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Utilização Da Metodologia Fel (Front End Loading) No Gerenciamento de Riscos Dos Aspectos de Segurança de Processo em Projetos de Um
Utilização Da Metodologia Fel (Front End Loading) No Gerenciamento de Riscos Dos Aspectos de Segurança de Processo em Projetos de Um
Salvador
Março/2018
FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
PROGRAMA FGV MANAGEMENT
MBA EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS
___________________________________
André Barcaui
Coordenador Acadêmico Executivo
___________________________________
__________________________________________
Alan Santos Ferreira
AGRADECIMENTOS
Agradeço inicialmente aos meus familiares, que acompanharam minha caminhada com
paciência, força e compreensão.
Aos colegas de trabalho e de classe, professores e coordenadores, pela amizade e pela troca de
conhecimento.
RESUMO
Palavras-Chave:
Ciclo de vida de projetos, Metodologia FEL, gerenciamento de riscos, segurança de processo.
ABSTRACT
Keywords:
Project life cycle, FEL methodology, risk management, process safety.
LISTA DE FIGURAS
FMEA - Failure Modes and Effects Analysis - Análise de Modos de Falha e Efeitos
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................13
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA .............................................................................13
1.2 JUSTIFICATIVA E RELEVANCIA ...............................................................................15
1.3 OBJETIVOS E DELIMITAÇÃO DO ESTUDO .............................................................16
1.4 METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................................16
1.5 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO ............................................................................17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................................................18
2.1 FUNDAMENTOS DE PROJETOS ..............................................................................18
2.2 CICLO DE VIDA DE UM PROJETO ...........................................................................19
2.3 METODOLOGIA FEL..................................................................................................22
2.3.1 Histórico da IPA ...................................................................................................22
2.3.2 Descrição da Metodologia FEL ............................................................................23
2.3.3 FEL 1: Planejamento do Negócio ou Estudo da Viabilidade Técnica Econômica .26
2.3.4 FEL 2: Seleção da Alternativa ou Projeto Conceitual ...........................................27
2.3.5 FEL 3: Planejamento da Implantação do Empreendimento ou Projeto Básico .....29
2.4 GERENCIAMENTO DE RISCOS DE PROJETOS ......................................................30
2.4.1 Planejar o Processo de Gestão de Riscos ...........................................................31
2.4.2 Identificar os Riscos .............................................................................................32
2.4.3 Análise Qualitativa de Riscos ...............................................................................32
2.4.4 Análise Quantitativa de Riscos ............................................................................34
2.5 TÉCNICAS DE ANÁLISES DE RISCOS .....................................................................35
2.5.1 Série de Riscos (SR) ...........................................................................................35
2.5.2 Análise Preliminar de Riscos (APR) - Preliminary Hazard Analysis (PHA) ...........35
2.5.3 What-if (WI) .........................................................................................................36
2.5.4 Checklist ..............................................................................................................36
2.5.5 What-if/Checklist (WIC)........................................................................................37
2.5.6 Técnica de Incidentes Críticos (TIC) ....................................................................37
2.5.7 Análise de Modos de Falha e Efeitos (AMFE) - Failure Modes and Effects Analysis
(FMEA) 37
2.5.8 Análise de Árvore de Falhas (AAF) - Fault Tree Analysis (FTA)...........................38
2.5.9 Análise de Árvore de Eventos (AAE) - Event Tree Analysis (ETA) .......................38
2.5.10 Estudo de Operabilidade e Riscos - Hazard and Operability Studies (HazOp) .....38
2.5.11 Management Oversight and Risk Tree (MORT) ...................................................39
12
2.5.12 Técnica para Predição do Erro Humano - Technique for Human Error Predicting39
2.5.13 Análise de Camadas de Proteção (LOPA) ...........................................................39
2.5.14 Análise de Vulnerabilidade...................................................................................39
3 INDUSTRIA PETROQUIMICA ...........................................................................................42
3.1 Cenário .......................................................................................................................42
3.2 A competitividade no setor químico e petroquímico ....................................................43
3.3 Premissas no gerenciamento de projetos em uma empresa petroquímica .................44
3.4 Classificação de Projetos ............................................................................................45
3.5 A utilização da metodologia FEL na empresa petroquímica ........................................46
3.6 DR - Design Review....................................................................................................46
3.7 Fase FEL1 - Avaliação do Investimento ......................................................................47
3.8 Fase FEL2 - Projeto Conceitual ..................................................................................48
3.9 Fase FEL3 – Projeto Básico e Estudos Adicionais ......................................................53
3.10 Elaboração do Plano de Respostas ............................................................................57
3.11 Monitoramento e Controle dos Riscos ........................................................................57
4 CONCLUSÕES ..................................................................................................................59
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................60
13
1 INTRODUÇÃO
Muitos esforços têm sido empreendidos por organismos internacionais e nacionais de muitos
países para o desenvolvimento de ferramentas de prevenção e para a capacitação e melhoria
de ações de atendimento emergencial, afirmar Souza (1995).
