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Caso 1 - Homem com 75 anos de idade sentiu mal estar associado com dor abdominal. A dor tem aumentado
nos últimos 4 dias, provocando vômitos (quatro vezes). Em duas ou três ocasiões nos últimos dois anos ele
sentiu dor aguda na parte superior direita do abdômen. Teve febre e foi tratado com antibiótico numa dessas
ocasiões. Embora tenha bom apetite, na última semana não sente vontade de comer. Não perdeu peso, não
tem problemas urinário e intestinal, apesar de relatar escurecimento da urina há poucos dias.
O exame clínico revelou icterícia, pressão e pulso normais. Sem problemas nos sistemas cardiovascular e
respiratório. Não há massa palpável no abdômen. Foram solicitados os seguintes exames bioquímicos:
R: A principal suspeita diagnóstica é a doença hepática colestásica, pois a bilirrubina total, a fosfatase alcalina, a
alanina aminotransferase e a Gama GT se encontram alteradas. A alanina aminotransferase está ligeiramente
aumentada, o que indica doença hepática, tendo em vista que é um marcador específico e muito sensível.
Assim, como a bilirrubina total alterada pode indicar uma doença hepática, em conjunto com a presença de
FALC aumentada mais de 4 vezes no soro, indicando principalmente casos de obstrução biliar. Já a alteração da
GGT contribui para a suspeita diagnóstica, pois é o primeiro marcador a se elevar em doenças colestásicas.
Caso 2 – Paciente M.O.C, sexo feminino, 40 anos, comparece à UPA com queixa de “Dor na barriga” há 8
horas. Paciente refere que vinha sentindo um desconforto em todo abdome há cerca de 48 horas. Porém, nas
últimas 8 horas esse desconforto se tornou uma dor intensa. Fez uso de dipirona para a dor, não havendo
melhora. Relata que durante esse período teve 2 episódios de vômito e vem sentindo náuseas e sudorese
desde então. Nega febre e perda de peso. Realizou os seguintes exames:
Amilase 250 U/dL (60 a 160 U/dL)
Lipase 100 U/L (13 a 60 U/L)
Hemácias 4 milhões/mm³ (4 a 5,5 milhões/mm³)
Leucograma 17.000 (5.000 a 11.000/mm³)
CK – Total 67 U/L (26 – 189 U/L)
R: A principal suspeita diagnóstica é pancreatite aguda. Os exames da paciente foram feitos pouco tempo após a
sintomatologia, o que propicia a presença alta no soro de amilase e lipase, tendo em vista que essas enzimas
desaparecem com 5 e 7 dias, respectivamente, do soro. Além disso, a amilase é um marcador sensível para
pancreatite aguda e a lipase é um marcador ainda mais específico do que a amilase. Ademais, o exame de
leucograma super aumentado, leva a uma maior evidência da presença de fase aguda de uma doença, nesse
caso, a pancreatite.
Caso 3 – Paciente adulto, sexo masculino, fumante e etilista crônico, foi atendido na emergência queixando-se
de dor abdominal, náuseas e vômitos. Após o exame clínico o médico solicitou em caráter de urgência os
exames abaixo:
Eritrograma: normal
Leucocitose (12.500/mm3)
Amilase: elevado
Lipase: elevado
AST e ALT: elevados
GGT: elevado 2x o normal.
CK total: normal.
A. Discuta os exames do paciente e indique as prováveis causas dos sintomas apresentados.
R: A leucocitose aumentada do paciente pode indicar uma infecção, a amilase e a lipase
elevadas podem indicar uma pancreatite aguda, AST e ALT elevados pode indicar uma
doença hepática e a GGT aumentada 2X, pode indicar abuso de álcool.
Caso 4 - A síndrome Crigler-Najjar é uma doença genética rara causada pela deficiência da enzima glicuronil
transferase. Pacientes com essa síndrome apresentam hiperbilirrubinemia grave. Qual fração da bilirrubina
estará elevada nesses pacientes? Justifique.
A fração da bilirrubina alterada será a indireta. A bilirrubina direta é transportada pela albumina na corrente
sanguínea para ser levada ao fígado e ser conjugada ao ácido glicurônico. Se a enzima glicuronil transferase, que
é responsável por essa conjugação, é deficiente, logo não haverá a conversão da bilirrubina indireta (insolúvel)
em direta (solúvel).