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PEDAGOGIA

Curso de Graduação Online | UNISUAM

Políticas Públicas

UNIDADE 1
Educacionais
Políticas Públicas Educacionais Pedagogia Online | UNISUAM

Apresentação
da Disciplina
Você está iniciando o estudo da disciplina Políticas Públicas Educacionais,
que tem os seguintes objetivos de aprendizagem:
• Identificar e analisar conceitos e dimensões do sistema educacional,
segundo a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as
Diretrizes e Bases da Educação Nacional;
• Interpretar os fatores da política educacional brasileira, em especial a partir
da Constituição Federal de 1988;
• Identificar, nos documentos legais e referenciais, fundamentação na
perspectiva da prática pedagógica;
• Analisar na legislação vigente os níveis e modalidades de organização do
ensino da educação escolar.

Fonte: Grupo Escolar

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Unidade 01 Política Educacional: Estrutura e Funcionamento da Educação Básica

Os conteúdos estão organizados e divididos em 4 unidades, com carga horária


total de (40h), para orientar seu estudo:
UNIDADE 1 – Política Educacional – Estrutura e Funcionamento da Educação
Básica
UNIDADE 2 – Aspectos Legais das Políticas Educacionais
UNIDADE 3 – Aspectos Educacionais da Educação Básica
UNIDADE 4 – Modalidades de Ensino e Financiamento na Educação

Neste material, você encontra textos, atividades para serem realizadas, além da
indicação de endereços eletrônicos para acessar os conteúdos das legislações
e políticas públicas.

Como complemento são indicados vídeos; além disso, você pode realizar
buscas e demais consultas na internet. Também sugerimos que você vá até
a biblioteca para ler e consultar livros.

Fique atento !!! A legislação e as políticas estão em constantes atualizações.


Por isso, não deixe de consultar sempre o portal do Ministério da Educação.

É importante que você organize sua agenda de estudos da disciplina, com a


data de início e final, e cuide dos prazos de entrega das tarefas e avaliações.
Sempre que precisar, solicite o apoio da tutoria para esclarecer dúvidas e
ajudá-lo na realização das atividades.

Bom estudo!

"Seja bem-vindo à
disciplina POLÍTICAS
PÚBLICAS EDUCACIONAIS"
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Política
Educacional:
Estrutura e Funcionamento
da Educação Básica
Fonte: Educação Integral

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Unidade 01 Política Educacional: Estrutura e Funcionamento da Educação Básica

A primeira unidade desta disciplina vai abordar os conceitos básicos, que

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servirão de fundamento para as demais unidades. Começamos com os
conceitos Política e Educação, no sentido de compreender a evolução das
principais políticas públicas nas Constituições Brasileiras, nas Leis de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional e nos Planos Nacionais de Educação.

Estudar o histórico das políticas educacionais é requisito fundamental para


entender a educação que temos hoje.

A partir disto, nesta Unidade compreenderemos o que significam e quais


as principais políticas públicas educacionais no Brasil. E, para facilitar o seu
aprendizado, esta unidade está estruturada em quatro tópicos:
T1. Políticas Públicas Educacionais: Conceito, Histórico e Estrutura
T2. A Educação na Constituição da República Federativa do Brasil
T3. Plano Nacional de Educação: Breve História
T4. Financiamento da Educação: FUNDEB e ProUni
T5. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia

Vamos iniciar?

Políticas Públicas
Educacionais: Conceito,
T1 Histórico e Estrutura
Para uma melhor compreensão do que são políticas públicas educacionais,
vamos conhecer a etimologia de cada palavra.

Política vem do grego  politiko, que por sua vez vem de  polites, isto é,
“cidadão”, termo que se originou de polis, ou seja, “cidade”.  Já pública vem
do latim publicus, que significa “povo”; enquanto a raiz de educacionais vem
do grego educare, significando “conduzir para fora” ou “direcionar para fora”.

Portanto, com base na etimologia das palavras, podemos dizer que uma política
pública educacional é a atuação do povo nas deliberações sobre educação
para a cidade. Ou seja, deliberações que dizem respeito à educação escolar.

Entendendo-se que a educação é algo que transcende a escola, pois é todo


o aprendizado adquirido em sociedade (família, escola, igreja, clube, rua etc.).
No entanto, considera-se como educação escolar aquela que se desenvolve,
predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.

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A Educação na
Constituição da República
T2 Federativa do Brasil
A Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro
de 1988, é o texto constitucional atual e vigente que trata a educação como
uma questão nacional.

Organizada em nove títulos, que estão subdivididos em capítulos, seções e


com 250 artigos. A sua redação é atualizada e alterações por artigos e emendas
constitucionais são incorporadas a partir da aprovação.

As bases legais que tratam do sistema educacional são encontradas no Título


VIII, Capítulo III, Seção I, artigos 205 a 214.

É importante destacar que a educação é direito constitucional de todos, dever


do Estado e da família. Além de contar a colaboração da sociedade de modo
geral, conforme explicitado no artigo 205:

A educação, direito de todos e dever do Estado e da


família, será promovida e incentivada com a colaboração
da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988).