Contudo, sabe-se que esses acidentes: materiais, com danos à propriedade e ainda os quase
acidentes, somam uma quantia considerável de custos adicionais e riscos potenciais a
comunidade as quais a empresa está inserida.
Hoje em dia, ainda segundo Alberton (1996), para uma empresa se consolidar no mercado é
indispensável a adequação de sua política nos mais diversos métodos de gestão. Dentre outros,
o gerenciamento de riscos se faz necessário devido à sua importância no que diz respeito à
preservação da infraestrutura de suas instalações, segurança para seus funcionários e
comunidade, meio ambiente, além de ser fundamental para a continuidade operacional.
A ênfase das empresas, na maior parte das vezes, está voltada para a continuidade
operacional da planta, ampliação de produção, ou seja, a preocupação na confiabilidade da
planta para que a produção ocorra dentro de uma carga de referência programada para o
período. Neste contexto, a realização de projetos, passa ser visto vista como um meio para atingir
a produção.
Os métodos utilizados na avaliação dos projetos das empresas são bastante amplos e
diversificados, que para Motta (2002), esses métodos podem ser desde a aplicação de
ferramentas da estatística e da matemática financeira, até a utilização de técnicas de simulação,
entre outras ferramentas para a definição de opções otimizadas.
Porém, ao se analisar esses métodos, poucos são aqueles que englobam além das
avaliações econômicas, outros aspectos, tais como os relacionados à gestão e a implementação,
aos aspectos de segurança e imagem da empresa, principalmente em projetos no setor
petroquímico, em que as perdas potenciais afetam comunidades e meio ambiente onde a
empresa está inserida, avalia Motta (2002).
Essa análise tem como intuito evitar os gastos desnecessários e retrabalho nas etapas de
execução do projeto. O FEL vem para somar-se na busca por realizações de ações que otimizem
os processos e que agregam valor, afirma Ferreira (2001).
De acordo com Verzuh (2000), o gerenciamento dos riscos é um meio pelo qual a incerteza
é sistematicamente gerenciada para aumentar a probabilidade de cumprir projetos.
Uma causa pode ser um requisito, premissa, restrição ou condição potencial que crie a
possibilidade de resultados negativos ou positivos.
Por exemplo, as causas podem incluir o requisito de uma autorização ambiental para o
trabalho, ou limitações de pessoal designado para planejar o projeto. O risco é que a agência
responsável pela autorização possa demorar mais do que o planejado para conceder a
autorização ou, no caso de uma oportunidade, pessoal adicional de desenvolvimento possa ficar
disponível para participar do planejamento e seja designado para o projeto.
Especificamente, propõe-se:
Este trabalho está delimitado a à avaliação dos projetos de capital previstos no portfólio entre
os anos de 2017 a 2018, a carteira de projetos em que os estudos de avaliação de risco são
possíveis e que tenham afinidade direta com o processo produtivo em uma indústria petroquímica
na Bahia. Nesta monografia, a empresa será referenciada com a sigla EPB (Empresa
Petroquímica na Bahia).
