequência da luz
incidente aumenta, não se observa corrente até ser atingida uma frequência crítica. Se a luz tiver intensidade
maior, isto é, se a luz tiver densidade de fótons mais elevada, o único efeito é o de provocar maior emissão de
elétrons pela superfície; o início da emissão de elétrons se observa na mesma frequência em que há emissão com
luz de intensidade mais baixa. Quando se usa luz com frequência maior que a do mínimo, o excesso de energia
do fóton faz com que o elétron escape do átomo com mais velocidade.
Assim temos:
Ec h.v
Onde: Ec é a energia cinética do elétron ejetado;
hv é a energia fornecida pelo fóton
é a energia necessária para ejetar o elétron
As experiências com as células fotoelétricas mostravam que só havia ejeção de elétrons pela superfície
quando a luz incidente tinha um mínimo de frequência. Se a frequência fosse menor que o mínimo, nenhum efeito
era observado, independente da intensidade da luz. Entretanto, se a frequência fosse maior do que este mínimo, o
aumento da intensidade da luz provocava uma corrente elétrica maior, porque ocorria a ejeção de maior
quantidade de elétrons...
Einstein mostrou que todas essas observações experimentais podiam ser explicadas pela combinação da
relação de Planck, entre a energia e a frequência da radiação, com a ideia de que a luz podia ser descrita não
somente como tendo apenas propriedades ondulatórias mas também como tendo propriedades corpusculares
quantizadas. Einstein admitiu que as partículas de luz sem massa, que hoje chamamos fótons, eram pacotes de
energia. A energia de cada fóton é proporcional à frequência da radiação, de acordo com a lei de Planck (Equação
2).
O efeito fotoelétrico pode ser explicado sem dificuldade com a proposta de Einstein. É fácil imaginar que
uma partícula com alta energia tenha que colidir com um átomo para provocar a liberação de um elétron pelo
átomo. Também é razoável aceitar a ideia de que um elétron só possa ser arrancado do átomo se houver um
mínimo de energia. Se a radiação eletromagnética puder ser imaginada como uma corrente de fótons, como
propunha Einstein, então quanto maior for a intensidade da luz, mais fótons estarão na corrente. Logo, os átomos
da superfície do metal não perdem elétrons quando o metal é bombardeado por milhões de fótons, caso nenhum
dos fótons tenha energia suficiente para remover um elétron de um átomo. Uma vez excedida a energia mínima
crítica (isto é, a frequência mínima da luz), a energia de cada fóton é suficiente para liberar um elétron de um
átomo do metal. Tendo este mínimo de energia, quanto mais fótons colidirem com a superfície, mais elétrons
serão liberados. Daí decorre a relação entre a intensidade da luz e o número de elétrons ejetados.
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O espectro de luz branca, como o de um filamento de uma lâmpada incandescente ou o da luz solar, tem
uma estrutura semelhante a um arco-íris, conforme se vê na Figura 6. Este espectro,com luz de todos os
comprimentos de onda, é denominado espectro contínuo.
Quando um elemento gasoso em
pressão baixa é sujeito a um campo elétrico
intenso (imposto por uma alta voltagem), os
átomos absorvem energia e se diz que estão
“excitados”. Estes átomos excitados emitem
luz. Entretanto, esta luz é diferente da que é
emitida pelos objetos aquecidos. Ao contrário
de um espectro contínuo de comprimentos de
onda, os átomos excitados na fase gasosa
emitem somente certos comprimentos de
onda da luz. Sabemos disto porque quando
esta luz passa através de um prisma, somente
vemos umas poucas “linhas” coloridas. Este
espectro é denominado espectro de emissão
de raias (ou de linhas).
Os espectros de raias da luz visível
emitidos pelos átomos excitados de
hidrogênio, mercúrio e neônio aparecem na
(Figura 7). Observe que cada elemento tem
um espectro de raias próprio.
Uma das questões que no final do século XIX os cientistas tentavam resolver era a razão de os átomos
gasosos emitirem radiações com somente determinadas frequências. Fizeram-se muitas tentativas de encontrar
relações matemáticas entre as frequências observadas.
O primeiro passo nesta direção foi dado por Johann Balmer (1825-1898) e depois por Johannes Rydberg
(1854-1919). Eles desenvolveram uma equação – conhecida como equação de Rydberg – a partir da qual era
possível calcular o comprimento de onda das raias vermelha, verde e azul na região visível do espectro de
emissão dos átomos de hidrogênio (Figura 7).
1 1 1
R 2 2 n>2 [3]
λ 2 n
Nesta fórmula, n é um inteiro associado a cada raia, e R é uma constante, denominada hoje constante de
Rydberg, cujo valor é 1,0974 X 107 m–1. Se n = 3, tem-se o comprimento de onda da raia vermelha do espectro
do hidrogênio (6,563 X 10–7 m ou 656,3 nm). Se n = 4, tem-se o comprimento de onda da raia verde, e se n = 5, o
da raia azul. Esse grupo de raias visíveis (juntamente com outras, dadas por n = 6, 7, 8 etc.) é conhecido como
série de Balmer do hidrogênio.
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Figura 7. Espectros de emissão de raias do hidrogênio, mercúrio e neônio. Os elementos gasosos excitados
emitem espectros característicos que podem ser usados para identificar os elementos e também para determinar
os teores dos elementos numa amostra.
Foi Niels Bohr, um físico dinamarquês, quem ofereceu a primeira explicação sobre os espectros dos átomos
excitados relacionando-os com as ideias quânticas de Planck e de Einstein. Para Bohr, o modelo mais simples de
um átomo de hidrogênio era o de um modelo planetário, isto é, o elétron se deslocava numa órbita circular em
torno do núcleo, do mesmo modo que os planetas se movem ao redor do Sol. O problema deste modelo, porém,
era que a física clássica determinava que o átomo não poderia existir com esta organização. Conforme as teorias
da época, o elétron carregado em movimento no campo elétrico positivo do núcleo iria perder energia. Ao final, o
elétron cairia no núcleo, de maneira semelhante à queda de um satélite artificial na superfície da Terra, provocada
pelo atrito na atmosfera terrestre. Este evidentemente não é o caso, pois se isso ocorresse a matéria
eventualmente seria destruída.
Para resolver a contradição com as leis da física clássica, o problema da estabilidade dos átomos, Bohr
adotou a ideia de que o elétron do átomo de hidrogênio só poderia ocupar certas órbitas ou níveis de energia nos
quais ele era estável. A energia do elétron no átomo estaria então “quantizada”. Combinando este postulado de
quantização com as leis do movimento da física clássica, Bohr mostrou que a energia possuída pelo elétron na n-
ésima órbita do átomo de H é dada pela equação simples
Rhc
Energia do n-ésimo nível = En = [4]
n2
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Uma hipótese importante da teoria de Bohr é a de que um elétron, num átomo, permanece no seu nível de
energia mais baixo a menos que seja perturbado.
Quando
o elétron do átomo de H tem n = 1, e, portanto, está no seu estado
fundamental, a energia tem um grande valor negativo. Quando se sobe “um
degrau”, de modo que se alcança o nível n = 2, o elétron está menos atraído
pelo núcleo e a energia do elétron com n = 2 é menos negativa. Então, para
deslocar o elétron do estado com n = 1 para o estado com n = 2, o átomo
deve absorver energia, tal e qual é necessário dispor de energia para subir
uma escada. Dizemos então que o elétron está excitado (Figura 9)
Com a equação de Bohr, podemos calcular a quantidade de energia
necessária para levar o átomo de H do estado fundamental até o primeiro
estado excitado (n = 2).
E = Eestado final – Eestado inicial
Como Efinal tem n = 2 e Einicial tem n = 1, E é
Rhc Rhc 3
E = E2 – E1 = 2 = Rhc = 0,75 Rhc
2
2 1 4
= 0,75 (1312 kJ/mol)
= 984 kJ/mol de átomos de H
A quantidade de energia que deve ser absorvida pelo átomo, de modo
que o elétron possa passar do primeiro para o segundo estado de energia, é
0,75Rhc, nem mais nem menos. Se o átomo receber 0,7Rhc ou 0,8Rhc, não
será possível a transição entre os estados. Os níveis de energia do átomo de
H são quantizados, e, por isso, somente certas quantidades de energia
podem ser absorvidas ou emitidas. Figura 8. Níveis de energia no
O movimento de um elétron de um estado de baixo n para outro de alto modelo atômico de Bohr. As
n é um processo endotérmico; há absorção de energia e o valor de E é energias do elétron num átomo
de hidrogênio dependem do
positivo. O processo oposto, de um elétron “caindo” do nível de n alto para valor do número quântico
outro de n mais baixo, é um processo em que há emissão de energia. Por principal n(En = – Rhc/n2). As
exemplo, numa transição de n = 2 para n = 1. energias estão em joules por
átomo. Observe que a diferença
entre os estados de energia
sucessivos fica cada vez menor
à medida que fica n maior.
Dependendo da energia injetada numa população de átomos de H, alguns átomos terão os respectivos
elétrons excitados de n = 1 para n = 2 ou 3 ou para estados mais altos. Depois de absorver a energia, os elétrons
retomam naturalmente a níveis mais baixos (ou diretamente, ou através de uma série de etapas, para o estado n =
1) e emitem a energia que o átomo absorveu inicialmente. Isto é, há emissão de energia no processo, e esta
energia aparece como luz. Esta é a origem das raias observadas no espectro de emissão dos átomos de H, e a
mesma explicação vale, em princípio, para os átomos de outros elementos.
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2,18.1018 13, 6
E 2
J / partícula ou E 2 eV
n n
Observe a figura seguinte que mostra as raias dos espectros do hidrogênio nas regiões visível (série de
Balmer), ultravioleta (série de Lyman) e infravermelho (séries de Paschen, Brackett e Pfund) e os saltos de
elétrons associados às raias.
Para o hidrogênio, a série das raias de emissão na região do ultravioleta (a chamada série de Lyman,
Figura 10), provém dos elétrons que passam de estados com n maior do que 1 para o estado com n = 1. A série
de raias com energias na região do visível – a série de Balmer – provém de elétrons que passam de estados com
n = 3 ou mais para o estado com n = 2.
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Em resumo, compreendemos agora que a origem dos espectros atômicos é o movimento dos elétrons entre
estados de energia quantizados. A energia de uma dada raia (linha de emissão) nos átomos de hidrogênio
excitados é
E = Efinal – Einicial
1 1
= – Rhc
2
2 onde Rhc é 1.312 kJ/mol
final
n ninicial
Figura 10. Algumas transições do elétron que podem ocorrer num átomo de H excitado. As raias na região do
ultravioleta provêm de transições para o nível n = 1. (Esta série de raias é a série de Lyman.) As transições de níveis com
valores de n maiores que 2 para o nível n = 2 ocorrem na região do visível (série de Balmer). As raias na região do
infravermelho provêm das transições dos níveis com n maior que 3 ou 4 para o nível com n = 3 ou 4. (Só está ilustrada a
série que termina em n = 3.)
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Com a utilização de espectroscópios de melhor resolução e de técnicas mais avançadas na análise dos
espectros de emissão dos elementos cujos átomos possuem mais de 1 elétron, foi possível observar que as raias
consideradas anteriormente constituídas por uma única linha eram, na verdade, um conjunto de linhas distintas
muito próximas umas das outras.
Estava descoberta a chamada estrutura fina dos espectros de emissão
O desdobramento das linhas do espectro indica que os níveis energéticos (n) são constituídos por subníveis
de energia (l) bastante próximos.
O esquema a seguir mostra o desdobramento de níveis energéticos e a correspondente emissão de
radiações de frequências próximas, f’ e f’’.
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Para explicar esta multiplicidade das raias espectrais verificadas experimentalmente, em 1915 o físico
alemão Arnold Sommerfeld (1868-1951) deduziu algumas equações semelhantes às de Bohr, que indicavam o
seguinte:
Cada nível de energia n está dividido em n subníveis, correspondentes a uma órbita circular e a n-1 órbitas
elípticas de diferentes excentricidades. O núcleo do átomo ocupa um dos focos da elipse.
O primeiro nível (n = 1) possui apenas 1 órbita circular.
O segundo nível (n = 2) possui 1 órbita circular e 1 órbita elíptica.
O terceiro nível (n = 3) possui 1 órbita circular e 2 órbitas elípticas.
O quarto nível (n = 4) possui 1 órbita circular e 3 órbitas elípticas.
Einstein usou o efeito fotoelétrico para demonstrar que a luz, a que se atribui comumente propriedades
ondulatórias, também pode ser imaginada em termos de partículas ou de fótons sem massa.
Em 1925, de Broglie propôs que a um elétron livre, de massa m, movendo-se com a velocidade v, fosse
associado um comprimento de onda dado pela equação
h.c h.c h h
E ; E m.c 2 ; m.c 2 ; ou [5]
m.c m.v
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Esta ideia, era revolucionária, pois ligava as propriedades corpusculares do elétron (m e ) a uma
propriedade ondulatória (). Logo depois foi obtida prova experimental dessa hipótese.
A equação de de Broglie sugere que a qualquer partícula em movimento está associado um comprimento
de onda. Porém, para ser suficientemente grande para ser medido, o produto de m e deve ser muito pequeno,
pois h é muito pequeno.
O objetivo de construir uma teoria abrangente do comportamento dos elétrons nos átomos a partir da ideia
de o elétron ser um corpúsculo. Erwin Schrödinger (1887-1961), um físico austríaco, trabalhava
independentemente mas usava a hipótese de de Broglie de que o elétron num átomo poderia ser descrito por
equações do movimento ondulatório.
A abordagem de Schrödinger deu resultados corretos para algumas propriedades. Por esta razão, a
abordagem de Schrödinger prevalece até os dias de hoje. De forma geral, o tratamento teórico do comportamento
atômico desenvolvido por Bohr, Schrödinger e seus seguidores é denominado mecânica quântica, ou mecânica
ondulatória.
Antes de apreciar o modelo de Schrödinger para o comportamento dos elétrons no átomo, é conveniente
comentar o grande debate que incendiou a física no início do século XX. A sugestão de de Broglie de o elétron ser
descrito mediante uma onda foi confirmada pela experiência. Por outro lado, a experiência de J. J. Thomson para
medir a razão entre a carga e a massa do elétron mostrara que o elétron exibia propriedades de uma partícula.
O que tem a ver com os elétrons nos átomos essa dualidade onda-partícula? Werner Heisenberg (1901-
1976) e Max Born (1882-1970) proporcionaram a resposta. Para explicar o comportamento dos elétrons nos
átomos, parece mais razoável admitir que os elétrons têm propriedades ondulatórias. Se for este o caso,
Heisenberg concluiu que era impossível conhecer simultaneamente e com exatidão a posição e o momento de
uma pequena partícula, tal como um elétron. Momento é o produto da massa vezes a velocidade.
