Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PORTO - PORTUGAL
2023
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS
(PORTO - PORTUGAL)
À minha filha Catarina Guimarães.
AGRADECIMENTOS
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................- 7 -
METODOLOGIA..............................................................................................................................- 9 -
1. O QUE É A BIOLOGIA FORENSE................................................................................................- 10 -
2. ÁREAS DA BIOLOGIA FORENSE (MAIORES ÁREAS DE ATUAÇÃO)...........................................- 11 -
3. ENTOMOLOGIA FORENSE........................................................................................................- 14 -
3.1. História da Entomologia Forense....................................................................................- 14 -
4. COMO A ENTOMOLOGIA FORENSE PODE INFLUENCIAR E/OU AJUDAR A MEDICINA LEGAL - 17 -
4.1. A Entomofauna e o cadáver............................................................................................- 18 -
4.2. Entomologia Forense e sistema judicial..........................................................................- 19 -
5. SITUAÇÃO DA ENTOMOLOGIA FORENSE NA MEDICINA LEGAL NO MUNDO, BRASIL E EM
PORTUGAL.......................................................................................................................................- 20 -
6. CONCLUSÃO.............................................................................................................................- 22 -
REFERÊNCIAS...............................................................................................................................- 24 -
A ENTOMOLOGIA FORENSE E O SEU PAPEL NA MEDICINA
LEGAL: INDICAR O PONTO DE SITUAÇÃO EM PORTUGAL
1
Elizabeth Matias Pereira
2
Prof. Dr. Luis Fernando Benitez Macorini
INTRODUÇÃO
Durante décadas, a Ciência Forense tem sido aliada das agências de aplicação da lei e,
com os avanços da ciência e da tecnologia, essa relação tornou-se essencial para o
desmembramento de inúmeros casos criminais (FISHER, 2014).
1
Graduanda em Ciências Biológicas pela UNIGRAN Capital.
2
Graduado em Biomedicina pelo Centro Universitário da Grande Dourados (UNIGRAN), Mestre e
Doutor em Ciências da Saúde com área de concentração em Farmacologia e Toxicologia pela
Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).
Com isso, se verifica a importância da Entomologia Forense uma ciência que faz uso
de conhecimentos acerca da biologia e comportamento de insetos para auxiliar um processo
investigativo na elucidação de questões judiciais tais como morte violenta, uso de
entorpecentes, danos em bens ou imóveis, contaminação de materiais ou produtos estocados e
inúmeros outros casos que se apresentam à investigação (OLIVEIRA-COSTA, 2011).
Com uma certa perspicácia olfativa, os insetos captam os diversos odores dos gases
desprendidos nas distintas fases de decomposição cadavérica, muito antes que tais odores
sejam percebidos pelo olfato humano, apresentando grandes evoluções de estudos nas últimas
décadas, permitindo que a perícia entomológica revele, por exemplo, o intervalo pós-morte
(IPM) dos cadáveres analisados, desvende os elementos do local do crime e a causa da morte,
alcançando maior precisão investigativa (CARVALHO ET AL., 2000).
A segurança pública é discutida nas esferas da sociedade, sendo necessário o
entendimento da sua evolução a partir do uso das tecnologias disponíveis à otimização da
investigação policial. As ferramentas de geoinformação ajudam a entender os fenômenos que
contribuem à violência e demarcam os pontos de homicídios. Também é importante na
melhoria da gestão em segurança a utilização de evidências biológicas em locais de crime
com casos de cadáveres desovados, como a Entomologia Forense, que estuda o uso dos
insetos em procedimentos legais. O objetivo é assegurar a importância do
georreferenciamento da criminalidade nas cidades e o uso dos insetos forenses na elucidação
de mortes violentas. Realizou-se revisão bibliográfica do tema, na qual o
georreferenciamento auxilia na gestão da segurança pública, demarcando os pontos de maior
incidência de homicídios e mesmo a entomologia forense sendo uma ciência antiga, há pouca
interação entre academia e polícia técnico-científica. Conclui-se que o georreferenciamento e
a entomologia forense são fortes aliados da segurança pública, um localiza pontos
estratégicos de violência e a outra utiliza insetos necrófagos na identificação de cadáveres
(THAISSA FERNANDES DA SILVA RODRIGUES, 2023).
