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Principais temas d’Os Maias

I. Amor IV. Decadência

II. Adultério V. Família

III. Educação VI. Literatura


I. Amor

• O amor é a força motriz que faz avançar a intriga principal.

• É também a causa da tragédia que se abate sobre os protagonistas.

Indissociável do tema do incesto.

«Só ali, no Ramalhete,


ele [Carlos] vivera
realmente daquilo
que dá sabor e relevo
à vida — a paixão.»
(Capítulo XVIII) Fotograma do filme Os Maias, realizado
por João Botelho, em 2014, com produção da Ar de Filmes.
II. Adultério

• O adultério é um tema profundamente realista, evidenciando


a decadência moral — futilidade e ausência de valores — das classes
burguesa e aristocrática (condessa Gouvarinho, Raquel Cohen, …).

• É também um tema importante no desenvolvimento da ação:


causa do afastamento de Maria Eduarda e do suicídio de Pedro.

«É uma fatalidade, parto para sempre com


Tancredo, esquece-me, que não sou digna de ti,
e levo a Maria, que me não posso separar dela.»

(Maria Monforte — Capítulo II)


III. Educação

• A educação condiciona o trajeto das personagens: Pedro da Maria,


Carlos, Eusebiozinho, …

• O romance é percorrido pela questão: Qual é a melhor educação?

(A Geração de 70 vê na educação uma solução possível para a reforma


social e cultural do País.)

• Dois modelos de educação que se confrontam n’Os Maias:


o modelo tradicional português vs. o modelo britânico.
III. Educação
Modelo tradicional português Modelo britânico

● Preponderância da religião ● Apologia do exercício físico,


(modelo orientado pelos valores da fé católica). supondo a necessidade do contacto
com a Natureza.
● Valorização do estudo teórico e livresco,
desfasado do contacto com a Natureza. ● Formação humanista.

●Aprendizagem do latim. ● Aprendizagem de línguas vivas.

«A almaPedro
do seudaPedrinho não abandonaria ela
Maia e Eusebiozinho Carlos da Maia
«Mas não, parece que era sistema inglês!
[Maria Eduarda Runa] à heresia; — e para o educar
Deixava-o correr, cair, trepar às árvores […].»
mandou vir de Lisboa o padre Vasques […].»
(Capítulo III)
(Capítulo I)
III. Educação
Modelo tradicional português Modelo britânico

● Preponderância da religião ● Apologia do exercício físico,


(modelo orientado pelos valores da fé católica). supondo a necessidade do contacto
com a Natureza.
● Valorização do estudo teórico e livresco,
desfasado do contacto com a Natureza. ● Formação humanista.

●Aprendizagem do latim. ● Aprendizagem de línguas vivas.

«A almaPedro
do seudaPedrinho não abandonaria ela
Maia e Eusebiozinho Carlos da Maia
«Mas não, parece que era sistema inglês!
[Maria Eduarda Runa] à heresia; — e para o educar
Deixava-o correr, cair, trepar às árvores […].»
mandou vir de Lisboa o padre Vasques […].»
(Capítulo III)
(Capítulo I)
III. Educação
Como explicar
o falhanço de Carlos?
• Condicionalismos da sua
«Falhámos a vida,
menino…» existência

(Ega, Capítulo XVIII)


• Condicionalismos de Portugal

Põem em causa o postulado

«Não era possível. realista da verosimilhança


Tais coisas pertencem
só aos livros […].»

(Capítulo XVI)
IV. Decadência

• O romance analisa os aspetos e as causas da decadência nacional,


construindo um diagnóstico do estado do País:

— Degradação dos costumes e da moral;

— Incompetência e indiferença da classe política;

— Falta de civismo da sociedade burguesa;

— Provincianismo, futilidade e falta de cultura.


V. Família

• Os acontecimentos da intriga principal estão centrados nos infortúnios


dos Maias, família oriunda do norte do País.

• A vida de quatro gerações da família é percorrida nos dois capítulos iniciais.

Decadência familiar

Decadência nacional
Os Maias representam,
por metonímia,
Portugal
VI. Literatura

• Tema fundamental n’Os Maias — obra realista, que interroga o próprio


Realismo e os limites de uma estética realista/naturalista.

Episódio do jantar no Hotel Central:

Confronto entre

As ideias naturalistas/realistas O ultrarromantismo


(Ega) (Alencar)

Defesa da cientificidade Defesa da moral


na literatura
«O naturalismo, com as suas
aluviões de obscenidade,
ameaçava corromper
o poder social? Pois bem.
Ele, Alencar, seria
o paladino da Moral,
o gendarme dos bons
costumes.»

(Capítulo VI)

Honoré Daumier,
Uma discussão literária
na segunda galeria (1864).

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