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Índice

i. Introdução.......................................................................................................................3

ii. Objectivos.......................................................................................................................4

1. Ética profissional na educação........................................................................................4

1.1. Ética e moral no ambiente escolar.................................................................................7

1.2. A ética no ambiente profissional...................................................................................9

1.3. A ética e a produção do conhecimento........................................................................11

1.4. Os pilares da ética profissional na educação.............................................................13

iii. Conclusão..................................................................................................................15

iv. Bibliografia...................................................................................................................16

i. Introdução
O presente trabalho aborda sobre a ética profissional na educação, onde, em todos os
sectores, e na educação não é diferente, necessitamos de profissionais com integridade,
verdade, que desejam o melhor para o outro, que se envolvam e buscam cumprir as regras
que trarão benefícios à sociedade. A ética na educação trará: uma educação comprometida,
de qualidade que forme cidadãos de responsabilidade com princípios e valores. Sempre se
ouviu falar que os professores são os exemplos para a sociedade e, consequentemente, para
seus educandos. Quando os profissionais da educação visam ao outro e trabalham para o
bem comum, olhando seu aluno como ser humano individual, ele trabalha em prol da
formação dos educandos que, aos poucos, se tornaram parte activa e participava da
sociedade. Nessa perceptiva até mesmo o comportamento social do professor precisa gerar
em torno dos princípios e valores da sociedade em que ele está inserido, sendo honesto,
colaborador, ou seja, com um carácter integro e sem vínculos com vícios.

ii. Objectivos

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Geral:

 Evidenciar a importância da ética na educação.

Específicos:

 Identificar os pilares da ética profissional na educação;


 Identificar as relações dos profissionais de educação com os alunos;

1. Ética profissional na educação


Falar de ética nos dias atuais tornou-se comum, faz parte do nosso vocabulário. Logo nos
vem à mente o relacionamento, como viver com o outro que é diferente, porém, não um

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estranho, mas um ser humano como nós que, de certa forma, anda connosco, como diz
Cortella: “ser humano é ser junto” (2010;117).

A ética não olha apenas para o interesse de uma pessoa, ela olha para o interesse de um
grupo. Cortella (2010;106) fala que a ética, no seu sentido de conjunto de princípios e
valores, é usada para “responder as três grandes perguntas da vida humana: QUERO?
DEVO? POSSO?”. A ética na educação também está no auge, mas será que realmente se
entende o que isso significa?

Quando se fala de ética na educação logo se pensa na conduta do professor em relação a


seus educandos. A ética gira em todos os princípios e valores que norteiam a acção
estabelecendo regras para o bem comum, tanto no individual como no colectivo, assim
estabelece princípios gerais. Boff aponta que “Ético significa, portanto, tudo aquilo que
ajuda a tornar melhor o ambiente para que seja uma moradia saudável: materialmente
sustentável psicologicamente integrada e espiritualmente fecundada” (1997). No caso da
educação gira em torno dos educandos.

Cortella (2010, pg.106) nos apresenta a seguinte definição:

“A ética é o conjunto de princípios e valores da nossa conduta na vida junta. Portanto, ética
é o que faz a fronteira entre o que a natureza manda e o que nós decidimos. A ética é aquilo
que orienta a sua capacidade de decidir, julgar, avalia

As Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil (DCMsEI) fala sobre três princípios:
éticos, estéticos e políticos. Sobre os princípios éticos comenta-se: “Princípios éticos:
valorização da autonomia, da responsabilidade e do respeito ao bem comum, ao meio
ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades”. Torna-se necessário que o
professor em todo tempo aja com responsabilidade e forme em seus educandos uma atitude
ética diante da vida. Dentro da ética estão contidas posturas bem definidas, pois os
professores tornam-se modelo para seus educandos. O professor não pode pensar no
educando apenas em sala de aula visando somente às notas para serem aprovados em sua
matéria. Sendo um ser que vive em sociedade, cabe a ele com responsabilidade ajudar seu
educando a se integrar na sociedade de forma activa e participativa.

