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CASO 1 - aula dia 25/04

Entrega das respostas e discussão sobre o caso 1 dia 02/05

Componentes: Allana Lemos, Hellen Flávia, Kryslene Vitória, Lara Lima, Lívia
Maria, Nathália Malveira.

Perguntas

1) Faça um glossário com as palavras que tiveram dificuldades e descreva o


significado.

Afecções: Toda modificação, ou alteração, capaz de expressar uma doença;


quaisquer sinais de patologias no corpo.
Tropismo: capacidade de um vírus infectar especificamente determinadas células de
um organismo vivo e não outras.
Faioderma: Cor da pele parda, típica de indivíduos que possuem traços morfológicos
cranianos semelhantes aos dos negros da África
Astenia: É uma condição caracterizada por uma sensação de fraqueza e falta de
energia generalizada.
Hipocolia: Diminuição da secreção biliar.
Colúria: Urina de cor escura
Doenças necro inflamatórias: soma das pontuações obtidas na avaliação do infiltrado
portal, atividade periportal e atividade parenquimatosa.

2) Descreva sobre a estrutura do vírus. O que significa as partículas Dane do


vírus da hepatite B?

O HBV é um vírus envelopado pertencente à família Hepadnaviridae e possui


tropismo por células hepáticas. Apresenta-se como uma partícula esférica
denominada partícula de Dane que tem, aproximadamente, 47 nm de diâmetro,
sendo constituída por um invólucro externo (o qual contém a glicoproteína de
superfície viral – o antígeno de superfície) e uma estrutura interna (núcleo ou core)
que compreende o antígeno nuclear da hepatite B (AgHBe), o DNA viral e a proteína
DNA polimerase. O invólucro externo é composto por proteínas, glicoproteínas e
lipídios. O genoma viral é uma cadeia de fita dupla parcial e circular. Possui 4 fases
de leitura aberta (ORF – open reading frames): S, C, P e X. A região S codifica
proteínas de superfície do envelope do vírus (AgHBs). A fase de leitura aberta C
contém a região C e pré-C. Essas regiões codificam duas RNA transcriptases:
RNAm pre-genômico e RNAm pré-core. O RNAm pre-genômico é traduzido na
proteína do (AgHBc), que está presente no core de vírions em células hepáticas
infectadas, contudo não é detectado no soro. Além disso, o AgHBc está integrado ao
genoma viral e à DNA polimerase, sendo essencial para a função e maturação do
vírion. O RNAm pré-core é traduzido na proteína pré-core, que depois de processada
é secretada como o antígeno e (AgHBe), presente no soro de pacientes com
replicação do HBV. Em algumas situações podem ocorrer mutações na região
pré-core ou na região promotora e o paciente pode apresentar replicação do HBV,
mesmo tendo sorologia negativa para o AgHBe. O gene P codifica a DNA
polimerase, a qual também funciona como uma transcriptase reversa. O gene X
codifica o AgHBx, que parece estar envolvido nos processos de carcinogênese,
através de transativação de promotores celulares e virais.

3) Descreve de forma resumida o ciclo de multiplicação do vírus da hepatite B?

O HBV circula como uma uma pequena partícula viral, possuindo um


nucleocapsídeo viral e um envelope lipídico, onde a proteína de superfície está
inserida.O HBV é capaz de infectar, primariamente, células hepáticas. Os receptores
de membrana usados pelo vírus ainda não estão completamente elucidados. Após o
reconhecimento dos receptores, a partícula viral é internalizada por endocitose, o
envelope viral é removido e o nucleocapsídeo, que contém uma fita de DNA dupla
parcial circular relaxada (rcDNA), é liberado no citoplasma. Após ser transportado
para o poro nuclear, o capsídeo libera o genoma no interior do núcleo celular. Uma
vez no núcleo, o genoma viral se liga a fatores de reparo de DNA celulares e é
maturado na forma de DNA circular covalentemente fechado (cccDNA, do inglês
circular covalently closed DNA). Essas moléculas se mantêm de forma epissômica
(não integrada) no núcleo celular e são usadas pela RNA polimerase II celular para
transcrever RNA mensageiros pré-genômicos e subgenômicos, que são
transportados ao citoplasma para ser traduzidos em proteínas virais. Essas últimas
são usadas para a produção de novas partículas virais, ou são encapsuladas nas
partículas nascentes junto à polimerase viral para, então, serem submetidas a
retrotranscrição, gerando assim novos genomas virais.
Os capsídeos virais montados podem migrar novamente para o núcleo, liberando
novos genomas virais no nucleoplasma, ou podem ser usados para a montagem de
novos vírions em corpos multivesiculares, que serão liberados no meio extracelular.
Adicionalmente, partículas subvirais são liberadas pela via trans-Golgi. Tais
partículas podem ser filamentosas ou esféricas e, diferentemente da partícula de
Dane (partícula viral completa), não são infecciosas. Essas partículas subvirais
correspondem à maior parte do HBsAg detectado na corrente sanguínea dos
indivíduos portadores do HBV.

