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PILLAR DE OLIVEIRA

PUBLICIDADE APLICADA AO DESIGN DE EMBALAGENS,


TENDÊNCIAS E CONSUMO.

Linhares
2018
PILLAR DE OLIVEIRA

PUBLICIDADE APLICADA AO DESIGN DE EMBALAGENS,


TENDÊNCIAS E CONSUMO.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Pitágoras Linhares, como requisito
parcial para a obtenção do título de graduado
em Publicidade e Propaganda.

Orientador: Mariana Sacchetto

Linhares
2018
PILLAR DE OLIVEIRA

PUBLICIDADE APLICADA AO DESIGN DE EMBALAGENS,


TENDÊNCIAS E CONSUMO.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Pitágoras Linhares como requisito
parcial para a obtenção do título de graduado
em Publicidade e Propaganda.

BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Jussara Carvalho de Oliveira

Prof(a). Luiz Felipe de Carvalho Macena

Prof(a). Luziane Cristine Coelho da Silveira

Coordenador(a) . Mariana Guidolini

Linhares, 11 de Dezembro de 2018


OLIVEIRA, Pillar. Publicidade aplicada ao design de embalagens, tendências e
consumo. 2018. 21. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Publicidade e
Propaganda) – Faculdade Pitágoras Linhares, Linhares, 2018.

RESUMO

A embalagem é algo que participa assiduamente do dia a dia de todas as pessoas,


as embalagens que são desenvolvidas ganham um papel essencial para o ser
humano, com isso, todo tipo de embalagem seja ela qual for o seu seguimento,
facilita no transporte e na qualidade do produto, além de ter o poder de
convencimento e encantamento até o consumidor, transmitindo assim as
informações necessárias e úteis que o consumidor final tem a necessidade de
conhecer. Este estudo apresenta de forma clara como a mente do consumidor
funciona como o produto pode ser vendido da melhor forma, além da história da
embalagem que chega até o Brasil.

Palavras-chave: Embalagens; Design; Design de Embalagens; Consumidor;


OLIVEIRA, Pillar. Publicidade aplicada ao design de embalagens, tendências e
consumo. 2018. 21. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Publicidade e
Propaganda) – Faculdade Pitágoras Linhares, Linhares, 2018.

ABSTRACT

The packaging is something that participates assiduously in the everyday life of all
people, the packages that are developed play an essential role for the human being,
with that, all type of packaging is whatever it is followed, facilitates in the
transportation and in the quality of the product, besides having the power of
convincing and charming to the consumer, thus transmitting the necessary and useful
information that the final consumer has the need to know. This study presents clearly
how the mind of the consumer functions as the product can be sold in the best way,
in addition to the history of packaging that arrives in Brazil.

Key-words: Embalagens; Design; Design de Embalagens; Consumidor


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13
2. DESAFIOS DO DESIGN .................................................................................... 15
3. PSICOLOGIA DO CONSUMIDOR..................................................................... 18
4. HISTÓRIA DAS EMBALAGENS ....................................................................... 21
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 25
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 26
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1. INTRODUÇÃO

