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Trabalho de Conclusão de Curso
Trabalho de Conclusão de Curso
FERNANDO SCHIO
BANCA AVALIADORA
1°AVALIADOR: (orientador): Prof. Gil Eduardo Guimarães, Doutor em Engenharia.
2°AVALIADOR: Prof. Patrícia Carolina Pedrali.
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus que meu deu saúde e coragem para eu poder alcançar o objetivo de
ser Engenheiro Mecânico.
Agradeço aos meus colegas que muitas vezes me ajudaram sem perceber, pessoas que
sempre estão ao meu lado para o que der e vier. A minha namorada Iasmim que foi o motivo
de não ter desistido do curso. Aos meus pais Mário e Vanda que me deram todo o apoio.
Agradeço ao meu orientador, professor Gil Guimarães que participou de todas as etapas do
trabalho fornecendo lições e informações que adquiriu com a experiência profissional, lições
que levarei para toda a minha vida.
À instituição, por abrir suas portas para a execução do trabalho em finais de semana e
feriados, fornecendo os equipamentos laboratoriais, o meu muito obrigado.
RESUMO
Welding own position within the metals industry, although it may be a source of various
problems, is still the best way of joining materials with very low cost when compared with
other methods. The discontinuities are present when the welding is performed wrongly or
carelessly. These defects may be manifested in several ways, with structural or not. The
comparison study of manual welding with welding robot presents the differences between the
processes in terms of quality and strength, performing visual and destructive tests on the
material used to make the comparison.
SUMÁRIO
RESUMO .................................................................................................................................. iv
LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................viii
LISTA DE TABELAS .............................................................................................................. xi
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 12
1 Revisão Bibliográfica ...................................................................................................... 13
1.1 Definição de Soldagem .............................................................................................. 13
1.2 Processos de Soldagem por Fusão.............................................................................. 14
1.2.1 Soldagem com Eletrodos Revestidos (Shielded Metal Arc Welding - SMAW). 14
1.2.2 Soldagem GTAW (Gas Tungsten Arc Welding) ou, TIG (Tungsten Inert Gas) 15
1.2.3 Soldagem com Arame Tubular (Flux Cored Arc Welding – FCAW) ................ 16
1.2.4 Soldagem a Arco Submerso (Submerged Arc Welding – SAW)........................ 16
1.2.5 Processo de Soldagem MIG/MAG (Gás Metal Arc Welding - GTAW) ............ 17
1.3 Influências Metalúrgicas no Metal Base e no Metal Solidificado.............................. 36
1.3.1 Formação da Zona Termicamente Afetada (ZTA) .............................................. 36
1.3.2 Influência do Metal Base..................................................................................... 36
1.3.3 Ligas Endurecidas por Solução Sólida ................................................................ 37
1.3.4 Ligas Endurecidas por Encruamento................................................................... 38
1.3.5 Ligas Endurecíveis Por Precipitação ................................................................... 40
1.3.6 Ligas Transformáveis .......................................................................................... 41
1.3.7 Influência do Procedimento de Soldagem ........................................................... 42
1.3.8 Tensões Residuais e Distorção ............................................................................ 44
1.3.9 Fragilização da Zona Termicamente Afetada ..................................................... 46
1.4 Ensaios Para Qualificação de Processo de Soldagem ................................................ 46
1.4.1 Ensaio de Tração ................................................................................................. 46
1.4.2 Ensaio de Dobramento ........................................................................................ 49
1.4.3 Ensaio de Macrografia ........................................................................................ 49
1.4.4 Ensaio de Dureza Vickers ................................................................................... 50
1.5 Soldagem Robotizada ................................................................................................. 51
1.5.1 Vantagens e Limitações ...................................................................................... 53
2 Materiais e Métodos ........................................................................................................ 54
2.1 Materiais ..................................................................................................................... 54
2.2 Métodos ...................................................................................................................... 54
2.2.1 Ensaio de Macrografia ........................................................................................ 55
2.2.2 Ensaio de Dureza ................................................................................................. 55
2.2.3 Ensaio de Tração ................................................................................................. 57
2.2.4 Ensaio de Dobramento. ....................................................................................... 57
3 Resultados e Discussões .................................................................................................. 58
CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 63
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 64
ANEXO A (EPS)................................................................................................................. 66
ANEXO B EXEMPLO GRÁFICO DE ENSAIO DE TRAÇÃO ....................................... 67
ANEXO C GRÁFICO COM OS RESULTADOS DOS ENSAIOS DE TRAÇÃO E ZTA.
