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O PROCESSO INCLUSIVO DE DESENVOLVIMENTO DO ALUNO

COM DEFICIÊNCIA NA ESCOLA REGULAR

Amanda de Cássia Araújo de Souza


Universidade Estadual do Ceará- UECE-FECLI
E-mail: amanda.souza@aluno.uece.br

RESUMO: O seguinte trabalho trará um pouco da história da educação inclusiva e em


seguida abordará atividades que podem ser realizadas para crianças com encefalopatia
congênita e como serem aplicadas com a turma de forma que todos participem e para que
assim aconteça a verdadeira inclusão. Assim, objetivo é compreender a atual importância da
inclusão dos alunos especiais no ensino regular como uma das formas de possibilitar aos
mesmos o direito a igualdade, a justiça e a uma educação com qualidade, demonstrando
diretamente a importância do papel da escola e do professor no processo de construção da
inclusão e destacando o contexto histórico do surgimento do aluno com necessidades
especiais. A problemática é perceber a valorização do trabalho inclusivo promoção de
aprendizado coletivo no ambiente escolar. A metodologia caracteriza-se pela abordagem e
bibliográfica, com ênfase no processo de inclusão. Os dados obtidos referem-se as ações
realizadas no decorrer da bolsa de inclusão em Iguatu-Ce. Conclui-se que a Educação
Inclusiva é uma área que se requer muita atenção não somente da família e da escola, mas da
sociedade como um todo viabilizando esse processo para que cada indivíduo tenha a mesma
oportunidade.

Palavras-chave: Educação. Inclusão. Família.

1 INTRODUÇÃO
A educação, como uma prática social, dentro de um contexto socioeconômico
político, não é uma atividade neutra. Conforme SOARES & CARVALHO (2012),
Deficiência é considerada pela Organização Mundial de Saúde uma disfunção no organismo
vindo a trazer algumas perdas nos casos de problemas fisiológicos ou ainda alterações no
sistema psicológico do indivíduo. Mas a mesma garante que não necessariamente ter uma
deficiência implica em ter uma incapacidade. Em nosso país o MEC denota como pessoas
com necessidades especiais indivíduos com surdez ou insuficiência auditiva, cegueira ou
baixa visão, Deficiência motora, Transtorno Globais do desenvolvimento e deficiência
intelectual.
No Brasil o ensino de pessoas com deficiência começou com a educação de
deficientes visuais e auditivos, com o Instituto dos meninos cegos, atualmente Instituto
Benjamin Constant (IBC) e o Instituto dos Surdos mudos, agora Instituto Nacional da
Educação dos Surdos (INES). Os dois durante o Império no Rio de Janeiro (CUNHA, 2016).
Devido a influências europeias tais ambientes focava mais a Medicina que métodos
pedagógicos, pois seu objetivo era a reabilitação, por meio de terapias e outros
procedimentos, que muitas vezes não eram nem um pouco inclusivo. Tais métodos buscavam
moldar o aluno a sua estrutura em ambientes de segregação.
Posteriormente no século no século XX criou-se o Instituto Pestalozzi onde o seu foco
era a deficiência mental, e em 1954 a APAE (Associação de Pais amigos e Excepcionais).
Em 1973 o Centro Nacional de Educação Especial (CENESP), que tinha o objetivo de
administrar a Educação Especial no país. Porém ainda não havia um regime geral para a
educação inclusiva.
Em 1988 houve algumas mudanças na Constituição Brasileira que garantiam a
educação a todos, começando a haver um lento processo de integração, pois de início esses
alunos não estudavam junto dos demais educandos ditos como “normais”. Com a Resolução
de 2001 foi dito que todas os alunos com deficiência fossem matriculados nas escolas e que
cada instituição deve se adaptar ao aluno com necessidade e não o contrário.
Uma política bastante importante criada para a inclusão é o AEE (Atendimento
Educacional Especializado), uma sala com profissional qualificado e materiais didáticos
recursos de acordo com sua necessidade, não substituindo, mas
complementando/suplementando a formação do educando. O aluno vai no horário oposto à
sua aula para que aconteça adaptação de atividades e outras intervenções para o processo de
inclusão do aluno.
Como objetivo esse trabalho busca enfatizar a inclusão por meio de atividades lúdicas
a serem realizadas com a turma inteira de forma que todos participem para que assim
aconteça a verdadeira inclusão. Dessa forma o aluno com deficiência se sentirá mais a
vontade por realizar o mesmo que os demais.

