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design produzido com papelcartão

edition

P AP E L C AR TÃ O D E A a Z
um mundo de possibilidades
índice
como obter reproduções o design das embalagens

1 5 9 13
apresentação do projeto 04 propriedades físicas
em cores com boa de papelcartão, algumas
autores 06 do papelcartão 18
qualidade? 70 considerações 106

recomendações para

2 6 10 14
matérias-primas utilizadas para tópicos do processo tipos de acabamentos
o desenvolvimento de
produção do papelcartão 08 de pré-impressão 22 em papelcartão 82
embalagens em papelcartão 111

3 7 11 15
produção do preparação de arquivos barreiras existentes sustentabilidade, reciclagem
papelcartão 12 para reprodução 32 para o papelcartão 94 e selo FSC ® 116

4 8 12 16
tipos de papelcartão processos facas e técnicas de
produtos ibema 120
e nomenclaturas 16 de impressão 46 corte e vinco 96
apresentação Queremos que você, nosso parceiro, descubra as infinitas possibilidades desta matéria-prima, oriunda de

fonte renovável e sustentável em todo o seu ciclo. Por isso, preparamos um manual completo sobre o que

do projeto
fazemos de melhor: papelcartão. Esperamos que este guia facilite o seu dia a dia e o inspire na criação de

projetos de embalagens.

A Ibema possui um portfólio completo de papelcartão, com todas as características e qualidades necessárias

PRODUZIR PAPELCARTÃO É A NOSSA para embalagens que se destacam no ponto de venda e, sobretudo, fazem a diferença para o consumidor.

EXPERTISE! SOMOS um dos MAIORes Nossa área de Relacionamento com o Mercado está à disposição para apresentar cada um dos nossos

PRODUTORes de papelcartão DO produtos e suas inúmeras possibilidades de aplicação. Queremos, por meio do projeto 100 Limites, auxiliá-

PAÍS E DA AMÉRICA LATINA. lo no desenvolvimento de embalagens inovadoras. Nos procure, juntos somos mais fortes!

Tenha uma boa leitura,

Fabiane Staschower
Exe cut iva de R e lacio nam e nt o co m o Me rcado .

f a b i a n e. sta sc hower@i b em a . c om . b r

11- 99502- 6447

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Fabiane Staschower
Executiva de Relacionamento com o Mercado da Ibema, terceira
autores
maior fabricante de papelcartão do país e um dos maiores players da
América Latina. A profissional é Engenheira Química com Mestrado em
Embalagem pela Michigan State University, nos Estados Unidos.

Reinaldo Almeida
Desde 2002 é sócio-fundador da Pró-Vinco, prestadora de serviços de
Consultoria, Assessoria e Treinamentos Técnicos para a indústria gráfica.
Técnico em Mecânica de Precisão e em Gestão de Pequenas e Médias
Empresas, atuou ainda em diversas funções no Grupo Bobst. Em seu
Fabio Mestriner
currículo constam diversos cursos e workshops internacionais, realizados
Professor coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem
em países como Chile, França, Estados Unidos e Alemanha.
ESPM, Professor do MBA de Marketing da Fundace USP e
autor dos livros “Design de Embalagem: Curso Avançado” e
Gestão Estratégica de Embalagem.

Sérgio Rossi Filho


Engenheiro Químico, Mestre em Tecnologia Nuclear (IPEN - Instituto de Pesquisas
Energéticas e Nucleares) e Pós-Graduado em Tecnologia Gráfica (RIT - Rochester
Institute of Technology). É ainda autor dos livros “Manual para a solução de problemas
Joel Americano Mendes Rodrigues em impressão offset”, “Graphos − glossário de termos técnicos em comunicação gráfica”
e “Acabamento − encadernação e enobrecimento de produtos impressos” e de apostilas
Gerente de Desenvolvimento de Produtos, de Controle de Processos e
sobre diversos temas relacionados a processos de pré-impressão e impressão. Rossi é
de Controle de Qualidade da Ibema. É Técnico em Celulose e Papel e
consultor de empresas desde 1993, com mais de 35 anos de experiência no segmento
Administrador de Empresas, Pós-Graduado em Engenharia de Produção e
gráfico, nas áreas de pré-impressão e impressão offset.
Pós-Graduando em Lean Six Sigma Manufacturing-Black Belt.

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O papelcartão é constituído, basicamente, de um aglome-

rado de fibras de celulose, que se diferenciam no tamanho,

resistência, disposição e tratamento. Além da parte fibrosa,


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é necessária uma série de aditivos químicos para a produ-

ção final do produto.

matérias-primas
utilizadas para
A composição fibrosa do papelcartão pode ser constituida por:

Pasta mecânica (MP) ou Mechanical Pulp


A C O M P O S IÇ ÃO FIBRO S A

produção do
Pasta celulósica extraída mecanicamente da madeira por meio do atri-
D O P AP EL C ART ÃO to entre a pedra desfibradora com a madeira na forma de toretes;

Pasta Termomecânica (TMP) ou Thermal Mechanical Pulp

papelcartão Pasta celulósica extraída mecânica e termicamente da madeira através

de impregnação de vapor e refinação da madeira na forma de cavacos;

Pasta Quimiotermomecânica (CTMP) ou Chemicals Thermal

Mechanical Pulp

Pasta celulósica extraída química, térmica e mecanicamente da madei-

ra por meio da impregnação com produto químico, vapor e refinação

da madeira na forma de cavacos.

POR JOEL AMERICANO MENDES RODRIGUES

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f igura 1 . desagregação da pasta mecânica Figura 2 . Plantação de Pinus na fábrica da Ibema

No Brasil, a madeira mais comum utilizada provém de florestas reflorestadas de Pinus e Eucalipto, com

certificação FSC® ou controlada. O Pinus é uma árvore da família das coníferas e sua fibra celulósica é C O M P O S IÇ ÃO Q U ÍM IC A A composição química do papelcartão consiste em produtos auxi-
longa e espessa (2 a 5 mm). Já o Eucalipto, pertence à família das frondosas, cuja fibra celulósica é mais liares para conferir resistência e revestimento, como amidos, carga
D O P AP EL C ART ÃO
curta (0,5 a 1,5 mm) e mais delgada que as fibras de coníferas. mineral, látex e pigmentos para revestimento couché.

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Em uma fábrica semi-integrada como a Ibema, a fabricação começa pelo desfibramento da madeira

e desagregação de matérias-primas fibrosas que serão usadas para o preparo das massas. Estas são
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desagregadas, depuradas e refinadas em massas fibrosas. Antes de entrar na máquina de papel, a

massa recebe aditivos auxiliares, para aumentar sua resistência, e agentes para retenção e aumento

da drenagem da água na mesa plana de formação.

Prontas as matérias-primas e a massa, é iniciada a produção na máquina. O processo é subdividido

em formação, que consiste no entrelaçamento das fibras por meio do desaguamento sobre uma tela

formadora e prensagem, que usa a pressão controlada na folha recém-formada, para a remoção

forçada da água através de passagem por rolos revestidos por feltro. Nesta fase a água da folha é

transferida para o feltro do qual é removida por vácuo. A terceira subdivisão trata-se da secagem. É

nesta fase que ocorre a evaporação da água contida no interior da folha por meio do contato direto

produção do com a superfície de cilindros aquecidos por injeção de vapor. Há também o revestimento quando o

cartão recebe aplicação de tinta coating para assegurar a qualidade de impressão da embalagem.

papelcartão
Aqui, a tinta tem a função de promover a printabilidade do papelcartão por meio das características

de brilho, velocidade de absorção de tinta gráfica, alvura, brancura e absorção de água.

POR JOEL AMERICANO MENDES RODRIGUES

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3
f igura 3 .
máquina de
produção de
papelcartão

Na etapa seguinte vem a calandragem, quando o papelcartão é submetido a um processo

de alisamento para corrigir as imperfeições e minimizar a rugosidade da folha, adquirindo

mais brilho e lisura. Depois vem a fase da enroladeira, quando ocorre a formação dos rolos

jumbos de papelcartão de aproximadamente 8,5 toneladas.

De acordo com a gramatura, os intervalos são de 02 rolos/hora. Por fim, o bobinamento, a

transformação dos rolos jumbos em bobinas menores, as quais podem seguir direto para

os clientes ou para a conversão em folhas de diferentes formatos.

figura 4 . papelcartão em bobina ou em pallet, respectivamente

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4
papelcartão tipo I Constituído por camada única ou múltiplas, do mesmo material, branco. Um exemplo é o Ibema Valoro,

sólido composto por 3 camadas de celulose branqueada

Constituído por três ou mais camadas, sendo as duas camadas externas de material branco e a interior

tipos de
com outros materiais não branqueados ou semi-branqueados. O Ibema Speciala, composto por capa de
papelcartão tipo II
celulose branqueada, miolo de pasta mecânica e verso com celulose branqueada, é um dos exemplos de
triplex
papelcartão tríplex, bem como o Ibema Vigore, composto por celulose de fibra curta branqueada, pasta

papelcartão mecânica com fibra longa e verso com fibra longa branqueada

e suas
Constituído por três ou mais camadas, sendo a camada do verso de material virgem não branqueado.
papelcartão tipo III
O Ibema Supera é composto de celulose branqueada na capa, pasta mecânica e celulose semibranqueada
duplex
no verso

nomenclaturas papelcartão tipo IV

duplex
Constituído por duas ou mais camadas, contendo material reciclado, como o Ibema Impona, composto

por celulose branqueada na capa, pasta mecânica com aparas de processo e verso com celulose virgem

papelcartão tipo V É o que ocorre quando um dos produtos acima é fabricado sem a tinta de revestimento. Tipicamente, não
POR JOEL AMERICANO MENDES RODRIGUES
duplex sem revestimento é considerado um papelcartão

O papelcartão é um produto que pode ser feito com uma massa única ou em múltiplas camadas Existem outras classificações para papelcartão na Europa e na América do Norte. Na Europa, a nomenclatura tem base
e em gramaturas típicas desde 180g/m até 450g/m . Também pode ser revestido com uma ou
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na DIN 19303, em que se separa por origem da matéria-prima e outros critérios. Os dois tipos mais utilizados são
diversas camadas de tinta, que conferem as características para receber uma boa impressão pelo Folding Boxboard (FBB), diferenciado pelo uso exclusivo de fibras virgens com a camada do meio branqueada ou não,
processo gráfico. Suas matérias-primas celulósicas principais são a celulose branqueada, a pasta que fica entre camadas de celulose quimicamente tratadas; e White Line Chipboard (WLC), diferenciado pelo uso de
mecânica e materiais reciclados. A classificação típica no Brasil é a seguinte: material reciclado em sua composição.

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G ramatura
Peso em gramas por metro quadrado de uma folha de papelcartão (g/m2). A gramatura é a

especificação mais importante do cartão, já que o produto é comercializado com base no peso.

A determinação da gramatura é o teste mais comum, pela sua simplicidade e pelo equipa-

propriedades figura 5 . balança para


mento utilizado: uma balança. A norma NBR 5981 estabelece os padrões para a realização

desse ensaio. A medida padrão das amostras é de 25x40cm. Quanto maior a gramatura

físicas do
medição de gramatura maior a estrutura da embalagem.

umidade

papelcartão
A umidade é expressa pela porcentagem de água que está presente no papelcartão. O ensaio descrito pela NBR 6039 é rea-

lizado pela diferença de peso entre uma amostra inicial e uma após o procedimento de secagem em estufa. Essa característica

indica a resistência e a estabilidade dimensional do papelcartão. Quanto maior a umidade, menor as resistências físicas do

papelcartão e, consequentemente, da embalagem. A umidade baixa causa encanoamento, já a umidade alta causa ondulações

no cartão e mau andamento da máquina impressora. A umidade usual praticada no mercado de papelcartão é de 7,5% +- 1,5.
POR JOEL AMERICANO MENDES RODRIGUES

Espessura
Essa medida estabelece a distância entre as duas faces do papelcartão, usualmente

expressa em mm ou µm. Essa propriedade pode ou não ter relação com a gramatura

do cartão; cartões do mesmo tipo e estrutura devem apresentar valores próximos de


ao lado estão descritas algumas propriedades
espessura, já cartões com tipos e estruturas distintas podem apresentar valores de
físicas dos cartões mais utilizados. A maioria
espessura bem diferentes. A espessura possui uma correlação maior com a rigidez do
delas está descrita pelos padrões das normas cartão do que com a gramatura: quanto maior a espessura, maior a rigidez e conse-
brasileiras ABNT. quentemente a coluna, aumentando a resistência ao empilhamento das embalagens.
figura 6 . espessura de uma
Esse teste está descrito pela NBR 9160 e utiliza um micrômetro de disco. folha de papelcartão

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rigidez Em alguns casos, é possível relacionar a medida com a absorção de verniz de impressão e adesivo de colagem. Na im-

Essa característica é expressa em dois sentidos: longitudinal (contrário à fibra pressão, é fundamental para evitar arrancamento de coating e back traping. Na colagem das abas da embalagem essa

do papelcartão) e transversal (na mesma direção das fibras). Seus valores variável é importante para regular a quantidade de cola aplicada − um cobb muito baixo pode causar o descolamento

podem ser expressos em mN.m (Mili Newton metro) ou em Gf.cm (grama das abas por não ancorar a cola. Já um cobb muito alto pode causar o descolamento por absorver a cola para o interior

força por centímetro) – 1gf.cm=0,0981 mN.m. O teste está descrito pela do cartão. Essa medida também é bastante utilizada para a fabricação de embalagens congeladas e refrigeradas.

NBR 8260 e o equipamento mais utilizado é o Taber. A rigidez indica a

resistência ao empilhamento da estrutura à embalagem e tem relação di-

f igura 7 . folha de reta com a gramatura, espessura e umidade. Ela determina a performance
papelcartão dobrada da embalagem na linha de produção e contribui para a proteção do seu
figura 9 . papelcartão
conteúdo.
absorvendo água

R esist ê ncia ao rasgo


A resistência ao rasgo é a força necessária para rasgar uma folha de papelcartão, sendo me-
AL VU RA
dida na transversal e longitudinal. Essa variável tem influência no desempenho do papel em

algumas máquinas de envase automático, dependendo da velocidade, tipo de embalagem e É a refletividade de uma amostra comparada com a refletividade de uma superfície padrão, usando luz azul com com-

características do equipamento. primento de onda de 457 nm. Essa característica é importante para a projeção da imagem, já que ela proporciona a

O procedimento é descrito pela ISO 1974:2001 e o aparelho é o pendulo Elmendorf. Quanto ilusão de branco, controlada pela aplicação de alvejantes óticos, pigmentos orgânicos e inorgânicos na fabricação do

maior a resistência ao rasgo, mais a embalagem pode ser manuseada. Também há uma papelcartão.
figura 8 . folha de
correlação positiva com a resistência à tração e dobras duplas na embalagem. papelcartão rasgada
BRANC U RA
C obb teste – absorção de água É a propriedade de refletir por igual os comprimentos de onda dominantes do espectro visível. O procedimento é descri-
Teste que determina a capacidade da superfície do papercartão em absorver água em um período de tempo determi- to pela NBR 15011 com a utilização do espectrofotômetro de reflexão. Há também a medição no modelo L, a, b onde
nado − normalmente 120 segundos. O resultado se dá pela diferença de peso inicial e final do corpo de prova. É descrito L demostra a intensidade de luminosidade, e as coordenadas a e b posicionam a cor da amostra medida. A brancura é
pela NBR 7153 e o equipamento é o Dispositivo de Cobb. uma característica importante para a projeção da arte impressa no papelcartão.

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As cores que vemos são o resultado da ação combinada de fenômenos de reflexão,

O P RO C ES S O absorção, transmissão e refração da luz que incide sobre os materiais.

Quando a luz incide sobre um material qualquer, pode ser totalmente refletida pela
D E S EL EÇ ÃO
superfície (neste caso, a cor observada é igual à cor da luz), totalmente absorvida (neste
D E C O RES caso, a cor resultante é nula, ou preta), ou parcialmente absorvida e refletida (neste caso,

a cor resultante dependerá da composição espectral da luz refletida pela superfície).

Os papéis de impressão devem, idealmente, refletir completamente a luz incidente, ou

seja: devem ser brancos. Visto de outro ângulo, pode-se dizer que o papel, ou outro

suporte branco, contém todas as cores que podem ser reproduzidas. As tintas de im-

pressão equivalem a filtros que absorvem certos comprimentos de onda da radiação

incidente, reproduzindo as cores intermediárias entre o branco e o preto.

A luz branca pode ser decomposta em suas componentes primárias − vermelho (R),

verde (G) e azul (B), ou RGB. Combinações destas três primárias, em diferentes propor-

tópicos do ções, sintetizam todas as cores visíveis.

O processo de seleção de cores consiste em isolar as cores primárias de uma imagem

processo de
original de modo que, quando recombinadas, reconstituam as cores originais.

pré-impressão figura 10 .
síntese aditiva
e subtrativa de
luz
Por Sérgio Rossi Fil ho

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As tintas de impressão (amarelo, magenta e ciano) têm a propriedade de filtrar parcialmente a luz incidente, de modo a Limitações impostas pelos suportes e pelas tintas
reproduzir, sobre um suporte branco, as cores selecionadas do original. A tinta amarela filtra a luz azul, a tinta magenta
Os papéis e as tintas, junto com as impressoras, são as principais variáveis de qualquer processo de impressão.
filtra a luz verde, e a tinta ciano filtra a luz vermelha.
Se o suporte de impressão fosse perfeitamente branco (neutro), refletiria 100% da luz incidente. Entretanto, mesmo os melhores
Portanto, teoricamente, é possível reproduzir no papel, ou em outro suporte branco, as mesmas cores sintetizadas pela
papéis, raramente refletem mais do que 90% da luz e o fazem de modo não balanceado, ou seja: refletem mais luzes vermelha e
luz, a partir de três tintas primárias que agem como filtros.
verde do que luz azul (portanto, são amarelados), ou refletem mais luz azul do que luzes vermelha e verde (portanto, são azulados).