Mas, para ter uma resposta mais eficaz para esse objetivo geral, traçou-se os seguintes
objetivos específicos em que será abordado a importância dos insetos para estudos de
biologia forense, e indicar o ponto de situação em Portugal e mencionando os objetivos deste
trabalho. Este trabalho é de natureza básica. Os métodos do estudo bibliográfico tiveram
como tipo de pesquisa: exploratória e explicativa. Portanto, nos capítulos dessa pesquisa
verificam-se primeiramente os conceitos e a história da biologia forense, no segundo capítulo
vou abordar temas sobre as áreas da biologia forense (maiores áreas de atuação). Vou
mencionar brevemente suas áreas de abrangência e aplicações criminais, em três categorias
distintas: urbana, produtos estocados e médico-legal. Por fim, no último capítulo, devo
entender a necessidade de explicar que a fauna entomológica em Portugal encontrada é de
grande valor para estudos de biologia forense, dando maior ênfase a entomologia forense
médico-legal, para tal irei fazer a revisão das literaturas sobre este tema. A entomologia
forense aplica o conhecimento de taxonomia, biologia e ecologia de insetos e outros
artrópodes para solucionar problemas de cunho legal (CATTS & GOFF, 1992; SMITH,
1986). De acordo com LORD E STEVENSON (1986), essa ciência é subdividida em três
categorias: urbana, de produtos estocados e médico-legal.
Assim sendo, apresento a minha pergunta para esta pesquisa: Qual o impacto da
Biologia Forense em Portugal e o seu papel na Medicina Legal utilizando a entomologia
forense como vector para uma optimização da resolução de casos médico-legais, modificando
os comportamentos e incentivando o exercício da ciência baseada na evidência? Entendo,
neste contexto, o presente trabalho apresenta um levantamento sobre a importância do
biólogo forense na resolução de crimes em Portugal, bem como os benefícios das técnicas das
principais áreas da biologia, em destaque a entomologia forense, utilizadas na investigação de
um crime.
METODOLOGIA
A biologia forense é a ramo da biologia que engloba a âmbito criminal. Ela integra
outras áreas que se ligam a botânica, genética, entomologia, ornitologia, toxicologia,
patologia, biologia molecular envolvendo técnicas baseadas em DNA ou proteína.
(WIKIPEDIA, 2023)
Os biólogos forenses podem examinar o sangue além de outros fluidos corporais,
cabelos, ossos, insetos, plantas e animais para auxiliar na identificação de suspeitos
criminosos e apoiar as investigações criminalísticas. A tecnologia é uma grande aliada no
laboratório e no campo e biólogos forenses recolhem e analisam evidências biológicas que
podem ser encontradas em armas, vestes e outros objetos para identificar o tempo e a causa
da morte por exemplo (WIKIPEDIA, 2023).
Além de colaborar na resposta de crimes, o biólogo forense também atua na
investigação relacionada a poluição ambiental por empresas, ameaças à saúde humana e
animal, investigar tráfico de animais e diversos outros crimes envolvendo a fauna e flora
(WIKIPEDIA, 2023).
É fundamental que os biólogos forenses mantenham comprovativos fidedignos e
esmiuçados além de escreverem relatórios sobre os apanhados biológicos. O cuidado e
minúcia é de fundamental importância para a área devido a falhas que podem ser efetivados
por descuidos levando a evidências se tornarem inúteis no tribunal. (WIKIPEDIA, 2023).
Biólogos forenses sênior podem ser testemunhas em tribunais sobre suas averiguações
(MARCEL, 2015).
Na área forense, os recursos de biologia vêm contraindo maior grau de importância no
avançar dos últimos vinte e cinco anos. Isso em função da progressão de técnicas cada vez
mais sofisticadas e em número cada vez maior (CONCURSO, 2018).
Durante décadas, a Ciência Forense tem sido aliada das agências de aplicação da lei e,
com os avanços da ciência e da tecnologia, essa relação tornou-se essencial para o
desmembramento de inúmeros casos criminais (FISHER, 2014).