A cada dia que passa os consumidores ganham maior destaque perante as


marcas, sendo eles os agentes fundamentais para o crescimento e desenvolvimento
delas. Desta forma tendem a conhecer melhor as necessidades do seu público,
conhecendo e adaptando suas técnicas de persuasão para que haja um impacto
maior com seus consumidores na hora da decisão de cada compra. Atualmente
vivemos em um mundo onde as empresas se enfrentam diariamente, na geração de
produtos similares, desde as características do produto, ao preço dele. Praticamente
todos os produtos de consumo são vendidos perante a sua embalagem. O espaço
das prateleiras de exposição são as primeiras interações entre os produtos
apresentados e o consumidor no ambiente de varejo, sendo assim o designer deve
fazer o melhor para expor de forma correta o produto. Hoje em dia, as embalagens
não servem apenas para as funções tradicionais, com a única função de proteger e
organizar o produto. Ela possui o dever de atrair o público, prendendo sua atenção,
motivando o cliente a comprar satisfazendo o seu desejo de consumo.
Uma embalagem deve ser extremamente bem planejada para que haja uma
boa visibilidade entre o seu produto e o cliente que a marca deseja atingir, ou seja,
se seu produto for bem visto, será bem quisto. Deste modo, uma embalagem bem
planejada pode atrair o consumidor e ser relevante na hora da escolha e compra do
produto. Sendo assim o designer desse produto deve estar antenado as inovações e
tecnologias, dando ênfase no conjunto completo do que está sendo planejado,
desde o corpo da embalagem, o tipo de material, cor, até a tipografia utilizada para
que chame atenção e se diferencie entre as demais marcas, melhorando assim a
venda e a empatia do produto com o cliente destinado.
Como a embalagem de um produto influência na decisão de compra?
Geralmente, a influência que acontece na hora da compra é através de amigos,
familiares e meios de comunicação. Porém, a embalagem acaba sendo uma ponte
para a influência da venda, sempre tentando chamar atenção do cliente, apelando
para as cores contrastantes e formas diferenciadas dos produtos.
Sendo assim, devemos entender como uma embalagem pode influenciar na
hora da compra de cada consumidor, pois cada um dos consumidores tem a sua
cultura, classe social, crenças entre outros costumes. Entretanto, iremos apontar a
importância e os desafios do design de embalagens, relatar a relação do consumidor
14

para com o design emocional e sua influência no ato da compra, além de descrever
sobre a história da embalagem no Brasil.
Este trabalho se dá pelo início das pesquisas bibliográficas em busca do
tema, tendo como seu desenvolvimento em torno da área de publicidade e
propaganda, baseando-se nas obras já publicadas descrevendo as emoções dos
consumidores na hora do ato da compra, verificando se há uma influência por parte
das embalagens. Teremos como base livros publicados desde os anos 80, com
grandes assuntos abordados, até os mais atuais, com renomados autores como
Regina Blessa, Armando Sant’anna, Robert Brindghrust, Sarah Roncarelli, Candace
Ellicott entre outros autores, além de pesquisas e dados mais atualizados para um
melhor entendimento do assunto em nossa época. Sendo assim, este estudo poderá
contribuir para futuros estudos sobre o tema discorrido, já que haverá novas
tendências e mudanças de mercado, sendo necessário, fazer um estudo ou análise
do assunto para entendermos como o uso do design e seus fundamentos têm
influenciado na decisão de compra dos consumidores.
15

2. DESAFIOS DO DESIGN
2.1 Processo do Design
Tomando como base o que já foi escrito anteriormente, serão apresentados
neste capítulo os desafios do design de embalagens. Uma embalagem bem
elaborada faz uma grande diferença na hora que o cliente irá realizar sua compra,
pois chamará a atenção no ponto de venda.
Segundo Gade (1980, 158 p) poucos consumidores se rendem a
experimentar um produto novo. Quatro apresentações semanais do produto, levam
as pessoas a comprarem mais cedo do que comprariam sem a mensagem enviada
através da embalagem e de mensagens visuais. Oito a quinze apresentações do
produto dão os melhores resultados em termos também de retorno de investimento.
Para uma boa empatia com seu público alvo, devemos fazer uma ligação
emocional para que o consumidor seja entretido e envolvido com o produto que está
sendo vendido.
Segundo Roncarelli e Ellicott (2010, 122 p) os consumidores de hoje estão
menos interessados em comprar produtos para atender suas necessidades básicas
e mais interessados em se engajar com marcas cujos valores os satisfaçam
emocionalmente.
Para que uma embalagem faça uma boa ligação com o cliente, deve ter um
design que seja adequado a ele, no processo de design não precisamos nos limitar
para elaborar algo a um determinado público-alvo, contar histórias, informar, explorar
padrões da marca entre outros equilíbrios adequando ao público através do produto
pode ser uma boa pedida para que haja uma interação e que o consumidor procure
pelo produto na sua próxima compra.
Segundo Roncarelli e Ellicott (2010, 122 p) a embalagem tem em suas mãos
a oportunidade de oferecer a melhor experiência emocional, mexer com os sentidos
e antecipar emoções, como satisfação, orgulho, felicidade, prazer, confiança e
entusiasmo ao cliente.
Devemos lembrar que cada público tem sua preferência, cultura, costumes e
isso se refletem na embalagem que será exposta.
2.2. Materiais e Rótulos
Os materiais de cada embalagem devem ser escolhidos a dedo para melhorar
o contato com o seu público-alvo, quando um material é bem escolhido, acaba
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melhorando a experiência do produto, visualmente falando, criando interesses ao