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8
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
INTRODUÇÃO
Em virtude de o mercado de trabalho atual estar cada vez mais exigente e com
demandas de produção cada vez maiores, as indústrias estão buscando a tecnologia para suprir
a necessidade de mão de obra com maior eficiência e confiança. Uma das principais
tecnologias usadas como, por exemplo, na solda é o robô.
A soldagem é um processo de união permanente de materiais com grande importância
dentro da indústria mundial, pois possui grande versatilidade e economia. Esse processo está
presente em nosso meio há muito tempo, com indícios que datam mais de cinco mil anos. Sua
evolução nas últimas décadas foi notória. Uma das principais vantagens da soldagem é o fato
de se obter uma união onde os materiais mantêm suas características mecânicas e químicas.
Por sua vez, a comparação de solda MIG/MAG Manual com a solda do Robô tem por
objetivo verificar quais as vantagens e desvantagens em se ter um robô na empresa em termos
de qualidade visual e de resistência dos materiais.
O objetivo do presente trabalho é promover os resultados dos ensaios realizados e
analisar os efeitos da solda no metal de base. Portanto, serão abordados os seguintes assuntos:
soldagem, ensaio de tração, dureza, tamanho de zona termicamente afetada.
13
1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
1.2.1 Soldagem com Eletrodos Revestidos (Shielded Metal Arc Welding - SMAW)
Conforme descrito em GUIMARÃES, asoldagem com eletrodos revestidos é o processo
no qual a coalescência dos metais é obtida pelo aquecimento destes com um arco estabelecido
entre um eletrodo especial revestido e a peça.
O eletrodo é formado por um núcleo metálico ("alma"), recoberto por uma camada de
minerais e/ou outros materiais (revestimento). A alma do eletrodo, por sua vez, conduz a
corrente elétrica e serve como metal de adição. O revestimento gera escória e gases que
protegem da atmosfera a região sendo soldada e estabilizam o arco. O revestimento pode
ainda conter elementos que são incorporados à solda, influenciando sua composição química e
características metalúrgicas.
O equipamento necessário ao processo consiste em porta-eletrodo, cabos e fonte de
energia, que pode ser de corrente contínua (CC) ou alternada (CA), dependendo do tipo de
eletrodo e material a ser soldado.
Figura 1 – Processo Eletrodo Revestido
Fonte - Guimarães
soldáveis, facilidade para atingir áreas restritas de acesso, porém, o mesmo processo apresenta
algumas limitações, como, aplicação difícil para materiais reativos, produtividade
relativamente baixa, exige limpeza a cada passe de soldagem.
1.2.2 Soldagem GTAW (Gas Tungsten Arc Welding) ou, TIG (Tungsten Inert Gas)
A soldagem GTAW é o processo no qual a coalescência dos metais é obtida pelo
aquecimento dos mesmos por um arco estabelecido entre um eletrodo não consumível de
tungstênio e a peça.
A proteção do eletrodo e da zona da solda é feita por um gás inerte, normalmente o
argônio, ou mistura de gases inertes (Ar e He). O metal de adição pode ser utilizado ou não.
A soldagem TIG pode ser manual ou mecanizada e é considerado o processo mais
controlável no que se refere à soldagem a arco.
As suas principais variáveis são: corrente de soldagem, composição, diâmetro e forma
do eletrodo, composição do gás de proteção e metal de adição.
O equipamento básico do processo consiste em fonte de energia (de CC para a maioria
das ligas metálicas), tocha com eletrodo de tungstênio, fonte de gás de proteção (Ar ou He) e
um sistema para a abertura do arco (geralmente um ignitor de alta frequência).
Figura 2 - Processo Tig.
Fonte - Guimarães
1.2.3 Soldagem com Arame Tubular (Flux Cored Arc Welding – FCAW)
A soldagem com arame tubular é o processo no qual a coalescência dos metais é obtida
pelo aquecimento destes por um arco entre um eletrodo tubular contínuo e a peça.
O eletrodo tubular apresenta internamente um fluxo que desempenha as funções de
estabilizar o arco e ajustar a composição da solda.
O processo apresenta duas variações principais:
Soldagem auto- protegida, em que o fluxo interno fornece toda a proteção necessária na
região do arco.
