Você está na página 1de 38

Aula 3

EVOLUCIONISMO E
DIREITO ANIMAL

1
6

Prof. Dr. Heron Gordilho


LAMARCK

Os seres vivos modificavam-se ao


longo do tempo de acordo com as
pressões exercidas pelo ambiente e
que estas modificações passavam
para as gerações seguintes, seguindo
2
6

a lei do uso e desuso e a lei dos


caracteres adquiridos.
LAMARCK
Lei do uso e desuso: Não há variação inicial
entre os indivíduos de uma população,
todas as girafas teriam pescoços curtos e o
uso constante do órgão esticando-o para
alcançar a vegetação mais alta, fez com
que o órgão se desenvolvesse mai.
(adaptação das girafas à nova condição
ambiental)
3
6

Lei dos caracteres adquiridos - esta


característica teria sido transmitida aos
descendentes, que a cada geração teriam
um pescoço um pouco maior.
n SÉCULO XIX - CHARLES DARWIN
n 1859 – Origem das espécies

n Princípio da Continuidade Física e


Mental entre os animais
n 1871 – A origem do Homem
4
6 n 1872 - A expressão das emoções
no animal e no homem
DARWIN
Existiriam variações entre as girafas –
alguns animais teriam pescoços mais
longos, outras, mais curtos.
Quando o ambiente se modificou e a
vegetação rasteira ficou mais escassa,
5 somente os indivíduos com pescoços
6

mais longos conseguiriam se alimentar


e sobreviver. Dessa maneira, esta
característica seria selecionada e
transmitida às futuras gerações.
DARWIN

O ambiente não gera as variações,


elas já existem naturalmente nas
populações.
Ou ambiente não promoverá as
6
6
mudanças (como Lamarck dizia) e
sim selecionaria variações mais
adaptadas às condições
apresentadas – seleção natural.
DIVISÃO
Pequenas diferenças, aleatórias e
transmissíveis entre indivíduos da
mesma espécie (anagênese)
determinam diferentes oportunidades
de sobrevivência e reprodução, em que
uns vão ser bem-sucedidos enquanto
7
outros desaparecerão sem deixar
6
descendentes. Esta seleção provoca
mutações na forma, tamanho, força,
mecanismos de defesa, cor, bioquímica
e comportamento dos indivíduos da
próxima geração
ESPECIAÇÃO
Na especiação, as mutações
genéticas ocorrem apenas num
segmento isolado da espécie, que
se adapta às condições locais e
passa a ocupar um novo nicho
8
ecológico, até que ela se torne
irreversivelmente diferente, a ponto
6

de seus membros não poderem


mais se reproduzir com os membros
da antiga espécie.
PRINCÍPIO DA DIVERGÊNCIA

A esses fenômenos de divisão e


especialização permitiu Darwin
explicar tanto a biodiversidade
como a adaptação das espécies
9
6

ao seu meio ambiente


MÉTODO DARWINIANO
Darwin coletou as provas de sua teoria
a partir de quatro disciplinas: (1) da
biogeografia, que estuda a distribuição
geográfica dos seres vivos; (2) da
paleontologia, que investiga as formas
de vida extintas preservadas no
10
registro fóssil; (3) da embriologia, que
6
pesquisa as etapas do
desenvolvimento dos embriões; e (4) a
morfologia, que é a ciência da forma e
configuração anatômicas dos seres
vivos
DIFERENÇA ENTRE HOMENS E
ANIMAIS
O naturalista não pode comparar nem
classificar as faculdades mentais, mas
apenas tentar demonstrar, como eu
tenho feito, que entre as faculdades
mentais do homem e dos animais
inferiores não existe uma diferença
11
6
essencial e específica, mas apenas
uma imensa diferença de grau. Uma
diferença de grau, por maior que seja,
não nos autoriza a colocar o homem
em um reino distinto
CÉREBRO
Nos mamíferos, o cérebro é constituído
de dois hemisférios e uma superfície
interna que contorna a região de
contato entre eles, onde se encontra o
sistema límbico, responsável pelas
emoções primárias e instintivas, como
12
auto-preservação, defesa do território,
6
cuidados com a prole, dor, medo, ira,
fome, sede, prazer sexual etc. Quanto
mais “evoluída” for a espécie, maior o
tamanho do cérebro e menor o sistema
límbico
EVOLUÇÃO DO CÉREBRO
HUMANO
O Homo australopitecus -3,5 milhões de
anos, nosso antepassado mais antigo, já
tinha a postura ereta e um cérebro de 450
Cm3. Homo habilis, o primeiro membro da
espécie humana, 2 milhões de anos -
cérebro de a 900 Cm3 - uso as mãos para
fabricar instrumentos. O Homo erectus,
13
6
norte da África há 1,9 milhão e 50 mil
anos- capacidade craniana de 900 Cm3.O
Homo sapiens - 200 e 500 mil anos,
poderoso cérebro de 1.345 Cm3 - -
fabricação de armas com ossos que
tornavam as caçadas menos arriscadas
HOMO SAPIENS SAPIENS
Homo sapiens sapiens, 35 mil anos -
cérebro de 1.500 centímetros cúbicos,
formado por dois hemisférios e quatro
lobos: o frontal (testa), o parietal
(parte de cima), o occipital (perto da
nuca) e o temporal (perto da orelha),
14
6
com destaque para o córtex do lobo
frontal, responsável pelas atividades
mentais superiores, como a vontade, o
raciocínio, a consciência, o
pensamento etc
CHIMPANZÉS
Possuem uma complexa vida mental
e emocional, além de habilidades
lógicas e matemáticas que lhes
permitem construir representações
mentais de fatos e objetos, utilizar
ferramentas, comunicar-se através
15
6 de linguagens simbólicas, mentir
dissimuladamente, demonstrar
empatia, imitar um comportamento
observado e até mesmo ensiná-lo a
outros
RACIOCÍNIO E INTELIGÊNCIA

