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SIMBOLISMO (de alguns espaços)

 Toca" pode sugerir o lado instintivo e animal da relação entre Carlos e


Maria Eduarda pois o nome lembra a habitação ou esconderijo de
animais.
 A decoração exótica surge como presságio do desfecho trágico: alusões
a um" tabernáculo profanado ", à " paixão trágica do tempo de Lucrécia
ou de Romeu" , a "uma cabeça degolada, lívida, gelada no seu sangue,
dentro de um prato de cobre " e a dois olhos " redondos e agoirentos "
que" uma enorme coruja empalhada fixava no leito de amor”.
 Os seus aposentos simbolizam o caráter trágico, a profanação das leis
humanas e cristãs.
SIMBOLISMO
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 As obras de restauro do Ramalhete, levadas a cabo por Carlos,


introduziram o luxo e a decoração cosmopolita, simbolizando uma nova
oportunidade, uma reforma da casa (ou do país) para uma nova etapa - é o
reflexo do ideal reformista da Geração de Carlos. Carlos é um símbolo da
Geração de 70, tal como o é Ega. Tal como o país, também eles caíram no
"vencidismo". (Os Vencidos da Vida)

 O quintal do Ramalhete, também sofre uma evolução. No primeiro capítulo a


cascata está seca porque o tempo da ação d' Os Maias ainda não começou.
No último capítulo, o fio de água da cascata é símbolo da eterna melancolia do
tempo que passa, dos sentimentos que leva e traz; mostra-nos também que o
tempo está mesmo a esgotar-se e o final da história d' Os Maias está próximo.
Este choro simboliza também a dor pela morte de Afonso da Maia.

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3 SIMBOLISMO

 A estátua de Vénus que, enegrece com a fuga de Maria Monforte, no


último capítulo, coberta de ferrugem, simboliza o desaparecimento de
Maria Eduarda; os seus membros agora transformados dão-lhe uma forma
monstruosa fazendo lembrar Maria Eduarda e a monstruosidade do
incesto. Esta estátua marca, então, o início e o fim da acção principal.

Ela é também símbolo das mulheres fatais d' Os Maias - Maria Eduarda e
Maria Monforte

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SIMBOLISMO
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 Não é difícil lermos o percurso da família Maia, nas alterações sofridas pelo
Ramalhete. No início o Ramalhete não tem vida, em seguida habitado, torna-se
símbolo da esperança e da vida, é como que um renascimento; finalmente, a tragédia
abate-se sobre a família e eis a cascata chorando, deitando as últimas gotas de água, a
estátua coberta de ferrugem; tudo tem um caráter lúgubre. Note-se que as paredes do
Ramalhete foram sempre sinal de desgraça para a família Maia. O cedro e o cipreste,
são árvores que pela sua longevidade, significam a vida e a morte, foram testemunhas
das várias gerações da família. Mas também, simbolizam a amizade inseparável de
Carlos e João da Ega.

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SIMBOLISMO
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 No último capítulo, a imagem deixada pelo Ramalhete, abandonado e tristonho, cheio


de recordações de um passado de tragédia e frustrações, está muito relacionada com o
modo como Eça via o país, em plena crise.

 A morte instala-se nesta família. No Ramalhete todo o mobiliário degradado e disposto


em confusão, todos os aposentos melancólicos e frios, tudo deixa transparecer a
realidade de destruição e morte. E se os Maias representam Portugal, a morte instalou-
se no país.

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