Considerando sua natureza, trata-se de uma pesquisa aplicada, pois objetiva gerar
conhecimentos para aplicação prática, com foco a respostas a questões especificas sobre como
a metodologia FEL é aplicada no gerenciamento de riscos dos aspectos de segurança de
processo em um estudo de caso.
17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
De acordo Silva Neto (2011), um projeto pode ser compreendido como sendo um
empreendimento com objetivo identificável, que consome recursos e opera sob pressões de
prazos, custos e qualidade, sendo, em geral, considerado como uma atividade única de uma
empresa.
Na visão de Silva Neto (2011), os projetos são compostos por uma série de ações,
denominadas atividades que formam uma cadeia com atividades predecessoras e atividades
sucessoras a cada uma, originando um final, uma rede de atividades, ao que damos o nome de
rede de projeto. Normalmente, as atividades de um projeto são agrupadas em fases que, em
conjunto, dão origem ao que chamamos de ciclo de vida.
Conforme o PMI (2013), o ciclo de vida do projeto é a série de fases pelas quais um
projeto passa, do início ao término. As fases são geralmente sequenciais e os seus nomes e
números são determinados pelas necessidades de gerenciamento e controle da(s)
organização(ões) envolvida(s) no projeto, a natureza do projeto em si e sua área de aplicação.
As fases podem ser desmembradas por objetivos funcionais ou parciais, resultados ou entregas
intermediárias, marcos específicos no escopo geral do trabalho, ou disponibilidade financeira.
As fases são geralmente limitadas pelo tempo, com um início e término ou ponto de
controle. Um ciclo de vida pode ser documentado em uma metodologia. O ciclo de vida do projeto
pode ser definido ou moldado de acordo com aspectos exclusivos da organização, setor ou
tecnologia empregada. Embora todos os projetos tenham um início e um fim definidos, as
entregas e atividades específicas conduzidas neste ínterim poderão variar muito de acordo com
o projeto.
Para Ferreira (2011), os ciclos de vida dos projetos têm como característica a definição
das fases que conectam o início ao final do mesmo. A transição de uma fase a outra é marcada
por uma transferência técnica ou entrega (pode ser de documentos, formulários, solicitações,
entre outros). Essa entrega passa por uma revisão, para garantir se a fase está completa e exata,
permitindo que o trabalho seja iniciado na próxima fase.
O PMI (2013), expõe que todos os projetos podem ser mapeados para a estrutura
genérica de ciclo de vida a seguir:
Entretanto o PMI (2013) reforça que ela não deve ser confundida com os grupos de
processos de gerenciamento de projeto porque os processos de um grupo de processos
consistem de atividades que podem ser executadas e ocorrer novamente em cada fase de um
projeto assim como para o projeto como um todo.
Ainda segundo o PMI (2013), o ciclo de vida do projeto é independente do ciclo de vida
do produto produzido ou modificado pelo projeto.
Entretanto, o projeto deve levar em consideração a fase atual do ciclo de vida do produto.
Esta visão de alto nível pode oferecer um quadro de referência comum para comparação de
projetos – mesmo que, em sua natureza, eles não sejam semelhantes.
De acordo com a metodologia do PMI (2013), estas fases compõem o ciclo de vida de
gerenciamento dos projetos, contemplando cinco grupos de processos, os quais são:
A IPA, iniciais de Independent Project Analysis, é uma empresa, sediada nos Estados
Unidos, cuja razão de ser é comparar e analisar “Projetos” (Empreendimentos) realizados em
todo o mundo.
O produto final de seu trabalho costuma ser um relatório onde há a comparação dos
parâmetros previstos do projeto como prazo, custo, segurança, e outros, com os resultados de
todos os outros projetos que possui em seu vasto banco de dados.
A metodologia FEL aplicada pela IPA apresenta diversas particularidades que devem ser
trabalhadas durante o processo, mas a grande vantagem em sua aplicação nos projetos da
empresa é a garantia de que os investimentos sejam conduzidos de forma disciplinada e que
somente os negócios vantajosos economicamente e viáveis ambientalmente sejam efetivados.