O raciocínio é a habilidade de
perceber e responder às
relações, inserindo-se no seu
verdadeiro entendimento.
16 Inteligência é a capacidade do
6

ser de se adaptar através de


experiências e associações às
novas circunstâncias
TIPOS DE RACIOCÍNIO
Relacional - habilidade baseada na
memória que nos permite perceber
e utilizar relações, Deliberativo -
capacidade de introspecção e
autoconsciência, isto é, a
17
capacidade de falar sobre a própria
fala (metalinguagem), uma
6

característica, em princípio,
exclusiva dos seres humanos e de
alguns primatas
LINGUAGEM E REPRESENTAÇÃO
Apenas os grandes primatas são
capazes de elaborar uma
representação interior de sua
própria aparência física e de
reconhecer-se como distintos da
realidade. É justamente essa
18
6 habilidade em dissociar uma coisa
de sua representação que vai
permitir a emergência de uma
função simbólica entre os grandes
símios
WASHOE
Filmadas várias horas de conversas
entre Washoe, Loulis e outros
chimpanzés, apenas 5% do
conteúdo dessas conversas estavam
relacionados a comida, enquanto
19
88% se referiam a temas como
brincadeiras, interação social e
6

confirmações, e 12% sobre


tratadores, reflexões, limpeza e
disciplina.
CONSCIÊNCIA

Conhecimento imediato onde o


sujeito representa mentalmente
a si próprio, pois ao ver a própria
imagem refletida num espelho
20 pela primeira vez, a maioria dos
6

animais reage como se


estivessem diante de um
congênere.
AUTO-CONSCIÊNCIA

Noção que um indivíduo possui


de si próprio como sujeito de
experiências e de outros estados
mentais que ocorrem ao longo do
tempo. Nas experiências do casal
21
6 Allen e Beatrice Gardner,
mostrou um espelho a Washoe e
perguntou: “Quem é?”, e ela
respondeu: “Sou eu, Washoe
KOKO
Em outra experiência, quando Lyn
Miles mostrou a foto de um gorila
apontando para o próprio nariz, o
orangotango Chantek foi capaz de
imitá-lo, e quando Francine
22
Patterson perguntou à gorila Koko:
“Quem é um gorila inteligente?”,
6

ela respondeu “Eu”, e quando


alguém lhe disse: “É uma idiota!”,
ela respondeu: ”Não, gorila
LIBERDADE

capacidade de ser objeto de si


mesmo, pois o espírito que não
se sabe livre vive na posição de
escravo. Várias pesquisas
empíricas comprovam que alguns
23
6 animais possuem sentimentos
morais, tais como altruísmo,
compaixão, empatia, amor,
consciência e senso de justiça.
CULTURA

Para Marx, apenas o homem é


capaz de transformar a própria
atividade vivente em objeto de
24 vontade e consciência, e criar
6

sobre a natureza inorgânica um


novo mundo de objetos.
SÉCULO XIX
MARX – MATERIALISMO DIALÉTICO
Animais construam ninhos, mas só
produzem o que precisam para suas
atividades imediatas.
O homem produz mesmo quando está livre
de necessidades físicas.
O animal produz apenas de acordo com o
padrão de sua espécie
25
6
O homem produz de acordo com os
padrões de todas as espécies, e se duplica
não apenas através da consciência e do
intelecto, mas também na realidade,
criando o seu próprio mundo físico.
CULTURA ANIMAL