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Unidade 01 Política Educacional: Estrutura e Funcionamento da Educação Básica

Na sequência, o artigo 206 trata dos princípios que orientam a oferta do


ensino. Segundo Piletti (1995) estes princípios refletiram avanços em relação
às constituições anteriores e à luta dos movimentos sociais em defesa do
ensino público. São eles:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência


na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o
pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e
coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos
oficiais;
V - valorização dos profissionais da educação escolar,
garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com
ingresso exclusivamente por concurso público de provas
e títulos, aos das redes públicas;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais
da educação escolar pública, nos termos de lei federal
(BRASIL, 1988).

Dos direitos e garantias, de forma geral, vale ressaltar que o princípio da


gratuidade do ensino na rede pública, em igualdade de condições e acesso,
ainda se constitui em um desafio para a sociedade brasileira.

Portanto, dadas as condições para que o ensino seja ofertado, os princípios


devem ser observados pelas demais legislações educacionais. Em resumo,
expressa a liberdade e pluralismo de ideias nas diferentes formas de ensinar e
aprender; e que o ensino será oferecido tanto na rede pública como na privada.

Artigos Relevantes da Constituição


Os princípios V e VII, que foram atualizados pelo texto da Emenda
Constitucional nº 53, de 2006, mencionam os critérios de ingresso, plano de
carreira e remuneração dos profissionais que atuam na educação escolar do
ensino público.

O art. 207, aplica-se às universidades e instituições de pesquisa científica e


tecnológica.

A educação superior, ofertada pelas universidades, deverá obedecer ao


“princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão” (BRASIL,
1988). Para tal, as instituições de ensino superior “gozam de autonomia didático-
científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial” (IDEM, 1988).

O dever do Estado é com a oferta gratuita e obrigatoriedade de educação
básica. Assegurada na forma de lei, entre os 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos
de idade, inclusive para todos os que não tiveram acesso na idade própria
(BRASIL, 1988, Art. 208). Assim como prevê a universalização para a oferta do
ensino médio gratuito, mas não obrigatório.

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As condições para a oferta do ensino privado, ou a livre iniciativa das instituições


particulares, deverão atender às normas gerais da educação nacional e serão
autorizadas e avaliadas pelo poder público (BRASIL, 1988, Art. 209).

O aspecto mais significativo do Art. 210 é que o ensino fundamental deverá


assegurar formação básica comum, com a delimitação de conteúdos mínimos,
e que respeitem os valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.

Consequentemente, qualquer escola localizada em território nacional deverá


cumprir a grade curricular de conteúdos fixados e ministrar o ensino em Língua
Portuguesa.

O Art. 211 trata do sistema educacional e sua estrutura administrativa. A


constituição explicita que “União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino”.

Competências dos Integrantes na


Educação
Como vimos anteriormente, cabe à União, aos Estados, ao Distrito Federal,
aos Municípios e aos cidadãos organizarem em regime de colaboração seus
sistemas de ensino.

Com efeito, neste regime de colaboração, é importante definir as competências


dos integrantes:

Parágrafos Organização Competência

Organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as


§ 1º União
instituições de ensino públicas federais;
§ 2º Municípios Atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil;
Os Estados e o
§ 3º Atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio;
Distrito Federal
Definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização
§ 4º Todos
do ensino obrigatório;
§ 5º Todos Educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular.
Elaborado com base no texto da Constituição Federal (BRASIL, 1988, Art. 212)

Cabe à União coordenar a Política Nacional de Educação, na função normativa,


redistributiva e supletiva, em relação aos diferentes níveis e sistema de ensino.

Nesse caso, fica o questionamento de o quanto os sistemas de ensino são


ou estão justapostos ou o quanto necessitam de articulação para a qualidade
do ensino.

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Unidade 01 Política Educacional: Estrutura e Funcionamento da Educação Básica

A partir do estabelecimento das competências dos respectivos partícipes,


em consequência, os artigos 212 e 213 tratam como será a composição do
financiamento e as regras de distribuição de recursos públicos para a educação.

A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito,


e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte
e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de
impostos, compreendida a proveniente de transferências,
na manutenção e desenvolvimento do ensino (BRASIL,
1998, Art. 212).

A determinação legal do artigo 212 é de que 18% da receita da União, e 25%


dos Estados, Distrito Federal e Municípios devem ser aplicados na manutenção
e desenvolvimento do ensino. A recomendação é que seja prioridade o
atendimento das necessidades do ensino obrigatório, no que se refere à
garantia de padrão de qualidade.

A matéria do artigo 213 é a destinação dos recursos públicos: “Os recursos


públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas
comunitárias, confessionais ou filantrópicas”.

As escolas privadas para receberem os recursos públicos deverão comprovar


finalidade não-lucrativa e aplicar seus excedentes financeiros em educação.

O último artigo (214) estabelece que o plano nacional de educação terá


duração de 10 anos, e definirá as diretrizes, objetivos, metas e estratégias de
implementação para o ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades
por meio de ações integradas que conduzam à:
• erradicação do analfabetismo;
• universalização do atendimento escolar;
• melhoria da qualidade do ensino;
• formação para o trabalho;
• promoção humanística, científica e tecnológica do País; e
• estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação.

saiba mais
?
Clique no link abaixo para obter, na íntegra, acesso à
Constituição Federal:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm

Além disso, clique abaixo e assista ao vídeo do prof.