Com base na ideia de Heisenberg, que é chamada hoje princípio da incerteza de Heisenberg.
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6. Para resolver a equação de Schrödinger de um elétron no espaço tridimensional, é necessário introduzir três
números inteiros –– os números quânticos n, e m. Estes números quânticos só podem assumir certas
combinações de valores. Usaremos estas combinações para definir os estados de energia e os orbitais
disponíveis para o elétron.
3. Números Quânticos
Num espaço tridimensional são necessários três números para descrever a localização de um objeto no
espaço. Para a descrição ondulatória do elétron num átomo, esta exigência leva aos três números quânticos n,
e m. Antes de interpretar estes três números quânticos, é importante dizer que:
• Os números quânticos n, e m são todos inteiros, mas seus valores não podem ser escolhidos
aleatoriamente.
• Os três números quânticos (e os valores que podem assumir) não são parâmetros criados “voluntariamente”
pelos cientistas.
O número quântico principal n pode ter qualquer valor inteiro de 1 até infinito. Como o nome implica, é o
número quântico mais importante, pois o valor de n é o fator principal na determinação da energia de um elétron.
Para o átomo de hidrogênio (com seu único elétron) a energia do elétron varia somente com o valor de n e é dada
pela mesma equação obtida por Bohr para o átomo de H: En = – Rhc/n2. O valor de n também é uma medida do
tamanho do orbital que corresponde a este valor de n: quanto maior o valor de n, maior o orbital do elétron.
Cada elétron é identificado pelo seu valor de n. Em átomos com mais de um elétron, dois ou mais elétrons
podem ter o mesmo valor de n. Estes elétrons ocupam, então, uma mesma camada eletrônica.
Os elétrons de uma dada camada agrupam-se em subcamadas, cada qual caracterizada por um valor do
número quântico e por uma forma característica. Para a camada n, são possíveis n sub-camadas diferentes,
cada qual correspondente a um dos n diferentes valores de . Cada valor de corresponde a uma forma diferente
do orbital ou a um tipo diferente de orbital.
O valor de n limita o número de subcamadas possíveis, pois a n-ésima camada não pode ter maior que n
– 1. Assim, para n = 1, a regra nos diz que é igual a 0 e somente a 0. Como só pode ter um valor quando n = 1,
só é possível uma subcamada para um elétron com n = 1. Quando n = 2, pode ser ou 0 ou 1. Como são
possíveis dois valores de , existem duas subcamadas na camada eletrônica com n = 2.
Os valores de são usualmente simbolizados por letras, conforme o seguinte esquema:
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0 s
1 p
2 d
3 f
O número quântico magnético, m, especifica a que orbital, dentro de uma subcamada, o elétron pertence.
Os orbitais numa dada subcamada diferem somente pela orientação no espaço, não pela sua forma.
O valor de limita os valores inteiros atribuídos a m: m pode ir de + até –, com o 0 incluído. Por
exemplo, quando = 2, m tem cinco valores: + 2, + 1, 0, –1, –2. O número de valores de m para uma dada
subcamada (= 2 + 1) especifica o número de orientações que existem para os orbitais desta subcamada e,
portanto, o número de orbitais na subcamada.
Os três números quânticos que mencionamos constituem uma espécie de “código postal” dos elétrons.
Dizem-nos em que camada o elétron está (n), em que subcamada na camada () e em que orbital na subcamada
(m).
3.5.1. Orbitais s
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3.5.2 Orbitais p
3.5.3. Orbitais d
3.5.4. Orbitais f
Os sete orbitais f têm todos = 3, o que significa que em cada um existem 3 superfícies nodais. Isto faz com
que a visualização destes orbitais seja mais complicada.
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Três números quânticos (n, e m) nos permitem definir o orbital de um elétron. Para descrever de forma
completa o estado dos elétrons num átomo multieletrônico, é necessário um outro número quântico, o número
quântico magnético do spin do elétron, ms.
Nos anos 1920, os químicos teóricos perceberam que, por causa de os elétrons interagirem com um campo
magnético, deveria haver uma propriedade particular para caracterizar a estrutura eletrônica dos átomos. Logo se
verificou experimentalmente que o elétron se comportava como se tivesse rotação (spin) própria, tal e qual a Terra
em torno do seu eixo. Para entender esta propriedade e a sua relação com a estrutura atômica, devemos
compreender o fenômeno geral do magnetismo.
3.6.1. Magnetismo
A agulha de uma bússola, em um certo local da Terra, sempre aponta para uma dada direção. A agulha é
um ímã, como uma barra de ferro imantada. Em 1600, William Gilbert (1544-1603) concluiu que a Terra era um
grande ímã esférico, envolto por um campo magnético (Figura 14). A agulha da bússola era “atraída” pelo campo,
e uma das suas extremidades apontava, aproximadamente, para o pólo norte geográfico. Assim, dizemos que a
ponta da agulha que aponta para o norte é o “pólo norte magnético”, ou simplesmente o “pólo norte”, identificado
pela letra N. A outra extremidade da agulha é o “pólo sul” e é identificada por S.
Pólos magnéticos de mesma identificação (N-N ou S-S) se repelem, e pólos opostos (N-S) se atraem. Como
o pólo norte magnético da agulha da bússola aponta para o pólo norte geográfico, isto quer dizer que este pólo, na
realidade, é o pólo sul da Terra.
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Figura 14. O campo magnético da Terra e o de uma barra imantada. As linhas do campo
saem, convencionalmente, de uma extremidade denominada “pólo norte magnético”, N, e se
encurvam para o “pólo sul magnético”, S. O pólo norte geográfico da Terra, denominado assim
antes da introdução do termo “pólo magnético”, é o pólo sul magnético da Terra.
O paramagnetismo e o ferromagnetismo provêm dos spins dos elétrons. Um elétron num átomo tem as
propriedades magnéticas que se esperam de uma partícula com carga elétrica que gira em torno de um eixo. O
que nos interessa aqui é a relação entre o spin e a organização dos elétrons no átomo. As experiências mostram
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que, se um átomo com um só elétron desemparelhado for colocado num campo magnético, existem
exclusivamente duas orientações possíveis para o spin do elétron. Isto é, o spin do elétron é quantizado. A uma
orientação se associa o número quântico do spin ms = +1/2 e a outra o valor ms = -1/2.
Se o elétron tem spin e se comporta como uma bola que gira, o eixo de giro poderia apontar em qualquer
direção. O elétron, então, deveria comportar-se como um ímã que poderia adotar qualquer orientação em relação
ao campo magnético aplicado. Neste caso, uma faixa larga de átomos de prata deveria aparecer no detectar,
porque o campo atrairia os átomos de prata diferentemente, de acordo com a orientação do spin. Foi exatamente
isso que Stern e Gerlach observaram quando fizeram o experimento pela primeira vez.
Esse resultado inicial era enganador. O experimento é difícil porque os átomos colidem um com o outro no
feixe. Um átomo que se move em uma direção pode ser facilmente empurrado pelos vizinhos em outra direção.
Quando Stern e Gerlach refizeram o experimento, eles usaram um feixe de átomos muito menos denso, reduzindo
assim o número de colisões entre os átomos. Nessas condições, eles viram duas bandas estreitas. Uma banda
era formada pelos átomos que passavam pelo campo magnético com uma orientação de spin e a outra, pelos
átomos de spin contrário. As duas bandas estreitas confirmaram que um elétron tem spin e também que ele pode
adotar somente duas orientações.
O spin do elétron é a base da técnica experimental chamada de ressonância paramagnética do elétron
(EPR), que é usada para estudar as estruturas e movimentos de moléculas e íons que têm elétrons
desemparelhados. A técnica baseia-se na detecção da energia necessária para fazer passar um elétron de uma
das orientações de spin para a outra. Como o experimento de Stern e Gerlach, ela só funciona com íons ou
moléculas que têm elétrons desemparelhados.
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Figura 16. Quantização do spin do elétron. Como o elétron se comporta como se fosse um “microímã” em relação
ao campo magnético, somente são possíveis duas orientações do spin. Qualquer outra é proibida. Então,
podemos dizer que o spin do elétron é quantizado.
Quando um elétron está num orbital do átomo, a orientação do spin do elétron pode assumir qualquer um
dos dois valores de ms. Observamos, experimental-mente, que os átomos de hidrogênio, cada qual com um só
elétron, são paramagnéticos; num campo magnético externo, os ímãs dos elétrons se alinham com o campo ––
como a agulha de uma bússola –– e sofrem uma força atrativa. No hélio, dois elétrons ocupam o mesmo orbital
1s, e podemos confirmar experimental-mente esta ocupação verificando que o hélio é diamagnético. Para explicar
esta observação, admitimos que os elétrons que estão num mesmo orbital têm orientações de spin opostas;
dizemos que os respectivos spins estão emparelhados. Isto significa que o campo magnético de um elétron é
“cancelado” pelo campo magnético do outro elétron.
Resumindo, o paramagnetismo ocorre em substâncias constituídas por íons ou átomos com elétrons
desemparelhados. Os átomos em que todos os elétrons estão emparelhados com elétrons de spins opostos são
diamagnéticos. Esta explicação abre o caminho para o entendimento da configuração dos átomos multieletrônicos.
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Observação:
As moléculas são quase sempre diamagnéticas, porque em suas ligações covalentes ocorre
emparelhamento dos elétrons, porém, em alguns casos, podem-se formar moléculas paramagnéticas com um
número ímpar de elétrons.
Exemplo:
NO 15 elétrons [7 8]
Nitrogênio Z 7 e Oxigênio Z 8
NO2 23 elétrons [7 (2x8)]
Para tornar a mecânica quântica coerente com os resultados experimentais, o físico austríaco Wolfgang
Pauli (1900-1958) enunciou, em 1925, o princípio da exclusão: Em um átomo, dois elétrons quaisquer não
podem ter o mesmo conjunto dos quatro números quânticos (n, , m e ms). Este princípio leva a outra conclusão
importante: nenhum orbital atômico pode conter mais do que dois elétrons.
O orbital 1s do átomo de H tem o conjunto de números quânticos n = 1, = 0, m = 0. Não é possível outro
conjunto. Se um elétron estiver neste orbital, é necessário, também, caracterizar o seu spin. Imaginemos que o
orbital seja representado por uma “caixa” e o elétron, por uma seta. Uma representação da configuração eletrônica
do átomo de H seria então a seguinte, onde a “seta do spin do elétron” foi arbitrariamente orientada para cima.
Elétron no orbital 1s = Conjunto de números quânticos
1
1s n = 1, = 0, m= 0, ms=
2
Se num dado orbital estiver apenas um elétron, a seta do spin do elétron pode apontar para cima ou para
baixo. Então, uma representação equivalente à anterior seria
Elétron no orbital 1s = Conjunto de números quânticos
1
1s n = 1, = 0, m= 0, ms=
2
Os diagramas com as “caixas de orbitais” são igualmente convenientes para o átomo de H no seu estado
fundamental (sem campo magnético): um elétron está no orbital 1s. Para um átomo de hélio, que tem dois
elétrons, ambos os elétrons ocupam o orbital 1s. Pelo princípio de Pauli, sabemos que cada elétron deve ter um
conjunto diferente de números quânticos, e então o diagrama com as caixas de orbitais é:
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átomo de hélio. p 3 6
A camada de elétrons com n = 1, em qualquer
d 5 10
átomo, pode acomodar no máximo dois elétrons. E a
camada com n = 2? São n2 = 4 os orbitais na camada f 7 14
p 3 6
d 5 10
Tabela 1 • Número de Elétrons colocados nas
Camadas e Subcamadas do átomo, com n = 1 até 6. f 7 14
g* 9 18
h* 11 22
*Estes orbitais não são ocupados no estado fundamental de qualquer elemento conhecido.
Na n-ésima camada eletrônica existem n2 orbitais. Como em cada orbitaI podem existir dois elétrons, o
número máximo de elétrons nessa camada é 2n 2.
Observe as seguintes relações:
Número máximo de orbitais por nível: n2
Número máximo de elétrons por nível: 2n2
Número máximo de orbitais por subnível: (2l + 1)
Número máximo de elétrons por subnível: 2.(2l + 1) = (4l + 2)
A tabela a seguir mostra os quatro números quânticos e os seus significados:
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10. (Ufpi) Um elétron no estado excitado pode retornar 3. (Pucmg) Assinale a afirmativa que descreve
ao estado fundamental de duas formas diferentes ADEQUADAMENTE a teoria atômica de Dalton.
emitindo fotóns de comprimento de onda (—) de Toda matéria é constituída de átomos:
acordo com as figuras a seguir: a) os quais são formados por partículas positivas e
negativas.
b) os quais são formados por um núcleo positivo e por
elétrons que gravitam livremente em torno desse
núcleo.
Assinale entre as opções a equação que relaciona c) os quais são formados por um núcleo positivo e por
corretamente —1, —‚ e —ƒ: elétrons que gravitam em diferentes camadas
a) —1 = —‚ + —ƒ eletrônicas.
b) 1/—1 = 1/—‚ + 1/—ƒ d) e todos os átomos de um mesmo elemento são
c) —1 = —‚ . —ƒ
idênticos.
d) 1/—1 = 1/(—‚ . —ƒ)
e) 1/—1 = 1/(—‚ + —ƒ)
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4. (Pucrj) Analise as frases abaixo e assinale a c) o calor transfere energia aos elétrons desta
alternativa que contém uma afirmação incorreta. substância fazendo com que eles se desloquem para
a) Os nuclídeos ¢£C† e ¢¤C† são isótopos. níveis energéticos mais altos. Quando estes elétrons
b) Os isóbaros são nuclídeos com mesmo número de "excitados" voltam a níveis energéticos inferiores, eles
massa. devolvem a energia absorvida sob forma de luz
c) O número de massa de um nuclídeo é a soma do d) os elétrons para não se deslocarem do seu nível
número de elétrons com o número de nêutrons. energético, ao receberem calor, emitem luz
d) A massa atômica de um elemento químico é dada
pela média ponderada dos números de massa de 7. (Uece) Cada elemento químico apresenta um
seus isótopos. espectro característico, e não há dois espectros
e) Os isótonos são nuclídeos que possuem o mesmo iguais. O espectro é o retrato interno do átomo e
número de nêutrons. assim é usado para identificá-lo, conforme ilustração
dos espectros dos átomos dos elementos hidrogênio,
5. (Pucrs) Um experimento conduzido pela equipe de hélio e mercúrio.
Rutherford consistiu no bombardeamento de finas
lâminas de ouro, para estudo de desvios de partículas
alfa. Rutherford pôde observar que a maioria das
partículas alfa atravessava a fina lâmina de ouro, uma
pequena parcela era desviada de sua trajetória e uma
outra pequena parcela era refletida. Rutherford então
idealizou um outro modelo atômico, que explicava os
resultados obtidos no experimento.
