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120 horas Procedimentos

Técnicos em UTI

Com certificado
Denise Santana Silva dos Santos
online

Este material é parte integrante do curso online "Procedimentos Técnicos em UTI" do EAD
(www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução
total e parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do
autor (Artigo 29).
120 horas
Procedimentos
Técnicos em UTI
Com certificado Denise Santana Silva dos Santos
online

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SUMÁRIO

SUMÁRIO ........................................................................................................................2
APRESENTAÇÃO ..........................................................................................................5
1.1 OBJETIVOS ............................................................................................................6
PREMISSAS ....................................................................................................................7
HISTÓRICO DAS UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA ....................................9
MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DA UTI ..............................................................11
PROCEDIMENTOS TÉCNICOS EM UTI ................................................................15
5.1 MONITORIZAÇÃO (MONITOR MULTIPARÂMETRO) .................................16
5.2 MANUSEIO COM AS BOMBAS DE INFUSÃO ...............................................16
5.3 PUNÇÃO DE VEIA CENTRAL (PROCEDIMENTO MÉDICO) .......................17
5.4 MANUSEIO COM O VENTILADOR MECÂNICO E AUXÍLIO NO
PROCEDIMENTO DE INTUBAÇÃO .......................................................................18
5.5 CATETERISMO VESICAL .................................................................................19
5.6 HEMODIÁLISE ....................................................................................................19
5.6.1 Princípios da Diálise ...................................................................................... 20
5.6.2 Mecanismo da Diálise ................................................................................... 21
5.7 INSERÇÃO DO CATÉTER DE SWAN-GANZ ..................................................23
5.7.1 Passagem do cateter de Swan-ganz ............................................................... 23
5.8 TORACOCENTESE .............................................................................................24
5.8.1 Atuação da Enfermagem Durante a Toracocentese ....................................... 25
5.8.2 Complicações e Contra Indicações ................................................................ 25
OCORRÊNCIA DE EDEMA NOS PACIENTES INTERNADOS EM TERAPIA
INTENSIVA ...................................................................................................................26
PROCEDIMENTOS MÉDICOS MAIS FREQUENTES NA UTI ...........................28
7.1 EXAMES COMPLEMENTARES DE ROTINA NA TERAPIA INTENSIVA ..29
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UTI ..........................................................31
EQUIPE MULTIPROFISSIONAL E INTERDISCIPLINAR .................................34
DESTAQUES DO GUIDELINES 2015 EM SITUAÇÃO DE PCR .........................36
INTRODUÇÃO .............................................................................................................39
DIFERENÇA ENTRE URGÊNCIA X EMERGÊNCIA ...........................................40
CONCEITO DE UTI .....................................................................................................42
HISTÓRIA DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR ..........................................43
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR NO BRASIL ...............................................45
COMO SURGIRAM OS ATENDIMENTOS MÓVEIS?..........................................47
6.1 REDE .....................................................................................................................49
6.2 REGULAÇÃO ......................................................................................................49
6.3 REGULAÇÃO MÉDICA ......................................................................................49
6.4 REGULAÇÃO MÉDICA DAS URGÊNCIAS .....................................................50
O QUE É O SAMU? ......................................................................................................51
7.1 OBJETIVOS DO SAMU ......................................................................................52
EQUIPE DO SAMU ......................................................................................................54
8.1 EQUIPE DA CENTRAL DE REGULAÇÃO .......................................................54
8.2 EQUIPE DAS UNIDADES DE TRATAMENTO INTENSIVO MÓVEL
(UTIM) ........................................................................................................................54
8.3 EQUIPE DO HELICÓPTERO DE SUPORTE AVANÇADO PRF-SAMU ........55
8.4 EQUIPES DAS UNIDADES MÓVEIS DE SUPORTE BÁSICO .......................55
8.5 EQUIPE DO HELICÓPTERO DE SUPORTE AVANÇADO ARCANJO I .......55
ATRIBUIÇÕES GERAIS DO SERVIÇO...................................................................56
9.1 REGULAÇÃO MÉDICA DO SISTEMA DE URGÊNCIA .................................56
9.2 COBERTURA DE EVENTOS DE RISCO ..........................................................56
9.3 COBERTURA A ACIDENTES COM MÚLTIPLAS VÍTIMAS.........................57
9.4 CAPACITAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS .................................................57
9.5 AÇÕES EDUCATIVAS PARA A COMUNIDADE............................................57
PERFIL E COMPETÊNCIAS DOS PROFISSIONAIS DA EQUIPE .....................58
10.1 MÉDICO REGULADOR ....................................................................................58
10.1 TELEFONISTA AUXILIAR DE REGULAÇÃO MÉDICA .............................59
10.2 RÁDIO OPERADOR ..........................................................................................60
AMBULÂNCIAS E TRIPULAÇÃO ...........................................................................62
INFORMATIVO DE UTILIDADE PÚBLICA ..........................................................64
AVALIAÇÃO ................................................................................................................65
REFERÊNCIAS ............................................................................................................69
Unidades de Tratamento
Intensivo – UTI

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Unidade 1 – Apresentação

01
APRESENTAÇÃO

As unidades de Terapia Intensiva ocupam áreas hospitalares destinadas ao atendimento de


pacientes gravemente enfermos e que necessitem cuidados complexos e específicos.

O cotidiano na terapia intensiva exige do profissional capacitação técnico-científica


e preparo psicológico para lidar com a dor, com a perda e com o sofrimento.
Unidade 1 – Apresentação

1.1 OBJETIVOS
Atualizar o profissional de enfermagem e os graduandos em enfermagem acerca dos
procedimentos mais comuns que ocorrem na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Descrever os protocolos mais utilizados na Terapia Intensiva.

Descrever a Unidade de Terapia Intensiva com suas peculiaridades na assistência.

Esclarecer dúvidas acerca da assistência de enfermagem na terapia intensiva.

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Unidade 2 – Premissas

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PREMISSAS

A UTI é uma unidade complexa dotada de sistema de monitorização contínua. Neste setor é
realizado a admissão de pacientes potencialmente graves ou com descompensação de um
ou mais sistemas orgânicos e tenham possibilidade de recuperação através do suporte e
tratamento intensivos.

Os objetivos dos serviços de terapia intensiva são concentrar recursos humanos e


materiais para o atendimento de pacientes graves que exigem assistência permanente, além
da utilização de recursos tecnológicos apropriados para a observação e monitoração contínua
das condições vitais dos pacientes e para intervenção em situação de descompensação.

Ainda é funçao da UTI amenizar sofrimento tais como dor e falta de ar, independente
do prognóstico.

A equipe multiprofissional que atuam nestas unidades complexas são designados


intensivistas. A equipe de atendimento é multiprofissional e interdisciplinar, constituída por
diversas profissões: médicos, enfermeiros, farmacêuticos,terapeuta ocupacional,
fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais.

A rotina da UTI gera constante expectativa de situações de emergências, devido a


alta complexidade tecnológica e da concentração de pacientes graves sujeitos a mudanças
súbitas no estado geral.

A unidade de terapia intensiva é um setor de alta complexidade, reservado e único


no ambiente do hospital, no qual é realizado monitorização completa do paciente nas 24
horas.

O ambiente da UTI é bastante estressante, e o grupo que atua nesse local requer
cuidados, pois o resultado do trabalho depende da equipe como um todo.

Exemplos mais comuns de doenças que levam a internação em UTI são: Infanto
Agudo do Miocárdio (IAM); Desconforto Respiratório (DR), Acidente Vascular cerebral
(AVC) e Hipotensão Arterial Refratária.

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Unidade 2 – Premissas

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Unidade 3 – Histórico

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HISTÓRICO DAS UNIDADES DE TERAPIA
INTENSIVA

 O surgimento da terapia intensiva deveu-se a necessidade de oferecer suporte


avançado de vida a pacientes agudamente doentes que porventura possuam chances
de sobreviver, destina-se a internação de pacientes com instabilidade clínica e com
potencial de gravidade.

 O setor de terapia intensiva tem suas origens nas unidades de recuperação pós-
anestésica (URPA), onde os pacientes submetidos à procedimentos anestésico-
cirúrgicos tinham monitorizadas suas funções vitais (respiratória, circulatória e
neurológica) sendo instituídas medidas de suporte quando necessário até o término
dos efeitos residuais dos agentes anestésicos.

 As UTIs a partir da década de 1930 transformaram o prognóstico, reduzindo os óbitos


em até 70%. Hoje todas especialidades utilizam-se das unidades intensivas,
principalmente para controle de pós-operatório de risco.

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Unidade 3 – Histórico

 Peter Safar, o primeiro médico intensivista, nasceu na Áustria, filho de médicos, e


migrou para os Estados Unidos após permanecer no campo de concentraçãonazista.
Formou-se médico anestesista e na década de 1950 estimulou e preconizou o
atendimento de urgência-emergência.

 Ainda nesta época formulou o ABC primário em que criou a técnica de ventilação
artificial boca a boca e massagem cardíaca externa. Para estes experimentos contava
com voluntários da sua equipe o qual eram submetidos a sedação mínima. Ainda,
através de experimentos, concretizou para o paciente crítico as técnicas de
manutenção de métodos extraordinários de vida.

 Na cidade de Baltimore estabeleceu a primeira UTI cirúrgica e em 1962, na


Universidade de Pittsburgh, criou a primeira disciplina de "medicina de apoio
crítico" nos Estados Unidos. Iniciou os primeiros estudos com indução da hipotermia
em pacientes críticos. Como últimas contribuições elaborou os projetos das
ambulâncias-UTI de transporte, fundou a Associação Mundial de Medicina de
Emergência e foi co-fundador da SCCM, o qual foi presidente em 1972.

 É muito importante tanto para o paciente como para família compreender a UTI como
etapa fundamental para superação da doença, porém tão importante é aliviar e
proporcionar conforto independente do prognóstico. A equipe está orientada no
respeito a dignidade e autodeterminação de cada pessoa internada, estabelecendo e
divulgando a humanização nos seus trabalhos, buscando amenizar os momentos
vivenciados através do paciente e família.

 A UTI é sem dúvida muito importante para o avanço terapêutico, porém impõe nova
rotina ao paciente onde há separação do convívio familiar e dos amigos, que pode
ser amenizada através das visitas diárias. Outro aspecto importante é a interação
família-paciente com a equipe, apoiando e participando das decisões médicas.

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Unidade 4 – Materiais e Equipamentos da UTI

04
MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DA UTI

 A unidade de terapia intensiva representa uma unidade de vigilância contínua dos


pacientes por isso os leitos são dispostos de forma que o balção de enfermagem esteja
no local central de onde pode visualizar todos os leitos.

 Nem sempre é possível projetar a unidade dessa forma, pois em algumas instituições
a unidade é instalada em salas adaptadas para UTI e não construída visando a terapia
intensiva.

Cada leito contém monitores cardíacos, cama elétrica projetada, oximetria de pulso
e rede de gases.