Para a actuação do professor, seja com os educandos ou com o corpo docente, é necessário
possuir um estilo de vida equilibrado, desapegado de vícios que prejudiquem a si mesmo e
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aos outros. Suas acções precisam conter: afecto, alegria, sobriedade, moderação e em seu
modelo de fala deve usar palavras cultas e não chulas ou gírias. Diante disso, não se pode
deixar de pensar na importância das vestimentas, que não devem ser inconvenientes como:
rasgadas, transparentes, curtas ou apertadas. É propício o uso de algo que lhe caia bem,
seja descente e que combine com ele/ela, ou seja, usar algo que mostre seu estilo,
lembrando que até nisso será copiado. A ética está presente em tudo. Cortella (2010;107)
diz que: “A ética é uma plantinha frágil que deve ser regada diariamente.” Isso acontece no
nosso cotidiano.

Com o corpo docente ou a gestão, seu relacionamento deve acontecer de forma singela e
colaborativa, pois ambos estão traçando objectivos para caminhos que os levarão a um só
objectivo, a uma educação de qualidade, a uma aprendizagem significativa e ao
crescimento de seus educandos. Ainda precisamos observar que é preciso tomar certos
cuidados, principalmente, na sala dos professores nos intervalos, nos momentos de estudos
e, é claro, na sua vida individual, dentre, os quais se podem relacionar:

 Comentário de ordem pessoal ou profissional negativa de outro docente ou de um


educando;
 Falar mal da instituição fora do espaço de trabalho depreciando a direcção,
coordenação e outros;
 Se isolar em sua sala não permitindo que alguém lhe forneça sugestões para
melhorar sua prática e não preste auxílio a um colega quando este necessita;
 Ano após ano em sala, adquirindo experiência, se auto-avalia como o “super
professor”, pensando que sabe tudo, fechando-se, assim, para o aprendizado que
acontece do educando para ele.

Os educandos têm direito a ter uma educação prazerosa e de qualidade. É fundamental que
o professor cumpra as regras e normas da nossa educação. Para que a educação se torne
com sabor e alcance seus objectivos, não dá para se pensar em apenas ensinar o conteúdo
de determinada matéria, mas é necessário investir no educando para que ele se desenvolva,
tornando-se crítico diante do que vê e lê, um questionador, sendo autor da sua própria
história, saindo da plateia e indo ao palco. Cury (2003, pg. 66) em suas sábias palavras
afirma que:

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“É estimular o aluno a pensar antes de reagir, a não ter medo do medo, a ser líder de si
mesmo, autor da sua própria história, a saber filtrar os estímulos estressantes e a trabalhar
não apenas com fatos lógicos e problemas concretos, mas também com as contradições da
vida”.

Diante do conjunto de problemas que a educação vivencia actualmente, a valorização da


ética no currículo escolar seria um dos parâmetros mais considerados para o equilíbrio
social. A sua presença torna-se necessária tendo em vista a imprescindibilidade de sua
orientação para a nova realidade na vida social e por saber que ela encontra-se sempre
presente nas discussões relativas ao comportamento humano.

A pesar de serem distintas a ética e a moral são indissociáveis, pois possuem significados
comuns e apresentam-se inseridas na mesma pasta dos valores humanos. É um dos grandes
pilares de preocupação, reflexão e discussão entre indivíduos para o discernimento entre o
certo ou o errado e que deve sinalizar o conciliamento dos interesses tanto individuais
quanto sociais.

1.1. Ética e moral no ambiente escolar

Tanto a ética quanto a moral são assuntos que devem ser trabalhados no ambiente escolar
com o intuito de nortear o comportamento dos indivíduos na sociedade em que vivem. Por
ser a escola a verdadeira formadora de cidadãos, cabe-lhe a tarefa de orientar o
comportamento ético e moralista dos seus educandos. A partir do momento em que o
indivíduo não adulterar documentos ou produtos para obter vantagens, tratar as pessoas
com respeito, não falar palavrões etc., estaria cumprindo com as normas da ética e da
moral adquiridas na instituição educacional.

Os temas “ética e moral” são normas que necessariamente deveriam estar inclusas nos
Projetos Políticos – Pedagógicos (PPPs) e nos Regimentos Escolares (RE) para que fossem
disciplinados ao longo dos estudos, sentenciando assim, o fim das desigualdades sociais.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a questão central da moral e da
ética é desenvolver uma visão crítica nos educandos, de como proceder diante dos outros.