Alexandre Quirino Masinho, que trata de pontos
principais da Constituição Federal que são mais pedidos
em concursos e provas de capacitação do Brasil:
https://www.youtube.com/watch?v=a56bgEbi8ns

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O estudo da trajetória da educação nos textos constitucionais, desde a primeira


constituição (1824) até a atual (1988), são documentos-base para compreensão
dos diferentes momentos históricos, situando a evolução das reformas no
cenário político e educacional.

Trajetória da Educação nas Diversas


Constituições Brasileiras
A seguir, apresenta-se um breve histórico, com base no texto de Vieira
(2007), acerca dos dispositivos sobre educação nas diversas constituições
brasileiras.

Educação na Constituição de 1824

A primeira Constituição brasileira foi promulgada por Dom Pedro I. Retrata o


momento político seguinte à Independência.

Com a proclamação da Independência e fundação do Império do Brasil, em


1822, inicia-se uma fase de debates e projetos que visavam à estruturação
de uma educação nacional.

Em 1823, D. Pedro referiu-se à necessidade de uma legislação particular sobre


a instrução. A primeira Carta Magna brasileira traz dois únicos dispositivos sobre
o tema no texto de 1824. Há referência à ideia de gratuidade da instrução
primária para todos, apesar de esta não ter se efetivado na prática.

Educação na Constituição de 1891

A Constituição de 1891 apresenta maior número de dispositivos sobre


educação que o texto de 1824. Mesmo assim, sua importância é significativa
para a educação, explicitando alguns temas que irão estar presentes ao
longo da história.
Fonte: Blog da Tia Gabi

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Unidade 01 Política Educacional: Estrutura e Funcionamento da Educação Básica

Como signo fundante da República, traz inscrita em seu texto a bandeira da


laicidade, assim como a separação entre os poderes.

A dualidade dos sistemas, traduzida na configuração de um sistema federal


integrado pelo ensino secundário e superior, ao lado de sistemas estaduais,
com escolas de todos os tipos e graus, estimularia a reprodução de um sistema
escolar organizado em moldes tradicionais e de base livresca.

Um último aspecto é a proibição do voto aos analfabetos, revelando


uma exclusão do direito à cidadania que somente será superada pela
Constituição de 1988.

Educação na Constituição de 1934

A Carta de 1934 é a primeira a dedicar espaço significativo à educação, com


17 artigos, 11 dos quais em capítulo específico sobre o tema. Destacam-se do
texto de 1934:

As normas do Plano Nacional de Educação, prevendo “liberdade de ensino


em todos os graus e ramos observadas as prescrições da legislação federal e
da estadual e reconhecimento dos estabelecimentos particulares de ensino
somente quando assegura a seus professores a estabilidade, enquanto bem
servirem, e uma remuneração condigna”; a oferta do ensino em língua pátria;
a proibição do voto aos analfabetos.

Finalmente, os dispositivos relativos ao magistério: a isenção de impostos para


a profissão de professor e a exigência de concurso público como forma de
ingresso ao magistério oficial.

Educação na Constituição de 1946

A Constituição de 1946 retoma o espírito da Constituição de 1934, apresentando


algumas novidades. O texto faz ressurgir o tema da educação como direito
de todos. Não há, entretanto, um vínculo direto entre esse direito e o dever
do Estado em um mesmo artigo.

Outro aspecto importante é a determinação de que “O ensino primário oficial


é gratuito para todos: o ensino oficial ulterior ao primário sê-lo-á para quantos
provarem falta ou insuficiência de recursos”.

Entre outros dispositivos a destacar no texto de 1946, cabe lembrar ainda a


novidade da vinculação de recursos para a educação, estabelecendo que
a União deva aplicar nunca menos de 10% e Estados, Municípios e Distrito
Federal, nunca menos de 20% das receitas resultantes de impostos na
“manutenção e desenvolvimento do ensino”.

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Educação na Constituição de 1967

A Constituição de 1967 foi concebida num cenário em que a supressão das


liberdades políticas ainda não atingira seu estágio mais agudo. Assim, no
caso da educação, os dispositivos não chegam a traduzir uma ruptura com
conteúdos de constituições anteriores.

Antes expressam a presença de interesses políticos já manifestos em outras


Cartas, sobretudo àqueles ligados ao ensino particular. A “liberdade de
ensino”, tema chave do conflito entre o público e o privado desde meados
dos anos 50, é visível no texto produzido no regime militar.

Outros temas advindos dos textos nacionais de 1934, 1937 e 1946 são reeditados,
fazendo com que nos dispositivos relativos à educação a Constituição de 1967
esteja mais próxima da LDB de 1961.

Vale registrar o flagrante retrocesso representado pela desvinculação dos


recursos para a educação.

Enquanto pela Constituição de 1946, a União estaria obrigada a aplicar “nunca


menos de 10%, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nunca menos
de 20% da renda resultante dos impostos na manutenção e desenvolvimento
do ensino”, na Carta de 1967 tal obrigação desaparece.