4) Explique a técnica e suas diferentes variações para análise sorológica utilizada


nesse caso.

A técnica de ELISA apresenta diversas variações; em sua forma mais simples,


chamada ELISA indireto, um antígeno aderido a um suporte sólido (placa de ELISA)
é preparado; a seguir coloca-se sobre este os soros em teste ( ex. soro humano), na
busca de anticorpos contra o antígeno. Se houver anticorpos no soro em teste,
ocorrerá a formação da ligação antígeno-anticorpo, que posteriormente é detectada
pela adição de um segundo anticorpo dirigido contra imunoglobulinas da espécie
onde se busca detectar os anticorpos (humana, no caso), a qual é ligada à
peroxidase. Este anticorpo anti-IgG, ligado à enzima, é denominado de conjugado.
Ao adicionar-se o substrato apropriado para a enzima, acontece uma reação em que
os orifícios onde ocorreu a reação antígeno-anticorpo apresentam uma coloração
(variável dependendo do substrato). Outro método é o chamado ELISA sanduíche,
Nesse tipo de ELISA, primeiramente são ligados ao fundo do placa de teste os
anticorpos de captura, impedindo que haja outros pontos de ligação fortes para o
antígeno. A seguir, é adicionada a amostra de interesse, e caso exista antígeno
específico procurado, este se liga aos anticorpos de captura. Em seguida é feita uma
lavagem para a retirada de antígenos que não se ligam aos anticorpos de captura.
Posteriormente, são adicionados à amostra os anticorpos conjugados a enzima, que
farão o reconhecimento da presença do antígeno. A seguir é feita uma segunda
lavagem para a retirada dos anticorpos conjugados que não se ligam à amostra e,
por fim, é adicionado o substrato que reage com a enzima, que promove a mudança
de cor ou fluorescência. Como essa técnica utiliza anticorpos de captura, há um
aumento da especificidade da ligação destes com a amostra. Dessa forma, não há
necessidade de purificá-la, evitando a competição com outros antígenos e
melhorando o processo de análise. Além disso, é comum que os anticorpos
conjugados a enzimas reconheçam e possam se ligar a regiões do anticorpo ligado
ao antígeno. Em suma, esse processo é bastante específico, podendo ser utilizado
para exames contra falsos-positivos. Além disso, existe o método o ELISA de
bloqueio ou competição, em que a presença de anticorpos em determinado soro é
revelada pela competição com um anticorpo específico (mono ou policlonal) dirigido
contra o antígeno. Igualmente, o resultado é dado pela adição de um conjugado,
porém a coloração aparecerá nos orifícios onde não havia anticorpos.

5) Que mudança na execução da técnica acima permite avaliar diferentes classes


de Imunoglobulinas específicas (IgG e IgM) para um mesmo antígeno, no caso
HBc (Anti-HBc e Anti-HBc IgM)?

A mudança na técnica para identificar e avaliar as diferentes classes de


imunoglobulinas poderia ocorrer por meio de um teste de avidez, onde permitiria
identificar qual o anticorpo específico de interesse. Sabe-se que a exposição
subsequente ao antígeno de determinada doença promove uma interação
antígeno-anticorpo mais específica, contendo mais força de interação, que é a
avidez. Desse modo, a IgG, que é a imunoglobulina presente na memória
imunológica, interage com maior avidez ao antígeno de determinada doença do que
a IgM, que é a imunoglobulina presente na fase inicial da primo-infecção.

6) Diagnóstico: Relacione os antígenos e anticorpos com o ciclo de multiplicação


do vírus.

O primeiro marcador a ser detectado é o DNA viral. Entre eles o HBsAg é o primeiro
a circular e aparece aproximadamente um mês após a exposição e desaparece
cerca de seis meses depois para as infecções que possuem cura. Logo aparece o
anti-HBc IgM esses indicam infecção aguda. O anti-HBc IgG aparece depois do
anti-HBc IgM e pode ser detectado muitos anos depois após a doença, e nesse
mesmo período aparece o HBeAg que indica replicação viral. Nesta fase aguda
aparece os níveis aumentados de alanina aminotransferase (ALT), enzima essa que
indica lesão no fígado.
Após o combate dos antígenos, os níveis dos anticorpos vão decaindo. O anti-HBE,
anticorpo produzido contra HBeAg que é capaz de controlar de maneira limitada a
replicação do vírus por anos, mas não cura a infecção. Os anti-HBs anticorpos
produzidos contra o HBeAg indica imunidade contra o vírus, pode ser originado de
uma infecção curada com ou sem intervenção médica ou por vacinação.
O IgG anti-HBc é um anticorpo contra o HBcAg que surge durante a fase aguda da
infecção e persiste por toda vida do indivíduo que foi infectado, sua presença indica
que a pessoa está ou já foi infectada pelo HBV. O IgM anti-HBc é anticorpo contra o
HBcAg que indica a infecção recente pelo HBV no intervalo de seis meses ou
menos.