Ultimamente, parte da população começou a se cativar e dar importância para a
ciência no desvendamento de crimes, fato esse que pode ser explanado pelo progressivo
esclarecimento veiculada em programas de televisão, filmes, documentários e séries sobre o
assunto. Indícios físicos que não são coletadas, documentadas e preservadas de modo
apropriado não detêm valor científico em investigações criminais. A função do perito
criminal que pela definição é um profissional que adquiriu aptidões acima do padrão
relacionadas a um sujeito, técnica ou conhecimento. Portanto, é ele que ficará encarregue de
recolher e investigar a “evidência imperceptível” ali presente, como cabelo, pele, fluidos
corporais, fibras microscópicas, e vestígios de itens presumivelmente desnecessários, mas
que se revelam como importantes componentes do impasse (WIKIPEDIA, 2023).
A Ciência Forense é uma área interdisciplinar envolvendo várias áreas que são
responsáveis por auxiliar em investigações criminais (FOLTRAN; SHIBATTA, 2011).
Dentro desta Ciência, se contextualiza a biologia forense, na qual se aplicam
conhecimentos da biologia para auxiliar nessas investigações, tendo como base suas
principais áreas, a Genética Forense, Papiloscopia Forense, Hematologia Forense,
Toxicologia Forense, Botânica Forense e Entomologia Forense. Uma área na qual está
ligada a identificação do ser humano é a Genética forense, que tem como objetivo facilitar o
reconhecimento de pessoas utilizando-se traços de DNA encontrados e resíduos como saliva,
sangue, fios de pelos e cabelos. No entanto, esta área não é muito útil quando se trata da
identificação de corpos que estão em avançado estado de decomposição (CORTE; VIEIRA,
2015), no caso de cadáveres em bom estado de conservação, as amostras mais proveitosas
utilizadas na identificação são, sangue e unhas. A Genética forense é de extrema importância
em uma cena criminal, podendo atuar não apenas em identificação de corpos, mas também
em investigações que envolva identificação de parentesco familiar, para casos assim,
habitualmente as amostras utilizadas são sangue ou células epiteliais da mucosa bucal
(AMORIM, 2015).
Para a Papiloscopia Forense na qual é uma forma de identificação humana que
utiliza as impressões digitais, portanto, é possível identificar se suspeitos apresentam
correspondências de impressões digitais como as encontradas em objetos relacionados a cena
do crime. Dividindo-se em 3 partes, a datiloscopia sendo o reconhecimento através das
pontas dos dedos, a quiroscopia que consiste na identificação através das palmas das mãos e a
podoscopia que é o reconhecimento através das impressões digitais dos pés (SENNA, 2014).
Pela Papiloscopia é possível identificar se os suspeitos apresentam correspondências de
impressões digitais como as encontradas em objetos relacionados a cena do crime. Os tipos
de impressões digitais que podem ser encontradas em locais em que ocorreram a
criminalidade são: as moldadas que se localizam em objetos que apresentam um certo tipo de
depressão (em exemplo, o gesso sendo atingido por uma bala), as visíveis que se encontram a
olho nu por ter “absorvido” sangue, tintas entre outros, e as latentes que são vistas através da
utilização de técnicas específicas (SENNA, 2014).
Mortes e crimes violentos são frequentemente veiculadas nos dias de hoje, assim
como em cenas de crime na qual são usadas facas e armas de fogo, a Hematologia Forense é
uma área da ciência em que são estudadas manchas ou gotas de sangue em 4 cenas de crime.
Quando não se tem certeza se o sangue é “real”, é levado uma amostra ao laboratório para
consultar se há material hemático, os testes de orientação possibilitam resposta em cores, no
caso, se há reação de cor, ele se torna positivo (DEL-CAMPO, 2008).
A Toxicologia Forense determina a identificação de substâncias que podem estar
relacionadas na causa da morte do indivíduo, ela é realizada através de materiais biológicos
(saliva, suor, secreções nasais, urina etc.), portanto a toxicologia forense tem como finalidade
detectar substâncias tóxicas que possam levar a algum dano ao organismo podendo acontecer
por vários fatores como o uso de drogas, envenenamento, suicídio e diversas outras razões
(CASTELARI ET AL., 2018).
