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Estruturas Sanduiche
Estruturas Sanduiche
Projeto de Compostos e
Estruturas-sanduíche
1
Capítulo 1
Este capítulo dedica-se a uma série de aspectos qualitativos referentes aos materiais compostos. Uma
razoável familiaridade com esses aspectos é fundamental antes que se passe às formulações matemáticas
que serão objeto de diversos dos demais capítulos. Basicamente, serão considerados aqui aspectos como
tipos de compostos existentes, características dos compostos reforçados por fibras de alto desempenho,
características e propriedades das fibras e de diversos tipos de polímeros usados como matrizes e,
finalmente, características de alguns processos de fabricação de compostos. xo , xo . xo , xo .
Todos os termos da definição são de fácil compreensão, mas um deles merece cuidado especial,
que é o de especificar que os componentes aparecem em escala macroscópica no composto. Isso para
distingui-lo das ligas, por exemplo, nas quais também são combinados diferentes materiais, como o
ferro e manganês no aço, mas em escala atˆomica. Nos compostos, a escala de dimensões das inclusões
é tipicamente da ordem de um micrometro ou maior.
O conceito de material composto é uma ferramenta filosófica poderosa no sentido de que ele permite
ao engenheiro, até certo ponto, criar um novo material, enfatizando certas características desejáveis,
enquanto minimiza outras indesejáveis, por meio da combinação de componentes. Uma gama bastante
ampla de aspectos de comportamento do material pode ser manipulada no projeto de um composto,
e efetivamente é, como por exemplo:
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Capítulo 1. Tipos de compostos, fibras e matrizes 15
módulo de elasticidade bastante baixos. Isso ocorre em virtude das ondulações que cada mecha faz ao
longo da trama. Durante a aplicação de carga uniaxial, as ondulações primeiro tendem a se endireitar
antes de começar a suportar cargas. Isso pode resultar em deformações exageradas, ocasionando falta
de rigidez.
Tecidos com nível superior de rigidez são conseguidos com tramas irregulares como a da Figura
1.4c, que mostra uma trama tipo cetim. Existem dezenas de diferentes tramas. No caso do cetim,
cada fio sofre menor número de ondulações, estendendo-se em linha reta por extensões mais longas.
A forma mais rígida possível é conseguida com feixes de fios ou mechas paralelas. Obviamente esse
tipo de conjunto por si só seria impossível de ser manipulado. Duas formas de conseguir esses feixes
unidirecionais são:
• Com o auxílio de fios mais finos na direção transversal, responsáveis apenas por manter as mechas
unidas. As mechas não são onduladas.
• Outra forma, freqüentemente construída em oficina, consiste em costurar as fileiras paralelas de
mechas em costuras colocadas a distâncias regulares, de forma a conseguir uma manta unidire-
cional e manipulável.
Por causa do custo e da facilidade de manuseio, os tecidos são bastante usados na construção
de grandes peças e como partes de fuselagem de aviões, cascos de barcos e dutos. Um tecido de
342 g/m2 , por exemplo, pode gerar uma lâmina de cerca de 1 mm de espessura. De forma geral, os
tecidos permitem a construção de grandes espessuras com poucas camadas, o que simplifica o processo
construtivo manual. Ao mesmo tempo, grandes extensões podem ser cobertas pela sobreposição de
peças de tecido, formando uma estrutura contínua, sem emendas ou uniões, de espessura praticamente
uniforme.
Fibra moída (milled fiber )
Mechas de fibras contínuas podem ser moídas a comprimentos de 0,14 mm a 6,5 mm. São usadas
como carga, ou seja, misturadas à resina de forma a alterar sua resistência mecânica.
O uso de asbesto como reforço de resina fenólica pode gerar compostos com temperatura máxima
de trabalho contínuo entre 200o C a 320o C. Tecido de asbesto em silicone gera compostos para a faixa
de 230o C a 400o C. Tecidos de vidro podem levar à mesma faixa de temperatura de trabalho.
