Antropologia Forense e Patologia Forense 39

Capítulo 3

Antropologia Forense
e Patologia Forense
O Estado da arte
Eugénia Cunha e Cristina Cattaneo

Resumo
Este capítulo apresenta uma análise crítica da antropologia forense. Uma avaliação da
concepção de antropologia forense entre os países europeus e americanos é tentada. Além
disso, os autores se propuseram a identificar os campos crescentes nos quais o
antropólogo está envolvido, sozinho ou em conjunto com patologistas forenses.
Certificação, requisitos de treinamento e ensino são bastante heterogêneos nos vários países
analisados. No entanto, embora o perfil do antropólogo forense não seja fácil de alcançar,
particularmente em toda a Europa, os autores foram capazes de identificar alguns esforços - ainda
não o suficiente, no entanto - para a uniformização dos procedimentos mais confiáveis, a fim de
enfrentar os desafios crescentes e novos de antropologia forense. Os autores reconhecem pelo
menos 11 subáreas nas quais o antropólogo forense pode estar envolvido, o que é um bom
testemunho do crescimento exponencial desta disciplina nos últimos anos.

Palavras-chave: Antropologia forense; patologia forense; interdisciplinaridade; Europa.

1. euNTRODUÇÃO
O principal objetivo deste capítulo é duplo: avaliar se o conceito de
antropologia forense é o mesmo entre os países europeus e americanos,

A partir de Antropologia Forense e Medicina: Ciências

Complementares da Recuperação à Causa da Morte
Editado por: A. Schmitt, E. Cunha e J. Pinheiro © Humana Press Inc., Totowa, NJ
39
40 Cunha e Cattaneo

e identificar os campos de cultivo em que o antropólogo está envolvido, juntamente

com patologistas forenses ou médicos especializados em medicina legal.

2. WHAT IS FORENSIC UMANTROPOLOGIA?

HOW DOES euT COMPLEMENTO FORENSIC PATOLOGIA?
CHO euS THE FORENSIC UMANTROPÓLOGO?
O que é um antropólogo forense? Em particular em toda a Europa, esta é
uma questão muito delicada, e pode dizer respeito mais à experiência e à
formação do que a qualificações académicas específicas, pelo menos neste
momento. Em países anglo-saxões, nomeadamente os Estados Unidos e o Reino
Unido, o antropólogo forense enquadra-se numa categoria definida, ou seja, a de
um indivíduo que pratica antropologia forense (AF), sendo esta “a aplicação da
antropologia física ao contexto forense . ” Nos Estados Unidos, a disciplina é mais
organizada pelo menos no que diz respeito ao treinamento, enquanto na Europa
o problema permanece intacto. Nos Estados Unidos, a Seção de Antropologia
Física, parte da Academia Americana de Ciências Forenses, existe desde 1971–
1972, e tem como principal interesse o perfil profissional dos praticantes de AF. Em 1977, os
membros da seção desenvolveram um procedimento de certificação (1) Dentro
1989, já era reconhecido que "uma revolução na formação de antropólogos forenses"
havia ocorrido (2) A ascensão e o desenvolvimento da FA nos Estados Unidos são de
fato bem documentados (1,3,4) A cada ano, para manter seu status, os diplomatas em
FA são obrigados a resumir o número e os tipos de casos que relataram, o que é uma
boa maneira de rastrear o trabalho que está sendo feito no campo (1), embora os
regulamentos possam mudar drasticamente de estado para estado. Nos Estados
Unidos, várias universidades oferecem cursos de graduação e pós-graduação em FA, o
que, junto com a grande quantidade de publicações sobre o tema (inclusive livros
inteiros) em particular nos últimos 5 anos, atesta o crescimento desta disciplina na
América do Norte. . A realidade na Europa agora é bem diferente.

Novamente, nos Estados Unidos, para alguns estados, como o Tennessee,

existem estatísticas de casos de FA que datam de 1971 (5,6) Para o Canadá, os
números sobre o número de casos também estão disponíveis (7) Alguns países
europeus, ou pelo menos algumas cidades desses países (8,9), também possuem esses
tipos de dados, mas, pelo que os autores sabem, nunca foi realizada uma comparação
entre diferentes países, o que impossibilita uma comparação precisa com a realidade
americana.
Finalmente, enquanto nos Estados Unidos, FA é uma profissão totalmente regulamentada
(10), na Europa, até onde os autores sabem, somente na Inglaterra a credibilidade da
FA é alcançada por meio do Conselho para o Registro de Praticantes Forenses.