O cumprimento da ética torna-se, às vezes, complexo diante de um dilema. Por exemplo:


Dever-se-ia roubar ou não um remédio, cujo preço é inacessível, mas precisar-se-ia salvar

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alguém, e que, sem ele, morreria? Quem deveria ser privilegiado, a vida ou a propriedade
privada? Esses desafios deveriam ser apresentados aos alunos para discussões a respeito do
cumprimento ético no contexto histórico social. “Uma escola ética é aquela que orienta os
seus educandos a se comportarem com honestidade, rectidão e responsabilidade para a
efectivação dos princípios morais na sociedade em que eles encontram-se inseridos.”
(Grifo nosso)

Admite-se que a ética esteja consagrada no bojo da família, da escola e da comunidade por
ser a base de uma sociedade mais justa e igualitária e que, portanto, carece de um olhar
humano mais aprofundado, pois ela é uma forma racional humana de viver em harmonia
com outros humanos.

Nossos educandos devem ter em mente a importância do carácter democrático da


sociedade, levando em consideração a promoção da liberdade, do respeito e da tolerância
para vivenciar a diversidade que lhes rodeia. Nesse contexto, cabe a escola orientar e
viabilizar meios que possam, de fato, tomar parte nessa construção e tornarem-se livres
para pensarem e tomarem decisões.

A reflexão ética traz à luz a discussão sobre a liberdade de escolha. A ética interroga sobre
a legitimidade de práticas e valores consagrados pela tradição e pelo costume. Abrange
tanto a crítica das relações entre os grupos, dos grupos nas instituições e perante elas,
quanto a dimensão das acções pessoais.” (PCNs, p. 29-30. 2001)

Todavia, a ética norteia os princípios morais e os valores necessários aos indivíduos em


suas acções com outros membros da sociedade da qual fazem parte. Com base nos
Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, uma reflexão realizada pela ética reflectirá na
transformação da moral. Não se poderia fazer cidadania se fosse deixado de lado a ética, e
o lócus propício para o seu aprendizado e o seu exercício, é a escola. Cabe a escola
trabalhá-la  no seu âmbito, ensinando e exigindo a sua prática, propiciando assim um
resultado qualitativo.

A reprodução de valores impostos pela sociedade está sempre sendo feita com as
orientações do que é certo ou errado. Actualmente, é comum assistir-se a noticiários de
comportamentos reprováveis pela sociedade. E aí pergunta-se: Será que ainda existe uma

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sociedade que valoriza a ética e a moralidade? Quais expectativas se têm das futuras
gerações?

1.2. A ética no ambiente profissional

Na área profissional, a ética tem o objectivo de formar uma consciência livre e conduta
compatível com os preceitos estatutários. Algumas qualidades como honestidade,
competência, perseverança, prudência, respeito, imparcialidade entre outras, são virtudes
essenciais para a eficiência do trabalho profissional. É preciso que se tenha a
responsabilidade individual para a realização de certas tarefas. As vezes, seria melhor o
recusamento e a justificativa da inviabilidade de um trabalho que não pudesse ser
executado, do que uma vez aceito, deixasse-o à desejar.

A ética exige a honestidade para o zelo da prática do respeito e consideração ao direito do


outro. O indivíduo comprometido com a ética não se deixa corromper, em nenhuma
circunstância, mesmo que conviva com problemas ao extremo. Na área profissional, a
prudência é imprescindível para que o sujeito analise as situações, minuciosamente, e com
maior profundidade evitando, assim, atropelamentos e julgamentos conflituosos ou
equivocados.

Contudo, praticar a ética é, ao mesmo tempo, praticar a imparcialidade e a justiça, pois a


primeira assume as qualidades e cumprimento dos deveres e a segunda depende,
essencialmente, da primeira. A ética é o pivô que dá sustentação e equilíbrio às tarefas
profissionais no dia-a-dia e que, portanto, deveria estar presente em todos os sectores da
sociedade. Para ser ético, o profissionalismo exige a tomada de consciência dos actos, o
cumprimento das normas e o respeito mútuo.

