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REVALIDA
Boa prova!!!
NEONATOLOGIA
Infecções Congênitas
Sífilis Congênita
É a mais prevalente de todas. A transmissão é hematogênica transplacentária (do Treponema
palidum) e pode ser transmitida em qualquer estágio da gestação ou da doença.
CLÍNICA:
Precoce, se manifesta nos primeiros dois anos de vida. A tardia é a partir dos dois anos de
idade.
Destruição tecidual: Manifestações cutâneas (exantemas maculopapular mais comum,
vesicobolhosa, pênfigo palmo plantar mais característica). Condiloma plano em mucosa
(principalmente perianal). Rinite sifilítica (secreção nasal sanguinolenta, por destruição da
mucosa nasal)
Manifestações ósseas: Periostite (inflamação do periósteo de ossos largos). Osteocondrite
(lesão metafisária, lesões bastante dolorosas que levam a pseudoparalisia de Parrot – não
movimenta por dor)
TRATAMENTO:
Se mãe não tratada ou inadequadamente tratada: Fazer todos os exames no RN (VDRL em
sangue periférico, hemograma, radiografia de ossos longos e punção lombar para análise de
liquor)
Qualquer alteração clínica ou laboratorial e LCR normal: Penicilina cristalina (IV) ou procaína
(IM) por 10 dias.
LCR alterado (proteína >150, celularidade > 25 ou VDRL reagente): Apenas penicilina cristalina
Sem alteração (criança assintomática com exames normais): Penicilina Benzatina (dose única)
se tiver garantia que a criança vai ser acompanhada ambulatoriamente.
Toxoplasmose
Transmissão principalmente quando a gestante tem infecção aguda durante o terceiro
trimestre de gestação. A maioria das crianças estarão assintomáticas no momento do
nascimento. Mas se não são tratadas no momento do nascimento podem desenvolver a clínica
com o passar do tempo.
CLÍNICA:
Coriorretinite
Hidrocefalia
Calcificações cranianas difusas
TRATAMENTO:
Sulfadiazina, perimetamina e ácido folínico por 12 meses (nos sintomáticos ou não).
Rubéola
Extinta no Brasil, a síndrome da Rubéola congênita só acontece quando a mãe é infectada no
primeiro semestre.
CLÍNICA
Surdez
Catarata (ausência do reflexo vermelho)
Cardiopatias (Mais específicas – Persistência do canal arterial e estenose de ramo da artéria
pulmonar) – sopro na ausculta cardíaca
TRATAMENTO
Manejo das complicações. Cirúrgico da catarata e das cardiopatias
Citomegalovírus
Maioria das crianças são assintomáticas
CLÍNICA:
Surdez
Calcificações cranianas na região periventricular alteração mais característica
TRATEMENTO:
Ganciclovir (para as crianças que tem manifestações mais graves)
ICTERICIA NEONATAL
Normalmente é um quadro fisiológico que se manifesta por aumento da concentração de
bilirrubina sérica, devido principalmente a alta produção de bilirrubina, pois nasce com
hematócrito alto, as hemácias duram pouco, então destrói muito as hemácias. Logo após o
nascimento o fígado não está pronto, o hematócrito está alto, a circulação enterohepática da
bilirrubina esta aumentada (bilirrubina INDIRETA)
No recém-nascido a termo (37 semanas a 41 semanas e 6 dias):
Início: 2 a 3 dia de vida (icterícia fisiológica – apenas bilirrubina indireta)
Nível Máximo: 12 a 13 mg/dl
A icterícia tem progressão crânio - caudal, o que significa dizer que aquele que tem icterícia na
face somente, tem menos bilirrubina do que aquele que tem até nos pés.
Desaparece de 4-5 dias se for fisiológica
Quando não pensar em fisiológica:
Começa nas primeiras 24 horas de vida
Bilirrubina maior que 12mg/dl
Mais persistente (dura mais de 1 semana ou 10 dias)
ZONAS DE KRAMER:
ZONA 3 (inicia na cicatriz umbilical), se está aí significa que já está acima de 12mg/dl, já não é
fisiológica.
Causas de Icterícia não fisiológica:
Se aparece em menos de 24 horas de vida pensar em doença hemolítica, sendo a mais
comum a incompatibilidade materno fetal (incompatibilidade ABO ou RH (CD+)), mas
pode também ser defeito enzimático (deficiência de G6PD), defeito de membrana
(esferocitose hereditária). O teste de Coombs DIRETO ajuda a distinguirse positivo
quer dizer que os anticorpos maternos estão ligados, é incompatibilidade materno
fetal (mãe sempre Rh- e RN sempre Rh+). O teste de Coombs INDIRETO na mãe é
sempre positivo, se a mãe foi previamente sensibilizada.
Se a icterícia é tardia, aumento de bilirrubina direta, lembrar de AVB (atresia de vias
biliares)
Icterícia relacionada com amamentação:
1) Icterícia do aleitamento materno: O bebê nas primeira semana de vida, está
recebendo pouco leite, intestino fica lento e aumenta ainda mais a circulação
enterohepática. Em geral bebê também está emagrecido, desidratado.
2) Icterícia do leite materno: É mais tardio, além da segunda semana de vida. Acontece
porque no leite pode ter alguma substância que interfere no metabolismo da
bilirrubina.
Reanimação Neonatal
Perguntas inicias:
Gestação a termo?
RN respira ou chora?
Tônus e flexão?
Se a resposta para as 3 perguntas for sim, faz o grampeamento tardio do cordão e está pronto.
Se respondeu não para qualquer umas das perguntas o bebê vai passar para a mesa de
reanimação.
Condutas:
Prover calor, posicionar (cabeça em leve extensão), aspirar se necessário, secar tudo
em no máximo 30 segundos
Avaliar FC e respiração
- Se FC <100 ou respiração irregular / apneia = Ventilação com pressão positiva (VPP)
≥34 semanas: AA (ar ambiente); < 34 semanas: oxigênio a 30%; oxímetro em membro
superior direito e monitor cardíaco (tudo em 30 segundos).
- Reavalia
- Se FC<100 checar a técnica e avaliar IOT (intubação orotraqueal)
- Se depois de intubado a FC <60 iniciar a massagem cardíaca externa (MCE).
Compressão e ventilação por 60 segundos.
- Reavalia
- Se FC persistir em <60 checa a técnica e se continuar administra adrenalina.
Diarreia aguda
Definição de diarreia: aumento do volume fecal (> que habitual) com consistência diminuída, 3
ou mais evacuações em 24 horas (criança mais velha, adolescente e adultos, não para bebê).
Em bebê se considera quando tem mudança no habitual
Diarreia aguda: quadro de diarreia que dura até 14 dias
Diarreia persistente: 14-30 dias
Diarreia crônica: superior a 30 dias
Diarreia aguda: até que se prove o contrário é infecciosa
Persistente pode ser infeccioso ou pós-infeccioso (processo de regeneração da mucosa
intestinal)
Causas de diarreia aguda: aquosa (mais frequente, mais volumosas) e consistentes
semilíquidas. Pode ser vírus ou bactérias, sendo raramente por protozoários
Dentre os vírus, o mais importante é o rotavírus que é o principal agente etiológico de diarreia
grave nas crianças menores de 2 anos
Disenteria (tem evacuações mucosanguinolenta com o tenesmo e dor abdominal). Causada
geralmente por bactéria sendo a principal a Shiguela
A grande urgência é avaliar o estado de hidratação
MS recomenda avaliar 6 parâmetros
Estado geral Bom, alerta Irritado/ intranquilo Comatoso hipotônico
Olhos Normais Fundos Muito fundo e seco*
Lágrimas Presentes Ausentes Ausentes
Sede Bebe normal Sedento/ bebe Bebe mal ou não é
rápido/ avidamente capaz de beber*
Sinal da prega Desaparece Desaparece Desaparece muito
(tempo de demora rapidamente lentamente lentamente (mais de
para desfazer) 2 segundos)
Pulso Cheios Rápido/ fraco Muito fraco ou
ausente (só mede
central) *
GRUPO A GRUPO B (se GRUPO C (se aparece
apresenta 2 ou mais 2 ou mais, incluindo
sinais) – paciente pelo menos 1 dos *)
com desidratação – desidratação grave
Plano A:
Crianças com diarreia que não estão desidratadas. Objetivo é manter hidratado
- aumentar ingestão de líquidos (caseiros ou soro)
- manter alimentação habitual
- usar zinco por 10 a 14 dias
- orientar sobre sinais de perigo
PLANO B:
Criança está com desidratação
- administrar SRO (50-100ml/kg em 4-6 horas)
- somente ofertar leite materno, nada mais
PLANO C:
Criança com desidratação grave
- SF 0,9% (sempre cristaloides)
- 20ml/kg em 30 minutos (<5 anos)
- repetir até hidratação
- não receber alimento
Doenças exantemáticas
Sarampo:
Causada pelos vírus do sarampo. Foi erradicada do Brasil em 2016
Fase prodrômida: tosse intensa, conjuntivite e manchas de Koplek (pequenas lesões
brancacentas no interior da cavidade oral – é patognomônico)
Fase exantemática: exantema morbiliforme - lesões maculopapulares cefalocaudal que
tendem a confluência, mas com pele saudável entre meio
Rubéola:
Causada pelo vírus da rubéola. Foi erradicada do Brasil
Fase prodromida: linfadenomegalia (retroauricular, occipital e cervical),manchas rojas en el
paladar
Fase exantemática: exantema rubeoliforme. Lesões maculopapulares sem tanta tendência a
confluência
Exantema súbito:
Causado por um vírus da família do Herpes vírus – HV Humano do tipo 6
Exantema após febre alta que some em crise
Acomete dos 6 meses aos 2 anos de idade. Exantema costuma ter início no tronco e progride
para extremidades e cabeça. Diferente do sarampo e rubéola que tem uma evolução crânio
caudal com início na cabeça
Eritema infeccioso:
Relacionado a infecção pelo parvovírus B19. As reações aparecem após a resolução da doença
Fase exantemática: primeiro paciente vai apresentar uma hiperemia da região malar (sinal da
face esbofeteada) + exantema rendilhado. Lesões maculopapulares com branqueamento da
região central que confere ao paciente um aspecto rendilhado (acomete principalmente as
superfícies extensoras e preserva palma e planta), depois sempre que o paciente seja exposto
a estímulo desencadeante (calor, estresse, por exemplo) pode ocorrer a recidiva das lesões
Escarlatina:
Relacionada a infecção bacteriana (única). Agente é o estreptococo do grupo A. antes da
erupção cutânea o paciente vai apresentar faringite + língua com aspecto de framboesa
(morango). A fase exantemática vem com exantema micropapular (pele com sensação total
bastante áspera) + Pastia (exacerbação do exantema em superfícies flexoras) + felatov (palidez
peribocal). Comum 5- 15 anos
Vasculite de Kawasaki:
Vasculite comum na infância, que pode ter seu diagnostico confundido com escarlatina.
Comum em menores de 5 anos
Febre alta por pelo menos 5 dias
Conjuntivite bilateral não exudativa
Alterações cavidade oral (língua em morango)
Adenomegalia cervical não supurada
Exantema corporal
Alterações nas extremidades
Varicela/Catapora:
Pleomorfismo (lesões em diversos estados evolutivos) regional com vesículas, muito
pruriginosas.
