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RESENHA DESCRITIVA

DAWKINS, RICHARD. O Gene Egoísta. Tradução de Geraldo Florsheim. Belo


Horizonte: Editora Itatiaia; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1979.
121 p.
Jose Ribamar Gomes Pereira Neto¹
1 DADOS SOBRE O AUTOR
Clinton Richard Dawkins além de biólogo evolucionista e etólogo, é defensor
da Teoria da Evolução de Charles Darwin, um crítico do criacionismo e ateu convicto é
reconhecido como um dos principais nomes do ateísmo no mundo, passou sua
infância no continente africano, no Quênia, onde seu pai trabalhou durante a
Segunda Guerra Mundial. Em 1949, a família retornou à Inglaterra. Ao concluir seus
estudos básico, entrou na Faculdade de Balliol, Universidade de Oxford, onde se
formou em Zoologia em 1962. Conquistou seu mestrado e doutorado em Zoologia
em 1966. E, voltou a Universidade de Oxford em 1970 para dar aulas de Zoologia.
Em 1976, Richard publicou seu primeiro livro “O gene egoísta”, no qual popularizou a
visão de evolução baseada nos genes.

2 DADOS SOBRE A OBRA


Richard Dawkins supõe que a evolução ocorre com os genes, não com as
espécies. Ele acredita que não há gene para o altruísmo (comportamento altruísta
ou bondoso). Considerando que essa é uma visão radical, implicando que nós,
humanos, somos “robôs desajeitados”, programados por nossos genes para
promover sua própria sobrevivência. O livro acabou se destacando não apenas pelo
que defendeu, mas também por ser de fácil compreensão, que o tornou acessível,
no qual em seu "Prefácio à segunda edição" de O gene egoísta , Dawkins diz que
está escrevendo para três tipos de pessoas: o leitor comum (para quem ele evitou a
linguagem técnica), o especialista científico (que pode ver algo em sua história que
eles talvez tenham esquecido em sua maneira mais técnica de ver as coisas) e o
aluno (que pode achar o livro útil para quebrar teorias técnicas em linguagem
cotidiana).O livro não é ficção científica: é Ciência, sendo um ensaio sobre o
comportamento humano. É composto por treze capítulos, tais como: 1. Por que são
as pessoas?; 2. Os replicadores; 3. Espirais imortais; 4. A máquina gênica; 5.
Agressão: estabilidade e a máquina egoísta; 6. Manipulando os genes; 7.
Planejamento familiar; 8. A batalha das gerações; 9. A batalha dos sexos; 10. Você
coça minhas costas, eu montarei sobre as suas; 11. Memes: os novos replicadores;
12. Caras Bonzinhos, Concluem Primeiro; 13. O Longo Alcance do Gene.

3 RESUMO DA OBRA
O capítulo 5 vai tem como tema a agressão, onde temos uma máquina de
sobrevivência que quando agredida ela tende a contra atacar para proteger o futuro
dos seus genes, denotando-se a interferência do autor a uma relação de evolução
decorrente a métodos e meios de proteção para com seu desenvolvimento. As

¹ Estudante do 8º período de Licenciatura em Química pela Universidade Estadual do Maranhão


Centro de Estudos Superiores de Caxias - CESC-UEMA.
máquinas que preservam os seus genes podem utilizar a seleção natural para tirar
vantagens, sejam máquinas da mesma espécie ou de espécie diferente.
   As máquinas de sobrevivência da mesma espécie possuem uma influência
direta na vida das outras. Pois esta máquina constitui potenciais parceiros sexuais e
também por serem da mesma espécie eles buscam preservar os mesmos genes e
apresentam o mesmo padrão de vida, ou seja, eles competem diretamente pela
fêmea e qualquer outro recurso.
   No caso de máquinas de sobrevivência de espécies diferentes a influência
de uma com a outra pode acontecer de várias formas. Elas podem competir por algo
muito escasso, podem ser presas ou predadores, ou podem ser parasitos ou
hospedeiros. Um exemplo que o autor utiliza de uma espécie explorando outra é o
caso das aves que são usadas como agentes transportadores pelas flores, ou até
mesmo por um consumo de uma determinada espécie de fruto levando com que
seus excrementos possam fertilizar o solo, ou até mesmo uma possível germinação
da espécie (planta) por via deste, fazendo entender um processo de mutualismo,
que pode ser viável ou não para determinada espécie, um benefício colaborativo.
   As máquinas de sobrevivência podem em alguns casos influenciar muito
pouco a vida de uma espécie com outra da mesma espécie ou espécie diferente e a
falta total de uma espécie pode influenciar consideravelmente a vida da outra, o livro
cita uma colocação bem denotativa de Konrad Lorenz, que de fato, em seu livro On
Aggression, se enfatiza a natureza contida e cavalheiresca da luta entre os animais.
Para ele o aspecto notável a respeito das lutas animais é que elas são torneios
formais, realizados de acordo com regras como as de boxe ou esgrima, mas a
eliminação de uma determinada espécie não necessariamente trará vantagens para
aquela espécie que o eliminou, mas sim para uma terceira espécie, como exemplo
utilizado no livro: “existem duas espécies B e C e ambas são minhas rivais. Caso se
encontre com a espécie B e com um comportamento egoísta penso em eliminá-la,
mas B também é rival de C”.
Então eliminando determinado grupo estarei beneficiando um indiretamente e
talvez esteja tão cansado da batalha com B que não conseguirei usufruir dos
benefícios da minha vitória, já que poderá não ter essa vantagem ou esse benefício
esperado. Esta eliminação então trará mais benefícios para a espécie C do que para
a espécie vencedora, ou talvez outra divergência traga a ruina dos dois por um
processo de outra sobreposição por vias sentimentais.
   Por fim o autor fala sobre a estratégia evolutivamente estável, onde esta
estratégia consiste em um comportamento pré-programado dado em três tipos no
texto: “Ataque o adversário; ataque se não tiver reação notável; se ele fugir, persiga-
o; se ele contra-atacar, fuja". Para explicar a EEE ele utiliza a estratégia do falcão e
a estratégia do pombo, onde o falcão luta até estar seriamente ferido ou ocorra a
morte do seu oponente e o pombo luta fazendo ameaças sem ferir o adversário, no
livro é possível os seres humanos associarem-se em pactos ou conspirações que
sejam vantajosos para todos, mesmo que não sejam estáveis no sentido da EEE.
Mas isto é possível porque cada indivíduo utiliza sua capacidade de previsão
consciente e é capaz de ver que é de seu próprio interesse a longo prazo obedecer
às regras do pacto.
Mesmo nos pactos humanos há o perigo constante de que os indivíduos
poderão ganhar tanto a curto prazo quebrando o pacto que a tentação de a fazer
será irresistível. Talvez o melhor exemplo disto seja a fixação de preços. É do
interesse a longo prazo de todos os donos de postos de gasolina padronizar o preço
em um valor qualquer artificialmente alto, ou até mesmo investimento com retornos
rápidos, ou longos se tratando de empresas promissoras, sendo assim "fundo" de
genes é o ambiente a longo prazo do gene. Os genes "bons" são selecionados
cegamente como sendo aqueles que sobrevivem no "fundo", entrando a seleção
natural, e o EEE como ferramentas para distinguir o padrão de sobrevivência do
mecanismo que entrará em contexto, sendo ele animal, planta, ou idealizações de
mentalidade desenvolvidas pelo meio que as pertencem.

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