• Fibras de alumínio, da Du Pont de Nemours & Co. com nome de Fiber FP. Elas retêm resistên-
cia até 1.370o C. Têm diâmetro de 20 µm, densidade de 3.450 kg/m3 , resistência de ruptura de
1.380 MPa e módulo de elasticidade de 379 GPa.
• Carbetos de silício, SiC, produzidos pela AVCO Special Materials Co., pela Nippon Carbon Co.,
e pela Textron.
• Outro processo de produção é aquele por pirólise, que produz fibras com diâmetros menores,
10 µm−20 µm e menor densidade (2.600 kg/m3 ) que os demais, embora com resistência e módulos
inferiores, 2.000 MPa e 180 GPa.
• Spectro 900 da Allied Chemical Corporation. É uma fibra de polietileno UHMW (ultra—high—
molecular—weight), com densidade de apenas 970 kg/m3 .
Os processos de moldagem por membrana são dos mais antigos. É costume dividi-los em três tipos:
• moldagem a vácuo
• moldagem à pressão
• moldagem em autoclave
Estes processos estão esquematizados nas Figuras 1.14 a 1.16. Note que não necessariamente eles
sejam mutuamente excludentes. Pelo contrário, são em geral usados em conjunto. Como os sistemas
a vácuo e a pressão são análogos, será considerado com mais vagar apenas o primeiro. As etapas
principais do processo a vácuo são:
Figura 1.14: Esboço dos principais componentes do processo de moldagem por membrana a vácuo.
• Cobrir o moldado com uma película separadora perfurada, para evitar adesão com as demais
membranas.
• Cobrir a película separadora com camadas de material poroso. Esse material, como feltro, deve
permitir o fluxo de ar e a saída do excesso de resina.
• Posicionar uma tira de juta, ou outro material semelhante, logo após a borda do moldado.
• Cobrir o conjunto com uma película de celofane ou náilon. Aplicar uma resina selante nas bordas
da película.
• Lentamente aplicar vácuo enquanto se elimina com rolos as rugas das membranas e o excesso de
ar. O excesso de resina do moldado deve ser conduzido às bordas do molde.
• Manter o conjunto sob pressão de vácuo até que a cura se complete, quer seja a temperatura
ambiente quer seja em forno.
Neste capítulo há uma breve revisão de alguns elementos básicos da mecânica do contínuo, que serão
úteis no tratamento de laminados compostos feito na Parte I deste livro. Uma das primeiras hipóteses
usada na teoria de materiais compostos é que eles se comportam de forma elástica e linear — são
duas definições distintas. O comportamento elástico significa que, se o corpo for carregado, após o
descarregamento ele retornará completamente às suas formas e dimensões originais, sem apresentar
nenhuma deformação residual. O comportamento linear pode ser entendido como uma proporcionali-
dade entre carregamento e resposta. Por exemplo, se os módulos das forças forem multiplicados por
um mesmo fator c, um corpo que exibe comportamento linear teria seus deslocamentos, suas defor-
mações e tensões em cada ponto multiplicados pelo mesmo fator c. Em geral, um comportamento
linear de um material é obtido aplicando-se valores de tensões, deformações, deslocamentos e rotações
suficientemente pequenos.
2.1 Tensões
Consideremos um corpo em equilíbrio sob a ação das forças F1 , F2 , · · · , Fn , como ilustrado na Figura
2.1a. Observe que se o corpo como um todo está em equilíbrio estático, cada parte dele
também está. A Figura 2.1b mostra o diagrama de corpo livre de uma parte do corpo, designada
como A, definido pelo corte de um plano imaginário. Esse corte define uma superfície S, cujo vetor
normal unitário é nb , de componentes {b n} = {1; 0; 0}t nas direções cartesianas.1 A parte A do corpo
está sujeita a forças aplicadas em sua superfície externa, e a forças internas distribuídas sobre a
superfície interna S. Estas forças internas são distribuídas continuamente sobre a superfície de forma
semelhante às forças hidrostáticas ou à pressão do vento atuando sobre uma superfície externa de
um corpo. Entretanto, as forças internas não atuam apenas perpendicularmente à superfície interna,
elas possuem componentes tangentes à superfície, atuando de forma semelhante a um atrito interno.