Esta imperfeição não é tão séria visto que a visão humana ajusta-se à luminosidade e às cores próximas do branco.

A lisura e a textura do suporte influenciam a resolução da reprodução, especialmente nos processos flexográfico e rotogravura.

Superfícies irregulares reduzem a densidade de reflexão, limitando o contraste e a qualidade da reprodução.


Limitaç ões no processo de impressão O suporte revestido (couchê) permite reproduzir densidades próximas de 2,00 nas áreas sólidas de sobreposição das 4 cores,

enquanto a máxima densidade obtida com papéis não revestidos é cerca de 1,30.
Durante a impressão pode haver alguns itens que limitem a qualidade da imagem impressa e que devem ser levados
Os requisitos ideais de brilho e lisura são difíceis de definir. Para reprodução de originais fotográficos, é desejável o maior brilho
em consideração no momento do design e preparação do arquivo.
e lisura possíveis. Alguns impressos são envernizados ou plastificados a fim de reduzir o espalhamento da luz. Outros originais

(aquarelas, por exemplo) reproduzem melhor em suportes foscos ou com pouco brilho; o mesmo se pode dizer de textos extensos
Limitações impostas pelos originais
em vista da fadiga que podem provocar devido ao brilho. Alguns artistas preferem superfícies texturizadas ou gofradas a fim de

Uma imagem de alta qualidade só pode ser reproduzida na impressão se o original tiver alta qualidade. O olho huma- melhorar a qualidade tátil, mesmo sacrificando a saturação, a densidade e a resolução da reprodução.

no, o filme de câmara fotográfica e a fotografia digital capturam uma gama de tons mais ampla do que o processo de A transferência da tinta para o papel depende principalmente da porosidade superficial do papel. Idealmente, a tinta deveria ser

impressão é capaz de reproduzir. transferida completa e uniformemente para o suporte, isto é: a transferência deveria ser a mesma por toda a área de grafismo, e

A maioria dos originais, particularmente as transparências coloridas, apresentam um gamut de cores, ou alcance tonal, por igual sobre toda a superfície do suporte ou sobre outro filme de tinta previamente impresso.

que excede o gamut disponível nos processos de impressão. Por esse motivo, é preciso fazer compensações, a fim de Entretanto, o processo offset apresenta limitações em manter uniformidade perfeita desde a pinça até a contrapinça da folha, visto

conseguir a melhor qualidade possível, mas o resultado nunca iguala o original. A utilização de uma cor especial (quinta que utiliza tintas pastosas e devido à configuração do sistema de tintagem das impressoras. Entre a pinça e a contrapinça da folha,

cor) expande o gamut do processo de impressão e o aproxima do original. dependendo da impressora, pode ocorrer uma diferença de até 0,12 de densidade.

No processo offset, a uniformidade da impressão de folha para folha é mais difícil de manter, devido ao balanço água–tinta. Por

outro lado, os outros processos exigem suportes mais lisos e/ou macios.

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Limitações do processo de reprodução A relação entre as densidades do original e as densidades da reprodução é o aspecto mais importante na avaliação

da qualidade da reprodução em cores. Em muitos casos, particularmente para originais transparentes, o alcance de
A resolução da imagem impressa, dentre outras coisas, depende da natureza da superfície de impressão e da lisura do
densidade do original ultrapassa o máximo alcance de densidade alcançável no processo de impressão.
suporte. A superfície planográfica de uma chapa offset permite imprimir imagens com maior resolução do que qualquer
Se, por exemplo, uma transparência colorida original tem um alcance de densidade de 0,40 – 3,40, e a máxima den-
outro processo. A blanqueta offset proporciona melhor resolução sobre suportes não-revestidos do que os processos
sidade da tinta impressa sobre papel é 1,90, o alcance de densidade do original deve ser comprimido em 1,10. Esta
de impressão diretos (rotogravura, flexografia), visto que esta conforma-se às irregularidades da superfície do suporte
compressão deve ser uniforme, enfatizando as altas-luzes ou as sombras.
e proporciona uma transferência eficiente da tinta.
A curva ótima de reprodução de tons é diferente para diferentes originais e diferentes pessoas. Para propósitos práticos,
Em qualquer caso, quanto mais liso o suporte e quanto menor a espessura do filme de tinta impresso, maior a reso-
é necessário acertar as curvas para satisfazer a maioria das pessoas, na maioria das vezes.
lução do impresso.
Para originais preto e branco, por exemplo, é necessário considerar a condição dominante. Se, por exemplo, 90% da in-

formação do original fotográfico estiver localizada entre 1,15 e 1,95 de densidade, este é classificado como chave-baixa
Limitações nas condições de visualização (low key); se estiver entre 0,15 e 0,95, é chamado de chave-alta (high key); se a distribuição de densidade for uniforme,

é chamado de chave-normal (normal key).


As condições de visualização do original e da reprodução afetam em muito a percepção da qualidade da reprodução e,

por isso, a fonte de luz deve ser padronizada para uma temperatura de cor de 5000 K.

As diferenças de tamanho fazem as imagens maiores parecerem mais claras do que as imagens menores. Isto pode ser

minimizado observando-se ambas em diferentes distâncias. A ampliação tende a clarear os tons médios, e a redução

tende a escurecê-los.

Os impressos opacos são problemáticos devido à falta de condições padronizadas de visualização em monitores de

vídeo. Operadores de scanner e de sistemas de tratamento de imagens devem estar cientes de que as condições de
visualização afetam a qualidade.

A reprodução em cores

Uma vez conhecidas as limitações e restrições da impressão em cores, o próximo passo é determinar as variáveis do

processo de seleção de cores que resultem numa reprodução otimizada. figura 11 . chave-alta (e), chave-normal (c) e chave-baixa (d)

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6
Pesquisas concluíram que a curva de reprodução que enfa- A necessidade de ajuste do balanço de

tiza a área de interesse da fotografia proporciona o melhor gris deve-se, primeiramente, às caracte-

resultado. rísticas de absorção de luz dos pigmen-

O papel da seleção do preto na impressão em cores é au- tos das tintas de escala. Para reproduzir

mentar o contraste da reprodução, especialmente nas áre- gris neutro, a quantidade de tinta ciano

as escuras. O preto também escurece certas áreas coloridas deve ser maior do que as quantidades

muito claras. Por exemplo: a diferença de densidade entre de tintas amarela e magenta. Quando a

uma tricromia e uma quadricromia chapadas é de 0,70. O escala de gris imprime cinza neutro, a

preto esqueleto expande a possibilidade dos detalhes tonais reprodução tem balanço de gris correto.

nas áreas de sombra. figura 13 . balanço de gris incorreto


Quando se usa UCR ou GCR, a escala do preto é ampliada, (esquerda) e corrigido (direita)
melhorando a aceitação das tintas. Entretanto, excesso de

preto na quadricromia em layout de página com texto e

imagem conjugados torna o trabalho do impressor crítico,

uma vez que este deve encontrar uma carga de tinta ade- Limitações da reprodução em cores
quada a ambos ao mesmo tempo, o que nem sempre pode A maioria dos sistemas de seleção de cores “enxergam” as cores do original diferentemente do olho humano. Este
ser otimizado. A maior desvantagem do UCR e do GCR é problema é particularmente perceptível com originais pintados e fotografias retocadas. Duas cores podem parecer
a perda de densidade nos tons escuros. Os níveis mais co- visualmente idênticas, mas exigir diferentes seleções de cores.
muns de UCR e GCR encontram-se entre 45% e 55%. As invasões não intencionais geralmente ocorrem nos tons de sombra, e podem ser parcialmente corrigidas no Pho-
O aspecto final da reprodução de tons refere-se à distorção toshop nos controles de balanço de gris ou através do controle de UCR.
dos pontos reticulares. No processo offset, na impressão de Os menores pontos impressos são ajustados para as áreas de altas-luzes difusas, e os pontos de máxima para cerca
papéis revestidos (couchê), o ganho de ponto varia entre de 96-98% ou menos, conforme o ganho de ponto.
10% e 15%; com papéis não revestidos, texturizados e pa- Os valores tonais são acertados para 25%, 50% e 75% de ponto. O limite prático de GCR encontra-se entre 50% e 70%,
pelcartão, o ganho de ponto varia de 18% a 25%. figura 12 . ganho de ponto e a carga total de tinta entre 260% e 320% quando se usa UCR (undercolor removal).

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C ó pia de matrizes P rova fotomecânica
De um modo geral, as matrizes (chapas, cilindros, clichês, telas etc.) de impressão sofrem poucas distorções. A maioria Também chamada de prova de overlei, é uma prova

das chapas offset apresenta granulação fina; entretanto, se a granulação for grosseira, a chapa poderá causar a redução colorida feita com folhas de filme plástico pigmentado,

da resolução da reprodução. transparentes, sobrepostas em registro, numa ordem

Algumas chapas permitem reproduzir pontos de retícula de 1% a 99%. Outras limitam a reprodução ao intervalo entre específica, laminadas sobre uma base de papel ou

3% e 97%. Dependendo do motivo que se quer reproduzir, a escolha da chapa torna-se fundamental. Por exemplo, plástico, expostas a partir de filmes negativos ou posi-

imagens de chave-alta (muito claras) exigem a máxima resolução de cópia. tivos. Cada folha contém a imagem de uma das cores

primárias e, quando combinadas, simulam o resultado

final da impressão. O Cromalin®, o MatchPrint® e o


prova de prelo
PressMatch® são sistemas fotomecânicos de prova. figura 15 . prova fotomecânica
As provas de prelo de provas simula as condições de uma impressora offset. É dotado de dois planos alinhados: um

comportando a chapa e o outro o suporte a ser impresso. A chapa é umedecida e entintada, manual ou automati-
P rova de vídeo
camente. A blanqueta, envolvendo um cilindro de transferência, toma a tinta da chapa e a transfere para o suporte.
Não muito recomendado, já que o principal propósito da prova mole é proporcionar um retorno em tempo real para

avaliação dos retoques, posicionamentos e editoração. Entretanto, o julgamento de cor é problemático, a menos que

seja feito através de leitura de porcentagem de pontos e comparação com escalas de cores.
A prova progressiva é um conjunto de provas de

prelo de uma reprodução em cores, mostrando a

sequência de impressão de cada cor individual, e o C opiagem das c hapas


resultado das sobreposições de duas, três e qua- Se todas as recomendações feitas até aqui foram seguidas, os arquivos devem reunir todas as condições necessárias
tro cores combinadas, para orientar o impressor para reproduzir a melhor qualidade possível. Caso negativo, não existem recursos nas etapas seguintes do processo
de máquinas mono e bicolores na impressão de que possam compensar qualquer irregularidade.
trabalhos coloridos. As chapas são copiadas em prensas de contato ou em sistemas de plotagem direta (CTP). Se o processo for bem

figura 14 . controlado, as chapas devem apresentar uma distribuição de pontos entre 1% e 99%. Admite-se uma pequena perda,

prova de prelo porém não superior ao intervalo entre 3% e 97%.

32 33
7
Uma ideia mal concebida dificilmente poderá ser melhorada nas etapas sucessivas, do mesmo modo que uma tomada

fotográfica malfeita, fora de foco, granulada, mal-iluminada, pouco contrastada etc., poderá ser economicamente con-

sertada durante o processo de seleção de cores.

O processo de seleção de cores consiste em transformar um original de tom contínuo (foto, slide, desenho, pintura,

preparação de quadro etc.) num conjunto de chapas reticuladas, em geral quatro, cada uma representando uma das cores primárias

da síntese subtrativa (amarelo, magenta, ciano e preto). Os pontos reticulares têm área e/ou concentração proporcional

arquivos para
aos valores de densidade de cor dos originais.

As principais variáveis a serem definidas no processo de pré-impressão incluem: a geometria de ponto, a lineatura de

retícula, os ângulos de retícula, a densidade dos filmes, o equilíbrio cromático, a linearização da curva de reprodução, a

reprodução compensação de ganho de ponto, o balanço de gris, a compensação de carga de tinta (UCR/GCR), a compressão tonal

(compressão de gamut) e a sequência de cores da prova.

Por Sérgio Rossi Fil ho


G eometria de ponto
O ponto reticular é a unidade que compõe a imagem impressa e

constitui a melhor referência que os impressores têm para avaliar a

qualidade do trabalho de impressão. Se os pontos individuais estive-

A qualidade do produto impresso começa a ser rem bem impressos, com certeza, toda a imagem também estará.

A forma geométrica dos pontos reticulares pode ser variada de acor-


definida ainda na etapa da concepção da ideia
do com o motivo e o nível de detalhe que se deseja obter. Tradicio-
feita pelo projetista gráfico, passando pelas
nalmente, utiliza-se o ponto redondo, o ponto quadrado e o pon- figura 16 .
fases de fotografia, editoração eletrônica, ponto
to elíptico. Entretanto, com o uso dos computadores, virtualmente
copiagem das chapas, impressão e acabamento. quadrado,
qualquer outro formato de ponto é possível, permitindo otimizar o redondo
resultado para cada situação particular. e elíptico

34 35
7
O ponto quadrado, em virtude de sua geometria simétrica, é confortável para o impressor, visto que permite perceber À medida que a lineatura aumenta, o ta-

prontamente qualquer distorção de tamanho ou de forma, como o ganho de ponto, por exemplo. manho dos pontos diminui, exigindo maior

A escolha do ponto quadrado é adequada para reprodução de cores planas, sem modulação, como fundos de página, cuidado, para evitar perda de pontos de mí-

boxes de texto etc., porém prejudica a formação de linhas curvas, como em fios de cabelo, visto que os torna serrilhados. nima (entre 1% e 5%). Isto é particularmente

As graduações de cor, como ocorre em degradês e passagens entre áreas de luz e sombra de uma fotografia, repro- importante na reprodução de originais cha-

duzem uma mancha (estria) na região de meia-tinta (50% de ponto) devido ao salto de densidade causado por ilusão mados de chave-alta, nos quais as áreas de

óptica (ganho de ponto óptico). interesse concentram-se predominante-

O ganho de ponto óptico ocorre devido ao encontro dos vértices dos quadrados exatamente quando os pontos adqui- mente nas altas luzes.

rem o valor de 50% (meias-tintas). O resultado é uma reprodução “dura” nas formações em degradê.

O ponto elíptico é particularmente adequado para a reprodução de motivos muito detalhados, como bordados, texturas,

joias etc., além de produzir passagens suaves entre as áreas de luz e sombra da imagem, como nas formações em

degradê, sem o inconveniente do salto de densidade causado pelo ponto quadrado. Devido ao seu formato, acomoda-se figura 17 . imagem reticulada com 50 e 60
linhas por centímetros (respectivamente)
melhor às curvas. No entanto, realça mais o efeito moiré do que as outras geometrias de ponto.

Devido a sua geometria losangular, o encontro dos vértices dos pontos elípticos ocorre em duas etapas: próximo do va- O ganho de ponto na impressão é maior com pontos menores, devido ao aumento da área específica total, exigindo
lor de 40% de retícula (diagonal maior) e próximo de 60% (diagonal menor), reduzindo ou diluindo o salto de densidade. maior cuidado do impressor ao acertar a pressão de impressão (pressão entre a chapa e a blanqueta, a pressão de

contra ou a pressão blanqueta-blanqueta) e o balanço água-tinta, sob o risco de causar entupimento de pontos de

máxima (acima de 80%). Portanto, a compensação de ganho de ponto deve ser alterada conforme a lineatura de re-
Lineatura de retícula
tícula escolhida.
A lineatura refere-se ao número de linhas de pontos de retícula por unidade de comprimento (centímetros ou polega-
A lisura do papel (pps) deve ser elevada para permitir imprimir com precisão os pontos menores. Papéis grosseiros e
das), expressa em linhas por centímetro (lpc) ou linhas por polegada (lpi). Quanto maior a lineatura de retícula, maior
rígidos não proporcionam um contato perfeito com as blanquetas, reproduzindo pontos falhos ou faltantes, o que deixa
o número de pontos que compõem a imagem e, portanto, maior a resolução de impressão, ou seja, mais detalhada a
a imagem com aparência granulada ou arenosa.
imagem reproduzida.
Em geral, utiliza-se lineaturas entre 48 e 54 linhas/cm na impressão de papéis grosseiros (jornal, vergê, kraft, tex-

turizado etc.), entre 54 e 60 linhas/cm com papéis tipo offset, e acima de 60 linhas/cm com papéis revestidos ou

supercalandrados.