Educação na Constituição de 1988

A Constituição de 1988 é a mais extensa de todas em matéria de educação,


sendo detalhada em dez artigos específicos (art. 205 a 214) e figurando em
quatro outros dispositivos.

A Carta trata da educação em seus diferentes níveis e modalidades,


abordando os mais diversos conteúdos.

Em sintonia com o momento de abertura política, o espírito do texto é o de uma


“Constituição Cidadã”, que propõe a incorporação de sujeitos historicamente
excluídos do direito à educação, expressa no princípio da “igualdade de
condições para o acesso e permanência na escola”.

Outras conquistas asseguradas são:


• a educação como direito público subjetivo;
• o princípio da gestão democrática do ensino público;
• o dever do Estado em prover creche e pré-escola às crianças de 0 a 6 anos
de idade;
• a oferta de ensino noturno regular;

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Unidade 01 Política Educacional: Estrutura e Funcionamento da Educação Básica

• o ensino fundamental obrigatório e gratuito, inclusive aos que a ele não


tiveram acesso em idade própria; e
• o atendimento educacional especializado às pessoas com deficiências.

Plano Nacional de
T3 Educação: breve história
O Plano Nacional de Educação (PNE) 2014 a 2024 é uma política educacional
em ação para os próximos dez anos (com vigência decenal), que determina
diretrizes, metas e estratégias para a educação nacional.

O primeiro Plano Nacional de Educação surgiu em 1962, elaborado já na


vigência da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº
4.024, de 1961.

Foi proposto como uma iniciativa do Ministério da Educação e Cultura, e


basicamente era um conjunto de metas quantitativas e qualitativas a serem
alcançadas num prazo de oito anos.

Em 1965, sofreu uma revisão, quando foram introduzidas normas


descentralizadoras e estimuladoras da elaboração de planos estaduais.

A ideia de uma lei ressurgiu em 1967, novamente proposta pelo Ministério


da Educação e Cultura, e discutida em quatro Encontros Nacionais de
Planejamento, sem que a iniciativa chegasse a se concretizar.

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Com a Constituição Federal de 1988, 50 anos após a primeira tentativa oficial,


ressurgiu a ideia de um plano nacional de longo prazo, com força de lei, capaz
de conferir estabilidade às iniciativas governamentais na área de educação.
O artigo 214 contempla esta obrigatoriedade.

O PNE foi aprovado pela Lei nº 13.005/2014, e estará em vigor até o ano de
2024. É um plano diferente dos planos anteriores; uma das diferenças é que
esse PNE é decenal e amparado por força constitucional, o que significa que
ultrapassa gestão de governos.

A Estrutura do PNE
A Lei do PNE está organizada em duas partes:
1. O corpo da Lei, que traz questões gerais sobre o plano, tais como: diretrizes,
formas de monitoramento e avaliação, a importância do trabalho articulado
entre as diferentes esferas governamentais, a participação da sociedade,
prazos para a elaboração ou adequação dos planos subnacionais e para a
instituição do Sistema Nacional de Educação. As metas e estratégias fazem
parte do Anexo.
2. O Anexo, com as metas e suas respectivas estratégias. Metas são objetivos
quantificados e localizados no tempo e no espaço; são previsões do que
se espera fazer em um determinado período para superar ou minimizar um
determinado problema. As estratégias, por sua vez, são possibilidades, formas
de enfrentar os desafios da meta. Devem formar um conjunto coerente de
ações julgadas como as melhores para se alcançar uma determinada meta.

Art. 2o São diretrizes do PNE (BRASIL, 2014):

I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - superação das desigualdades educacionais, com
ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de
todas as formas de discriminação;
IV - melhoria da qualidade da educação;
V - formação para o trabalho e para a cidadania, com
ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta
a sociedade;
VI - promoção do princípio da gestão democrática da
educação pública;
VII - promoção humanística, científica, cultural e tecnológica
do País;
VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos
públicos em educação como proporção do Produto Interno
Bruto - PIB, que assegure atendimento às necessidades de
expansão, com padrão de qualidade e equidade;
IX - valorização dos (as) profissionais da educação;
X - promoção dos princípios do respeito aos direitos
humanos, à diversidade e à

O PNE é constituído por 20 metas e por 254 estratégias, dispostas no Anexo


da Lei nº 13.005/2014.

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Unidade 01 Política Educacional: Estrutura e Funcionamento da Educação Básica

O primeiro grupo são metas estruturantes para a garantia do direito à


educação básica com qualidade, e que assim promovam a garantia do acesso,
a universalização do ensino obrigatório, e a ampliação das oportunidades
educacionais.

Um segundo grupo de metas diz respeito especificamente à redução das


desigualdades e à valorização da diversidade, caminhos imprescindíveis para
a equidade.

O terceiro bloco de metas trata da valorização dos profissionais da educação,


considerada estratégica para que as metas anteriores sejam atingidas, e o
quarto grupo de metas refere-se ao ensino superior.