Há uma variedade de técnicas que podem ser utilizadas na toxicologia forense, mas
varia de acordo com o caso e o tipo de análise que desejam exercer. Analisando uma cena de
crime, podem ser encontrados vestígios vegetais que dão boas sugestões sobre a procedência
dos envolvidos. Pela Botânica Forense podem ser detectadas plantas específicas nas roupas
dos indivíduos envolvidos, e por meio dela ser descobertos os lugares onde ocorreram o
crime ou informações relevantes sobre o caso (BEZERRA; CAVALCANTE; LIMA, 2020).
Há uma complexidade de áreas na Botânica Forense, são elas a Dendrocronologia
(estuda a idade do tronco das árvores), Limnologia (estudo ecológico de águas continentais
ou interiores), Palinologia (estudo do pólen), Ficologia (estudo das algas), Ecologia vegetal
(estuda a abundância das plantas), Biogeografia (estuda os seres vivos no espaço geográfico)
e várias outras (BEZERRA; CAVALCANTE; LIMA, 2020).
É por meio da Botânica Forense que podem ser encontrados indícios ou rastros
vegetais que fornecem boas indicações sobre a origem das pessoas envolvidas na cena de um
crime. É possível identificar informações relevantes sobre o ocorrido, como a descoberta da
autoria do crime ou se o indivíduo teve contato com o local investigado (SCHONS;
CIARNOSCHI; SCHMITZ; SILVA, 2018).
A Botânica possui uma complexidade de áreas, sendo as principais, a
Dendrocronologia, uma ciência na qual estuda a idade dos troncos de árvores por meio dos
anéis de crescimento e sua relação com o ambiente possibilitando conhecer florestas que
ainda não foram estudadas (SCHONS; CIARNOSCHI; SCHMITZ; SILVA, 2018), a
Limnologia é o estudo ecológico de águas continentais ou interiores (lagos, rios e
reservatórios) possuindo uma grande importância no monitoramento e recuperação dos
corpos de água (POMPÊO, 2008), outra ciência correspondentes, se tratando do estudo das
algas é a Ficologia, sendo de grande relevância, em razão de que é produtor primário no
ecossistema aquático, a Ecologia Vegetal é a área na qual estuda a abundância das plantas,
suas interações entre membros da mesma ou diferentes espécies, e como é o seu contato com
o meio ambiente, e a Biogeografia é a ciência na qual explora os seres vivos no espaço
geográfico, determinando o que leva ao indivíduo viver em um certo lugar através de estudos
e observações. No entanto, a Botânica Forense é mais utilizada para estudos relacionados a
Palinologia, ciência na qual estuda o pólen, podendo fornecer pistas relacionadas às variações
sazonais referente ao crime (DAMAS ET AL., 2016).
A Entomologia Forense trata dos insetos contribuindo para a identificação do crime.
Sendo possível por meio dos insetos saber ocorrências que poderão ajudar na elucidação do
crime (SANTANA; BOAS, 2012).
Segundo KEH (1985) os insetos que estão relacionados aos corpos, podem ser
classificados de 4 maneiras, os Necrófagos que são insetos que se alimentam de tecidos em
decomposição, os Omnívoros podendo ter uma refeição ampla (comer diversos alimentos), os
Parasitas e Predadores que tem uma alimentação semelhante um do outro, enquanto os
Parasitas se alimentam da entomofauna cadavérica (insetos que se alimentam de cadáveres),
os predadores se sustentam por meio dos insetos cadavéricos, e os acidentais que se
encontram acidentalmente no local do cadáver (SANTANA; BOAS, 2012).
Em casos que foram usados entorpecentes, dependendo das substâncias que estão
presentes no corpo da vítima, podem acelerar ou diminuir o surgimento dos insetos
necrófagos (insetos que se alimentam de tecidos em decomposição) (CARNEIRO, 2017).
Sendo, a temperatura um fator que pode influenciar no tempo de decomposição e
colonização do corpo, podendo induzir demasiadamente em relação a sua putrefação
(apodrecimento) e a atuação dos insetos (PINHEIRO, ET AL., 2012).