TRATAMENTOS:
Sarampo: se recomenda indicação de vitamina A
Rubéola e exantema subido: não tem o que fazer
Eritema infeccioso: também não tem o que fazer
Escarlatina: é o mesmo tratamento da faringite estreptocócica. Pode ser feita dose única de
penicilina benzatina ou amoxicilina via oral por 10 dias
Varicela: pode prescrever aciclovir (oral para os com mais de 13 anos)
PROFILAXIA PÓS-INEFECÇÃO:
Sarampo:
- Vacina até 3 dias (vacina de vírus vivo atenuado, não em grávidas, menores de 6 meses e
imunodeprimidos)
- Imunoglobulina até 6 dias
Varicela:
- Vacina até 5 dias (crianças > de 9 meses sem contraindicações – grávidas e imunodeprimidos)
- Imunoglobulina até 4 dias (todos os imunodeprimidos e grávidas suscetível)
- OMS só fornece vacina para bloqueio em caso de surto em ambiente hospitalar
- RN tem indicação de imunoglobulina se prematuro em contato de risco. Se < 28 semanas
recebe IG independente da história materna. Se > 28 semanas só recebe IG se a mãe nunca
teve varicela
- RN de mãe que teve varicela 5 dias antes ou 2 dias após o parto o RN recebe IG
independentemente da idade gestacional
- Se a doença materna começou mais de 5 dias antes, não há necessidade da IG.
Crescimento
Aleitamento materno
Imunizações
Eventos adversos
Vacina DTP: difteria, tétano, coqueluche (pertusse)2, 4 e 6 meses
Pentavalente: DTP + Haemofilus tipo B + hepatite B2, 4 e 6 meses
Reforço DTP: 15 meses e depois 4 anos
É a vacina que mais da reação
- Se após a vacina apresentar: febre alta (>39,5°), choro persistente incontrolável (+3 horas)
mantem DTP
- Se apresentar: convulsão (até 72 horas após) ou episódio hipotônico-hiporresponsivo (até 48
horas após) a criança não recebe mais a DTP, completa calendário vacinal com DTPa
(acelular) – tríplice bacteriana acelular
- Se apresentar encefalopatia até 7 dias após, ela não recebe mais a DTP e passa receber a DT
A partir dos 7 anos usa a dupla do tipo adulta dT (menor quantidade do componente difteria)
Pode-se fazer a tríplice bacteriana do adulto dTpa, que é recomendada essencialmente para
gestantes e profissionais que lidem com recém nascidos
Vacina febre amarela:
Dose única (para todos com recomendação de vacina)
Composta por vírus vivo atenuado
Contraindicada em:
- imunodeprimidos
- grávidas (somente se em área de transmissão ativa)
- idosos acima de 60 anos
- não deve ser rotineiramente feita em mulheres amamentando crianças menores de 6 meses.
Mas se precisar sim ou sim vacinar suspender a amamentação por 10 dias
Maus tratos
Conceitos:
Relato de acidente que não é compatível com o nível de desenvolvimento da criança
Relato de acidentes com lesões que não são compatíveis ao acidente
Notificar todos os casos (mesmo na suspeita) para o Conselho Tutelar
Síndrome o bebê sacudido:
Criança pequena (até 2-3 anos) é segurada pelo braço e é sacudida. O movimento de
aceleração e desaceleração da cabeça da criança pode levar ao surgimento de:
- hemorragias retinianas + hemorragia intracraniana (alteração do nível de consciência)
Avaliar fundo de olho. Presença de hemorragia retiniana até que se prove o contrário é criança
vítima de violência física
PREVENTIVA
Declaração de Óbito
COMO PREENCHER:
Parte 1: Situações que diretamente contribuíram para o óbito.
A) IMEDIATA: Evitar colocar eventos inespecíficos como parada cardíaca, insuficiência
respiratória, falência múltiplas de órgãos. O último evento para a morte
B) INTERMEDIARIAS:
C) INTERMEDIARIAS:
D) BÁSICA: causa básica da morte
Se por exemplo só houver uma causa intermediaria, coloca-se apenas uma e a causa básica
termina sendo a C. Se preenche de trás pra frente. Um paciente com trombose venosa
profunda que teve embolia e morreu. A causa imediata foi a embolia e a básica a trombose por
exemplo.
PARTE 2: Situações que indiretamente contribuíram com o óbito.
QUEM DEVE PREENCHER:
SE MORTE NATURAL:
Se alguém prestou assistência, ele preenche (médico)
Ninguém prestou, mas alguém prestava (médico de cabeceira): Ele preenche
Ninguém prestou e também não vinha com acompanhamento médico: Encaminha
para o SVO (serviço de verificação de óbito)
Se não tem SVO: Médico público ou qualquer médico
Se não tem médico: 2 testemunha + responsável (registram no cartório)
SE MORTE VIOLENTA:
IML
Não tem IML: médico “perito” eventual autorizado.
Mortalidade infantil:
PERINATAL: São os natimortos (>22 semanas de gestação) + < 7 dias, dividido pelo
total de nascidos vivos + mortos.
NATIMORTOS: são os >22 semanas de gestação, divididos pelo número de nascidos
vivos + mortos
NEONATAL: É o número de óbito em menores de 28 dias, dividido pelo total de
nascidos vivos.
PÓS NEONATAL: É o número de óbitos de 28 dias a 1 ano, dividido pelo número de
nascidos vivos.
PARA MELHORAR A MORTALIDADE
PERINATAL: Avaliar parto, RN, Pré-natal.
NATIMORTOS: Avaliar o serviço de obstetrícia
NEONATAL: Avaliar pediatria (hoje no Brasil é o período que mais mata)
PÓS NEONATAL: Avaliar ambiente social, econômico, familiar. Com a melhora em
saneamento, aleitamento e vacina esse índice caiu consideravelmente.
Óbitos em menores de um ano de idade é NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
Mortalidade materna
É o número de óbitos por causa materna, dividido pelo número de nascidos vivos.
São desde causa da gestação, parto e puerpério (que vai até 42 dias após o parto). Entre 42
dias até 1 ano, é considerado morte materna tardia
As causas podem ser diretas como hipertensão, hemorragia, infecção. Ou podem ser indiretas
que são as doenças previas que se agravam com a gravidez.
Morte materna é de NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA.
Mortalidade proporcional
É o número de óbitos por algo (idade ou causas de morte), dividido pelo número total de
óbitos.
Indice de swaroop-uemura
É a razão de mortalidade proporcional. É um excelente indicador de nível de vida e muito
usado. Se expressa pelo número de óbitos em mayores de 50 anos, dividido pelo total de
óbitos.
PRIMEIRO NIVEL: ≥ 75 (DESENVOLVIDO)
SEGUNDO NIVEL: 50-75
TERCEIRO NIVEL: 25-49
QUARTO NIVEL: <25 (SUBDESENVOLVIDO)
Causas de morte no brasil
Doenças circulatórias é a principal causa de morte no Brasil
neoplasias é a segunda
Causas externas é a terceira (porém no homem passa a ser a segunda e na mulher fica entre
quarta e quinta). Causa externa acomete muito mais as pessoas jovens e agressão homicídio é
o tipo de morte mais comum
As causas desconhecidas são devidas a má assistência e mal preenchimento por parte
dos médicos dos atestados de óbito
Na infância a principal causa são as perinatais em primeiro lugar e mal formação congênita em
segundo.
Transição Epidemiológica
Estudos Epidemiológicos
História natural da doença é a interação entre o agente causador, a pessoa suscetível e o meio
ambiente e se divide em períodos
PRÉ PATOGENICO: Não houve contato do agente causador com a pessoa suscetível.
Fatores sociais, ambientais e genéticos.
PATOGENICO: Interação entre estímulo – suscetível e alterações bioquímicas,
fisiológicas e histológicas (período de incubação). Compreende também os sinais e
sintomas. Defeitos permanentes que levam a cronicidade.
DESENLACE: São as consequências do período patogênico. Sequelas
A partir dessa compreensão se criaram os modelos de prevenção que são divididos em:
PREVENÇÃO PRIMÁRIA: Compreende o período pré-Patogênico. Promoção da saúde.
Pode ser
-Primordial: Serve pra tudo e todos, como morar bem, comer bem, boa higiene.
-Proteção específica: Vacina, controle de vetores
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA: Compreende o período patogênico. É o diagnóstico e
tratamento precoce. Os exames periódicos, inquéritos, isolamento de casos.
Limitação da invalidez: Evitar sequelas
PREVENÇÃO TERCEARIA: Compreende o desenlace. Impedir a incapacidade total. É o
período da reabilitação, fisioterapia.
PREVENÇÃO QUARTENÁRIA: Evitar a iatrogenia (evitar a supermedicalização, por
exemplo) Já caiu em prova do REVALIDA.
Bioética e Ética médica
Saúde do trabalhador
Notificações
Acidentes de trabalho: qualquer lesão, doença ou morte que cause redução temporária ou
permanente. Serve tanto para trabalho formal como informal e pode ser típica, que são as que
acontecem no horário normal de trabalho ou as de trajeto, que são as que ocorrem durante o
deslocamento do trabalho para casa ou de casa para o trabalho.
O ideal é sempre adequar o trabalho ao trabalhador e não o contrário (conceito muito
importante)
Existem duas formas de notificação:
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA: Informar município e serve tanto para acidente de
trabalhador formal ou informal. Se for FATAL a notificação deve ser imediata.
CAT (COMUNICADO DO ACIDENTE DE TRABALHO): Serve para trabalhador formal
apenas. Deve ser emitida em 4 VIAS e mandado para a previdência É o que vai gera
r os auxílios, benefícios previdenciários.
Quem emite a CAT é o empregador que tem até o primeiro dia útil após o acidente
(Em caso de acidente fatal a notificação e investigação é IMEDIATA). Contudo se o
empregador não emitir QUALQUER PESSOA PODE EMITIR A CAT. O médico que o
atende pode emitir e QUALQUER MÉDICO PODE ATENDER ACIDENTE DE TRABALHO.
Doenças degenerativas, endêmicas e que não incapacitam não serão consideradas acidente de
trabalho.
Epidemiologia Clínica
A: verdadeiro positivo
B: falso positivo
C: falso negativo
D: verdadeiro negativo
Coluna 1 Sensibilidade: É a capacidade de detectar os doentes
Coluna 2 Especificidade: É a capacidade de detectar os não doentes
Linha 1 valor preditivo positivo
Linha 2 valor preditivo negativo
Nos testes com alta sensibilidade tem menos falso negativo, se der resultado negativo eu
excluo a doença. Por isso se usa para TRIAGEM.
Nos testes altamente específicos tem menos falso positivo, se o resultado for positivo eu fecho
o diagnóstico. Então vamos usar para CONFIRMAÇÃO.
O valor preditivo varia com a prevalência. Se aumenta a prevalência, aumenta o valor preditivo
positivo.