Fonte: Portal do MEC - PNE

saiba mais
?
Clique no link abaixo para aprofundar os seus
estudos lendo as 20 metas no anexo do PNE
(2014-2024) e quais são as estratégias de ação.

http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_
Ato2011-2014/2014/Lei/L13005.htm

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Financiamento da Educação:
T4 FUNDEB e ProUni
Quando se trata de recursos financeiros para a educação, o funcionamento
tem como pilares as políticas públicas, as estratégias de gestão que definem
os mecanismos e as fontes de financiamento.

De acordo com a Constituição Federal, a União é obrigada a destinar, no


mínimo, 18% da receita resultante dos impostos para a manutenção e
desenvolvimento do ensino.

Aos estados e municípios, a legislação atribui o percentual de 25%.


Também constituem as fontes de financiamento para a educação o Salário-
Educação, recolhido da folha de pagamento das empresas, a Contribuição
de Financiamento da Seguridade Social (CONFIS) e o Fundo de Amparo ao
Trabalhador (FAT).

Conforme a Constituição Federal, a destinação dos recursos financeiros para


a educação terá como prioridade

§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará


prioridade ao atendimento das necessidades do ensino
obrigatório, no que se refere a universalização, garantia
de padrão de qualidade e equidade, nos termos do plano
nacional de educação  (Emenda Constitucional nº 59, de
2009).
§ 4º Os programas suplementares de alimentação
e assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão
financiados com recursos provenientes de contribuições
sociais e outros recursos orçamentários (BRASIL, 1988).

No escopo desta legislação, a educação básica pública terá como fonte


adicional de financiamento a contribuição social do salário-educação,
recolhida pelas empresas na forma da lei.
Fonte: Salvis Juribis

Políticas Públicas,
Estratégias de Gestão e
Fontes de Financiamentos
são os pilares dos recursos
financeiros à educação

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Unidade 01 Política Educacional: Estrutura e Funcionamento da Educação Básica

E as cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do


salário-educação serão distribuídas proporcionalmente ao número de alunos
matriculados na educação básica nas respectivas redes públicas de ensino.   O
salário-educação está previsto na Constituição Federal (1988), no art. 212.

Ainda sobre o financiamento da educação, o artigo 213 da Constituição Federal


estabelece que os recursos públicos serão destinados às escolas públicas,
podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas,
desde que comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes
financeiros em educação.

De acordo com o prescrito na Constituição Federal, o financiamento (Emenda


Constitucional nº 59, de 2009) seguirá as orientações do plano nacional de
educação, de duração decenal, para assegurar a manutenção e desenvolvimento
do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades, por meio de ações
integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas.

Os recursos oriundos do salário-educação são gerenciados pelo Fundo


Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia ligada ao
Ministério da Educação.

O FNDE gerencia os recursos financeiros no repasse para estados, distrito


federal, municípios e organizações não-governamental para atendimento às
escolas públicas. O recolhimento é feito diretamente ao FNDE ou Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS).

FUNDEB
O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) foi criado pela Emenda
Constitucional nº 53/2006  e regulamentado pela  Lei nº 11.494/2007  e
pelo  Decreto nº 6.253/2007, em substituição ao Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério
(Fundef), que vigorou de 1998 a 2006.
Fonte: Correio dos Municípios

O Fundeb está
em vigor desde
janeiro de 2007 e se
estenderá até 2020.

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É um fundo especial, de natureza contábil, que administra os recursos provenientes


dos impostos e transferências dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.

Independentemente da origem, todo o recurso gerado é redistribuído para


aplicação exclusiva na educação básica.

Os recursos que compõem o FUNDEB são complementados com recursos


federais, sempre que, no âmbito de cada Estado, seu valor por aluno não
alcançar o mínimo definido nacionalmente.

Como devem ser aplicados os recursos do FUNDEB?

Os recursos do Fundeb devem ser aplicados na manutenção e desenvolvimento


da educação básica pública, observando-se os respectivos âmbitos de atuação
prioritária dos Estados e Municípios, conforme estabelecido nos §§ 2º e 3º do
art. 211 da Constituição Federal.

Os Municípios devem utilizar recursos do Fundeb na


educação infantil e no ensino fundamental e os Estados
no ensino fundamental e médio, sendo que o mínimo de
60% desses recursos deve ser destinado anualmente à
remuneração dos profissionais do magistério (professores e
profissionais que exercem atividades de suporte pedagógico,
tais como: direção ou administração escolar, planejamento,
inspeção, supervisão, coordenação pedagógica e orientação
educacional) em efetivo exercício na educação básica pública
(regular, especial, indígena, supletivo), e a parcela restante
(de no máximo 40%), seja aplicada nas demais ações de
manutenção e desenvolvimento, também da educação
básica pública (BRASIL, 2007, grifo nosso).

A destinação dos investimentos é feita de acordo com o número de alunos


da educação básica, com base em dados do censo escolar do ano anterior.

O acompanhamento e o controle social sobre a distribuição, a transferência e


a aplicação dos recursos do programa são feitos em escalas federal, estadual
e municipal por conselhos criados especificamente para esse fim.

