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Os Maias

Eça de Queiroz
Inês Pereira, 11ºA, nº6
INDÍCE:
01
Sistemas educativos
02
Jantar no Hotel Central
inglês e português
Descrição individual de cada temas, caracterização de
um e atribuição ás personagens, tipos de
personagens linguagem, integração do
capítulo

03
Hipódromo
04
Descrição dos preparativos
do hipódromo e dimensão
satírica
INDÍCE:
05 06

07 08
01
Sistemas educativos inglês
e português
Dois modelos de educação opostos

Educação tradicional Educação à inglesa:


("À portuguesa"): • Carlos da Maia
• Pedro da Maia
• Eusebiozinho
Educação tradicional ("à portuguesa")

• É um tipo de educação tradicional, conservadora e tem como base a


religião católica.
Características:
• Baseada na doutrina religiosa católica
• Baseada no estudo do latim e da cartilha
• Baseada na memorização
• Baseada na fuga ao ar livre e ao receio do contacto com a natureza
• Recurso à moral do ceticismo e com a conceção punitiva do pecado
• Superproteção materna
Educação à inglesa

• É um tipo de educação inovadora


Características:
•Desenvolvimento da inteligência graças ao conhecimento
experimental
•Desprezo da cartilha
•Defesa do "amor da virtude e da honra"
• Baseia se na ginástica e vida ao ar livre
• Contacto com a natureza
•Gosto das línguas vivas
Temas discutidos durante o jantar:
• Literatura:

Tomás de Alencar:
defensor do Ultrarromantismo;
opositor do Realismo / Naturalismo, que qualifica depreciativamente como «pústula», «pus», «literatura latrinária»,
«o excremento»;
incoerente: condena no presente o que cantara no passado: o estudo dos vícios da sociedade;
falso moralista: refugia-se na moral por não ter outra arma de defesa, outros argumentos - considera o Realismo /
Naturalismo imoral;
vive desfasado do seu tempo: «... escreveu dois folhetins cruéis; ninguém os leu...»;
crítico do poeta Craveiro (Antero de Quental?), o «paladino do Realismo» e da «Ideia Nova»;
defensor da crítica literária de natureza académica:
feita de ataques pessoais e de calúnias;
preocupada com aspetos formais em detrimento dos aspetos temáticos («... dois erros de gramática, um verso
errado...»);
obcecada com o plágio («... uma imagem roubada a Baudelaire...»).
02
Jantar no Hotel Central
•O episódio do jantar no Hotel Central integra-se no capítulo VI,
insere-se na ação principal e é um dos episódios da crónica de
costumes das cenas românticas;
• É uma espécie de festa de homenagem de Ega ao banqueiro Cohen, marido
da divina Raquel, amante de Ega. O episódio acaba também por
proporcionar o primeiro encontro de Maria Eduarda com Carlos e é também
a primeira reunião social da “elite” lisboeta em que Carlos participa.
Temas discutidos durante o jantar:

• Literatura:

João da Ega:
defensor do Realismo / Naturalismo;
distorce e exagera as teses realistas / naturalistas (agnosticismo, positivismo, dependência das anomalias sociais de
fatores como a educação, o meio, a hereditariedade, a raça...);
defensor do cientificismo na literatura;
não distingue Ciência e Literatura.

Craft:
recusa o Ultrarromantismo de Alencar;
defende a arte como idealização do que de melhor há na natureza;
defende o conceito parnasiano da arte pela arte: «E a obra de arte (...) vive apenas pela forma...».
Temas discutidos durante o jantar:

• Literatura:

Carlos:
recusa o ultrarromantismo de Alencar;
defende o romance como análise social: «Esse mundo de fadistas, de faias, parecia a Carlos merecer um estudo, um
romance...»;
considera intoleráveis os ares científicos do Realismo: «... o mais intolerável no realismo eram os seus grandes ares
científicos (...) e a invocação de Claude Bernard, do experimentalismo, do positivismo, de Stuart Mill e de Darwin, a
propósito de uma lavadeira que dorme com um carpinteiro!»;
defende que os carateres só se manifestam pela ação;
recusa os exageros do Ega.
Temas discutidos durante o jantar:
• Finanças:

o país tem absoluta necessidade dos empréstimos ao estrangeiro;


a ocupação dos ministérios é «cobrar o imposto» e «fazer o empréstimo» (tal como hoje, Portugal vivia de
empréstimos ao estrangeiro e da cobrança de impostos);
Cohen representa a posição oficial: é calculista e cínico, pois, tendo responsabilidades em razão do cargo que
desempenha (Diretor do Banco Nacional), lava as mãos do assunto e aceita "alegremente" que o país vai direito para
a bancarrota (120 anos depois, o país enfrenta uma situação semelhante);
Ega representa a posição prenunciadora da ideologia anarco-republicana, vendo na bancarrota a oportunidade ideal
para levar a cabo uma revolução: «À bancarrota seguia-se uma revolução, evidentemente. Um país que vive da
inscrição, em não lha pagando, agarra no cacete. [...] E, passada a crise, Portugal, livre da velha dívida, da velha
gente, dessa coleção grotesca de bestas...».
Temas discutidos durante o jantar:
• História política:
Ega:
aplaude as afirmações do Cohen e delira com a bancarrota como determinante da agitação revolucionária;
defende o afastamento violento da Monarquia;
defende a invasão espanhola como forma de arrasar, enterrar o velho Portugal e construir um Portugal novo, «sério e
inteligente, forte e decente, estudando, pensando, fazendo civilização como outrora... Meninos, nada regenera uma
nação como uma medonha tareia...»;
aplaude a instauração da República;
enumera as consequências do Constitucionalismo:

falta de educação e de higiene («... piolhice dos liceus...»);


doença e devassidão («... roída de sífilis...»);
passividade e inércia («... apodrecida no bolor das secretarias...»);
comportamentos rotineiros («... arejada apenas ao domingo...»);
perda da coragem e da dignidade («... perderam o músculo...»; «... perderam o caráter...»);
Temas discutidos durante o jantar:
• História política:
Alencar:
opõe-se à invasão espanhola, pois considera-a um perigo para a independência nacional, e dispõe-se a despertar o
patriotismo do país com os seus poemas;
defende o romantismo político:
uma democracia humanitária (de 1848);
uma república governada por génios;
a fraternidade entre os povos, «os Estados Unidos da Europa»;
repudia o talento dos seus conterrâneos, despeitado com o desprezo «desses politicotes», seus companheiros de farra
antes de cumprirem as suas ambições;
protesta contra a alegre fantasia dos companheiros afirmando exaltadamente o amor pela pátria.

Dâmaso:
exemplo de covardia:
se se desse a invasão espanhola, «raspava-se» imediatamente para Paris;
considera ainda que toda a gente fugiria como uma lebre.
revela grande reverência relativamente a Carlos.
Temas discutidos durante o jantar:

• História política:

Cohen:
defende a existência de gente séria e honesta nas camadas políticas dirigentes;
condescende na necessidade de reformas no país;
considera Ega e Alencar uns exagerados;
em caso de invasão, participaria com o financiamento (as armas e a artilharia comprar-se-iam na América);
juntamente com Ega, organizaria a guerrilha
Caracterização de Cohen, Ega e Tomás Alencar:
Ega:
• Personagem mais interativa
•Defensor Realista/Naturalista
• Relaciona-se com a geração 70
• Exagera nos argumentos defensivos e tenta inovar e melhorar o pais
para as gerações futuras

Cohen:
• Banqueiro e representante das finanças
•Homenageado durante o jantar
•Diretor do banco nacional
•Olhos apurados e bonitos
•Homem baixo, bonitos dentes, suíças pretas e luzidas
•Assume se como superior por desempenhar funções importantes
Caracterização de Cohen, Ega e Tomás Alencar:

Tomas de Alencar:
• Representa o poeta ultrarromântico
• Homem alto, abotado numa sobrecasaca preta, face escaveirada,
olhos encovados, nariz curvado, bigodes compridos, calvo na frente,
dentes estragados, testa lívida
• Inseparável e íntimo de Pedro Maia
Exemplos de linguagem:

• Hipálage (transferências das qualidades do sujeito para o objeto)- “Fora um dia de inverno suave”
• Uso expressivo do adjetivos (adjetivos)- “Um esplêndido preto”, “Uma deliciosa cadelinha escocesa”
• Uso expressivo do advérbio (advérbios)- “Carlos, tranquilamente, ofereceu dez tostões”, “mas horrivelmente
suja”
• Uso do gerúndio- “Estava mostrando a craft”, “Conversando com um rapaz baixote”
• Uso do diminutivo com valor prejorativo (diminutivos)- “Dez tostõezinhos! Se o quadradinho tivesse por baixo
o nomezinho de Fortuny, valia dez continhos de reis”
• Discurso indireto livre- “Mas não tinha esse nomezinho bendito.. Ainda assim valia dez notazinhas de vinte mil
reis”
• Marcas de oralidade- “Eu a bordo atirei-me. E ela dava cavaco! (…) mas trago-a de olho(…)”
03
Hipódromo
Caracterização do Hipódromo:
situado numa colina, sob a aragem vinda do rio, provoca uma sensação de frescura e paz;
a gente apinhada;
as precárias condições das tribunas e do espaço envolvente:

a tribuna real forrada de uma baetão vermelho de mesa de repartição;


as tribunas públicas com o feitio de traves mal pregadas - o hipódromo parecia um palanque de arraial - mal
pintadas e com fendas;
o recinto da tribuna fechado por um tapume de madeira;

as pessoas não sabem ocupar os seus lugares: «... havia uma fila de senhoras quase todas de escuro encostadas ao
rebordo, outras espalhadas pelos primeiros degraus; e o resto das bancadas permanecia deserto e desconsolado...»;

. a improvisação
. o remendo apressado
. a iniciativa sem base sólida
. os retoques sem gosto
Hipódromo (dimensão crítica):

Visão caricatural da sociedade feminina- o traje escolhido n era o mais apropriado para a ocasião; o ambiente
devia ser requintado, mas, ao mesmo tempo ligeiro, como compete a um evento desportivo;

Imitação ao estrangeiro- a sociedade da época achava que era chique e tentava imitar o estrangeiro; Afonso da
Maia reprovava esta imitação

Provincianismo português- desorganização das corridas, recorrência à violência, o hipódromo parecia um arraial, o
buffet tinha um aspeto nojento, o aborrecimento das pessoas;

Falta de civilização- as corridas terminaram de forma bizarra e a primeira corrida terminou mesmo em pancadaria;
Questionário página 254

1.Quem emite a carta é Madame Castro Gomes (Maria Eduarda) que pede auxilio de cuidados médicos para sua
casa. Este acontecimento condiciona a ação, uma vez que permite a Carlos conhecer melhor a mulher que lhe tem
suscitado tanto interesse sempre que a vê.

2.Carlos interpreta como se fosse o destino ambos os nomes serem similares, Eduarda e Eduardo, e que eles eram
predestinados a ficarem juntos.

3.A relação vai se tornando mais distante/fria, à medida que Carlos se aproxima de Maria Eduarda, e perante esse
facto, Dâmaso torna-se cada vez mais ciumento e vingativo.

4,Maria Eduarda tenta por duas vezes contar algo a Carlos, mas este toldado pela emoção da paixão antecipa-se e
considera que a sua amada quer fugir devido à sua condição de “mulher casada” mais tarde, percebe-se que Maria
Eduarda queria revelar-lhe que não era casada com Castro Gomes.

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