36 37
7
â ngulos da retícula Por esse motivo, o amarelo deve ser programado para ficar distante da cor com a qual ele compõe a cor dominante

º
45
75º da cena. Quando isto não é possível (presença de todas as cores secundárias), o moiré é inevitável e, o máximo que se
Na impressão em quadricromia, cada uma das cores pode fazer é programá-lo para que aconteça na cor menos evidente.
90º
reticuladas deve ser separada das demais num ângulo A técnica de reticulagem estocástica elimina este problema, permitindo imprimir mais do que quatro cores sobrepostas
105º
de 30 graus, para evitar padrões geométricos de inter- sem a ocorrência de moiré.
ferência chamados de moiré. O moiré reduz a resolução O processo de reticulagem estocástica reproduz imagens constituídas de micropontos randomicamente distribuídos.
da reprodução relativa ao original. É realizada por intermédio de softwares especiais instalados em sistemas eletrônicos de editoração.
A combinação de ângulos que reproduz o padrão menos

intenso – roseta – é: Y90°, M45°, C105°, K75°. A escolha


Dentre as principais vantagens da reticula-
exata, entretanto, depende das cores a serem repro-
figura 18 . ângulos de gem estocástica destaca-se a possibilidade
duzidas. O padrão de retícula torna-se menos evidente retícula tradicionais de sobreposição de mais do que quatro co-
com retículas de maior lineatura (acima de 80 linhas por
res sem a ocorrência de moiré, uma vez que
centímetro).
os pontos são distribuídos aleatoriamente.
Para evitar (ou reduzir) o efeito moiré, as linhas de retí-
Outra vantagem é a reprodução de imagens
cula das diferentes cores devem ser defasadas umas das
com maior resolução do que aquela repro-
outras em 30°. Acontece que apenas três cores podem
duzida por uma retícula convencional de li-
ser separadas desse modo. A quarta deve ficar a 15° (a
neatura equivalente. A principal dificuldade é
maior distância possível).
o controle da cópia de chapas.
Visto que a tinta amarela causa o menor impacto visual

de todas, é a escolhida para essa posição, produzindo o

moiré com as cores com as quais compõe secundaria-


figura 19 . imagem
mente (magenta ou ciano na reprodução de vermelho com efeito moiré
ou verde, respectivamente). figura 20 . processo de reticulagem

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7
E quilíbrio crom á tico C ompensação de ganho de ponto
Todos os filmes que compõem uma mesma chapa ou um mesmo caderno, principalmente aqueles que serão montados Todo processo de impressão, e particularmente o processo offset, envolve

na mesma direção vertical, devem ser confeccionados segundo o mesmo critério, ou seja: a mesma curva de reprodu- uma série de variáveis que causam a deformação dos pontos de retícula de

ção tonal, a mesma compensação de ganho de ponto, o mesmo balanço de gris, a mesma compensação de carga de meio tom, reproduzindo um valor maior do que aquele que foi planejado.

tinta (UCR/GCR), a mesma compressão tonal (compressão de gamut), a mesma lineatura de retícula e assim por diante. Isto equivale a dizer que as cores da reprodução serão diferentes das dese-

O acerto das chaves do tinteiro das impressoras offset é feito por zonas, isto é, a mesma carga de tinta (espessura jadas, a menos que sejam compensadas.

do filme) alimenta todas as páginas posicionadas na mesma direção vertical (direção do deslocamento da folha ou da O processo offset trabalha com tintas de diferentes viscosidades, dependen-

bobina na impressora). do da velocidade da impressora e da temperatura ambiente. Os papéis de

Se os arquivos das diferentes cores dessas não estiverem equilibrados, o volume de tinta não será suficiente para uma impressão têm diferentes lisuras e porosidades. As blanquetas têm diferen-

tintagem homogênea, causando desequilíbrios de uma imagem para outra. Se a carga de tinta for alimentada pela tes durezas e compressibilidades. A pressão de impressão (pressão entre os

média de demanda dessas imagens, nenhuma delas atenderá à qualidade requerida. cilindros de blanqueta e de contrapressão, ou blanqueta–blanqueta) depen-

Existem normas, como SNAP, SWOP, Gracol e outras, que sugerem critérios padronizados para a confecção dos arqui- de das características do papel e da blanqueta. As tintas emulsionam com

vos digitais destinados a uma determinada finalidade ou nicho de mercado. a solução de molhagem e sofrem modificações de tack e de viscosidade. O

O tempo gasto pelo impressor para melhorar (dividir) o resultado impresso quando diversas imagens alinhadas verti- balanço água–tinta depende das características das tintas e da solução de

calmente estão desbalanceadas representa a maior fração do acerto (set up) e, por isso, justifica qualquer esforço. En- molhagem e do modo como o impressor acerta a impressora. Todas estas

tretanto, só a pré-impressão pode fazer alguma coisa para ajudá-lo. Os recursos da impressora são limitados para isso. variáveis afetam, de alguma forma, o ganho de ponto. Uma coisa é certa: o figura 21 . ponto na chapa e ponto
ponto reproduzido no papel será diferente daquele reproduzido na chapa. impresso (respectivamente)

Linearização da curva de reprodução Visto que o ganho de ponto depende de algumas propriedades das tintas, principalmente do tack, da viscosidade e do

As plotadoras de chapas (platesetters) reproduzem pontos que variam de 1% a 99% de área, em incrementos de 1%. nível de emulsionamento com a solução de molhagem, cada cor pode apresentar um ganho diferente, exigindo dife-

Cada porcentagem de ponto representa um determinado valor tonal (nível de gris). Portanto, a condição que propor- rentes compensações.

ciona a maior gama de valores é representada graficamente por uma reta inclinada a 45°. O mesmo vale quando se considera diferentes tipos de papéis. A prática indica que papéis revestidos (couchê) ganham

O processo de linearização da imagesetter consiste em acertar a modulação da fonte de luz laser para que reproduza entre 10% e 15% de ponto; papéis não revestidos, papelcartão e papeis texturizados entre 18% e 25% e papéis imprensa

sobre a chapa pontos que variam de 1% a 99% alinhados a 45°. (jornal) acima de 30%.

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B alanço de gris

O processo de seleção de cores parte do princípio que Além disso, existem diferentes escalas de tintas em uso ma maneira, como o verde da vegetação, o azul do céu, o vermelho da maçã, o marrom do tijolo, os tons de pele etc.

as três tintas de escala (amarelo, magenta e ciano), nas gráficas brasileiras. As impressoras planas utilizam Distorções nessas cores são prontamente reconhecidas e depreciadas.

combinadas em diferentes proporções, podem repro- predominantemente a escala Europa; as máquinas ro- Para neutralizar os tons de gris, a técnica consiste em aumentar o valor correspondente à tinta ciano ou reduzir o valor

duzir todas as cores do espectro visível, sendo os tons tativas com forno, a escala SWOP. do amarelo e do magenta, nas áreas de sobreposição das três, em cerca de 20%, ou seja: o ciano deve ter cerca de

neutros (acromáticos) reproduzidos a partir da mistura Sendo assim, é necessário fazer compensações durante 20% a mais de saturação em relação ao amarelo e ao magenta e deve sempre predominar a mistura das três cores

de proporções iguais das três. o processo de seleção de cores, a fim de neutralizar os nas áreas de sobreposição.

Acontece que, na prática, as tintas utilizadas não são grises (tons neutros) e ajustar a escala de distribuição

cromaticamente puras. O magenta é muito averme- tonal. Caso contrário, haverá invasões de cor, distor-
C ompensação de carga de tinta ( U C R/ G C R/ M C R)
lhado (quando deveria ser azulado) e o ciano é muito cendo as cores das imagens e comprometendo a qua-

azulado (quando deveria ser esverdeado). Por isso, a lidade da reprodução. A quantidade de tinta necessária para reproduzir uma determinada saturação de cor depende da qualidade da tinta
combinação de proporções iguais das três tintas não O sistema visual humano é muito sensível aos tons impressa e das propriedades do papel. Os papéis revestidos (couchê) permitem reproduzir cores mais vibrantes do que
produz gris neutro, mas sim um tom marrom aver- neutros, mais do que às cores. Por isso, é importante os papéis não revestidos. Entretanto, qualquer que seja o caso, existe um limite a partir do qual o processo torna-se
melhado, causando invasões nas cores compostas por que os grises sejam neutralizados, como no caso de difícil de controlar, dando margem a problemas que comprometem a qualidade do impresso.
sobreposição das três tintas. reproduções de objetos feitos de metais brancos (alu- Quando a alimentação de tinta é elevada, a alimentação de solução de molhagem também precisa ser alta, para garan-
mínio, prata, cromo, níquel, aço etc.), ou que sejam tir o equilíbrio água–tinta. Este excesso compromete o registro de cores, visto que o papel sofre variação dimensional ao
naturalmente brancos, como o algodão, os dentes, as absorver excesso de umidade. Umidade excessiva também causa ondulações e encanoamento do papel, prejudicando
nuvens etc. Invasões de cor nesses objetos chamam a arrumação das pilhas e as operações de acabamento.
muito a atenção e são prontamente reconhecidas pelos As tintas sofrem emulsionamento excessivo, sua viscosidade aumenta, o tack diminui, a distribuição e o transporte da
olhos, causando uma sensação desagradável e reduzin- tinta na rolaria são prejudicados, a impressão fica manchada (marmorizada), as cores ficam lavadas (pálidas), o ganho
Figura 22 . diferença no balanço de gris do a sua atratividade. de ponto aumenta além do que foi compensado nos filmes, causando entupimento de pontos nas máximas e reduzindo
O mesmo vale para as cores de memória, ou seja, o contraste relativo. As tintas demoram para secar devido ao emulsionamento, favorecendo o decalque e prejudicando
aquelas que a maioria das pessoas reconhece da mes- as operações de envernizamento, plastificação, relevo, hot-stamping etc., além do atraso causado pelo tempo de espera

de secagem das tintas. Enfim, são tantos os problemas que não vale a pena arriscar.

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7
A experiência indica que papéis revestidos suportam cerca de 320% de somatório de pontos das quatro cores nas áreas C ompressão tonal ( compressão de gamut )
de sobreposição; papéis tipo offset, até 280% e papéis absorventes, até 260%.

No processo de conversão de um original do espaço de cores RGB para o espaço de cores CYMK, as áreas mais escuras O alcance dinâmico dos sistemas de reprodução em cores, isto é, a diferença entre a máxima e a mínima densidade

dos originais são reproduzidas chapadas (sólidas) nas quatro cores (400% de carga de tinta) e, por isso, precisam ser que cada sistema é capaz de reproduzir, difere de sistema para sistema.

compensadas. Assim, o olho humano é capaz de distinguir qualquer coisa próxima de 10 milhões de diferentes cores (equivalente a

O programa Photoshop permite programar o total de carga de tinta, para cada tipo de papel, a partir de dois conceitos: um alcance dinâmico igual a 4,0).

UCR (remoção de cor) e GCR (substituição da componente gris). No primeiro, a tricromia é rebaixada nas áreas de Os filmes fotográficos coloridos, somados às limitações das câmaras fotográficas e aos processos de revelação, não são

sobreposição com preto. No segundo, parte da tricromia que representa o gris é substituída por preto. Nos dois casos, capazes de reproduzir todas as cores visíveis, limitando-se a um alcance dinâmico entre 3,2 e 3,5.

a quantidade total de tinta é substancialmente reduzida, até o limite determinado. Embora os monitores de visualização dos computadores sejam capazes de reproduzir cerca de 16,7 milhões de cores,

os scanners de seleção de cores conseguem captar apenas parte das informações dos originais e, ao gerar um arquivo

digital (TIFF), o alcance dinâmico cai para 2,4 (8 bites por pixel por canal RGB).

O sistema de impressão offset, na melhor hipótese, consegue reproduzir cerca de um milhão de cores, ou seja, muito

menos do que as informações do original.

Quando se compara o original com o impresso, dependendo das cores envolvidas, o resultado é quase sempre decep-

cionante.
figura 23 . gráfico
A densidade de uma foto P/B é cerca de 2,00, enquanto a tinta preta de quadricromia não passa de 1,70. A densidade
do photoshop para
gcr (e) e ucr (d) de um cromo (transparência) é próxima de 3,00, enquanto a impressão em cores alcança no máximo 2,00 nas áreas

de sobreposição das quatro tintas. Portanto, o impresso parece lavado (pálido) comparado ao original, devido à falta de

saturação e de luminosidade.
O GCR é mais indicado para imagens naturalmente escuras. Para imagens normais, o UCR é mais indicado, visto que

o GCR introduz o preto em áreas de meia-tinta (entre 25% e 75% de ponto), dificultando o acerto da carga de tinta na

impressora quando imagens e textos são conjugados, o que acontece na maioria dos casos. C opiagem de c hapas
O MCR é indicado para as situações que envolvem uma cor crítica, como é o caso de tons de carne, que podem esver-
As chapas offset são planográficas, isto é, as áreas de grafismo e de contragrafismo encontram-se no mesmo plano.
dear se o ciano sofrer um ganho de ponto superior ao amarelo e ao magenta. Nesse caso, o ciano é substituído por
Por essa razão, o processo offset, além da tinta, envolve água, ou melhor, uma solução aquosa acidificada de produtos
preto, eliminando o risco.

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que têm a função de tornar as áreas de contragrafismo da chapa não receptivas à tinta. C T P - computer - to- plate
Quando a chapa é adequadamente preparada, o sistema de molhagem da impressora mantém as áreas de contra-
Existem diversas tecnologias de plotagem de chapas digitais. Uma delas envolve equipamentos nos quais as chapas são
grafismo sempre umedecidas. Como as tintas offset não têm afinidade química com a solução de molhagem, os rolos
montadas no interior de um tambor (internal drum), outros em que são montadas na superfície externa do cilindro (exter-
entintadores só conseguem depositar tinta sobre as áreas de grafismo. A química, portanto, é a ciência que governa o
nal drum) e ainda aqueles em que as chapas são montadas sobre uma mesa plana (flatbed).
processo offset.
Uma derivação desta tecnologia é o sistema de copiagem direta (direct imaging) acoplado a impressoras offset DI, no qual
Basicamente, as chapas offset são constituídas de uma base de alumínio granulado revestida de uma camada de ma-
as chapas, em bobinas, ficam embutidas no interior do cilindro da chapa. Ao final da tiragem, o carretel é rotacionado a fim
terial fotossensível (sensível à luz). O tipo de revestimento depende do tipo de chapa.
de expor um trecho virgem da bobina, para receber a exposição a partir de cabeçotes laser na própria impressora, todas

as cores de uma só vez, em registro perfeito, reduzindo a uma fração o tempo de acerto.

T ratamento das á reas de contragrafismo


Após a exposição, as chapas são reveladas para diferenciar as áreas de grafismo das áreas de contragrafismo: as áreas de

grafismo são tratadas para tornar-se receptivas à tinta (oleófilas e hidrofóbicas), e as áreas de contragrafismo são tratadas C hapas digitais
para tornar-se receptivas à água (hidrófilas e oleofóbicas). As áreas assim tratadas são ditas dessensibilizadas. O melhor As chapas digitais podem ser de poliéster ou de alumínio. Ambas têm excelentes propriedades de umectação, porém o
método para dessensibilizar as áreas de contragrafismo é tratá-las com uma solução acidificada de goma-arábica. alumínio é mais estável e suporta maiores tiragens.
Durante a impressão, a chapa é continuamente umedecida pela solução de molhagem. Se o material dessensibilizante for As chapas fotopoliméricas são convenientes por envolverem processamento convencional, já dominado pela indústria
dissolvido, o metal será descoberto e passará a aceitar tinta. gráfica, porém têm resolução limitada, exigem luz de segurança (vermelha) e são sensíveis ao calor e à umidade.

As chapas térmicas são sensíveis à radiação de 830 ou 1064 nm, têm resolução de cópia de 1% a 99% com 250 lpi, podem

ser processadas em luz ambiente e suportam 150 mil cópias (sem forneamento) ou um milhão após queimadas. O laser
T ratamento das á reas de grafismo IR aquece a camada e o calor promove uma reação química, formando uma imagem latente.
Se as chapas recém-preparadas tiverem que esperar várias horas antes de ser usadas, ou no caso de chapas que serão Uma das principais vantagens do laser térmico é que a imagem é formada pelo calor e não pela luz. A imagem só é pro-
reaproveitadas para futura reimpressão, estas devem ser protegidas com uma película de asfalto. duzida quando o nível de calor atinge 120 mJ/cm2 a 830 nm. O efeito do calor não é cumulativo. Abaixo de 120 milijoules
As chapas convencionais são copiadas em prensas de contato, enquanto as chapas digitais são copiadas em sistemas CTP. a imagem não é formada. Acima de 120 milijoules, a imagem não sofre qualquer mudança. Portanto, não ocorre sobre
Após a exposição, as chapas devem ser reveladas, para que a camada fotossensível correspondente às áreas de contra- ou subexposição, não existe perda ou ganho de ponto e o ambiente pode ser iluminado com fonte de luz branca.
grafismo seja removida. Esse processo pode ser manual ou automático.

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8
A maioria dos processos de impressão apresenta algumas características co-

muns, os quais é possível classificá-los. Assim, considerando os processos que


C L AS S IFIC AÇ ÃO
imprimem tintas sobre um suporte, a partir de uma matriz montada numa
D O S P RO C ES S O S impressora, pode-se agrupar os diferentes processos de impressão de acordo

com as características da matriz (forma) de impressão.