consumidor.
O produto pode ser feito em diversos materiais como, por exemplo, plástico,
metal, papel cartão, vidro, entre outros materiais que fazem toda a diferença na
versão final do produto, pois é isso que chamará a atenção do consumidor na hora
da compra.
Segundo Roncarelli e Ellicott (2010, 48 p) um estudo da Wharton School of
Business mostrou que 50% das decisões de compra são tomadas em frente à
prateleira.
Podemos lembrar-nos de uma embalagem apenas pela forma que ela tem,
sendo uma parte fundamental das características da marca, ela consegue transmitir
mensagens e definir memórias visuais para o produto. Com os rótulos não seria
diferente, em média um cliente dedica de cinco a sete segundos passando seus
olhos pelas prateleiras observando suas etiquetas. Rótulos diferentes e inovadores
são os que mais chamam atenção a ponto do cliente se aproximar do produto
apenas para observa-lo, criando um destaque superior na prateleira em comparação
de outros produtos com rótulos simples.
Um ponto muito importante para as embalagens é a tipografia que será posta
no rótulo, pois a letra é um elemento essencial em todo tipo de embalagem, elas que
terão as informações necessárias para compor o produto.
Segundo Spiekermann (2011, 27p) desde que as pessoas começaram a
registar coisas pela escrita, tiveram que considerar o seu público antes mesmo de
colocar a pena no papel.
Deve-se lembrar de que cada embalagem teu as suas devidas considerações
na escolha da tipografia, além da leitura sempre estar devidamente clara e legível
para todo tipo de consumidor.
Um rótulo deve ter seu nome e informações sobre determinado produto, mas
sua forma pode ir além do tradicional, fazendo com que os consumidores percebam
como o produto é no seu interior, dando destaque tanto no produto quanto na
embalagem.
2.3. Revisão do Produto
Para que o produto fique perfeito na prateleira, deve-se haver uma revisão
com o rótulo no final do processo de criação.
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Segundo Roncarelli e Ellicott (2010, 198p) mesmo que não haja imprevistos,
às vezes, a imagem vista no monitor do computador, reproduzida numa folha de
papel impresso, causa um choque, pois são visões distintas.
O designer deve sempre estar atento a esses detalhes, ele deve receber uma
prova de cores antes da tiragem final do produto, essa é a última chance de ajustar
algo, caso possua algum tipo de erro, garantindo que o design será exatamente
como foi combinado.
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3. PSICOLOGIA DO CONSUMIDOR
3.1 Influência
Os seres humanos são bem influenciáveis, geralmente a influência no ato da
compra vem de pessoas muito próximas como filhos, marido/esposa, amigos e as
mídias em geral.
Segundo Gade (1980, p 89) a família é a primeira interação social do
indivíduo, é o seu primeiro contato com o mundo das pessoas, é o seu primeiro
contato com as atitudes. Formará aqui não só os seus primeiros valores e crenças
sobre como viver, o que vestir o que comer, a quem frequentar e respeitar, mas
também os preconceitos e estereótipos.
Para o público infantil, sua maior influência é sua família, sendo sua fonte
principal de informações a ser reconhecida.
Segundo Gade (1980, p 89) a família é a fonte das informações, é a
autoridade a ser consultada. Para a criança é autoridade incontestável e, só mais
tarde, ao se desenvolver, descobrirá aos poucos que a autoridade é falível e não
inteiramente fidedigna.
Outra fonte muito constante de influência sobre o consumidor é por meio de
personalidades famosas nas mídias, influenciando na decisão de compra e de suas
atitudes, surtindo um efeito muitas vezes superior as demais influencias. A
personalidade é vista como elemento de influência na formação de atitudes, pois é
de acordo com os traços de personalidades individuais, cada pessoa irá formar a
sua atitude própria. (GADE, 1980)
Os consumidores preferem comprar seus produtos com base em influencias
que ouviram do que pesquisar sobre o mesmo. Sendo assim, conseguimos perceber
que os consumidores são influenciados por todos os lados.
3.2. Linguagem e Comunicação
O estudo do comportamento e da psicologia do consumidor é realizado para
permitir o desenvolvimento de estratégias de marketing e de comunicação mais
eficazes, ou seja, auxilia o entendimento de um problema e orienta sua correta
solução. (VASCONCELOS, 2009)
A linguagem deve possuir uma conexão com o consumidor, seja no seu plano
lógico ou emocional e sua comunicação deve transmitir o que precisa se necessário
persuadir para conseguir o que deseja. A comunicação mediante anúncios, ações de
relações públicas ou mesmo a comunicação dirigida é capaz de provocar emoções
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que disparam estímulos positivos ou negativos. Segundo Plutichick, as emoções