Pesquisadores alemães Christophe e Hedgwige


Boesch, chimpanzés do Parque Nacional Tai, Costa
do Marfim, fabricavam 30% dos seus instrumentos
(martelos, pedras e galhos fortes) e utilizavam pelo
menos 19 técnicas para quebrar nozes.
Memorizavam a posição e a dimensão desses
instrumentos para utilizá-los outras vezes, uma
26
capacidade mental de representação do espaço
6 semelhante à de uma criança de 9 anos.
Macacos da ilha de Koshima, Japão, passaram a
lavar as batatas doces antes de comê-las, provando
que são capazes de realizar comportamentos
“protoculturais”.
EVOLUCIONISMO SOCIAL

As sociedades têm início em um


estado primitivo e gradualmente
tornam-se mais civilizadas.
Primitivo tem comportamento
27
animalístico.
6

Civilização é a cultura européia


do século XIX.
JAMES FRAZER
EVOLUCIONISMO SOCIAL
(Cambridge – 1854-1941)

O pensamento humano evolui de


um estágio mágico para outro
28 religioso, e daí para um nível
6

científico.
MALINOWSKI E FRANZ BOAS
Relativismo cultural

Formulação do conceito de
etnocentrismo e a necessidade
de estudar cada cultura
singularmente por seus próprios
termos exercem.
a idéia de uma escala evolutiva
29
6

das sociedades vai sendo


gradualmente abandonada pelos
estudos antropológicos
EVOLUÇÃO MULTILINEAR

Não existe nenhuma evidência


histórica de que as sociedades
passem necessariamente pelas
mesmas fases, da mesma forma que
a evolução natural não segue um
30
6 caminho linear. A diversificação das
espécies, assim como das
sociedades, podem desenvolver-se
em várias direções.
RICHARD DAWKINS

O novo modelo evolutivo tem


como ponto de partida o meme,
que de forma análoga ao gene é
uma unidade cultural replicadora
31 que luta para se disseminar por
6

um maior número possível de


mentes, perpetuando-se assim
entre as gerações futuras.
n EVOLUCIONISMO JURÍDICO
n Perspectiva interna do sistema: a
sociologia deve interferir ativamente no
estudo e na aplicação do Direito.
n Não já ciência jurídica autônoma e o
Direito deve empregar métodos próprios
das ciências sociais.
n Não existe neutralidade e o Direito é
32
6
uma forma de política.
n Os intérpretes e o juizes devem levar em
conta o ponto de vista social.
n INTERPRETAÇÃO HISTÓRICO-
EVOLUTIVA
n Os problemas semânticos se referem as
questões de abiguidade e vaguidade das
normas
n É preciso ver as condições específicas do
tempo em que a norma incide, sem
deconhecer as condições em que ocorreu
33
6 a sua gênese.
n INTERPRETAÇÃO HISTÓRICO-
EVOLUTIVA
n Controle da ambiguidade por
interpretação conotativa: significado da
palavra ou sentença por meio de uma
descrição formulada em outros termos.
Ex: Mulher honesta nas condições
históricas atuais
n Controle da vaguidade por interpretação
34
6
denotativa: decidir se o conjunto de
fatos constitui uma referência que
corresponde à palavra ou sentença. Ex:
Depósito em dinheiro ou garantia
n MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL

n As constituições rígidas podem ser


reformadas, mediante processo
legislativo mais gravoso do que para as
leis comuns ou sofrerem mutações em
seu conteúdo, mediante interpretação
35
mais atual do mesmo texto. No último
6
caso (mutações) mantém-se a
estabilidade dos textos, com alteração
em sua interpretação.
n ATIVISMO JUDICIAL
n 1947 - Arthur Schlesinger Jr. no artigo
The Supreme Court traçou o perfil dos
nove juízes da Suprema Corte,
separando-os entre os juízes “ativistas”
36 e os juízes adeptos à “autocontenção”.
6
n EVOLUCIONISMO JURÍDICO – EUA
n Igual proteção

n 1857 – Dred Scott vs Sandford


n Nega a escravo condição de cidadão
n 1896 – Plessy vs Ferguson
n Iguais, porém separados
37
6
n 1954 – Brown vs Board of Education
n Inconstitucionalidade da segregação de
estudantes negros nas escolas públicas
n EVOLUCIONISMO JURÍDICO – EUA
n Devido processo penal substantivo
n Direito à privacidade

n 1965 Griswold v. Connecticut


(Preservativo)

n 1973 Roe v. Wade (Aborto)

38
6
n 2003 Lawrence v. Texas (Relação
homossexual)

Você também pode gostar