Dentre os principais equipamentos utilizados em UTI estão:

 Termômetro

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Unidade 4 – Materiais e Equipamentos da UTI

 Oxímetro de pulso: Equipamento que possui sensor óptico luminoso o qual é


colocado no dedo. Através da determinação da coloração sanguínea capilar, verifica
a taxa de saturação do oxigênio designada

 Saturação de O2, ou seja, mede indiretamente a oxigenação dos tecidos de maneira


contínua.

 Eletrocardiográfico, com frequência cardíaca e medida intermitente de pressão


arterial. Situa-se na cabeceira do leito e é conectado ao paciente através de eletrodos
descartáveis no tórax.

 Monitor de pressão arterial

 Não-invasivo (Esfigmomanômetro)

 Invasivo (por punção arterial em geral a radial)

 Capnógrafo

 Monitor Cardíaco - Efetua o controle do débito cardíaco

 Swan-Ganz

O cateter de Swan-Ganz, também conhecido como cateter balão-fluxo dirigido


devido à presença de um balonete inflável na ponta do cateter, onde o próprio fluxo
sanguíneo o dirige até a artéria pulmonar.

Tem geralmente um diâmetro de 7F (French), de 110 cm, graduação a cada 10 cm,


duas vias para transmissão do sinal pressórico (distal e proximal), termissor incorporado para
cálculo do débito cardíaco e uma via com válvula para inflação do balonete.

 Sonda naso-enteral: quando ocorre dificuldade da ingestão dos alimentos, é


introduzida sonda maleável de baixo calibre na narina até o duodeno, porção após o
estomago. Dietas especiais designadas Dietas Enterais, são mantidas em infusão
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Unidade 4 – Materiais e Equipamentos da UTI

contínua dando aporte necessário de calorias, proteínas e eletrólitos. As Dietas


especiais dispensam as dietas convencionais, podendo o paciente utilizá-las por
longo período.

 Sonda vesical - Em pacientes inconscientes ou que necessitam controle rígido da


diurese (volume urinário), é necessário introduzir sonda na uretra (canal urinário) até
a bexiga. A sonda é conectada em bolsa coletora que fica ao lado do leito em locais
baixos.

 Máscara e cateter de oxigênio - São dispositivos utilizados para fornecer oxigênio


suplementar em quadros de falta de ar. O cateter é colocado no nariz e a máscara
próxima a boca com finalidade de nebulizar umidificando e ofertando O2. Em geral
são dispositivos passageiros e retirados após melhora dos quadros dispnéicos .

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Unidade 4 – Materiais e Equipamentos da UTI

 Cateter Central - O cateter é chamado de central em decorrência de estar próximo ao


coração. Fino, da espessura de uma carga de caneta, é introduzido através do pescoço
ou no tórax (infraclavicular – abaixo da clavícula). Permite acesso venoso rápido e
eficaz. Sua permanência pode variar de semana a meses. É indolor.

 Tubo orotraqueal - Trata-se de tubo plástico, maleável, de diâmetro aproximado de


0.5 a 1.0 cm e é introduzido na traquéia sob anestesia e sedação. Permite a conexão
do ventilador mecânico com os pulmões. A permanência pode ser de curta duração,
até horas, ou semanas. Caso não possa ser retirado e com previsão maior de duas
semanas, poderá ocorrer possibilidade de traqueostomia e inserção da cânula baixa
permitindo ao paciente maior conforto e até alimentar-se.

 Ventilador Mecânico - Aparelho microprocessado valvular que permite a entrada e


saída do ar dos pulmões, oxigenando-os e mantendo estabilidade e segurança do
sistema respiratório.

Os equipamento modernos permitem maior interação entre paciente-ventilador com


seu comando ou não. Apesar das inúmeras vantagens e em vários casos obrigatórios,
estabelece interrupção da fisiologia normal respiratória, favorecendo infecções pulmonares
designadas “pneumonias do ventilador”. O processo de retirada do ventilador mecânico é
chamado de desmame ventilatório, que é gradual.

Os doentes em UTIs muitas vezes apresentam falência do sistema respiratório e


necessitam de um suporte extra de oxigênio. Este pode ser fornecido por máscaras, ou em
casos mais graves, pela ventilação mecânica.

O ventilador mecânico é uma máquina que garante a entrada de oxigênio nos pulmões
dos doentes que apresentam insuficiência respiratória, isto é, incapacidade de manter boa
oxigenação dos tecidos. O respirador mecânico é capaz de fornecer oxigênio mesmo que o
paciente não seja capaz de respirar por conta própria.

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Unidade 5 – Procedimentos Técnicos em UTI

05
PROCEDIMENTOS TÉCNICOS EM UTI

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Unidade 5 – Procedimentos Técnicos em UTI

5.1 MONITORIZAÇÃO (MONITOR MULTIPARÂMETRO)

Todo paciente internado em uma UTI precisa estar monitorizado. O monitor serve para a
equipe médica avaliar de modo contínuo e "ao vivo", os sinais vitais do doente.

Através de eletrodos, aparelhos de pressão automáticos e sensores ligados ao paciente


e a máquina, é possível acompanhar a frequência cardíaca e respiratória, a pressão arterial,
a saturação de oxigênio do sangue e ter um traçado básico de eletrocardiograma.

Qualquer arritmia cardíaca, queda ou elevação abrupta da pressão arterial, ou queda


nos níveis de oxigenação do paciente são logo detectados pelo monitor que imediatamente
avisa a equipe médica ou de enfermagem.

5.2 MANUSEIO COM AS BOMBAS DE INFUSÃO

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Unidade 5 – Procedimentos Técnicos em UTI

Pacientes internados em UTI frequentemente necessitam de drogas infundidas de modo


contínuo. A bomba infusora permite a administração venosa de drogas em ritmo constante.

É muito comum o uso de bombas infusoras em paciente com sepse e choque


circulatório. Doentes em choque não conseguem manter níveis normais de pressão arterial
e precisam de drogas para manter a perfusão adequada dos tecidos. As drogas mais usadas
para elevar a pressão arterial são a noradrenalina e a dopamina. Como são drogas de
curtíssima duração e com grandes efeitos, precisam ser administradas continuamente e de
modo muito controlado.

Do mesmo modo, nas crises hipertensivas também podemos administrar drogas anti-
hipertensivas por via venosa, controladas pela bomba infusora. Deste nodo conseguimos
uma redução mais gradual e controlada da pressão arterial.

A bomba infusora também é usada nos casos em que precisamos manter os pacientes
sedados, como naqueles que estão em ventilação mecânica (explico no próximo tópico). Essa
sedação é conhecida popularmente como coma induzido.

As drogas mais usadas para sedação são os benzodiazepínicos (ex: Midazolam),


Fentanil ou Propofol.

Em doentes diabéticos com níveis de glicose descontrolados, também se usa a bomba


para se controlar a infusão de insulina.

5.3 PUNÇÃO DE VEIA CENTRAL (PROCEDIMENTO MÉDICO)

O doente em UTI recebe basicamente todas as medicações pela via venosa. Porém, nem
todas as drogas podem ser administradas nas pequenas veias periféricas que temos nos
braços.

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Unidade 5 – Procedimentos Técnicos em UTI

Dois exemplos comuns são as drogas usadas no choque circulatório, explicado


acima, e a nutrição parenteral, usada nos casos dos doentes incapazes de se alimentarem.
Esses tratamentos só podem ser administrados em veias centrais de grande calibre. Para isso,
os médicos lançam mão da punção de uma veia profunda, com implantação de um cateter.
Normalmente punciona-se a veia subclávia (foto abaixo) ou a veia jugular interna ou a veia
femoral.

5.4 MANUSEIO COM O VENTILADOR MECÂNICO E AUXÍLIO NO


PROCEDIMENTO DE INTUBAÇÃO

Para se acoplar o paciente em um ventilador mecânico é necessário primeiro que o mesmo


seja submetido à intubação das vias respiratórias. A intubação orotraqueal consiste na
introdução pelas vias aéreas de um tubo plástico. Uma extremidade do tubo fica localizado
bem ao final da traqueia, logo antes do início de ambos os pulmões, e a outra por fora da
boca, onde será ligado o ventilador mecânico.

Doentes que necessitam de ventilação mecânica por vários dias são normalmente
submetidos a uma traqueostomia. Deste modo o tubo pode ser ligado diretamente à traqueia,
não precisando mais passar pela boca. Isso reduz os riscos de complicações como lesões das
cordas vocais, pneumonias e extubações involuntárias.

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Unidade 5 – Procedimentos Técnicos em UTI

5.5 CATETERISMO VESICAL

Todo doente com sinais de instabilidade hemodinâmica é submetido ao cateterismo da


bexiga. Deste modo conseguimos aferir precisamente o débito urinário do paciente. Além
de ajudar na avaliação do funcionamento dos rins, que é um dos primeiros a sofrer quando
há instabilidade, a quantidade de urina produzida em 24 horas nos auxilia no planejamento
do volume de soro que será infundido ao longo do dia.

5.6 HEMODIÁLISE

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Unidade 5 – Procedimentos Técnicos em UTI

 A insuficiência renal aguda é uma complicação comum nos pacientes em estado


crítico internados em um CTI. A máquina de hemodiálise procura fazer o papel do
rins, controlando o volume de água do corpo, os níveis de eletrólitos e filtrando as
toxinas.

A hemodiálise (HD) é um dos maiores avanços da medicina. Os rins são os únicos


órgãos nobres que podem ser substituídos, ainda que não perfeitamente, por uma máquina.
Se você tem uma falência do coração, do cérebro, dos pulmões, do fígado, etc. e não se
submeter a um transplante de órgãos, o seu destino será impreterivelmente a morte. Se seu
rim entrar em falência, você passará a fazer diálise e ainda poderá viver e ser produtivo por
muitos anos.

O tratamento tem que ser encarado como uma oportunidade de vida em uma doença
que há poucas décadas era fatal. Hoje as pessoas dialisam e levam uma vida próxima do
normal, podem sair trabalhar, ir ao cinema, viajar, praticar exercícios, jantar fora etc.

90% dos pacientes em hemodiálise afirmam que o método não é tão ruim quanto
imaginavam. Alguns inclusive nem se interessam por entrar na fila do transplante de tão bem
adaptados que ficam.

5.6.1 Princípios da Diálise

Toda vez que dois líquidos com concentrações diferentes são separados por uma membrana
permeável (ou seja, contenha poros), a tendência é que elas se equilibrem. Após algum
tempo, a concentração da substância fica igual dos dois lados. Isto só ocorre se as moléculas
da suposta substância forem menores que os poros da membrana. Pense na membrana como
uma esponja fina.

Existe a hemodiálise, que é feita pelo sangue com um filtro artificial, e a diálise
peritoneal, que usa o peritônio, uma membrana que envolve os órgãos abdominais como
filtro.

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Unidade 5 – Procedimentos Técnicos em UTI

5.6.2 Mecanismo da Diálise

O paciente insuficiente renal é ligado a uma máquina que puxa seu sangue através de uma
bomba circuladora. Esse sangue passa por um filtro que possui uma membrana
semipermeável, que retira as toxinas e as substâncias em excesso, e devolve o sangue limpo
para o paciente. Existe infusão de heparina para evitar que o sangue coagule dentro do
sistema.