> aprofundando

Clique abaixo e complemente seus estudos, lendo o documento “Manifesto


dos Pioneiros da Educação Nova (1932) e dos Educadores (1959) ”.
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me4707.pdf

Além disso, não deixe de consultar os livros:


• A educação nas Constituintes Brasileiras, 1823-1988, de Osmar Fávero
(editora Autores Associados, 1996).
• Política e educação no Brasil: o papel do Congresso Nacional na legislação
do ensino, de Dermeval Saviani (editora Autores Associados, 1987).
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Unidade 01 Política Educacional: Estrutura e Funcionamento da Educação Básica

ProUni
O Programa Universidade para Todos (ProUni) é uma política educacional do
Ministério da Educação, criada pela Lei nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005.

O ProUni tem por finalidade conceder bolsas de estudo integrais e parciais de


50% em instituições privadas de educação superior, em cursos de graduação
e sequenciais de formação específica, a estudantes brasileiros sem diploma
de nível superior.

Requisitos para ser Bolsista do ProUni

Podem participar do ProUni os estudantes brasileiros que não possuam


diploma de curso superior e que atendam a pelo menos uma das condições
abaixo:
• ter cursado o ensino médio completo em escola da rede pública;
• ter cursado o ensino médio completo em escola da rede privada, na
condição de bolsista integral da própria escola;
• ter cursado o ensino médio parcialmente em escola da rede pública e
parcialmente em escola da rede privada, na condição de bolsista integral
da própria escola privada;
• ser pessoa com deficiência;
• ser professor da rede pública de ensino, no efetivo exercício do magistério
da educação básica, e integrando o quadro de pessoal permanente da
instituição pública e concorrer a bolsas exclusivamente nos cursos de
licenciatura. Nesses casos não há requisitos de renda;
• para concorrer às bolsas integrais o candidato deve ter renda familiar bruta
mensal de até um salário mínimo e meio por pessoa. Para as bolsas parciais
de 50%, a renda familiar bruta mensal deve ser de até três salários mínimos
por pessoa.

O processo de preenchimento das bolsas remanescentes do ProUni está


regulamentado pela Portaria Normativa MEC nº 6, de 26 de fevereiro de 2014,
e os prazos e demais procedimentos foram estabelecidos pelo Edital ProUni
nº 17, de 8 de março de 2017 (e/ou edital específico do ano).

saiba mais
?
Clique no link abaixo e conheça na íntegra a Lei n. 11.096, de 13 de janeiro de
2005, que institui o Programa Universitário para Todos, que regula a atuação
de entidades beneficentes de assistência social no ensino superior; altera a Lei
no 10.891, de 9 de julho de 2004, e dá outras providências.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/L11096.htm

Acesse, também, ao Portal MEC ProUni, clicando abaixo:


http://siteprouni.mec.gov.br/legislacao.php

19
Políticas Públicas Educacionais Pedagogia Online | UNISUAM

Diretrizes Curriculares
Nacionais para o Curso de
T5 Graduação em Pedagogia
A Resolução do Conselho Nacional de Educação CNE/CP nº 1, de 15 de maio
de 2006, institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação
em Pedagogia, licenciatura.

Estas diretrizes aplicam-se à formação inicial para o exercício da docência na


Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de
Ensino Médio, na modalidade normal, e em cursos de Educação Profissional
na área de serviços e apoio escolar, bem como em outras áreas nas quais
sejam previstos conhecimentos pedagógicos.

O curso de Pedagogia, por meio de estudos teórico-práticos, investigação


e reflexão crítica, propiciará:

I - o planejamento, execução e avaliação de atividades


educativas;
II - a aplicação ao campo da educação, de contribuições,
entre outras, de conhecimentos como o filosófico, o
histórico, o antropológico, o ambiental-ecológico, o
psicológico, o linguístico, o sociológico, o político, o
econômico, o cultural (BRASIL, 2006).

O estudante de Pedagogia trabalhará com um repertório de informações e


habilidades composto por pluralidade de conhecimentos teóricos e práticos.

Tal repertório proporcionará consolidação no exercício da profissão,


fundamentando-se em princípios de interdisciplinaridade, contextualização,
democratização, pertinência e relevância social, ética e sensibilidade afetiva
e estética.
Fonte: Fit Kids

As diretrizes para o
curso de graduação em
pedagogia proporcionam
estudos teórico-
práticos, investigação e
reflexão crítica
20
Unidade 01 Política Educacional: Estrutura e Funcionamento da Educação Básica

Para a formação do licenciado em Pedagogia é central:

I - o conhecimento da escola como organização complexa


que tem a função de promover a educação para e na
cidadania;
II - a pesquisa, a análise e a aplicação dos resultados de
investigações de interesse da área educacional;
III - a participação na gestão de processos educativos e na
organização e funcionamento de sistemas e instituições
de ensino (BRASIL, 2006).