básicas dos seres humanos são: medo, raiva, alegria, tristeza, aceitação, nojo,
expectativa e surpresa. Essas emoções podem trazer benefícios vinculados ao
produto ou à marca, e dessa forma, tornar-se razões para consumo.
(VASCONCELOS, 2009)
Segundo Gade (1980, p 151) são tentadas várias formas de persuasão tendo
em vista que a mudança de atitude pode ocorrer através do aumento do
componente cognitivo, fornecendo novas informações, associação da mudança do
componente afetivo e a uma tentativa de fazer com que o consumidor se engaje em
comportamento contrário às suas tendências atitudinais, provocando assim uma
modificação do componente comportamental.
Devemos lembrar que a comunicação e linguagem para com o consumidor
são bem amplas podendo ser expostas de diversas maneiras, com o intuito de
influenciar e atrair o cliente.
3.3. Decisão da Compra
A decisão de compra possui alguns níveis de envolvimento com o
consumidor, podendo ser de grande relevância para seu usa pessoal, social e
econômico da compra.
Segundo Gade (1980, p 168) a hora da tomada de decisão começa na
infância e acompanha o homem até o fim dos seus dias e de certa forma a decisão
sempre implica ganhos e gastos.
Nas ocasiões de compra com alto envolvimento em geral apresentam, no
mínimo, uma de três características: a) o item a ser comprado é relativamente caro;
b) a opção de compra pode ter consequências pessoais sérias; e c) o produto ou
serviço pode refletir na imagem social do comprador. (PINHEIRO, 2011)
Já o envolvimento de produtos novos na decisão de compra é algo mais
complexo, pois depende muito do ponto de vista e natureza de cada comprador, pois
é necessário que o comprador veja uma ideia, um potencial ou até mesmo um
diferencial do novo produto para um que o mesmo já está acostumado a comprar e
consumir.
Um produto novo é uma mercadoria, serviço ou ideia que é percebido por
alguns clientes potenciais como diferente do que já conheciam, tendo algum grau de
ineditismo. Tal produto até já pode ter sido lançado há algum tempo, mas nossos
interesses aqui é analisar como os consumidores aprendem sobre os produtos
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quando entram em contato com eles pela primeira vez. E também analisar como os
consumidores tomam decisões sobre adotar ou não um produto que para eles é
novo. (PINHEIRO, 2011)
Para que haja a decisão da compra, precisa-se passar pelo início do processo
de compra e o pós compra.
Segundo Gade (1980, p, 176) o início do processo de compra pode se dar,
quando o indivíduo se dá conta de que precisa de determinado produto e entra
numa loja para adquiri-lo. As intenções do consumidor, portanto, ao entrar em uma
loja, podem variar de um perfeito conhecimento daquilo que deseja adquirir no que
diz respeito a produto e marca a de um desejo de matar o tempo, ou de uma vaga
noção de que precisa comprar algo à compulsão para comprar e possuir algo.
Segundo Gade (1980, p, 180) o pós-compra, indica se o produto satisfaz as
expectativas, se implica outras aquisições, pode ocorrer que as expectativas do
consumidor não sejam satisfeitas. A expectativa do consumidor pode ser vista como
uma hipótese que, de acordo com a satisfação obtida, será confirmada ou rejeitada.
Sendo assim a decisão de compra pode ser afetada e modificada de diversas
formas antes, durante ou depois da compra de um determinado produto.
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4. HISTÓRIA DAS EMBALAGENS