Admite-se que a ética apresenta grande influência na vida profissional de qualquer


indivíduo, em meio a sociedade na qual ele opera a sua profissão. A ética é um resquício
do que se aprende na família, responsável pela construção dos alicerces e definição de
virtudes e caracteres do homem, ensinando como se comportar diante da sociedade. A
liberdade do homem garante acções dentro dos limites exigidos pela ética e parte do
respeito aos direitos dos outros.

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Um profissional que não cultiva a ética, perde a confiança e a credibilidade no espaço
social em que desenvolve as suas actividades. Portanto, deixa de ser um mero e autêntico
profissional para ser um suicida da profissão, contribuindo para o descrédito irreversível.
(Grifo nosso)

A família é o lócus da convivência da criança e, portanto, o espaço legítimo da apregoação


da ética que, posteriormente, se ampliará, em outras instituições sociais com a veiculação
de valores. A ética do indivíduo depende muito da relação social mantida com os demais
dentro da sociedade que ele pertence. Trabalhá-la nas instituições educacionais faz parte do
currículo, apesar de apresentar vários choques de valores e modos de comportamentos
compartilhado por cada estudante.

Já faz parte do nosso vocabulário falar de ética profissional ou de sua ausência em meio a
sociedade. Os seus benefícios são imensuráveis ao equilíbrio da harmonia entre os
profissionais. Segundo Mário Cortella, a ética é um conjunto de valores e princípios que
usamos para responder a três grandes questões da vida: quero? devo? posso? Pois nem tudo
que eu quero eu posso; nem tudo que eu posso eu devo; e nem tudo que eu devo eu quero.
Você tem paz de espírito quando aquilo que você quer é ao mesmo tempo o que você pode
e o que você deve.

Quando um profissional (dentista) recebe um paciente e esse pede para extrair um dente
que vem lhe tirando noites de sono e, após diagnosticar o problema, o dentista resolve
recuperá-lo, ao invés de removê-lo, estaria honrando com a sua ética profissional. Esse é o
sentido da ética na cidadania e o respeito ao outro na mesma sociedade. O conhecimento
sem ética não faz sentido e tampouco efeito social.

Todo profissional, ao concluir a sua formação, faz um juramento de honradez a sua


profissão, que sinaliza a sua adesão, o seu comprometimento e a sua responsabilidade com
a categoria. E ao cumprir com esse juramento o profissional estaria efectivando os seus
princípios éticos dentro de sua área.

Enfim, o profissional ético é aquele que procura oferecer o melhor dos seus
conhecimentos, como o médico que se preocupa com as suturas internas antes de realizar
as externas, o professor que se preocupa com estratégias que propiciem ao aluno a pensar e

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resolver desafios, o engenheiro que demonstra certa preocupação com o melhor material
para a construção da passarela, além de outras acções que objectivam a consumação de um
trabalho seguro e de credibilidade. De modo que a ética efectiva acções e consolida metas
que podem comprometer ou favorecer o sucesso desses profissionais.

O indivíduo ético procura sair de sua zona de conforto em busca das inovações e dos
conhecimentos científicos, principalmente, de sua área, com o intuito de poder oferecer o
melhor para sua clientela. Segue os princípios normativos e as regras estatutárias com
competência, respeito, tolerância, flexibilidade e boas maneiras pois, as negligências
observadas, actualmente, são frutos da passividade, do desconhecimento e da falta de
compromisso.

De forma que a ética passa a ser algo indispensável na vida profissional do homem, tendo
em vista a sua contribuição no processo de humanização e norteamento de conduta e de
valores. São esses valores que, uma vez relacionados aos interesses do indivíduo, movem
seus actos positivamente. É imprescindível, portanto, que todos os profissionais das mais
diversas áreas, questionem o sentido de suas acções em suas práticas de trabalho.

1.3. A ética e a produção do conhecimento

Quando se fala de ética, refere-se a questão exclusivamente humana por que ela pressupõe,
escolha e decisão. Ética tem a ver com liberdade, liberdade reflexiva e responsável. Ao
tomar uma decisão, o indivíduo deve usar do conhecimento que possui porque o
conhecimento tem a ver com a ética. Agir sem pensar nas consequências, é agir com
máscaras cínicas e nessa hora o perigo se avizinha.