Soldagem com proteção gasosa, em que a proteção é fornecida por um gás, semelhante
ao processo MIG/MAG.
Em ambas as formas, o processo é normalmente operado na forma semiautomática,
utilizando basicamente o mesmo equipamento do processo MIG/MAG.
Fonte – Guimarães
CO2 + 5 A 10% DE O2
Argônio + 15 a 30% de CO2
Argônio + 5 a 30% de O2
Argônio + 25 a 30% de N2
Fonte - Esab
Fonte - Guimarães
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Fonte - Esab
1 - cabo de solda (negativo)
2 - refrigeração da tocha (entrada água)
3 - gás de proteção
4 - gatilho da tocha
5 - refrigeração da tocha (retorno água)
6 - conduíte do arame
7 - gás de proteção vindo do cilindro
8 - saída de água de refrigeração
9 - entrada de água de refrigeração
10 - cabo de comando (alimentador/fonte)
11 - cabo de solda (positivo)
12 - conexão para a fonte primária (220/380/440 vca)
Alimentador de Arame: Tem como função alimentar o arame consumível através dos
guias e conduítes, devendo fornecer uma velocidade de alimentação sempre constante, a fim de
evitar oscilações no processo. O alimentador de arame pode ser utilizado tanto para aplicações
semiautomáticas, quanto para aplicações automáticas, existindo ainda alimentadores específicos
para soldagem robotizada.
Tocha “pistola” de soldagem: A tocha de soldagem direciona a alimentação de arame e os
fluxos de corrente elétrica e gás de proteção para a poça de fusão. É composta de um cabo de
cobre para a passagem da corrente elétrica, um conduíte e uma mangueira para direcionar o arame
e o fluxo de gás.
Consumíveis: Segundo Scotti e Ponomarev (2008), os principais consumíveis do processo
GMAW são o arame-eletrodo e os gases de proteção.
O arame-eletrodo, conforme descrito por Scotti e Ponomarev (2008), deve garantir a
alimentação contínua da poça de fusão, e, para tanto, é fornecido em carretéis. Sua denominação
mais comum é arame de solda, devido ao seu formato. Os arames podem ser fabricados com as
mais diversas combinações de materiais, dependendo da sua aplicação. Na solda GMAW não há
fluxos ou revestimentos para desempenhar a função de proteção. Para isso, são usados os gases de
proteção. A tabela 2 relaciona as especificações AWS para arames empregados na soldagem
GMAW.
Arames com qualidade inferior de composição química podem produzir problemas, tais
como instabilidade do arco elétrico e descontinuidades no cordão de solda. O arame com umidade
contribui para a instabilidade do arco, porosidade, respingos abundantes, mordeduras, soldas
irregulares e fragilidade do cordão, entre outros problemas. Por este motivo, o arame deve ser
mantido seco e protegido da umidade. Normalmente são usadas estufas para conservar os arames
secos antes de seu manejo e uso.
Os metais de adição de aços ao carbono para a soldagem por arco com gás de proteção
são classificados de acordo com a especificação AWS A 5.18-2001.
Os metais de adição dessa especificação, do tipo arame sólido ou vareta, são
classificados com base na composição química dos próprios consumíveis e nas
propriedades mecânicas do metal de solda, na condição "como soldado".
Os metais de adição dessa especificação do tipo cored (similar ao arame
tubular, porém com seu núcleo formado por material totalmente metálico) são
classificados com base na composição química e nas propriedades mecânicas
do metal de solda, na condição "como soldado".
Sistema de Classificação
Em que:
Dígito 1 - As letras ER, quando utilizadas juntas, referem-se ao consumível na
forma de eletrodo, vareta ou arame, aplicável em processos de soldagem
GMAW (MIG / MAG), GTAW e PAW (Plasma);
Figura 8 - Concavidade
Figura 13 - Desalinhamento
Figura 14 - Embicamento
Figura 18 - Mordedura
Figura 21 - Perfuração
Figura 28 - Sobreposição
Trinca na raiz - Trinca que se inicia na raiz da solda, podendo estar localizada:
Trinca ramificada - Conjunto de trincas que partem de uma trinca, podendo estar
localizada:
Trinca sob cordão - Também conhecida como trinca a frio, é localizada na zona
afetada termicamente, não se estendendo à superfície da
peça (Figura 37).
Figura 37 – Trinca Sob Cordão
Deve-se ter em mente que esta é uma divisão simplificada e sem grande rigidez.