Princípios do SUS
Evolução do SUS
Atenção básica
Atenção primária: é a mesma coisa que atenção básica. Visão generalista – ambulatorial
Atenção secundária: é ambulatorial e especialista
Atenção terciária: é hospitalar
80% deve ser resolvida na atenção básica
Princípios que regem a atenção primária: são 4 principais
1º Acessibilidade – primeiro contato (porta de entrada)
2º Longitudinalidade – acompanhamento/ vínculo
3º Integralidade – integral/ completa
4º Coordenação – integração de todo cuidado que ela precisa
Princípios secundários:
- enfoque familiar: na família/ genograma
- orientação comunitária: contato com comunidade
- competência cultural: facilitar a relação
2006 – prioridade pela vida: atenção básica como porta de entrada (portaria 648 – 2006)
(portaria 2488 – 2011)
Estratégia da saúde da família
As 8 características de prova
Princípios: principais
Reabilitação também faz parte da atenção primaria
Compromisso integral – 40 horas semanais (médico pode 20 horas) e pode estar
vinculado a 2 equipes de saúde (20 horas/20 horas)
Multidisciplinar: médico, enfermeiro, técnico de enfermagem,4-6 ACS (1 acs para o
máximo de 750 pessoas)
Acolhimento/ autonomia (participação da comunidade)
Reorientação (substitutivo) – centrado na pessoa
Elevada complexidade (você atende tudo), baixa densidade (sem sofisticação)
Adstrição de clientela/ territorialização (ideal: 3000/ máximo: 4000)
PAD (programa de atenção domiciliar)
NASF (núcleo de apoio à saúde da família) – não é porta de entrada
Portas de entrada: UBS, UPA, CAPS
Os NASFs:
NASF1 – 5 a 9 ESF, ≥ 5 profissionais e 200 horas semanais
NASF2 – 3 a 4 ESF, ≥ 3 profissionais e 120 horas semanais
NASF3 – 1 a 2 ESF, ≥ 2 profissionais e 80 horas semanais
Matriciamente: profissional ou equipe que ajuda ESF
Anatomia: pega o esqueleto familiar, mínimo 3 gerações, que é o genograma (gráfico das
interações)
Ecomapa: relações da família com o meio ambiente (escola, creche, igreja)
Histologia: ciclos da vida (as etapas) – podem ocorrer crises evolutivas (evolução ao longo da
vida, casamento, filhos adolescentes, mortes) X crises imprevisíveis (morte de um filho,
separação)
Fisiologia:
- APGAR: questionário para avaliar satisfação
- PRACTICE: reunião com família para discutir um problema
- FIRO: avalia o sentimento das relações do cotidiano
- inclusão/ controle/ intimidade
Genograma:
Gráfico das interações/ dinâmica afetiva/ > 3 gerações
Pode circular todos os que moram juntos
- homem:
- mulher:
- ligação:
- separação:
- divórcio:
- relação muito próxima:
- relação distante: -------------
- relação conflituosa:
- óbito:
- álcool ou drogas:
- transtorno mental ou físico grave:
- paciente índice (o que começa a avaliar):
CIRURGIA
Trauma
- Avaliação Inicial
- Trauma de Tórax
- Trauma Abdominal
- TCE (até hoje caiu apenas uma questão)
Questão de trauma é igual SEGURANÇA Se a cena está segura começo o ABCDE
A- Coluna + Via aérea;
B- Respiração;
C- Circulação + Controle da hemorragia;
D- Disfunção Neurológica;
E- Exposição + Controle do ambiente.
1) Pneumotórax
- Hipertensivo: toracocentese (= drenagem por pulsão) depois drenagem em selo
d’água.
Toracocentese: 2o espaço intercostal na linha hemiclavicular
Drenagem: 5o espaço intercostal entre linhas axilar anterior e média.
- Aberto: curativo 3 pontas depois drenagem em selo d’água.
Se for simples (sem outra lesão associada) e pequeno (< de 1/3 do hemitórax) não precisa
drenar. Só drena se o paciente for colocado em ventilação mecânica ou transporte aéreo.
2) Hemotórax
Drenagem é a conduta!
Toracotomia se drenagem:
- >200 ml\h em 2 a 4 horas
- >1500 ml imediatamente
- Necessidade persistente de transfusão
3) Tamponamento
Pericardiocentese de 10 a 20 ml, seguida de toracotomia
4) Contusão pulmonar
Hipotransparência ao raio x
Pode alterar ausculta respiratória (mas é + tardio)
CONDUTA:
Evitar hiper-hidratação
IOT em caso de hipoxemia grave
Pode estar associada ao tórax instável
5) Tórax instável
Fratura de 2 ou + arcos costais consecutivos e cada um fraturado.
Clínica: dor + respiração paradoxal
CONDUTA:
Tratar a contusão: Evitar hiper-hidratação, analgesia e IOT em caso de hipoxemia grave.
Lesão de uretra
- Anterior
Uretra bulbar: “Queda do cavaleiro”
Uretra peniana: Ferimento penetrante, ataque de animais ou associada a fratura de
corpo cavernoso.
- Posterior
Uretra membranosa: É o seguimento mais acometido em: grandes traumas de bacia
com fraturas e luxações.
Diagnóstico de TCE
1) Qual o Glasgow?
≤ 8 ? TCE grave (via aérea artificial)
2) Quando pedir TC na concussão cerebral para adulto?
- Glasgow < 15 após 2h
- Fratura de crânio
- Vómitos ≥ 2 episódios
- Idade > 65 anos
- Amnésia ≥ 30 min
- Mecanismo perigoso: ejeção veículo, atropelamento, queda > 1 m de altura
3) Quando pedir TC na concussão cerebral em Pediatria? Clássicos sinais de alto risco
- Achados neurológicos focais
- Fratura de crânio, especialmente sinais de fratura de base de crâneo.
- Estado mental alterado (agitação, letargia, resposta verbal lenta, perguntas
repetitivas)
- Convulsões
- Perda da consciência prolongada
Detalhe dos Hematomas
- A pupila dilata é homolateral a lesão
- A herniação do úncus ocasiona disfunção do III par, representada por midríase ipsilateral
(homolateral) ao hematoma.
Queimaduras
- Atendimento inicial
- Superfície corporal afetada
- Graus
Primeiro se deve “esquecer” a queimadura e pensar que é um paciente de trauma e começar
pelo ABCDE do ATLS e antes de mais nada, garantir uma cena segura.
1) Afastar da fonte de calor e interromper o processo (retirar roupas e joalherias e lavar com
água corrente por no máximo 15 min.)
2) Prevenir a hipotermia (Envolvendo em tecido, lençol limpo e seco)
Agora, começar o ABCDE
A- VIA AÉREA e B- RESPIRAÇÃO
Via aérea artificial?
Suspeita de lesão de via aérea: Escarro carbonáceo, chamuscamento ???
Queimadura de pescoço: Estridor, ronquidão progressiva
Esforço respiratório (musculatura acessória)
Queimadura profunda em face e pescoço
Edema importante em orofaringe
Insuficiência respiratória aguda
Coma
Hipoxemia
C- CIRCULAÇÃO
Acesso venoso periférico (mesmo na área queimada), se não der certo CENTRAL ou SAFENA
Quanto de volume?
RL=P ( kg ) xSCQ ( % ) ¿ (Extra hospitalar)
RL= Ringer Lactato
P = Peso
SCQ= Superfície Corporal Queimada
Como calcular Superfície corporal queimada?
REGRA DOS 9 (Método de Wallace)
- Cabeça: 9% (4,5% frente – 4,5% dorso)
- Braço: 18% (9% cada braço sendo 4,5% frente – 4,5% dorso)
- Tórax: 36% (18% frente – 18% dorso)
- MMII: 36% (18% cada perna sendo 9 frente – 9 dorso)
- Genital: 1%
Outro método: Palma da mão (cada palma 1%)
Na criança a cabeça tem uma proporção maior – Só a cabeça corresponde a 18%
Fórmula de Berkow modificada (Lund-Browder): se usa de maneira mais fidedigna para
crianças.
Queimaduras elétricas
A lesão que você vê é menos grave que a real. A corrente elétrica percorre o meio de menor
resistência, que no corpo é o musculo, nervo e osso (não a pele). A musculatura sofre edema
(síndrome compartimental) Fasciotomia
Pode levar a rabdomiólise que leva a mioglobinúria (uma urina escura) e IRA
↑HV: Diurese de 2mL/kg/h (Manitol 25g 6/6h); HCO3para alcalinizar urina.
