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Teorico II
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Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Legislação e Programas de Segurança
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o
último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
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Contextualização
A palavra lei designa um comando ou uma determinação. Na esfera do Direito, trata-se
de um preceito jurídico escrito, emanado de um poder estatal competente, com caracte-
rísticas da generalidade (igual a todos), da coercitividade (dever de conduta) e da duração
(tempo de vigência).
No mundo do trabalho não é diferente. Existem leis e outros dispositivos legais para regu-
lamentar as relações de trabalho entre todos os entes envolvidos – empregado, empregador,
Estado e meio ambiente.
Uma empresa é responsável pela saúde e segurança de seus trabalhadores. Para fazer a
gestão de saúde e segurança, a empresa deve elaborar, implementar e fazer cumprir diversos
programas, tais como: PPRA, PCMSO, PCA etc.
Trabalhadores que exerceram atividades por 25 anos sob ruídos elevados têm direito a
aposentaria especial.
Uma empresa deve respeitar os limites de ruído ambiental estabelecidos pelas leis fede-
rais, estaduais e municipais.
Agora que você já conhece o Napo, que tal assistir a mais um vídeo?
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Legislação Trabalhista
A Constituição de 1937 estabelecia, em seu artigo 136, que “O trabalho é um dever
social. ... A todos é garantido o direito de subsistir mediante o seu trabalho honesto e este,
como meio de subsistência do indivíduo, constitui um bem que é dever do Estado proteger,
assegurando-lhe condições favoráveis e meios de defesa” (BRASIL,1937. SOUTO, 2003).
Até então, as leis trabalhistas brasileiras haviam sido publicadas de forma independente
e fracionada, o que dificultava sua difusão e aplicação pelo judiciário. Dessa necessidade,
em 1941 houve a criação da Justiça do Trabalho e, em 1943, a criação da Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT). Somente após a Constituição de 1946, a Justiça do Trabalho
passou a integrar o Poder Judiciário. (SOUTO, 2003).
A Portaria 3.214/78 aprova as Normas Regulamentadoras (NR), que são normas re-
lativas à segurança e medicina do trabalho, “de observância obrigatória pelas empresas
privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como
pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT” (BRASIL, 1978).
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Nesta disciplina nos interessa aprofundar nos anexos 1 e 2 da NR-15, que tratam res-
pectivamente do ruído contínuo ou intermitente e ruído de impacto. Ambos são de caráter
quantitativo e conferem ao trabalhador a percepção do adicional de insalubridade, caso os
limites de tolerância sejam ultrapassados sem que se tome as devidas medidas de proteção.
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1. Entende-se por Ruído Contínuo ou Intermitente, para os fins de aplicação de
Limites de Tolerância, o ruído que não seja ruído de impacto.
2. Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis (dB)
com instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação
“A” e circuito de resposta lenta (SLOW). As leituras devem ser feitas próximas ao
ouvido do trabalhador.
3. Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os limites de tole-
rância fixados no Quadro deste anexo. (115.003-0/ I4)
4. Para os valores encontrados de nível de ruído intermediário será considerada a
máxima exposição diária permissível relativa ao nível imediatamente mais elevado.
5. Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) para indivíduos
que não estejam adequadamente protegidos.
6. Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais períodos de exposição a
ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados, de
forma que, se a soma das seguintes frações:
C1 + C2 + C3 ____________________ + Cn
T1 T2 T3 Tn
exceder a unidade, a exposição estará acima do limite de tolerância. Na equação
acima, Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a um nível de
ruído específico, e Tn indica a máxima exposição diária permissível a este nível,
segundo o Quadro deste Anexo.
7. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis de ruído,
contínuo ou intermitente, superiores a 115 dB(A), sem proteção adequada,
oferecerão risco grave e iminente.
Ruído de Impacto
Considera-se ruído de impacto aquele que apresenta picos de energia acústica de
duração inferior a um segundo, a intervalos superiores a um segundo (BRASIL, 1978).
Diz o anexo 2 da NR-15:
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do PPRA. Estes deverão ser mantidos por um período mínimo de 20 (vinte) anos e
deverão estar sempre disponíveis aos trabalhadores interessados ou seus represen-
tantes e para as autoridades competentes.