Neste sentido, vários materiais podem pertencer a mais de uma classe e, em alguns casos,
materiais que não pertençam a uma dada classe, podem ser analisados, sob alguns aspectos,
dentro dessa classe.
37
Essa classificação tem o mérito de permitir uma visão geral e sistematizada das
alterações que podem ocorrer na ZTA para inúmeros materiais diferentes.
Podem ser consideradas como pertencentes a essa classe as diversas ligas de cobre,
níquel e de alumínio e, ainda, aços inoxidáveis austeníticos e ferríticos de baixo teor de
elementos intersticiais no estado recozido.
De um modo geral, estes materiais que não sofrem alterações micro estruturais
marcantes no estado sólido são considerados, com algumas exceções, fáceis de soldar do
ponto de vista da ZTA.
A principal alteração que caracteriza a ZTA destas ligas é o crescimento de grão
próximo da linha de fusão (figura 39). O tamanho final de grão nessa região dependerá da
temperatura de pico e do tempo de permanência acima da temperatura na qual o
crescimento de grão do metal base se torna apreciável.
Para um dado metal base, o crescimento de grão será mais pronunciado quanto
maior for o valor da temperatura de pico (Tp) e do tempo de permanência (tc).
Assim, o tamanho de grão final tenderá a ser maior junto à linha de fusão e será
afetado por fatores do procedimento de soldagem que determinam o tempo de
permanência (tc) da com a energia de soldagem na junta a ser soldada (figura 40).
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Basicamente, os mesmos materiais do grupo anterior estão incluídos nesse grupo, com a
diferença, contudo, de terem sido deformados a frio visando, em geral, um aumento de
resistência mecânica.
Nesse caso, a ZTA será composta por uma região de recristalização e, como na classe
anterior, por uma região de granulação grosseira, como observa-se na figura 41.
39
Figura 42 – Variação Esquemática da Dureza na ZTA de uma Liga Encruada. (A) Região de
Recristalização e (B) Região de Granulação Grosseira.
Como resultado, obtém-se uma solução sólida supersaturada de β, que tende a ser macia
e dúctil.
Contudo, se o material for aquecido a uma temperatura moderada (T2), a fase β, ou
outra fase metaestável (isto é, diferente da fase β, a esperada pelo diagrama de equilíbrio, mas
cuja velocidade de formação seja maior), poderá se precipitar em uma forma extremamente
fina, endurecendo o material consideravelmente (tratamento de envelhecimento).
A escolha da temperatura T2 (e do tempo de permanência nessa temperatura) é muito
importante, pois, se esta for muito elevada (T3, por exemplo), os precipitados obtidos podem
ter um tamanho excessivo para causar o aumento desejado nas propriedades mecânicas
(super-envelhecimento).
41
Nas ligas transformáveis, a ZTA é ainda mais complexa, podendo apresentar várias
regiões com diferentes constituintes.
Encontram-se, nessa classe, os aços carbono e os aços de baixa e média liga, utilizados
em estruturas soldadas. Ferros fundidos e certas ligas de cobre e de titânio também podem ser
enquadrados nessa categoria.
A figura 44 mostra esquematicamente as principais regiões que podem ser observadas
na ZTA de um aço carbono:
Na seção AA', supondo-a afastada o suficiente da poça de fusão, não existem gradientes
térmicos ao longo da direção y e o material está isento de tensões.
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Na seção BB', o material aquecido tende a se expandir, sendo, contudo, impedido pelas
regiões mais frias da peça.
Geram-se, assim, tensões de compressão em regiões próximas a ZF e tensões de tração
nas regiões um pouco mais afastadas da solda. Quando essas tensões atingem o limite de
escoamento, o material aquecido deforma-se plasticamente em compressão.
No resfriamento e após a solidificação da solda, o material aquecido passa a se contrair,
sendo novamente restringido pelas regiões mais frias. Assim, na seção CC', surgem tensões de
tração na área do cordão e tensões de compressão nas regiões adjacentes. Essas tensões
aumentam de intensidade e, após o resfriamento completo da solda, na seção DD', podem
chegar a níveis limítrofes de escoamento do material.
Além de estar associado com o aparecimento de distorções, esse processo pode,
também, comprometer o desempenho em serviço do componente soldado, particularmente,
com respeito ao desenvolvimento de trincas e à redução de sua resistência à fratura frágil, à
fadiga e a problemas de corrosão. O nível de tensões residuais em uma junta soldada pode ser
diminuído reduzindo-se a quantidade de calor fornecido à junta ou o peso de metal
depositado.