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Unidade 5 – Procedimentos Técnicos em UTI

Uma sessão de hemodiálise convencional para pacientes renais crônicos dura 4 horas.
Este é o tempo necessário para a filtragem da maioria das moléculas desejadas e de uma
ultrafiltração que não provoque queda da pressão arterial. Em geral são realizadas três
sessões por semana.

Na insuficiência renal aguda, que acontece em pessoas com rins previamente normais
que são atacados por algum evento, como um sepse ou intoxicação, as sessões de diálise são
mais intensas, podendo durar horas e serem diárias. Normalmente são doentes muito graves
e internados em CTI.

Um dos inconvenientes da HD é a necessidade de se puncionar um vaso para puxar


e outro para devolver o sangue. A simples punção de uma veia comum não funciona por dois
motivos: o primeiro é o baixo fluxo e pressão de sangue das veias periféricas; o segundo é
porque as veias superficiais apresentam paredes mais frágeis e depois de várias punções
repetidas ficariam inutilizáveis.

As artérias possuem fluxo e pressão elevadas, além de uma parede mais forte. Porém,
elas são profundas e de difícil punção.

A solução para esse problema veio através da construção das fístulas arteriovenosas.
Pacientes em diálise são submetidos a uma pequena cirurgia vascular onde se liga uma artéria
a uma veia, criando um vaso periférico, com alto fluxo e mais resistente a punções repetidas.

 A veia quando passa a receber o alto fluxo da artéria, começa a se desenvolver,


crescendo e engrossando sua parede. Com o tempo a fístula adquire o aspecto
mostrado na foto ao lado. Trata-se de um grande vaso bem visível, com alto fluxo e
pressão de sangue e facilmente puncionável.

O problema da fístula é que esta precisa de pelo menos um mês para se tornar apta à
punção pelas grossas agulhas da hemodiálise. Nem todos os pacientes podem esperar
por este intervalo para começar a dialisar.

 Neste caso, lança-se mão do cateter de hemodiálise. Este cateter é introduzido


geralmente na veia jugular interna, localizada no pescoço, que prolonga-se até a veia
cava, próximo à entrada do coração. É um procedimento de 30 minutos e o paciente
pode seguir imediatamente para hemodiálise.

 Portanto, o cateter de hemodiálise é uma solução provisória e deve ser sempre


substituído pela fístula o mais rápido possível. Quando não é possível estabelecer
uma fístula a curto prazo, a preferência deve ser sempre pelo cateter tunelizado de
longa duração. Atualmente os cateteres temporários de curta duração só devem ser
usados em casos urgentes. Qualquer doente com previsão de permanecer em
hemodiálise por mais de 15 dias deve ter seu cateter provisório substituído por um
de longa duração, para reduzir o risco de infecção do cateter.

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Unidade 5 – Procedimentos Técnicos em UTI

5.7 INSERÇÃO DO CATÉTER DE SWAN-GANZ

 O cateter de Swan-Ganz quando posicionado corretamente, obtém-se os parâmetros


fisiológicos como pressão venosa central, pressão sistólica e diastólica do ventrículo
direito (obtidas durante o posicionamento), pressões sistólica e diastólica da artéria
pulmonar.

 Quando se insufla o balonete dentro de um dos ramos da artéria pulmonar, verifica-


se os valores da pressão capilar pulmonar (PCP) ou pressão da artéria pulmonar
ocluída (PAPO), que servirá de dados para se identificar a pressão hidrostática capilar
pulmonar e a pré-carga do ventrículo esquerdo.

 Além desses parâmetros, poderá utilizar-se do cateter na coleta de sangue venoso


misto para análise gás o e oximétrico e para a mensuração do débito cardíaco através
do método de termodiluição.

A inserção é realizada por punção percutânea geralmente das veias subclávia, jugular
interna ou externa, veia femoral ou dissecção de veia antecubital.

5.7.1 Passagem do cateter de Swan-ganz

Após a fixação do introdutor, parte-se para a introdução do cateter de Swan-ganz.

Abra sobre a mesa estéril o cateter de Swan-ganz e o Kit de monitorização (intra-


flow). Neste momento, o médico lhe dará a parte do kit que contém o intra-flow, a conexão
para o monitor e a conexão do equipo para a bolsa pressurizadora.

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23
Unidade 5 – Procedimentos Técnicos em UTI

Coloca-se o equipo que vem com o kit à solução (sol. Fisiológica ou com heparina)
e adapte à bolsa pressurizadora, pendurando tudo a um suporte de soluções. No suporte de
soluções, coloque o suporte para transdutores, adaptando aos transdutores a serem utilizados
e identificando suas vias (Pressão Arterial e Pressão Venosa).

Então insufle a bolsa de pressão de 150 a 300 mmHg. Através do sistema de intra-
flow, puxe o sistema para irrigar todo o prolongamento do(s) equipo(s).

5.8 TORACOCENTESE

 Definição

 A Toracocentese é um importante procedimento em um paciente com derrame


pleural

 A Análise do líquido pleural permite sua categorização como um transudato ou um


exsudato.

 Material

 Bandeja

 1 LAP (avental, compressas e campos estéreis)

 1 Pacote de curativo

 1 Conjunto de agulhas de Cope

 1 Equipo de macrogotas

 Antisséptico

 Gaze

 Cateter intravenoso número 14 ou 16

 2 Frascos a vácuo

 2 Seringas de 20 mL e 2 de 10mL

 1 Agulha

 Luvas estéreis
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Unidade 5 – Procedimentos Técnicos em UTI

 1 Frasco

5.8.1 Atuação da Enfermagem Durante a Toracocentese

 Posicionar o paciente corretamente

 Auxiliando o médico:

 Reunindo os materiais e levando para o quarto

 Orientando o paciente quanto ao procedimento

 Avaliar sinais vitais e função respiratória

 Auxiliar durante antissepsia da pele do paciente no local de punção.

 Colaborar com o médico na anestesia

 Fazer um curativo compressivo após retirada do cateter - Observar e registrar


características do conteúdo drenado

 Acompanhar o paciente na realização do raio-x após procedimento

5.8.2 Complicações e Contra Indicações

 Presença de lesões na pele

 Alterações no processo de coagulação

 Pode ocorrer pneumotórax

 Tosse

 Dor

 Hemotórax

 •Dispneia

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Unidade 6 – Ocorrência e Edema nos Pacientes Internados em Terapia Intensiva

06
OCORRÊNCIA DE EDEMA NOS
PACIENTES INTERNADOS EM TERAPIA
INTENSIVA

Uma das coisas que mais chamam a atenção dos familiares de pacientes internados em um
CTI é o edema (inchaço) generalizado que os doentes apresentam.

Causas dos edemas:

1. Nossos vasos sanguíneos apresentam poros microscópicos que permitem a passagem


de água de dentro para fora e de fora para dentro. Toda vez que há um aumento da
pressão dentro dos vasos, como por exemplo, por excesso de água, ou quando há um
estado de inflamação que aumente o tamanho dos poros, ocorre transferência de água
dos vasos para os tecidos.

2. A água do corpo se localiza em 3 compartimentos: dentro dos vasos, dentro das


células ou no interstício (espaço que existe entre uma célula e outra).

3. O edema é o acumulo de líquido no interstício. Pode ocorrer no cérebro, nos pulmões,


na cavidade abdominal etc. O mais visível e comum é o edema no interstício do
tecido cutâneo (pele).

4. Em um indivíduo normal, 60% do peso é composto de água. Ou seja, uma pessoa de


70 kg tem 42 kg ou litros (1L de H2O = 1 kg) só de água. Desses 42 litros, 28L estão
dentro das células, 11L no interstício e apenas 4L dentro dos vasos, diluindo o
sangue.

O edema ocorre quando há um desbalanço nesta distribuição em favor do interstício.

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26
Unidade 6 – Ocorrência e Edema nos Pacientes Internados em Terapia Intensiva

Doentes internados em UTI apresentam vários fatores que favorecem a formação do


edema.

Pacientes em choque recebem uma quantidade enorme de líquidos na tentativa de


elevar a pressão arterial. Recebem mais líquidos do que podem excretar. O excesso vai todo
para o interstício.

Muitas vezes os pacientes apresentam insuficiência renal o que impede a eliminação


do excesso da água administrada.

Doentes graves apresentam um estado inflamatório sistêmico, o que favores a saída


de água dos vasos para o interstício e impede a sua recaptação.

Quando o edema é só na pele, não há grandes riscos. É basicamente uma


consequência do estado grave do paciente. Conforme há melhora do quadro clínico, o
organismo consegue restaurar a distribuição normal da água corporal. Em geral, quando
recebem alta hospitalar, os pacientes já não estão mais inchados.

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Unidade 7 – Procedimentos Médicos mais Frequentes na UTI

07
PROCEDIMENTOS MÉDICOS MAIS
FREQUENTES NA UTI

 Coma induzido - Na UTI há grande preocupação em fornecer conforto e ausência de


dor a todos pacientes internados. Em casos mais graves, principalmente quando há
necessidade da Intubação Orotraqueal, é iniciada sedação (tranquilizante e indutor
de sono) e analgesia (abolição da dor) contínua que pode levar a ausência total de
consciência e sonolência profunda. Neste estágio, designado “coma induzido”, não
há dor, não há frio e a percepção do paciente é interrompida. O tempo e espaço nesta
situação é abolido, onde pacientes que permanecem “meses” na Unidade, recordam
como “horas”.

 As Infecções - São as causas mais importantes de internações em Unidades


Intensivas. Em geral respiratórias ou urinárias, recebem tratamento com antibióticos
de última geração e de amplo espectro de ação contra bactérias. Os riscos das

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Unidade 7 – Procedimentos Médicos mais Frequentes na UTI

infecções ocorrem quando há disseminação hematogênica (através do sangue) e


ocorre generalização do processo infeccioso designada tecnicamente como sepse.
Outro motivo de preocupação crescente é a infecção desenvolvida no ambiente
hospitalar, sendo na grande maioria prevista e inevitável principalmente em
decorrência de técnicas invasivas como a pneumonia do Ventilador Pulmonar.

Procedimentos Cirúrgicos Eventuais: Procedimentos cirúrgicos de pequeno porte


podem ser necessários. Nas situações emergenciais são realizados através do próprio
intensivista e na rotina através da equipe cirúrgica especializada de apoio do Hospital.

 Traqueostomia: Não é recomendada a manutenção por longos períodos da cânula


de intubação em virtude de lesões que podem ocorrer na traquéia e laringe.

Não há tempo específico recomendado, cabendo ao intensivista a indicação e


recomendação da traqueostomia. Procedimento relativamente simples, consiste na abertura
da traquéia na região inferior frontal do pescoço e introdução de cânula plástica em
substituição a mantida através da boca. Pode ou não ser procedimento permanente, podendo
ser retirada quando do desmame efetivo do ventilador mecânico.

 Drenagem Torácica: Em coleções líquidas importantes no pulmão ou no


pneumotórax (colabamento do pulmão), pode ocorrer necessidade da colocação de
dreno torácico com sistema coletor. Trata-se de procedimento provisório.