O egresso do curso de Pedagogia deverá estar apto,


de acordo com o Art. 5º, a:

I - atuar com ética e compromisso com vistas à construção de uma sociedade justa, equânime,
igualitária;
II - compreender, cuidar e educar crianças de zero a cinco anos, de forma a contribuir para o seu
desenvolvimento nas dimensões, entre outras, física, psicológica, intelectual, social;
III - fortalecer o desenvolvimento e as aprendizagens de crianças do Ensino Fundamental, assim como
daqueles que não tiveram oportunidade de escolarização na idade própria;
IV - trabalhar, em espaços escolares e não-escolares, na promoção da aprendizagem de sujeitos em
diferentes fases do desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalidades do processo
educativo;
V – reconhecer e respeitar as manifestações e necessidades físicas, cognitivas, emocionais, afetivas
dos educandos nas suas relações individuais e coletivas;
VI - ensinar Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História, Geografia, Artes, Educação Física, de
forma interdisciplinar e adequada às diferentes fases do desenvolvimento humano;
VII - relacionar as linguagens dos meios de comunicação à educação, nos processos didático-
pedagógicos, demonstrando domínio das tecnologias de informação e comunicação adequadas
ao desenvolvimento de aprendizagens significativas;
VIII - promover e facilitar relações de cooperação entre a instituição educativa, a família e a comunidade;
IX - identificar problemas socioculturais e educacionais com postura investigativa, integrativa e
propositiva em face de realidades complexas, com vistas a contribuir para superação de exclusões
sociais, étnico-raciais, econômicas, culturais, religiosas, políticas e outras;
X - demonstrar consciência da diversidade, respeitando as diferenças de natureza ambiental-ecológica,
étnico-racial, de gêneros, faixas geracionais, classes sociais, religiões, necessidades especiais,
escolhas sexuais, entre outras;
XI - desenvolver trabalho em equipe, estabelecendo diálogo entre a área educacional e as demais
áreas do conhecimento;
XII - participar da gestão das instituições contribuindo para elaboração, implementação, coordenação,
acompanhamento e avaliação do projeto pedagógico;
XIII - participar da gestão das instituições planejando, executando, acompanhando e avaliando projetos
e programas educacionais, em ambientes escolares e não-escolares;
XIV - realizar pesquisas que proporcionem conhecimentos, entre outros: sobre alunos e alunas e
a realidade sociocultural em que estes desenvolvem suas experiências não escolares; sobre
processos de ensinar e de aprender, em diferentes meios ambiental-ecológicos; sobre propostas
curriculares; e sobre organização do trabalho educativo e práticas pedagógicas;
XV - utilizar, com propriedade, instrumentos próprios para construção de conhecimentos pedagógicos
e científicos;
XVI - estudar, aplicar criticamente as diretrizes curriculares e outras determinações legais que lhe caiba
implantar, executar, avaliar e encaminhar o resultado de sua avaliação às instâncias competentes.

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Estágio Curricular

O estágio curricular deve ser realizado, ao longo do curso, de modo a assegurar


aos graduandos experiência de exercício profissional, em ambientes escolares
e não-escolares que ampliem e fortaleçam atitudes éticas, conhecimentos
e competências:
• na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental,
prioritariamente;
• nas disciplinas pedagógicas dos cursos de Ensino Médio, na modalidade
Normal;
• na Educação Profissional na área de serviços e de apoio escolar;
• na Educação de Jovens e Adultos;
• na participação em atividades da gestão de processos educativos, no
planejamento, implementação, coordenação, acompanhamento e avaliação
de atividades e projetos educativos;
• em reuniões de formação pedagógica.

Resolução nº 2, de 1º de julho de 2015


A Resolução nº 2 atualizou a Resolução CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006,
ao definir as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em
nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para
graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada.

As instituições formadoras, ao elaborar seus projetos pedagógicos de cursos


(PPC), deverão atender a exigências legais de estrutura e currículo junto ao MEC.

Fonte: G1 Globo

A Resolução nº 2, de 1 de julho
de 2015, define as diretrizes a
formação inicial em nível superior
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Unidade 01 Política Educacional: Estrutura e Funcionamento da Educação Básica

No processo avaliativo, o documento do curso deverá atender, no mínimo,


aos seguintes componentes curriculares:
• A carga horária de 3.200 horas de trabalho acadêmico;
• Duração de 8 semestres ou 4 anos;
• 400 horas de prática como componente curricular;
• 400 horas de estágio supervisionado;
• 2.200 horas dedicadas às atividades formativas de estudos de formação
geral, das áreas específicas e interdisciplinares, e aprofundamento e
diversificação de estudos;
• 200 (duzentas) horas de atividades teórico-práticas de aprofundamento
em áreas específicas de interesse dos estudantes.

A partir dessa organização curricular, o pressuposto da articulação entre teoria


e prática deverá ocorrer de forma integrada e de diferentes modos, ao longo
do processo de formação, com o desenvolvimento dos conhecimentos e
habilidades necessários ao exercício da docência.

Nesse sentido, a proposta da relação teoria e prática é que esteja presente


nos conhecimentos específicos e pedagógicos, nas concepções didático-
pedagógicas, e que seja aliada às práticas e às experiências vivenciadas,
nas escolas de educação básica durante o processo de formação do futuro
professor (BRASIL, 2015).