Na prática, isso pode ser feito otimizando o desenho do chanfro (reduzindo seu ângulo
ou usando preparações simétricas) e evitando depositar material em excesso (evitando-se
reforço excessivo em soldas de topo ou minimizando-se o tamanho de soldas de filete). A
seleção de processos de maior eficiência térmica (fonte de maior intensidade) é uma possível
alternativa de controle, mas dificilmente justificável economicamente na maioria dos casos.
Tensões residuais também podem ser reduzidas pelo uso de metal de adição com a
menor resistência permissível no projeto, assim como pela redução dos vínculos externos da
junta soldada (minimizando-se assim as tensões de reação, isto é, tensões resultantes da
rigidez da estrutura devido à sua ligação com outros componentes). Após a soldagem, as
tensões residuais podem ser aliviadas por métodos térmicos ou mecânicos.
Alguns desses métodos, particularmente tratamentos térmicos, podem levar a uma
redução apreciável do nível de tensões residuais na solda. Podem também causar alterações
micro estruturais que afetam favoravelmente as propriedades da junta soldada. Em alguns
casos, pode ocorrer uma deterioração das propriedades ou a formação de trincas devido ao
tratamento térmico.
Assim, é importante conhecer os efeitos desses tratamentos no metal base e de solda
antes de realizá-los.
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A ZTA sofre alterações microestruturas mais ou menos pronunciadas que mudam a sua
microestrutura original. Essas alterações são relativamente descontroladas, podendo, portanto,
prejudicar as propriedades no material nessa região.
Um aspecto importante em muitas estruturas soldadas é a sua resistência à fratura. As
alterações metalúrgicas resultantes do ciclo térmico de soldagem podem afetar essa
resistência.
Nas regiões próximas à linha de fusão, o crescimento de grão é fragilizante para vários
materiais. Precipitação de carbonetos, nitretos e outros ases e segregação junto a contornos de
grão também podem causar fragilização em diferentes materiais. Em casos extremos, os
problemas de fragilização, juntamente com o desenvolvimento de tensões de tração na região
da solda, podem levar ao aparecimento de trincas. A formação de trincas é considerada
extremamente indesejável na maioria das aplicações.
Fonte - Callister
Fonte - Callister
48
Fonte - Callister
Note que a tensão no limite de ruptura é menor do que no limite de resistência, devido
à diminuição de área que acontece no corpo de prova depois que se atinge a carga máxima.
Na figura 51 podemos analisar todos esses elementos representados num mesmo
diagrama de tensão deformação.
Fonte - Callister
1.4.1.3 Fratura
Consiste na separação ou fragmentação de um corpo sólido em duas ou mais partes, sob
ação de uma tensão, e pode ser considerada como sendo constituída da nucleação e
propagação da trinca. Pode ser classificada em duas categorias gerais: fratura dúctil e frágil.
A fratura dúctil é caracterizada pela ocorrência de uma apreciável deformação plástica
antes e durante a propagação da trinca.
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exames. O exame da superfície atacada é feito a olho nu ou com o auxílio de uma lupa, com
aumento de até cerca de 50 vezes.
A técnica macrográfica pode ser dividida nas seguintes etapas:
a – Corte;
b – Lixamento;
c - Ataque da superfície;
d - Exame e interpretação;
e - Elaboração do documento de exame.
A carga para o ensaio Vickers deve ser aplicada progressivamente, sem choque nem
vibrações, por meio de um pistão movido por alavanca, e mantida por um período de 10 a 15
segundos. Em seguida, retira-se a carga e movimenta-se manualmente o microscópio, de
maneira a focalizar a impressão deixada pelo penetrador. O penetrador, feito de diamante, tem
um tamanho praticamente indeformável e permite impressões independentes da carga
aplicada. Isso significa que para qualquer carga utilizada, o valor de dureza será o mesmo para
materiais homogêneos. A mudança de carga é necessária para obter uma impressão regular,
sem deformação e de tamanho compatível para a medida no visor da máquina, o que depende
naturalmente da dureza do material ensaiado. Para a dureza Vickers, as cargas recomendadas
são de: 1, 2, 3, 4, 5, 10, 20, 30, 40, 60, 80, 100 e 120 Kgf. Para aparelhos especiais de micro
dureza, as cargas variam de 1 gf a 1000gf (1 Kgf).
