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CRÓNICA DE COSTUMES

EPISÓDIO DO JANTAR DO HOTEL CENTRAL (CAP.VI)


• OBJETIVO: RETRATAR A SOCIEDADE DE ELITE LISBOETA DA 2ª METADE DO SÉC.XIX
• INTERVENIENTES:
• João da Ega: promotor da homenagem e representante do Realismo /
Naturalismo;
• Jacob Cohen: o homenageado; representante das Finanças;
• Tomás de Alencar: o poeta ultrarromântico:
• Dâmaso Salcede: o novo rico;
• Craft: representante da cultura britânica;
• Carlos da Maia: o observador crítico.
TEMAS DISCUTIDOS:
1. A literatura e a crítica literária

• 2. As Finanças públicas

3. A história / A política
TEMAS DISCUTIDOS:
1. A LITERATURA E A CRÍTICA LITERÁRIA

• Tomás de Alencar • João da Ega


• Opositor do Realismo / Naturalismo • Defensor do Realismo /
(considera-o imoral); Naturalismo;
• Incoerente: condena no presente o que
• Exagera, defendendo o cientificismo
cantara no passado (os vícios da
na literatura;
sociedade);
• Falso moralista: refugia-se na moral • Não distingue ciência de literatura.
por não ter outra arma de defesa;
• Desfasado do seu tempo.
2. AS FINANÇAS PÚBLICAS

• Cohen
• João da Ega
• É calculista cínico: tem
responsabilidade pelo cargo que • Defende a bancarrota e uma
desempenha (Diretor do Banco Revolução que livraria Portugal das
Nacional) , mas aceita que o país dívidas e da “ coleção grotesca de
caminhe para a bancarrota; bestas”.

• Assume que a ocupação dos


ministérios é “cobrar o imposto” e
“fazer o empréstimo”
(eterno endividamento do país)
3. A HISTÓRIA / A POLÍTICA

• João da Ega • Tomás de Alencar


• Defende a invasão espanhola; • Teme a invasão espanhola;
• Defende o afastamento violento da • Defende o Romantismo político: uma
monarquia; república governada por génios;
• Aplaude a instalação da república; fraternização dos povos;

• Diz que a raça portuguesa “era a mais • Esquece o adormecimento geral do


fraca, a mais cobarde raça da Europa” país.
e que “ Lisboa é Portugal.(…) Fora de
Lisboa não há nada.”
A HISTÓRIA E A POLÍTICA ( CONT.)

• Cohen • Dâmaso Salcede


• Considera haver gente séria nas • Se a invasão espanhola se desse,
camadas políticas dirigentes; Dâmaso ia-se “raspando para Paris”;
• Pensa que Ega é um exagerado. • “…o país em massa foge como uma
lebre” - (covarde)
CONCLUSÕES

•O episódio representa um esforço frustrado de uma camada social (por


ironia, a mais destacada) para assumir um comportamento digno e
requintado. Só que as limitações culturais e morais não se ocultam à custa de
ementas francesas e luxos…
• É evidente o CONFRONTO entre o SER e o PARECER.
• O jantar acaba em desacato, o que denuncia a fragilidade moral e cultural
da sociedade que se apresenta como civilizada…

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