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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES


DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
Disciplina: Cartografia geral
Prof. Sílvio Braz de Sousa
Aluno: Nílton César Caxias

SOUZA, Sílvio Braz.(2021). “Cartografia aplicada ao ensino da geográfia”. In: Cartografia –


Origem, Natureza, Princípios teóricos, Evolução e estado da arte.

O autor inicia o texto referenciando e mostrando o quão era a importância das expressões gráficas
do espaço existentes desde a pré-história, se constituindo um método mais antigo até mesmo que a
escrita segundo outros autores (GURGEL, 2017; CASTRO, 2012; RAISZ,1969), e a importância do
mapa como prática de organização de um mundo a qual eram integrados os homens.
Dentro disso, o autor, com base em Jacob (1992) aponta o mapa como conhecimento adquirido
tanto em processo como projeção algo elaborado em mente e colocado a vistas sobre um plano.

A título de conceituação geral dos produtos cartográficos, podemos citar Taylor (2005) com
um conceito de cartografia que já aborda suas múltiplas dimensões e seus diversos
formatos: “cartografia é a organização, apresentação, análise e comunicação da
espacialidade georreferenciada sobre amplo leque de temas de interesse e uso para a
sociedade em formato interativo, dinâmico, multimídia, multissensorial e multidisciplinar”
(TAYLOR, 2005, p. 406).

Destaca-se a cartografia como histórica no âmbito sociocultural e em sua essência a vontade


humana de explorar os espaços em que os povos habitavam. O autor também detalha do ponto de
vista histórico e em sua visão a divisão da cartografia em cinco eixos com especifidade para cada
eixo com suas formas de representação do espaço vivido desde o paleolítico, onde se utilizavam
graveto, conchas e técnicas rudimentares, passando pela cartografia influenciada por Ptolomeu na
Grécia antiga, a cartografia na perspectiva cristã, a cartografia eurocêntrica influenciada por
Mercator, até a cartografia atual representada pelas inovações tecnológicas, assim como o destaque
ao citar as primeiras representações realizadas através de recursos naturais tais como: pecíolos de
folhas de palmeiras, conchas e fibras para criar suas representações.
Ainda seguindo os argumentos de representações históricas que beneficiaram a cartografia atual o
texto destaca um evento histórico para a cartografia em geral, as representações do espaço vivido
pelos babilônios e expressado em um tablete de argila como a “primeira evidência sobre nossa
capacidade de descrevermos, de forma consistente e espacialmente coerente, o mundo à nossa
volta”. Destaca-se que mesmo com a contribuição do povo babilônico o desenvolvimento da
cartografia são atribuídas aos Gregos já na antiguidade.

pois a ela se devem os conhecimentos básicos aplicados atualmente nessa arte, entre os
quais estão a concepção a concepção da esfericidade da Terra, as noções de polos, círculos
máximos do planeta, altitude e longitude, e o desenvolvimento das primeiras projeções
(GURGEL, 2017, p. 28)

No qual o autor destaca no texto a importante escola de Mileto, a qual foi umas das grandes
contribuintes para a cartografia com a criação de mapas, análise do cosmo e do clima, cita a
construção de mapas por Anaximandro e Hecateu, o segundo com base no mapa de Anaximandro
formula o mapa do mundo com mais precisão de detalhes, e ainda cita o primeiro de Anaximandro
ao utilizar uma das primeiras ferramentas das cartografia, o gnômon, o qual foi usado inclusive para
o estudo e concepção da noção de latitude.
O autor também aborda a passagem temporal da visão geocêntrica onde se tinha o respaldo de
Aristóteles e Ptolomeu, para a do heliocentrismo de Copérnico, séculos depois, outra citação
importante é a medida de circunferência do planeta, realizado por Erastóstenes no século II a.C.
É notório no decorrer do texto a importante contribuição de Cláudio Ptolomeu (90 d. C – 168 d. C)
para cartografia através de seus conhecimentos geográficos e suas projeções de mapas, além de
deixar como herança um grande acervo de trabalhos para auxiliar na construção de mapas e
coordenadas geográficas, entre outros.
O texto aborda também alguns períodos importantes, tanto para o bem, como para o mal da
cartografia, como o período medieval (300-1400) onde ocorreu um retrocesso da cartografia com a
perda de orientações naturalista e o rigor matemático, com ênfase ao mapa medieval Orbis Terrarum
que destacava jerusalém como centro do mundo.
O autor finaliza o texto citando o trabalho de Gerardus Mercator (1512 – 1594), o qual é
considerado um marco para cartografia moderna, devido suas técnicas e criações.
Diante da compreensão do texto, ressalta-se a construção da forma de descrevermos o espaço onde
vivemos desde a Pré-história, sendo citada por alguns autores como a forma mais antiga de
linguagem, o texto faz uma abordagem ampla do processo de construção da cartografia, de suas
ferramentas e de seus idealizadores, detalhando os povos antigos e suas técnicas para descrever o
mundo onde viviam, mesmo que se colocando como o centro de um mundo, mas que mesmo assim
foram a base para o desenvolvimento da cartografia. Vale destacar também a importância da Grécia
nesse processo, mesmo que na minha opinião deve-se muito a capacidade dos pensadores de
promover tal ciência devido à existência de tal cultura exercida pelos povos antigos que
conseguiram criar tal forma de pensamento. Outro ponto importante, este mais danoso a cartografia
é as visões cristãs que ao longo do tempo foram prejudicial ao processo de criações de mapas, mas
que felizmente não interrompeu grandes pensadores e cartógrafos de trazer para a atual situação da
cartografia moderna.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
Disciplina: Cartografia geral
Prof. Sílvio Braz de Sousa
Aluno: Nílton César Caxias