Os valores da dureza HV são obtidos por meio de tabelas que acompanham as máquinas
de dureza e mostram o valor em função das diagonais (d) medidas na máquina e das cargas
aplicadas disponíveis. A título de exemplo, considera-se parte de uma tabela de números de
51
dureza com carga de 5 kgf; supondo que uma diagonal medida pelo micrômetro do durômetro
tenha valor de 0,093, procura-se na linha correspondente à diagonal, o valor centesimal da
medida, que neste caso é 0,09. Depois, procura-se na coluna de milésimos o valor que
complementa a medida, isto é, 0,003; no ponto de encontro da linha com a coluna estará o
valor correspondente à dureza Vickers, 1072HV.
O método de dureza Vickers tem aplicação em toda a gama de durezas encontradas nos
diversos materiais; além disso, devido à utilização de cargas relativamente baixas e do tipo de
penetrador, o ensaio pode ser aplicado para qualquer espessura, bem como para determinar
durezas superficiais. Além disso, é possível utilizar a micro dureza que permite a
determinação de dureza individual de microestruturas, de superfícies cementadas e temperada,
além da determinação de durezas em peças extremamente pequenas e finas.
O ensaio de dureza Vickers é também bastante utilizado em juntas soldadas,
particularmente na detecção de heterogeneidades devido a transformações metalúrgicas
associadas a ciclos térmicos de soldagem. Assim, por meio de filiações, determinam-se
durezas das diversas zonas de uma junta soldada, desde o metal de base que não sofreu
qualquer alteração metalúrgica, até o metal que fundiu, passando pela zona afetada pelo calor
(ZAC) e pela zona de ligação. Isso permite detectar as transformações metalúrgicas capazes
de comprometer o comportamento da junta soldada.
estudem maneiras de otimização dos processos de fabricação e preparação das peças que
compõem o produto (corte, prensagem, dobramento).
Estarão em foco, na implantação da nova tecnologia, muitos outros aspectos que
dizem respeito a uma nova forma de organizar, planejar e monitorar a produção, já que os
sistemas de controle produtivo, tradicionalmente utilizados na soldagem manual, são
insuficientes para a soldagem robotizada. Dessa forma, a soldagem a arco elétrico impõe
algumas restrições ou constrangimentos à robotização.
A utilização de robôs industriais na soldagem teve início na década de 60, na
indústria automobilística, dirigindo-se inicialmente à soldagem por resistência. Por sua
vez, o uso da soldagem a arco elétrico foi incrementado a partir da evolução das máquinas
de solda, quando estas foram dotadas de microprocessadores, que passaram a propiciar
respostas rápidas às condições de soldagem (corrente e tensão), permitindo a manutenção
da estabilidade de arco, além de atuarem em outros aspectos importantes, como no
controle das falhas de arco e no contato da tocha na peça.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Materiais
O gás de proteção foi uma mistura de argônio e gás carbônico na proporção de 72%
Ar e 18% CO2. O metal de adição utilizado para o processo GMAW foi o arame ER70-
S6, conforme especificação AWS A5.18 (2001) de diâmetro 1,0mm.
Fonte – ESAB.
Fonte – ESAB.
O material utilizado foi o aço SAE 1012, devido a ser esse o aço mais utilizado na empresa
Tromink Industrial LTDA., estando presente em muitos de seus produtos. Suas principais
características são o baixo carbono, assim como outros elementos de liga em quantidades muito
pequenas. O aço SAE 1012 possui boa ductilidade e soldabilidade, é destinado a estruturas onde a
soldagem é requisito, assim como a resistência. A composição química está relacionada na tabela
6.
Fonte - Gerdau
2.2 Métodos
Para a execução dos ensaios de tração, dobramento, macrografia e dureza foram
confeccionadas cento e oito corpos de prova, sendo que foram:
36 - ensaios de tração.
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36 - ensaios de dobra.
10 - ensaios de macrografia e dureza.
26 – reserva para algum eventual problema.
Nos ensaios de tração e dobramento foi usada uma máquina de ensaios universal
(WOLPERT 60 Toneladas).
Os corpos de prova foram soldados conforme EPS (anexo A) e os parâmetros descritos
na EPS foram usados para todos os corpos de prova, na tentativa de obter a mesma situação
para todos os soldadores e robô.