O indivíduo que tem a ousadia de buscar vantagens sobre o prejuízo de terceiros, aniquila
os seus conhecimentos e burla a sua ética pessoal. É preciso que se tenha o cuidado para o
zelo da integridade, mantendo-se inteiro, transparente e verdadeiro. Zelar pela ética é, ao
mesmo tempo, zelar pela morada do humano pois ela oferece abrigo, garante identidade e
sustenta a verdadeira marca do ser social.

Sendo a ética a habitação humana, questiona-se: Como encontra-se essa morada? Abriga
ou desabriga? Inclui ou exclui? O vínculo da ética à produção do conhecimento relaciona-

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se a capacidade de descartar a ideia de desigualdade dentro da mesma sociedade. A
percepção e a reflexão são os melhores exercícios da ética. François já dizia: “Conheço
muitos que não puderam, quando deviam, porque não quiseram, quando podiam.”

Para que haja desenvolvimento educacional, para que se construa o autêntico


conhecimento e para que se efective o carácter do indivíduo em meio as pressões hodiernas
resultantes do modo de viver, exigido pela sociedade, os valores éticos e morais são
imprescindíveis. Somente com acções que direccionem esses valores à produção do
conhecimento é que se propiciaria consumação da verdadeira cidadania. O comportamento
do homem na sociedade depende da reflexão exigida pela ética sobre os sistemas morais
produzidos por ele no dia-a-dia.

Actualmente há uma acentuada preocupação da sociedade brasileira, de como encontrar


estratégias que possam, de fato, efectivar o respeito às diferenças e o combate a violência.
Os casos de desrespeito, discriminação e outras acções violentas são realmente
assustadoras e inaceitáveis numa sociedade que almeja os princípios éticos e morais.

A ética é um princípio de comportamento que deve estar presente na produção do


conhecimento do indivíduo para que esse torne-se consolidado e compromissado com a
cidadania. Se um motorista, por exemplo, aprendeu que não que não se deve ultrapassar a
faixa contínua e ultrapassou, que não deve exceder a velocidade máxima permitida e
excedeu, infringiu as regras de trânsito e feriu os princípios éticos e morais.

Exercer a ética é algo que requer certo esforço pois tem a ver com a prática da capacidade
e da responsabilidade da pessoa. O conhecimento construído com ética torna-se muito mais
consistente e eficaz além da consolidação de uma sociedade mais justa.

Se a ética é a ciência normativa que conduz ideais promissores dentro da comunidade, uma
vez que o ser humano é um animal social, seria inútil compreendê-la como ciência para
indivíduos isolados. Na verdade tudo o que o indivíduo produz ou realiza, reflecte
consequências que podem atingir outras pessoas.

No contexto social, da actualidade, é comum observar alguém querendo sobressair-se


melhor em relação ao outro, sendo mais esperto, apegando-se ao jeitinho brasileiro e a

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muitas outras práticas indecentes e reprovadas pela cidadania. Essas atitudes ou maus
costumes são características de uma sociedade que, pela ausência do respeito, do civismo e
da consideração colectiva macula a verdadeira cidadania.

1.4. Os pilares da ética profissional na educação

A educação, em todos os seus sentidos, forma e transforma vidas. A escola tem a


importante e árdua tarefa de orientar os jovens, de guiá-los e ajudá-los a transformar seus
sonhos em realidade, em projectos a serem realizados no decorrer de toda a sua vida, com
serenidade e satisfação. Assim, tanto os educadores, os professores e os pais precisam
entender o que ocorre entre o sentir e o aprender, a emoção e a imaginação, bem como
compreender que é na escola que são construídas as crenças e os valores que definem a
direcção e que norteiam a vida do ser humano. É nesse contexto que é estimulada a
vontade do aluno em descobrir o mundo, voar alto para poder ter uma visão ampla da
realidade, aprofundar o conhecimento e se tornar livre nas próprias escolhas.