Para CATTS E HASKELL (1991), a Entomologia forense em casos que envolva
morte violenta, são imprescindíveis visto que os primordiais questionamentos são referentes a
identidade do cadáver, a data da morte da vítima, o local em que ocorreu, como aconteceu o
crime ou se o acidente tenha sido acidental ou criminal (SANTANA; BOAS, 2012).
Para casos de morte violenta, se faz necessário identificar o cadáver, uma vez que em
casos que envolva insetos necrófagos isso não se torna impossível, portanto, se tornando
plausível a extração de sangue do trato digestório dos insetos, podendo então, ser realizado o
exame de DNA. Cada divisão na área da Biologia desempenhará um papel importante na
elucidação do crime (SANTANA; BOAS, 2012).
3. ENTOMOLOGIA FORENSE
%C3%81LISE_DA_ENTOMOFAUNA_EM_CAD%C3%81VER_DE_SUS_SCROFA_LINNAEUS_NA_REGI%C3%83O_DE_OEIRAS_PORTUGAL )
No final do século XX, a Entomologia Forense foi aceite em muitos países como uma
ferramenta forense importante (GOFF ET AL. 1991; GREENBERG 1991; CATTS E GOFF
1992; INTRONA ET AL. 1998, 2001). Esta disciplina manteve-se principalmente devido ao
médico Leclercq e ao biólogo Nuorteva, que conservaram um interesse nos casos judiciais,
criando mais bases para o desenvolvimento desta disciplina (MARQUES, 2008).
Os primeiros estudos realizados na Europa para o auxílio da determinação do IPM
mínimo foram realizados por Leclerq e Leclerq, Leclerq, Nuorteva e Nuorteva et al., sendo
seguidos por vários outros trabalhos (MARQUES, 2008).
Uma das áreas mais relevantes da entomologia forense é a entomotoxicologia que
consiste na aplicação de métodos analíticos da toxicologia a insetos de interesse forense. Os
primeiros estudos de entomotoxicologia forense na Europa foram realizados por BEYER ET
AL. E NUORTEVA E NUORTEVA (a partir dum caso de 1977), sendo seguidos por vários
outros trabalhos (DIAS, 2014).
Em Portugal os estudos de sucessão em entomologia forense iniciaram-se em 2005
por Prado e Castro através dos quais foram registadas novas espécies associadas a cadáveres,
incluídas nas famílias Calliphoridae (11 espécies), Piophilidae (6 espécies) [e Sarcophagidae
(10 espécies). Estes estudos contribuíram grandemente para o conhecimento de dípteros
atraídos para cadáveres em Portugal (DIAS, 2014).
A Entomologia Forense é uma ciência que se dedica ao estudo dos insetos como uma
ferramenta auxiliar na investigação criminal. Os insetos podem ajudar na investigação de um
crime ao fornecer uma estimativa do tempo decorrido desde a morte, também conhecido
como intervalo post-mortem (IPM), com base no tempo que os insetos levam para se
desenvolver do ovo ou larva até a fase em que são encontrados no cadáver (CARINA REIS,
2013).
A Entomologia Forense consiste no estudo da interacção de insetos e outros
artrópodes com questões legais, podendo ser dividida em três áreas principais: a urbana, a
referente a produtos alimentares e a médico-legal (BYRD E CASTNER, 2001). A primeira
diz espeito a disputas relativas ao meio ambiente que envolvam insetos e inclui ações de
negligência relacionadas com infestações, por exemplo, de enfermarias (hospitais) ou de
cadáveres (agências funerárias), com larvas de insetos. A segunda relaciona-se com a
presença de artrópodes ou parte deles, em alimentos ou produtos empregues na sua
confecção. A Entomologia Médico-Legal visa, nomeadamente, a utilidade dos insetos na
resolução de casos criminais (HALL, 2001).
A última área é particularmente importante na investigação criminal, pois permite
determinar onde o crime ocorreu com base nas informações sobre a fauna encontrada na
região; o autor do crime pode ser identificado ao comparar os insetos ou fragmentos
encontrados no suspeito e na vítima, ou no suspeito e no local do crime (DIAS, 2014).