4.1 História das Embalagens no Brasil
A história das embalagens no Brasil foi marcada pela abertura dos portos com
a vinda de João VI para o Brasil em 1808, que iria modificar tão profundamente a
economia, a cultura e a política brasileiras, também influiu no destino das
embalagens. Não seria exagerado dizer que os mercadores, sobretudo os ingleses,
tomaram de assalto o mercado brasileiro, até então monopolizados pela Coroa
Portuguesa. (CAVALCANTI; CHAGAS, 2006)
Até então, o Brasil estava impedido de participar de qualquer atividade que
pudesse envolver produção que concorresse com Portugal. (NEGRÃO; CAMARGO,
2008)
Segundo Cavalcanti e Chagas (2006, p, 16) com isso, começou a importação
de grandes produtos, principalmente de bebidas como vinhos, licores e cervejas. Na
Figura 1, mostra um dos primeiros rótulos de cervejas já feitos.
Figura 1 - Rótulo da Cerveja Brahma

Fonte: Cavalcanti e Chagas (2006, p. 40).

Essas importações garantiam um bom número de garrafas cheias com todos


os tipos de bebidas alcóolicas, sobretudo vinhos, licores e cervejas. Várias caixas de
cerveja fizeram parte do primeiro desembarque de mercadorias em 1808. Depois de
esvaziadas, elas ganhavam outra serventia (CAVALCANTI; CHAGAS, 2006, p. 16).
O comércio era feito em pequenos estabelecimentos: os produtos eram
transportados em barris ou sacos de estopa; posteriormente, eram pesados nas
quantidades solicitadas pelos compradores e, em sacos menores, eram levados
para casa. Até este momento, proteger e transportar ainda eram as únicas
finalidades da embalagem. (NEGRÃO; CAMARGO, 2008, p. 25).
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Em 1861, a indústria vidreira crescia no Rio de Janeiro e se espalhava por


várias províncias. Durante seis décadas (só encerrou suas atividades em 1940), a
fábrica produziu toda a espécie de objetos de vidros, distinguindo-se, sobretudo pela
qualidade de suas taças de cristal. O número de consumidores ia aumentando. E
não apenas consumidores de bebidas alcoólicas, mas também de perfumes
franceses, muito apreciados pelos brasileiros. O gosto era tamanho que, em 1867, o
Brasil se tornou o segundo maior importador de perfumes da França. Perdia apenas
para a Inglaterra, mas superava em quatro vezes as compras dos Estados Unidos.
(CAVALCANTI; CHAGAS, 2006, p. 18).
Segundo Negão e Camargo (2008, p. 26) até o início do século 20, as
embalagens estavam estreitamente relacionadas a movimentos artísticos e seus
rótulos refletiam estas referências visuais.
4.2. Marcas e Rótulos no Brasil
As marcas surgiram para identificar produtos manufaturados como doces,
bebidas, sabão, remédios, tecidos, rapé, charutos e, sobretudo cigarros, que nas
últimas décadas do século XIX correspondem a praticamente metade do total das
marcas existentes. Para Cavalcanti e Chagas (2006, p. 31) quem pensa em marca,
pensa diretamente em rótulos, sendo assim, rótulos têm vida breve. Na Figura 2,
apresenta um dos rótulos de cigarros que na época eram comercializados.
Figura 2 - Rótulo de Cigarro

Fonte: Cavalcanti e Chagas (2006, p. 34)


Era notável como os fabricantes em modo geral gostavam de chamar a
atenção de todos os consumidores.
Os rótulos em especial e o aspecto visual das embalagens de maneira geral
estavam destinados a ocupar um espaço fundamental, e não apenas no ramo de
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cigarros, mas em todos aqueles em que é preciso atrair o consumidor final.