Em relação ao modelo de Rutherford, afirma-se que
I. o átomo é constituído por duas regiões distintas: o
núcleo e a eletrosfera. Bohr utilizou o espectro de linhas para representar seu
II. o núcleo atômico é extremamente pequeno em modelo atômico, assentado em postulados, cujo
relação ao tamanho do átomo. verdadeiro é:
III. os elétrons estão situados na superfície de uma a) ao mudar de órbita ou nível, o elétron emite ou
esfera de carga positiva. absorve energia superior a diferença de energia entre
IV. os elétrons movimentam-se ao redor do núcleo em as órbitas ou níveis onde ocorreu esta mudança
trajetórias circulares, denominados níveis, com valores b) todo átomo possui um certo número de órbitas, com
determinados de energia. energia constante, chamadas estados estacionários,
As afirmativas corretas são, apenas, nos quais o elétron pode movimentar-se sem perder
a) I e II nem ganhar energia
b) I e III c) os elétrons descrevem, ao redor do núcleo, órbitas
c) II e IV elípticas com energia variada
d) III e IV d) o átomo é uma esfera positiva que, para tornar-se
e) I, II e III neutra, apresenta elétrons (partículas negativas)
incrustados em sua superfície
6. (Uece) Dissolva NaCØ em água. Em seguida,
mergulhe um pedaço de madeira na solução, retire-o e 8. (Pucpr 2015) Com o passar do tempo, os modelos
deixe secar. Ao queimá-lo, aparece uma chama atômicos sofreram várias mudanças, pois novas ideias
surgiam sobre o átomo. Considerando os modelos
amarela. Este fenômeno ocorre porque:
atômicos existentes, assinale a alternativa CORRETA.
a) o calor transfere energia aos elétrons desta a) Para Dalton, átomos iguais possuem massas iguais
substância, fazendo com que eles se desloquem para e átomos diferentes possuem massas diferentes,
níveis energéticos mais altos, emitindo luz teoria aceita nos dias atuais.
b) o calor transfere energia aos elétrons desta b) No modelo de Rutherford, temos no átomo duas
regiões bem definidas: núcleo e eletrosfera, a qual é
substância , fazendo com que eles se desloquem para
dividida em níveis e subníveis.
níveis energéticos mais baixos, emitindo luz
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c) O modelo atômico de Thomson chamava-se III. Esses isótopos são caracterizados por diferentes
“modelo do pudim de passas”, no qual os prótons números de camadas eletrônicas nos átomos, no
seriam as passas e os elétrons, o pudim. estado fundamental.
d) Para Sommerfeld, se um elétron está na camada L,
este possui uma órbita circular e três órbitas Está correto o que se afirma em
elípticas. a) I, somente.
e) Para Bohr, quando um elétron recebe energia, este b) II, somente.
passa para uma camada mais afastada do núcleo; c) III, somente.
cessada a energia recebida, o elétron retorna a sua
d) II e III, somente.
camada inicial, emitindo essa energia na forma de
onda eletromagnética. e) I, II e III.
O número máximo de linhas de absorção é Assinale a alternativa que apresenta o resultado que
a) 5. era previsto para o experimento de acordo com o
b) 6. modelo de Thomson.
c) 9. a) A maioria das partículas atravessaria a lâmina de
d) 10. ouro sem sofrer desvios e um pequeno número
e) 14. sofreria desvios muito pequenos.
b) A maioria das partículas sofreria grandes desvios
13. (Ufmg) Ao resumir as características de cada um ao atravessar a lâmina.
dos sucessivos modelos do átomo de hidrogênio, um c) A totalidade das partículas atravessaria a lâmina de
estudante elaborou o seguinte resumo: ouro sem sofrer nenhum desvio.
MODELO ATÔMICO: Dalton d) A totalidade das partículas ricochetearia ao se
CARACTERÍSTICAS: átomos maciços e indivisíveis. chocar contra a lâmina de ouro, sem conseguir
atravessá-la.
MODELO ATÔMICO: Thomson
CARACTERÍSTICAS: elétron, de carga negativa, 15. (Ufmg) Os diversos modelos para o átomo diferem
incrustado em uma esfera de carga positiva. A carga quanto às suas potencialidades para explicar
positiva está distribuída, homogeneamente, por toda a fenômenos e resultados experimentais.
esfera. Em todas as alternativas, o modelo atômico está
corretamente associado a um resultado experimental
MODELO ATÔMICO: Rutherford que ele pode explicar, EXCETO em
CARACTERÍSTICAS: elétron, de carga negativa, em a) O modelo de Rutherford explica por que algumas
órbita em torno de um núcleo central, de carga partículas alfa não conseguem atravessar uma lâmina
positiva. Não há restrição quanto aos valores dos raios metálica fina e sofrem fortes desvios.
das órbitas e das energias do elétron. b) O modelo de Thomson explica por que a dissolução
de cloreto de sódio em água produz uma solução que
MODELO ATÔMICO: Bohr conduz eletricidade.
CARACTERÍSTICAS: elétron, de carga negativa, em c) O modelo de Dalton explica por que um gás,
órbita em torno de um núcleo central, de carga submetido a uma grande diferença de potencial
positiva. Apenas certos valores dos raios das órbitas e elétrico, se torna condutor de eletricidade.
das energias do elétron são possíveis. d) O modelo de Dalton explica por que a proporção
O número de ERROS cometidos pelo estudante é: em massa dos elementos de um composto é definida.
a) 0
b) 1 16. (Ufmg) No fim do século XIX, Thomson realizou
c) 2 experimentos em tubos de vidro que continham gases
d) 3 a baixas pressões, em que aplicava uma grande
diferença de potencial. Isso provocava a emissão de
14. (Ufmg) Na experiência de espalhamento de raios catódicos. Esses raios, produzidos num cátodo
partículas alfa, conhecida como "experiência de metálico, deslocavam-se em direção à extremidade do
Rutherford", um feixe de partículas alfa foi dirigido tubo (E).
contra uma lâmina finíssima de ouro, e os (Na figura, essa trajetória é representada pela linha
experimentadores (Geiger e Marsden) observaram tracejada X.)
que um grande número dessas partículas atravessava
a lâmina sem sofrer desvios, mas que um pequeno
número sofria desvios muito acentuados.
Esse resultado levou Rutherford a modificar o modelo
atômico de Thomson, propondo a existência de um
núcleo de carga positiva, de tamanho reduzido e com,
praticamente, toda a massa do átomo.
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I) a razão entre a carga e a massa dos raios catódicos Analise as afirmativas a seguir, todas relativas ao ZnS,
era independente da natureza do metal constituinte do e marque a opção correta:
cátodo ou do gás existente no tubo; e a) salto de núcleos provoca fosforescência.
II) os raios catódicos, ao passarem entre duas placas b) salto de nêutrons provoca fosforescência.
carregadas, com cargas de sinal contrário, se c) salto de elétrons provoca fosforescência.
desviavam na direção da placa positiva. d) elétrons que absorvem fótons aproximam-se do
(Na figura, esse desvio é representado pela linha núcleo.
tracejada Y.) e) ao apagar a luz, os elétrons adquirem maior
Considerando-se essas observações, é CORRETO conteúdo energético.
afirmar que os raios catódicos são constituídos de
a) elétrons. 20. (Ufrn) As cores de luz exibidas na queima de fogos
b) ânions. de artifício dependem de certas substâncias utilizadas
c) prótons. na sua fabricação.
d) cátions. Sabe-se que a frequência da luz emitida pela
combustão do níquel é 6,0×10¢¥ Hz e que a velocidade
17. (Ufmg) Analise o quadro, em que se apresenta o da luz é 3×10© m.s-¢.
número de prótons, de nêutrons e de elétrons de Com base nesses dados e no espectro visível
quatro espécies químicas: fornecido pela figura a seguir, assinale a opção
correspondente à cor da luz dos fogos de artifício que
contêm compostos de níquel.
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( ) Thomson propôs um modelo que descrevia o “átomo” que significa “sem partes” ou
átomo como uma esfera carregada “indivisível”.
positivamente, na qual estariam incrustados os ( ) O modelo atômico de Bohr foi o primeiro a
elétrons, com carga negativa. envolver conceitos de mecânica quântica, em
( ) No experimento orientado por Rutherford, o que a eletrosfera possuía apenas algumas
desvio das partículas alfa era resultado da sua regiões acessíveis denominadas níveis de
aproximação com cargas negativas presentes no energia, sendo ao elétron proibido a
núcleo do átomo. movimentação entre estas regiões.
( ) Ao considerar a carga das partículas básicas ( ) Rutherford utilizou em seu famoso experimento
(prótons, elétrons e nêutrons), em um átomo uma fonte radioativa que emitia descargas
neutro, o número de prótons deve ser superior elétricas em uma fina folha de ouro, além de um
ao de elétrons. anteparo para detectar a direção tomada pelos
( ) Os átomos de um mesmo elemento químico elétrons.
devem apresentar o mesmo número atômico.
Assinale a alternativa correta, de cima para baixo.
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a) F - V - V - V - F
a sequência correta. b) V - V - F - V - F
a) V – V – F – F – V. c) F - V - V - F - V
b) V – F – V – F – V. d) V - F - F - F - F
c) V – F – F – V – F. e) V - F - F - F - V
d) F – V – V – V – F.
e) F – F – F – V – V. 30. (Udesc 2015) Há 130 anos nascia, em
Copenhague, o cientista dinamarquês Niels Henrick
28. (cftmg 2015) Os modelos atômicos são teorias Davis Bohr cujos trabalhos contribuíram
elaboradas pelos cientistas numa tentativa de explicar decisivamente para a compreensão da estrutura
o átomo baseadas na experimentação. Apesar de atômica e da física quântica. A respeito do modelo
existirem hoje modelos abrangentes, a proposta de atômico de Bohr, assinale a alternativa correta.
Rutherford apresenta uma particularidade que NÃO foi a) Os átomos são, na verdade, grandes espaços
alterada naqueles que o sucederam. Tal característica vazios constituídos por duas regiões distintas: uma
é a(o) com núcleo pequeno, positivo e denso e outra com
a) existência de orbitais atômicos. elétrons se movimentando ao redor do núcleo.
b) presença do núcleo denso e positivo. b) Os elétrons que circundam o núcleo atômico
c) distribuição dos elétrons em níveis e subníveis. possuem energia quantizada, podendo assumir
d) confinamento dos elétrons em camadas quaisquer valores.
quantizadas. c) É considerado o modelo atômico vigente e o mais
aceito pela comunidade científica.
29. (Udesc 2015) Os fundamentos da estrutura da d) Os saltos quânticos decorrentes da interação fóton-
matéria e da atomística baseados em resultados núcleo são previstos nesta teoria, explicando a
experimentais tiveram sua origem com John Dalton, emissão de cores quando certos íons metálicos são
no início do século XIX. Desde então, no transcorrer postos em uma chama (excitação térmica).
de aproximadamente 100 anos, outros cientistas, tais e) Os átomos são estruturas compostas por um núcleo
como J. J. Thomson, E. Rutherford e N. Bohr, deram pequeno e carregado positivamente, cercado por
contribuições marcantes de como possivelmente o elétrons girando em órbitas circulares.
átomo estaria estruturado. Com base nas ideias
propostas por esses cientistas, marque (V) para GABARITO
verdadeira e (F) para falsa.
1. [A] 2 [C] 3. [D]
( ) Rutherford foi o primeiro cientista a propor a ideia
de que os átomos eram, na verdade, grandes 4. [C] 5. [A] 6. [C]
espaços vazios constituídos por um centro 7. [B] 8. [E] 9. [D]
pequeno, positivo e denso com elétrons girando 10. [B] 11. [B] 12. [B]
ao seu redor. 13. [A]
( ) Thomson utilizou uma analogia inusitada ao
14. [A] 15. [C] 16. [A]
comparar um átomo com um “pudim de passas”,
em que estas seriam prótons incrustados em 17 [D] 18. [C] 19. [C]
uma massa uniforme de elétrons dando origem à 20. [D] 21. [D] 22. [B]
atual eletrosfera. 23. [E] 24. 01 + 04 + 16 = 21
( ) Dalton comparou os átomos a esferas maciças, Resposta da questão 25:
perfeitas e indivisíveis, tais como “bolas de [A]
bilhar”. A partir deste estudo surgiu o termo
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O fenômeno observado é explicado pela luminescência que denso e positivo, onde se concentrava toda a massa do
consiste na emissão de luz de uma substancia quando átomo e uma região vazia onde estariam os elétrons.
submetida a um estímulo como a luz ou uma reação Portanto, a única informação que não foi alterada pelos
química, no caso entre a proteína e o cálcio em pH neutro. cientistas que sucederam Rutherford, é que o átomo possui
um núcleo denso e positivo.
Resposta da questão 26:
[B] Resposta da questão 29:
[D]
Para Thompson e Dalton o átomo não tinha eletrosfera.
Somente a partir do modelo de Rutherford foi constatado Verdadeira. Em seu experimento, Rutherford e seus alunos
que o átomo possuía um núcleo denso e pequeno e os bombardearam uma fina lâmina de ouro, conseguindo
elétrons ficariam girando ao redor desse núcleo na demonstrar que o átomo era constituído por um centro
eletrosfera. pequeno e denso que chamou de núcleo, e os elétrons
Este modelo foi aperfeiçoado por Niels Bohr que afirmou giravam ao seu redor.
que os elétrons giravam em níveis definidos de energia. Falsa. O modelo de Thomson, comparava o átomo a um
Para Sommerfield a energia do elétron poderia ser “pudim de passas”, nesse modelo, a massa seria positiva e
determinada pela distância em que se encontrava do núcleo as passas seriam as cargas negativas incrustadas;
e pelo tipo de órbita que descreve. Falsa. A palavra átomo surgiu na Grécia antiga, com os
filósofos Leucipo e Demócrito, que acreditavam, que a
Resposta da questão 27: matéria ao ser dividida, chegaria em sua menor parte,
[A] chamada então de átomo (a = não; tomos = parte).
Falsa. Segundo Bohr, os elétrons estariam em níveis
Verdadeiro. Rutherford através de seus experimentos, onde estacionários de energia, e para que o elétron saltasse de
bombardeou partículas alfa em uma lâmina de ouro, pode nível de energia para outro, seria necessário, ganhar energia.
constatar que o átomo possuía um núcleo denso e positivo e Falsa. A fonte radioativa emitia partículas alfa (positiva) em
os elétrons giravam ao redor do núcleo, em uma região direção a uma fina lâmina de ouro.
chamada de eletrosfera.
Resposta da questão 30:
Verdadeiro. Esse modelo ficou conhecido como “pudim de [E]
passas”, onde o átomo seria positivo com cargas negativas
incrustadas. A partir das suas descobertas científicas, Niels Böhr propôs
cinco postulados:
Falso. O desvio das partículas alfa (positivas) ocorreu
derivado do fato da sua aproximação com o núcleo, 1º) Um átomo é formado por um núcleo e por elétrons
carregado positivamente. extranucleares, cujas interações elétricas seguem a lei de
Coulomb.