Dor abdominal
Apendicite aguda:
Grande causa de abdome agudo inflamatório
Clínica: dor periumbilical que migra para FID. Também anorexia, febre, disúria
Fisiopatologia: obstrução da luz do apêndice por fecalito. Primeiro reação peritônio visceral
(dor inespecífica e mal localizada). Com o passar do tempo começa a ter isquemia e então
quem começa a sentir é o peritônio parietal (informação mais especifica em FID)
Sinais clássicos:
Blumberg: descompressão súbita dolorosa em McBurney
Rovsing: pressão FIE e dor em FID
Diagnóstico:
Clínico alta probabilidade (história clássica, homem)
Probabilidade intermediária ou dúvida (criança, idoso, mulher) pede imagem –
melhor é tomografia, mas em mulher com risco de gravidez ou criança fazer
ultrassonografia
Tratamento:
Simples (sem complicação e < 48 horas) – hidratação venosa + ATB profiláctico +
apendicectomia
Suspeita de complicação (massa ou tardio > 48 horas): imagem
- exame normal = apendicite simples
- abscesso (> 4 a 6 cm) = drenagem + ATB terapia + colono (4-6 semanas) e pode ou
não ser feita a apendicectomia tardia (mas prova geralmente indica)
- fleimão (< 4 cm): ATB + colono (em 4-6 semanas) e pode ou não ser feita
apendicectomia tardia
- peritonite: reanimação volêmica + ATB terapia de forma empírica e encaminha
paciente para o centro cirúrgico
Diverticulite aguda:
Clínica: “apendicite” do lado esquerdo
Paciente mais idoso, dor recorrente e há alguns dias
Constipação com aumento da pressão intracolônica
Fisiopatologia: obstrui a luz desse divertículo, inflamação e isquemia. Microperfuração gera um
abscesso ao redor do cólon (pericólico)
Classificação de Hinchey:
Estágio I: abscesso pericólico
Estágio II: abscesso pélvico ou a distância
Estágio III: peritonite purulenta
Estágio IV: peritonite fecal
Diagnóstico:
História clínica + exame clínico
Se dúvida: TC (padrão ouro). Evitar colono e enema para não aumentar a pressão
Doença diverticular sim usa colono e enema
Na diverticulite aguda: fazer colono após 4-6 semanas para afastar neoplasia
Tratamento: sempre faz antibioticoterapia
Sem complicações: ATB IV + hidratação venosa + analgesia + dieta zero
Abscesso ≥4 cm: drenagem + ATB IV + colono + cirurgia eletiva
Peritonite / obstrução: cirurgia de urgência (colectomia a Hartmann) – *lavagem
laparoscópica (se tiver Hinchey 3)
Não complicada: indicações de cirurgia – imunodeprimido, incapaz de excluir CA,
fístula, após o segundo episódio, <50 anos
Pancreatite aguda:
Causa:
Biliar: 30-60%
Alcoólica: 15-30% - é a principal causa da crônica
Idiopática, medicamentosa, pós-CPRE
Diagnóstico: 2 ou 3 abaixo - critérios de Atlanta
Clínica: dor abdominal em barra, que erradia para o dorso, náusea, vômito
Laboratório: amilase e LIPASE (> 3x normal) – ajuda no diagnóstico, mas não no
prognóstico
Imagem: TOMOGRAFIA + USG (colelitíase) – ideal é fazer tomo após 48 horas até 72
horas (avaliar o que tem de necrose de fato)
Abordagem:
1° passo: definir a causa e a agressividade
2° passo: definir o tratamento
3° passo: acompanhar as complicações
4° passo: antes da alta hospitalar
1° Passo: gravidade
Leve x grave (extrapola parênquima pancreático) – Atlanta
- disfunção orgânica (choque, IR, IRpA)
- complicação local (necrose, abscesso)
- complicação sistêmica (CIVD, Ca++ <7,5 mg/dl)
- Ranson ≥ 3 (saber e decorar)
- Apache II ≥ 8 (saber e decorar)
- outros: PCR >150 ng/ml (após 48 horas), fosfolipase A2
Em 2012 houve uma revisão que dividiu em leve x moderadamente grave x grave
O que define a gravidade é uma disfunção orgânica persistente
2° Passo: tratamento
- Leve: repouso + dieta zero + analgesia com opióide + HV + eletrolíticos + suporte
Pode manejar em enfermaria básica
- Grave: idem leve só que coloca paciente em CTI
HV: reanimação volêmica (diurese 0,5 ml/kg/h)
Antibiótico: imipenem - não se faz como profilático
Suporte nutricional: enteral x NPT
Vias biliares? CPRE – colangite ou obstrução
3° Passo: avalia complicações
- Coleção fluida aguda (30-50%) – conduta expectante. Se infecta: punção + ATB
- Necrose pancreática: infectada (febre, PCR↑) – punção + necrosectomia + imipenem
- Pseudocisto pancreático (15%) - > 4-6 semanas (↑ amilase ou massa). Pseudo: não
epitelizado. Tratamento: sintomático ou complicação com EDA (drenagem)
4° Passo: antes da alta hospitalar
- Colecistectomia:
Leve: na mesma internação
Grave: após 6 semanas
Obstrução intestinal
Rastreio oncológico
Colelitíase:
Pedra na via biliar, vesícula
Quadro clínico:
1) Assintomáticos
2) Dor biliar: <6 horas (relacionada a alimentação)
Diagnóstico: USG
Tratamento:
- Se sintomáticos: colecistectomia por vídeo
- Se assintomático: 1) vesícula em porcelana, 2) cálculos > 2,5 – 3 cm, 3) pólipos ≥ 1 cm,
4) anomalias congênitas
Colecistite:
Pedra no conduto cístico, inflama a vesícula
Quadro clínico:
- Dor biliar > 6 horas
- Febre, náuseas, vômito
- Sinal de Murphy (parada da respiração durante a palpação no ponto cístico)
Diagnóstico: clínica + USG
Tratamento:
1) Dieta zero, hidratação e analgesia
2) Antibióticoterapia (ampicilina + sulbactam ou cefalosporina 3ª geração). Se
enfizemantosa: metronidazol
3) Colecistectomia (em 1 a 3 dias). Hoje de preferencia
Coledocolitíase:
Pedra impactada no colédoco
Quadro clínico:
1) Assintomático
2) Dor biliar
3) Icterícia flutuante
Diagnóstico: USG + CPRE (padrão ouro) – contraste na via biliar
Tratamento: depende de 3 cenários
1) Coledocolitíase já iagnosticada. Papilotomia por EDA depois colecistectomia por vídeo
- se > 70 anos ou risco ruim: faz só papilotomia e não faz a cirurgia
2) Colecocolitíase diagnosticada durante cirurgia. Explorar colédoco por vias: transcística e
coledocotomia
3) Derivação bilio-digestiva (coledocojejunostimia). Se colédoco >1,5 a 2cm de diâmetro; mais
de 6 cálculos; pigmentos castanhos
Colangite:
Pedra impactada geralmente na papila duodenal
Quadro clínico:
1) Tríade de Charcot: febre, icterícia e dor no QSD
Diagnóstico: USG ou TC/RNM
Tratamento: suporte clínico (dieta zero, hidratação, analgesia) + ATB + descompressão
eletiva da via biliar
2) Pentade de Reynold: tríade de Charcot + diminuição do nível de consciência e da PA
Diagnóstico: USG ou T/ RNM
Tratamento: suporte clínico + ATB + descompressão imediata
Pontos principais:
- doença ulcerosa péptica
- procedimentos
Procedimentos:
Unha encravada:
Granulação + infecção: inflamação, dor intensa, pus
Halux é o mais acometido
Tratamento: cantoplastia – retirada do seguimento
1) Explicar o procedimento
2) Material estéril (luva, máscara, toca, material)
3) Limpeza do local
4) Bloqueio anestésico, sem vasoconstrictor (faz bloqueio digital, em ambas laterais)
5) Retirar o segmento da unha em cunha e delres adjacente
6) Lavar novamente com soro fisiológico + curativo compressivo
Feridas superficiais:
Classificação: tipo, profundidade e contaminação
Tipo:
- incisa: mantem integridade das bordas (cirúrgica)
- contusa: margem irregular (pancada, rombo)
- perfurante: fino, ponteagudo (penetrante é perfurante que invade cavidade)
- transfixante: transfixa toda a estrutura (transpassa/ atravessa)
Profundidade:
- superficial: até musculo, sem lesões nobres
- profunda: expõe tecidos nobres – vasos, nervos
Contaminação:
- limpa: mínima contaminação, material limpo
- suja: muito contaminada, acidente
- infectado: proliferação microrganismos – PUS
Tratamento feridas superficiais: fechamento primário com sutura. Não suturar depois de 6-8
horas de evolução, isquemia, mordedura, perda tecido
1) Explicar o procedimento
2) Material estéril
3) Limpeza do local
4) Anestésico local sim vasoconstritor (lado de fora da lesão)
5) Hemostasia + debridamento
6) Síntese com sutura simples (avaliar síntese do SC) – fio de nylon
7) Curativo + profilaxia tétano
Abscesso:
Clínica: flogose, flutuação, secreção purulenta
Tratamento: drenagem (sem antibiótico, a não ser que seja muito extenso)
1) Explicar o procedimento
2) Material estéril
3) Limpeza do local
4) Bloqueio anestésico
5) Incisão + expressão + exploração + lavagem
6) Se for muito grande coloca dreno + curativo
Se estiver endurecido não drena, faz calor e pede para voltar
Abscesso perianal sempre drena mesmo se não estiver flutuando
3 fases da cicatrização de feridas. São intercaladas, uma não termina para a outra começar.
Podem acontecer ao mesmo tempo
1ª fase: inflamação
a) Início da hemostasia (primeira célula a chegar é a plaqueta)
b) Aumento da permeabilidade vascular, causada por aumento de histamina e serotonina
c) Chegam os neutrófilos (ficam 24-48 horas no local fazendo a limpeza do local)
d) Depois chegam os macrófagos, liberam fator de crescimento e transformação beta
(TGF-B) – grande citocina dessa fase
2ª fase: proliferação (regeneração) – tecido de granulação
O fibroblasto é a célula principal dessa fase
a) Faz fibroplasia: deposição de colágeno (inicialmente do tipo III)
b) Angiogênese para nutrir o colágeno
c) Epitelização (puxa o tecido para cobrir a lesão)
3ª fase: maturação (remodelação)
a) Contração da ferida
b) Miofibroblasto é a célula principal
c) Aparece no 5º dia e fica até 4 semanas
d) Colágeno tipo III é substituído pelo tipo I -> maior potencial de contração (força tencil
maior)
Fatores que prejudicam a cicatrização:
Infecção: mais comum. Contagem superior de 10⁵ de bactéria por grama de tecido ou
Streptococo beta hemolítico, a ferida não fecha e precisa debridamento
Idade avançada: idoso tem menos colágeno
Hipóxia: doença vascular, tabagismo ou Ht < 15%
Diabetes: prejudica todas as fases
Hipoalbuminemia: < 2 g/dl
Deficiência de vitaminas e minerais: A, C, K e zinco
Drogas: corticoide, AINE em dose alta, adriamicina, MTX, ciclofosfamida, tamoxifeno
Diferença de queloide e cicatriz hipertrófica:
- as duas tem excesso de colágeno mas no queloide o colágeno vaza para fora da ferida e na
hipertrófica não, ela respeita os limites o queloide não
- o tratamento padrão é a injeção intralesional de corticoide (para as duas)
- a regressão espontânea do queloide é rara, a da cicatrização hipertrófica acontece mais fácil
REMIT:
Resposta endócrino metabólica imunológica ao trauma
Anabolismo:
Quando? Pós prandial, com excesso de glicose
O que é? Construção de estoque. Gliconeogênese e lipogênese
Quem faz? Insulina
Catabolismo:
Quando? Jejum ou trauma
O que é? Destruição de estoque: glicogenólise e neoglicogênese
Quem faz? Hormônios contra insulínicos
No período pós prandial tenho a insulina jogando glicose para dentro da célula
Sobrou glicose? Insulina inicia o anabolismo
1) Insulina começa a produzir glicogênio ou glicogenogênese
2) Depois gordura ou lipogênese
A REMIT é catabolismo (quebra desse estoque)
Catabolismo: os níveis de glicemia começa a cair e isso é acompanhado de uma resposta
pancreática e diminuição da insulina. Isso leva a elevação dos hormônios contra insulínicos que
irão iniciar o CATABOLISMO
Destruição de estoque se faz de 2 formas:
- 1º: quebra o glicogênio que está em fígado ou musculo, o que chamamos de glicogenólise –
mantem glicemia por 12-24 horas (paciente em jejum) no trauma esse consumo de
glicogênio é muito mais rápido
- 2º: geração de nova glicose – quebra proteína e lipídios (glico-neo-gênese) proteólise e
lipólise. Quando quebra proteína libera aminoácidos que passam pelo fígado e se transformam
em glicose
Quando eu quebro gordura, libero glicerol e ácido graxo. Somente o glicerol passa pelo fígado
para gerar glicose, o ácido graxo é utilizado como fonte primária de energia. Ácido graxo
passando pelo fígado se transforma em corpo cetônico
No trauma há liberação de ácido láctico que também passa pelo fígado e é transformado em
glicose
Adaptação do jejum/ trauma: prioriza a quebra de gordura e reduz a de proteína. Cérebro
começa a consumir corpos cetônicos
Hormônios contra insulínicos:
1) Cortisol: ação permissiva as catecolaminas
2) Catecolaminas
3) Aldosterona
4) ADH
5) GH que promove lipólise
6) Glucagón
Como modular a REMIT?