 Cateter de PIC: Catéter em geral provisório introduzido na porção superior da


cabeça para drenagem liquórica de alívio.

 Cateter de Diálise Peritoneal: introduzido no abdome, permite a infusão de líquido


intra abdominal e troca dialítica. Procedimento simples, podendo ser permanente ou
não.

7.1 EXAMES COMPLEMENTARES DE ROTINA NA TERAPIA


INTENSIVA
Todos os órgãos e sistemas são avaliados diariamente nos pacientes internados nas UTIs.
Após avaliação clínica, são solicitados exames de rotina como:

Hematológicos: através da punção venoso, coleta-se pequena amostra de sangue


para avaliação no laboratório central dos principais eletrólitos, enzimas e metabólitos do

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Unidade 7 – Procedimentos Médicos mais Frequentes na UTI

organismo. A função renal é medida indiretamente através da dosagem da ureia e creatinina,


dando ao médico informação valiosa em relação à integridade renal.

Gasométricos: designada de gasometria arterial é efetuada punção na artéria radial


situada no punho (local do pulso). Após coleta, a amostra é analisada através do equipamento
designado hemogasômetro que permite a análise dos principais gases do sistema respiratório
tais como oxigênio e gás carbônico. Portanto é método para avaliação da boa função
pulmonar.

Radiológicos: Diariamente efetua-se nos pacientes submetidos à ventilação


mecânica a radiologia torácica pulmonar para controle e diagnósticos de derrames (líquidos)
e infecções como a broncopneumonia.

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Unidade 8 – Assistência de Enfermagem na UTI

08
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UTI

 A enfermagem na UTI é umas especialidades dentro da enfermagem que trata


especificamente de pacientes graves.

 A atuação da enfermeira na UTI consiste em obter o histórico do paciente, realizar o


exame físico, e cuidar do indivíduo nas diferentes situações críticas dentro da terapia
intensiva de forma integrada e contínua com os membros da equipe de saúde.

 Para isso o enfermeiro de UTI precisa pensar criticamente analisando os problemas


e traçando juntamente com sua equipe soluções para os mesmos, assegurando sempre
sua prática dentro dos princípios éticos do exercício profissional.

 Compete ainda ao enfermeiro avaliar, sistematizar e decidir sobre o uso apropriado


de recursos humanos, físicos, materiais e de informação no cuidado ao paciente de
terapia intensiva, visando o trabalho em equipe, a eficácia e custo-efetividade.

 Com relação à educação permanente ou também denominada educação em serviço o


enfermeiro de Terapia Intensiva, deve ter um compromisso contínuo com seu próprio
desenvolvimento profissional, sendo capaz de atuar nos processos educativos dos
profissionais da equipe de saúde, em situações de trabalho, proporcionando
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31
Unidade 8 – Assistência de Enfermagem na UTI

condições para que haja benefício mútuo entre os profissionais, responsabilizando-


se ainda pelo processo de educação em saúde dos indivíduos e familiares sob seu
cuidado, reconhecendo o contexto de vida e os hábitos socioeconômico e cultural
destes, contribuindo com a qualificação da prática profissional, construindo novos
hábitos e desmistificando os conceitos inadequados atribuídos a UTI.

 O trabalho em Unidade de Tratamento Intensivo (U.T. I) é complexo e intenso,


devendo o enfermeiro estar preparado para a qualquer momento, atender pacientes
com alterações hemodinâmicas importantes, as quais requerem conhecimento
específico e grande habilidade para tomar decisões e implementá-las em tempo hábil.
Desta forma, pode-se só porque o enfermeiro desempenha importante papel no
âmbito da Unidade de Terapia Intensiva.

 O Cuidado Intensivo dispensado a pacientes críticos torna-se mais eficaz quando


desenvolvido em unidades específicas, que propiciam recursos e facilidades para a
sua progressiva recuperação.

 Desta forma, o citado autor ressalta que o enfermeiro de U.T. I precisa estar
capacitado a exercer atividades de maior complexidade, para as quais é necessária a
autoconfiança respaldada no conhecimento científico para que este possa conduzir o
atendimento do paciente com segurança.

 Para tal, o treinamento deste profissional é imprescindível para o alcance do resultado


esperado.

 A tecnologia pode ser copiada; assim, o grande diferencial no mercado competitivo


são as pessoas. Desta forma o preparo adequado do profissional constitui um
importante instrumento para o sucesso e a qualidade do cuidado prestado na UTI.

 O aspecto humano do cuidado de enfermagem, com certeza, é um dos mais difíceis


de ser implementado.

 A rotina diária e complexa que envolve o ambiente da Unidade de Terapia Intensiva


(UTI) faz com que os membros da equipe de enfermagem, na maioria das vezes,
esqueçam de tocar, conversar e ouvir o ser humano que está a sua frente.

 Apesar do grande esforço que os enfermeiros possam estar realizando no sentido de


humanizar o cuidado em UTI, esta é uma tarefa difícil, pois demanda atitudes às
vezes individuais contra todo um sistema tecnológico dominante. A própria dinâmica
de uma Unidade de Terapia Intensiva não possibilita momentos de reflexão para que
seu pessoal possa se orientar melhor, no entanto compete a este profissional lançar
mão de estratégias que viabilizem a humanização em detrimento a visão mecânica e
biologicista que impera nos centros de alta tecnologia como no caso das UTIs.

 Pode-se dizer que o conhecimento necessário para um enfermeiro de UTI vai desde
a administração e efeito das drogas até o funcionamento e adequação de aparelhos,
atividades estas que integram as atividades rotineiras de um enfermeiro desta unidade
e deve ser por ele dominado.

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32
Unidade 8 – Assistência de Enfermagem na UTI

 O enfermeiro de UTI trabalha em um ambiente onde as forças de vida e morte,


humano e tecnológico encontram-se em luta constante.

 Apesar de existirem vários profissionais que atuam na UTI o enfermeiro é o


responsável pelo acompanhamento constante, consequentemente possui o
compromisso dentre outros de manter a homeostasia do paciente e o bom
funcionamento da unidade.

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Unidade 9 – Equipe Multiprofissional e Interdisciplinar

09
EQUIPE MULTIPROFISSIONAL E
INTERDISCIPLINAR

Médico intensivista: designação técnica do médico especializado e dedicado


exclusivamente ao atendimento do paciente internado nas Unidades Intensivas e
Emergenciais. Possui conhecimento clínico e cirúrgico amplo, capaz de diagnosticar,
medicar e realizar procedimentos complexos emergenciais. A especialidade é definida como
Medicina Intensiva, reconhecida mundialmente com certificações específicas. Cabe a este
profissional evoluir e medicar diariamente os pacientes internados nos aspectos nutricionais,
cardiológicos, pulmonares, neurológicos entre outros. Responde integralmente na condução
e responsabilidade da Unidade como todo.

Enfermeiro intensivista: Enfermeiro com formação para o atendimento de


pacientes de alta complexidade com grande dependência no leito. Supervisiona a ação do
grupo de técnicos e auxiliares de enfermagem, como a higienização, controle das medicações
e prescrições, tendo papel assistencial fundamental.

Fisioterapeuta intensivista: a fisioterapia no paciente crítico é fundamental para


manutenção e prevenção de vários aspectos da fisiologia em virtude da dependência total ou
parcial dos pacientes que podem culminar na chamada Síndrome do Imobilismo. Na
Síndrome há diminuição do trofismo muscular, emagrecimento, retração de tendões e vícios
posturais que podem provocar contrações permanentes e no dorso (nas costas) as chamadas
úlceras de pressão. A assistência ventilatória é outra necessidade fundamental realizada
através do fisioterapeuta, que efetua higienização brônquica diária através de técnicas
específicas e controle do ventilador mecânico.

Nutrólogo e nutricionista: o nutrólogo é médico especializado no diagnóstico e


prescrição nutricional. Diariamente efetua avaliações e mantém o aporte calórico, proteico,
glicêmico e vitamínico equilibrado e essencial para manutenção do funcionamento e
atividades vitais do organismo. O nutricionista, incorporado na equipe multiprofissional,
efetua diagnósticos e evoluções dietéticas específicas, coordenando, organizando e
acompanhando as prescrições nutricionais.

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34
Unidade 9 – Equipe Multiprofissional e Interdisciplinar

Psicólogo intensivista: todos os aspectos emocionais, seja do paciente, da família ou


da equipe, são constantemente avaliados e observados através da psicologia intensiva. Com
presença fundamental nos períodos das visitas familiares, objetiva estabelecerem além da
humanização a aproximação e apoio terapêutico necessário.

Assistente social: atua no apoio a família e paciente em situações externas ou


internas que possam impor dificuldades não relacionadas ao andamento terapêutico direto,
seja no âmbito familiar, do trabalho ou pessoais.

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35
Unidade 10 – Destaques do Guidelines 2015 em Situação de PCR

10
DESTAQUES DO GUIDELINES 2015 EM
SITUAÇÃO DE PCR

 As atualizações das Diretrizes da American Heart Association (AHA) 2015 para


Parada Cardiorrespiratória (PCR) se baseia em um processo internacional de
avaliações de evidências que envolveram 250 revisores de 39 países.

 Recomendações importantes, novas e atualizadas, que podem servir de base para


decisões éticas:

 Uso da Reanimação Cardiorrespiratória Extracorpórea (ECPR) para PCR.

 Fatores prognósticos durante PCR.

 Revisão de evidências sobre os escores do prognóstico para bebês prematuros.

 Prognóstico para criança e adultos pós PCR.

 Função de órgãos transplantados recuperados após PCR.

 Suporte Básico de Vida em Adulto:

 Deu-se mais ênfase à rápida identificação de PCR por parte dos atendentes, com
disponibilização imediata das instruções de RCP para a pessoa por telefone.

 A sequência recomendada para um único socorrista foi confirmada: o único


socorrista deve iniciar as compressões torácicas antes de aplicar as ventilações de
resgate (C-A-B) para reduzir o tempo até a primeira compressão.

 O único socorrista deve iniciar a RCP com 30 compressões seguida por duas
respirações.

 A velocidade recomendada para as compressões torácicas é de 100 a 120/ min.

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36
Unidade 10 – Destaques do Guidelines 2015 em Situação de PCR

 As recomendações para a profundidade da compressão torácica é de pelo menos 2


polegadas (5 cm).

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37
Unidades de Tratamento
Intensivo Móvel – UTIM

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e parcial "Procedimentos
ou divulgação Técnicos
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Unidade 1 – A Relação de Emprego

01
INTRODUÇÃO

A UTI frequentemente salva muitas vidas, pois antes que os clientes cheguem aos hospitais,
são levados por ambulâncias que conseguem diminuir o tempo de sofrimento.

O serviço de UTI Móvel compreende o atendimento pré-hospitalar de emergências


médicas e, se necessário, a imediata remoção do paciente do local do primeiro atendimento
a uma unidade hospitalar.

Nesse curso, vamos aprofundar os nossos estudos no Serviço de Atendimento Móvel


de Urgência (SAMU) que a UTI móvel mais utilizada na nossa região e de atendimento a
nível público.

A UTI móvel trabalha com casos de urgência/emergência. Mas você é capaz de


diferenciar Urgência X Emergência?