Segundo Merrow (2011) o FEL é o principal processo de trabalho dos times de projeto
anterior às autorizações para continuidade dos investimentos. O processo de trabalho é
tipicamente dividido em fases ou estágios com uma pausa para uma avaliação e decisão sobre
como proceder com o empreendimento. Os portões de avaliação devem examinar tanto os
aspectos econômicos e de negócios quanto os aspectos técnicos do projeto em um determinado
estágio.
Entretanto, para Batavia (2001) o FEL pode ser definido como uma etapa, onde ocorre
uma análise da organização e dos empreendimentos da mesma. Para esse autor, essa etapa
deve ser executada anteriormente à fase de engenharia de detalhamento, visto que, a função e
o objetivo dessa, é contribuir para a formação de um plano detalhado de engenharia e que resulte
na execução das atividades com o mínimo de mudanças e retrabalhos, nas fases posteriores.
Ainda segundo Batavia (2001), o FEL pode ser considerado um método de avaliação,
análise e desenvolvimento de projetos, que visa minimizar os erros ocorridos no momento do
planejamento, visando reduzir mudanças e retrabalhos no processo de execução.
24
Para Romero (2010) a metodologia FEL consiste no processo de validação por etapas ao
término de cada estágio de desenvolvimento, no qual são verificados os produtos desenvolvidos
em cada etapa e é recomendado ou não prosseguir para próxima fase.
Já para Barbosa (2013), o FEL se baseia na premissa de que a melhoria nas atividades
de definição do projeto reduz o número de pleitos que podem ocorrer durante a execução de
uma obra caso os custos para alterações sejam elevados.
Além disso, Barbosa (2013) cita que a metodologia é caracterizada por fazer uso de
documentações de engenharia que compõem o gerenciamento técnico, onde se procura garantir
que o produto do projeto esteja dentro das especificações técnicas esperadas.
Romano (2003), a metodologia FEL envolve em suas três etapas a análise preliminar da
organização e de seus objetivos até a estruturação do planejamento do projeto, devendo
obrigatoriamente ser realizada antes das demais etapas de projeto, como aquisição de
suprimentos.
As três etapas são separadas por portões, os quais são responsáveis pela avaliação da
qualidade e consequentemente pela aprovação dos entregáveis na fase.
Os portões de decisão devem conter análise crítica que permita ao gestor a tomada de
decisão sobre a continuidade ou não do Projeto.
25
O segundo portão está localizado ao fim do FEL 2 e é responsável por reduzir a apenas
uma, todas as alternativas levantadas na etapa do FEL 1. Aqui o foco reside em escolher o
melhor caminho a ser seguido no gerenciamento técnico do projeto para possibilitar o menor
custo, sem descuidar da qualidade e dos prazos.
26
O portão inicial está presente no fim da etapa de FEL1, essa busca avaliar e desenvolver
as oportunidades de investimento, levando em conta a atratividade do projeto, ou seja, criar valor,
analisando e identificando as oportunidades através da análise do negócio, afirma Ferreira
(2011).
Para Barbosa (2013), é a fase de definição do negócio, onde são validados o alinhamento
estratégico e a análise de mercado. A engenharia associada é baseada em índices de projetos
similares. Essa etapa implica na definição do escopo e os objetivos do empreendimento, bem
como uma estimativa inicial do montante de investimentos, prevendo uma faixa de variação do
custo entre -25% e +40%, além da análise da viabilidade do negócio, através do cálculo dos
principais indicadores de viabilidade: o cálculo da TIR (Taxa Interna de Retorno), VPL (Valor
Presente Líquido), VPI (Valor Presente do Investimento) e Payback Descontado.
Além disso, Barbosa (2013), propõe os seguintes entregáveis: declaração dos objetivos
do projeto para o negócio, definição do time núcleo, alinhamento estratégico, previsões de
mercado, declaração de escopo inicial, estudo de alternativas, estudos competitivos, estimativas
iniciais de custos e riscos.
De acordo com Romero (2010) afirma que nessa etapa é realizada e checada a aderência
do projeto à estratégia da empresa, a análise de mercado e os cenários, além de ser realizada
uma análise preliminar dos riscos.