7) Diagnóstico:Explique cada um dos marcadores virais descritos nos quadros


do relato de caso e como eles podem auxiliar na análise da evolução clínica do
paciente.

HBsAg: Proteína de superfície do vírus da hepatite B. Pode ser detectada em altos


níveis durante a infecção aguda. A presença deste marcador indica que a pessoa
está infectada pelo HBV. A detecção do HBsAg por mais de seis meses é um
indicativo de hepatite B crônica.
HBeAg: Proteína “e” do vírus da hepatite B. Sua detecção indica altos níveis de
replicação viral. Quando detectada, essa proteína pode ser associada a uma
elevada carga viral circulante. Anti-HBe Anticorpo produzido contra o HBeAg. É
capaz de controlar de maneira limitada a replicação do vírus por muitos anos, mas
não de curar a infecção.
Anti-HBs: Anticorpo produzido contra o HBsAg. Indica imunidade contra o vírus.
Pode ser originado de uma infecção curada com ou sem a intervenção médica ou
por vacinação.
IgG Anti-HBc: Anticorpo contra o HBcAg. Surge durante a fase aguda da infecção e
persiste por toda a vida da pessoa que foi infectada. Sua presença indica que a
pessoa está ou esteve infectada pelo HBV.
IgM Anti-HBc: Anticorpo contra o HBcAg. Indica infecção recente pelo HBV (seis
meses ou menos).
HBV-DNA: O ácido nucleico viral está presente durante toda a infecção em níveis
variáveis. Ele pode ser detectado por testes de carga viral.

8) Qual a principal forma de prevenir a infecção pelo vírus da hepatite B?

A principal forma de prevenir a infecção pelo vírus da hepatite B é através da


vacinação. Dessa forma, como citado no artigo é tão importante estender a aplicação
da vacina contra a hepatite B às mulheres em idade fértil, pois assim vai ter uma
diminuição da transmissão vertical, o que vai diminuir a circulação do vírus.

9) O que é transmissão vertical? como ocorre?

A transmissão vertical é a passagem de uma infecção ou doença da mãe para o


bebê. Dessa forma, este contágio pode acontecer durante a gestação (intra uterina)
devido à permeabilidade da placenta a agentes infecciosos, durante o trabalho de
parto (pelo contato com as secreções cérvico-vaginais e sangue materno) e através
da amamentação. Porém, como citado no artigo, o leite materno também pode
conter o vírus da hepatite B, mas não apresenta importância epidemiológica.

10) “O leite materno pode conter o vírus da hepatite B, porém não tem importância
epidemiológica.” Por quê? Associe com as formas de transmissão.
A transmissão do HBV pode ocorrer por via vertical (da mãe para o filho, no
nascimento), por via sexual, por meio de ferimentos cutâneos, por compartilhamento
de seringas e agulhas entre usuários de drogas, por transfusão de sangue ou
hemoderivados e em acidentes com material biológico. Também pode ocorrer
transmissão do HBV por outros tipos de exposições percutâneas, incluindo
tatuagens, piercings, uso compartilhado de utensílios cortantes contaminados
utilizados por portadores do HBV (como barbeadores, navalhas, lâminas de
depilação, tesouras, alicates de unha entre outros). Entretanto, a transmissão do
HBV se dá principalmente por via parenteral e, sobretudo, pela via sexual, sendo a
hepatite B considerada uma IST. O antígeno de superfície do vírus da hepatite B
(HBsAg) tem sido detectado no leite de mulheres soropositivas para o HBsAg, e é
possível que pequenas quantidades de sangue possam ser ingeridas pelo
recém-nascido durante amamentação, a partir de lesões nos mamilos, mesmo que
pequenas. Mas a maior via de transmissão do vírus da mãe para a criança é a
exposição do bebê ao sangue materno, que acontece durante todo o trabalho de
parto. Por outro lado, mesmo que a mãe apresente fissura mamária com
sangramento, não se contraindica a amamentação. A amamentação não traz riscos
adicionais para os seus recém-nascidos, desde que tenham recebido a primeira
dose da vacina e imunoglobulina nas primeiras 12 horas de vida, por isso o leite
materno não é considerado de importância epidemiológica.

11) Descreva sobre a relação das cores dos olhos (figura 2) com o hepatotropismo
do vírus da hepatite B?

A hepatite é uma inflamação do fígado. Essa inflamação altera o funcionamento do


fígado, dificultando o transporte da bilirrubina para os ductos biliares, que é então
eliminada na corrente sanguínea, levando ao aparecimento de pele e olhos
amarelados, ou seja, os olhos amarelados normalmente surgem quando existe um
acúmulo excessivo de bilirrubina no sangue, uma substância amarela que é
produzida pelo fígado a partir da destruição dos glóbulos vermelhos do sangue, e
que é armazenada na vesícula biliar para ser eliminada nas fezes ou urina. Quando
existe algum problema no fígado, na vesícula biliar ou no pâncreas, a bilirrubina não
é eliminada do corpo, se acumulando no sangue e causando os olhos amarelados.

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