Catabolismo é iniciado por: 1) dor + 2) lesão
- diminuir a dor: anestesia epidural (frente a geral) – segura resposta endócrina (diminui)
- diminuir lesão: cirurgia laparoscópica – segura resposta imune (diminui)
Hérnias
Da região da vulva
HÉRNIA INGUINAL INDIRETA: Mais comum
Se anuncia através do canal inguinal interno
Causa: defeito congênito – patência do conduto peritônio-vaginal (persistência) caminho
continua aberto
Se patencia for completa pode fazer uma hérnia inguinal escrotal
É a hérnia típica na infância
HÉRNIA INGUINAL DIRETA:
Causa: enfraquecimento da parede posterior (defeito adquirido) da parede posterior do canal
inguinal – fascia transversales sofre o enfraquecimento. Região triangular formada por
ligamento inguinal, vasos epigástricos inferiores e borda lateral do musculo reto (triangulo de
Hesselbach)
Diferenciar as duas:
Hérnia que se anuncia lateralmente aos vasos epigástricos inferiores você tem uma
hérnia indireta: se anuncia através do canal inguinal interno
Hérnia que se anuncia medialmente aos vasos epigástricos inferiores você tem uma
hérnia direta
No exame físico diferencia com manobra: quando toca canal inguinal e pede para o paciente
fazer manobra de Valsalva. Se a protrusão toca na polpa do dedo do examinador é porque é
DIRETA, que vem do triangulo. Se toca a ponta do dedo você pensa na INDIRETA
As hérnias podem ser:
Redutível: reduz sem problema
Encarcerada: não se reduz de maneira importante. A que mais se encarcera é a
indireta que está limitada ao anel inguinal
HÉRNIA FEMORAL ou CRURAL:
Se anuncia abaixo do ligamento inguinal
Epidemiologia: mais comum nas mulheres que homens; mais comum a direta; mais risco de
encarcerar
Classificação de Nyhus: inguinal e femoral (saber de cor)
I: indireta com anel inguinal interno normal
II: indireta com anel inguinal interno dilatado
III: defeito na parede posterior
a) Direta
b) Indireta
c) Femoral
IV: recidivante
a) Direta
b) Indireta
c) Femoral
d) Mista
Tratamento: é cirúrgico
- redutível: tranquiliza o paciente e explica as condições encaminhando para cirurgia eletiva
- encarcerada: tenta redução manual, faz analgesia. Cirurgia de urgência: caso refratário ou
isquêmico
- estrangulada (isquêmica): cirurgia de emergência (não precisa xifopubiana a princípio). Se
reduzir na anestesia, ai sim faz a xifopubiana
Hemorroidas:
Pode ser:
Interna: geralmente não dói, mas apresenta um grau de sangramento
Classificar em:
Grau 1: sem prolapso (só vê com anoscopia) – conduta clinico-dietética
Grau 2: prolapso com redução espontânea – além de clinico-dietetico, ambulatorial
escleroterapia e ligadura elástica
Grau 3: prolapso com redução digital – conduta item grau 2
Grau 4: prolapso mantido – hemorroidectomia (também se faz em grau 3 avançado)
Externa: geralmente apresenta dor
Trombose:
- < 72 horas: excisão do trombo
- > 73 horas: analgesia + banho de assento
Fissura anal:
Ulcera linear: região posterior na linha média
Clínica: dor a evacuação + sangramento vivo
Quando a fissura não é na linha média você pensa em TBC, Crohn
Pode ser:
Aguda: até 3-6 semanas – vermelha, irregular
Crônica: >3-6 semanas – branca, plicoma
Como uma aguda se transforma em crônica?
- fissura aguda dói muito e para evitar a dor o paciente acaba evitando a evacuação levando a
uma hipertonia do esfíncter, o que leva a uma redução da vascularização o que dificulta a
cicatrização e perpetua a fissura
Tratamento:
Aguda: evitar esse círculo vicioso com emolientes fecais, banhos de assento,
anestésico tópico, ingesta e fibras
Crônica: aguda + relaxamento do esfíncter (diltiazem oral ou tópico, até botox)
Se não for suficiente: dilatação anal (lord) ou esfincterotomia interna lateral (saber)
CLÍNICA MÉDICA
Reumatologia
Febre Reumática
Antecedida por faringoamigdalite Streptococcica (S. pyogenes)
Artrite típica da FR é migratória e de grandes articulações
Coreia de Sydenham (manifestações tardias)
Cardites por FR (doença valvar)
Manifestações dermatológicas (nódulos/ eritema)
Diagnóstico do surto agudo (Critérios de Jones):
MAIORES MENORES
J – JUNTAS (ARTRITE) FEBRE
O – O CORAÇÃO (CARDITE) ARTRALGIA
N – NÓDULOS SUBCUTANEOS ↑ INTERVALO PR (ECG)
E – ERITEMA MARGINADO ↑ VHS OU PCR
S – SYDENHAM (COREIA)
Lúpus (LES)
Anticorpo contra pele, pulmão (pleurite), coração (pericardite), articulações (pequenas),
células hematológicas (“penias”), SNC (psicose, convulsão), rim (nefrite lúpica)
Acomete mais mulheres jovens (estranha, é lúpus)
Formas clínicas:
- Brando: pele/ mucosa/ articulações/ serosas
Não faz imunossupressão. Se trata com corticoides tópicos ou até sistêmico, mas não
em dose imunossupressora. Antimaláricos (hidroxicloroquina)
- Moderado: “penias” sanguíneas
Corticoide sistêmico (imunossupressão)
- Grave: rim/ cabeça (psicose, convulsão)
Corticoide sistêmico (imunossupressão). Em caso de nefrite lúpica, corticoide
associado a outro agente imunossupressor, como a ciclofosfamida ou micofenolato
Anticorpos antinucleares (FAN):
1. Anti-DNA dh (dupla hélice) nefrite, 2° mais específico
2. Anti-histona droga (“síndrome lúpus-like” ou lupsus fármaco-induzido)
3. Anti-ENA
a) Anti-Sm mais específico de lúpus
b) Anti-RNP doença mista do tecido conjuntivo
c) Anti-RO/anti-SSA lúpus neonatal – Sjögren
d) Anti-LA/ anti-SSB sem nefrite – Sjögren
Artrite Reumatoide:
Não se conhece muito sua fisiopatologia
Atividade imunológica, que leva a formação de anticorpos
HLA-DR4
Auto Acs (FR, anti-CCP)
Mulheres mais velhas + Comprometimento articular (mão, pé, punho e pronto)
Alteram evolução da doença:
- Droga antirreumáticas modificadora de doença (DAMDs)
Metotrexate (7,5 mg/semana, de escolha), hidroxicloroquina
- Drogas biológicas (rastrear TB antes) reduz capacidade da resposta imune
Inibidor de TNF alfa (infliximab, etanercept)
Anti-CD20 (rituximab)
Gota:
Associada a cristais de ácido úrico (hiperuricemia) nas articulações
Os cristais ficam depositados em articulações (normalmente periférica – dedão do pé –
podagra) e ficam assintomáticos por anos
Geralmente acomete homens
Tratamento da crise:
1. Não mexer na urecemia: alopurinol (não usar- reduz urecemia) / AAS (não usar- varia
urecemia)
2. Pilar: anti-inflamatório (diclofenaco)
3. Opção: colchicina (estabiliza inibindo a ação dos leucócitos intraarticular)
Pneumologia
Asma Brônquica:
Via aérea cronicamente inflamada (inflamação crônica com limitação variada do fluxo aéreo)
Exposição a alérgenos leva a broncoespasmo (hiperreatividade)
Classificação de controle: 4 parâmetros clínicos (nas últimas 4 semanas)
1. Atividade limitada
2. Broncodilatador de alívio > 2x por semana *menores de 5 anos: 1x por semana
3. Calada da noite: acordou com sintoma?
4. Dia: sintomas > 2x por semana? *menores de 5 anos: 1x por semana
Níveis de controle:
Asma controlada: nenhum parâmetro
Asma parcialmente controlada: 1-2 parâmetros
Asma não controlada: 3-4 parâmetros
Tratamento crônico (Etapas):
- Etapa 1: nenhum tratamento crônico. Controle de ambiente
2-agonista de curta duração (para alívio) - f enoterol, salbutamol e terbutalino
- Etapa 2: adiciona corticoide inalatório em dose baixa
Beclometasona, budesonide, ciclesonida, fluticasona e mometasona
- Etapa 3: adiciona o 2 agonista de longa duração (para uso diário) se criança muito
pequena pode optar por aumentar dose de corticoide inalatório para dose média
Formoterol, salmeterol
- Etapa 4: adiciona o aumento da dose de corticoide inalatório para dose média
- Etapa 5: especialista (anti- IgE, corticoide VO, tiotrópio)
Conduta:
- Se a asma estiver controlada por 3 meses: pode descer 1 etapa
- Se a asma estiver parcialmente controlada: considerar aumentar uma etapa (não é obrigado)
- Se a asma estiver não controlada: aumenta uma etapa (questionar antes o paciente se a
terapêutica está sendo bem usada)
Tuberculose:
Tratamento:
- Básico (sintomas RIPE por 6 meses): 2 RIPE + 4 RI
Se menores de 10 anos: não fazer etambutol (E) (neurite óptica – criança muito nova
pode não perceber a alteração por isso não se faz)
Rifampicina + Isoniazida + Pirazinamida + Etambutol
- Meníngea (RIPE por 9 meses): 2 RIPE + 7 RI
+ corticoide 1-3 meses
Se TB + HIV: primeiro tratar TB, 2-8 semanas depois HIV (antirretroviral)
Avaliação dos contactantes:
- Se sintomático (tosse, febre) – avaliar doença (TB ativa): BAAR + Rx
- Se assintomático – avaliar risco de doença (TB latente): PPD (se não teve contato, não reage)
PPD reator (prova tuberculínica) (≥ 5mm) – inalou, não desenvolveu a doença. Mas
pode vir a reagir. A pessoa vacinada também vai reagir, então se a pessoa tomou a
vacina (BCG) a < 2 anos só considero reator se for PPD ≥ 10mm. Tratamento de TB
latente (isoniazida 9-12 meses)
PPD não reator (< 5mm) – sem infecção. Repetir em 8 semanas. Não excluir
diagnóstico, tem que repetir
Nefrologia
Pontos principais:
- distúrbios eletrônicos: potássio
- doenças do parênquima renal: glomerulopatia
Neurologia
Pontos principais:
- doença cerebrovascular: AVE ou AVC (acidente vascular encefálico)
- infecção SNC: meningite bacteriana
Meningite Bacteriana:
Diagnóstico: liquor - ↑polimorfonucleares + ↓glicose
2 grandes agentes: diplococos
Gram -: meningococo
Gram +: pneumococo
RN: primeiros 28 dias – Strepto B, Gram -, Listeria cefotaxime + ampicilina
Demais: meningo (até 20 anos), pneumo ceftriaxone + vancomicina
Idosos, debilitado, imunodeprimidos ceftriaxone + vancomicina + ampicilina (pela listeria)
Corticoide: dexametasona (tem boa penetração cerebral) – hemófilo e pneumo
Profilaxia:
Hemófilo (criança não vacinada menor que 5 anos) e meningo – rifampicina 4 dias para
hemófilo e 2 para meningo
Gestante ceftriaxone como quimioprofilaxia
Dermatologia
Pontos principais:
- infecção cutânea: hanseníase
- neoplasias cutâneas: melanoma
Hanseníase:
Causada por Mycobacterium lepra
Transmissão por via aérea (alta infectividade)
Condição de baixa patogenicidade
Lesões cutâneas com alteração sensitiva
Diagnóstico: essencialmente clínico. Não faz biopsia para confirmar, nem baciloscopia
Mácula hipocrômica única que pode evoluir para:
Tuberculosa (imunidade adequada contra bacilo)
Lepromatosa (imunidade ruim contra o bacilo)
Borderline/ limítrofe (entre as duas)
Tratamento operacional em 2 grupos - os itens acima estabelecem o tratamento (não a clínica)
Classificação: forma clínica
Paucibacilar (≤ 5 lesão de pele): tratamento – rifampicina 600mg 1x por mês + dapsona
100mg 1x por mês +100mg/dia. 6 doses sob supervisão (até 9 meses)
- indeterminada: mancha hipoanestésica
- tuberculoide: placa eritematosa delimitada
Multibacilar (> 5 lesão de pele): tratamento – idem o de cima + clofazimina 300mg 1x
por mês + 50 mg/dia. 12 doses sob supervisão (até 18 meses)
- dimorfa/ borderline: variação
- Virchowiana: infiltração difusa, leva a deformidades
Infectologia
Pontos principais:
- síndromes febris: arboviroses – Aedes, o grande responsável no Brasil
- HIV: diagnóstico e tratamento/ transmissão vertical
- parasitose e acidente por animais peçonhentos
Arboviroses:
Dengue: queda no número de plaquetas (plaquetopenia) + permeabilidade vascular
(hemoconcentração). Pessoa morre de shock hipovolêmico
Zica: rash, hiperemia conjuntival, dano neurológico, principalmente microcefalia e dano no
nervo óptico
Chikungunya: sintomas articulares limitantes
Febre amarela: é o mais grave
Tem dois ciclos: urbano e silvestre (macaco portador)
- a urbana não existe desde 1940. É transmitia pelo Aedes. O medo é que volte o ciclo urbano
Mortalidade pode chegar a 50%
Paciente está com febre e o vírus é extremamente hepatotóxico levando a uma icterícia
Sinal de Faget (desproporção entre pulso e temperatura) + hepatite, insuficiência renal
Paciente está febril e bradicárdico
Dengue:
Grupo A (ambulatorial – dengue clássica + nada): hidratar VO 60 ml/kg/dia
Grupo B (prova do laço, comorbidade): VO a depender do hematócrito – se legal,
segue VO; se não passa IV
Grupo C (alarme): 20 ml/kg IV em 2 horas (fisiológico 0,9%)
Grupo D (grave): 20 ml/kg IV em 20 minutos
HIV:
Diagnóstico: notificar todos!
