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O jantar é dominado pela contenda literário entre Ega e Alencar. Ega, defensor acérrimo
do naturalismo que o considerava como uma ciência (“A forma pura da arte naturalista
devia ser a monografia, o estudo seco de um tipo, de um vicio, de uma paixão, tal qual
como se se tratasse de um caso patológico sem pitoresco e sem estilo…”- Cap. VI)
Envolve-se em disputa verbal e física com Alencar, o protótipo de poeta ultra
romântico.
Alencar cuja aspecto físico era o de um romântico (“…muito alto, todo abotoado numa
sobrecasaca preta, com uma face escaveirada, olhos encuvados, e sob o nariz aquilino,
longos, espeços, românticos bigodes grisalhos: já todo calvo na frente, os anéis fofos de
uma granja muito seca caiam-lhe inspiradamente sobre a gola: e em toda a sua pessoa
havia alguma coisa de antiquado, de artificial e de lugrube.”-Cap.VI) ataca ferozmente a
ideia nova, dirigindo o seu ódio contara o craveiro, o defensor da nova estética literária
e que se satirizara Alencar num já conhecido epigrama. A discussão literária
rapidamente cai nos ataques pessoais (“…desse craveirote da ideia nova, esse caloteiro,
que se não lembra que a porca da irmã e uma meretriz de doze vinténs em Marco de
Canaveses!”- Cap.VI), sublinhando-se, assim, a pouca credibilidade e seriedade da
critica literária em Portugal.