Identifica-se um elemento de área ∆A localizado num ponto genérico P da seção S. Nesse elemento
atua a força ∆Fi , um vetor geralmente não normal à superfície S. O limite de ∆Fi /∆A quando
∆A → 0 é a tensão no ponto P, com unidades de força/área. Em geral a tensão é expressa através de
suas componentes, uma normal à superfície e duas tangentes, essas chamadas componentes de tensão
normal e cisalhantes.
Usa-se normalmente a letra grega σ (sigma minúsculo) para designar as tensões normais, e τ (tau
minúsculo) para as tensões cisalhantes. Uma componente de tensão não depende apenas do ponto
P, onde ela é calculada, mas também da direção da força que a gerou e da direção do vetor normal
à superfície onde ela atua, i.e., a orientação da face. No corpo mostrado na Figura 2.1a, pode-se
1
O sobrescrito “t” será sempre usado no texto para indicar o transposto de um vetor ou uma matriz.
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44 Materiais Compostos e Estruturas-sanduíche — Projeto e Análise
∂u (x, y, z)
u (x + δx, y, z) = u (x, y, z) + δx + E. (2.4)
∂x
O lado esquerdo é o deslocamento num ponto próximo à posição {P } = {x, y, z}t , isto é, em {Q} =
{x + δx, y, z}t . Esse deslocamento em {Q} é aproximado no lado direito como o deslocamento em
{P }, mais uma variação δu = (∂u/∂x) δx e mais um erro E proveniente do truncamento da série. Se
os deslocamentos e gradientes forem suficientemente pequenos, como é usual em muitas estruturas em
engenharia, é possível utilizar apenas
∂u
u (x + δx, y, z) = u (x, y, z) +δx. (2.5)
∂x
Esta é então uma teoria linear, a qual incorre no erro E. Em seguida, define-se
Um laminado típico é constituído por várias lâminas, freqüentemente idênticas, variando suas orien-
tações para melhor atender aos requisitos de projeto ou de fabricação. As propriedades macroscópicas
do laminado, como resistência e comportamento elástico, dependem, portanto, das propriedades das
lâminas individuais que o compõem, além da ordem e orientação das lâminas. Após sua construção,
as propriedades mecânicas de uma lâmina podem ser determinadas por ensaios mecânicos. Na etapa
de projeto, entretanto, estes ensaios são obviamente inviáveis, sendo importante dispor de ferramentas
de cálculo para estimativa dessas propriedades. Este problema pode ser expresso esquematicamente
de seguinte forma:
A resposta aproximada a este problema envolve o estudo das interações microscópicas entre os
elementos constituintes da lâmina (matriz e reforços), constituindo a área de pesquisa denominada
micromecânica de uma lâmina. Esta área compõe, de certa forma, um contraponto ao chamado
estudo macromecânico da lâmina, em que a lâmina é considerada um corpo homogêneo embora
anisotrópico, com propriedades mecânicas globais supostas conhecidas e determinadas previamente,
quer pelas formulações da micromecânica quer por via experimental [92].
O presente capítulo apresenta um breve sumário das fórmulas micromecânicas mais conhecidas e
tradicionais na literatura para a estimativa das principais propriedades elásticas, térmicas e de re-
sistência de uma lâmina. O texto visa, principalmente, constituir uma “fonte de fórmulas”, auxiliando
no trabalho de projeto. As descrições teóricas são reduzidas ao mínimo, porém tentou-se apresentar
referências bibliográficas suficientes para permitir que o leitor prossiga estudo em qualquer tópico de
interesse.
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58 Materiais Compostos e Estruturas-sanduíche — Projeto e Análise
εU
1 = β 1 ∆U e (3.9)
εU
2 = β 2 ∆U, (3.10)
vc −→ volume do composto;
40vf , vm −→ volume de fibras e de matriz no composto;
vv −→ volume de vazios presente no composto;
40mc −→ massa do composto;
mf , mm −→ massa de fibra e de matriz.
vc = vf + vm + vv e (3.12)
mc = mf + mm . (3.13)
De forma geral, um composto pode ser constituído por mais de dois componentes; por exemplo,
resina/epóxi com reforço combinado de fibra de vidro, de carbono e partículas de diversos tipos. Assim,
(3.12) e (3.13) podem ser postas na forma geral
nc
X nc
X
vc = vi e mc = mi , (3.14)
i=1 i=1
Figura 3.14: Estimativas de G12 pela regra da mistura nas linhas tracejadas e pela equação de
Halpin-Tsai nas linhas contínuas.