- Até os 18 meses não confiar em anticorpos: usar carga viral
- >18 meses a avaliação é feita por anticorpos
- 2 testes rápidos ou 2 imunoensaio + carga viral
Quando o anticorpo der +, precisa confirmar com carga viral, se der negativo não precisa
Tratamento:
Quem? Oferecer a todos
Inibidor da transcriptase reversa + inibidor da integrasse
1ª linha: TDF (fenofovir – único problema é a toxicidade renal) + 3TC (lamivudina) + DGT
(dolutigravir)
Gestantes e pacientes com TBC no lugar do DGT usaremos o EFV (efanirenz)
Profilaxia da transmissão vertical (obrigatório saber):
Pré-natal: antirretrovirais para todas
70% as transmissão é no parto
Cesariana (exceto se CV < 1000 após 34 semanas) + AZT IV
Puerpério: contraindica aleitamento + AZT para o RN + niverapina (NVP) se mãe sem
antirretroviral ou CV < 1000 ou desconhecida
Parasitoses intestinais:
Helmintos:
- Áscaris: pode atingir via biliar/ suboclusão por bolo de áscaris
- Ancilostomídeo: pode levar a anemia
- Estrongiloides: epigastralgia, sepse gram –
- Enterobius (oxiurus): prurido anal
- Trichuris: prolapso retal
Tratamento: mebendazol/ albendazol não pega estrongiloides
- para estrongiloides: ivermectina ou tiabendazol
Pode fazer ciclo pulmonar: Strongyloides/ Ascaris/ Necator/ Toxocara/ Ancylostoma (santa) –
síndrome de Loffler
Protozoários:
- Ameba: colite e “abscessos”
- Giaridia: má-absorção
Tratamento: metronidazol/ secnidazol
Animais peçonhentos:
Ofídio (serpente)
- Botrópico (jararaca): ação proteolítica e coagulante (+comum)
- Laquético (surucucu): botrópico, ação vagal, florestas. Hipotensão/ bradicardia
- Crotálica (cascavel): ação neurotóxica e miotóxica (+ grave)
- Elapídico (cobra coral): ação neurotóxica
Aranhas:
- loxoxilis (aranha marrom): pele + hemólise + IRA
Pode ter acometimento visceral e lesão cutânea necrosante
Endocrinologia
Diabetes:
Diagnóstico:
- Glicemia de jejum ≥ 126
Em 2 ocasiões
- Glicemia 2 horas pós TOTG ≥ 200
- HbA1C ≥ 6,5%
- glicemia aleatória ≥ 200 + sintomas (poliuria, polidipsia): não precisa repetir
DM1: por processo autoimune – hipoinsulinismo absoluto. Peptídeo C fica indetectável
DM2: resistência dos tecidos a ação da insulina
TRATAMENTO:
DM1: 0,5 a 1 um/kg/dia de insulina
1 insulina + basal: ação lenta
1 insulina pós-prandial: ação rápida
Insulina lenta: NPH (age por 12 horas) – 2 vezes por dia
Insulina rápida: regular 3 vezes ao dia junto as grandes refeições alternativa com
menos efeito colateral seria trocar a NPH por Glargina 1x/dia + lispro 3x/dia no lugar
da regular
Regular demora 30 minutos para agir, logo você faz 30 minutos antes das refeições, no
caso da lispro a ação é imediata, faz imediatamente na hora da refeição
DM2:
Metfromin (biguanida) + ...se não controla o nível glicêmica
↑ secreção de insulina: sulfonilureia/ glibenclamida/ glinidas
↓ absorção da glicose: acarbase (quase não usada)
Incretinomiméticas: gleptinas/ tides
↓ reabsorção tubular da glicose: Glifozin
Insulina bedtime (na hora de dormir): NPH 10u noturna
Crises hiperglicêmicas:
Cetoacidose/ estado hiperglicêmico hiperosmolar (EHH)
CAD (DM1): glicose >250 + cetonemia ou cetonúria + acidose metabólica com ↑ AG
EHH (DM2): glicose >600 + osmolaridade >320 + ausência de acidose
Tratamento:
- terapia “VIP”: volume SF 0,9% (atentar para Na)
Se sódio normal ou aumentando usar 0,45%
Insulina: adiar se ↓ K
Potássio: adiar se ↑ K
Objetivo: melhorar acidose ou osmolaridade
Hematologia
Pontos chave:
- Anemia ferropriva
- Anemia falciforme
Anemia ferropriva:
Patogênese: carência de ferro. No adulto a principal causa a se pensar é hemorragia
gastrointestinal. Sempre investigar em maiores de 50 anos porque pode ser um câncer
colônico ou retal. Fazer colono/ EDA
Laboratório: inicialmente pode se apresentar como uma anemia normo/normo, mas com o
passar do tempo ela aparece como classicamente é conhecida, microcítica e hipocromica. É a
anemia mais comum no mundo ↑ RDW (variação de tamanho da hemácia) isso a diferencia
da Talassemia, que apesar de ser micro e hipo, tem RDW normal. Na ferropriva temos também
o estoque de ferro diminuído que é representado por diminuição da ferretina
Tratamento:
- adulto: 300 mg sulfato ferroso (60mg Fe elementar) 3x por dia
- criança: 3-6 mg/kg/dia de ferro elementar
Anemia falciforme:
Patogênese: defeito na cadeia B – afoiçamento (hemólise, isquemia)
Doença genética, homozigoto, forma hemoglobina S. quando a hemácia sofre afoiçamento ela
facilita oclusão, ou pode explodir dentro do vaso. É mais comum em negros
Laboratório: reticulocitose (sempre se encontra em anemias hemolíticas)
Diagnóstico: eletroforese da hemoglobina ou cromatografia líquida
Tratamento:
- crise: hidratar/ O2/ analgesia
- crônica: penicilina V (até 5 anos), imunização, folato, hidroxiureia
Criança faz auto esplenectomia. Isso leva a mais predisposição a infecções, principalmente por
germe capsulado, por isso o uso da penicilina. Vacinação pelo mesmo motivo. E folato pela
hemólise que consome ácido fólico. A hidroxiureia consegue aumentar no paciente o
percentual de hemoglobina fetal o que diminui o percentual de hemoglobina S
Profilaxia com penicilina V: criança até 5 anos de idade
Hidroxiureia indicação: últimos 12 meses
- ≥ 3 crises vaso oclusivas
- ≥ 2 síndromes torácicas agudas
- 1 preapismo grave ou recorrente
- insuficiência renal
- LDH > 2x (na criança) ou > 3x (no adulto)
- retinopatia proliferativa
Gastroenterologia
Tópicos chaves:
- Doença celíaca
- Cirrose hepática
- Hepatite C
Doença Celíaca:
Intolerantes a gliadina do glúten. Logo, só se manifesta após a amamentação exclusiva
Gera inflamação na parede intestinal, que gera auto anticorpos como anti-gliadina, anti-
endomisio, anti-transglutaminasa, que lesam o intestino, levando a atrofia de vilosidade e
alterando assim a absorção, diarreia crônica e dor abdominal
Pode não chegar a diarreia, mas apresentar anemia ferropriva, alteração do humor, ↓ peso,
↓estatura, ↑ transaminase
Diagnostico: sorologia biopsia
Tratamento: dieta livre de glúten
Cirrose hepática:
Varizes esôfago-gástricas:
O grande risco é ruptura
Profilaxia primária: betabloqueador ou ligadura elástica (apenas 1)
Sangramento:
1) Sempre: estabilização + drogas (terlipressina, octreolide)
Quando estiver estável fazer:
2) EDA (em até 12 horas): ligadura ou escleroterapia
3) Refratária ou sem EDA: balão (Sengstaken- Blakemore)
4) Ainda refratário: TIPS ou cirurgia
Lembrar sempre de: quem sofre ruptura de varizes tem grande risco de PBE
- Profilaxia para PBE: norfloxacina 7 dias
- profilaxia secundária (faz os 2): betabloqueador + ligadura elástica endoscópica
Hepatite C:
Anti-HCV+ por mais de 6 meses
Depois pesquisa HCV-RNA: indica infecção ativa
Indicação de tratamento:
- paciente com doença avançada:
Metavir ≥ 3
Metavir ≥ 2 por mais de 3 anos
Sinais de cirrose
- outras: coinfecção HIV, crioglobulinemia
Esquema terapêutico (12-24 semanas) – busca desaparecimento do HCV-RNA
Sofosbuvir + (semiprevir ou daclastasvir) – por 12, as vezes 24 semanas
3D: ambitasvir + verusprevir + retonavir + dasabuvir (apareceu esse esquema em 2017)
Opção de acrescentar ribaverina se houver cirrose
Cardiologia
Tópicos chaves:
- Taquiarritmia
- Síndrome coronariana aguda
- Insuficiência cardíaca
Taquiarritmias:
Sinais de instabilidade: consciência, angina, dispneia aguda, hipotensão
Se houver instabilidade:
- cardioversão elétrica (sincronizado com QRS)
- só desfibrila (sem sincronizar) se for taqui ventricular polimórfica (em pessoa viva)
Atenção especial para fibrilação atrial – opções de tratamento: controle de ritmo X controle de
frequência
A tendência para idoso e recorrentes: controlar frequência, mas os 2 são opções
FA tem muita possibilidade de complicações tromboembólicas
Controle de ritmo:
< 48 horas cardioversão (menor risco de complicação – se quiser pode fazer uma dose
de heparina antes, mas não é obrigatório)
≥ 48 horas: cardioversão com anticoagulação ≥ 3 semanas antes e 4 semanas depois,
seguido de antiarrítmico. Avaliar anticoagulação crônica
Controle de frequência:
- betabloqueador, bloqueadores de Ca, digoxina
Anticoagulação crônica:
1) Risco embólico: Escore CHA2DS2- VASc
- 1 ponto: IC, HTA, idade (age) 65-74 anos, DBT, vasculopatia (infarto prévio, doença
arterial periférica ou aortopatia) e sexo feminino
- 2 pontos: idade (age) ≥ 74 anos, episódio embólico prévio (secondary prevention)
2) Como fazer:
- ≥ 2: warfarin, dabigatran, rivaroxaban, apexaben ou edoxaban
- 1: anticoagulante oral ou AAS ou nada (risco e preferência)
- 0: nada
Insuficiência cardíaca:
Pode se dividir em:
Com FE reduzida (sistólica)
Modificam sobrevida:
- betabloqueador (metoprolol, carvedilol, bisoprolol)
- IECA/ BRA/ ARNI (pril/ sartan/ sartan + sacubitril) -> 1 ou outro
- espironolactona (CF II, III e IV)
- ivabradina (FC ≥ 70bpm) -> pra quem já usou máximo de betabloqueante e FC >70
bpm)