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39
Unidade 2 – Diferença entre Urgência x Emergência

02
DIFERENÇA ENTRE URGÊNCIA X
EMERGÊNCIA

Urgências: são situações que apresentem alteração do estado de saúde, porém sem risco
iminente de vida, que por sua gravidade, desconforto ou dor, requerem atendimento médico
com a maior brevidade possível. O tempo para resolução pode variar de algumas horas até
um máximo de 24 horas. São exemplos de urgências:

 Dores de cabeça súbitas de forte intensidade, não habituais e que não cedem aos
medicamentos rotineiros;

 Dor lombar súbita muito intensa acompanhada de náuseas, vômitos e alterações


urinárias;

 Febre elevada em crianças de causa não esclarecida e rebelde a antitérmicos.

Emergências: são situações que apresentem alteração do estado de saúde, com risco
iminente de vida. O tempo para resolução é extremamente curto, normalmente quantificado
em minutos. São exemplos de emergências:

 Perda de consciência sem recuperação;

 Dificuldade respiratória de forma aguda acompanhada de arroxeamento, chiado, dor


intensa súbita no peito acompanhada de suor frio, falta de ar e vômitos;

 Dificuldade de movimentação ou de fala repentina; grande hemorragia;

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40
Unidade 2 – Diferença entre Urgência x Emergência

 Quadro alérgico grave com placas vermelhas, tosse, falta de ar e inchaço;

 Movimentos descoordenados em todo o corpo ou parte dele acompanhado de desvio


dos olhos, repuxo da boca com salivação excessiva (baba);

 Aumento súbito da pressão arterial, acompanhado de dores de cabeça de forte


intensidade;

 Acidentes domésticos graves com fraturas e impossibilidade de locomoção do


enfermo;

 Queda de grandes alturas;

 Choque elétrico;

 Afogamentos;

 Intoxicações graves.

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41
Unidade 3 – Conceito de UTI

03
CONCEITO DE UTI

O termo UTI é sigla de Unidade de Tratamento Intensivo. Surgiu durante a Segunda Guerra
Mundial, quando perceberam que era mais seguro isolar pacientes em estado grave numa
sala especial. A partir disso, a UTI tem sido vista como um local de angústia e sofrimento, e
também de esperança.

A UTI é destinada ao acolhimento de pacientes em estado grave com chances de


sobrevida, que requerem monitoramento constante e cuidados muito mais complexos. Sua
principal função é recuperar ou dar suporte às funções vitais dos clientes em observação.

A história do surgimento das UTI`s remete ao início do século XX quando foram


criadas as chamadas “salas de recuperação”. No nosso país, elas só começaram a ser
implantadas na década de 70, primeiramente no hospital Sírio Libanês em São Paulo com
apenas dez leitos.

A partir da década de 90, iniciou-se um movimento chamado de Humanização do


atendimento na UTI, onde os profissionais passaram a refletir profundamente sobre o
assunto, pois mesmo em face a todos os esforços prestados, a UTI continuava sendo um local
angustiante. Estudos e reflexões surgiram para tornar essas unidades menos estressantes e
mais aconchegantes e voltadas para as necessidades de cada cliente.

O principal objetivo da humanização é gerar satisfação ao cliente, implementando o


conceito: “cuidar do outro como você gostaria de ser cuidado”, criando um ambiente
menos hostil - o que ajuda o paciente a diminuir o nível de estresse e, consequentemente, se
recuperar mais rápido.

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42
Unidade 4 – História do Atendimento Pré-Hospitalar

04
HISTÓRIA DO ATENDIMENTO PRÉ-
HOSPITALAR

Ainda no século XVIII, os primórdios do atendimento a urgência e emergência foram


durante as grandes guerras do período napoleônico, quando em 1792 o cirurgião da Grande
Armada de Napoleão Bonaparte idealizou uma “ambulância” em forma de carroça puxada
por cavalos. Os feridos eram transportados para lugares longe dos campos de batalha onde
recebiam os primeiros atendimentos pelos militares médicos. Só durante as guerras do
Vietnã e da Coréia é que aparece a figura do enfermeiro no APH prestando atendimento aos
feridos.

A iniciativa de atendimento aos soldados no campo de batalha continuou no século


XIX e levou à formação da Cruz Vermelha Internacional, em 1863, organização que, ao
longo do tempo, demonstrou a necessidade de atendimento rápido aos feridos, tendo sua
atuação destacada nas Guerras Mundiais do século XX, tempos depois, no mesmo século,
os combatentes receberam treinamento de primeiros socorros a fim de prestar atendimento
a seus colegas logo após a ocorrência de uma lesão no campo de batalha. As vítimas também
recebiam os cuidados durante o transporte até o hospital de guerra.

Em 1955 na França, surgiram as primeiras equipes móveis de APH, somente em 1968


nasceu o SAMU (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), já nos moldes do
funcionamento que ocorre hoje.

Em 1989, São Paulo foi a primeira cidade em implantar o serviço no Brasil com o
Projeto Resgate, no Rio de Janeiro, na mesma época nasceu o Grupo de Emergência do
Corpo de Bombeiros, em Porto Alegre, a implantação do SAMU se deu em 1995, através de
um termo de cooperação técnica com a França.

Estados Unidos da América (EUA) e França até hoje são as referências mundiais em
APH, uma vez que possuem um sistema mais desenvolvido nos quais os enfermeiros tem
sua função consolidada e reconhecida em seus sistemas de atendimento.

Ainda em 1955 na França, foram criadas as primeiras equipes móveis de reanimação.

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43
Unidade 4 – História do Atendimento Pré-Hospitalar

Em 1965, criaram oficialmente os Serviços Móveis de Urgência e Reanimação


(SMUR), dispondo agora das Unidades Móveis Hospitalares (UMH). Em 1968, nasceu o
SAMU, com a finalidade de coordenar as atividades dos SMUR, comportando, para tanto,
um centro de regulação médica dos pedidos, tendo as suas regras regulamentadas em decreto
de 16/12/1987.

As equipes das UMH passaram também a intervir nos domicílios dos pacientes,
configurando definitivamente, os princípios do atendimento pré-hospitalar, relacionados a:

 O auxílio médico urgente é uma atividade sanitária.

 As intervenções sobre o terreno devem ser rápidas, eficazes e com meios adequados.

 A abordagem de cada caso deve ser simultaneamente, médica, operacional e humana.

 As responsabilidades de cada profissional e as inter-relações com os demais devem


ser estabelecidas claramente.

 As qualidades dos resultados dependem, em grande parte, do nível de competência


dos profissionais.

 A ação preventiva deve ser um complemento da ação de urgência.

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Unidade 5 – Atendimento Pré-Hospitalar no Brasil

05
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR NO
BRASIL

Ao retroceder no tempo, identificamos serviço pioneiro de APH no Brasil datando de fins


do século XIX.

Em 1893, o Senado da República aprovara a lei que estabelecia a presença do socorro


médico de urgência em via pública, na capital do país, então Rio de Janeiro.

Através do Decreto nº 395/1893 do Estado de São Paulo, estabeleceu a


responsabilidade do Serviço Legal da Polícia Civil do Estado para atender as ocorrências. A
partir de 1910, com o Decreto nº 1392, tornou-se obrigatório a presença de profissionais
médicos em acidentes e incêndios.

No Brasil, o Atendimento Pré-Hospitalar teve início através de um acordo bilateral,


assinado entre o Brasil e a França, através de uma solicitação do Ministério da Saúde, o qual
optou pelo modelo francês de atendimento, em que as viaturas de suporte avançado possuem
obrigatoriamente a presença do médico, diferentemente dos Bombeiros.

Neste período, foi dimensionada a real função do SAMU frente à população local e
às autoridades competentes, vinculando de forma definitiva, o atendimento médico
emergencial ao paciente crítico, agora em ambiente pré-hospitalar.

Inicialmente, o SAMU, ainda desprovido de protocolos rígidos de despacho de


viaturas, atuou prestando atendimento a um amplo número de pessoas, muitas vezes sem
necessidade de um atendimento médico ainda no campo pré-hospitalar.

Em São Paulo, 1989 foi criado o Projeto Resgate ou SAMU, chefiado por um capitão
médico, baseado no modelo Francês, mais com influências do sistema Americano que foi
adaptado a realidade local.

Este sistema estava inicialmente vinculado ao Corpo de Bombeiro, ficando no quartel


um médico da Secretaria da Saúde do Estado, que regulava as solicitações estas feitas através

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Unidade 5 – Atendimento Pré-Hospitalar no Brasil

da linha (193) a qual possuía uma interligação com o sistema (192) da Secretaria de Saúde,
CSA (Central de Solicitação de Ambulâncias).

Os profissionais eram capacitados através de um curso nacionalmente padronizado e


denominados de agentes de socorro urgentes, hoje conhecido de socorristas.

Pesquisas apontam que a atividade do Enfermeiro, voltada para assistência direta no


atendimento pré-hospitalar no Brasil, desenvolveu-se a partir da década de 90, com início
das unidades de suporte avançado.

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Unidade 6 – Como Surgiram os Atendimentos Móveis?

06
COMO SURGIRAM OS ATENDIMENTOS
MÓVEIS?

As UTIs móveis, ambulâncias equipadas com os aparelhos que são usados em uma UTI
hospitalar, são peças fundamentais no salvamento de vidas.

Essas unidades transportam clientes que são levados de hospitais com poucos
recursos para os especializados em casos específicos, de locais de acidentes ou de suas
próprias residências.

Quando falamos em SAMU, surge, muitas vezes, a ideia do atendimento de uma


urgência associado a uma ambulância.

A ideia do atendimento pré-hospitalar, por meio de deslocamento de equipe e


recursos materiais, tem sua origem em 1792, quando Dominique Larrey, cirurgião da Grande
Armada de Napoleão utiliza uma “ambulância” (do latin Ambulare, que significa deslocar)
para levar atendimento precoce aos acometidos em combate, já no próprio campo de batalha,
observando que assim aumentavam suas chances de sobrevida.

Foi em Nova Iorque, porém, no final do século XIX que o atendimento externo à
estrutura hospitalar com a utilização de ambulâncias medicalizadas tomou corpo e daí
retornou à Europa, onde foi implementado pelos franceses, com a incorporação do conceito
de regulação médica.

No Brasil, a discussão sobre o atendimento pré-hospitalar móvel começa a tomar


corpo no início da década de 90 com o estabelecimento de uma Cooperação Técnica e
Científica Franco-Brasileira, mediada pelo Ministério da Saúde e o Ministério dos Assuntos
Estrangeiros na França, iniciada pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, com a
concepção de modelo de atenção pré-hospitalar móvel centrada no médico regulador,
contando, porém, diferentemente do modelo francês, também com a participação de
profissionais da enfermagem nas intervenções em casos de menor complexidade.

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Unidade 6 – Como Surgiram os Atendimentos Móveis?

Porém, para que a UTI Móvel tenha sucesso, precisa de profissionais especializados
que saibam fazer o monitoramento e acompanhamento adequado do paciente, além de
manter a aparelhagem sempre de acordo. Essa manutenção dos aparelhos custa cara, por
isso, nem todos os municípios contam com esse serviço.

