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AULA 1
Esta aula tem como objetivo apresentar um panorama geral sobre design
de embalagens, sua importância e como a especialidade do design funciona com
outros atores desse cenário.
Em um primeiro momento, estudaremos os primeiros aspectos do design
de embalagem, tendo como ponto de partida a sua atuação, a sua relevância ao
longo dos diversos níveis da sua cadeia de criação, produção, consumo e pós-
consumo.
Assim como todo produto de design, as embalagens também precisam de
uma metodologia apropriada, o que envolve a colaboração de diversos
profissionais, fornecedores e agentes legais. Também apresenta as suas
próprias complexidades funcionais, estruturais e gráficas. Veremos como um
designer deve escolher uma metodologia adequada e como ela deve funcionar,
para que o resultado do projeto cumpra todas as diretrizes estabelecidas,
atendendo todos os requisitos ao longo do ciclo de existência.
Por fim, abordaremos a legislação e os agentes reguladores do projeto de
embalagem, com sua classificação e sua importância dentro do processo de
design.
Bons estudos!
CONTEXTUALIZANDO
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Hoje, entende-se que o projeto de embalagem não é uma função
puramente técnica, exercida somente pelas áreas operacionais de uma
companhia. A embalagem é um recurso estratégico de competitividade das
empresas de consumo, devendo ser abordada dentro do plano estratégico da
gestão de marca e de novos produtos.
Um bom designer é capaz de projetá-la aproveitando todos os seus
recursos, não só buscando proteger e conservar produtos, mas também
utilizando-a como ferramenta de marketing, meio de comunicação entre empresa
e consumidor, item essencial da gestão da marca, e assim por diante.
Nesta aula, abordaremos esses temas visando estabelecer uma visão
completa do campo de atuação do designer de embalagens, e como essa
atividade está intimamente ligada a diferentes agentes e entidades ao longo de
sua execução.
Certamente, você tem pelo menos uma embalagem em sua casa. Você já
deve ter interagido com elas em vários momentos da sua vida, mesmo
inconscientemente. Elas estão na maioria dos lugares; porém, diferentemente
dos produtos de mídias pós-modernas (comunicações em vídeos e áudios), a
embalagem é uma mídia silenciosa, ainda que extremamente eficiente e
rentável, justamente por estar em contato tão íntimo com o consumidor.
Alina Wheeler (2019), em seu livro Design de Identidade da Marca, aponta
que as embalagens são marcas em que você confia a ponto de levá-las para
casa. Ora, poucos produtos gráficos têm o poder de se relacionar com o
consumidor dessa forma, e por um tempo relativamente mais duradouro que
outros materiais. Para entender melhor essa dinâmica, vamos analisar o
comportamento do consumidor de forma mais ordenada.
Durante os 30 minutos que você gasta em uma ida média ao
supermercado, cerca de 30.000 produtos diferentes competem para chamar sua
atenção. Estamos em busca de algo, e desejamos interiormente que um produto
supra essa busca da melhor forma possível. Assim que nos aproximamos da
gôndola, fazemos uma leitura geral do arranjo dos produtos e, normalmente, em
poucos segundos, selecionamos e seguramos um produto para lê-lo melhor, ou
para colocá-lo na cesta de compras. Neste instante, uma nova relação iniciou,
baseada em rápida comunicação e na confiança de que o produto que estamos
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comprando atenderá as nossas necessidades e desejos. Dessa maneira, fica
evidente que não diferenciamos a embalagem daquilo que é embalado; para nós,
ambos são uma única coisa (Mestriner, 2002).
Essa relação tende a continuar e pode se fortalecer no ambiente de
consumo do produto se ele atender às nossas expectativas ou se for superior a
elas, desde o momento em que iniciamos a abertura da embalagem até o seu
descarte.
Por meio dessa análise, percebemos que o designer de embalagens
precisa estudar com atenção toda a relação que o produto terá com o seu
público-alvo, utilizando uma linguagem visual adequada e desenvolvendo meios
capazes de garantir boa performance durante a estocagem e a manipulação,
além de garantir a possibilidade de descarte fácil ou reutilização.