Sintomáticos: diuréticos, digital
Com FE preservada (diastólica): sem droga especifica que melhore morbidade
- vai tratar comorbidades (HAS, DM, FA, obesidade, IRC, pneumopatia, coronariopatia)
e sintomáticos (diuréticos) – não usar digital
Obs.: Não se faz bloqueador de cálcio em insuficiência cardíaca porque pode diminuir força de
contração
GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Ginecologia Endócrina
- Amenorreia/ SOP/ climatério
Amenorreia:
- Primária (nunca menstruou):
Começa investigar a partir dos 14 anos (sem menstruação) se não tiver
desenvolvimento de características sexuais secundárias (telarca, pubarca). Se tem
desenvolvimento de características sexuais mas não menstruou, esperar até 16 anos
para investigar
- Secundária (menstruava mas parou em algum momento):
Investigar a partir de 6 meses sem menstruar ou o equivalente a 3 ciclos
Como investigar:
- Secundária:
1°: excluir gravidez BHCG
2°: dosar TSH e prolactina (hipertiroidismo pode levar a hiperprolactinemia) – além de
outras causas
3°: teste da progesterona – você dá progesterona (medroxiprogesterona 10mg por 5 a
10 dias, esperar até 7 dias) se sangrar você já sabe que a causa é anovulação (SOP)
SOP:
Diagnóstico (3 critérios – critérios de Rotterdam): 2 dos 3 critérios fecha diagnóstico
- oligo ou anovulação
- hiperandrogenismo clínico ou laboratorial
- ovários micropolicístico à USG
Tratamento:
- atividade física + dieta + ↓peso (para quem está acima do peso e conforme necessidade)
- controle da insulina: metformina
- tratar hirsutismo estético: ciproterona progesterona mais antiandrogênico que existe
- controle do ciclo: ACO com ciproterona
- gestação: clomifeno para induzir ovulação
Climatério:
Diagnóstico é clínico
Propedêutica básica
Lipidograma, glicemia de jejum, USG TV, sangue oculto nas fezes (>50 anos), colpocitologia,
mamografia e densitometria (>65 anos ou com fatores de risco)
Indicação hormonal:
- FOGACHO: indicação primária mais comum
Mas qual? – Se tiver útero: sempre estrogênio + progesterona (proteger endométrio)
- Se não tiver útero: apenas estrogênio
Quais contraindicações?
- CA de mama ou endométrio
-TEP e TVP
- Sangramento vaginal indeterminado
- Doenças hepáticas ativas
Planejamento Familiar
Anticoncepcional:
Opções:
- barreira
- DIU
- hormonais (sistêmicos)
- cirúrgico
Critérios de elegibilidade: categorias
- 1: pode usar
- 2: usar com cautela
- 3: contraindicação relativa
- 4: contraindicação absoluta
Abortamento:
<20 semanas: sangrando e cólica pensar em abortamento e pode ser:
- Incompleto: útero menor que esperado para a idade gestacional, colo aberto e restos
ovulares. USG com endométrio heterogêneo, ecos amorfos. Estabilizar o quadro
hemodinamicamente. Realiza curetagem uterina – avaliar incompatibilidade Rh
- Inevitável: útero é compatível com o esperado para idade gestacional. Presença de embrião e
colo aberto, com bastante cólica e sangramento
- Infectado: febre, leucocitose com desvio a esquerda, dor abdominal, secreção fétida,
purulenta
- Completo: útero menor do que o esperado para idade gestacional, cólica e sangramento
leves e colo fechado
- Ameaça: útero compatível com esperado, embrião vivo e colo fechado
- Retido: útero menor do que o esperado, embrião morto e colo fechado. Risco de infecção e
coagulopatia. <12 semanas MIU; >12 semanas curetagem, completar esvaziamento
Doença Trofoblástica:
Quadro clínico:
Sangramento de repetição, sem muita cólica, “suco ameixa”, saindo vesículas hidrópicas, ↑
útero, hiperemese. A doença trofoblástica é tumor
Útero muito maior que o esperado para idade gestacional
Útero – sangramento – emese - tudo hiper
Vesícula pode ser vista em USG como flocos de neve ou nevasca
Tratamento:
Esvaziamento com vácuo-aspiração elétrica e manda para o patologista
Controle:
BhCG – espera que negative
Faz semanal até ter 3 negativos, depois mensal por 6 meses
Se ao invés de cair, subir ou permanecer estável, se tiver critérios de malignização, é a
neoplasia e a mais comum é a mola invasora
Gestação ectópica:
Diagnóstico:
Atraso menstrual + ausência de saco gestacional intrauterino > 4 semanas + imagem anexial
Se não tem saco gestacional dentro do útero com mais de 4 semanas ou BhCG maior que
1500/2000
Tratamento:
Clínico: metotrexate - ectópica íntegra
Cirúrgico conservador: ectópica integra e clínico não resolveu
Cirúrgico radical: sempre que a ectópica romper – salpingoostomia. Se não der certo, ai faz
cirúrgica radical
Pré-eclâmpsia:
Hipertensão (nova ou agravada) + proteinúria que surgiram após 20 semanas
Para ser chamada de grave: pré-eclâmpsia GRAVE (saber sim ou sim)
PA ≥ 160x110 mmHg (sistólica ou diastólica, não precisa as 2)
Proteinúria ≥ 5 g/urina 24 horas (alguns autores já retiraram esse item)
Edema agudo de pulmão, oligúria (<25 ml/h), creatinina ≥ 1,3 mg/dl
HELLP:
LDH >600 ; esquizócitos
AST ≥ 70
Plaquetas < 100 000
Iminência de eclampsia: cefaleia, escotomas, ↑reflexo, epigastralgia
Se é grave sempre interna
Conduta: anti-hipertensivo se PA ≥ 160x110 mmHg
- Crise: hidralazina IV
- Prevenção de eclampsia: sulfato de magnésio
- Se convulsionar também usa para tratar sulfato de magnésio
- Após estabilização avaliar o parto (nem sempre será cesariana)
Diabetes gestacional:
Ministério da Saúde 2012
Glicemia de jejum + avaliar fator de risco
1ª consulta: glicemia de jejum
- glicemia jejum <85 e
- sem fator de risco (>35 anos, HAS, obesa, macrossomia, polidramnia, DM gestacional
previa) repetir glicemia jejum entre 24 e 28 semanas
Se: glicemia jejum ≥ 85 e < 126 ou fator de risco TOTG 75 g (1 hora e 2 horas após se avalia)
- glicemia jejum ≥ 95
- 1 hora ≥ 180
- 2 horas ≥ 155
Obs.: 2 alterados DMG, apenas 1 não é considerado diabetes gestacional
Se: glicemia de jejum >126 repetido e confirmado já chama diabetes gestacional
Tratamento: dieta e atividade física, se não surtir efeito, insulina
Ulceras genitais:
Três perguntas básicas:
1) São múltiplas
2) São dolorosas
3) Tem adenopatias com fistulização
Múltiplas: herpes/ cancro mole/ donovanose
- não são múltiplas: sífilis/ linfogranuloma venéreo
Dolorosas: herpes (fundo limpo) / cancro mole (fundo sujo)
- não são dolorosas: sífilis/ linfogranuloma/ donovanose
Adenopatia com fistulização: cancro mole (fístula única) / linfogranuloma (fistuliza por
orifício múltiplo)
- não fituliza: herpes/ sífilis
- não tem adenopatia: donovanose
Ulcera dolorosa + adenopatia dolorosa: herpes (fundo limpo) ou cancro mole (fundo
sujo e fituliza por orifício único)
Ulcera indolor + adenopatia dolorosa: linfogranuloma venéreo (fistuliza por orifício
múltiplo, em bico de regador)
Ulcera indolor + adenopatia indolor: cancro duro (sífilis) ou donovanose (que não tem
adenopatia)
Agentes etiológicos:
Sífilis: Treponema pallidum
Cancro mole: Haemophilus ducreyi
Linfogranuloma: Chlamydia trachomatis
Herpes: Herpes simplex vírus
Donovanose: Calymmatobacterium granulomatis
Tratamento:
Cancro mole: azitromicina 1g VO, única dose
Linfogranuloma e donovanose: doxiciclina 100mg VO de 12/12 horas por 21 dias
Herpes: aciclovir 200mg, 2 comprimidos VO de 8/8 horas por 7 dias
Sífilis: penicilina benzatina – mudanças MS/ CDC 2015
Primária/ secundária/ latente recente: 1 dose 2,4 milhões UI, IM
Terciária/ duração indeterminada: 3 doses 2,4 milhões UI, IM
Gestante= penicilina benzatina
- tratar se VDRL ≥ 1:8
- ideal pedir FTA-ABs ou outro teste treponêmico se VDRL <1:8
- controle de cura mensal com VDRL
- alérgicas: dessensibilização
Violência sexual:
Cuidados e orientações:
- Acolher a vitima
- Orientar que ela tem direito (não é obrigatório) larar um B.O. e se submeter a um exame de
corpo de delito
- Agendar retorno para seguimento serológico após 30 dias e acompanhamento clinico
laboratorial, psicológico e social, se necessário
Condutas burocráticas:
- Notificação compulsória imediata ao SINAN. Lei 12.015/2009 redefiniu o crime de estupro
incluindo os homens. Portaria 1271 de 06/06/2014: notificação imediata em até 24 horas
- Notificação ao Conselho Tutelar ou a Vara da Infância e da Juventude. Crianças (<12 anos) e
adolescentes (<18 anos) – ECA
Contracepção de emergência:
- Mulheres e adolescentes expostas a gravidez – contato certo ou duvidoso com sêmen,
independente do período do ciclo menstrual em que se encontrem, que tenham tido a
primeira menstruação e que estejam antes da menopausa
- Só se aplica se houve ejaculação vaginal, pois em caso de coito oral ou anal não é necessário
Método de LEVONORGESTREL: 1,5mg (dose única) ou 0,75mg x2 (12/12 horas)
método de escolha
Método de YUZPE: 100 mcg de etinilestradiol + 0,5 mg de levonogestrel 12/12 horas –
não usar se paciente em uso de Ritonavis (quimioprevenção HIV)
- O mais rápido possível, preferencialmente em até 72 horas, mas temos até 5 dias
- Se a paciente for usuária de método de alta eficácia, não há necessidade de contracepção de
emergência