Atualmente, o governo tem disponibilizado para todas as cidades um serviço também


eficiente, o SAMU, um socorro mais rápido para diversos tipos de vitimas, principalmente
vítimas de acidentes.

Na UTI móvel, além do atendimento pré-hospitalar, oferece:

 Pronto-atendimento médico com UTIs móveis modernas e equipadas;

 Equipes especializadas com médicos, enfermeiros e motoristas socorristas;

 Médicos especialistas em emergências;

 Medicamentos e materiais;

 Atendimento 24 horas por dia, 07 dias por semana, 365 dias por ano;

 Rapidez e eficiência;

 Segurança e conforto 24 horas.

Seguindo-se a ideia de implantação de uma rede regionalizada e regulada, através


dos complexos reguladores e na perspectiva de melhorar e modernizar a execução dos
serviços de urgência e emergência em saúde no Brasil, o Governo Federal delineou uma
nova proposta de organização dos serviços através da construção de uma rede assistencial
hierarquizada, considerando a atenção pré-hospitalar fixa e móvel, a atenção hospitalar e a
atenção pós-hospitalar.

Sabemos que muito se pode fazer no atendimento às urgências antes da porta dos
hospitais para diminuir o sofrimento, aumentar as possibilidades de sobrevivência, e reduzir
sequelas físicas e emocionais. Para isto tem-se de observar o princípio da equidade,
garantida através dos protocolos técnicos que são seguidos pelas centrais de regulação
médica das urgências.

O atendimento é variável de acordo com a natureza do pedido e poderá se manifestar


igualmente de diversas maneiras, adaptadas a cada situação e que podem variar desde um
conselho ao demandante, assim como poderá se manifestar no envio de uma ambulância, de
suporte básico de vida ou quando se fizer necessário, de uma unidade de suporte avançado
de vida, esta última constituída por médico, enfermeiro e condutor de ambulância.

Todos os atos terapêuticos executados são monitorados online pelo médico


regulador, no local do evento e quando se fizer necessário o transporte, até a porta hospitalar
de referência.

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48
Unidade 6 – Como Surgiram os Atendimentos Móveis?

Mas temos que entender o que é uma Rede?

6.1 REDE
A proposta de organização em rede acontece quando o Estado assume um papel de
coordenador, ordenador das relações entre os diversos atores do sistema de saúde.

A gestão em rede realizada pelos complexos reguladores visa à integração e interligação das
centrais de regulação, compatibilizando as demandas com as ofertas disponíveis em
territórios e fluxos definidos. Para tanto é necessário a organização de sistemas de
informação, com rapidez na sua veiculação e tecnologia para transmissão de dados dentro
da rede para garantir o acesso dos usuários ao tratamento de que necessita.

6.2 REGULAÇÃO
O termo regulação significa racionalização; racionamento. De acordo com o dicionário
Michaelis:

Regulação: Do verbo “Regular”, significa: “que é ou que age segundo as regras, as


leis, dirigir, acertar, ajustar, regularizar, guiar, orientar”.

Regulador: “que regula peça que ajusta o movimento de uma máquina”.

A regulação da assistência, como vem sendo denominada o tipo de regulação que


tem como prioridade o atendimento às necessidades de saúde da população, alicerça-se no
conhecimento dos recursos disponíveis, uma triagem e classificação de necessidades e uma
tomada de decisão para racionalizar os recursos existentes e, atendendo de forma
diferenciada e individualizada a cada demanda, de acordo com a necessidade, dar equidade
ao SUS.

6.3 REGULAÇÃO MÉDICA


O termo Regulação Médica teve origem na reorganização da atenção às urgências na França,
através dos SAMU franceses, que começaram pela detecção das urgências necessitando de
cuidados intensivos fora do hospital, e necessitavam num primeiro momento uma triagem
para avaliar a real necessidade das solicitações feitas.

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Unidade 6 – Como Surgiram os Atendimentos Móveis?

Quando um atendimento era prestado em domicílio ou na via pública e havia


necessidade de remoção para um hospital, não havia, até o advento da regulação médica de
urgência, quem decidisse para onde encaminhar e nem quem preparasse a recepção do
paciente/vítima na unidade receptora.

A regulação médica de urgência começou a realizar esta tarefa, auxiliando as equipes


de atendimento externo e, tendo por uma necessidade de organizar os fluxos e equilibrá-los
dentro da rede de saúde.

Fazia uma prévia constatação dos recursos disponíveis, diariamente e, através de uma
grade de especialidades, hospitais, unidades de saúde, médicos generalistas, etc., tomava
uma decisão de encaminhamento que atendesse de forma mais adequada e adaptada às
necessidades do paciente/vítima de decidir para onde encaminhar.

Como resposta positiva a esse processo, a população francesa veio a assumir a


conduta de telefonar previamente para um número de acesso público, buscando orientação e
ajuda, antes de se dirigir a um serviço de urgência.

Dentro dos princípios do Sistema Único de Saúde e de maneira a estruturar e


operacionalizar os sistemas de urgência temos como conceito de regulação médica de
urgência que “Regulação Médica é um neologismo criado para designar uma forma
organizada de responder a toda situação de urgência que necessite de cuidados médicos, de
forma harmônica, proporcional, equânime, de acordo com as diretrizes do SUS, evitando o
uso inadequado de recursos".

6.4 REGULAÇÃO MÉDICA DAS URGÊNCIAS


Regulação Médica das Urgências, baseada na implantação de suas Centrais de Regulação, é
o elemento ordenador e orientador dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência.

As Centrais, estruturadas nos níveis estadual, regional e/ou municipal, organizam a


relação entre os vários serviços, qualificando o fluxo de pacientes no Sistema e geram porta
de comunicação aberta ao público em geral, através da qual os pedidos de atendimento de
urgência são recebidos, avaliados e hierarquizados. (Portaria 2048/GM).

“Regular constitui-se operacionalmente em Estabelecer um


diagnóstico telemédico da real necessidade e do grau de urgência
de um a situação, classificar e estabelecer prioridades entre as
demandas urgentes, definir e enviar recursos mais adaptados às
necessidades do solicitante, no menor intervalo de tempo possível,
acompanhar a atuação da equipe no local e providenciar acesso aos
serviços receptores de forma equânime dentro de um Sistema de
Saúde”.

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Unidade 7 – O que é o SAMU?

07
O QUE É O SAMU?

O Ministério da Saúde, através da Portaria nº 1864/GM, em setembro de 2003, implantou o


serviço móvel de urgência com a criação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU).

É o atendimento que procura chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um


agravo à sua saúde, de natureza clínica, cirúrgica, traumática, obstétrica, pediátrica,
psiquiátrica, entre outras, que possa levar a sofrimento, sequelas ou mesmo à morte, sendo
necessário garantir atendimento e/ou transporte adequado para um serviço de saúde
devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde.

Pode ser considerado atendimento primário quando o pedido de socorro for oriundo
de um cidadão, ou atendimento secundário quando a solicitação partir de um serviço de
saúde no qual o paciente já tenha recebido o primeiro atendimento necessário à estabilização
do quadro de urgência apresentado, mas que necessita ser conduzido a outro serviço de maior
complexidade para a continuidade do tratamento.

De acordo com o Ministério da Saúde, está sendo implantado um programa para


tornar o atendimento mais rápido e eficaz, chamado motolândia. Com ele, o atendimento
pode ser antecipado em até 5 minutos. A moto é guiada por um profissional com Carteira
Nacional de Habilitação (CNH), de categoria A, que possua curso de socorro básico e
pilotagem defensiva. Nesse modelo, não enfermeiros.

O SAMU é um serviço de saúde presente em quase todo o país. É desenvolvido pela


Secretaria de Estado, em parceria com o Ministério da Saúde e as Secretarias Municipais
organizadas macrorregionalmente.

É responsável pelo componente Regulação dos Atendimentos de Urgência, pelo


Atendimento Móvel de Urgência da Região e pelas transferências de pacientes graves da
região.

Faz parte do sistema regionalizado e hierarquizado, capaz de atender, dentro da


região de abrangência, todo enfermo, ferido ou parturiente em situação de urgência ou

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51
Unidade 7 – O que é o SAMU?

emergência, e transportá-los com segurança e acompanhamento de profissionais da saúde


até o nível hospitalar do sistema.

Além disto intermedia, através da central de regulação médica das urgências, as


transferências inter-hospitalares de pacientes graves, promovendo a ativação das equipes
apropriadas e a transferência do paciente.

Com pouco mais de 10 anos de existência o SAMU se anuncia como mais uma
potente instituição do SUS, capaz de ligar todos os pontos de atenção da Rede de Urgência.

Suas Centrais de Regulação, distribuídas no território nacional, disponibilizam


acolhimento e resposta às solicitações de atendimento de mais de 75% da população.

Os profissionais de saúde que atuam no SAMU contam com unidades de suporte


básico, unidades de suporte avançado, motolâncias, ambulanchas e unidades aeromédicas
habilitadas e disponíveis.

7.1 OBJETIVOS DO SAMU


 Assegurar a escuta médica permanente para as urgências, através da Central de
Regulação Médica das Urgências, utilizando número exclusivo e gratuito;

 Operacionalizar o sistema regionalizado e hierarquizado de saúde, no que concerne


às urgências, equilibrando a distribuição da demanda de urgência e proporcionando
resposta adequada e adaptada às necessidades do cidadão, através de orientação ou
pelo envio de equipes, visando atingir todos os municípios da região de abrangência;

 Realizar a coordenação, a regulação e a supervisão médica, direta ou à distância, de


todos os atendimentos pré-hospitalares;

 Realizar o atendimento médico pré-hospitalar de urgência, tanto em casos de traumas


como em situações clínicas, prestando os cuidados médicos de urgência apropriados
ao estado de saúde do cidadão e, quando se fizer necessário, transportá-lo com
segurança e com o acompanhamento de profissionais do sistema até o ambulatório
ou hospital;

 Promover a união dos meios médicos próprios do SAMU ao dos serviços de


salvamento e resgate do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar, da Polícia
Rodoviária, da Defesa Civil ou das Forças Armadas quando se fizer necessário;

 Regular e organizar as transferências inter-hospitalares de pacientes graves


internados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no âmbito macrorregional e estadual,
ativando equipes apropriadas para as transferências de pacientes;

 Participar dos planos de organização de socorros em caso de desastres ou eventos


com múltiplas vítimas, tipo acidente aéreo, ferroviário, inundações, terremotos,

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52
Unidade 7 – O que é o SAMU?

explosões, intoxicações coletivas, acidentes químicos ou de radiações ionizantes, e


demais situações de catástrofes;

 Manter, diariamente, informação atualizada dos recursos disponíveis para o


atendimento às urgências;

 Prover banco de dados e estatísticas atualizados no que diz respeito a atendimentos


de urgência, a dados médicos e a dados de situações de crise e de transferência inter-
hospitalar de pacientes graves, bem como de dados administrativos;

 Realizar relatórios mensais e anuais sobre os atendimentos de urgência,


transferências inter-hospitalares de pacientes graves e recursos disponíveis na rede
de saúde para o atendimento às urgências;

 Servir de fonte de pesquisa e extensão a instituições de ensino;

 Identificar, através do banco de dados da Central de Regulação, ações que precisam


ser desencadeadas dentro da própria área da saúde e de outros setores, como trânsito,
planejamento urbano, educação dentre outros.