Pode-se usar o modelo representado na Figura 3.6 para obter uma fórmula simples para a estimativa
do maior e do menor coeficiente de Poisson, ν 12 e ν 21 .
Quando se aplica carga na direção 1 da lâmina, usa-se a hipótese de que as deformações na fibra e
na matriz são idênticas, isto é, εf = εm = ε1 na direção 1. Já na direção 2, as deformações provenientes
de σ 1 são distintas, dadas por
∆2m ∆2f
ε2m = = −ν m ε1 e ε2f = = −ν f ε1 , (3.79)
Lm Lf
onde ∆2m e ∆2f são as variações de comprimento. A segunda igualdade de (3.79) permite o cálculo
da deformação no segmento de lâmina como:
∆2m + ∆2f −ν m ε1 Lm − ν f ε1 Lf
ε2 = = .
L L
80 Materiais Compostos e Estruturas-sanduíche — Projeto e Análise
Figura 3.17: Coeficientes de dilatação térmica em termos do volume de fibras para um composto
vidro/epóxi.
Obter a variação dos coeficientes α1 e α2 para este composto em termos do volume relativo de fibras.
Solução:
O gráfico da Figura 3.17 mostra a variação dos coeficientes para este composto em função do volume de
fibras. Note que o coeficiente de dilatação longitudinal α1 de um composto praticamente independe do volume
relativo de fibras quando este varia na faixa de 0,3 a 1,0. Outro aspecto observado é que, de fato, α2 pode ser
superior ao coeficiente de dilatação da matriz, isto é, embora o coeficiente da fibra seja bastante inferior ao da
matriz, cerca de 10% de fibras pode fazer o coeficiente transversal do composto ser superior ao da resina.
Tipicamente as fibras terão coeficientes de dilatação bem menores que a matriz plástica, como
visto nesse exemplo e nos dados de propriedades físicas de fibras e polímeros apresentadas nas Tabelas
1.1, 1.2 e 1.9 (páginas 7 e 20). Observa-se que, para alguns tipos de fibras de carbono, o coeficiente
pode ser negativo. Isso abre a possibilidade, bastante atrativa em engenharia, de projetar compostos
com coeficiente de dilatação quase nulos em certas direções.
Por último, deve-se lembrar que os coeficientes de dilatação de um material, como qualquer outra
propriedade mecânica, são função da temperatura. Entretanto, a variação do coeficiente de dilatação
das fibras com a temperatura é bastante pequena. Para os polímeros, a dependência é mais acentuada
quando se considera, por exemplo, o epóxi, numa faixa de temperatura mais larga, como −100o C a
200o C.
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88 Materiais Compostos e Estruturas-sanduíche — Projeto e Análise
C22 = C33 , C12 = C13 , C55 = C66 , 2C44 = C22 − C23 . (4.16)
Essas relações podem ser alteradas nos casos em que as fibras estejam orientadas nas direções 2 ou
3, como explicitado nas eqs.(15.72) e (15.76), permutando os índices da forma indicada ali. As relações
(4.16) junto a (4.12) resultam em relações entre as constantes de engenharia, que são as seguintes:
E3 = E2 , G31 = G12 ,
E2
ν 13 = ν 12 , G23 = . (4.17)
2 (1 + ν 23 )
ν 23 = ν 32 ,
Observe que no plano 2-3 o material é isotrópico, tornando óbvias as relações 1, 3 e 5 da equação
acima. Um material com esta característica é chamado transversalmente isotrópico no plano
2-3.
Além dessas relações entre as propriedades elásticas, as lâminas apresentam relações especiais
também entre as resistências em diferentes direções (eq.(4.96), página 113).