Falso. Em um átomo neutro o número de prótons é igual ao 2º) Os elétrons se movem ao redor do núcleo em órbitas
de elétrons. circulares.
3º) Quando um elétron está em uma órbita ele não ganha e
Verdadeiro. O número atômico seria a “identidade do nem perde energia, dizemos que ele está em uma órbita
átomo”, ou seja, átomos de um mesmo elemento possuem o discreta ou estacionária ou num estado estacionário.
mesmo número atômico. 4º) Os elétrons só podem apresentar variações de energia
quando saltam de uma órbita para outra.
Resposta da questão 28: 5º) Um átomo só pode ganhar ou perder energia em
[B] quantidades equivalentes a um múltiplo inteiro (quanta).
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MÓDULO 02
Configuração Eletrônica e Periodicidade Química
1. Configurações Eletrônicas
Regra de Hund: os elétrons de um mesmo subnível tendem a permanecer desemparelhados (em orbitais
separados), com spins paralelos (iguais).
Ou ainda, para orbitais degenerados, a menor energia será obtida quando o número de elétrons com o
mesmo spin for maximizado.
A energia de um subnível pode ser avaliada pela soma dos números quânticos principal (n) e secundário
(l). (E = n + l). Quando dois subníveis possuem a mesma soma (n + l) , o de maior energia será aquele que possui
o maior valor de n.
Para o átomo de hidrogênio e para os hidrogenóides (átomos que possuem apenas 1 elétron, 2He1+, 3Li2+),
os subníveis de um mesmo nível são degenerados, ou seja, possuem a mesma energia. Assim: 1s < 2s = 2p < 3s
= 3p = 3d < ...
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Níveis de energia dos orbitais para o átomo de Disposição de níveis de energia do orbital em átomos
hidrogênio. Observe que todos os orbitais com o polieletrônicos.
mesmo valor para o número quântico principal, n,
têm a mesma energia. Isso se aplica apenas a
sistemas de um elétron.
Quando for necessário fazer a distribuição eletrônica de um íon, deve-se sempre partir do átomo neutro,
no estado fundamental, para depois retirar ou acrescentar os elétrons que foram perdidos ou ganhos.
Para fazer a distribuição eletrônica de um cátion, deve-se fazer a distribuição eletrônica para o átomo do
elemento no estado fundamental e em seguida retirar os elétrons que foram perdidos a partir do nível e do
subnível mais externos.
Veja o exemplo:
26Fe: 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2, 3d6 (átomo neutro)
2+
26Fe : 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 3d6 (cátion ferroso)
3+
26Fe : 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 3d5 (cátion férrico)
Para fazer a distribuição eletrônica de um ânion, deve-se primeiro distribuir os elétrons para o átomo
fundamental e em seguida adicionar os elétrons no nível e no subnível mais externos que estiverem incompletos.
Veja o exemplo:
35Br: 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2, 3d10, 4p5 (átomo neutro)
1-
35Br : 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2, 3d10, 4p6 (ânion brometo)
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2. Configurações Especiais
As configurações eletrônicas obtidas pelo princípio de “aufbau” (ou diagrama de Pauli) são compatíveis
com as propriedades experimentais da grande maioria dos átomos. No entanto, por se tratar de uma “teoria”, não
é universalizada para os átomos de todos os elementos químicos, que em alguns casos, a configuração proposta
não corresponde às propriedades observadas experimentalmente.
Um aumento de elétrons nos subníveis d provoca repulsão entre orbitais de maior carga, que são atraídos
mais fortemente pelo núcleo, provocando uma inversão de energia com o subníveis s do último nível.
1º caso
Ocorre no 4º período da tabela periódica com a inversão de energia nos subníveis 3d e 4s.
energia
O gráfico ao lado representa, de uma maneira aproximada,
3d
a variação da energia dos subníveis 4s e 3d em função de
Z.
À medida que o número de prótons vai crescendo o efeito
4s 4s de atração do núcleo sobre o subnível 3d torna-se mais
significativo e a energia deste vai gradativamente
3d
diminuindo, até ser menor que a energia do subnível 4s.
28 Z
Quando Z = 24, as energias dos subníveis 4s e 3d são tão próximas que os elétrons vão ocupando os
orbitais como se estes pertencessem a um mesmo subnível, obedecendo à regra de Hund.
Para os elementos de números atômicos de Z = 25 a Z = 28, mesmo com a maior proximidade dos dois
subníveis, a ordem de preenchimento não influi na distribuição eletrônica pelo princípio de “aufbau”.
Quando Z > 28, a energia do subnível 4s torna-se maior que a energia do subnível 3d e o preenchimento
obedece à regra de Hund.
29Cu 3d10 4s1 No diagrama de Pauli, as configurações deveriam ser:
29 Cu [Ar] ; 4s2 ; 3d9
30 Zn [Ar] ; 4s2 ; 3d10
30Zn 3d10 4s2
Observação:
O cobre se apresenta nas formas de cátions Cu + e Cu2+, o que se justifica pela proximidade dos subníveis
4s e 3d. O zinco forma somente cátion Zn2+, visto que o subnível 4s se encontra bastante distanciado do 3d.
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2º Caso
Ocorre no 5º período da tabela periódica com a inversão de energia nos subníveis 4d e 5s.
energia
O gráfico ao lado assemelha-se ao que ocorre no quarto
período e representa, de uma maneira aproximada, a
variação da energia dos subníveis 5s e 4d em função de
4d Z.
5s Quando o número atômico vai crescendo o subnível 4d
5s 4d diminui gradativamente, até a sua energia ser menor que
a do subnível 5s.
45 Z
Quando Z = 44 e Z = 45, as energias dos subníveis 4d e 5s ainda estão muito próximas, porém já ocorre a
inversão e o preenchimento continua a ser feito pela regra de Hund.
Quando Z > 45, a energia do subnível 5s é muito maior que a do subnível 4d e, por isto, se encontra muito
afastado, devendo ser preenchido independentemente.
Pelo diagrama de Pauli, o paládio seria paramagnético,
46Pb 4d10 5s0 com uma configuração: 46 Pd [Kr] ; 5s2 ; 4d8 . Os
fatos experimentais demonstram que ele é diamagnético.
O estado de oxidação da prata é unicamente Ag +, o que
47Ag 4d10 5s1 confirma o afastamento do subnível 5s e o
paramagnetismo. Uma configuração
47 Ag [Kr] ; 5s ; 4d é inviável, pois o cátion Ag é
2 9 +
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3. Conceito de periodicidade
Dizemos que um evento é periódico quando ele se repete regularmente em função de determinado
parâmetro.
Cada intervalo entre uma repetição e outra é denominado período e cada período corresponde a uma
variação que vai de um mínimo a um máximo ou, ao contrário, de um máximo a um mínimo.
Se colocarmos em um gráfico os valores que determinado evento periódico assume em função do
parâmetro segundo o qual ele se repete, obteremos uma curva periódica como a esquematizada a seguir.
Parâmetro de repetição
Como exemplo de eventos periódicos podemos citar as batidas do nosso coração (os gráficos dos exames
de eletrocardiograma apresentam curvas periódicas semelhantes às do gráfico acima), as oscilações de um
pêndulo de relógio, as estações do ano, os picos de vendas de determinados produtos (bronzeadores no verão,
chocolates na Páscoa, panetones no Natal).
Por outro lado, dizemos que um evento é aperiódico (ou não-periódico) em função de um parâmetro
quando os dados desse evento apenas crescem ou decrescem em relação a esse parâmetro.
Se colocarmos em um gráfico os valores que determinado evento aperiódico assume em função do
parâmetro em estudo, obteremos uma curva ascendente ou descendente como mostramos a seguir.
Evento aperiódico
Evento aperiódico
Como exemplo de eventos aperiódicos podemos citar o tempo de vida de uma pessoa, a construção de
uma casa, o consumo do petróleo, a exploração de uma mina de ouro etc.
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determinado pelo físico inglês Henry Gwyn Jefferys Moseley através do estudo de espectros de raios X dos
elementos.
Muitas propriedades químicas e físicas dos elementos e das substâncias simples que eles formam variam
periodicamente em função de seu números atômicos.
A descoberta de Moseley não alterou a estrutura de tabela proposta por Mendeleyev, que usara a massa
atômica como critério de periodicidade das propriedades dos elementos, por isso, merecidamente, o crédito da
descoberta dessa lei, que é uma das leis mais importantes da Química, permaneceu com Mendeleyev.
É devido à existência de periodicidade em várias propriedades dos elementos (e até em propriedades de
substâncias simples) que a tabela que contém a relação completa de todos os elementos químicos conhecidos é
denominada tabela periódica.
Nessa tabela os elementos estão dispostos em ordem crescente de números atômico, Z, de modo a
formar:
• Sete períodos ou sete linhas horizontais.
Geralmente os elementos que ocupam um mesmo período possuem o valor de várias propriedades
químicas e físicas variando de um mínimo a um máximo ou vice-versa.
• Dezoito famílias ou grupos, isto é, dezoito colunas verticais.
Os elementos que ocupam uma mesma coluna normalmente possuem propriedades químicas semelhantes
e propriedades físicas que variam gradualmente.
As propriedades físicas dos elementos dependem da massa e do tamanho dos átomos. E do que
dependem as propriedades químicas?
O que define um elemento químico é seu número atômico (ou número de prótons) e esse número é
invariável. Qualquer que seja a reação química da qual um elemento participe, sue número atômico permanecerá
sempre constante.
O que pode variar durante uma transformação química, em que grupos de átomos de elementos químicos
iguais ou diferentes (que juntos formam uma substância específica) se rearranjam para formar outra substância
diferente, é o número de elétrons mais externos (ou os mais energéticos) desses átomos.
Isso nos leva à seguinte conclusão:
As propriedades químicas dos átomos podem ser previstas com base na distribuição eletrônica do átomo no
estado fundamental.
Como o diagrama de energia de Linus Pauling fornece a distribuição eletrônica dos átomos dos elementos
no estado fundamental, concluímos que esse diagrama fornece também indicações claras sobre as propriedades
químicas dos elementos e portanto sobre a posição que eles ocupam na tabela periódica. A primeira relação entre
tabela periódica e eletrosfera é a seguinte:
O número de níveis de energia preenchido com os elétrons do átomo no estado fundamental indica o
período ocupado pelo elemento.
Por exemplo, considere distribuições eletrônicas no estado fundamental em ordem geométrica – para os
elementos: carbono, 126 C , magnésio, 24 48 184
12 Mg , titânio, 22Ti , e tungstênio, 74W , e a determinação do período da
tabela ocupado por esses elementos (verifique posteriormente o resultado na tabela periódica no início deste
livro).
12 2
6 C : 1s / 2s2 2p2
Dois níveis de energia preenchidos por elétrons, portanto o carbono ocupa a 2a linha ou o 2o período da
tabela.
24 2 2 6 2
12 Mg : 1s / 2s 2p / 3s
Três níveis de energia preenchidos por elétrons, portanto o magnésio ocupa a 3 a linha ou o 3o período da
tabela.
48 2
22Ti : 1s / 2s2 2p6 / 3s2 3p6 3d2 / 4s2
Quatro níveis de energia preenchidas por elétrons, portanto o titânio ocupa a 4a linha ou o 4o período da
tabela.
184
74W : 1s2 / 2s2 2p6 / 3s2 3p6 3d10 / 4s2 4d10 4f 14 / 5s2 5p6 5d4 / 6s2
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Seis níveis de energia preenchidos por elétrons, portanto o tungstênio ocupa a 6 a linha ou o 6o período da
tabela.
Em relação ao subnível ocupado pelo elétron mais energético do átomo no estado fundamental,
classificamos os elementos nos seguintes grupos:
Elementos representativos: são aqueles que possuem o elétron mais energético num subnível s ou p.
Exemplos: potássio, 39 35,5
19K, e cloro, 17 C ,
39 35,5
19 K : 1s2 17 C : 1s2
2s2 2p6 2s2 2p6
3s2 3p6 3s2 3p5
4s2
Localização na tabela periódica: nos elementos das famílias 1 e 2, o número da família corresponde ao
número de elétrons da camada de valência. Nos eelementos das famílias 13 a 18 o número da família é igual à
soma do número de elétrons da camada de valência com o número 10, que indica um subnível d totalmente
preenchido no nível (n-1). O período sempre corresponde ao maior número quântico principal n. Veja os exemplos
que seguem:
Li (Z=3): [He] 2s1 Família 1 (IA) O (Z=8): [He] 2s2 2p4 Família 6+10 =16 (VIA)
Be (Z=4): [He] 2s2 Família 2 (IIA) F (Z=9): [He] 2s2 2p5 Família 7+10 =17 (VIIA)
B (Z=5): [He] 2s2 2p1 Família 3+10 =13 (IIIA) Ne (Z=10): [He] 2s2 2p6 Família 8+10 =18 (VIIIA)
C (Z=6): [He] 2s2 2p2 Família 4+10 =14 (IVA) Mg (Z=12): [Ne] 3s2 Família 2 (IIA)
N (Z=7): [He] 2s2 2p3 Família 5+10 =15 (VA) Al (Z=13): [Ne] 3s2 3p1 Família 3+10 =13 (IIIA)
Elementos de transição ou de transição externa: são aqueles que possuem o elétron mais energético
num subnível d.
56
Exemplo: ferro 26 Fe, e prata, 108
47 Ag.
56 108
26 Fe : 1s2 47 Ag : 1s2
2s2 2p6 2s2 2p6
3s2 3p6 3d6 3s2 3p6 3d10
4s2 4s2 3p6 4d9
5s2
Localização na tabela periódica: o número da família é igual à soma dos elétrons do subnível mais
energético com os elétrons da camada de valência. O período sempre corresponde ao maior número quântico
principal n. Veja os exemplos que seguem:
Sc (Z=21): [Ar] 4s2 3d1 Família 3 (IIIB) Fe (Z=26): [Ar] 4s2 3d6 Família 8 (VIIIB) 1ª Coluna
Ti (Z=22): [Ar] 4s2 3d2 Família 4 (IVB) Co (Z=27): [Ar] 4s2 3d7 Família 9 (VIIIB) 2ª Coluna
V (Z=23): [Ar] 4s2 3d3 Família 5 (VB) Ni (Z=28): [Ar] 4s2 3d8 Família 10 (VIIIB) 3ª Coluna
Cr (Z=24): [Ar] 4s1 3d5 Família 6 (VIB) Cu (Z=29): [Ar] 4s1 3d10 Família 11 (IB)
Mn (Z=25): [Ar] 4s2 3d5 Família 7 (VIIB) Zn (Z=30): [Ar] 4s2 3d10 Família 12 (IIB)
Elementos de transição interna: são aqueles que possuem o elétron mais energético num subnível f.