D E IM P RES S ÃO
As matrizes se caracterizam por apresentar duas superfícies distintas: aquela

processos de
que deposita a tinta sobre o suporte, denominada área de grafismo; e aquela

que permanece vazia (sem tinta), denominada área de contragrafismo. De

acordo com a forma como as áreas de grafismo são tornadas distintas das

impressão contragrafismo, é possível agrupar os processos de impressão em:

Relevografia: áreas de grafismo estão em alto-relevo em tipografia, flexografia, tipoffset (letterset),

POR SÉRGIO ROSSI FILHO


1 relação às áreas de contragrafismo da matriz. xilografia, datilografia

Encavografia: áreas de grafismo se encontram em baixo-relevo rotogravura, talho-doce, rotoffset,


2 em relação às áreas de contragrafismo. tampografia
O propósito de qualquer processo industrial de impressão é reproduzir cópias iguais ao original aprovado pelo
Planografia: áreas de grafismo e de contragrafismo estão no mesmo litografia, offset, colotipia (collotype), termografia,
cliente. Todo processo de impressão envolve um grande número de variáveis que se inter-relacionam, o que

exige dos impressores e fabricantes de produtos gráficos elevado nível de conhecimento e domínio do processo,
3 plano e sua distinção é feita a partir de processos físico-químicos. offset seco (waterless), metalografia

para manter as variações dentro dos limites admissíveis. Permeografia: áreas de grafismo são permeáveis à tinta, serigrafia (silkscreen), mimeografia

Cada material envolvido deve atender aos requisitos do processo de impressão, operações de acabamento,
4 enquanto as áreas de contragrafismo são impermeáveis.

produto impresso, além das condições de uso final do produto. O objetivo é atender as necessidades daqueles que
Impressão digital: a maioria dos novos processos de impressão está eletrofotografia, eletrografia, ionografia,
compram o produto impresso (traduzido em termos de qualidade, preço e prazo); daqueles que processam o item
5 associada à tecnologia da informática que, a partir de imagens digitais magnetografia, jato de tinta (ink jet),
impresso (indústrias de embalagem, rotulagem, etc.) e daqueles que manipulam o produto final (consumidores). (latentes), imprime sob o comando de sistemas computadorizados. transferência térmica

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Processo de impressão flexográfica
A flexografia é um processo de impressão versátil que permite reproduzir de uma a seis ou mais cores em bobinas
C A R A C T E RÍ STI C A S As informações que seguem têm a finalidade de analisar os aspectos
de até 2,5 m de largura. Visto que os materiais de embalagens são usados, na maioria das vezes, em bobinas,
mais importantes de cada processo industrial de impressão, o que in-
D O S P R I N C I PA I S sendo que a maioria das impressoras flexográficas imprime bobina–bobina.
clui as variáveis características de cada processo e as configurações de
PROCESSOS DE equipamentos mais difundidas. Não é propósito analisar os processos Uma unidade de impressão flexográfica típica

artesanais ou cuja significância seja considerada desprezível no contexto compreende quatro cilindros: um rolo do tin-
IMPRESSÃO
da indústria gráfica atual. teiro (emborrachado), que transporta a tinta

para o cilindro entintador de aço ou cerâmica

(anilox). Este, por sua vez, transfere uma ca-

mada controlada de tinta para a matriz, fixada


Flexografia no cilindro porta-chapa, que por fim aplica a

A flexografia é um processo de impressão direto que usa matrizes em alto-relevo feitas de borracha (confeccionadas a tinta no suporte, pressionado contra a matriz

partir do molde de uma matriz tipográfica) ou de materiais poliméricos (obtidas por processos fotoquímicos). É o único por um cilindro de contrapressão. figura 24 . esquema da impressão f lexográf ica

processo de impressão desenvolvido especificamente para impressão de embalagens. Obviamente, houve progressos e,

além de embalagem, envolve uma ampla variedade de indústrias: livros, jornais, revistas, têxteis, papelão, micro-ondu-
As configurações das impressoras mais difundidas são:
lado, etiquetas, papel de parede, formulários contínuos, envelopes, sacos, sacolas etc.
CIC (cilindro de impressão comum): em um único

cilindro de contrapressão é acoplado de duas a sete

unidades de impressão;
Matrizes flexográficas Em linha: as unidades de impressão são dispostas em fila;

As matrizes flexográficas são constituídas de borracha natural ou sintética ou de materiais fotopoliméri- Acoplado: unidades de impressão individuais são mon-

cos. As matrizes de borracha foram substituídas por matrizes fotopoliméricas. Visto serem flexíveis, são tadas umas sobre as outras, verticalmente, em duas es-

facilmente montadas no cilindro da impressora com fita adesiva dupla-face. Existem também chapas figura 25 . impressora f lexográfica satélite truturas envolvendo de uma a quatro unidades de cada

com base metálica magnética. lado (cada unidade imprime um lado do suporte).

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Embora versátil e econô- Rotogravura
mica, a impressão flexo- A rotogravura (intaglio) é o segundo processo de impressão mais
gráfica apresenta algumas antigo, iniciado no século XV, na Alemanha. Pertence à família de
limitações: a tinta tende a processos chamados, genericamente, de encavografia, onde as
espalhar (squash), o que áreas de grafismo aparecem em baixo-relevo em relação às áreas
torna difícil a reprodução de de contragrafismo.
meios-tons limpos e deta- Na impressão em baixo-relevo, tanto as áreas de grafismo quanto
lhados. as de contragrafismo são completamente entintadas. Uma lâmina

de metal flexível, chamada racle, remove a tinta depositada nas áre-

as de contragrafismo. A tinta que permanece nas áreas de grafismo


figura 26 . impressão em f lexografia, efeito squash
da matriz é transferida para o suporte, que é pressionado contra a figura 27 . esquema de impressão
matriz por um cilindro emborrachado de contrapressão. em rotogravura

Suportes e tintas
A flexografia é um processo versátil e econômico que permite imprimir sobre uma gama enorme de A característica particular da rotogravura é
diferentes suportes, incluindo papel, cartão, celofane, laminados, plásticos e tecidos. que todo o grafismo, meios-tons e traços,
As tintas são muito fluidas, formuladas de acordo com as características do suporte. Tintas à base de precisa ser reticulado. Cada ponto de retícula
água são usadas na impressão de suportes absorventes (papel e cartão); as tintas à base de solventes se transforma numa célula diminuta, em baixo
são usadas na impressão de suportes não absorventes (celofane, polietileno, polipropileno). -relevo que produz nuances de tom conforme
As tintas flexográficas são formuladas com pigmentos dispersos em veículos compostos com resinas o volume interno da célula varia. Desse modo,
solúveis em solventes. O assentamento da tinta no suporte ocorre por evaporação dos solventes, que são é fácil distinguir um impresso feito em roto-
muito voláteis. Esses solventes são empregados para dissolver uma grande variedade de ligantes (nitro- gravura de impressos feitos em outros pro-
celulose, poliamidas, acrilatos e resinas modificadas). As resinas podem ser modificadas com plastificantes cessos de impressão, visto que os contornos
e ceras para conferir flexibilidade, resistência ao atrito e deslizamento do filme impresso. figura 28 . texto impresso em rotogravura - serrilhado dos textos são serrilhados.

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As impressoras de rotogravura são rotativas de alta velocidade (50.000 a 100.000 iph), alimentadas com bobinas. A gravação química é feita com a proteção das áreas de contragrafismo contra a ação do agente que ataca quimica-

O produto impresso pode sair da impressora na forma de cadernos dobrados, folhas cortadas ou bobinas. mente as áreas de grafismo. Isso acontece numa banheira de gravação onde o cilindro é parcialmente submerso em

cloreto férrico (FeCl3). A profundidade das células é em função do tempo de gravação e das características físico-quí-
O processo rotogravura permite impri-
micas do agente (concentração, temperatura, etc).
mir numa ampla variedade de suportes,
A gravação eletromecânica é realizada por ação mecânica de “agulhas” de diamante, de geometria piramidal, controla-
incluindo cartão, papel, laminados, ce-
das eletronicamente por computadores, a partir de imagens digitais.
lofane e filmes plásticos. Seu campo de
Conforme o volume da célula varia, o volume de tinta depositado no suporte também varia, o que gera as nuances
aplicação abrange revistas, embalagens,
de tons. As células são muito rasas (cerca de 25µ a 30µ nas áreas de sombra). A natureza do trabalho determina o
jornais e outros produtos de grande ti-
número de células por centímetro linear (lineatura da retícula). Quanto maior o número de células, menor o volume de
ragem. As tintas são muito fluidas e for-
cada célula e mais bem detalhado será o impresso. O volume de tinta transferido para o suporte depende do volume
muladas para atender aos requisitos de
da célula, sua geometria, propriedades reológicas da tinta e das características do suporte.
cada tipo de suporte.
Cada célula é separada das demais por uma “parede” que corresponde às áreas de contragrafismo. A tinta das áreas
f igura 29 . cilindro para impressão em rotogravura
de contragrafismo é removida por uma racle de metal flexível, sustentada pelas paredes das células, por isso, tanto as

ilustrações quanto os textos precisam ser reticulados.


A gravação é feita diretamente sobre a superfície do cilindro ou sobre chapas (camisas) que são posteriormente mon-

tadas no cilindro. Após a gravação, o cobre recebe uma película de cromo (cerca de 7 µ), aplicada por eletrodeposição,

para conferir à superfície resistência ao atrito causado pela racle (lâmina metálica flexível que remove o excesso de tinta

das áreas de contragrafismo).


Os processos de gravação convencional (área da

célula constante e profundidade variável), autotípi-

co (área da célula variável e profundidade constan-

te) e semiautotípico (área e profundidade da célula

variáveis) envolvem processos químicos, eletrome-


figura 31 . paredes
cânicos (helioklischograph), laser e electron beam figura 30. pontos de gravação para das células de
(feixe de elétrons). cilindros de rotogravura impressão

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Impressão rotogravura
As impressoras rotogravura são rotativas alimentadas com bobinas. A alimentação com folhas é usada

na impressão de trabalhos de arte de pequena tiragem e na confecção de provas. As impressoras ali-


Suportes e tintas
O processo rotogravura é adequado para imprimir uma grande variedade de substratos, incluindo papel,

cartão, plásticos, laminados, celofane e outros. A condição indispensável é que exista íntimo contato
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mentadas com bobinas produzem em velocidade elevada e são ideais para trabalhos de grande tiragem, entre a superfície do suporte e a tinta contida no interior das células. Se não houver contato não haverá

tais como: embalagens, revistas, catálogos, livros e jornais de grande circulação. transferência da tinta e o impresso apresentará “buracos” nas áreas onde não houver pontos (“missing

Algumas impressoras são equipadas com mais de 10 unidades de impressão, várias dobradeiras, ali- dots”). Por isso, o suporte deve ser liso e macio.

mentadas com várias bobinas ao mesmo tempo e produzem impressos semiacabados.

A sequência de impressão para trabalhos em quadricromia costuma ser: amarelo, magenta, ciano e Superfícies irregulares não são normalmente im-

preto. A condição indispensável é que exista contato perfeito entre o suporte e a matriz (cilindro de im- pressas pelo processo de rotogravura, embora exis-

pressão) e que a tinta impressa esteja “assentada” no suporte antes que a próxima tinta seja impressa. A tam sistemas de auxílio eletrostático (electroassist,

não observância desses requisitos implica em prejuízos para a qualidade do produto impresso (“missing por exemplo) que promovem a transferência da tin-

dots”, “trapping”, repinte, arrancamento da tinta e outros). ta com bons resultados, mesmo em suportes com

A qualidade do produto impresso depende do exato equilíbrio das variáveis que governam o processo: moderada rugosidade.

lisura e maciez do suporte; força e viscosidade da tinta; ângulo da racle; dureza e pressão do rolo de con- As tintas rotogravura, assim como as tintas usadas

trapressão; velocidade da impressora; características de gravação do cilindro, etc. De qualquer modo, o em outros processos de impressão, são especial-

processo rotogravura presta-se à impressão de produtos de qualidade elevada. Uma das suas principais mente formuladas para atender aos requisitos do

virtudes é simular o efeito de tom-contínuo. suporte, do processo, do produto e às exigências de

uso final. No entanto, todas têm baixa viscosidade e

assentam no suporte por evaporação do solvente.

figura 32 . impressões com “buracos”

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Offset (litografia) chapas digitais são copiadas em sistemas computadorizados (CTP).

Dos três principais processos de impressão, o processo offset é o mais recente. É uma derivação altamente refinada da A razão pela qual o processo offset utiliza uma blanqueta entre a chapa e o suporte é que a chapa é

litografia inventada em 1799 pelo alemão Alloys Senefelder. muito delicada e sujeita a abrasão, e a superfície do papel é abrasiva. Além de aumentar a vida da chapa,

Litografia significa “escrever em pedra” (lithos = pedra e graphein = escrever, em grego). Baseada no princípio de que a blanqueta, por ser compressível e se acomodar às irregularidades do suporte, possibilita imprimir sobre

água e gordura não se misturam, a imagem é desenhada com um crayon gorduroso especial na superfície de uma suportes de acabamento inferior.

pedra calcária porosa e muito polida. Aplica-se sobre a pedra uma solução aquosa contendo goma-arábica e ácido,

espalhada com uma esponja. Esta solução é rejeitada pelas áreas gordurosas de grafismo e absorvida pela porosidade Impressão offset
da pedra nas áreas de contragrafismo. Quando a pedra é entintada, acontece o contrário: a tinta gordurosa é repelida O processo offset é o mais empregado, cerca de 40% de todo o material impresso. Os equipamentos são
pelas áreas umedecidas de contragrafismo e deposita-se nas áreas engorduradas de grafismo. configurados para imprimir de uma a doze cores, para tiragens curtas ou longas, com excelente nível de
Para imprimir, basta colocar uma folha de papel sobre a pedra (a imagem desenhada é ilegível) e pressioná-la para qualidade, abrangendo um enorme leque de produtos que inclui livros, revistas, cartazes, pôsteres, rótu-
transferir a tinta para o papel. Devidamente preparada, a pedra litográfica pode produzir centenas de impressos de alta los, cartões, catálogos, embalagens, folhetos, etc. Máquinas rotativas têm sido crescentemente utilizadas
qualidade. para impressão de jornais e revistas.
Hoje em dia, a pedra litográfica é uma raridade e muito dispendiosa, sendo usada por um pequeno grupo de artistas Todos os modelos de impressoras offset, planas alimentadas com folhas ou rotativas alimentadas com
profissionais para impressão de edições limitadas de obras de arte. bobinas têm em comum, para cada unidade de impressão: um sistema de tintagem, um sistema
O offset é o processo comercial derivado da litografia. A pedra é substituída por uma chapa metálica, fina e flexível, que é de molhagem, um cilindro porta-chapa, um cilindro porta-blanqueta e um cilindro de contra-
fixada no cilindro da chapa da impressora. As áreas de grafismo e de contragrafismo estão situadas num mesmo plano. pressão, cuja função é pressionar o suporte contra a blanqueta. Além das unidades de impressão, as
Devido à natureza delicada das chapas, a impressão não é feita diretamente sobre o papel mas, primeiro, a imagem impressoras são equipadas com dispositivos de alimentação e saída do papel.
entintada é transferida da chapa para uma superfície emborrachada chamada blanqueta (caucho, friza) e, desta, para A função do sistema de molhagem é depositar uma fina camada de solução de molhagem nas áreas de
o suporte. Essa forma indireta de impressão é que originou o seu atual nome: offset (offset). contragrafismo da chapa, de modo a evitar a invasão da tinta naquelas áreas. O sistema de tintagem

distribui a tinta até formar um filme delgado (cerca de 5µ) e depositá-lo sobre a chapa, de acordo com
Matrizes offset a demanda imposta pelo trabalho.

As chapas offset são disponíveis em diversos tipos. A maioria é copiada por processos fotomecânicos. As Em cada ciclo de impressão, a chapa entra em contato primeiro com os rolos molhadores, depois com

chapas para tiragens curtas podem ser copiadas por processos eletrostáticos. As chapas pré-sensibili- os rolos entintadores, em seguida a imagem entintada é transferida da chapa para a blanqueta e desta

zadas podem ter base de papel, plástico ou metal e são comercializadas prontas para uso. As modernas para o suporte.

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figura 33 . esquema de uma impressão offset figura 34 . esquema da figura 35 . esquema de
impressão offset “perfecting” impressão offset satélite

As máquinas planas geralmente imprimem um dos lados do suporte e, após a secagem das tintas, o
Impressão offset
segundo lado, embora existam máquinas reversíveis que imprimem os dois lados numa única “passada”.