Considere que uma lâmina no plano 1-2, como ilustrado na Figura 3.1, esteja sob um estado plano de
tensão (EPT). Diz-se que um corpo está sob um estado de tensões plano se cada ponto está sujeito a
tensões apenas num único plano, no caso o plano 1-2, isto é, apenas σ 1 , σ 2 e τ 12 são não nulos e
σ 3 = 0, τ 23 = 0, τ 31 = 0, ∀ (x, y, z) ∈ Ω. (4.18)
© ª © ª
Nesse exemplo tornam-se claras as diversas interdependências entre as grandezas σ 1 , {σ x }, ε1
e {εx }. Como ilustrado na Figura 4.6, dado qualquer um destes itens, os outros três podem ser obtidos
usando relações constitutivas ou de transformação de coordenadas. Além disso, existem sempre duas
seqüências de cálculo para a obtenção de um item a partir de outro. Cabe ao calculista a escolha do
caminho mais curto.
Figura 4.6: Fluxograma de cálculo para tensões e deformações numa lâmina nas direções 1-2 e x-y.
O termo à origem da flecha é igual à matriz indicada vezes o termo ao final da flecha.
Exemplo 2
Considere uma lâmina de vidro-E/epóxi com as seguintes propriedades:
- Resistência a tração na direção 1: X = 1.050 MPa.
- Resistência a tração na direção 2: Y =28 MPa.
- Resistência ao cisalhamento no plano 1-2: S =42 MPa.
120 Materiais Compostos e Estruturas-sanduíche — Projeto e Análise
onde
µ ¶ µ ¶ ³ τ ´2
1 1 1 1 σ 21 σ2 12 σ1 σ2
a= − σ1 + − σ2 , b= + 2 + −√ , c = −1.
Xt Xc Yt Yc Xt Xc Yt Yc S Xt Xc Yt Yc
O coeficiente de segurança é então a menor raiz C que seja maior que um. Mesmo que não exista
nenhuma raiz nesse intervalo, observa-se que qualquer valor de C, desde que positivo, pode ser visto
também como um fator de carga, isto é, aquele número que pode ser multiplicado pelas componentes
de tensão no ponto para levá-lo ao limiar de falha.
Nota-se que, se Xt = Xc e Yt = Yc , o critério reduz-se a:
σ 21 σ1 σ2 σ 22 τ 212 1
2
− + 2
+ 2
= 2. (4.117)
X XY Y S C
O uso da aproximação (4.112) para F12 faz que (4.117) assuma a forma de um critério modificado
de Tsai-Hill, como pode ser visto por comparação à equação (4.98) do EPT, quando as resistências à
tração e à compressão são idênticas.
Além das limitações já mencionadas do critério de Tsai-Hill existe um problema adicional. Como
várias teorias inspiradas no critério de von Mises, a de Tsai-Hill não leva em conta o efeito da tensão
hidrostática no processo de falha. Assim, o critério prevê que um composto jamais falhará sob tensões
hidrostáticas. Basta aplicar σ 1 = σ 2 = σ 3 = σ e τ 12 = τ 32 = τ 13 = 0 em (4.95) e se tem todo o
lado esquerdo nulo, indicando segurança para qualquer nível de solicitações σ. Evidentemente, essa é
uma previsão falsa. Já o critério de Tsai-Wu, em sua forma tridimensional, leva em conta o efeito da
componente hidrostática das tensões.
O critério de Hoffman pode ser visto como uma extensão do critério de Hill ou uma simplificação do
de Tsai-Wu. Em relação ao critério de Hill, é feita a inclusão de termos lineares de diferenças entre
resistências de tração e compressão [74][88]. Nas aplicações em modelos de plasticidade anisotrópica,
o modelo de Tsai-Wu apresenta forte sensibilidade quanto aos parâmetros de propriedades medidas
experimentalmente. Assim, o critério de Hoffman tem sido bastante utilizado tanto em problemas de
plasticidade de metais quanto em falha frágil de laminados fibrosos.
A expressão do critério pode ser colocada na forma
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σ [P ] σ 1 + σ 1 {q} = 1, (4.118)
2
© ª
onde [P ] e σ 1 são os mesmos termos usados para expressar o critério de Hill, eq.(4.88), e