A atração que os líquidos e gases expelidos pelo processo de decomposição do corpo
causam é o que desencadeia o processo de colonização de um cadáver por insetos. Devido ao
seu olfato apurado, os insetos captam os odores expelidos pelos cadáveres muito antes que os
seres humanos os percebam. Sendo assim, eles são os primeiros a chegar à cena do crime,
onde se instalam e se reproduzem. Isso ocorre porque a carne decomposta oferece um
excelente habitat, seja para acasalamento, para a colocação de ovos ou como fonte de
proteína. Portanto, esses insetos funcionam como verdadeiras "testemunhas", pois espécies
específicas são atraídas seletivamente em cada fase de decomposição. As espécies de insetos
e o padrão de colonização de cadáveres podem variar de acordo com várias causas, sendo
uma das mais relevantes a região geográfica ou zona biogeoclimática (DIAS, 2014).
A entomologia forense tem a sua base na interação entre insetos, ciência e o sistema
judicial. Uma das áreas de ação da entomologia forense é a vertente médico-criminal, que é a
área em que se insere este trabalho, pois é a que utiliza os insetos como auxílio para a
resolução de crimes, principalmente na estimativa do intervalo post-mortem (IPM) (DIAS,
2014).
Um cadáver pode também ser considerado um micro-habitat temporário, uma fonte de
alimento em rápida mudança para variadas formas de vida (DIAS, 2014).
A maioria dos animais que aparece na carne em decomposição são artrópodes e dentro
destes, os insetos são o grupo predominante, quer em termos de indivíduos presentes, como
em biomassa (peso total de indivíduos) e em diversidade (número de espécies). Em média,
cerca de 85% dos animais presentes num cadáver são insetos. Estes são essenciais na
reciclagem de material orgânico na natureza, dedicando-se à sua degradação em elementos
mais simples (DIAS, 2014).
A entomologia forense tem a sua base na interação entre insetos, ciência e o sistema
judicial. Uma das áreas de ação da entomologia forense é a vertente médico-criminal, que é a
área em que se insere este trabalho, pois é a que utiliza os insetos como auxílio para a
resolução de crimes, tem sido utilizada como forma de contribuir para o esclarecimento de
algumas questões judicias, relacionando o processo de aparecimento de diferentes espécies de
insetos no cadáver, desde a postura dos ovos até o seu estado adulto, estudando
pormenorizadamente os seus caracteres em relação ao tempo de evolução da decomposição
do cadáver principalmente na estimativa do intervalo post-mortem (IPM), que sobretudo se
encontrem em avançado estado de putrefação, onde alguns métodos usualmente
recomendados falham (DIAS, 2014).
É impossível dizer, com completa certeza, quando a morte ocorreu, exceto em casos
em que esta é presenciada. Apesar disso, através de achados no cadáver e no local do crime é
possível estimar um intervalo de tempo em que é mais provável a morte ter ocorrido. Quanto
menos tempo tiver decorrido após a morte mais precisa será essa estimativa. Esse intervalo é
obtido pela conjugação de vários dados obtidos pela observação do cadáver e do local de
morte, nomeadamente, rigor mortis, livor mortis, algor mortis, e decomposição, atendendo-se
às condições ambientais do local, sendo a temperatura um fator de elevada importância
(DIAS, 2014).
Um cadáver pode também ser considerado um micro-habitat temporário, uma fonte de
alimento em rápida mudança para variadas formas de vida. A maioria dos animais que
aparece na carne em decomposição são artrópodes e dentro destes, os insetos são o grupo
predominante, quer em termos de indivíduos presentes, como em biomassa (peso total de
indivíduos) e em diversidade (número de espécies). Em média, cerca de 85% dos animais
presentes num cadáver são insetos. Estes são essenciais na reciclagem de material orgânico
na natureza, dedicando-se à sua degradação em elementos mais simples (DIAS, 2014).
ANA ROSA (Brasil). Portal São Francisco. Biologia Forense. 1998. Disponível em:
https://www.portalsaofrancisco.com.br/biologia/biologia-forense. Acesso em: 01 out. 2023.
BARBOSA, Bruno Corrêa. Entomologia Forense. 2013. Disponível em:
https://www.infoescola.com/biologia/entomologia-forense/. Acesso em: 01 out. 2013.