(CAVALCANTI; CHAGAS, 2006, p. 35).
Nos anos seguintes, surgem empresas visionárias que investem fortemente
na consolidação de sua imagem institucional e na imagem da marca de seus
produtos, com o objetivo claro de se destacarem dos concorrentes. Algumas dessas
empresas e marcas pioneiras foram a Coca-Cola, Gessy Lever, Gillete, Colgate-
Palmolive, Johnson & Johnson e Nestlé, entre outras (NEGRÃO; CAMARGO, 2008,
p. 26).
A partir deste momento, a embalagem passa a ter, então, novas funções.
Além de proteger e transportar, a embalagem passa a informar, identificar e
promover produtos e marcas.
Os elementos de qualquer embalagem, aí incluídos materiais, formato, tampa,
cor predominante, rótulo, logotipo e texto, podem ser analisados isoladamente, mas
só ganham sua verdadeira identidade quando são vistos como um todo. É isso que
faz determinada embalagem ser imediatamente reconhecida, mesmo quando
distante demais para ser lida. (CAVALCANTI; CHAGAS, 2006, p. 59).
4.3. Futuro das embalagens
Muitos artistas colaboraram na indústria da embalagem brasileira,
desenhando rótulos e, às vezes, desenvolvendo até mesmo desenhos especiais de
letras para certos produtos. A partir dos anos 1950, com a importância crescente da
função comunicativa das embalagens, vários artistas e designers passaram a
ocupar-se sistematicamente de projetos de invólucros, determinando matérias e
estabelecendo hierarquias de informações nas superfícies impressas. Alguns
designers conceberam embalagens como parte de sua tarefa de desenvolver
identidade corporativa de empresas. Já alguns artistas passaram a ser
sistematicamente convidados por empresas para desenvolver projetos especiais,
brindes e embalagens comemorativas. (CAVALCANTI; CHAGAS, 2006, p. 223).
Sobre o futuro das embalagens, temos pistas do que está por vir, como a
nanotecnologia e a possibilidade de alterar a estrutura das matérias-primas e sua
funcionalidade e desemprenho. Para Cavalcanti e Chagas (2006, p. 222) torna-se
também mais comum e presente o lançamento de embalagens funcionais, que, por
exemplo, preparam o produto na hora de consumi-lo, misturando seus componentes,
aquecendo-o ou esfriando.
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Segundo Cavalcanti e Chagas (2006, p. 211) hoje, o homem sabe no mínimo


pegar a lasanha no freezer e pôr no forno, tanto o que mora sozinho, como o
casado. Os filhos adolescentes aprendem esse bê-á-bá da sobrevivência nas
metrópoles, pois muitos deles ficam em casa na hora da refeição, enquanto o pai e a
mãe ainda não voltaram do trabalho.
Sendo assim, conseguimos perceber que nos últimos anos têm se
multiplicado os lares com poucas pessoas, muitas vezes com apenas uma, solteiras
ou recém-divorciadas, com a vida corrida e cheia de compromissos.
Engana-se quem pensa que o futuro está distante. Para Cavalcanti e Chagas
(2006, p. 222) a história da embalagem está ai, com transformações e evoluções
ocorridas desde o início dos tempos, quando os primeiro homens e mulheres
descobriram a necessidade de transportar e proteger mercadorias. Sendo assim,
percebemos que o futuro é o agora.
25

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho possui finalidade em ajudar futuros profissionais da área de


design que pretender se aprofundar na área de design de embalagens, embasando
de forma clara e objetiva os pontos fortes dessa área, abordando os desafios do
design, da psicologia do consumidor e da história das embalagens no Brasil.
É nítido nesse trabalho que uma embalagem desenvolvida de forma correta,
faz toda a diferença na hora da venda do produto chegando até o consumidor final,
até para quem não pensava em comprar um determinado produto, pode acabar
comprando, pois, sua embalagem chamou a atenção no ponto de venda. O
consumidor dessa forma consegue ter empatia com os produtos apresentados, por
conta do material utilizado e apresentado na embalagem. Algo que cresce cada vez
mais é o entendimento da psicologia do consumidor no ato da compra, entendendo
esse setor é possível prender a atenção do consumidor, fazendo com que o cliente
sinta vontade de comprar e/ou experimentar o seu produto. Sendo assim é de
extrema importância entender o que se passa na hora da compra do consumidor.
A história da embalagem no Brasil é posta como algo importante para quem
entra na área de design de embalagens, para que tenha ideia de como foi à chegada
das embalagens no Brasil, quais as principais embalagens que eram utilizadas e
como foi o processo até hoje.
E para finalizar, acredito que todos os objetivos que foram propostos, foram
atingidos sendo possível tirar inspirações e ideias deste trabalho, verificando as
necessidades dos consumidores com base nas embalagens apresentadas nos
produtos, obtendo maiores chances de chamar a atenção e a aceitação do seu
público.
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REFERÊNCIAS
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