As folhas saem abertas da impressora e são posteriormente processadas no setor de acabamento (corte, O processo offset permite imprimir suportes de natureza diversa: papel, cartão, folhas metálicas, tecidos

dobra, colagem, grampeação, costura, etc). Algumas operações de acabamento podem ser executadas e outros. Por ser um processo essencialmente químico, os suportes celulósicos (papel e cartão) devem

na própria impressora (envernizamento, numeração, vinco, serrilha, etc). reunir características específicas, tais como: conteúdo de umidade, pH, colagem interna e superficial,

As máquinas rotativas apresentam diferentes configurações, dentre as quais destacam-se os arranjos: estabilidade dimensional, entre outras.

em linha (para impressão de um só lado); blanqueta-blanqueta ou “perfect” (para impressão simul- Devido à presença da solução de molhagem e às características de pegajosidade (tack) das tintas offset,

tânea de ambos os lados do papel) e CIC ou satélite (common impression cylinder) que imprime os dois os suportes celulósicos devem ter colagem interna e superficial, para conter a absorção de água (a ce-

lados do suporte quando alimentada com bobinas de meia largura. lulose é muito higroscópica) e conferir resistência superficial. Papéis mal colados sofrem muita variação

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Desenvolvimento do processo eletrográfico
O sucesso do mercado de fotocópias e o grande desenvolvimento da eletrofotografia inspiraram os cien-
dimensional causada por absorção excessiva de solução de molhagem e arrancamento de partículas e
tistas das artes gráficas a explorarem industrialmente a impressão eletrostática.
fibras da superfície causado pelo tack das tintas.
A impressão eletrostática baseia-se no fato de que partículas carregadas eletricamente com cargas de
As tintas offset são pastosas, altamente viscosas (200 a 2000 poise), formuladas de acordo com as
mesmo sinal se repelem, enquanto partículas carregadas com cargas de sinais opostos se atraem. Este
características do suporte, do processo, do produto e dos requisitos de uso final do produto impresso.
fato inspirou Huebner que, em 1931, patenteou o processo de transferência de tinta de uma matriz
Assim, devem ser resistentes à solução de molhagem (sem dissolver, sangrar ou emulsionar excessiva-
para o papel, auxiliada por um campo eletrostático. Posteriormente, o GRI (Gravure Research Institute)
mente); devem ter tack compatível com a resistência do suporte ao arrancamento (“pick”); devem ter vis-
reconheceu a transferência eletrostática como auxiliar na transferência de tinta através de pressão. A
cosidade adaptada à velocidade da impressora; devem ser fortes, uma vez que o filme de tinta impresso
virada decisiva aconteceu em 1944 com a invenção patenteada por Carlson da eletrofotografia, que deu
é muito delgado (cerca de 2µ), etc.
origem a uma nova indústria.
Em qualquer caso a secagem é um dos fatores mais críticos do processo offset e depende do equilíbrio
A eletrofotografia, ou xerografia, é baseada nas propriedades fotoelétricas de alguns materiais (selênio,
exato de uma série de variáveis. Assim, o sucesso da impressão offset é função do equilíbrio entre tinta–
polímeros fotocondutivos) que mudam sua condutividade sob a ação da luz. Se uma superfície xerográfi-
água–suporte–máquina–ambiente (temperatura e umidade relativa).
ca é carregada eletricamente e então exposta à luz, as áreas iluminadas são descarregadas enquanto as

demais áreas mantêm a carga eletrostática. O resultado da exposição é uma imagem fotoelétrica latente.
Eletrografia
Esta imagem é feita visível com corantes carregados com carga oposta.
A eletrografia é um processo que lembra a eletrofotografia, visto que uma imagem gerada por computador produz uma Nas máquinas de fotocópia, o material fotoelétrico é uma fina camada de selênio que reveste uma placa
imagem latente formada por cargas elétricas; esta imagem será posteriormente revelada. Entretanto, a luz não cria ou tambor condutor. Este é carregado com carga eletrostática e exposto à luz laser (controlada por
a imagem latente. A carga elétrica é gerada diretamente sobre o suporte e revelada com tinta líquida volátil, a qual é computador) ou refletida de um original. A imagem latente é feita visível pela deposição de um pó seco
absorvida pelo suporte. contendo sílica e corante, ou um toner líquido, carregado com carga oposta. Este material é transferido
A superfície do suporte deve ser dielétrica, para evitar a migração de carga elétrica para as áreas de contragrafismo. O para o suporte (geralmente papel) que mantém contato com o tambor. As partículas de pigmento e
suporte passa sob um cabeçote de impressão que aplica uma sucessão de fileiras de pixels carregados eletricamente, resina são fixados no suporte por aquecimento ou por ação de vapor de solvente.
no sentido da largura, formando uma imagem latente. Conforme o cabeçote passa pela zona de revelação, um toner O material para eletrofotografia sobre papel, tal como no processo electrofax, é revestido com um pro-
líquido contata o suporte e deposita o toner na forma de vapor. Após a impressão de uma cor, o suporte retrocede até duto cuja fórmula contém óxido de zinco sensibilizado e uma resina que age como ligante. O suporte é
a posição do cabeçote de impressão para receber a próxima cor, e assim por diante. carregado antes da exposição e posteriormente revelado.

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8
As máquinas eletrostáticas modernas imprimem em cores, em alta resolução (60 l/cm), em velocidades Magnetografia
superiores a 10 mil cópias por hora, frente e verso, e podem ser equipadas para intercalar, grampear e
O uso do magnetismo na impressão é baseado num conceito inventado há 100 anos, o que o torna o mais antigo dos
dobrar automaticamente.
processos “sem-filme” ou “sem-impacto”. Combina a conveniência e a compatibilidade com o computador da eletro-

fotografia com a produtividade e a estabilidade dos sistemas convencionais de impressão. Sua limitação é a falta de

Indigo disponibilidade de toners coloridos.

A magnetografia baseia-se em dois princípios: (1) criação de uma imagem latente sobre uma superfície metálica mag-
A impressora Indigo combina os processos eletrográfico e offset. A imagem digital, criada em sistemas de editoração
nética através da aplicação de um campo magnético, semelhante ao processo de gravação em fitas e discos magnéticos;
eletrônica, é formada eletrostaticamente, com o auxílio de luz laser, sobre o cilindro de imagem da impressora, e “reve-
(2) a imagem latente criada sobre a superfície do tambor metálico é colocada em contato com o toner, constituído de
lada” com uma tinta líquida denominada ElectroInk (dispersão de polímeros pigmentados com partículas de 1 a 2 µ). A
pigmento (partículas de ferro atraídas pelas forças magnéticas do tambor). O processo de transferência e fusão no
tinta é transferida para uma blanqueta e, desta, para o papel, o qual é pressionado contra a blanqueta por um cilindro
substrato é similar ao usado na eletrofotografia e na ionografia.
de contrapressão. A particularidade mais interessante desse processo é que a transferência da tinta é total, isto é, não

sobra resíduo de tinta sobre o cilindro ou sobre a blanqueta. Isto significa que o motivo impresso pode ser modificado

a cada revolução da impressora

A impressora é alimentada por folhas ou

bobinas e pode imprimir papéis degrama-

tura entre 40 g/m2 e 250 g/m2, frente e


verso, até seis cores, com lineatura de 60

linhas/cm (cerca de 800 dpi), em veloci-

dades que variam de 500 a 8.000 folhas/

hora. Além das cores primárias (amarelo,

magenta, ciano e preto) é possível imprimir

cores especiais, tintas metálicas, magnéti-

f igura 36 . esquema de impressão indigo cas (MICR), fluorescentes, etc. figura 37 . esquema da magnetografia

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8
Jato de tinta (ink-jet) Jato de tinta contínuo

O processo ink-jet, uma das maravilhas derivadas da informática, consiste em projetar contra o suporte gotículas de Um fluxo contínuo de gotículas de tinta produz pixels no sentido vertical sobre o suporte, enquanto o

tinta carregadas com carga eletrostática. cabeçote de impressão se move na horizontal. Tinta líquida, sob pressão controlada, entra pela parte

As tintas para ink-jet são soluções de anilinas solúveis em água ou álcool. A imagem a ser impressa é digital (latente). traseira do bico do cabeçote e é dividida numa série de gotículas individuais por meio da pulsação de

Um computador controla um ou mais cabeçotes que projetam um jato de gotículas de tinta, carregadas eletrostatica- contração e expansão de um elemento cerâmico. Estas pulsações resultam de ação acústica ou piezo-

mente, contra a superfície de impressão formando a imagem. elétrica. A frequência de formação das gotas é a mesma da voltagem de excitação (geralmente na faixa

Esse processo ainda apresenta limitações (baixa resolução, baixa velocidade) mas promete um enorme potencial de do ultrassom de 100 ou mais kciclos/segundo).

crescimento. Por ora, as maiores aplicações se encontram nas áreas de pré-impressão, para confecção de provas de Forças eletrostáticas controlam a trajetória das gotículas de tinta em direção ao suporte. Pulsos contro-

imagens digitalizadas em sistemas de desktop publishing e nas aplicações de codificação, endereçamento e etiquetagem. lados de voltagem elétrica carregam cada gotícula individualmente. Na sequência, as gotículas passam

através de um par de placas defletoras com voltagem fixa e cada gotícula é movida verticalmente por

uma força eletrostática correspondente à sua carga. As gotículas não carregadas não são defletidas e são

O requisito básico do processo interceptadas por uma barreira, voltando ao reservatório.

de criação de imagens (textos,

linhas, pontos de meio-tom)

com sistemas jato de tinta é


Jato de tinta sob demanda
gerar um fluxo controlado de

gotículas individuais e controlar A cobertura de tinta numa página de texto é cerca de 10%; uma imagem colorida não requer mais do

o seu percurso (trajetória) em que 50% de cobertura. No sistema contínuo, mais da metade das gotículas de tinta ejetadas são recircu-

direção ao suporte. ladas e apenas uma pequena fração forma a imagem. O sistema sob demanda evita a complexidade de

carregar, defletir e recircular a tinta, o que simplifica a formulação da tinta.

O sistema sob demanda é baseado no efeito piezoelétrico. A construção do cabeçote é tal que a contra-

ção de um elemento cilíndrico que envolve o jato causa a formação de gotículas. O movimento do cristal

é causado diretamente pelos sinais digitais da imagem e as gotículas são geradas intermitentemente de

f igura 36 . esquema de impressão ink-jet acordo com o sinal. As gotículas caminham diretamente em direção ao suporte.

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8
Jato de tinta térmico A tinta tem propriedades semelhantes às do hot-melt e adere ao suporte ao resfriar. Esta seca rapidamente e se fixa à

Gotículas de tinta podem ser formadas por aplicação de energia térmica localizada, em pulsos curtos e superfície do material, com pouca penetração, produzindo cores densas.

precisamente sincronizados. Este processo é também conhecido como jato de bolha (bubble jet). O contorno dos pontos impressos é bem definido, com pouco ganho de ponto, aumentando o gamut de cores e possi-

O sistema de jato de bolha é constituído de um canal capilar dotado de um pequeno resistor embutido bilitando um padrão de qualidade elevado.

na parede do canal. O calor gerado quando um pulso de imagem digital passa através desse resistor

produz a evaporação localizada da tinta e a formação de uma bolha. A pressão resultante causa a ejeção

de uma gotícula de tinta.

Transferência térmica
O processo de impressão por transferência térmica, assim como outros processos que não utilizam filmes, foi desen-

volvido principalmente para produzir provas de arquivos de computador. Sua característica é que os sinais digitais de

entrada são conduzidos por condutores elétricos diretamente para a posição onde um elemento de imagem é formado

no suporte. Não é necessário um meio intermediário, físico ou material, para conduzir o sinal por meio do sistema.
figura 39 . ilustração do processo de nanografia
O meio colorido desse sistema é uma fita coberta com cera pigmentada (tinta hot-melt), que produz cores limpas e

saturadas, em diversos suportes, embora a velocidade seja muito inferior aos outros processos. A tira colorida entra em
Dentre as principais vantagens atribuídas ao processo nanográfico se destacam: (1) flexibilidade de formatos de folhas
contato com o suporte, uma cor por vez. O cabeçote de impressão é dotado de uma série de pequenas resistências que
e bobinas; (2) velocidade de até 13 mil iph; (3) impressão de até 8 cores; (4) impressão em diversos tipos de suporte
aquecem (260°C) e pressionam a tira entintada, transferindo a tinta para o suporte.
(papel, papelcartão, plásticos, etc.).

Nanografia

A nanografia é uma tecnologia de impressão digital inspirada no ink-jet, na qual gotículas de uma tinta aquosa especial

(nano-ink), formulada com pigmentos com cerca de 500 nm de diâmetro, são borrifadas por ejetores sobre uma su-

perfície especial (fita-blanqueta) e, após a evaporação da água, transferida para o suporte por contato direto.

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8
resumo dos principais processos de impressão
flexografia R otogravura O ffset
- O processo flexográfico é especialmente apropriado - A rotogravura é indicada para a impressão de - O processo offset é indireto, isto é: a imagem é primeiro transferida da chapa para a blanqueta e depois para

para impressão de embalagens flexíveis, tecidos e produtos de qualidade elevada e grandes tiragens. o suporte.

papelão ondulado. - A gama de tons reproduzidos é mais ampla do - É o único processo de impressão que envolve água (solução de molhagem).

- É um processo versátil e econômico que reproduz que nos outros processos de impressão. - É indicado para a impressão de produtos de formatos variados, com qualquer número de cores, com excelente

de uma a seis ou mais cores em bobinas de até 2,5 - As tintas são muito fluidas (constituídas de nível de qualidade a custos relativamente baixos se comparado a outros processos de impressão.

m de largura. solventes muito voláteis). - Oferece ao planejador gráfico liberdade de criação com vários recursos de paginação, o que permite imprimir

-Geralmente imprime bobina–bobina. - As matrizes são duráveis, porém caras. uma ampla variedade de suportes e cores especiais.

- A matriz é flexível e em alto-relevo. - As áreas de grafismo da matriz encontram-se - Pode imprimir diferentes lineaturas ou retículas especiais (jato de tinta, círculos concêntricos, estocásticas, etc).

- A impressão é direta da matriz para o suporte. em baixo-relevo. - Requer maior atenção do que outros processos para manter a qualidade uniforme durante a tiragem.

- Imprime sobre uma gama enorme de suportes: - Pode imprimir sobre diversos tipos de suportes: - As chapas são relativamente baratas e de confecção rápida.

poliolefinas, poliestireno, poliéster, papel, cartão, papel, cartão, plásticos, laminados etc. - Imprime suportes com lisura inferior, embora a qualidade melhore com papéis mais lisos (papéis couchê).

papelão ondulado, tecidos, laminados e outros. - Os suportes devem ser lisos e/ou macios. - As provas podem ser feitas em prelos na própria impressora ou por processos automáticos e eletrônicos

- As tintas são muito fluidas. - As provas e as correções são dispendiosas. (MatchPrint®, Cromalin®, PressMatch®, Rainbow®).

- Apresenta limitações na reprodução de detalhes - Todo o grafismo deve ser reticulado, inclusive - Os tons suaves e sutis são facilmente reproduzidos.

finos devido ao espalhamento da tinta. os traços. Por isso, deve-se evitar o uso de tipos - A sequência de impressão pode ser rapidamente alterada para atender aos requisitos do processo e do produto.

- Tipos de corpo inferior a 6 pontos devem ser serifados com corpo inferior a 6 pontos. - As correções devem ser feitas nos arquivos, exigindo a confecção de novas chapas.

evitados, principalmente os tipos serifados. - Simula o efeito de tom-contínuo. - O processo offset é amplamente usado na impressão de jornais, revistas, livros, impressos promocionais,

- O investimento em equipamento é menor do que - Os equipamentos exigem investimentos elevados formulários-contínuos, impressos de segurança, embalagens, rótulos, etc.

nos processos offset e rotogravura. e mão de obra especializada. - Os investimentos em equipamentos são elevados e a mão-de-obra precisa ser altamente qualificada.

70 71
9
O resultado impresso depende da soma das variáveis dos processos de pré-impressão e de impressão.

As cores impressas dependem das cores dos originais, das cores das tintas e dos componentes de cor refletidos pelos

suportes de impressão. Cada uma delas envolve restrições que limitam a quantidade de cores reproduzidas.

Enquanto os sistemas de tratamento de imagens digitais permitem reproduzir 16,7 milhões de cores, o sistema visual

humano reconhece apenas cerca de 10 milhões de cores e os processos de impressão, na melhor hipótese, conseguem

reproduzir menos de um milhão de cores.

O roteiro a seguir permite otimizar o resultado impresso por meio de recursos de compensação disponíveis no Pho-

toshop. Para facilitar a compreensão, cada variável será discutida em cada passo do processo.

como obter
reproduções 01
O primeiro passo é confi-

gurar o Photoshop para as

em cores condições de impressão da

gráfica que vai imprimir o

com boa
trabalho. Abra o Photoshop e

procure: arquivo – configu-

ração de cores – configu-

qualidade?
ração de CMYK. As imagens

a seguir foram extraídas da

versão 5.0.

Por Sérgio Rossi Fil ho

72 73
A imagem que aparece ao abrir o menu

pela primeira vez representa o default do

programa, isto é, a configuração do desen-

volvedor, e pode ser muito diferente das

condições desejadas.
02
O segundo passo é compen-

sar o ganho de ponto ou au-

mento de ponto. 9
Em cores das tintas escolha o perfil de

papel e tinta que mais se aproxime das

condições reais de impressão. Por exemplo:

SWOP (Brilhante) para impressão de pa-


O ganho de ponto é o aumento óptico do tamanho dos pontos de uma retícula de meio-tom que ocorre durante os
pel revestido em impressora rotativa e tin-
processos de pré-impressão mais o aumento inevitável de tamanho dos pontos de meio-tom que ocorre durante o
tas heatset, ou Eurostandard (Brilhante)
processo de impressão, devido às características do papel, da tinta e da impressora.
para impressão de papel revestido e tintas
O ganho de ponto é uma das variáveis mais importantes a ser considerada nos processos de reprodução gráfica, visto
escala Europa (geralmente utilizadas em
que interfere na cor da reprodução. A maior variação ocorre nas áreas de meia-tinta (entre 40% e 60% de ponto).
impressoras planas).
Diversas variáveis do processo afetam o ganho de ponto, dentre elas: o processamento das chapas de impressão, as
Caso o perfil desejado não esteja na lista, ele
tintas (viscosidade, tack), os papéis (lisura, absorção), a pressão de impressão, o ajuste da rolaria da impressora offset,
terá de ser criado ou carregado. Nesse caso,
o balanço água–tinta, a blanqueta (compressibilidade e estado da superfície), a lineatura da retícula, a geometria dos
clique em outras ou em carregar.
pontos de retícula e o inter-relacionamento dessas variáveis. Em condições normais de reprodução, o ganho de ponto

pode variar entre 10% e 35%.

Para ajustes mais precisos, abrangendo toda a curva de reprodução, o Photoshop permite carregar os valores de
NOTA: Perfil de cores <color profile> - Padrão empregado para descrever o espaço de cores de equipamentos
compensação para cada cor individualmente, e em intervalos estreitos de densidade, acessando a máscara Curvas de
de entrada (scanner), de representação (monitor) e de saída (impressora) em sistemas eletrônicos de editoração.
Aumento de Ponto.

74 75
9
difícil de controlar, dando margem a problemas que comprometem a qualidade do impresso.

No processo de conversão de um original do espaço de cores RGB para o espaço de cores CYMK, as áreas mais escuras

dos originais são reproduzidas chapadas (sólidas) nas quatro cores (400% de carga de tinta) e, por isso, precisam ser

compensadas.