BIOLOGIA FORENSE. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia
Foundation,2023. Disponível em:<https://pt.wikipedia.org/w/index.php?
title=Biologia_forense&oldid=65803379>. Acesso em: 3 mai. 2023.
BIRD, Jason; TOMBERLIN, Jeffery. Insects of Forensic Importance. Forensic Entomology :
Insects of Forensic Importance. 3rd Edition. The Utility of Arthropods in Legal
Investigations, Boca Raton. 2019.
CAINÉ, Laura Sofia Ramos Mendes - Entomologia forense : identificação genética de
espécies em Portugal [em linha]. Coimbra : 2010. Tese de doutoramento. Disponível na
WWW:<http://hdl.handle.net/10316/14540
CANEPARO, Maria Fernanda da Cruz; CORRêA, Rodrigo César; MISE, Kleber Makoto;
ALMEIDA, Lúcia Massutti de. Entomologia médico-criminal. Estudos de Biologia,
Curitiba, v. 34, n. 83, p. 1-223, 27 nov. 2012. Pontificia Universidade Catolica do Parana -
PUCPR. http://dx.doi.org/10.7213/estud.biol.7334.
CARNEIRO, Aparecida Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser.
2005. Tese (Doutorado em Educação) – Curso de Educação – Universidade de São Paulo,
São Paulo, 2005
CASTRO, Catarina. Seasonal carrion Diptera and Coleoptera communities from Lisbon
(Portugal) and the utility of forensic entomology in legal medicine. 2011. 186. Tese de
doutoramento, Biologia (Ecologia) - Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2011.
CENTEIO, Neiva Amenelique Gonçalves. ENTOMOLOGIA FORENSE DA VIDA
SELVAGEM: MORFOLOGIA COMPARADA DE ESTÁDIOS IMATUROS E
ADULTOS DE CALLIPHORIDAE RECOLHIDOS EM CADÁVERES DE FAUNA
SELVAGEM.: mestrado em ecologia e gestão ambiental. 2011. 77 f. Dissertação (Mestrado)
- Curso de Biologia, Biologia Animal, Universidade de Lisboa Faculdade de Ciências,
Lisboa, 2022. Disponível em:
https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/5563/1/ulfc092736_tm_neiva_centeio.pdf. Acesso
em: 01 out. 2023.
CONGRESSO NACIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 15., 2015, Ribeirão
Preto. HISTÓRICO E IMPORTÂNCIA DA ENTOMOLOGIA FORENSE: SABELA
FERREIRA DE MORAES. Ribeirão Preto: Unaerp, 2015. 5 p. Disponível em:
https://www.conic-semesp.org.br/anais/files/2015/trabalho-
1000020419.pdf#:~:text=Entomologia%20Forense%20%C3%A9%20um%20estudo%20de
%20interesse%20legal%2C,de%20grande%20confiabilidade%2C%20pois%2C%20atuam
%20como%20%E2%80%9Ctestemunhas%20silenciosas%E2%80%9D. Acesso em: 01 out.
2023.
COSTA J.O 2010. Entomologia Forense - Quando os insetos são vestígios - 3ª edição.
COSTA J.O 2013. Insetos “Peritos” – Entomologia Forense no Brasil
COSTA, Susana. A justiça em laboratório. Aná. Psicológica, Lisboa, v. 20, n. 3, p. 311-329,
jul. 2002. Disponível em <http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-
82312002000300006&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 04 maio 2023
GUELLITY MARCEL. Eu Quero Biologia. Biologia Forense – Áreas de atuação, salário e
empregos. 2015. Disponível em: https://www.euquerobiologia.com.br/2015/10/biologia-
forense-areas-de-atuacao-salario-e-empregos.html. Acesso em: 01 out. 2023.
GUELLITY, MARCEL (13 de outubro de 2015). «Biologia Forense – Áreas de atuação,
salário e empregos». Consultado em 22 de fevereiro de 2018.
HALL, Martin et al. Entomologia forense. Science in School. Disponível em:
https://www.scienceinschool.org/pt-pt/article/2015/forensic-pt-pt/. Acesso em: 01 out. 2023.