Profilaxias das ISTs não virais: prazo para o início = 2 semanas
- Sífilis: penicilina benzatina 2.400.000 UI, IM
- Gonorreia: ceftriaxone 500 mg, IM
- Clamídia e cancro mole: azitromicina 1g VO
- Tricomoníase metronidazol 2g VO (adiar 4 meses quando em uso de Ritonavir)
Profilaxia das DSTs virais:
- HIV: esquema combinado Tenofovir + lamivudina + atazanavir – início em até 72 horas, por
4 semanas)
- Hepatite B:
Vacinação 0, 1 e 6 meses, deltoide
Imunoglobulina: glúteo
Início até 24-48 horas, máximo em 14 dias – 0,06 ml/kg IM
- Hepatite C: não há
Câncer de mama
Nódulo palpável exame clínico PAAF:
- cístico: avaliar liquido (citologia) e USGM/MMG (segundo idade da paciente)
- sólido: MMG/USGM e biopsia (de acordo com BI-RADS)
Exame clínico:
- sugere benignidade: móvel, regular, fibroblastico, sem retração
- sugere malignidade: aderido, irregular, enurecido, pétreo, com retração
50% está em quadrante superior externo/ lateral
PAAF:
- liquido amarelo-esverdeado: não deve ser câncer. Segundo passo: se for jovem (USGM), mais
velha (MMG)
- liquido sanguinolento, > 2 recidivas, massa residual ou nódulo solido segundo passo
biópsia
Rastreamento: Ministério da Saúde (2013)
Baixo risco: exame clínico anual (ECM) > 40 anos e ECM anual + MMG bienal de 50 a 69
anos
Alto risco: ECM + MMG anuais >35 anos
- parentes 1° grau CA <50 anos
- parentes 1° grau CA bilateral
- parente CA mama masculino
Em 2015 o MS contraindicou autoexame e considerou o ECM de benefício incerto
Ministério da Saúde (2015):
- exame físico não é mais recomendado: baixo risco
- mamografia bienal 50-69 anos: baixo risco
- não falou nada sobre alto risco então segue igual 2013
Classificação BI-RADS:
0- inconclusivo (complementação)
1- sem achados mamográficos: repetir exame de acordo com a faixa etária
2- achados benignos: repetir exame de acordo com a faixa etária
3- achados provavelmente benignos: MMG semestral por 3 anos
4- achados suspeitos de malignidade: avaliação histopatológica da lesão
5- achados altamente sugestivos de malignidade: avaliação histológica da lesão
6- achados de malignidade confirmado
SCTG inferior:
VULVOVAGINITES
Vaginose bacteriana:
- Agente: polimicrobiana (Gardnerella vaginalis e Mobiluncus sp, entre outros)
- Quadro clínico: metade é assintomática. Odor fétido (peixe podre), piora após o coito
e a menstruação.
- Corrimento branco acinzentado, homogêneo, fino e que pode formar microbolhas
- Diagnóstico: critérios de Amsel (3/4):
1) teste de aminas – KOH. Whiff test +
2) exame a fresco: clue cells
3) PH: > 4,5
4) características do corrimento descrito acima
- Tratamento:
1) oral: metronidazol 250mg, 2 comprimidos VO, 12/12 horas por 7 dias
2) creme vaginal: metronidazol gel vaginal, 1 aplicador, via vaginal, por 5 noites (1ª
opção)
- Efeito antabuse: não pode ingerir bebida alcoólica na vigência do no e até 24 horas
após seu término
- não é DST: não trata parceiro
Candidíase vulvovaginal:
- Agente: Candida albicans
- Fatores predisponentes: gravidez,obesidade, ACO de alta dose de estrogênio,
corticoide, imunossupressores, imunodeficiência, estresse, contato com alérgenos ou
irritantes. Hábitos e higiene e vestuário. ATB e DBT descompensada
- Clínica: corrimento grumoso, branco, sem odor e aderido à parede vaginal,
acompanhado de prurido, disúria, dispareunia, edema e hiperemia
- Diagnóstico: exame a fresco – pseudo-hifas e pH≤ 4,5
- Tratamento:
1) creme vaginal: miconazol ou nistatina (principais segundo MS), clotrimazol,
tioconazol, terconazol, butoconazol, isoconazol
2) oral: fluconazol, itraconazol (principais segundo MS), citoconazol em grávidas não
pode fazer oral
- Não é DST: só tratar parceiro sintomático
Tricomoníse: DST – tratar parceiro
- Agente: Trichomonas vaginalis
- Clínica: corrimento abundante, forma macrobolhas, odor forte, mau cheiro,
purulento ou amarelo esverdeado. Irritação, hiperemia, prurido, colpite (aspecto de
framboesa)
- Diagnóstico:
1) Whiff test (aminas – KOH) +
2) exame a fresco: Thichomonas + PMN
3) pH ≥ 5
- Tratamento: não pode usar creme vaginal
1) oral: metronidazol 2g VO, dose única (não pode álcool), tinidazol, secnidazol
COLO UTERINO E URETRA:
Uretrite = cervicite
- gram disponível? Se sim: diplococo gram negativo intracelular
1) se – tratamento: clamídia
2) se + tratamento: gonococo e clamídia
- Agente etiológico: Neisseria gonorroeae e Chlamydia trachomatis
- Fatores de risco: coitarca precoce, IST/ DIP prévias, parceiro com IST
- Diagnóstico: corrimento uretral ou corrimento cervical purulento, colo hiperemeado,
friável, sinusiorragia e dispareunea
- Tratamento: cipro VO ou ceftriaxone IM (gonococo) + azitromicina VO ou doxiciclina
VO (clamídia)
- Atualização MS 2015: ceftriaxona 500mg em RJ, MG e SP para gonorreia
- Cervicite mal manejada pode evoluir para DIP
Doença inflamatória pélvica
- Agentes primários: Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis
- Fatores de risco: coitarca precoce, IST prévia, DIP prévia, parceiro com IST
- Diagnóstico: 3 critérios maiores + 1 critério menor ou 1 critério elaborado
1) critérios maiores ou mínimos: dor – epigástrica + anexial + mobilização do colo
2) critérios menores ou adicionais: febre, leucocitose, VHS/PCR ↑, cervicite,
comprovação gonococo, clamídia ou micoplasma
3) critérios elaborados ou definitivos: endometrite (HTP), abscesso tubo-ovariano ou
no fundo de saco (exame de imagem – USGTV/ RM) ou DIP na laparoscopia
- Para ficar diagnóstico: 3 critérios maiores (as dores) + 1 critério menor (sinal de
infecção clínico ou laboratorial) OU critério elaborado (eu vejo a doença)
- Tratamento: pode ser ambulatorial (Monif 1 apenas) ou hospitalar (segundo evolução
e apresentação clínica)
- Classificação de MONIF: endometrite e salpingite +
Estágio 1 – sem peritonite: ambulatorial
Estágio 2 – com peritonite: hospitalar
Estágio 3 – oclusão trompa ou abscesso túbulo ovariano: hospitalar
Estágio 4 – abscesso >10 cm ou roto: hospitalar
- Hospitalar também para: gestantes, imunossuprimidos, sem melhora após 72 horas,
intolerância ou ↓ adesão ao tratamento ambulatorial
- Tratamento ambulatorial: ceftriaxone 500 mg IM + doxiciclina 100mg 12/12 horas VO
por 14 dias ou com metronidazol 500 mg 12/12 horas VO por 14 dias
- Tratamento hospitalar: clindamicina 900 mg IV de 8/8 horas + gentamicina IV 2
mg/kg de peso (ataque) 1,5 mg/kg de 8/8 horas (manutenção)
- Complicações precoces:
1) abscesso tubo-ovariano
2) fase aguda da síndrome de Fitz- Hugh – Curtis que é o exsudato purulento na
cápsula de Glisson
3) morte
- Complicações tardias:
1) dispareunia
2) dor pélvico crônico
3) infertilidade
4) prenhez ectópica
5) fase crônica da síndrome de Fitz- Hugh- Curtis (aderência tipo corda de violino)
Assistência pré-natal
Condutas na assistência:
Deambulação livre
Dietas com líquidos claros sem resíduo
Ausculta de BCF cada 30 minutos antes durante e após uma contração (na 1ª fase)
Não usar ocitocina de rotina no pré-parto
Não romper membranas aminióticas de rotina
Não fazer episiotomia de rotina
A ausculta deve durar pelo menos 1 minuto (antes, durante e após a contração)
Não fazer tricotomia
Partograma:
Fase ativa prolongada: é uma dilatação < 1 cm/hora discinesia (falta de motor de
contração) uterina?
Conduta: ocitocina
Parada secundária da dilatação: dilatação mantida em 2 horas DCP? (Desproporção
céfalo-pélvica)
Conduta: indicar cesárea
Período expulsivo:
Período pélvico prolongado
Expulsivo: descida é lenta
Parada secundária da descida
Expulsivo: altura mantida por 1 hora
Amniorrexe prematura:
Sempre que rompe a bolsa sem estar em trabalho de parto. Rompe fora do trabalho de parto
Diagnóstico: exame especular (padrão ouro)
Avaliar corioamnionite (infecção das membranas) – sempre parto
- febre (Tax ≥ 37.8°C) + 2 (leucocitose + taquicardia materna ou fetal + útero doloroso + liquido
fétido)
Se confirma corioamnionite é PARTO independentemente da idade gestacional – interrompe
gestação
Sofrimento agudo fetal – sempre parto
Se sem corioamnionite nem sofrimento fetal agudo:
24 – 32/34 semanas: corticoide (12 mg IM e betametasona 2doses) intervalo de 24
horas + antibiótico (2g IV 6/6 horas de ampicilina + 1 g de azitromicina VO) – para
aumentar o tempo de latência
> 32/34 semanas: PARTO – pode solicitar exame para avaliar maturidade fetal se 32,
33 semanas
Hemorragia puerperal:
Causas:
- atonia uterina (a mais importante – se útero não contrair não faz homeostasia)
- laceração canal de parto (feto macrossômico/ uso de fórceps)
- restos placentários (acretismo, demorou muito para retirar placenta)
- coagulopatia (DPP)
Profilaxia universal de atonia uterina
- 10 UI de ocitocina IM após o parto de rotina (assim que a criança sair)
Atonia uterina: primeira conduta é massagem uterina e ocitocina
- não deu certo? Pode fazer até sutura de De linchy
- não deu? Ligadura vascular
- último recurso é histerectomia