Os princípios que norteiam as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos


de formação de professores, sejam iniciais ou de formação continuada, são:

a) sólida formação teórica e interdisciplinar;


b) unidade teoria-prática;
c) trabalho coletivo e interdisciplinar;
d) compromisso social e valorização do profissional da
educação;
e) gestão democrática;
f) avaliação e regulação dos cursos de formação.
Esses princípios fundados no domínio dos conhecimentos
científicos e didáticos, contemplando a indissociabilidade
entre ensino, pesquisa e extensão” (BRASIL, 2015, Art.05).

Os cursos de formação deverão garantir nos currículos conteúdos específicos


da respectiva área de conhecimento ou interdisciplinares, seus fundamentos
e metodologias, bem como conteúdos relacionados aos fundamentos da
educação.

Além disso, fornecer formação na área de políticas públicas e gestão da


educação, seus fundamentos e metodologias, direitos humanos, diversidades
étnico-racial, de gênero, sexual, religiosa, de faixa geracional, Língua Brasileira
de Sinais (Libras), educação especial e direitos educacionais de adolescentes
e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas.

Nas licenciaturas, curso de Pedagogia, em educação infantil e anos iniciais do


ensino fundamental a serem desenvolvidos em projetos de cursos articulados,

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deverão preponderar os tempos dedicados à constituição de conhecimento


sobre os objetos de ensino, e nas demais licenciaturas o tempo dedicado às
dimensões pedagógicas não será inferior à quinta parte da carga horária total.

O estágio curricular supervisionado é componente obrigatório da organização


curricular das licenciaturas, sendo uma atividade específica intrinsecamente
articulada com a prática e com as demais atividades de trabalho acadêmico.

Conclusão
Estudamos a relação de interdependência entre Estado, sociedade e educação.

A educação é resultado do processo de desenvolvimento das sociedades,


manifesta-se das suas mais variadas formas de organização, sofre influências
e influencia as gerações. É um processo em movimento e em constante
transformação.

Vimos que a Constituição Federal determina os objetivos mais gerais da


Educação Nacional, além de expressar os deveres do Estado para com a
educação.

A evolução nos textos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional


trouxe diversas mudanças em relação às leis anteriores, referente aos níveis
de ensino e quanto à obrigatoriedade do ensino público.

Tanto a Constituição Federal como a LDB estabelecem que os sistemas de


ensino da União, dos Estados e do Distrito federal devem ser organizados em
regime de colaboração.

Os órgãos administrativos do sistema de ensino estão relacionados à


administração em diversas esferas: sistema de ensino federal, estadual e
municipal.

saiba mais
?
Clique no link abaixo e assista ao vídeo “Formação de
Professores: o papel do curso de pedagogia”, que trata de
uma pesquisa que relaciona a estrutura curricular do curso
de pedagogia com o trabalho na prática.

https://www.youtube.com/watch?v=YUF3CtebT5Q

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Unidade 01 Política Educacional: Estrutura e Funcionamento da Educação Básica

Referências
BRANDÃO, C. Estrutura e Funcionamento do Ensino. São Paulo:
Avercamp, 2004.

____________. O Que é Educação. São Paulo: Editora Brasiliense, 1986.

BRASIL. Constituição. Constituição da República Federativa do


Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso
em: 04 abr. 2017.

__________. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.


Brasília: Senado Federal, 2007. Disponível em: <http://www.fnde.
gov.br/>. Acesso em: 08 mar. 2017.

__________. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as


diretrizes e base da educação nacional. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 2 jan. 2017.

__________. Lei 4024/61 de 20 de dezembro de 1961 – LDB: Lei de


Diretrizes e Bases da educação nacional. Diário Oficial da República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, de 27.12.1961 e retificado em
28.12.1961.

__________. Lei 5692/71 de 11 de agosto de 1971 – LDB: Lei de


Diretrizes e Bases da educação nacional. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5692.htm>. Acesso em: 04 abr. 2017.

__________. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano


Nacional de Educação - PNE e dá outras providências. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/
lei/l13005.htm>. Acesso em: 04 abr. 2017.

__________. Resolução Nº 2, DE 1º DE JULHO DE 2015. Disponível


em: <http://pronacampo.mec.gov.br/images/pdf/res_cne_
cp_02_03072015.pdf>. Acesso em: 04 abr. 2017.

DEMO, Pedro. A Nova LDB: ranços e avanços. 19. ed. Campinas:


Papirus, 2006.

CARNEIRO, Moaci Alves. LDB Fácil: leitura crítico-compreensiva,


artigo a artigo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.

LIBÂNEO, J. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização.


São Paulo: Cortez, 2005.

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MANACORDA, M. Al. História da Educação – da antiguidade aos


dias de hoje. Editora: Cortez, 1997.

PILETTI, Nelson. História da Educação no Brasil. São Páulo: Ática, 1995.

ROMANELLI, Otaiza de Oliveira. História da Educação no Brasil:


(1930/1973). 28. ed. Petrópolis: Vozes, 2003.

SHIROMA, Eneida Oto et all. Política Educacional. Rio de Janeiro:


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VIEIRA, S. L. A educação nas constituições brasileiras: texto e


contexto. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 88,
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gov.br/index.php/rbep/article/viewFile/749/725>. Acesso em: 08
mar. 2017.

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