140
Exemplos: 58 Ce, eurânio, 238
92 U.
238
140 92U : 1s2
58 Ce : 1s2 2s2 2p6
2s2 2p6 3s2 3p6 3d10
3s2 3p6 3d10 4s2 4p6 4d10 4f14
4s2 4p6 4d10 4f2 5s2 5p6 5d10 5f4
5s2 5p6 6s2 6p6
6s2 7s2
Há 20 dos 118 elementos químicos conhecidos que não seguem a distribuição eletrônica regular indicada
pelo diagrama de Linus Pauling. Apesar disso, a posição que os elementos ocupam na tabela periódica é
fornecida pela distribuição eletrônica de Linus Pauling, independentemente da distribuição eletrônica real desses
20 elementos.
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Com base nessas conclusões, podemos construir a tabela periódica que pode ter o formato compacto, com
18 colunas verticais (mais comum), mostrado no início do livro, ou o formato longo, com 32 colunas verticais,
esquematizado na próxima página.
Localização na tabela periódica: os elementos de transição interna possuem como subnível mais energético
o subnível f. todos os elementos de transição interna pertencem a família 3 (IIIB), podendo ser um lantanídeo (6º
período) ou um actnídeo (7º período).
Note que as tríades de Döbereiner não englobam todos os elementos que já eram conhecidos em 1829. Ele
apenas selecionou alguns elementos que tinham propriedades semelhantes os dispondo em 6 grupos de 3
elementos cada. O mesmo foi feito por Hess ao classificar 4 grupos de elementos com propriedades químicas
semelhantes.
Outra tentativa foi feita em 1849 pelo cientista sueco naturalizado russo Germain Herny Ivanovitch Hess
(1802–1850), que publicou no seu manual Fundamentos da Química Pura uma classificação de quatro grupos de
elementos (não-metais) com propriedades químicas semelhantes:
Hess escreveu: “Esta classificação está muito longe de ser natural. No entanto ela reúne elementos em
grupos muito semelhantes e pode ir aperfeiçoando-se à medida que aumentarem os nossos conhecimentos.”
Mais tarde, em 1862, o químico e geólogo francês Alexandre Segyyer de Chancourtoir (1820-1896) propôs
um interessante sistema para classificar os elementos conhecidos, denominado “parafuso telúrico”.
Chancourtoir distribuiu os elementos na forma de uma espiral de 45° que se desenvolvia na superfície de
um cilindro.
Em cada volta da espiral ele colocou 16 elementos em ordem crescente de massa atômica, de modo a
posicionar os elementos com propriedades semelhantes um por baixo do outro na geratriz do cilindro. No entanto
ninguém prestou muita atenção ao seu trabalho.
Por volta de 1864 o químico inglês John Alexandre Reina Newlands (1837-1898) colocou os elementos em
ordem crescente de suas massas atômicas em colunas verticais de 7 elementos e verificou que as propriedades
dos elementos se repetiam se repetiam periodicamente (com exceção do hidrogênio) e propôs a chamada “Lei
das Oitavas”.
Para Newlands, tudo no mundo estaria subordinado a uma harmonia geral, que seria a mesma tanto para a
Química como para a Música.
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Grupos Elementos
1 7 9 10,8 12 14 16
1º grupo H Li Be B C N O
19 23 24 27 28 31 32
2º grupo F Na Mg A Si P S
35,5 38 40 48 52 55 56
3º grupo C K Ca Ti Cr Mn Fe
59
4º grupo Co e 59Ni 63,5
Cu 51
V 65
Zn 115
In 75
As 79
Se
80 85 88 140
5º grupo Br Rb Sr 139
Ce e La 91Zr 163
Dy e 96Mo 103
Rh e 101Ru
105 107 112 238 119 122 128
6º grupo Pb Ag Cd U Sn Sb Te
127 133 137 181 184 93 197
7º grupo I Cs Ba Ta W Nb Au
195 192 204 207 232 201 209 190
8º grupo e Ir T Pb Th Hg Bi Os
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A preocupação, tanto de Newlands como de Meyer, era classificar elementos formando grupos com
semelhanças nas propriedades químicas. Mas para eles não existia relação alguma entre as diversas classes de
elementos.
O que difere o trabalho iniciado em 1868 pelo químico russo Dimitri Ivanovitch Mendeleyev (1834-1907) dos
anteriores é que ele foi o único que procurou relacionar todos os elementos em uma única classificação.
Mendeleyev chegou à conclusão de que o critério utilizado deveria realmente ser a massa atômica dos elementos.
Em seu livro Princípios de Química, escreveu:”A massa de uma substância é precisamente a propriedade
da qual todas as outras dependem...” e concluiu: “Por isso, é muito natural esperar que exista uma relação entre
as propriedades e semelhanças dos elementos, de um lado, e suas massas atômicas, de outro”.
Mendeleyev tornou conhecida sua primeira tabela periódica em 1869.
Na tabela de Mendeleyev os elementos eram distribuídos em linhas, de tal modo que elementos
quimicamente semelhantes era encontrados sob uma mesma coluna vertical (atualmente, as colunas são
chamadas de família ou grupos).
No verão de 1870 Mendeleyev verificou que as massas atômicas dos elementos índio, cério, ítrio, tório e
urânio estavam erradas e que era necessário mudá-las, e assim mudar também a disposição desses elementos
no sistema periódico. Assim, o urânio passou a ser o último elemento da série natural tendo também a maior
massa atômica.
Mendeleyev foi mais além: deslocou de uma coluna para outra todo elemento cujas propriedades não
fossem semelhantes com as dos outros membros do grupo, contrariando a ordem crescente de massa atômica.
Surgiram então algumas lacunas que Mendeleyev destinou a elementos ainda não descobertos,
prevendo inclusive suas propriedades.
Os espaços vazios que estavam sob os elementos boro, alumínio e silício foram denominados
respectivamente eka-boro, eka-alumínio (o prefixo eka significa abaixo de).
A 11 de dezembro de 1870, Mendeleyev terminou o seu artigo “O sistema natural dos elementos e a sua
aplicação na determinação das propriedades dos elementos desconhecidos”.
Nesse artigo ele descreve pela primeira vez a sua classificação utilizando a expressão “Lei periódica”.
Em julho de 1871 Mendeleyev termina o seu principal artigo dedicado à “Lei Grandiosa” e que se intitula “A
lei periódica dos elementos químicos”.
De fato, dispondo segundo massas atômicas crescentes os 63 elementos então conhecidos, verificou que
aqueles quimicamente semelhantes se colocavam em série, a intervalos regulares. Desse modo, propriedades
idênticas repetiam-se periodicamente ao longo dessa ordenação. Essa relação ele exprimiu no que chamou lei
periódica:
As propriedades dos elementos, assim como as fórmulas e propriedades das substâncias simples e
compostas que eles formam, são funções periódicas das massas atômicas dos elementos.
Nesse ano Mendeleyev deu uma nova disposição aos elementos na tabela, que lembra em muitos aspectos
a que utilizamos atualmente, observe:
Períodos Série Grupo I Grupo II Grupo III Grupo IV Grupo V Grupo VI Grupo VII Grupo VIII (transição ao I)
Hidrogênio 1 H=1
Elemento típicos 2 Li = 7 Be = 9,4 B = 11 C = 12 N = 14 O = 16 F = 19
3 Na = 23 Mg = 24 A = 27 Si = 28 P = 31 S = 32 C = 35,5
1º período Fe = 56 Co = 59
4 K = 39 Ca = 40 ? = 44* Ti = 48 V = 51 Cr = 52 Mn = 55
Ni = 59 Cu = 63
5 (Cu = 63) Zn = 65 ? = 68** ? = 72*** As = 75 Se = 78 Br = 80
2º periodo Ru = 104 Rh = 104
6 Rb = 85 Sr = 87 Y = 887 Zr = 90 Nb = 94 Mo = 96 ? = 100
Pb = 104 Ag = 108
7 (Ag = 108) Cd = 112 In = 113 Sn = 118 Sb = 122 Te = 128? I = 127
3º período
8 Cs = 133 Ba = 137 ? = 137 Ce = 138? – – –
9
4º período Os = 190 Ir = 192
10 Ta = 182 W = 184
Pt = 195 Au = 197
11 (Au = 197) Hg = 200 T= 204 Pb = 207 Bi = 208
5º período
12 Th = 231 U = 240
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exemplo, se encontra entre o cálcio (massa atômica 40) e o titânio (massa atômica 48). Desse modo, a massa
atômica do eka-boro deve ser aproximadamente igual ao valor médio:
40 48
44
2
Além disso, ele deve formar com o oxigênio um análogo dos óxidos de boro e de alumínio, X 2O3. O eka-boro
tem de ser um metal leve, já que se encontra entre eles o cálcio e o titânio, e a sua densidade relativa pode ser
aproximadamente determinada através da dos seus vizinhos. Assim, sendo a densidade relativa do cálcio de 1,5 e
a do titânio de 4,5, a do eka-boro deve ser:
1,5 4,5
3,0
2
Os sais de eka-boro devem ser incolores, tal como os dos seus vizinhos; e não deve ser volátil, e as
propriedades funcionais do seu óxido devem ser básicas, como as do óxido de titânio.
Procedendo desse modo, Mendeleyev “previa” as propriedades químicas de elementos que ainda não
haviam sido descobertos.
Seis anos mais tarde, as previsões de Mendeleyev começaram a ser confirmadas: em 1875, o químico e
especialista francês Paul Émile Lecoq de Boisbaudran (1838-1912) isolara um novo elemento a partir de um
mineral encontrado nos Pireneus. O espectro de emissão do mineral apresentava uma linha tênue violeta que não
se podia atribuir a nenhum dos elementos químicos conhecidos.
Lecoq designou o novo elemento por gálio em homenagem a sua pátria – a França – cujo antigo nome era
Gália.
O gálio era um metal muito raro e o cinema teve bastante trabalho para extrair uma quantidade pouco maior
que a cabeça de um alfinete, porém teve habilidade suficiente para fazer uma série de experiências que o levou a
uma descrição pormenorizada das propriedades desse elemento e que incluía a densidade, a temperatura de
fusão, os seus compostos oxigenados e os sais que formava.
Pouco tempo depois de comunicar sua descoberta à Academia de Ciências de Paris, recebeu uma carta,
com um carimbo russo, onde Mendeleyev lhe comunicava que todas as propriedades do gálio estavam corretas,
exceto sua densidade, que era 5,9 vezes maior que a da água e não 4,7 como ele havia determinado.
O cientista francês, entre surpreso e intrigado, resolveu verificar novamente a densidade do seu elemento,
submetendo-o a uma purificação ainda mais rigorosa e observou que realmente havia se enganado e que
Mendeleyev, mesmo sem nunca ter visto o metal, determinou com precisão a sua densidade: 5,9 vezes maior que
a da água.
Em 1879, o químico sueco Lars Ferdrik Nilson (1840-1899) descobriu o escândio, que apresentava as
propriedades previstas para o eka-boro e finalmente, em 1886, o alemão Clemens Alexander Winkler (1838-1904)
anunciou o isolamento do germânio, que corresponde ao eka-silício.
A tabela a seguir mostra algumas propriedades previstas por Mendeleyev em 1871 para o eka-silício
(germânio) em comparação com as propriedades desse elemento determinadas experimentalmente em 1886
quando ele foi descoberto.
As dúvidas e críticas que ainda restavam em relação à periodicidade das propriedades dos elementos foram
totalmente dispersas. Estava definitivamente confirmadas a exatidão das previsões de Mendeleyev.
Embora mais tarde ficasse provado que a periodicidade das propriedades dos elementos químicos é função
do número atômico, e não da massa atômica, a tabela de Mendeleyev não perdeu a validade.
Tal comprovação apenas explicou algumas das discrepâncias que o sistema periódico criado por
Mendeleyev gerava: por exemplo, a colocação do argônio (massa atômica 39, 95) antes do potássio (massa
atômica 39,10) ou a do telúrio (massa atômica 127,6) antes do iodo (massa atômica 126,9).
Acontecimento marcante na história da química, a descoberta da lei periódica foi, sem dúvida, o trabalho
mais importante de Mendeleyev, que também se dedicou ao estudo da natureza e à origem do petróleo, tendo
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lutado incansavelmente pelo desenvolvimento da indústria petrolífera na Rússia. É ainda considerado o fundador
da agroquímica em seu país.
Apesar da consagração mundial, a Academia Russa recusou-se a admiti-lo entre seus membros em virtude
de sua posição política ser considerada liberal.
A descoberta de novos elementos químicos tem sido um processo de avanços desde os tempos da
Antiguidade. Determinados elementos, como o ouro, aparecem na natureza na forma elementar e foram
descobertos milhares de anos atrás. Em contraste, alguns elementos são radioativos e intrinsecamente instáveis.
Viemos conhecê-Ias apenas com a tecnologia do sécuIo XX.
A maioria dos elementos, apesar de estáveis, está vastamente dispersa na natureza e está incorporada em
grande número de compostos. Por séculos os cientistas não tinham conhecimento de sua existência. No início do
século XIX, os avanços na química fizeram com que ficasse mais fácil isolá-Ias a partir de seus compostos. Como
resultado, o número de elementos conhecidos mais que dobrou, de 31 em 1800 para 63 por volta de 1865.
À medida que o número de elementos conhecidos aumenta, os cientistas começam a investigar as
possibilidades de classificá-Ios de maneira útil. Em 1869 Dmitri Mendeleev, na Rússia, e Lothar Meyer, na
Alemanha, publicaram esquemas de classificação praticamente idênticos. Os dois cientistas observaram que as
similaridades das propriedades físicas e químicas tornam a se repetir periodicamente quando os elementos são
distribuídos em ordem crescente de massa atômica. Os cientistas daquela época não tinham conhecimento dos
números atômicos. As massas atômicas, entretanto, geralmente cresciam com o aumento do número atômico,
logo tanto Mendeleev quanto Meyer casualmente distribuíram os elementos em ordem apropriada. As tabelas dos
elementos desenvolvidas por Mendeleev e Meyer foram as precursoras da tabela periódica moderna.
Apesar de Mendeleev e Meyer terem chegado basicamente à mesma conclusão sobre a periodicidade das
propriedades dos elementos, a Mendeleev são dados os créditos por desenvolver suas ideias mais eficazmente e
estimular mais trabalhos novos na química. Sua insistência em listar os elementos com características similares
nas mesmas famílias forçou-o a deixar vários espaços em branco na tabela. Por exemplo, tanto o gálio (Ga)
quanto o germânio (Ge) eram desconhecidos naquela época. Mendeleev corajosamente previu sua existência e
suas propriedades, referindo-se a eles como eka-alumínio e eka-silício, termos criados por ele mesmo para indicar
abaixo de quais elementos eles aparecem na tabela periódica. Quando esses elementos foram descobertos,
soube-se que suas propriedades eram muito parecidas com as previstas por Mendeleev.