O PCMSO inclui, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos: admissional,
periódico, de retorno ao trabalho, de mudança de função e demissional. Eles compreendem:
a) Avaliação clínica; abrangendo anamnese ocupacional e exame físico e mental;
b) Exames complementares; realizados de acordo com os termos específicos da
NR e seus anexos.
Saiba mais sobre o PPRA e o PCMSO nos artigos: - PPRA/PCMSO: Auditoria, Inspeção do
Trabalho e Controle Social. Disponível em: https://goo.gl/XnF8RL
Análise de Programas de Preservação da Audição em Quatro Indústrias Metalúrgicas de
Piracicaba, São Paulo, Brasil. Disponível em: https://goo.gl/SsWKo2
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Legislação Previdenciária
O Decreto 3.048/99, que aprova o regulamento da Previdência Social, garante ao
segurado os benefícios e serviços de: aposentadoria por invalidez, aposentadoria por
idade, aposentadoria por tempo de contribuição, aposentadoria especial, auxílio-doença,
salário-família, salário-maternidade e auxílio-acidente (BRASIL, 1999).
O INSS pode não reconhecer a aposentadoria especial por exposição ao ruído, baseado na
justificativa de que o uso de equipamento de proteção individual (EPI) neutralizaria seus efeitos.
Ainda, no que se refere ao uso de EPI, o Judiciário é pacífico por entender que o seu uso
não descaracteriza a nocividade do agente insalubre ruído, e que este não é capaz de atenuar
os efeitos extra-auditivos da exposição.
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A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com referência aos agentes no-
civos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir documento
de comprovação de efetiva exposição em desacordo com o respectivo laudo estará su-
jeita às penalidades previstas na legislação (BRASIL, 1999).
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Conforme a ordem de serviço citada, para que o PCA seja eficaz, este deve conter:
1) Monitorização da exposição ao nível de pressão sonora elevado, a fim de:
a) avaliar a exposição de trabalhadores ao risco;
b) determinar se os níveis de pressão sonora elevados presentes podem interferir
com a comunicação e a percepção audível de sinais de alerta;
c) priorizar os esforços de controle do nível de pressão sonora elevado e definir
e estabelecer práticas de proteção auditiva;
d) identificar trabalhadores que vão participar do PCA;
e) avaliar o trabalho de controle do nível de pressão sonora elevado.
2) Controles de engenharia e administrativos: considera-se medidas de enge-
nharia como toda modificação ou substituição de equipamento que cause alte-
ração física na origem ou na transmissão do nível de pressão sonora elevado
(com exceção dos EPI), reduzindo os níveis sonoros que chegam ao ouvido ao
trabalhador. As medidas administrativas são aquelas que têm por objetivo alterar
o esquema de trabalho ou das operações, produzindo redução da exposição,
como, por exemplo, rodízio de empregados nas áreas de nível de pressão so-
nora elevado, funcionamento de determinadas máquinas em turnos ou horários
com menor número de pessoas presentes etc.
3) Monitorização audiométrico: tem como principal função a conservação
auditiva dos trabalhadores e funciona como uma das medidas de controle e
avaliação da efetividade do PCA. Serve para:
a) estabelecer a audiometria inicial de todos os trabalhadores;
b) identificar a situação auditiva (audiogramas normais e alterados), fazendo o
acompanhamento periódico;
c) identificar os indivíduos que necessitam de encaminhamento ao médico otor-
rinolaringologista com objetivo de verificar possíveis alterações de orelha média;
d) alertar os trabalhadores sobre os efeitos do nível de pressão sonora elevado,
bem como fornecer-lhes os resultados de cada exame;
e) contribuir significativamente para a implantação e efetividade do PCA.
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suas funções laborativas. A monitorização deve ser utilizada como prevenção da
progressão de perdas auditivas induzidas por ruído e não como meio de exclusão de
trabalhadores de suas atividades. Os trabalhadores devem receber cópia dos resulta-
dos de seus audiogramas.
4) Indicação de Equipamentos de Proteção Individual - EPI: o protetor au-
ricular tem por objetivo atenuar a potência da energia sonora transmitida ao
aparelho auditivo. A seleção do EPI mais adequado a cada situação é de respon-
sabilidade da equipe executora do PCA. Para tanto, alguns aspectos devem ser
considerados quando da seleção destes:
• nível de atenuação que represente efetiva redução da energia sonora que atinge as
estruturas da cóclea;
• modelo que se adeque à função exercida pelo trabalhador;
• conforto;
• aceitação do protetor pelo trabalhador.