Quando se usa UCR ou GCR, a escala do preto é ampliada, melhorando a aceitação das tintas. Entretanto, excesso de

preto na quadricromia em layout de página com texto e imagem conjugados torna o trabalho do impressor crítico, uma

vez que este deve encontrar uma carga de tinta adequada a ambos ao mesmo tempo, o que nem sempre pode ser

otimizado. A maior desvantagem do UCR e do GCR é a perda de densidade nos tons escuros. Os níveis mais comuns

de UCR e GCR encontram-se entre 45% e 55%.

03
Em seguida, escolha GCR / UCR para limitar a quantidade de tinta nas áreas de sobreposições de tintas O GCR é mais indicado para imagens naturalmente escuras. Para imagens normais, o UCR é mais indicado, visto que

no item Tipo de Separação. o GCR introduz o preto em áreas de meia-tinta (entre 25% e 75% de ponto), dificultando o acerto da carga de tinta na

impressora quando imagens e textos são conjugados, o que acontece na maioria dos casos.

O MCR é indicado para as situações que envolvem uma cor crítica, como é o caso de tons de carne, que podem esver-

dear se o ciano sofrer um ganho de ponto superior ao amarelo e ao magenta. Nesse caso, o ciano é substituído por

preto, eliminando o risco.

04
Na sequência, defina a Composição de Preto conforme a natureza da imagem e de acordo com o efeito

desejado. Veja na imagem a seguir que é possível eliminar completamente o preto (Nenhum), ou seja,

reproduzir apenas a tricromia (indicado para imagens muito claras e cores pastéis), ou escolher as va-
A quantidade de tinta necessária para reproduzir uma determinada saturação de cor depende da qualidade da tinta
riações Suave (preto esqueleto), Médio, Carregado e Máximo (escala plena). Se nenhuma das opções
impressa e das propriedades do papel. Os papéis revestidos (couchê) permitem reproduzir cores mais vibrantes do que
disponíveis atender às necessidades, é possível fazer ajustes personalizados, enfatizando ou eliminando
os papéis não revestidos. Entretanto, qualquer que seja o caso, existe um limite a partir do qual o processo torna-se
preto de qualquer intervalo da curva de reprodução.

76 77
06
Da mesma forma, o Limi-

te Total das Tintas deve

ser limitado de acordo

com a natureza do supor-

te, a qualidade das tintas


9
e as variáveis do processo

de impressão.

A quantidade máxima de tinta impressa nas áreas de sobreposição depende também do ganho de ponto. Para suportes

05
O Limite da Tinta Preta revestidos e impressão plana recomenda-se 300 - 320%, para não revestidos, 280 - 300%.

numa quadricromia, em Pronto, a configuração básica está completa. Salve e, se quiser, dê um nome para facilitar a busca quando desejar

áreas de sobreposição de utilizar esta configuração para imagens com características semelhantes.

cores, não precisa ser su- **Faça outras configurações para imagens ou condições diferentes.

perior a 80%. Por causa do Agora, é preciso configurar algumas características relacionadas ao processo de impressão. Assim como na primeira

ganho de ponto, estes 80% etapa do processo, abra a imagem que deseja corrigir, a qual deve estar no modo RGB.

praticamente se aproxi-

mam do chapado (100%).

78 79
07
Procure no menu do Pho-

toshop as funções: ima-


09
Dê um duplo clique no conta-gotas

de máxima e defina no Seletor de

Cores (Color Picker) os valores de

CMYK que definirão as sombras da

imagem. Se a cor em questão for


9
gem – ajustar – curvas.
especial (Pantone, por exemplo),

clique em personalizar e escolha

a cor desejada. Em seguida, salve

clicando OK para uso posterior.


Os valores sugeridos no exemplo servem para a impressão de suportes revestidos foscos e papelcartão.

Observe que o somatório das quatro cores (288) é ligeiramente inferior ao máximo suportado por essa

categoria de suporte, como margem de segurança para variações comuns na impressão. Note também

que o valor do ciano é 20% superior aos valores de amarelo e magenta, para garantir o balanço de gris.

08 10
No menu curvas, localize Da mesma forma, dê um du-

três conta-gotas que ser- plo clique no conta-gotas de

vem para ajustar os pa- mínima e defina no Seletor de

râmetros de mínima, de Cores (Color Picker) os valores

meias-tintas e de máximas de CMYK que definirão as luzes

da imagem. da imagem. Em seguida, salve

clicando OK para uso posterior.

80 81
9
Os valores sugeridos no exemplo servem para a impressão de suportes revestidos foscos e papelcartão. Observe que

13
os valores de magenta e amarelo são menores do que o valor do ciano, para preservar o balanço de gris. Note também Converta imagem para
que o valor do preto é zero, por se tratar de áreas de brilho. CMYK. É possível que ocor-

ram alterações de cor. Se

necessário, faça correções

11
Na sequência, dê um duplo clique no conta-gotas de meias-tintas e defina no Seletor de Cores (Color localizadas para ajuste fino.
Picker) os valores de CMYK que definirão as cores de interesse da imagem. A composição de cor pode ser

medida na própria amostra (original de reflexão, prova, escala de cores etc.). Em seguida, salve clicando

OK para uso posterior.

12
Abra a imagem RGB que

deseja corrigir e a ferra-

menta Curvas. Dê um úni- mínima

co clique no conta-gotas de
meia-tinta
máxima e outro clique na
máxima

imagem, no ponto corres-

14
Por fim, salve o arquivo em EPS, para reter as configurações realizadas e exportá-las com a imagem para
pondente à sombra com
o documento final. A metodologia resumida acima é descrita no livro Separação de Cores em Desktop,
maior saturação. Repita o
de Milles e Donna Southworth. Obviamente, não é a única maneira de fazer ajustes em imagens a serem
procedimento para as mí-
impressas, mas é prática e rápida.
nimas e as meias-tintas.
Alguns artistas gráficos não utilizam o programa Photoshop. Preferem o CorelDraw ou outros softwares.

Os parâmetros sugeridos valem para imagens com contraste normal, que correspondem a mais de 90% Infelizmente, nem todos têm os mesmos recursos, mas os conceitos apresentados acima são os mesmos.

de tudo o que é processado. Para imagens mais complexas (chave-baixa ou chave-alta) recomenda-se Em qualquer caso, o mais importante é que o resultado final seja bom ou o melhor possível, e isso depen-

consultar a literatura mais completa. de fortemente dos ajustes feitos na pré-impressão.

82 83
C orte T roquelado
O processo de corte troquelado é executado pela
pressão de uma ferramenta vazada especial, conten-

do o desenho do corte desejado, sobre a folha ou um


10
conjunto de folhas impressas.

Esta técnica é utilizada em rótulos, etiquetas, quebra-

cabeças, pratos e copos de papel e em produtos que

exijam cortes não lineares e irregulares, tal como em

índices de dedos e de separadores de páginas em

catálogos, livros, bíblias, etc., que pode ser executado

tipos de
figura 40 . exemplo de corte troquelado em folhas soltas ou no miolo do produto.

acabamentos Relevo ( embossing)

em papelcartão
Relevo é o resultado do efeito de pres-

são controlada aplicada a um suporte

colocado entre dois moldes: um fêmea,

feito de latão ou de fotopolímeros, e

um contramolde (macho), feito de pa-


Por Sérgio Rossi Fil ho pel-machê ou plástico moldado. figura 41. exemplos de papelcartão com acabamento relevo

84 85
O relevo torna o impresso mais atraente, aumentando o apelo ao consumo. Além do apelo estético, o relevo é usado Capas de livros, embalagens de cartão e car-
na escrita em Braille. tões de felicitações são produtos que costu-
O processo de relevo pode ser integrado ao processo de corte e vinco. Existem dois processos de estampagem mais mam receber relevo e estampagem, produzin-
utilizados: o relevo cego (sem tinta ou laminado) e a estampagem a quente (hot-stamping), com laminados coloridos do um efeito brilhante muito atraente.
ou metalizados. Os laminados plásticos estão disponíveis em
No processo de alto-relevo, uma matriz (cunho) é montada contra uma fôrma aquecida presa à mesa da prensa de diversas cores, incluindo ouro, prata e cores
estampagem. Uma contramatriz (contracunho) é montada em registro. Quando ambas são pressionadas contra o metálicas (vermelho, verde, azul etc). Outras
suporte a ser estampado, forma-se uma imagem em relevo. A estampagem pode também ser feita com moldes frios, opções incluem imitação de madeira, cores
mas o processo a quente é o mais comum. pigmentadas com acabamento fosco ou bri-
figura 43 . embalagem com a utilização do
efeito relevo e aplicação de hot-stamping lhante, holografias e outros.
O relevo é muito usado na produção de cartuchos, car-

tões, etiquetas, capas e material de papelaria de alta

qualidade, onde o efeito confere ao produto um acaba- As prensas de estampagem podem ser antigos prelos tipográficos
mento atraente e fino. de platina adaptadas ou equipamentos especialmente dedicados. As

máquinas de hot-stamping podem ser do tipo plano sobre plano,

cilindro sobre plano e cilindro sobre cilindro. As máquinas plano so-


f igura 42 . matriz e contramatriz para bre plano e plano sobre cilindro são usadas para pequenas e médias
produção do relevo
tiragens, enquanto as máquinas cilindro sobre cilindro são especial-

mente desenvolvidas para as tiragens maiores, podendo alcançar

velocidades acima de 10 mil folhas por hora.


E stampagem a quente ( hot-stamping )
O processo de decoração com laminados metálicos (hot-stamping) consiste em pressionar uma matriz aquecida (clichê),

contendo o motivo que se deseja reproduzir, contra uma fita metalizada posicionada sobre o suporte, numa prensa de
figura 44 .
estampagem, transferindo a película metálica para o suporte. O processo pode ser combinado com relevo, recebendo
laminados plásticos
a designação de estampagem em relevo. para hot-stamping

86 87
10
Os sistemas de cilindro sobre plano e cilindro sobre cilindro Para tiragens curtas e desenhos pouco complicados,

são limitados para a gravação com relevos baixos. Esta técni- um molde de magnésio, mais barato, pode ser utili-

ca, desenvolvida na Alemanha no início do século 20, é larga- zado. Os moldes modernos são cortados a laser em

mente usada na indústria de rótulos e embalagens e também sistemas assistidos por computador (CAD/CAM).

na área de segurança, como elemento antifalsificação, o que

garante a autenticidade dos produtos, como protetor de mar-


figura 46 . moldes
ca e na detecção de fraudes. As películas utilizadas são filmes
para aplicação de
de poliéster metalizado ou transparente com alto índice de
relevo e hot-stamping
refração, em várias espessuras.

Os recursos utilizados são as holografias em duas (2D) ou


Envernizamento
três dimensões (3D), os gráficos pixelizados, os dispositivos de

variação ótica (OVD em inglês), tintas sensíveis à radiação UV,


Todos os produtos impressos, incluindo aqueles que são estampados, gravados ou corte-vincados podem ser decora-
tintas sensíveis à radiação infravermelha, vernizes sensíveis à
f igura 45 . exemplo de uma dos ou protegidos com vernizes. Produtos que serão intensivamente manipulados, como catálogos e livros, podem ser
prensa de estampagem radiação eletromagnética e selos de proteção.
envernizados ou plastificados para fins de proteção, enquanto outros são revestidos por razões puramente estéticas.

Outros, como as embalagens de alimentos, recebem vernizes funcionais (selante ou protetor).

Os vernizes podem ser aplicados com reserva (apenas em algumas áreas localizadas) ou cobrir toda a superfície da
Moldes de estampagem folha (sem reserva).

A matriz é o elemento crítico dos processos de relevo e estampagem. Os moldes são peças metálicas cortadas em De modo geral, a aparência dos produtos impressos pode ser melhorada por meio de aplicação de vernizes e reves-

pantógrafos, gravados com ácido ou burilados à mão com ferramentas especiais. timentos. Além de mais atraentes, os produtos ganham proteção. Os vernizes protetores, que conferem ao impresso

Metais como o magnésio, o cobre e o latão são os materiais mais frequentemente empregados na confecção dos mol- resistência ao atrito, podem ser aplicados em suportes de diferentes naturezas e estão disponíveis em três tipos: verni-

des de estampagem. Se o desenho envolver múltiplos níveis ou uma aparência esculpida ou se a tiragem for longa, é zes à base de resinas (secam por oxidação entre 30 minutos e 2 horas); vernizes à base de glicol (secam entre 20 e 30

necessário empregar moldes de latão. minutos) e vernizes à base d’água. A secagem pode ocorrer em temperatura ambiente ou ser auxiliada por calor ou IR.

Os vernizes podem ou não amarelar o impresso; podem ou não ter brilho e podem ser aplicados em linha (através do

88 89
10
sistema de molhagem ou tintagem da impressora of- conferir uma razoável resistência à abrasão, à água e a produ-
fset ou numa unidade especial) ou fora de linha (como tos químicos. Após a aplicação, sua superfície pode ser colada e
operação de acabamento em equipamento dedicado). gravada à quente. São aplicados por cilindros, com camada seca
Quando aplicado na impressora, o seu custo é similar variando entre 2 a 5 g/m2. Os vernizes à base de resina podem
à impressão de uma cor extra. ser semelhantes às tintas offset, que secam por oxidação ou são

Pode-se usar envernizadeiras de folhas, compostas dispersões que secam por extração dos solventes.

de uma unidade aplicadora e um túnel de secagem, Os vernizes ultravioleta contêm ativadores que causam a poli-

para envernizamento sem reserva ou impressoras merização dos ligantes e solventes após a exposição a uma fonte

serigráficas para a aplicação com reserva. de luz UV. A secagem (cura) é instantânea. Podem ser aplicados

São usadas também impressoras offset monocolores em envernizadoras fora de linha ou no sistema de tintagem da figura 48 . sistema de aplicação do verniz

para a aplicação de vernizes à base d’agua, à base de impressora (ou em unidade dedicada acoplada à impressora).
f igura 47 . esteira de secagem
resina e UV. Em qualquer caso, os impressos a serem
após aplicação do verniz
envernizados não devem receber pó antidecalque.
Para tintas com elevado teor de ceras, usadas em papéis revestidos, papéis com acabamento fosco e cartões para

embalagens, é necessário a aplicação de primer a base d’água antes do verniz UV ou a aplicação de tratamento corona.

Tintas com pigmentos metálicos não são adequadas para envernizamento com UV, pois devido à irregularidade do filme
Sistemas de envernizamento
de tinta o resultado da aplicação tem pouco brilho. Tintas com pigmentos especiais, como o azul reflexo, pigmentos
Existem quatro tipos de sistemas de envernizamento usados em artes gráficas: sistema aquoso, sistema à base de fanais, etc., sofrem sangramento na aplicação do verniz UV e, por isso, devem receber uma aplicação de primer à base
resinas, sistema ultravioleta e sistema de feixe de elétrons (electron beam). d’água antes do verniz.
Os vernizes aquosos (à base de água) foram desenvolvidos para atender aos apelos ambientais, em oposição aos O uso de vernizes em produtos impressos é ditado pelos requisitos e especificações de cada segmento de mercado.
vernizes à base de derivados de petróleo. São formulados com resinas dispersáveis ou solúveis em água. Os vernizes Capas de livros brochurados, sobrecapas de livros de capa dura e capas de catálogos, entre outras, são envernizadas
aquosos requerem maior tempo de secagem e devem ser aplicados em linha, com dispositivos envernizadores; entre- para aumentar a durabilidade e melhorar a aparência do produto. Em trabalhos comerciais impressos em offset, tais
tanto, são compatíveis com tintas à base de óleos. como relatórios anuais, livretos de propaganda, pôsteres, etc, são utilizados vernizes aquosos e ultravioleta. Embalagens
Os vernizes à base d’água podem ser foscos ou brilhantes e são aplicados em qualquer tipo de papel ou cartão, para de bebidas e cosméticos são envernizadas com verniz UV, para promover brilho.