INIAV (org.). Laboratório de entomologia. 2023. Disponível em:
https://www.iniav.pt/sanidade-vegetal/lab-entomologia. Acesso em: 01 out. 2023.
LEITE, Antonio Francisco Silva. A importância do da entomologia forense para área de
saúde: uma revisão integrativa. 2018. 18 f. Tese (Doutorado) - Curso de Enfermagem,
Coordenação do Curso de Enfermagem, Universidade Federal do Maranão, Maranhão, 2018.
MARCEL, G. Biologia Forense – Áreas de atuação, salário e empregos. 13 out 2015. Post.
Disponível em: https://www.euquerobiologia.com.br/2015/10/biologia-forense-areas-de-
atuacao-salario-e-empregos.html. Acesso em: 14/11/2023.
MARQUES, Ana Maria de Almeida. UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE
CIÊNCIAS D EPARTAMENTO DE B IOLOGIA A NIMAL ENTOMOLOGIA
FORENSE: análise da entomofauna em cadáver de sus scrofa (linnaeus), na região de oeiras,
portugal. 2008. 55 f. Tese (Doutorado) - Curso de Ciências, Biologia Animal, Universidade
de Lisboa Faculdade de Ciências, Lisboa, 2008.
QCONCURSO (Rio de Janeiro). Prova: NUCEPE - 2018 - PC-PI - Perito Criminal –
Farmácia. 2018. Disponível em:
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/questoes/f4151184-84. Acesso em: 01
out. 2023.
REIS, Carina. Segurança e Ciências Forenses: entomologia forense. Entomologia Forense.
2013. Disponível em: https://segurancaecienciasforenses.com/2013/01/15/entomologia-
forense/. Acesso em: 01 out. 2023.
Revista EDUCAmazônia - Educação Sociedade e Meio Ambiente, Humaitá,
LAPESAM/GISREA/UFAM/CNPq/EDUA – ISSN 1983-3423 – IMPRESSA – ISSN 2318 –
8766 – CDROOM – ISSN 2358-1468 - DIGITAL ON LINE 330 Vol XXV, Núm 2, jul-dez,
2020, pág. 330-345. A CIÊNCIA PARA A RESOLUÇÃO DE CRIMES: O PAPEL DA
BOTÂNICA FORENSE NO ÂMBITO CRIMINAL
RODRIGUES, Thaissa Fernandes da Silva et al. A importância do geoprocessamento
criminal e a entomologia forense para a segurança pública (Paper 551). 2023. Periodico
UFPA - PAPERS DONAE. Disponível em:
https://www.periodicos.ufpa.br/index.php/pnaea/article/view/14464. Acesso em: 01 out.
2023.
SANTOS, Anderson. As principais linhas da biologia forense e como auxiliam na resolução
de crimes. Revista Brasileira de Criminalística, v. 7, n. 3, p. 12-20, outubro 2018.
SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "O que é Biologia Forense?"; Brasil Escola. Disponível
em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/biologia/o-que-e-biologia-forense.htm. Acesso em
14 de novembro de 2023.
SEBASTIÃO, Manuel Lemba. Contribuição da Entomologia na Investigação Forense da
Morte.: caraterização da fauna cadavérica do município de viana, luanda/angola. 2012. 94 f.
Tese (Doutorado) - Curso de Medicina, Medicina Legal e Ciências Forenses, Faculdade de
Medicina da Universidade de Coimbra, Coimbra, 2012.
SERAFIM, Teresa (ed.). Nova mosca dos cadáveres detectada em Portugal, Espanha e
Itália. Público. Portugal, 08 ago. 2017. Destaque, p. 1-29.
SOLANO, K.V. & RAMÍREZ-MORA, M.A., 2015. - Morfología de los genitales masculinos
de tres especies de Muscidae (Insecta: Diptera) de importancia forense en Colombia. Bol.
Cient. Mus. Hist. Nat. U. de Caldas, 19 (1): 235-244. DOI: 10.17151/bccm.2015.19.1.17.
WIKIPEDIA. Wikipedia. BIOLOGIA FORENSE. 2023. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Biologia_forense. Acesso em: 01 out. 2023.