Em 1913, dois anos após Rutherford propor o modelo atômico do átomo, um físico inglês chamado Henry
Moseley (1887-1915) desenvolveu o conceito de números atômicos. Moseley determinou as frequências de raios
X emitidas à medida que diferentes elementos eram bombardeados com elétrons de alta energia. Ele descobriu
que cada elemento produz raios X de frequência única; além disso, ele descobriu que a frequência geralmente
aumenta quando a massa atômica aumenta. Ele distribui as frequências de raios X em ordem atribuindo um
número inteiro exclusivo para cada elemento, chamado número atômico. Moseley identificou corretamente o
número atômico como o número de prótons no núcleo do átomo e o número de elétrons no átomo.
O conceito de número atômico esclareceu alguns problemas nas versões anteriores da tabela periódica,
que eram baseadas na massa atômica. Por exemplo, a massa atômica do Ar (número atômico 18) é maior que a
do potássio (número atômico 19). Entretanto, quando os elementos são arranjados em ordem crescente de
número atômico, em vez de ordem crescente de massa atômica, Ar e K aparecem em seus lugares corretos na
tabela. Os estudos de Moseley tornaram possível também identificar os ‘buracos’ na tabela periódica, que levaram
à descoberta de novos elementos.
Você pode notar variações muito pequenas nas tabelas periódicas de um livro para outro ou entre as das
salas de aula e as dos livros. Essas diferenças são apenas uma questão de estilo, ou com relação à informação
em particular incluída na tabela; não existem, portanto, diferenças fundamentais.
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Os elementos em uma coluna da tabela periódica são conhecidos como um grupo ou família. A maneira
como os grupos são chamados é de certa forma arbitrário, e três diferentes esquemas de nomes são comumente
utilizados, dois dos quais são mostrados na Figura 2.16. O grupo de nomes superior, que têm designações A e B,
é amplamente utilizado na América do Norte. Números romanos em vez de arábicos são em geral adotados nesse
sistema.
Grupo 7A, por exemplo, é normalmente chamado de VIlA. Os europeus usam uma convenção similar que numera
as colunas de IA até 8A e então de lB até 8B; assim, o grupo encabeçado pelo flúor (F) recebe o nome de 7B (ou
VIlB) em vez de 7A. No esforço de eliminar essa confusão, a União Internacional de Química Pura e Aplicada
(Iupac) propôs uma convenção na qual os grupos são numerados de 1 até 18 sem as designações de A e B, como
mostrado no grupo inferior de nomes no alto da tabela, na Figura 2.16.Aqui, ainda usaremos a convenção norte-
americana tradicional.
Elementos que pertencem ao mesmo grupo geralmente apresentam algumas similaridades em suas
propriedades físicas e químicas. Por exemplo, os 'metais de cunhagem' - cobre (Cu), prata (Ag) e ouro (Au) –
pertencem ao grupo lB. Como o próprio nome sugere, os metais de cunhagem são usados no mundo inteiro para
a fabricação de moedas. Vários outros grupos na tabela periódica também têm nomes, como mostrado na Tabela
2.3.
Os elementos em um grupo da tabela periódica têm propriedades similares porque apresentam o mesmo tipo de
organização dos elétrons na periferia dos átomos.
Todos os elementos do lado esquerdo e do meio da tabela (com exceção do hidrogênio) são elementos
metálicos, ou metais. A maioria dos elementos é metálica. Os metais compartilham várias propriedades
características, como brilho e altas condutividades elétricas e térmicas. Todos os metais, com exceção do
mercúrio (Hg), são sólidos à temperatura ambiente. Os metais estão separados dos elementos não-metálicos por
uma linha diagonal semelhante a uma escada que vai do boro (B) ao astatino (At), como mostrado na Figura 2.16.
O hidrogênio, apesar de estar do lado esquerdo da tabela periódica, é um não-metal. À temperatura ambiente
alguns dos não-metais são gasosos, outros são líquidos e outros, sólidos. Eles geralmente diferem dos metais na
aparência (Figura 2.17) e em outras propriedades físicas. Muitos dos elementos que estão na borda que separa os
metais dos não-metais, como o antimônio (Sb), têm propriedades que estão entre as dos metais e as dos não-
metais. Esses elementos são em geral chamados de metalóides.
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Imagine um conjunto de átomos de argônio na fase gasosa. Quando os átomos colidem uns com os outros
durante os movimentos, eles ricocheteiam, separando-se — como bolas de bilhar. Isso acontece porque as
nuvens eletrônicas dos átomos que estão colidindo não podem penetrar umas nas outras até certa quantidade
significativa. As distâncias mais próximas separando os núcleos durante tais colisões determinam o raio aparente
dos átomos de argônio. Podemos chamar esses raios de raios não-ligantes de um átomo.
Quando dois átomos estão quimicamente ligados, como na molécula de Cl 2, existe uma interação atrativa
entre eles, que os leva a uma ligação química. Para o momento, precisamos apenas compreender que essa
interação atrativa coloca os dois átomos mais próximos do que eles estariam em uma colisão não-ligante.
Podemos definir um raio atômico com base na distância que separa os núcleos dos átomos quando eles estão
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quimicamente ligados. Essa distância, chamada raio ligante, é menor que o raio não-ligante, como ilustrado na
Figura 5. Os modelos de preenchimento de espaço, usam o raio não-ligante (também chamado raio de Van der
Waals) para determinar o tamanho dos átomos. Os raios atômicos ligantes (também chamados raios covalentes)
são usados para determinar as distâncias entre seus centros.
Os cientistas têm desenvolvido uma variedade de métodos para medir as distâncias separando núcleos em
moléculas. A partir de observações dessas distâncias em muitas moléculas, a cada elemento pode ser atribuído
um raio covalente. Por exemplo, na molécula de I2, observou-se que a distância separando os núcleos de iodo é
2,66 Å. Com base nisso, podemos definir o raio covalente do iodo como 1,33 Å. Similarmente, a distância
separando dois núcleos de carbono adjacentes no diamante, que é uma rede sólida tridimensional, é 1,54 Å;
assim, ao raio covalente do carbono é atribuído o valor de 0,77 Å. Os raios de outros elementos podem ser
definidos de maneira similar (Figura 6). (Para o hélio e o neônio, os raios ligantes devem ser estimados porque
não existem combinações químicas conhecidas.)
Os raios atômicos permitem-nos estimar os comprimentos de ligação entre diferentes elementos em
moléculas. Por exemplo, o comprimento da ligação Cl — Cl no Cl2 é 1,99 Å, logo se atribui um raio de 0,99 Å para
o Cl. No composto CCl4, o comprimento da ligação C — Cl é 1,77 Å, muito próximo da soma (0,77 + 0,99 Å) dos
raios atômicos para C e Cl.
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final da série dos elementos de transição, a subcamada (n-1)d, se aproxima de sua população máxima, 10
elétrons, aumentando o efeito de blindagem; consequentemente as repulsões inter-eletrônicas entre a camada
(n-1) e a camada de valência acarretam um menor aumento de tamanho. Somente após o preenchimento
completo da subcamada (n-1)d, no término da série dos elementos de transição, os elétrons serão novamente
adicionados à camada de valência. A partir daí, o aumento na carga nuclear efetiva reassume uma
pronunciada contração para o resto do período.
4. Os lantanóides mostram ainda um maior efeito de blindagem pelos elétrons internos. Percorrendo esta série
os elétrons são adicionados à subcamada (n-2)f, enquanto aumenta simultaneamente a carga nuclear. O
aumento do efeito de blindagem da subcamada f compensa quase completamente o aumento da carga
nuclear, resultando numa pequena contração através da série. De um lantanóide para o próximo, o aumento
do efeito de blindagem exercido pelos elétrons da camada interna resulta num aumento da carga nuclear.
Assim, a contração do raio é de 0,001 nm de um átomo para o outro, mas como eles são 14 elementos na
série, a contração total é de 0,013 nm. Esta contração total é significativa e é denominada contração
lantanódica.
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Nosso objetivo é a compreensão da distribuição dos elétrons nos átomos com muitos elétrons. Estes
átomos podem ser “construídos” colocando-se os elétrons nas camadas (caracterizadas pelo número quântico n)
com as energias crescentes. Dentro de cada camada, os elétrons são colocados nos orbitais da subcamada
(caracterizados pelo número quântico ), na ordem das energias crescentes. Em geral, os elétrons são colocados
de tal maneira que a energia total do átomo seja a menor possível.
Antes de entrar nos detalhes das configurações dos elétrons, é importante ter em mente que a visão da
configuração dos elétrons nos átomos provém da experiência. O modelo ondulatório do átomo é uma tentativa que
tem êxito apreciável na racionalização das observações experimentais.
Vimos que se formam íons positivos pela remoção de um ou de mais de um elétron de um átomo. A energia
necessária neste processo é a energia de ionização.
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• O lítio, o sódio e o potássio principiam, cada qual, uma nova fila da tabela periódica e têm as razões das
energias de ionização muito mais elevadas que as dos outros elementos. Podemos concluir desta observação
experimental que um elétron (removido na primeira ionização) ocupa uma nova camada eletrônica, n, cuja
energia é muito mais elevada do que a da camada usada pelos elétrons dos elementos na fila anterior. A
segunda energia de ionização é muito maior, principalmente porque o segundo elétron deve ser removido da
camada n – 1, e esta camada tem energia muito mais baixa que a camada n.
• Exceto no caso dos metais alcalinos, a maioria dos elementos tem aproximadamente a mesma razão entre as
energias de ionização (os valores desta razão ficam entre 1, 7 e 3). Podemos interpretar este resultado
admitindo que os dois elétrons removidos, dos elementos berílio até neônio, por exemplo, estão na mesma
camada eletrônica.
• As razões para o boro e o alumínio são ligeiramente maiores que as dos outros elementos da mesma fila da
tabela periódica (excetuando-se, é claro, os metais alcalinos pertinentes). Isto indica que uma subcamada se
completa no Be e no Mg. O boro e o alumínio são os elementos nos quais os elétrons estão numa nova
subcamada que têm energias ligeiramente maiores que as das subcamadas ocupadas pelos elétrons do Be e
do Mg. Então, o primeiro elétron no boro, por exemplo, é removido de uma subcamada da camada n = 2, e o
segundo elétron provém de uma subcamada de energia mais baixa, porém ainda na camada n = 2.
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Vamos ver agora como o modelo aceito para a estrutura atômica concorda com as observações
experimentais e suas explicações.
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Em um átomo polieletrônico, cada elétron é simultaneamente atraído pelo núcleo e repelido pelos outros
elétrons. Em geral, existem tantas repulsões elétron-elétron que não podemos analisar exatamente a situação.
Entretanto, podemos estimar a energia de cada elétron considerando como ele interage com o ambiente médio
criado pelo núcleo e os outros elétrons no átomo. Essa abordagem permite-nos tratar cada elétron individualmente
como se ele estivesse se movendo no campo elétrico criado pelo núcleo e pela densidade eletrônica vizinha dos
outros elétrons. Esse campo elétrico é equivalente ao campo gerado por uma carga localizada no núcleo,
chamada carga nuclear efetiva. A carga nuclear efetiva, Z ef agindo em um elétron é igual ao número de prótons
no núcleo, Z, menos o número médio de elétrons, S, que está entre o núcleo e o elétron em questão:
Zef = Z – S
Como S representa uma média, não é necessário que ele seja um número inteiro.
Muitas das propriedades dos átomos são determinadas pela carga nuclear efetiva sofrida por seus elétrons
mais externos, ou de valência. Qualquer densidade eletrônica entre o núcleo e um elétron mais externo diminui a
carga nuclear efetiva agindo em um elétron mais externo. Diz-se que a densidade eletrônica relativa aos elétrons
mais internos blinda ou protege os elétrons mais externos da carga total do núcleo. Uma vez que os elétrons mais
internos estão localizados basicamente entre o núcleo e os elétrons mais externos, eles são mais eficientes em
blindar os elétrons mais externos. Por outro lado, os elétrons de mesmo nível dificilmente blindam uns aos outros
da carga do núcleo. Como resultado, a carga nuclear efetiva sofrida pelos elétrons mais externos é determinada
basicamente pela diferença entre a carga do núcleo e a carga dos elétrons internos.
Podemos estimar aproximadamente a carga nuclear efetiva usando a carga nuclear e o número de elétrons
internos. O magnésio (número atômico 12), por exemplo, tem configuração eletrônica [Ne]3s 2. A carga nuclear do
átomo é 12+, e a camada mais interna de Ne consiste em dez elétrons. Grosso modo, esperaríamos que cada
elétron mais externo sofresse uma carga nuclear efetiva de aproximadamente 12 –10 = 2+, como mostrado de
modo simplificado na Figura 4 (a). Entretanto, esse cálculo subestima a carga nuclear efetiva porque os elétrons
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mais externos de um átomo têm muitas probabilidades de estar no cerne, como mostrado na Figura 4 (b). De fato,
cálculos mais detalhados indicam que a carga nuclear efetiva agindo nos elétrons mais externos do Mg é na
realidade 3,3+.
A carga nuclear efetiva sofrida pelos elétrons mais externos aumenta quando passamos de elemento para
elemento por um período da tabela. Apesar de o número de elétrons internos permanecerem o mesmo à medida
que nos movemos no período, a carga nuclear real aumenta. Os elétrons de nível mais externo adicionados para
contrabalançar o aumento da carga nuclear blindam uns aos outros com muito pouca eficiência. Logo, a carga
nuclear efetiva aumenta progressivamente. Por exemplo, os elétrons mais internos 1s 2 do lítio (1s22s1) blindam os
elétrons mais externos 2s do núcleo carregado 3+ com eficiência satisfatória. Consequentemente, os elétrons
mais externos sofrem carga nuclear efetiva de aproximadamente 3 – 2 = 1 +. Para o berílio (1s2 2s2), a carga
nuclear efetiva sofrida pelos elétrons 2s mais externos é maior; nesse caso, os elétrons mais externos blindam
apenas parcialmente o outro. Dessa forma, a carga nuclear efetiva sofrida por cada elétron 2s é em torno de 4 – 2
= 2+.
Descendo em uma família, a carga nuclear efetiva sofrida pelos elétrons dos níveis mais externos varia
muito menos do que varia ao longo do período. Por exemplo, esperaríamos que a carga nuclear efetiva para os
elétrons mais externos no lítio e no sódio fosse aproximadamente a mesma, em torno de 3 – 2 = 1 + para o lítio e
11–10 = 1+ para o sódio. Entretanto, na realidade, a carga nuclear efetiva aumenta ligeiramente à medida que
descemos na família, porque cernes de elétrons maiores são mais eficientes em blindar da carga nuclear os
elétrons mais externos. Nem por isso a pequena variação na carga nuclear efetiva ocorrida ao se descer na
família é menos relevante que o aumento ocorrido ao longo do período.