Segundo Merrow (2011), a fase FEL-2 desenvolve e articula o escopo do projeto para um
ponto onde possamos estar seguros que todos os elementos de escopo estão considerados.
FEL-2 é a fase mais importante no desenvolvimento de qualquer projeto.
Para Melo (2013), no início do FEL-2, a tecnologia básica aplicada para o projeto deve
ser selecionada caso isso não tenha sido feito anteriormente. O escopo desenvolvido deve ser
definido, analisado e validado por todas as outras disciplinas como, por exemplo, em relação às
questões ambientais e de riscos.
Ainda segundo Melo (2013), o escopo desenvolvido em FEL-2 deve ser compreendido.
Toda a parte do escopo (utilidades, infraestrutura, tratamento de esgotos, instalações fixas,
relacionamento com comunidades, etc.) deve ser contabilizada.
Para Ferreira (2011), na fase de FEL2, após as oportunidades terem sido selecionadas
no portão FEL1, tem-se como objetivo o estudo do conjunto das alternativas e seleção da
alternativa a ser desenvolvida na etapa seguinte (FEL 3). Ou seja, aqui ocorre o planejamento
das instalações, através da seleção das melhores alternativas de engenharia dentre um conjunto
de opções.
28
Segundo Merrow (2011), projetos em FEL-2 é feita, de uma forma geral, com base em
fatores locais, status do projeto e plano de execução do projeto.
29
Ao final dessa etapa devemos ter todo o processo concluído, toda a definição do escopo
e previsões de custos e prazos confiáveis, devendo a precisão estar em torno de -15% a +25%.
Qualquer peça do escopo que não for encontrada e incluída nesta etapa terá dois efeitos
negativos no projeto:
Conforme descrito por Merrow (2011), ao final dessa etapa a decisão final ainda não será
tomada, o que deverá acontecer apenas ao final de FEL-3, contudo, projetos que entram em
FEL-3 e são cancelados trazem grandes custos e transtornos para o empreendedor. Isso realça
a importância da etapa de FEL-2 no desenvolvimento do projeto.
Nessa fase, a solução de engenharia selecionada em FEL2 é detalhada e mais VIP´s são
consideradas no desenvolvimento dos Projetos Básicos (anteprojetos). Dessa forma é possível
obter uma variação nos custos entre –10% e +10%, além da consolidação do principias
indicadores de viabilidade do negócio.
Assim, uma vez aprovada a fase de FEL3, inicia-se a execução do projeto por meio dos
processos de Engenharia Detalhada, que representa o detalhamento do projeto de engenharia
para a construção; Construção, que compreende a construção e execução da engenharia
detalhada do projeto; Início de Operação, quando é dada a partida do produto do projeto;
Operação, que compreende o início de operação do produto do projeto.
GESTÃO DE RISCOS
Gerência do Risco
Avaliação do Risco
Análise do Risco
Rovai (2005), esclarece que os riscos deverão ser listados por categorias, e será de
grande utilidade que sejam identificadas suas possíveis causas e gatilhos (elementos que
eclodem os riscos), para eventuais ações sobre estes elementos, visando reduzir os agentes
causais do risco e as prováveis consequências sobre os mesmos.
Já para o PMI (2013), identificar os riscos é um processo iterativo porque novos riscos
podem surgir ou se tornar evidentes durante o ciclo de vida do projeto. A frequência da iteração
e participação em cada ciclo variará de acordo com a situação.
O formato das especificações dos riscos deve ser consistente para garantir que cada
risco seja compreendido claramente e sem equívocos a fim de proporcionar a análise e o
desenvolvimento de respostas eficazes.
O PMI (2013), define que realizar a análise qualitativa dos riscos é o processo de
priorização de riscos para análise ou ação adicional através da avaliação e combinação de sua
probabilidade de ocorrência e impacto.