OLIVEIRA, Ivanilton José. “A linguagem dos mapas”. In: Utilizando a cartografia para
comunicar. Revista UNICIENCIA. Goiás.2004

Ao iniciar o texto, o autor destaca a importância como arte, ciência e como a técnica de produção
de mapas define a cartografia em geral, e a preocupação com as técnicas empregadas, mas
ressalta também o importante destaque entre sociedades antigas no uso dos mapas como forma de
descrever seu espaço de vivência, ou seja, uma forma de se comunicar.
O autor também descreve as técnicas empregadas para confecção de mapas bases com suas
especificidades, e a importância de um profissional especializado para realizá-lo, ao mesmo tempo
que usufruindo de tal mapa pode-se direcionar a outra técnica como o mapa temático, e que não se
restringe somente tal processo ao geógrafo ou cartógrafo, fazendo uma abordagem das técnicas
utilizadas e a importância de tópicos como: títulos, dos referenciais, de orientação e localização,
da escala e em especial a legenda “Alma do mapa”. Desta maneira podemos compreender e
elaborar corretamente a cartografia como forma de comunicação.
Dentro disso, o autor, com base em Bertin (1967) seguido por Teixeira (1986) e Martinelli (1991),
mostra como os mapas temáticos têm como objetivo estabelecer diversidade, ordem e
proporcionalidade, que são fundamentais para representação gráfica monossêmica.

Para Bertin (1967) e os demais autores citados, as relações entre objetos/fenômenos


podem ser expressas em uma das seguintes naturezas: a) relações quantitativas, quando os
dados são numéricos e nos permitem estabelecer proporção entre os objetos/fenômenos; b)
relações de ordem, quando os dados não permitem estabelecer proporção, mas apresentam
uma hierarquia visível entre os objetos/fenômenos; e c) relações seletivas, quando os dados
não nos permitem estabelecer relações de ordem ou de proporção. Portanto, os
objetos/fenômenos são apenas diferentes (ou semelhantes) entre si.

Ao decorrer do texto uma abordagem marcante é sobre os signos em uma forma universal para a
cartografia, para de forma única descrever tal objeto ou fenômeno, de modo que a leitura seja
realizada facilmente pelos leitores, a discussão segundo Bertin (1967), Teixeira (1986) e Martinelli
(1991) ainda percorre a dizer que “Mais importante do que escolher signos com caráter definitivo
para representar determinados objetos/fenômenos, é preciso, isto sim, transcrever corretamente a
natureza das relações que se estabelecem entre tais objetos/fenômenos”. Ainda nesse contexto é
apresentado algumas variáveis usadas para descrever objetos/fenômenos, há duas variáveis de
localização no plano (X e Y), duas variáveis formadoras da imagem (Tamanho e Valor) e outras
cinco variáveis de separação (Grão ou Granulação, Cor, Orientação e Forma).
Outro fato importante e de grande interesse para a criação de mapas, são as cores, por exemplo
um leitor poderá ter sua compreensão alterada na seletividade visual caso uma cor transmite-se
uma sensação de hierarquia, dando-lhe mais importância sobre outra seleção, já a variável ordem
permite o uso de tal alteração, diferente e que leva muita atenção na produção de mapas, a
variável forma embora possa expressar a seletividade/diversidade deve-se fazer o aumento dos
signos.
O autor enfatiza o título como “portal de entrada” de um mapa devido sua grande importância
para o leitor, pois é o título que mostrará com clareza e objetividade o tema representado para tal
leitura, e destaca também o uso do título para informar o recorte espacial, o recorte temporal e
sua disposição no mapa. Outro ponto abordado é a dos referenciais de orientação, sua história
cultural na produção dos mapas pela soberania europeia, passando pelos Árabes na idade média,
até chegar na lógica natural como o uso do norte para orientação através de uma rosa dos ventos,
importante para nos localizarmos em mapas muitos restritos em informações. A escala traz a
representação no mapa de um espaço real, ou seja, mostra ao leitor quantas vezes de forma
numérica ou gráfica teve que ser reduzida para tal representação e é muito importante também
pois serve como filtro do que será traçado no mapa.
O autor aborda temas gerais para a constituição da cartografia, as técnicas para a produção de
mapas e as importâncias de tópicos para a boa compreensão dos leitores. A didática, os
argumentos e as citações de diferentes autores tem uma influência significativa no aprendizado a
quem ainda se familiariza com o estudo da cartografia, define como a linguagem dos mapas foram
se formalizando com o passar do tempo através de técnicas aperfeiçoadas para se tornar uma
forma de comunicação. Vale destacar como o autor destaca os processos necessários para
construção de mapas temáticos, o encaixe das variáveis que constituem o mesmo, e o cuidado com
o uso de técnicas que podem levar os leitores a uma compreensão errônea se não forem bem
elaboradas, mesmo que por um geógrafo, cartógrafo ou outro profissional.

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