7. Energia de ionização
A facilidade com que os elétrons podem ser removidos de um átomo é um indicador importante do
comportamento químico dele. A energia de ionização de um átomo ou íon é a mínima necessária para remover
um elétron de um átomo ou íon gasoso isolado em seu estado fundamental. A primeira energia de ionização, I1, é
a energia necessária para remover o primeiro elétron de um átomo neutro. Por exemplo, a primeira energia de
ionização para o átomo de sódio é a energia necessária para o seguinte processo:
Na(g) Na+(g) + e–
A segunda energia de ionização, I2, é a energia necessária para remover o segundo elétron, e assim por
diante, para remoções de elétrons adicionais. Portanto, I2, para o átomo de sódio, é a energia associada com o
seguinte processo:
Na+(g) Na2+(g) + e–
As energias de ionização para os elementos do sódio até o argônio estão relacionadas na Tabela 2.
Observe que elas aumentam de magnitude à medida que os elétrons são removidos: I1 < I2 < I3 etc. Essa
tendência ocorre porque, com cada remoção sucessiva, um elétron é afastado de um íon cada vez mais positivo,
necessitando, por isso, de cada vez mais energia.
A segunda característica importante da Tabela 2 é o aumento brusco na energia de ionização, que ocorre
quando um elétron do nível mais interno é removido. Por exemplo, considere o silício, cuja configuração eletrônica
é 1s2 2s2 2p6 3s2 3p2 ou [Ne] 3s2 3p2.
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Tabela 2: Valores das energias de ionização sucessivas, I, para os elementos do sódio até o argônio (kJ/mol)
Elemento I1 I2 I3 I4 I5 I6 I7
Na 496 4.560 elétrons dos níveis mais internos
As energias de ionização aumentam continuamente de 786 para 4.360 kJ/moI para a perda de quatro
elétrons nos subníveis. A remoção do quinto elétron, que vem do subnível 2p, requer uma quantidade muito maior
de energia: 16.100 kJ/mol. O grande aumento da energia ocorre porque os elétrons 2p do nível mais interno estão
muito mais próximos do núcleo e sofrem carga nuclear efetiva maior que os elétrons 3s e 3p do nível de valência.
Cada elemento exibe um aumento maior na energia de ionização quando os elétrons são removidos de seu
cerne de gás nobre. Essa observação ampara a ideia de que apenas os elétrons mais externos, aqueles além do
cerne de gás nobre, estão envolvidos no compartilhamento e transferência de elétrons que dão origem às ligações
e reações químicas. Os elétrons mais internos estão ligados muito fortemente ao núcleo para serem perdidos pelo
átomo ou até compartilhados com outro átomo.
1. Em cada período, I1 geralmente aumenta com o aumento do número atômico. Os metais alcalinos têm a
menor energia de ionização em cada período e os gases nobres, as maiores. Existem pequenas
irregularidades nessa tendência que abordaremos em breve.
2. Em cada grupo a energia de ionização geralmente diminui com o aumento do número atômico. Por exemplo,
as energias de ionização dos gases nobres seguem a seguinte ordem He > Ne > Ar > Kr > Xe.
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3. Os elementos representativos
apresentam uma maior faixa de
valores de I1 que os elementos
metálicos de transição. Em geral, as
energias de ionização dos elementos
de transição aumentam
vagarosamente na medida em que
vamos da esquerda para a direita em
um período. Os metais do bloco f, os
quais não estão mostrados na Figura
8 também apresentam apenas uma
pequena variação nos valores de l1.
Informações adicionais sobre as tendências periódicas nas primeiras energias de ionização dos elementos
representativos são ilustradas na Figura 9.
Normalmente, os menores átomos têm energias de ionização maiores. Os fatores que influenciam o
tamanho atômico também influenciam as energias de ionização. A energia necessária para remover um elétron de
um nível mais externo depende tanto da carga nuclear efetiva quanto da distância média do elétron ao núcleo. À
medida que essa atração aumenta, torna-se mais difícil remover o elétron e, assim, a energia de ionização
aumenta.
Conforme nos movemos por um período, existe tanto aumento na carga nuclear efetiva quanto diminuição
no raio atômico, fazendo com que a energia de ionização aumente. Entretanto, à proporção que descemos em
uma coluna, o raio atômico aumenta, enquanto a carga nuclear efetiva varia pouco. Portanto, a atração entre o
núcleo e os elétrons diminui, provocando diminuição na energia de ionização.
As irregularidades dentro de um dado período são um pouco sutis, mas são explicadas facilmente. Por
exemplo, a diminuição na energia de ionização do berílio ([He]2s2) ao boro ([He]2s22p1) ocorre porque os elétrons
no orbital preenchido 2s são mais eficientes em blindar os elétrons no subnível 2p do que são em se blindarem.
Essa é essencialmente a mesma razão pela qual os orbitais 2p de átomos polieletrônicos apresentam energia
mais alta que o 2s. A diminuição na energia de ionização quando passamos do nitrogênio ([He]2s2 2p3) para o
oxigênio ([He]2s2 2p4) é relativa à repulsão dos elétrons emparelhados na configuração p4. (Lembre-se de que, de
acordo com a regra de Hund, cada elétron na configuração p3 localiza-se em diferentes orbitais p.)
8. Afinidades eletrônicas
A energia de ionização mede a energia associada com a remoção de elétrons de um átomo para formar
íons carregados positivamente. Por exemplo, a primeira energia de ionização do Cl(g), 1.251 kJ/mol, é a variação
de energia associada com o seguinte processo:
[Ne]3s23p5 [Ne]3s23p4
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O valor positivo da energia de ionização significa que a energia deve ser fornecida ao átomo para que o
elétron seja removido.
Além disso, muitos átomos podem ganhar elétrons para formar íons carregados negativamente. A variação
de energia que ocorre quando um elétron é adicionado a um átomo gasoso chama-se afinidade eletrônica
porque ela mede a atração, ou afinidade, de um átomo pelo elétron adicionado. Para muitos átomos, a energia é
liberada quando um elétron é adicionado. Por exemplo, a adição de um elétron ao átomo de cloro é acompanhada
por uma variação de energia de – 349 kJ / moI, o sinal negativo indicando que a energia é liberada durante o
processo.
Consequentemente, dizemos que a afinidade eletrônica do Cl é – 349 kJ/mol:2
[Ne]3s23p6 [Ne]3s23p64s1
[Ne]3s23p6 [Ne]3s23p64s1
Como ∆E > 0, o íon Ar– é instável e não se forma.
A Figura 10 mostra as afinidades eletrônicas para os elementos representativos dos primeiros cinco
períodos da tabela periódica. A afinidade eletrônica, geralmente, torna-se cada vez mais negativa à proporção que
caminhamos em direção aos halogênios. Os halogênios, que têm um elétron a menos para preencher
completamente o subnível p, apresentam as afinidades eletrônicas mais negativas. Ao ganhar um elétron, um
átomo de halogênio forma um íon negativo estável que tem a configuração de um gás nobre (Equação 2).
Entretanto, a adição de um elétron a um gás nobre necessitaria que esse elétron fosse colocado em um
subnível de mais alta energia (Equação 3). Ocupar um subnível de mais alta energia é energeticamente muito
desfavorável; assim, a afinidade eletrônica é altamente positiva. As afinidades eletrônicas do Be e do Mg são
positivas pela mesma razão; o elétron adicionado estaria localizado em um subnível p anteriormente vazio que é
de mais alta energia.
As afinidades eletrônicas dos elementos do grupo 5A (N, P, As, Sb) são também interessantes. Uma vez
que esses elementos têm subníveis p preenchidos pela metade, o elétron adicionado deve entrar em um orbital
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que já está ocupado, resultando em repulsões elétron-elétron maiores. Como resultado, esses elementos têm
afinidades eletrônicas que são ou positivas (N) ou menos negativas que as de seus vizinhos à esquerda (P, As,
Sb).
As afinidades eletrônicas não variam muito à medida que descemos um grupo. Por exemplo, considere as
afinidades eletrônicas dos halogênios (Figura 10). Para o F, o elétron adicionado entra em um orbital 2p, para o
cloro em um orbital 3p, para o Br em um orbital 4p, e assim por diante. Conforme passamos do F para o I, dessa
forma reduzindo as repulsões elétron-elétron. Uma atração elétron-núcleo é, portanto, contrabalançada por
menores repulsões elétron-elétron.
9. Eletronegatividade
A eletronegatividade deve ser considerada como uma propriedade resultante da energia de ionização e da
eletroafinidade.
Logo, na Tabela Periódica a eletronegatividade deve variar de maneira semelhante à energia de ionização e
à eletroafinidade.
Eletronegatividade
É óbvio que os gases nobres, muito estáveis, devem ser excluídos também dessa variação.
A grande característica de um metal consiste em sua capacidade de perder elétrons, por possuir um
pequeno número de elétrons na camada mais externa.
O caráter metálico mede a capacidade de átomo para perder elétrons, e por isso deve ser associado à
energia de ionização.
Temos, assim, a classificação já bem conhecida: metais, semimetais e não-metais.
O hidrogênio e os gases nobres comumente não são enquadrados nessa classificação.
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caráter metálico
S.M. N.M.
aumenta
12. Volume atômico
Volume atômico é o volume ocupado por um moI de átomos do elemento no estado sólido.
Exemplo:
Massa molar do Fe = 55,85 g/mol
1 mol de átomos de ferro pesa 55,85 g.
Densidade do Fe(s) = 7,87 g/cm3 (25oC)
M 55,85 g/ mol
Volume molar do Fe(s) =
d 7,87 g/ cm3 VOLUME ATÔMICO
= 7,10 cm3/mol
1 moI de átomos Fe(s) ocupa um volume de 7,10 cm3.
Logo, o Volume Molar do Fe(s) = 7,10 cm3/mol (25º C)
13. Densidade
DENSIDADE
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As colunas verticais, ou grupos, da tabela periódica contêm os elementos que têm propriedades químicas e
físicas semelhantes e diversos grupos têm nomes particulares que vale a pena conhecer.
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Os elementos da primeira coluna à esquerda, Grupo 1A, são conhecidos como metais alcalinos. Exceto o
hidrogênio, todos são metais e são sólidos na temperatura ambiente. Ao contrário, o hidrogênio, nas condições
normais, é um gás consistindo em moléculas diatômicas (moléculas em que estão presentes dois átomos).
Os metais do Grupo 1A são muito reativos. Por exemplo, eles reagem com a água para dar hidrogênio e
soluções alcalinas (básicas). Graças à reatividade, esses metais só se encontram na natureza, combinados sob a
forma de compostos, nunca na forma de elementos livres. Um composto de sódio (Na), cloreto de sódio (NaCl),
teve um papel importante na história,pois ele é parte fundamental da dieta dos homens e dos animais. Os
compostos do potássio (K) são importantes nutrientes dos vegetais. Além de reatividades semelhantes, todos
esses elementos metálicos formam compostos com o oxigênio que têm fórmulas como A 2O, em que A é o metal
alcalino: Li2O, Na2O, K2O, Rb2O, Cs2O. O hidrogênio também forma um composto com a mesma fórmula geral,
H2O, água. Esta semelhança de fórmulas foi importante para Mendeleev ao estabelecer a tabela periódica.
O rádio (Ra), o elemento alcalino-terroso mais pesado, é radioativo e usado na radioterapia de certos
tumores cancerosos. Quando os metais alcalino-terrosos combinam-se com o oxigênio, a fórmula geral do produto
é EO, onde E é um dos elementos alcalino-terrosos; por exemplo, o magnésio forma MgO e o cálcio CaO.
Depois do grupo 2A vêm os elementos de transição que preenchem o quarto, quinto e sexto períodos na
parte central da tabeIa. Todos são metais e 13 deles estão entre os 30 elementos mais abundantes da crosta
terrestre. Alguns, como o ferro (Fe), são muito abundantes na natureza (Tabela 4). A maioria deles ocorre
naturalmente na forma de compostos, mas alguns — como a prata (Ag), o ouro (Au) e a platina (Pt) — são muito
menos reativos e, portanto, podem ser encontrados na forma nativa como elementos puros.
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Praticamente todos os elementos de transição têm Tabela 4. • Abundâncias Relativas dos 10 Elementos de
Transição mais abundantes da Crosta Terrestre
uso comercial. Eles são usados como materiais estruturais
(ferro, titânio, cromo e cobre); em tintas (titânio e cromo); Abundância
Classificação Elemento
(ppm)*
em conversores catalíticos de sistemas de exaustão
automotivos (platina e ródio); em moedas (cobre, níquel e 4 Ferro 41.000
9 Titânio 5.600
zinco); e em baterias (manganês, níquel, cádmio e
12 Manganês 950
mercúrio). 18 Zircônio 190
Alguns elementos de transição também exercem 19 Vanádio 160
21 Cromo 100
importantes papéis biológicos. Por exemplo, o ferro, que é 23 Níquel 80
o quarto elemento mais abundante da crosta terrestre (veja 24 Zinco 75
Tabela 4), é o elemento central na química da 25 Cério 68
26 Cobre 50
hemoglobina, o componente do sangue responsável pelo
transporte do oxigênio e dos citocromos, os agentes *ppm = g por 1.000 kg
responsáveis pela transferência de elétrons nos seres
vivos.
As duas filas no final da tabela acomodam os lantanídeos [a série de elementos entre o lantânio (57) e o
háfnio (72)] e os actinídeos [a série de elementos entre o actínio (89) e o rutherfórdio (104)]. Alguns compostos
de lantânio são usados em tubos de televisão a cores, o urânio (U) é o combustível das usinas nucleares e o
amerício (Am) é usado em detectores de fumaça.
outras, de modo que podem escorregar facilmente. Esta é a razão de a grafita ser mole, ser bom lubrificante e
operar muito bem nos lápis de escrever. (A grafita de um lápis, ou de uma lapiseira, é um compósito constituído
por argila e grafita, que deixa um rastro negro sobre uma folha de papel quando se escreve.) Além disso, os
químicos e engenheiros foram capazes de modelar em fibras as camadas de grafita, conseguindo materiais
extraordinariamente resistentes, que se usam atualmente na fabricação de raquetes de tênis, varas de pescar,
mastros e vergas de embarcações.
Os átomos de carbono nos diamantes também estão organizados em anéis hexagonais, mas cada átomo
está ligado a quatro outros que envolvem o átomo central nos vértices de um tetraedro. Os átomos ligam-se ao
longo de todo sólido como na camada de grafita, porém os anéis de carbono no diamante não podem ser planos.
Esta estrutura faz com que os diamantes sejam extremamente duros, mais densos do que a grafita (d = 3,51 g/cm3
para o diamante e d = 2,22 g/cm3 para a grafita) e quimicamente menos reativos. Os diamantes são excelentes
condutores de calor. Esta propriedade, combinada com a sua dureza, tornam-nos excelentes componentes de
brocas e (de outras ferramentas de corte. A demanda de diamantes industriais é tão grande que se fabricam cerca
de 60 toneladas de diamantes sintéticos anualmente.