O PMI (2013) enfatiza que, o processo realizar a análise qualitativa dos riscos avalia a
prioridade dos riscos identificados usando a sua probabilidade relativa ou plausibilidade de
ocorrência, o impacto correspondente nos objetivos do projeto se os riscos ocorrerem, assim
como outros fatores, como o intervalo de tempo para resposta e a tolerância a riscos da
organização associada com as restrições de custo, cronograma, escopo e qualidade do projeto.
Essas avaliações refletem a atitude da equipe do projeto e das outras partes interessadas
do projeto em relação ao risco. Portanto, uma avaliação eficaz requer a identificação explícita e
o gerenciamento das abordagens dos riscos dos principais participantes no processo realizar a
análise qualitativa dos riscos.
Caso essas abordagens dos riscos gerem parcialidade na avaliação dos riscos
identificados, tal parcialidade deve ser identificada e corrigida com atenção.
Para o PMI (2013), realizar a análise quantitativa dos riscos é o processo de analisar
numericamente o efeito dos riscos identificados nos objetivos gerais do projeto. O principal
benefício desse processo é a produção de informações quantitativas dos riscos para respaldar a
tomada de decisões, a fim de reduzir o grau de incerteza dos projetos, tendo as entradas,
ferramentas e técnicas, e saídas desse processo estão ilustradas na Figura 8.
Algumas das principais técnicas utilizadas pela Análise de Riscos não estão ainda
suficientemente disseminadas e, consequentemente, popularizadas. A seguir, são apresentadas
breves descrições sobre as técnicas de Análise de Riscos mais utilizadas.
No entanto, por não ser tão sistemática quanto outras técnicas de Análise de Riscos,
sendo seus resultados extremamente dependentes da experiência e do conhecimento do grupo
de análise, a técnica WI é normalmente utilizada como complemento ou parte auxiliar de outras
técnicas como Checklist, HazOp e AMFE. (SOUZA, 1995)
2.5.4 Checklist
Através desta técnica, diversos aspectos do sistema são analisados por comparação com
uma lista de itens pré-estabelecidos, criada com base em processos similares, na tentativa de
descobrir e documentar as possíveis deficiências do sistema. Normalmente, os checklists são
utilizados para embasar ou fortalecer os resultados obtidos por outras técnicas de Análise de
Riscos.
Como o nome prevê, esta técnica une as características das técnicas What-if e Checklist,
combinando o brainstorming gerado pela primeira com a característica sistemática apresentada
pela segunda, resultando, desta forma, em uma análise mais detalhada e completa do sistema.
(MORAES, 2005).
2.5.7 Análise de Modos de Falha e Efeitos (AMFE) - Failure Modes and Effects Analysis
(FMEA)
Esta técnica é uma metodologia de raciocínio dedutivo que parte de um evento, uma falha
específica de um sistema, denominado evento topo, e busca determinar as relações lógicas de
falhas de componentes e erros humanos que possam gerar este evento. A análise é realizada
através da construção de uma árvore lógica, partindo do evento topo para as falhas básicas. Esta
técnica é muito utilizada para quantificar a frequência ou a probabilidade de falha de um sistema,
ou seja, a sua confiabilidade. (BINDER, 1995).
A técnica é desenvolvida por uma equipe multidisciplinar, sendo guiada pela aplicação
de palavras específicas - palavras-guia - a cada variável do processo, gerando os desvios dos
padrões operacionais, os quais são analisados em relação às suas causas e consequências.
Segundo Arendt (1993), por ser completa, sistemática e relativamente fácil de ser aplicada, o
HazOp é uma das técnicas de Análise de Riscos mais populares. (SOUZA,1995).
39
2.5.12 Técnica para Predição do Erro Humano - Technique for Human Error Predicting
A técnica para predição do erro humano busca identificar as atividades humanas que
possam gerar riscos dentro de um sistema, bem como estimar e analisar as falhas provenientes
destes erros. Uma avaliação dos fatores que influenciam a performance de operadores, técnicos
e outros trabalhadores de plantas industriais também é objetivo desta técnica. Geralmente é
utilizada como auxiliar à AAF para a estimativa de taxas de falhas relativas a erros humanos.