O aparelho de solda e robô de solda usados para o teste estão indicados na (figura 53),
onde A= Robô de Solda modelo AII-B4 e B= Aparelho de Solda modelo MB 450 LDW.
e polimento; o acabamento da superfície deve ser tanto melhor quanto menor for a impressão;
durante a usinagem do corpo de prova, deve-se tomar o cuidado de eliminar partes que possam ter
sido afetadas pela operação de corte. Por fim, a superfície do corpo de prova deve ser
perpendicular ao eixo do penetrador, sendo o desvio permitido no ângulo de um grau.
É possível considerar dois tipos de desvio quanto à impressão obtida: o primeiro é a impressão
defeituosa, no caso de metais recozidos, devido ao afundamento do metal em torno das faces do
penetrador, resultando um valor d maior que o real; o segundo tipo de erro é a impressão
defeituosa, no caso de metais encruados, devido à aderência do metal em volta das faces do
penetrador, resultando um valor d menor que o real. Para os dois casos faz-se necessária uma
correção de até 10% nos valores de dureza encontrados.
A representação dos resultados é feita pelo número de dureza Vickers seguido pelo
símbolo HV com um sufixo numerai, que representa a carga. Por exemplo, 440 HV30, que
representa uma dureza Vickers de 440Kgf/mm2, medida sob uma carga de 30Kgf, aplicada
durante 10 a 15 segundos. É possível utilizar outro sufixo também numerai, que indica a
duração da aplicação da carga quando esta for diferente da carga considerada como normal, de
10 a 15 segundos. Por exemplo, 440 HV 30/20, que representa uma dureza Vickers de
440Kgf/mm2 medida sob uma carga de 30Kgf, aplicada durante 20 segundos.
Se na zona tracionada o material não apresentar trincas ou fissuras, ele está aprovado.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A figura 56 mostra um gráfico que apresenta a média dos resultados obtidos após o
ensaio de tração em Newton. Como pode ser visto no gráfico, o robô de solda, em vermelho,
obteve uma média significativamente maior do que a solda manual.
A figura 57 apresenta o gráfico que mostra o desvio padrão dos ensaios de tração onde a
menor diferença significa uma solda constante, sem muitas variações. O robô de solda se
destaca com o menor desvio padrão entre os testes realizados.
A figura 59 mostra o gráfico do desvio padrão da ZTA, em que se observa que a menor
variação obtida foi a do robô de solda em relação aos soldadores qualificados.
CONCLUSÃO
Nos resultados obtidos pelos ensaios realizados, juntamente com o desvio padrão de
cada ensaio pode se observar estatisticamente que a solda realizada por robô é mais resistente
e mais uniforme do que a solda manual. A diferença da carga máxima passa de mil Newtons,
resultado significante se observando o desvio padrão que varia bem menos na solda realizada
pelo robô em relação à solda manual, dando maior confiabilidade para peças que exigem um
nível de criticidade alto.
No artigo Tusset (uma das bibliografias usadas neste trabalho), pode-se constatar que os
resultados obtidos nos ensaios realizados estão compatíveis, comprovando que a solda
robotizada é mais eficiente do que a manual em termos de resistência, principalmente para
constância da solda.
Como sugestão para futuros trabalhos, pode ser analisada a microestrutura dos corpos
de prova para analisar tamanho de grãos, os quais podem ter influência na resistência dos
materiais.
64
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.infosolda.com.br/biblioteca-digital/livros-senai/ensaios-nao-destrutivos-e-
mecanicos/212-ensaio-mecanico-dureza.html. Acesso 11/10/13 11.48 manhã.
AWS, WELDING HANDBOOK, Vol I; Welding Technology, ISBN 0-87171-281-4, Vol II;
Welding Processes, ISBN 0-87171-354-3, 8th Edition, 1991
ANEXO A (EPS)
N° da EPS: 011 Norma: IT 13/08
Detalhes da junta/solda:
Detalhes da soldagem:
Corrente Vazão
Processo Posição Ø do Tipo
de Tensão Tipo de do Transfe-
Passe de de arame de
soldagem (V) corrente gás rência
soldagem soldagem (mm) gás
(A) (l/min)
Curto
único MAG Plana 1,0 120 - 180 18 - 22 CC Plus 08 -12
Circuito
Assinatura:
67
TAMANHO DA ZAT em mm