90 91
10
P lastificação L AM INação

A plastificação tem como finalidade conferir resistência O processo de laminação consiste em unir duas ou mais camadas de materiais, iguais ou diferentes, com adesivo a frio

ao atrito e também servir de barreira à umidade em ou por fusão, para promover selabilidade e durabilidade ao produto. Como sua aparência final é dada pelo filme-base

capas de produtos impressos, tais como: livros, revistas, e não pela transferência de superfície do desmoldante, o processo de laminação permite o uso de uma ampla gama

catálogos, folhetos, etc., além de proporcionar caracte- de materiais, com os mais diversos efeitos visuais. O resultado final é um acabamento que agrega maior valor, beleza

rísticas estéticas, podendo ser brilhante ou fosca, depen- e sofisticação aos impressos, garantindo maior resistência à abrasão, maior barreira, além de incorporar espessura ao

dendo do tipo de filme plástico utilizado. produto final. A laminação é utilizada, por exemplo, em produtos como embalagens, para promover propriedades de

O processo de plastificação mais empregado é baseado figura 49 . máquina plastificadora barreira (impermeabilidade) à umidade, ao oxigênio, à luz, à gordura, ao odor e ao paladar.

no uso de filme de polietileno com espessura variando Quanto à propriedade de barreira à umidade, ambos os Existem três métodos básicos de laminação: colagem a úmido, térmica (termolaminação) e fusão (hot-melt). No proces-

de 12 a 15 µ, com tratamento superficial feito por uma filmes, polietileno e polipropileno, cumprem muito bem so a úmido, os materiais são combinados antes de entrar na calandra, com temperatura variando entre a temperatura

película de poliéster, em máquinas semiautomáticas de a função. Como um diferencial de qualidade, o polipropi- ambiente para adesivos à base d’água, 40ºC para adesivos com cura UV, e 80ºC para adesivos à base de solvente.

laminação à quente. leno pode oferecer um acabamento fosco ou metalizado. Neste processo, o filme-base é fornecido com uma única camada, sem a aplicação de adesivo, o qual é aplicado durante

A plastificação com polietileno, usando poliéster como O filme metalizado permite a sobreimpressão pelo pro- o processo de acoplamento das folhas no próprio equipamento de laminação. Como os adesivos utilizados encontram-

agente de alisamento, produz folhas isentas de riscos cesso offset ou em serigrafia. se, durante a aplicação, na forma líquida, existe a necessidade de um tempo de cura para a solidificação e a ancoragem

e manchas antes do refile das folhas. Todavia, devido à A qualidade da plastificação depende do controle de uma sobre o suporte, para evitar o risco de delaminação nas etapas de refilo, dobra ou corte e vinco. Este tempo oscila de

baixa resistência ao atrito do polietileno, ao fim da enca- série de variáveis envolvidas nos processos de impres- acordo com o tipo de solvente utilizado, variando de 15 horas para adesivos à base d’água, a 10 horas para adesivos

dernação, o produto terá sua estética irremediavelmen- são e de plastificação. Quando mal controladas, essas à base de solventes.

te comprometida, com riscos e manchas em profusão. variáveis podem causar uma série de problemas. Os adesivos com cura UV podem ser processados imediatamente após a laminação. Este processo utiliza uma quanti-

A forma de eliminar este problema é o uso de filmes As tintas de impressão devem estar completamente se- dade menor de adesivo se comparado à termolaminação, o que resulta num produto de menor espessura e corpo, mas

de polipropileno de 12 µ, que possuem resistência ao cas para garantir a fixação do plástico sobre a superfície requer a aplicação do tratamento Corona. Como a laminação a frio é feita em equipamento automático, o seu tempo

atrito muito superior ao polietileno, dispensam o uso de impressa. Em condições normais de impressão, as tintas de preparação e as perdas de material tornam este processo mais indicado para tiragens elevadas. Pode-se usar filmes

alisadores e não necessitam de máquinas especiais para demoram entre 8 e 24 horas para secar, dependendo foscos ou brilhantes, com espessuras entre 12 e 20 micras. Este sistema permite um menor custo de laminação devido

sua aplicação. do tipo de papel e da carga de tinta considerados. ao menor preço do filme utilizado, se comparado com o filme de termolaminação.

92 93
Na termolaminação, o filme-base é fornecido com a aplicação de um adesivo, sensível à temperatura, de baixo ponto

de amolecimento, como por exemplo, EVA − etileno vinil acetato, para ser usado em equipamentos com calandra tér-

mica. Esta característica proporciona aos filmes de termolaminação uma melhor aparência final e uma superfície mais

homogênea, pelo fato da quantidade de adesivo ser constante e sem irregularidades, além de possuir uma melhor

ancoragem no substrato devido à maior quantidade de adesivo utilizada, se comparada à laminação úmida.
As tintas impressas devem estar secas e devem ser re-

sistentes aos solventes do adesivo do processo de lami-

nação. A presença de pó antidecalque em excesso pode

prejudicar o brilho e conferir ao produto uma aparência

“grisalha” (pequenos pontos brancos ou bolhas). As tintas


10
A termolaminação é um processo atóxico, sem a liberação de solventes ou resíduos. Possui também uma maior podem sangrar ou mudar de cor quando o laminado é

resistência mecânica, resultando num produto com maior vida útil. Plastificadoras comuns podem ser usadas neste aplicado. Na termolaminação, em que adesivo já vem

processo, reduzindo-se, desta forma, o investimento inicial em equipamento. aplicado ao filme, pode ocorrer sublimação do pigmento

Vários tipos de filmes plásticos (foscos, brilhantes, metalizados ou texturizados) são adequados ao processo de lami- das tintas. Dependendo da cor envolvida, o resultado é

nação, incluindo BOPP (polipropileno biorientado), poliéster, poliamida e acetato, disponíveis em diferentes pesos e equivalente a um aumento no ganho de ponto de 10%.

espessuras, cada um deles apresentando vantagens e limitações. Alguns oferecem grande resistência, outros maior

flexibilidade. O filme metalizado permite a sobreimpressão em offset ou em serigrafia. O material é colado ao suporte

com adesivos à base de solvente ou de água.

Quando a laminação é aplicada apenas em um dos lados do papel, este tende a encanoar devido à absorção ou perda

de umidade no verso (não laminado), principalmente no caso de papéis e cartões leves. Para reduzir o efeito, recomen-

da-se proteger a pilha com material à prova de umidade e evitar a sua exposição a condições de umidade extremas

(abaixo de 40% e acima de 70% de umidade relativa). O uso de poliamida também diminui o encanoamento, devido à

propriedade higroscópica deste tipo de filme.

No processo de laminação, o plástico não deve cobrir toda a área da folha. É necessário deixar uma margem de 5 mm

nas laterais e de 10 mm na borda de pinça das folhas. A área coberta pelo plástico deve exceder em 5 mm as marcas

de refilo.

94 95
11
Algumas aplicações exigem do papelcartão barreiras à penetração de

líquidos ou gorduras. As principais barreiras são químicas, por meio de

resinas, ou físicas, pela aplicação de um polímero ou alumínio.

As barreiras químicas normalmente são por resinas acrílicas resisten-

tes à penetração de líquidos ou gorduras por um determinado tempo

- normalmente usadas para aplicações em fast-foods, onde o tempo

de contato com o alimento é curto.

As barreiras físicas normalmente são usadas para um tempo maior

de contato, como líquidos e congelados. Existem dois processos para a

barreiras
aplicação da barreira física: por laminação, em que um filme já feito é

“colado” na superfície do cartão; ou por extrusão, quanto o polímero é

extrusado e aplicado derretido na superfície do cartão. Cada aplicação

existentes depende do material a ser utilizado e da finalidade da embalagem. As

barreiras mais usadas são de polietileno, poliéster e alumínio.

para o
Uma outra forma de adicionar barreira ao papelcartão é aplicando

aditivos na massa do cartão, ou seja, durante a sua fabricação. Isso

ajuda, principalmente, a diminuir a absorção de umidade pela lateral

papelcartão
do cartão.

Na linha de papelcartão Ibema Valoro, os cartões já podem ser envia-

dos a gráficas com aplicações de polietileno, para fabricação de copos


Figura 50 . aplicação de
ou PET para aplicação de bandejas para alimentos que vão no refrige-
papelcartão com barreira de
polietileno para copos (Ibema rador e no micro-ondas. Essas resinas são extrusadas e servem como
Valoro Coppa) barreira para a umidade e a gordura dos alimentos.
POR JOEL AMERICANO MENDES RODRIGUES

96 97
P rojeto da
Embalagem
A primeira etapa para confeccionar uma embalagem é a planificação do projeto.

A planificação consiste no desenho técnico da embalagem aberta, contendo todos

os detalhes de como será produzida, com indicações de linhas de corte, vinco,

serrilhas, picotes de colagem e cotas. Para indicar o que deve ser feito em cada

setor da embalagem, são utilizadas simbologias próprias agregadas ao desenho.


12
A representação gráfica das operações necessárias guiará toda a execução e

montagem da embalagem.

facas A planificação é essencial também para o planejamento da produção industrial,

quanto à escolha das máquinas e tipos de ferramentas a serem utilizadas no

e técnicas de
chão de fábrica das gráficas. Atualmente são utilizados softwares específicos para

a planificação das embalagens. Eles contam com ferramentas dedicadas e biblio-

teca de modelos para a realização do desenho estrutural, desenvolvimento de

corte e vinco
produtos, prototipagem virtual e manufatura.

Um aspecto importante no projeto das embalagens são as compensações, pois

ao se dobrar o papelcartão, a medida externa resultante difere da medida do

traçado interno isso acontece devido ao amassamento que ocorre no processo

de dobra, outros aspectos a serem observados são os encaixes das travas e abas.
Reinaldo Almeida
Comumente a compensação é realizada em função da espessura do substrato,

porém, fatores como o tipo de vinco e a pressão podem interferir nessa medida.

Também pode haver compensações diferentes dependendo do equipamento ou

Acabamento cartotécnico é o processo de pós-impressão realizado em substratos de critérios adotados em um ou outro fabricante. No entanto, como regra geral

cartonados, que confere ao produto sua forma estrutural final. Os processos que utiliza-se o seguinte:

envolvem esse tipo de acabamento incluem o corte e vinco, a dobra e a colagem.

98 99
12
Finalizado o processo de criação e planificação das embalagens, passamos para o

processo de pré-produção das embalagens por meio da realização de amostras


P rototipagem
ou Mock-ups e em alguns casos a produção de um pequeno lote piloto para
das Embalagens aprovação dos diferentes setores da cadeia produtiva e seus clientes.

Para a produção destas amostras são utilizados atualmente máquinas “Plotter”,

capazes de realizar o corte e o vinco com interface direta do computador. Elas

reproduzem fielmente as características do projeto original sem a utilização do

ferramental convencional. Este método de corte e vinco digital agiliza o processo


f igura 51 . entre um vinco e uma aresta figura 52 . entre dois vincos paralelos de criação, reduz a margem de erro na concepção das embalagens e minimiza o
paralela efetua-se a compensação de adota-se uma espessura (1e)
custo com a produção de ferramental.
meia espessura (1/2e) do substrato

Obs. As compensa-

ções descritas aqui

tomam como base as

medidas externas do

cartucho. Para utilizar

as medidas internas,

inverta a operação.

Figura 54 . projeto de corte e mesa de corte para mock-up

100 101
12
De maneira geral, o processo de corte e vinco consiste no corte ou rompimento das As informações a seguir são guias gerais que poderão ser usadas no momento da

fibras do suporte, gerando um produto final planificado com formato diferenciado. escolha das lâminas para a fabricação das facas de corte e vinco, com respeito ao
M atrizes de Importância
A imagem abaixo ilustra esquematicamente a ação das lâminas de vinco (rom- tipo de ângulo da ponta e sua característica de construção.
C orte e Vinco pimento − esmagamento) e das lâminas de corte durante a prensagem entre os da escol ha Existirão casos em que as lâminas tipicamente usadas ou recomendadas para uma

dois padrões da máquina de corte e vinco. As borrachas são utilizadas para que o aplicação não apresentarão os resultados esperados. Isto ocorre devido a várias ra-
das L âminas
substrato seja ejetado da matriz após o corte, evitando que a folha grude na faca. zões, como o tipo de material, tipo de tinta e coating e, também, o tipo de máquina
de C orte utilizada no processo. Para a maioria das aplicações as informações a seguir serão

de grande valia.

Principais tipos de lâminas de corte

figura . 55
esquema de
uma matriz de figura . 57
corte e vinco tipos de
facas de
corte

Recomendações gerais para as lâminas

- Corte Central 52º: Mais comumente usada para corte de papelcartão, micro-ondulado e acoplado. Esta lâmina é

usada na grande maioria dos trabalhos de corte e vinco e considerada por muitos como lâmina padrão.

- Corte Central 42º: Papelcartão, micro-ondula Acoplado com conteúdo de poeira. Devido ao seu ângulo de afiação
figura 56 .
diferenciado, permite melhor penetração e precisão de corte em materiais espessos.
exemplo real de
uma matriz de - Corte Lateral: Para corte de contornos onde a precisão é alta, como displays e juntas.
corte e vinco

102 103
12
- Corte Central Facetado: Para corte de materiais mais rígidos, laminados, quebra-cabeças e espessos. Esta lâmina - Para auxiliar na colagem existe a faca com picote torcido ou travado. Essa lâmina cria uma área perfurada, que

reduz a necessidade de pressão de corte nas máquinas de corte e vinco. promove maior absorção de cola.

- Corte Lateral Facetado: Para corte de materiais mais rígidos em que a precisão é alta. - Já para auxiliar no processo de abertura de embalagens, é comum encontrar as lâminas do tipo zíper. Essas promo-

vem o destaque de uma tira do material da embalagem, abrindo-a como um zíper.

Como regra geral pode-se utilizar a seguinte relação: As lâminas de corte têm alturas e espessuras diferenciadas

que variam de acordo com o substrato a ser cortado. Além


Espessura do Cartão Espessura da Lâmina disso, podem variar em dureza e maleabilidade, de acordo

Até 0,6 mm 0,7 mm (2pontos) com as necessidades da produção.


Importância da escol ha das L âminas de Vinco
A lâmina mais utilizada para o corte é a de 23,8 mm de
De 0,6 mm até 1,5 mm 1,05 (3 pontos)
altura, com espessura de 2 pontos tipográficos. Essa lâmina O vinco é o resultado da quebra da fibra do substrato, devido à pressão exercida em uma pequena área por uma lâmina
Micro-ondulado onda E 1,05 (3 pontos)
possui um bom desempenho com diversos cartões. de perfil arredondado (existem também outros perfis, como o quadrado, também conhecido como cabeçudo e o flip top,

entre outros). A altura e espessura dessa lâmina dependem do substrato e da contraparte utilizada, mas uma das mais

comuns é a de 23,3 mm de altura por 0,7 mm de espessura.


Outros Tipos de Lâminas ***Para escolher a lâmina de vinco correta é necessário conhecer a espessura do cartão

figura 58 .
outros tipos
de lâminas de Recomendações gerais para as lâminas de vinco
corte (lâmi-
na serrilha, A altura das lâminas de vinco (e) é igual à altura das lâminas de corte (f) menos a espessura do material (c), no caso
faca de picote de papelão ondulado ou micro-ondulado reduz-se a espessura do material comprimido. Essas diferenças de altura
e lâmina de
são compensadas pelo sistema de canaletas. A profundidade do canal (A) deve ser igual ou ligeiramente menor que a
zíper)
espessura do cartão.

- As lâminas de serrilha, ou picote, são comumente utilizadas para auxiliar nos vincos de substratos. Também podem Para otimizar a qualidade dos vincos é recomendado que a largura das canaletas no sentido das fibras sejam 0.1 mm

ser usadas para criar uma área de penetração de cola, auxiliar no processo de abertura de embalagens ou até mesmo menor que no sentido contrário aos das fibras. O funcionamento mecânico da embalagem é determinado pela correta

na marcação de datas. relação entre as lâminas de vinco e as contrapartes.

104 105
12
Espessura do Cartão Espessura da Lâmina As canaletas mais utilizadas
Até 0,6 mm 0,7 mm (2pontos) As canaletas se dividem basicamente em dois tipos, as manuais e as pré-fabricadas.

De 0,6 mm até 1,5 mm 1,05 (3 pontos) As canaletas manuais são feitas com a colagem de uma fibra ou cartão na base da máquina e em seguida decalcando

Micro-ondulado onda E 1,05 (3 pontos) o desenho da matriz com auxílio de um papel carbono e o acionamento da máquina. Este processo é cada vez menos

utilizado devido ao largo tempo necessário em sua preparação, pouca resistência e precisão dimensional.

Existe uma grande variedade de canaletas pré-fabricadas. As mais comuns usadas atualmente são as canaletas adesi-

vas, compostas por duas partes de fibras ou plástico, unidas por um filme transparente com um adesivo em toda a sua

figura 59 . esquema com extensão. Possui também um suporte plástico que serve como guia para aplicação. Essas canaletas são encontradas
as medidas para cálculo em uma vasta variedade de medidas para atender aos diversos substratos.
das lâminas de vinco
Outro tipo de canaleta pré-fabricada é o pertinax, tem consistência fibrosa devido às várias camadas de papel fenólico

prensadas, conferindo grande resistência ao mesmo. Esse tipo de contraparte é fabricado a partir de uma placa, em

que é realizado um corte computadorizado (CNC) para abertura das canaletas.

As canaletas, também conhecidas A espessura da contraparte (A) é igual ou ligeiramente menor que a espessura do

como contrapartes, são canais cartão (c), por exemplo, para um substrato de 0,5 mm pode-se usar uma contra-
canaleta Escolha
fixados no padrão móvel da má- parte com 0,5 mm ou 0,40 mm de espessura.

quina de corte e vinco, exercendo


D imensional Já a largura do canal (B) corresponde à espessura do substrato multiplicada por

força contrária à lâmina de vinco. das uma vez e meia a espessura do cartão somada à espessura da lâmina de vinco.