(MORAES, 2005)
3 INDUSTRIA PETROQUIMICA
3.1 Cenário
Silva (2015), ainda destaca como fatores de risco, neste segmento, fatores como a
natureza cíclica dos preços, visto que este é um fator de elevado risco, pois no período de baixa
do ciclo as empresas continuam arcando com elevados custos fixos inerentes da indústria
petroquímica.
Além disso, o setor tem rígida regulamentação ambiental e com elevado tempo de
maturação dos investimentos o que torna o gerenciamento de projetos um dos fatores de
diferenciação e competitividade do setor.
desenvolvimento do Projeto, bem como a realização de estudos que garantam a avaliação dos
riscos de processo em suas fases.
A empresa, assume também que os projetos devem, na sua implantação, atender aos
aspectos e melhores práticas de Sustentabilidade em alinhamento com o macro objetivo de seu
Desenvolvimento Sustentável da companhia.
A empresa define sua classificação em duas naturezas, Manutenção dos Ativos e Adição
de Valor, que se desdobram em Cestas, Categorias e Subcategorias.
Ao final de cada fase (FEL1, FEL2 e FEL3, Execução e Operação), a equipe do Projeto
deve realizar uma reunião de DR - Design Review, para avaliar se os requisitos mínimos de
qualidade dos entregáveis previstos estão em conformidade, e decidir se o Projeto está apto a
seguir para a fase seguinte.
Nesta fase, o Gerente de Projeto conduz uma avaliação para verificar as melhores
alternativas de Investimento, considerando pesquisa de mercado, estudos preliminares (EVTE
se aplicável), seleção de tecnologia, seleção de local, estimativa de custos, e análises nos
aspectos de sustentabilidade, dentre outros.
Nesta fase são realizados estudos e avaliações para definição do escopo do Projeto
objetivando definir uma única solução caracterizada como mais aderente e de melhor resultado
ao Negócio dentre as analisadas nas etapas anteriores. A avaliação de “Manter x Investir”, é
aplicada obrigatoriamente como forma de suportar as decisões de Investimento que envolvam
substituição de equipamentos com ou sem melhoria de confiabilidade.
A estrutura Analítica de risco utilizada é uma estrutura padrão, que pode ser modificada,
haja visto que novos riscos podem surgir durante o ciclo de vida de um projeto. Assim, a equipe
do projeto deve se certificar de avaliar e tratar os riscos específicos à medida que estes
apareçam, incorporando-os à lista original de riscos daquele projeto.
Impacto
Probabilidade Ameaças Oportunidades
Muito Baixo Baixo Médio Alto Muito Alto Muito Alto Alto Médio Baixo Muito Baixo
Muito Alto 0,05 0,09 0,18 0,36 0,72 0,72 0,36 0,18 0,09 0,05
Alto 0,04 0,07 0,14 0,28 0,56 0,56 0,28 0,14 0,07 0,04
Médio 0,03 0,05 0,10 0,20 0,40 0,40 0,20 0,10 0,05 0,03
Baixo 0,02 0,03 0,06 0,12 0,24 0,24 0,12 0,06 0,03 0,02
Muito Baixo 0,01 0,01 0,02 0,04 0,08 0,08 0,04 0,02 0,01 0,01
Nesta fase, conduzida pela Área de Gestão de Engenharia e Projetos, o escopo definido
é desenvolvido reunindo um conjunto de dados, instruções, especificações, desenhos e outros
documentos de engenharia, cujo conteúdo define as características básicas de uma instalação
industrial ou de um processo de produção.
Saúde,
Ordem de Integridade e Segurança e Competitividade Adição de
FASE ENTREGÁVEIS (*) Investimento Confiabilidade Meio e Produtividade Valor e
(OI) (**) Ambiente (C&P) Estrategicos
(SSMA)
Definição do local X X X X
Projeto
Básico Plano de Contratação X X X X
e Obrigatório p/
Estudos Plano de Aquisição de Equipamentos/Materiais categoria X X X
Adicionais "Confiabilidade"
Obrigatório p/
Plano de Construção e Montagem categoria X X X
"Confiabilidade"
Obrigatório p/
Plano de Comissionamento e Partida categoria X X X
"Confiabilidade"
Obrigatório p/
Plano de Encerramento e Pós-partida categoria X X X
"Confiabilidade"
Lista de Documentos a serem gerados no Projeto de
X X
Detalhamento
Obrigatório p/
Cronograma com caminho crítico e recursos
categoria X X X
carregados "Confiabilidade"
EVTE X X
Tal como outras ferramentas de análise de perigo, o objetivo principal da técnica LOPA é
determinar se existem camadas de proteção suficientes contra um cenário perigoso, para resultar
um risco tolerável.