 Participar da educação sanitária, proporcionando cursos de primeiros socorros à


comunidade, e de suporte básico de vida aos serviços e organizações que atuam em
urgências;

 Estabelecer regras para o funcionamento das centrais regionais

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Unidade 8 – Equipe do SAMU

08
EQUIPE DO SAMU

Todas as equipes trabalham em sistema de plantão, com cobertura por 24 horas, todos os
dias da semana, excetuando-se a equipe aérea, onde somente são realizados voos diurnos.
Dividem-se em:

8.1 EQUIPE DA CENTRAL DE REGULAÇÃO


 Médicos reguladores;

 Técnicos auxiliares de regulação médica;

 Controladores de frota e Radioperadores.

8.2 EQUIPE DAS UNIDADES DE TRATAMENTO INTENSIVO


MÓVEL (UTIM)
 Médico;

 Enfermeiro;

 Motorista socorrista.

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Unidade 8 – Equipe do SAMU

8.3 EQUIPE DO HELICÓPTERO DE SUPORTE AVANÇADO PRF-


SAMU
 Médico (SAMU);

 Enfermeiro (SAMU);

 Piloto (PRF);

 Técnico de Operações Especiais (PRF).

8.4 EQUIPES DAS UNIDADES MÓVEIS DE SUPORTE BÁSICO


 Técnico de Enfermagem;

 Motorista-socorrista.

8.5 EQUIPE DO HELICÓPTERO DE SUPORTE AVANÇADO


ARCANJO I
 Médico (SAMU);

 Enfermeiro (SAMU);

 Piloto (Corpo de Bombeiros);

 Operador de Vôo (Corpo de Bombeiros).

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Unidade 9 – Atribuições Gerais do Serviço

09
ATRIBUIÇÕES GERAIS DO SERVIÇO

A atuação do médico regulador dá-se em várias dimensões, exercendo atividades técnicas,


administrativas, gerenciando conflitos e poderes, sempre no sentido de garantir acesso ao
recurso mais adequado a cada necessidade e propiciando um adequado fluxo de usuários na
Rede de Atenção às Urgências. As atribuições básicas da Central de Regulação Médica de
Urgência são:

9.1 REGULAÇÃO MÉDICA DO SISTEMA DE URGÊNCIA


 Regulação de todos os fluxos de pacientes vítimas de agravos urgentes à saúde, do
local onde ocorreram até os diferentes serviços da rede regionalizada e hierarquizada,
bem como dos fluxos entre os serviços existentes no âmbito municipal e regional.

 Essa tarefa exige a apropriação dinâmica da situação real de todos os serviços de


urgência do município, de forma a permitir uma distribuição equânime dos pacientes
entre eles e, inclusive, a permuta entre os diferentes níveis de atenção, para sanar
eventuais deficiências.

9.2 COBERTURA DE EVENTOS DE RISCO


 Cobertura de atividades esportivas, sociais, culturais diversas, por meio de apoio
direto com equipe no local ou a distância com garantia de canal prioritário de
comunicação.

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Unidade 9 – Atribuições Gerais do Serviço

9.3 COBERTURA A ACIDENTES COM MÚLTIPLAS VÍTIMAS


 Regulação e atendimento local em situações de desastres, catástrofes ou acidentes
com múltiplas vítimas de diferentes portes;

 Participação na elaboração de planos de atendimento e realização de simulados com


Defesa Civil, Bombeiros, Infraero e demais parceiros.

9.4 CAPACITAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS


Participação na Política de Educação Permanente do SUS por intermédio dos Pólos de
Educação Permanente e da estruturação dos Núcleos de Educação em Urgência a eles
integrados.

9.5 AÇÕES EDUCATIVAS PARA A COMUNIDADE


 Participação ativa na estruturação de palestras sobre primeiro atendimento a
urgências para empresas, escolas, creches, Conselhos de Saúde, instituições diversas
e comunidade em geral;

 Participação no desenvolvimento de estratégias promocionais junto à comunidade,


Segurança Pública, Departamento de Trânsito, Educação, Cultura e outros setores;

 Produção de estudos epidemiológicos e massa crítica capacitada para intervir


positivamente na incidência de agravos à saúde.

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Unidade 10 – Perfil e Competências dos Profissionais da Equipe

10
PERFIL E COMPETÊNCIAS DOS
PROFISSIONAIS DA EQUIPE

10.1 MÉDICO REGULADOR


“Profissional que, com base nas informações colhidas dos usuários que acionam a Central
de Regulação Médica, é responsável pelo gerenciamento, definição e operacionalização dos
meios disponíveis e necessários para responder às solicitações, utilizando-se de protocolos
técnicos e da faculdade de arbitrar sobre equipamentos de saúde do sistema necessários ao
adequado atendimento do paciente”.

Requisitos Gerais:

 Equilíbrio emocional e autocontrole;

 Disposição para cumprir ações orientadas;

 Capacidade física e mental para a atividade;

 Iniciativa e facilidade de comunicação;

 Destreza manual e física para trabalhar em unidades móveis;

 Capacidade de trabalhar em equipe;

 Disponibilidade para a capacitação discriminada no Capítulo VII, bem como para a


recertificação periódica.

Habilitação:

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Unidade 10 – Perfil e Competências dos Profissionais da Equipe

Médico com registro no Conselho Regional de Medicina de sua jurisdição,


preferencialmente com certificado de residência médica e/ou título de especialista em áreas
correlatas às urgências.

Competências/Atribuições:

 Exercer a regulação médica do sistema;

 Conhecer a rede de serviços da região;

 Manter uma visão global e permanentemente atualizada dos meios disponíveis para
o atendimento pré-hospitalar e das portas de urgência, checando periodicamente sua
capacidade operacional;

 Recepção dos chamados de auxílio, análise da demanda, classificação em prioridades


de atendimento, seleção de meios para atendimento (melhor resposta),
acompanhamento do atendimento local, determinação do local de destino do
paciente, orientação telefônica;

 Manter contato diário com os serviços médicos de emergência integrados ao sistema;

 Prestar assistência direta aos pacientes nas ambulâncias, quando indicado, realizando
os atos médicos possíveis e necessários ao nível pré-hospitalar;

 Exercer o controle operacional da equipe assistencial;

 Fazer controle de qualidade do serviço nos aspectos inerentes à sua profissão;

 Avaliar o desempenho da equipe e subsidiar os responsáveis pelo programa de


educação continuada do serviço;

 Obedecer às normas técnicas vigentes no serviço;

 Preencher os documentos inerentes à atividade do médico regulador e de assistência


pré-hospitalar;

 Garantir a continuidade da atenção médica ao paciente grave, até a sua recepção por
outro médico nos serviços de urgência;

 Obedecer ao código de ética médica.

10.1 TELEFONISTA AUXILIAR DE REGULAÇÃO MÉDICA


Requisitos gerais:

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Unidade 10 – Perfil e Competências dos Profissionais da Equipe

 Maior de 18 anos;

 Disposição pessoal para a atividade; equilíbrio emocional e autocontrole;

 Disposição para cumprir ações orientadas;

 Capacidade de manter sigilo profissional;

 Capacidade de trabalhar em equipe;

 Disponibilidade para a capacitação discriminada conforme Portaria GM/MS n.º


2.048/02 (BRASIL, 2002a), bem como para a re-certificação periódica.

Competências/Atribuições:

 Atender solicitações telefônicas da população;

 Anotar informações colhidas do solicitante, segundo questionário próprio;

 Prestar informações gerais ao solicitante;

 Estabelecer contato radiofônico com ambulâncias e/ou veículos de atendimento pré-


hospitalar;

 Estabelecer contato com hospitais e serviços de saúde de referência a fim de colher


dados e trocar informações;

 Anotar dados e preencher planilhas e formulários específicos do serviço;

 Obedecer aos protocolos de serviço;

 Atender às determinações do médico regulador.

10.2 RÁDIO OPERADOR


“Profissional de nível básico habilitado a operar sistemas de radiocomunicação e realizar o
controle operacional de uma frota de ambulâncias, obedecendo aos padrões de capacitação
previstos”.

Requisitos gerais:

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Unidade 10 – Perfil e Competências dos Profissionais da Equipe

 Maior de 18 anos;

 Disposição pessoal para a atividade;

 Equilíbrio emocional e autocontrole;

 Disposição para cumprir ações orientadas;

 Disponibilidade para re-certificação periódica;

 Capacidade de trabalhar em equipe;

 Disponibilidade para a capacitação conforme portaria gm/ms n.º 2.048/gm (brasil,


2002a), bem como para a re-certificação periódica.

Competências:

 Operar o sistema de radiocomunicação e telefonia nas Centrais de Regulação;

 Exercer o controle operacional da frota de veículos do sistema de atendimento pré-


hospitalar móvel;

 Manter a equipe de regulação atualizada a respeito da situação operacional de cada


veículo da frota;

 Conhecer a malha viária e as principais vias de acesso de todo o território abrangido


pelo serviço de atendimento pré-hospitalar móvel.

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Unidade 11 – Ambulância e Tripulação

11
AMBULÂNCIAS E TRIPULAÇÃO

Define-se ambulância como um veículo (terrestre, aéreo ou aquaviário) que se destine


exclusivamente ao transporte de enfermos. As dimensões e outras especificações do veículo
terrestre deverão obedecer às normas da ABNT – NBR 14561/2000, de julho de 2000
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2000). As ambulâncias são
classificadas em:

Tipo A — Ambulância de Transporte: veículo destinado ao transporte em decúbito


horizontal de pacientes que não apresentam risco de vida, para remoções simples e de caráter
eletivo. Tripulada por dois profissionais, sendo um o motorista e o outro um técnico ou
auxiliar de enfermagem.

Tipo B — Ambulância de Suporte Básico: veículo destinado ao transporte inter-


hospitalar de pacientes com risco de vida conhecido e ao atendimento pré-hospitalar de
pacientes com risco de vida desconhecido, não classificado com potencial de necessitar de
intervenção médica no local e/ou durante transporte até o serviço de destino. Tripulada por
dois profissionais, sendo um o motorista e um técnico ou auxiliar de enfermagem.

Tipo C — Ambulância de Resgate: veículo de atendimento de urgências pré


hospitalares de pacientes vítimas de acidentes ou pacientes em locais de difícil acesso, com
equipamentos de salvamento (terrestre, aquático e em alturas). Tripulada por três
profissionais militares, policiais rodoviários, bombeiros militares, e/ou outros profissionais
reconhecidos pelo gestor público, sendo um motorista e os outros dois profissionais com
capacitação e certificação em salvamento e suporte básico de vida.

Tipo D — Ambulância de Suporte Avançado: veículo destinado ao atendimento e


transporte de pacientes de alto risco em emergências pré-hospitalares e/ou de transporte
inter-hospitalar que necessitam de cuidados médicos intensivos. Deve contar com os
equipamentos médicos necessários para esta função. Tripulada por três profissionais, sendo
um motorista, um enfermeiro e um médico.