5) Educação e motivação: O conhecimento e o envolvimento dos trabalhadores
na implantação das medidas são essenciais para o sucesso da prevenção da ex-
posição e seus efeitos. Prevê a execução de programas de treinamento, cursos,
debates, organização de comissões, participação em eventos e outras formas
apropriadas para essa aquisição.
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eSocial
O Decreto nº 8.373/14 instituiu o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações
Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial). Por meio desse sistema, os empregado-
res comunicam ao Governo, de forma unificada, as informações relativas aos trabalha-
dores, tais como:
• GFIP - Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social.
• CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados para controlar as
admissões e demissões de empregados sob o regime da CLT;
• RAIS - Relação Anual de Informações Sociais;
• LRE - Livro de Registro de Empregados;
• CAT - Comunicação de Acidente de Trabalho;
• CD - Comunicação de Dispensa;
• CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social;
• PPP - Perfil Profissiográfico Previdenciário;
• DIRF - Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte;
• DCTF - Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais;
• QHT – Quadro de Horário de Trabalho;
• MANAD – Manual Normativo de Arquivos Digitais;
• Folha de pagamento;
• GRF – Guia de Recolhimento do FGTS;
• GPS – Guia da Previdência Social.
O eSocial é uma ação conjunta dos seguintes órgãos e entidades do governo federal:
Secretaria da Receita Federal do Brasil – RFB, Caixa Econômica Federal, Instituto Na-
cional do Seguro Social – INSS e Ministério do Trabalho – MTb.
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• Monitoramento da saúde do trabalhador e exame toxicológico: descrição das
avaliações clínicas bem como exames complementares aos quais o trabalhador foi
submetido.
• Condições ambientais de trabalho – fatores de risco: informa a exposição do
trabalhador a agentes insalubres, perigosos e/ou especiais.
• Treinamentos e capacitações: prestação de informações sobre os treinamentos,
capacitações, exercícios simulados realizados, bem como informações aos
trabalhadores relativas à segurança e saúde no trabalho.
Legislação Ambiental
Existem legislações ambientais brasileiras, nos níveis federal, estadual e municipal.
O Artigo 225 da Constituição Federal garante o direito ao meio ambiente ecologica-
mente equilibrado. Ainda na esfera federal, o Conselho Nacional de Meio Ambiente
(CONAMA), publicou a Lei nº 6.938/81 que dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, regulamentada pelo Decreto nº 99.274/90. A Resolução CONAMA nº 001,
de 08.03.1990, estabelece critérios e padrões para a emissão de ruídos, em decorrência
de quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas. Já a Resolução
CONAMA nº 002, de 08.03.1990, institui o Programa Nacional de Educação e Con-
trole de Poluição Sonora – Silêncio.
Acesse a Norma ABNT NBR 10151 – Acústica – Avaliação do ruído em áreas habitadas,
visando o conforto da comunidade – Procedimento, em: https://goo.gl/UNMs1P
Acesse a Norma ABNT NBR 10152 – Níveis de Ruído para Conforto Acústico, em:
https://goo.gl/WH1kYi
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
PCA – Programa de Conservação Auditiva
https://youtu.be/WFf6e1NYXGo
Leitura
Acústica – avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade
ABNT. NBR 10151. Acústica – avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o confor-
to da comunidade – Procedimento. Rio de Janeiro, RJ: ABNT, 2000.
https://goo.gl/hrLsXe
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Referências
BRASIL. Constituição (1937). Constituição dos Estados Unidos do Brasil. Rio de
Janeiro, RJ: Senado Federal, 1937. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/Constituicao/Constituicao37.htm>. Acesso em: 11/05/2016.
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FERRARI, Irany; MARTINS, Melchíades Rodrigues. Acidente do trabalho, doenças ocu-
pacionais e profissionais: causas que devem ser forçosamente apreciadas pela justiça
do trabalho: seguridade social: controle: Emenda Constitucional para transferir a com-
petência para a justiça do trabalho para tais causas (ações acidentárias). Revista LTr:
Legislação do Trabalho, São Paulo, v. 74, n. 4, abr. 2010, p. 397-405 (artigo grátis)
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