Em teoria, para um dado cenário, apenas uma camada de proteção deve funcionar bem
para evitar as consequências. Entretanto, dado que nenhuma camada de proteção é totalmente
confiável, devemos providenciar camadas suficientes para alcançar um risco tolerável.
A técnica LOPA propicia uma base consistente para julgar se existem camadas de
proteção independentes (IPL´s) para controlar o risco de um determinado cenário. Se o risco
estimado não for aceitável, devemos acrescentar outras IPL´s. Alternativas incluindo uma
concepção intrinsecamente também podem ser levadas em conta.
Uma técnica complementar pode ser requerida para que a identificação dos riscos e
sobretudo a magnitude de seus impactos seja definida é a análise de Vulnerabilidade.
Existem várias técnicas disponíveis para realizar a análise quantitativa dos riscos, porém
cabe ao responsável pela identificação selecionar a técnica que melhor apresenta assertividade
nos impactos por ele apresentados.
Desta forma, é definido o fluxo típico para identificar perigos, avaliar e abordar o risco
apresentado. Estudos quantitativos ou semi-quantitativos podem ser usados nas Análises de
Risco de Processo.
Assim, após a identificação dos riscos, é feita a elaboração do Plano de Resposta aos
riscos. O objetivo desta identificação é concentrar esforço na definição do plano de ação dos
riscos que possuem severidade alta (vermelhos), e caso a equipe entenda necessário, os de
severidade média (amarelos).
Os riscos não priorizados serão avaliados nas reuniões periódicas de Gerenciamento dos
Riscos do Projeto para verificar se as suas severidades se mantém.
São utilizados, após inserir todas as informações necessárias na guia “Análise riscos” na
Plataforma de Gerenciamento dos Riscos do Projeto, o responsável poderá visualizar todas
58
essas informações, mais análises gráficas, tanto de distribuição de riscos por categoria de EAR
e grau de severidade, quanto quantidade de oportunidades e frequência por projeto.
Essa ferramenta irá facilitar a visualização de todos os riscos por projeto e auxiliará na
tomada de decisões. Para tanto o Painel de Riscos por Projeto é atualizado, sempre que for
atualizado.
4 CONCLUSÕES
Esta monografia apresentou a metodologia FEL, com sua principal função é otimizar a
execução do projeto evitando os impactos dos riscos oriundos de falhas de concepção em
projetos na indústria petroquímica.
Através dessa metodologia todas as variáveis de um projeto podem são analisadas e melhor
trabalhadas, onde as modificações necessárias são realizadas, assim como a utilização dos
conceitos de gerenciamento de riscos como aspecto fundamental da garantia da aplicação das
respostas aos riscos identificados em cada fase da metodologia FEL.
Apesar de ser uma metodologia que apresenta resultados, essa ainda é pouco aplicada pelas
empresas no Brasil, demonstrando que as empresas que a aplicam dispõe de uma grande
vantagem competitiva, sobretudo na avaliação e reconhecimento dos aspectos de SSMA, uma
vez que a utilização da metodologia é aplicável a empresas de processo contínuo e que dispõe
de controle de variáveis de seu processo produtivo.
No entanto, é preciso destacar que sua utilização está começando a ser disseminada
sobretudo com o uso de softwares, que executam o papel de sistema de informação de
gerenciamento de projetos, que assumem papel de direcionadores de ações de apoio ao gerente
de projetos, impulsionando a estes gerentes a necessidade de aprofundamento contínuo na
metodologia FEL.
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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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