Junto a esses itens, agrega-se a necessidade de entender toda a cadeia
produtiva da embalagem, iniciando pela aquisição da matéria-prima e passando
pelos processos fabris, de envase, transporte e comércio. Unindo todos esses
pontos, identificamos o que chamamos de ciclo de vida da embalagem (veja a
figura a seguir). Ele é composto por todos os processos pelos quais a
embalagem passa, desde a sua fabricação até o descarte final, a deterioração
ou o reaproveitamento da matéria-prima.
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relação com os diversos momentos do ciclo de vida, de modo que se torna uma
atividade altamente especializada, fundamental para o sucesso de um produto.
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Figura 2 – Fases da metodologia do design de embalagem de Mestriner
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Figura 3 – Exposição de sucos de fruta em uma gôndola
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concorrentes, são fundamentais, pois o consumidor nunca vê o produto
individualmente.
O designer deve anotar todas as possíveis correções, refinamentos e
sugestões que melhorem a proposta, pois o próximo passo consiste na
implementação do projeto na indústria. Se houver algo para alterar, o projeto
deve ser modificado e reapresentado ao cliente, até que tudo esteja preparado
e aprovado para a produção da embalagem.
A quinta e última fase é a implantação do projeto. Uma vez aprovado o
projeto por parte do cliente, o designer cuidará dos processos de produção
gráfica, desenhos técnicos e arte final. É necessário pedir aprovação do cliente
para todos os itens, incluindo textos, quadros informativos, ilustrações, fotos e
demais elementos gráficos. Cabe ao designer acompanhar o processo de
produção e analisar o primeiro lote de embalagens no ponto de venda, junto com
o cliente. Com essa fase, encerra-se o projeto de embalagem.
Como toda metodologia de design, há a necessidade de se considerar um
enfoque sistêmico, compreendendo os diversos atores que interagem com a
embalagem ao longo do seu ciclo de vida, com suas relações. Para isso, é
necessário o envolvimento de diversos profissionais, em uma equipe
multidisciplinar para o desenvolvimento do projeto.
É essencial esclarecer que, especificamente em design de embalagens,
podemos utilizar uma das inúmeras metodologias de design de produto ou
gráfico já conhecidas, adaptando as fases às particularidades de um projeto de
embalagem.
Saiba mais
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TEMA 3 – CLASSIFICAÇÃO DE EMBALAGENS
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3.2 Quanto à forma
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veículos industriais. Exemplo: embalagem de papelão ondulado, que
levará 20 embalagens plásticas para 500 g de balas.
• Embalagem quaternária: usada para juntar, movimentar e armazenar
produtos. Exemplo: pallets, fitas plásticas (cintas) e filmes plásticos tipo
stretch que agruparão 24 caixas de papelão com os pacotes de bala.
• Embalagem de quinto nível: utilizada para distribuição de longa distância.
São os contêineres.
Crédito: Ketmut/Shutterstock.
Nos últimos anos, grande atenção tem sido dada a essa área, devido à
preocupação da sociedade civil e dos órgãos públicos em garantir a segurança
do consumidor e a responsabilidade dos fabricantes por seus produtos.
Um dos fatores que movem essa preocupação é o aumento do
diagnóstico de doenças alérgicas e de intolerância alimentares nas últimas
décadas. Em vista disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
determinou que os fabricantes de alimentos devem informar a presença de
ingredientes alergênicos nas embalagens, conforme a Resolução n. 26/2015.
Essa determinação traz uma lista dos ingredientes alergênicos que devem ser
informados por nomes comuns; se há derivação deste ingrediente; ou ainda a
possibilidade de contaminação cruzada com tais ingredientes. Essas
informações deverão aparecer logo abaixo da lista de ingredientes. Além disso,
as palavras têm que estar em caixa alta, em negrito e com cor de contraste com
o fundo. O tamanho da tipografia não pode ser menor do que a da lista de
ingredientes.
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Esse é um dos exemplos de normativas federais implementadas graças à
manifestação e cobrança de entidades civis.
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
o sobre o produto;
o comunicação promocional;
o obrigatórias por lei.
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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