A formação do jovem é um direito e um factor estratégico da sua vida para poder ter os
instrumentos essenciais para administrar as mudanças, realizar objectivos e viver na
sociedade de forma autónoma e responsável. O desafio da escola é equilibrar as exigências
de passar conteúdos, com a necessidade de estimular no aluno a capacidade de
compreender e de interpretar a realidade. Nesse contexto, permanecem válidos os quatro
pilares da educação:

 Aprender a conhecer, ter a cultura e o conhecimento de base para poder,


progressivamente, adquirir mais conhecimentos;
 Aprender a fazer e transformar esse conhecimento em competências para a vida
pessoal e profissional;
 Aprender a viver com as outras pessoas, fortalecer o respeito pela diversidade,
cooperação e cidadania;
 Aprender a ser, ou seja, assumir as próprias responsabilidades para construir o
futuro.

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A escola, mesmo nas suas dificuldades, continua sendo o agente educador e social
fundamental da nossa vida. Ela é a ponte entre o património cultural e a construção do
futuro, entre a relação com o passado, nossa história e a experiência actual. Por isso a
escola deve ser um ambiente agradável, atractivo para os jovens.

Por outro lado, a escola não necessariamente conseguirá responder todas as questões
quando se trata de ética (justo), nem deverá se considerar fracassada por não conseguir
atingir tal objectivo. Para isso, tem-se a ajuda dos PCN’s, que oferecem uma referência
entre a ética e a moral, tendo a intenção de salientar o carácter crítico da reflexão, que
permite analisá-los sempre que necessário.
Diz-se, então, que entre a ética (bom) e a moral (justo) não se pode deixar de lado diálogo,
posto ser ele uma prática possível e viável para a solução dos problemas escolares. Será
pelo diálogo que a escola aprenderá, no dia-a-dia, a trabalhar com as diferenças, onde
todos os sujeitos são possuidores de direitos e deveres, sentenciando, quem sabe, o fim das
desigualdades. Ademais, todas as pessoas devem conquistar educação, ética e moral para
uma vida harmónica e feliz. E isso independe da classe social, pertence ao campo
individual da vontade de cada pessoa.
Para concluir, por agora, dizemos que falar de futuro nunca foi simples, porém, quando
falamos em educação, devemos ter como ponto de partida e alicerce a confiança no futuro
e, generosamente, transmitir para as novas gerações a paixão e a força para construir o
amanhã e transformar sonhos em vida plena e feliz.

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iii. Conclusão

Com certeza, os professores comprometidos com a ética, influenciam eticamente seus


educandos, dando sua contribuição na transformação da sociedade. Sabemos que isso se
constata em longo prazo, mas com certeza no tempo presente influenciam a mudança de
pensamento, de atitude, ou seja, a vida de seus educandos. Dessa forma, constrói-se uma
escola compromissada com saberes profundos, onde as experiências são dinamizadas
colectivamente entre cidadãos vindos do seu próprio processo de construção, que assumam
sua postura diante da vida, e que escolham sempre o melhor para sua vida e para a
sociedade. Uma escola capaz de olhar o educando em um todo, acolhê-los, propondo assim
um crescimento e desenvolvimento em todas suas dimensões, permite que se tenha uma
educação com tempero, preocupada com o desenvolvimento completo de crianças e
jovens, provocando, desse modo, uma grande mudança no futuro da sociedade.

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iv. Bibliografia

BOFF. Leonardo. A águia e a galinha: uma metáfora da condição humana. Petrópolis, RJ:
Vozes, 1997.
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal nº 8069, de 13 de julho de
1990.
BRASIL. Ministério da Educação e da Cultura. Secretaria da Educação Básica. Resolução
Nº5, de 17 de dezembro de 2009. Fixa as Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil.
Diário Oficial da União, Brasília, 18 de dezembro de 2009, Seção 1, p.18.
CORTELLA. Mario Sergio. Qual é a tua obra?: inquietações propositivas sobre gestão,
liderança e ética. 9ed. – Petrópolis, RJ, Vozes, 2010.
CURY. Augusto Jorge. Pais brilhantes, professores fascinantes. RJ, Sextante, 2003.
MATTJE. Gilberto Dari. Tosco. Campo Grande: Gráfica e Editora alvora, 2009.

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