As canaletas são confeccionadas Exemplo de cálculo das dimensões da caneleta para um cartão de 0,40 mm de es-
C ontrapartes
levando-se em conta alguns cri- pessura usando-se uma lâmina de vinco com 0,70 mm de espessura (2 pontos).

térios, como a espessura do subs- *** Quando se utiliza canele-


B= (1,5X0,4) + 0,7 = 1,3 mm

trato, a espessura e a altura da figura 60 . exemplos de canaletas tas pré-fabricadas ou pertinax A= 0,4 mm
é preciso diminuir 0,1mm da
lâmina de vinco.
altura da lâmina de vinco.

figura 61 . medidas da contraparte

106 107
13
O papel, por sua história, sua versatilidade e facilida- sos de acabamento como verniz UV, hot-stamping e

de para trabalhar, tanto nos projetos, na confecção de outros que podem ser utilizados no projeto.

protótipos e no próprio processamento industrial, tem Vale a pena também observar o encaixe da embala-

sido a embalagem preferida dos designers. É aquela gem na folha de papel que será impressa, pois certas

que mais aparece em concursos estudantis, pois os vezes uma diferença de alguns centímetros ou mesmo

alunos tem maior facilidade de criar embalagens cujo milímetros pode resultar o encaixe de uma embala-

material é facilmente encontrado em qualquer pape- gem a mais na folha, o que em tiragens de centenas

o design das
laria e que permite ser manuseado, dobrado, cortado de milhares de exemplares representa um ganho sig-

e impresso em impressoras comuns conectadas aos nificativo.

computadores. Detalhes como o tipo de fechamento de arquivo que

embalagens de O processo de impressão em papel é amplamente

conhecido e difundido, o que também facilita o tra-


melhor atende a maneira de trabalhar da gráfica, o

conhecimento das especificações e recomendações dos

papelcartão,
balho dos designers. Nossa recomendação vai sempre fabricantes também são necessários para garantir a

no sentido da integração do design com a indústria qualidade do produto final. Inúmeros erros podem ser

de embalagem, no caso, as indústrias gráficas. Reco- evitados com esses procedimentos.

algumas
mendo que, uma vez definido o projeto, o designer se Uma pesquisa realizada por uma grande indústria grá-

reúna com a gráfica que vai imprimir a embalagem fica mostrou que 80% dos projetos que a gráfica rece-

para ajustar os detalhes e trocar informações sobre a bia apresentavam problemas decorrentes da falta de

considerações melhor maneira para a obtenção do efeito e do resul-

tado esperado.
integração, ou seja, por não conhecerem detalhes do

processo produtivo, os designers cometiam pequenas

Assim, saber no início do projeto qual será a gráfica falhas que eram percebidas pela própria gráfica, o que

que vai imprimir a embalagem desenhada é funda- provocava perda de tempo e prejuízos. Situação que

mental. É preciso saber que tipo de equipamento ela seria evitada com uma simples reunião inicial. Além

dispõe, quantas cores estão disponíveis, se tem recur- de eliminar estes problemas, a integração com o fabri-
POR FABIO MESTRINER

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13
cante da embalagem reduz o tempo de produção e melhora te interna da embalagem foi aproveitada, depois de consumir
detalhes do projeto que fazem a diferença no final. o produto, o consumidor era convidado a abrir a embalagem
Outro ponto importante é conhecer o papelcartão que será e usar os jogos e atividades infantis impressas no verso do
utilizado. Ele representa, em muitos casos, quase 70% do valor papelcartão para brincar com seus filhos.
da embalagem e pode comprometer um projeto se sua espe- Portanto, os designers precisam conhecer melhor as caracte-
cificação não estiver correta. Assim, recomendo enfaticamente rísticas e especificações do papelcartão, assim como os pro-
que os designers procurem conhecer o catálogo e as especi- cessos e recursos gráficos oferecidos pelos fabricantes para
ficações dos fabricantes para saber qual papelcartão escolher obter o máximo que este tipo de embalagem oferece, tanto
na hora de projetar uma embalagem. para o desenho em si como em benefício de seus clientes − os
O papelcartão é um excelente material porque apresenta uma fabricantes do produto.
ampla superfície, a qualidade de impressão é excelente. Com Ao final, todos agradecerão o empenho, pois o consumidor
ele, é possível aplicar uma série de recursos que permitem que tem em mãos uma boa embalagem, aquela que o con-
personalizar o produto e atribuir valor que o consumidor venceu a escolher aquele produto e não outro, acaba por
figura 62 . sacola de papelcartão
percebe. Uma aplicação de verniz localizado, relevo seco ou tornar vencedora toda a cadeia produtiva: os fabricantes da
da Kopenhagen que atraiu
hot-stamping valoriza de forma significativa o produto, tor- inúmeros consumidores para as matéria-prima, da embalagem, do produto e também o de-
nando-o mais atraente ao consumidor. A afirmação é confir- lojas signer que trabalhou com afinco para tornar realidade o pro-
mada por meio de várias pesquisas e dos resultados obtidos jeto desta entidade complexa e multidisciplinar que chamamos
com essas aplicações. de embalagem.
Ao meu ver, a principal oportunidade do papelcartão para os

projetos de design é a ampla superfície que oferece para a

comunicação. Esse material é um dos poucos tipos de emba-

lagem com seis lados. Todos eles devem ser explorados pelos

designers, não é recomendado deixar nenhum dos seis painéis

da embalagem sem comunicação. Há casos em que até a par-

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recomendações
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Todo designer precisa compreender que a embalagem de papelcartão que encontramos no ponto de venda é uma

entidade complexa, multidisciplinar, para qual contribuíram os fabricantes de matérias-primas, do papelcartão,

os adesivos, tintas e vernizes. Os convertedores que fabricam os moldes, as facas gráficas, gravam os cilindros

para o e as chapas de impressão; as gráficas que imprimem, cotam, vincam, dobram, colam e dão acabamento. Além

dos profissionais de marketing e de embalagem, que ajudam a especificá-las para atender tanto aos objetivos

desenvolvimento
mercadológicos como aqueles necessários para a sua produção e seu perfeito funcionamento na linha de envase,

onde o produto e a embalagem serão reunidos.

de embalagens
em papelcartão
Figura 63 . Cadeia produtiva do papelcartão

Tudo isso requer conhecimento e atenção dedicada para que todos os requisitos sejam consolidados com su-
Por Fabio Mestriner cesso no projeto de design. Assim, como ponto de partida, os designers devem atentar para os pontos que

descrevemos a seguir:

“O design não é aquilo que se desenha,


1- Conhecer o Produto

mas o ‘como se desenha. Embalagens A embalagem é expressão e atributo do conteúdo. Não podemos desenhá-la sem conhecer profundamente o
vencedoras não acontecem por acaso.” produto. Assim, as suas características, a composição, os diferenciais de qualidade e principais atributos, incluindo

seu processo de fabricação, precisam ser compreendidos. Uma visita à fábrica é necessária e recomendada.

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14
A história do produto, o material de divulgação, anúncios, pesquisas de embalagens antigas, tudo isso precisa ser le- Estudar o ponto de venda, cada um dos concorrentes, analisar a linguagem visual da categoria e compreendê-la são

vantado. Quanto mais e melhor conhecermos o produto, maior será a chance do nosso trabalho vir a ser a verdadeira pontos-chave para a realização de projetos de sucesso. O estudo de campo deve ser realizado com critério e dedicação

expressão de seu conteúdo. Sem isso, ocorre, e vemos com muita frequência no mercado embalagens, a presença de pelo designer.

fachadas semelhantes às casinhas dos filmes de bangue-bangue.

5- Conhecer Tecnicamente a Embalagem a Ser Desenhada


2- Conhecer o Consumidor
A linha de produção e de embalamento, a estrutura dos materiais utilizados, as técnicas de impressão e decoração, o

Saber quem compra e utiliza o produto é fundamental para estabelecer um processo de comunicação efetiva por meio fechamento e a abertura, os desenhos ou plantas técnicas da embalagem a ser desenhada precisam ser conhecidos

da embalagem. As características desse consumidor, seus hábitos e atitudes em relação a ele e, principalmente, a meticulosamente. Tanto para obter o máximo dos recursos disponíveis como para evitar erros que podem prejudicar

motivação que o leva a consumi-lo são pontos-chaves a serem conhecidos pelo designer. Os profissionais responsáveis o projeto.

pelo projeto devem procurar compreender por que este consumidor compraria o produto.

O conhecimento do consumidor é tão importante que projetos de grande responsabilidade devem contar sempre com 6- Conhecer os Objetivos
o apoio de pesquisas especializadas em avaliar a relação desse consumidor com a embalagem.
Mercadológicos

3- Conhecer o Mercado Saber por que estamos desenhando uma emba-

lagem e o que estamos buscando com o projeto é


O mercado no qual o produto participa tem suas características próprias. Tem história, dimensões e perspectivas. É um
outro ponto-chave que precisa estar bem claro. Os
cenário concreto que precisa ser conhecido, estudado e analisado para que o design não seja um salto no escuro. O
objetivos de marketing, a participação de mercado, o
fabricante do produto deve fornecer as informações que dispuser sobre o mercado ou buscá-la nas fontes de pesquisa
papel da embalagem no mix de comunicação e as
para subsidiar o projeto de design.
diretrizes comerciais do produto precisam ser conhe-

cidos para estabelecer os parâmetros que nortearão


4- Conhecer a Concorrência
o projeto. Eles deverão ser atendidos pelo design final
Por melhor e mais bonito que seja o design, de nada adiantará se não conseguir enfrentar a concorrência no ponto figura 64 . utilização da embalagem
apresentado. É preciso ter uma meta a ser buscada
como ferramenta de marketing −
de venda. Conhecer in loco as condições em que se dará a competição é fundamental para o design de embalagem. para poder avaliar os resultados alcançados. inserir presente ao consumidor

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7- Ter uma Estratégia para o Design o grande benefício do projeto integrado é a possibilidade de encontrar melhores soluções, pois por meio da indústria, as

novas tecnologias chegam aos designers. O trabalho integrado do designer com a indústria permite à embalagem final
Todos os itens anteriores, uma vez compreendidos, precisam ser organizados e transformados em uma diretriz de se beneficiar da experiência e das melhores soluções tecnológicas em prol do cliente.
design com estratégia clara e consciente. Antes de desenhar é preciso pensar. A função da estratégia na metodologia é

fazer com que as premissas básicas do projeto sejam equacionadas e indiquem uma direção a ser seguida no processo
10- Fazer a Revisão Final do Projeto
de design para responder aos projetos traçados. Esse é o ponto central da nossa metodologia, pois de nada adianta o

esforço empreendido no projeto se o resultado final não for competitivo. Quando a embalagem final chegar ao mercado, o designer e o cliente devem fazer uma visita a campo para avaliar o

Posicionar visualmente o produto de forma que obtenha vantagem competitiva no ponto de venda é o melhor que um resultado e propor eventuais melhorias ou ajustes que possam ser incorporados às novas produções e reimpressões.

projeto de design de embalagem pode alcançar e a estratégia de design deve sempre buscar esse objetivo. Só no ponto de venda, em condições reais de competição, é possível avaliar o resultado final alcançado. Ao fazermos

isso, estaremos fazendo evoluir nosso trabalho e evitando pequenas falhas no futuro.

8- Desenhar de Forma Consciente

Para atender às premissas estabelecidas e os objetivos mercadológicas do projeto é preciso que o trabalho de design

seja realizado de forma consciente e metódica, e não baseado no impulso criativo. A criatividade é necessária e desejá-

vel, mas precisa ser exercida em favor dos objetivos estratégicos do projeto.

O designer deve aproveitar cada oportunidade para evoluir e, por isso, precisa empenhar-se de verdade em cada pro-

jeto buscando superar o que já fez no passado. Cada projeto deve ser tratado com cuidado e dedicação para ser um

ponto forte do produto que nos foi confiado.

9- Trabalhar Integrado com a Indústria


Conhecer a indústria que vai produzir a embalagem é uma das proposições básicas para o sucesso do projeto. Muitos
figura 65 . embalagem
problemas que, normalmente, ocorrem em projetos de embalagem são evitados com esta providência simples. Porém,
inusitada de chocolate

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Para ser sustentável, a empresa precisa aten-

der aos três pilares: econômico, social e ecoló-

gico. Por isso, a Ibema só utiliza matérias pri-

mas certificadas e controladas, realiza trabalhos


economicamente
viável
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de ação social com a comunidade do entorno
justo viável
da empresa e faz o tratamento ecologicamente
susten
correto dos seus resíduos. Sem esquecer da tável

atualização de sua tecnologia na produção e socialmente ecologicamente


justo tolerável correto
aquisição de matérias -primas de qualidade a

preço adequado para garantir a viabilidade do

negócio.

sustentabilidade,
reciclagem
A Ibema tem uma planta de reciclagem onde processa aparas para a produção de

reciclagem alguns de seus produtos. Anualmente são reciclados mais de 8.000 toneladas de aparas.

O papelcartão é uma matéria-prima que pode ser composta por materiais reciclados e

e selo FSC também está na categoria de recicláveis já que, após a sua utilização, pode voltar para o

processo como matéria-prima. É importante ressaltar que no Brasil, toda a retirada de

madeira para a produção de papel ocorre com replantagem, o que garante o início da vida

nova de uma árvore, que consome bem mais CO2 da atmosfera que uma árvore madura,
já que precisa de carbono para produzir seus galhos e suas folhagens. Por isso, a utilização
Por Joel Americano Mendes Rodrigues do papel não vai contra a nenhuma prática ambiental.

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15
Nossos produtos são certificados pelo FSC®, abreviatura para Forest Stewardship Esse compromisso é incorporado e cumprido no dia-a-dia dos nossos processos, sejam eles realizados internamente

F S C ® – F orest Council (Conselho de Manejo Florestal), organização independente, não governa- ou por prestadores de serviços externos, o que garante a rastreabilidade das fontes de matérias-primas de origem

mental e sem fins lucrativos, criada para promover o manejo responsável. Este é o florestal que fazem parte do papelcartão Ibema.
S te w ards hip
sistema de certificação florestal de maior credibilidade internacional, e o único que Para que um produto seja certificado e sua embalagem rotulada pelo FSC, todas as organizações que tiveram a cus-
C ouncil incorpora de forma igualitária os interesses de grupos sociais, ambientais e econô- todia do material de origem florestal, desde a origem da madeira, origem das matérias-primas, fabricantes de papel,

micos, atestando assim, a responsabilidade na exploração de madeira, bem como na gráficas, etc., devem atender aos padrões exigidos pela entidade. Para nós da Ibema, a sustentabilidade é levada a sério!

produção de papelcartão.

Por meio de seu sistema de certificação, o selo FSC reconhece a produção respon-

sável de produtos florestais, permitindo que os consumidores e as empresas tomem

decisões conscientes de compra, beneficiando as pessoas e o ambiente. A Ibema está

compromissada com os propósitos da certificadora, e garante não estar envolvida

diretamente ou indiretamente com as seguintes atividades:

- Corte ou comercialização de madeira ou produtos florestais de origem ilegal;

- Violação de direitos tradicionais e humanos em operações florestais;

- Destruição de altos valores de conservação em operações florestais;

- Introdução de organismos geneticamente modificados nas operações florestais;

- Violação de qualquer uma das Convenções da OIT (Organização Internacional do

Trabalho), conforme definido na Declaração sobre os Princípios e Direitos Funda-

mentais no Trabalho, de 1998.

figura 66 . cadeia de certificação FSC ®

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- Papelcartão Duplex- FBB GC2

- Capa e Verso com celulose branqueada — 100% fibras virgens, camada interna

com fibras de alto rendimento. Dupla aplicação de coating

- Alta rigidez — alta performance em envase automático, maior rigidez em baixas

- Gramaturas, podendo haver substituição de gramatura versus concorrentes da

mesma categoria

- Alta qualidade de impressão

- Cartão com alto bulk.

- O verso mais claro da categoria

- Indicado para embalagens farmacêuticas, alimentos, cosméticos e higiene pessoal

- Papelcartão Duplex - WLC GT4

- Capa de celulose branqueada e duplo revestimento, camada interna composta

de papelcartão reciclado e fibras de alto rendimento e verso de celulose não

branqueada

- Excelente printabilidade e com verso marrom

produtos
- Indicado para acoplamento, alimentos pre-embalados, cartuchos em geral

Ibema
- Papelcartão Triplex - FBB GC1

- Capa e Verso com celulose branqueada — 100% fibras virgens e camada

A Ibema possui uma gama de interna com fibras de alto rendimento. Dupla aplicação de coating

- Propriedades ópticas superiores aos concorrentes da mesma categoria


produtos para todos os
- Alta rigidez em baixas gramaturas
tipos de aplicações , seguem :
- Indicado para embalagens farmacêuticas, cosméticos, alimentos, sacolas e kits

promocionais

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- Papelcartão Triplex - FBB GC1 - Papelcartão Sólido — SBB GZ

- Camada externa com celulose branqueada e alvejada, camada interna com - Formado pelas três camadas de celulose de fibras curtas

fibras de alto rendimento e capa com fibras curtas branqueadas. Dupla aplicação branqueadas e duplo revestimento na capa

de coating - Impressão na capa e no verso

- Maior índice de rigidez, bulk e resistência a rasgo, versus Speciala, alta bran- - Altos índices de brancura e alvura e excelente printabilidade

cura e alvura, superiores aos concorrentes O Ibema Valoro possui algumas categorias:

- Alta lisura, com ganho de pontos de impressão — alto brilho, a brancura de um

sólido, com a rigidez de um Triplex - Alta colagem interna

- Indicado para o mercado editorial, embalagens Premium e sacolas - Pode ter contato direto com alimentos

- Possibilidade de impressão na frente e no verso

- Indicado para caixas de fast-food e caixas de alimentos em geral


- Papelcartão Triplex - FBB GC1

- Capa com duplo revestimento, celulose de fibra curta branqueada, camada in-
- Valoro extrusado com polietileno
terna com fibras de alto rendimento e celulose de fibra longa, verso com celulose
- Alta colagem interna
de fibra longa branqueada
- Não possui concorrência nacional
- Alta resistência a rasgo, alta colagem interna, resistência a umidade, resis-
- Indicado para fabricação de copos de bebidas quentes ou frias, potes de
tência ao envase automático de alto impacto, estabilidade de absorção (cobb) e
sorvete, etc
aplicação de barreira à gordura, alta rigidez

- Certificação para contato com alimentos


- Valoro extrusado com PET- Alta colagem interna
- Possibilidade de impressão frente e verso
- Não possui concorrência nacional
- Indicado para embalagens congeladas, multipacks, embalagens promocionais,
- Aprovado nos teste de odor e sabor
embalagens de alto rendimento, etc
- Pode ir para o congelador e micro-ondas

- Indicado para produção de bandejas para alimentos

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