Tipo E — Aeronave de Transporte Médico: aeronave de asa fixa ou rotativa


utilizada para transporte inter-hospitalar de pacientes e aeronave de asa rotativa para ações

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Unidade 11 – Ambulância e Tripulação

de resgate, dotada de equipamentos médicos homologados pelo Departamento de Aviação


Civil (DAC). O atendimento feito por aeronaves deve ser sempre considerado como de
suporte avançado de vida e:

 Para os casos de atendimento pré-hospitalar móvel primário não traumático e


secundário, deve contar com o piloto, um médico, e um enfermeiro;

 Para o atendimento a urgências traumáticas em que sejam necessários procedimentos


de salvamento, é indispensável a presença de profissional capacitado para tal.

Tipo F — Embarcação de Transporte Médico: veículo motorizado aquaviário,


destinado ao transporte por via marítima ou fluvial. Deve possuir os equipamentos médicos
necessários ao atendimento de pacientes conforme sua gravidade. Tripulada por dois ou três
profissionais, de acordo com o tipo de atendimento a ser realizado, contando com o condutor
da embarcação e um auxiliar/técnico de enfermagem em casos de suporte básico de vida, e
um médico e um enfermeiro, em casos de suporte avançado de vida.

Veículos de Intervenção Rápida (VR) — estes veículos, também chamados de


veículos leves, veículos rápidos ou veículos de ligação médica são utilizados para transporte
de médicos com equipamentos que possibilitam oferecer suporte avançado de vida nas
ambulâncias do Tipo A, B, C e F.

Outros Veículos — veículos habituais adaptados para transporte de pacientes de


baixo risco, sentados (ex.: pacientes crônicos) que não se caracterizem como veículos tipo
lotação (ônibus, peruas, etc.). Este transporte só pode ser realizado com anuência médica.

Considerando-se que as urgências não se constituem em especialidade médica ou de


enfermagem e que nos cursos de graduação a atenção dada à área ainda é bastante
insuficiente, entende-se que os profissionais que venham a atuar como tripulantes dos
Serviços de Atendimento Pré-Hospitalar Móvel devam ser habilitados pelos Núcleos de
Educação em Urgências, cuja criação é indicada pelo Regulamento Técnico presente na
Portaria GM/MS n.º 2.048/02 (BRASIL, 2002a), e cumpram o conteúdo curricular mínimo
nele proposto, em seu Capítulo VII.

Esperamos que esse curso tenha contribuído a cerca do assunto estudado. Mas, vale
lembrar que na Urgência e Emergência, existem algumas divergências entre protocolos e
rotinas e que é importante entender que frente a uma situação de urgência, devemos estar
cientes de nossos atos visando sempre à melhora do quadro da vítima.

O conteúdo poderá ser complementado com o estudo do curso TRIAGEM EM


SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA.

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Unidade 12 – Informativo de Utilidade Pública

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INFORMATIVO DE UTILIDADE PÚBLICA

SAMU informa:

Os médicos e paramédicos das ambulâncias de emergências médicas perceberam


que, muitas vezes, nos acidentes da estrada, os feridos têm um celular consigo. No entanto,
na hora de intervir com estes doentes, não sabem qual a pessoa a contatar na longa lista de
telefones existentes no celular do acidentado.

Para tal, o SAMU lança a ideia de que todas as pessoas acrescentem, na sua longa
lista de contatos, o NÚMERO DA PESSOA a contatar em caso de emergência. Tal deverá
ser feito da seguinte forma: 'AA Emergência' (as letras AA são para que apareça sempre
este contato em primeiro lugar na lista de contatos).

É simples, não custa nada e pode ajudar muito ao SAMU, ou a quem nos acuda, a
nos acudir. Se lhe parecer correta a proposta que lhe fazemos, passe esta mensagem a todos
os seus amigos, familiares e conhecidos. É tão somente mais um dado que registramos no
nosso celular e que pode ser a nossa salvação.

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Avaliação

AVALIAÇÃO

Responda a avaliação abaixo em sua conta, no site www.enfermagemadistancia.com.br.


Você precisa atingir um aproveitamento igual ou superior a 60% para poder emitir o seu
certificado.

1. Com relação aos procedimentos técnicos realizados na UTI, assinale a alternativa incorreta:

a. Manuseio com bomba de infusão

b. Hemodiálise

c. Inserção de cateter central

d. Radioterapia

2. Faz parte da equipe multiprofissional que atua na UTI, exceto:

a. Terapeuta Ocupacional

b. Médico

c. Psicólogo

d. Enfermeiro

3. As veias utilizadas para inserção de cateteres centrais. Marque a alternativa incorreta:

a. Jugular

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Avaliação

b. Subclávia

c. Podálica

d. Femural

4. Equipamentos permanentes presentes na UTI, exceto:

a. Equipamento de Quimioterapia

b. Monitor Multiparâmetro

c. Bomba de Infusão

d. Ventilador

5. Procedimentos médicos comuns na UTI, exceto:

a. Inserção de cateter central

b. Traqueostomia

c. Punção Venosa

d. Hemodiálise

6. “São situações que apresentem alteração do estado de saúde, porém sem risco iminente
de vida.” Estamos nos referindo ao conceito de:

a. Urgência;

b. Unidade de Terapia Intensiva;

c. Emergência;

d. Todas as alternativas acima.

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Avaliação

7. Todas as equipes do SAMU trabalham em sistema de plantão, com cobertura por 24


horas, todos os dias da semana, excetuando-se a equipe aérea, onde somente são
realizados voos diurnos. Fazem parte da equipe da Central de Regulação, exceto:

a. Médicos reguladores;

b. Técnicos auxiliares de regulação médica;

c. Motorista socorrista;

d. Controladores de frota e Radioperadores.

8. Das alternativas abaixo, quais são exemplos de emergência:

a. Dores de cabeça súbitas de forte intensidade, não habituais e que não cedem aos
medicamentos rotineiros;

b. Dor lombar súbita muito intensa acompanhada de náuseas, vômitos e alterações


urinárias;

c. Perda de consciência sem recuperação;

d. Febre elevada em crianças de causa não esclarecida e rebelde a antitérmicos.

9. A UTI é destinada ao acolhimento de pacientes em estado grave com chances de


sobrevida, que requerem monitoramento constante e cuidados muito mais complexos.
Qual a principal função da UTI?

a. Avaliar os Sinais Vitais dos pacientes internados há mais de uma semana;

b. Recuperar ou dar suporte às funções vitais dos clientes em observação.

c. Monitorar os pacientes em seu pós-operatório imediato;

d. Nenhuma das alternativas acima.

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Avaliação

10. São objetivos do SAMU

a. Assegurar a escuta médica permanente para as urgências, através da Central de


Regulação Médica das Urgências;

b. Realizar o atendimento pré-hospitalar de urgência, tanto em casos de traumas como


em situações clínicas, prestando os cuidados médicos de urgência apropriados ao
estado de saúde do cidadão e, quando se fizer necessário, transportá-lo com
segurança e com o acompanhamento de profissionais do sistema até o ambulatório
ou hospital;

c. Regular e organizar as transferências inter-hospitalares de pacientes graves


internados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no âmbito macrorregional e estadual,
ativando equipes apropriadas para as transferências de pacientes;

d. Todas as alternativas acima.

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Referência

REFERÊNCIAS

Aproveite para estudar também as referências bibliográficas e ampliar ainda mais o seu
conhecimento.

BARRETO, S.S. M.; VIEIRA, S. R. V. e PINHEIRO, C. T. S. e Cols. Rotinas em


Terapia Intensiva 3 ed Porto Alegre: Artmed, 2003.

BRASIL, Portal Saúde. Ministério da Saúde. Brasília: 2011.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolos de Intervenção


para o SAMU 192 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da
Saúde, 2014.

CRAVEN, R. F.; HIRNLE, C. J. Fundamentos de Enfermagem: saúde e funções humanas.


4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

CIANCIARULLO, Tamara Iwanow (Org.). Instrumentos básicos para o cuidar: um


desafio para a qualidade de assistência. 1ª ed. São Paulo: Atheneu, 2004.

ELLATO, R; PEREIRA WR, MARUYAMA SAT, OLIVEIRA PC. A convergência


cuidado-educação-politicidade: um desafio a ser enfrentado pelos profissionais na garantia
aos direitos à saúde das pessoas portadoras de estomias. Texto Contexto Enferm,
Florianópolis 2006 abr-jun; 15 (2): 334-42.

GUIDELINES 2015 CPR e ECC. Destaques da American Heart Association 2015.


Atualização das Diretrizes de RCP e AGE, 2015.

KNOBEL, E. e Cols. Terapia Intensiva: enfermagem. São Paulo: Atneu, 2006.

LIMA, E. X.; SANTOS, I. Atualização de enfermagem em nefrologia. Rio de Janeiro:


Sociedade Brasileira de Enfermagem em Nefrologia, 2004.

LOPES, SLB; FERNANDES, RJ. Uma breve revisão do atendimento médico pré-
hospitalar. Medicina, Ribeirão Preto: 1999.

MARTINS, PPS; PRADO, ML. Enfermagem e serviços de atendimento Pré-


Hospitalar: Descaminhos e Perspectiva. Rev. Bras. Enferm. 2004.

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Referência

MERLO, VL. A produção científica do papel do enfermeiro no atendimento pré-


hospitalar. TCC do curso de Enfermagem da UFRS. Rio Grande do Sul: 2009.

MURTA, G. F. Saberes e Práticas: guia para ensino e aprendizado de enfermagem. São


Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2006.

NORONHA, R. Projeto de Sistematização: atendimento contínuo, regular e escalonado


na 14 - UPA Oeste. Belo Horizonte: UPA Oeste, 2003.

PORTO, CelmoCeleno. Exame Clínico: bases para a prática médica. 6 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2008.

POSSO, Maria Belén Salazar. Semiologia e Semiotécnica. SP. Atheneu, 2010.

POTTER, Patrícia A. Semiologia em Enfermagem. Rio de Janeiro: Reichmann& Afonso


Ed., 2010.

RAMOS, V.A. SANNA, MC. Inserção da Enfermeira no atendimento pré-hospitalar.


Ver Bras. Enfermagem, mai-jun, 2005.

ROCHA, A. F. S. Determinantes da Procura de Atendimento de Urgência Pelos


Usuários nas Unidades de Pronto Atendimento da Secretaria Municipal de Saúde de
Belo Horizonte. Dissertação. Belo Horizonte: Faculdade de Enfermagem da UFMG, 2005.
98f.

SANTOS JÚNIOR, E. A. Violência no Trabalho: o retrato da situação dos médicos das


Unidades de Pronto Atendimento da Prefeitura de Belo Horizonte. Dissertação. Belo
Horizonte: Faculdade de Medicina da UFMG, 2004. 145f.

SMITH-TEMPLE, Jean; JOHNSON, Joyce Young. Guia para procedimentos de


enfermagem. Porto Alegre: Artmed, 2014.

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