Um dos desenvolvimentos mais notáveis da química na última década foi a descoberta de que é possível
crescer filmes finos de diamante. Estes filmes são muito úteis, pois com eles é possível revestir a superfície de
outros materiais com filmes extraordinariamente duros que conduzem calor, mas não eletricidade. Alguns
cientistas acreditam que o desenvolvimento de filmes finos de diamante tem o potencial para ser o maior avanço
na ciência dos materiais desde a invenção do plástico.
O diamante e a grafita são conhecidos há séculos. No final da década de 80, porém foi identificada outra
forma do carbono como componente da fuligem, o material negro que se recolhe quando se queimam
combustíveis carboníferos em atmosfera pobre em oxigênio. Esta substância é constituída por moléculas com 60
átomos de carbono, organizados numa “gaiola” esférica de átomos de carbono. Examinando-se cuidadosamente,
percebe-se que ela se parece com uma bola de futebol; a superfície é constituída por anéis pentagonais e
hexagonais. A forma dessas bolas também lembra aos seus descobridores uma estrutura denominada domo
geodésico, inventada há anos pelo filósofo e engenheiro americano R. Buckminster Fuller. Por isso, o nome oficial
desta forma alotrópica é buckminsterfulereno, mas é comum os químicos denominarem as moléculas C 60 de
fulerenos.
O silício é a base de muitos minerais, como o quartzo, e de bonitas pedras preciosas, como a ametista. O
estanho e o chumbo são conhecidos há séculos, pois são fáceis de extrair dos respectivos minérios. O estanho,
ligado ao cobre, constitui o bronze, usado durante séculos na fabricação de utensílios e de armas. O chumbo é
usado em canos de água e também em tintas, embora o elemento seja tóxico para os homens. Há até a
especulação de que a queda do Império Romano tenha sido provocada pelo envenenamento dos romanos pelo
chumbo dos encanamentos de água. O símbolo do chumbo (Pb) vem do latim plumbum.
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alimentícios, como por exemplo em refrigerantes. O fósforo vermelho também reage com o oxigênio quando
exposto ao ar e, devido a isso, é usado na indústria de fósforos de segurança.
O bismuto é o elemento mais pesado da tabela periódica que não é radioativo; todos os elementos com
número atômico maior do que o do bismuto (83) emitem raios alfa, beta ou gama. Ao contrário dos outros
elementos do Grupo 5A, o bismuto é um metal. Todos os elementos do Grupo 5A formam compostos contendo
oxigênio ou enxofre com as fórmulas gerais E2O3 ou E2S3. Entre os exemplos citam-se o mineral amarelo-brilhante,
ouro-pigmento (As2S3) e a estibinita negra (Sb2S3); esta era usado como cosmético pelas mulheres da antiguidade.
O Grupo 6A principia com o oxigênio, que constitui cerca de 20% da atmosfera terrestre e combina-se
facilmente com a maioria dos outros elementos. A maior parte da energia que alimenta a vida na Terra provém de
reações nas quais o oxigênio se combina com outras substâncias.
O enxofre é conhecido na forma elementar desde os tempos antigos como “pedra ardente”. O enxofre, o
selênio e o telúrio são denominados calcogênios (da palavra grega khalkos, cobre), pois aparecem nos minérios
de cobre. Os respectivos compostos têm cheiro desagradável e são venenosos. Porém, o enxofre e o selênio são
componentes essenciais da dieta humana. Sem dúvida, o composto mais importante do enxofre é o ácido
sulfúrico, o composto mais fabricado pela indústria química.
Como no Grupo 5A, os elementos do segundo e do terceiro períodos têm estruturas muito diferentes. Do
mesmo modo que o nitrogênio, o oxigênio também é uma molécula diatômica. Ao contrário do nitrogênio, no
entanto, o oxigênio tem um alótropo, o ozônio, O3, que é um composto bem conhecido. Por razões que serão
vistas no Módulo 4, esta molécula tem uma estrutura angular. O enxofre, que pode ser encontrado na natureza
como um pó amarelo ou uma substância cristalina, tem muitas formas alotrópicas. O alótropo mais comum é
constituído por anéis com a forma de coroa, tendo oito átomos de enxofre.
O polônio foi isolado em 1898 por Marie e Pierre Curie, que o separaram de toneladas de minério de urânio
e deram seu nome em homenagem ao país natal de Madame Curie, a Polônia.
Na extrema direita da tabela periódica estão dois grupos constituídos inteiramente por não-metais. Dentro
de cada grupo os elementos são bastante semelhantes, mas cada um é inteiramente diferente dos elementos dos
outros grupos. Os elementos do Grupo 7A — flúor, cloro, bromo e iodo — todos existem como moléculas
diatômicas. Todos se combinam violentamente com os metais alcalinos formando sais, como o sal de cozinha,
NaCl. O nome deste grupo, halogênios, provém do grego hals, sal, e genes, formar. Os halogênios reagem com
muitos outros metais e formam sais, além de se combinarem com a maior parte dos não-metais. Eles estão entre
os mais reativos de todos os elementos.
Os elementos do Grupo 8A — hélio, neônio, argônio, criptônio, xenônio e radônio — são os elementos
menos reativos. Todos são gases e nenhum deles é muito abundante na Terra ou na atmosfera terrestre. Por isso,
só foram descobertos a partir do final do século XIX. O hélio é o segundo elemento mais abundante no universo,
vindo depois do hidrogênio. Foi descoberto em 1868 pela análise do espectro do Sol e não foi encontrado na Terra
até 1895. (O nome do elemento provém da palavra grega corresponde a sol, helios.) Até 1962, quando se
preparou pela primeira vez um composto de xenônio, pensava-se que nenhum desses elementos poderia
combinar-se quimicamente com um outro elemento. Esta é a razão da denominação gases nobres atribuída a
este grupo, para significar a ausência geral de reatividade. Pela mesma razão eles também são denominados
gases inertes ou, devido a sua pequena abundância, gases raros.
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Devido a sua baixa densidade o gás hélio é utilizado em balões mais leves que o ar. O neônio e o argônio
são usados em anúncios luminosos. O radônio é radioativo e provoca poluição ambiental em edificações, quando
se difunde nos aposentos através das fundações.
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Considere os seguintes compostos: NaF, NaCØ, CaF‚, IV. é muito usado em jóias e tem larga aplicação na
CaCØ‚, LiF e LiCØ. Com base nas informações, douração de objetos.
assinale a alternativa correta. Seus nomes, na ordem em que estão apresentadas
suas mensagens, podem ser:
a) Todos os compostos apresentados são espécies (A) Heliomar, Clotilde, Fernando e Nivardo.
apolares. (B) Nestor, Breno, Tiquinho, Creuza
b) A temperatura de fusão do LiCØ é maior que a (C) Hermes, Flávio, Alfredo, Aurélio.
temperatura de fusão do LiF. (D) Nelia, Clarisse, Custódio e Aucimar.
c) A temperatura de fusão do NaF é menor que a 3. (uece)A erva-mate (Ilex paraguariensis), além da
temperatura de fusão do NaCØ. sua importância química bromatológica, é também
d) O módulo da energia de rede do LiCØ é maior que o matéria-prima de vários subprodutos como celulose,
gomas, glicose, etc. Na sua composição,
módulo da energia de rede do LiF.
encontramse, dentre outros elementos, o cloro, o
e) O módulo da energia de rede do CaF‚ é maior que enxofre, o fósforo, o cálcio, o magnésio, o potássio, o
o módulo da energia de rede do CaCØ‚. sódio, o ferro, o cobre e o manganês. Sobre os
elementos mencionados, podemos afirmar com
CONFIGURAÇÃO ELETRÔNICA E TABELA absoluta certeza:
(A) São elementos de transição simples o ferro, o
PERIÓDICA
cobre e o manganês.
Exercícios de Fixação (B) Pertencem ao mesmo período da tabela periódica
o cloro, o enxofre, o fósforo, o sódio e o manganês.
1. (uece) “Alguns elementos químicos são bastante (C) Para os elementos seguintes, a ordem crescente
utilizados, quer na sua forma elementar, quer como de eletronegatividades é: magnésio, cálcio, fósforo,
compostos ou ligas, na indústria musical. Os pratos de enxofre e cloro.
bateria e percussão levam estanho e cobre em sua (D) São bons condutores de calor e eletricidade,
composição; o crômio é usado em fitas de gravação; maleáveis e dúcteis: o enxofre, o fósforo, o cálcio e o
o alumínio e o magnésio são usados na fabricação manganês.
dos suportes de baterias; o bismuto é muito usado na
confecção de fusíveis, os quais se encontram em 4. (Uema 2015) Pesquisas científicas têm mostrado
amplificadores e pedais de guitarra” (Monografia que desejar um alimento específico nem sempre
apresentada por Paiva, J.A.R. – UECE). significa fome ou até mesmo gula: o seu corpo pode
(Obs. Consulte os números atômicos necessários para estar querendo passar uma mensagem, inclusive de
resolver as questões da UECE, pois estes são carência de minerais.
fornecidos em uma tabela no final da prova)
Sobre esses elementos químicos, pode-se Ter vontade de chupar gelo pode ser sinal de anemia
afirmar, corretamente, que: e carência de ferro (z 26); querer muito comer
(A) Nem todos são metais. queijo, carência de cálcio (z 20); desejar carne,
(B) Em seu estado fundamental, o estanho possui o
carência de zinco (z 30); chocolate, carência de
subnível 5p2.
(C) O subnível 3p6 está presente nos estados magnésio (z 12), e, vontade por doces, carência de
fundamentais do magnésio, do crômio e do cobre. cromo (z 24). Esses minerais apresentam elétrons
(D) Alumínio e bismuto pertencem à mesma família mais energéticos em seu estado fundamental que
(grupo). constituem diferenças em relação à configuração
2. (uece) Quatro internautas, em locais diferentes, eletrônica, à classificação e à família a que pertencem.
iniciaram trocas de mensagens através de seus
endereços eletrônicos (e-mails). As duas primeiras Fonte: Texto adaptado do Jornal O ESTADO DO
letras de seus nomes são símbolos de elementos MARANHÃO, caderno vida, publicado em: 30 ago.
químicos. As mensagens trocadas, que auxiliam a 2014.
identificar o elemento químico, cujo símbolo, é
formado pelas duas primeiras letras do nome de cada
internauta que a passou, foram: a) Construa a configuração eletrônica para os
I. usado em letreiros luminosos para propaganda. elementos cálcio e cromo, justificando as diferenças
II. combina-se com o sódio e o oxigênio para formar existentes.
um sal que, em solução aquosa, possui efeito b) Explique a que família pertencem esses elementos.
bactericida; com o hidrogênio forma um ácido forte.
III. de uso geral na indústria elétrica, principalmente
em fios; também é, amplamente, usado nas ligas 5. (Uepg 2015) O número de elétrons do ânion X2
metálicas, como o bronze e o latão.
de um elemento X é igual ao número de elétrons do
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átomo neutro de um gás nobre, esse átomo de gás consumo excessivo do sal de cozinha pode levar a
nobre apresenta distribuição eletrônica igual a uma menor absorção de íons cálcio, podendo gerar
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 e número de massa 40. Diante problemas como osteoporose e raquitismo.
disso, assinale o que for correto. Tendo como referência o texto acima, assinale a
01) O número atômico do elemento X é 16. alternativa correta.
02) Para os átomos do elemento X, o número a) A configuração eletrônica de um átomo de sódio no
quântico secundário dos elétrons do subnível 2p é estado fundamental é igual à de um átomo de
potássio, uma vez que ambos possuem o mesmo
2.
número de elétrons no terceiro nível de energia.
04) A eletrosfera dos átomos do elemento X está
b) Átomos eletricamente neutros de sódio e potássio,
dividida em 3 camadas ou níveis com energias
ao perderem um elétron de suas respectivas
definidas, onde se localizam os elétrons. camadas de valência, originam respectivamente
08) Átomos do elemento X perdem 2 elétrons para
íons Na e K que são isoeletrônicos.
adquirir a configuração X2 .
c) A configuração eletrônica de um átomo de cálcio no
estado fundamental pode ser representada de
6. (Ifsul 2015) Considere que os átomos dos
maneira simplificada por [Kr] 4 s2 .
elementos X e Z apresentam, respectivamente, os
seguintes conjuntos de números quânticos para seus d) O elétron mais afastado do núcleo de um átomo de
elétrons de diferenciação: potássio no estado fundamental apresenta número
quântico principal igual a quatro e número quântico
Átomo X : n 4;l 0;m 0;s 1 2 secundário igual a zero.
e) Átomos eletricamente neutros de cálcio são
Átomo Z : n 5;l 1;m 0;s 1 2
menores do que os respectivos íons Ca2 , uma
(Convenção do spin do 1º elétron 12) vez que o número de prótons nessas espécies
Qual é a afirmativa correta? difere de duas unidades.
a) O elemento X é um metal alcalino e o elemento Z
é um gás nobre. 9. (Uece 2015) A regra de Hund, como o próprio
b) Os números atômicos dos elementos X e Z são, nome indica, foi formulada pela primeira vez, em 1927,
respectivamente, 30 e 51. pelo físico alemão Friedrich Hund. Ele partiu
c) O elemento X possui 2 elétrons de valência e o Z diretamente da estrutura nuclear, já conhecida e
possui 5 elétrons. medida, das moléculas e tentou calcular as orbitais
d) A fórmula do composto formado por átomos de X e moleculares adequadas por via direta, resultando na
Z é XZ2 . regra de Hund. Essa regra afirma que a energia de um
orbital incompleto é menor quando nela existe o maior
número possível de elétrons com spins paralelos.
7. (Uece 2015) O Brasil detém 98% das reservas Considerando a distribuição eletrônica do átomo de
mundiais de nióbio, que apresenta numerosas
enxofre em seu estado fundamental (Z 16), assinale
aplicações industriais como, por exemplo, em
fabricação de joias, implantes hiperalergênicos, a opção que apresenta a aplicação correta da regra de
eletrocerâmicas, imãs supercondutores, máquinas de Hund.
ressonância magnética, ligas metálicas, moedas a) 1s2 2s2 2p6 3s2 3px 2 3py 2 3pz0
especiais e na produção de aço. Sobre o nióbio,
analise as afirmações abaixo e assinale a única b) 1s2 2s2 2p6 3s2 3px 2 3py1 3pz1
alternativa verdadeira. c) 1s2 2s2 2p6 3s2 3px 2 3py0 3pz2
a) Seu elétron diferencial se localiza na penúltima
camada. d) 1s2 2s2 2p6 3s2 3px1 3py 2 3pz1
b) Trata-se de um elemento representativo.
c) Sua eletronegatividade é inferior à do vanádio. 10. (Uepg 2015) Com relação à estrutura atômica e à
d) Pertence ao quarto período da tabela periódica. distribuição eletrônica, assinale o que for correto.