2 METODOLOGIA
Para os procedimentos de coleta dos dados utilizou-se a pesquisa bibliográfica, a qual
de acordo com Marconi (2001) tem por objetivo pôr o pesquisador diretamente em contato
com tudo o que foi escrito sobre um assunto determinado, permitindo desse modo que o
pesquisador tenha uma ajuda paralela no exame de suas observações.
Gil (1999) por sua vez discorre que a pesquisa bibliográfica se serve de material
secundário, ou seja, é realizada através de levantamento de bibliografia já publicada, em
forma de livros, publicações avulsas, revistas, imprensa escrita, cujo objetivo é fazer com que
o pesquisador entre em contato direto com aquilo que foi escrito acerca de determinado
assunto.
Como estratégias metodológicas as atividades podem ser realizadas com crianças de
três a cinco anos com encefalopatia congênita para estimulação sensorial da coordenação
motora fina e grossa. Estas e outras diversas atividades, podem ser planejadas e aplicadas em
sala ou no recreio para trabalhar a coordenação motora e estimulação da criança com
encefalopatia congênita. Sempre tendo em mente a turma como um todo, mas procurar
atividades que realmente inclua a todos. Atividades lúdicas que proporcionem momentos
divertidos e ao mesmo tempo aprendizagem são uma ótima maneiras de trabalhar inclusão
em sala de aula.

3 ANÁLISE E DISCUSSÃO
No desenvolvimento dessas atividades busca-se incluir o aluno com deficiência e
trazer em sua aplicação apoio para ajudar no seu desenvolvimento, mas com a turma inteira
assim o aluno se sentirá à vontade e toda a turma terá proveito e participará tornando a
atividade mais produtivo pois incluirá a todos. Ressalta-se inicialmente que para realizar esse
tipo trabalho deve haver pesquisa e empenho não apenas do docente ou monitor auxiliar, mas
de todo o corpo escolar, só assim o aluno poderá se sentir igual aos demais.
Corroborando com a proposta apresentada, MALUF (2014) afirma que as atividades
lúdicas promovem prazer e interação, no entanto o principal é como essas são ministradas e
seus objetivos pedagógicos. Dessa forma busca-se no desenvolvimento de cada uma dessas
atividades citadas a possibilidade de viabilizar um momento agradável e inclusivo, possível
trabalhar conteúdos para melhor aquisição de conhecimentos como de motricidade.
Em suma pode-se chegar à seguinte conclusão é possível acontecer a verdadeira
inclusão na escola e no geral, desde que haja o verdadeiro interesse docente. Por meio de
formação e sensibilidade o professor pode ter treinamento para executar atividades a fim que
todos participem, nunca planejando atividades que isolem aquele aluno gerando
constrangimento para o mesmo.
Tabela 1. Atividades inclusivas.
Atividade 01: Esta atividade pode ser realizada fora da sala de aula, uma vez por semana
com duração de 15 a 20 minutos e objetiva trabalhar a coordenação motora do educando por
meio de brincadeiras com a bola, jogando-a e chutando-a, como também observar a
lateralidade do pé, bem como o equilíbrio do educando.
Atividade 02: Nesta atividade objetiva-se trabalhar a coordenação motora, noções de
localização (em cima e embaixo) e lateralidade, atendendo assim as necessidades não apenas
do aluno com deficiência, mas de toda a turma.
Atividade 03: Brincando com o Dado: Nesta atividade objetiva-se trabalhar a contagem
mecânica de um a cinco, verificando-se a aprendizagem das crianças em conteúdos
estudados na disciplina de Matemática, utilizando nesta atividade um dado grande,
confeccionado com cartolina e EVA e algumas tampas de garrafas pet.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sem formação adequada para os professores e recursos não é possível haver inclusão,
desse modo desde a graduação o docente deve preparar-se para trabalhar com Educação
Inclusiva e continuar a fazer formações continuadas sobre esse ramo para quando chegar a
sala de aula poder acompanhar o aluno com necessidade especial. A família também possui
papel importante para que aconteça inclusão, pois para o indivíduo ser aceito na sociedade é
preciso ser aceito em casa com sua família.
O professor precisa acreditar no aluno, que ele é capaz de executar as atividades e
aprender, mesmo que seja de maneira diferente, mas surge outra questão o professor também
deve ensinar de forma diferente quando necessário, adaptando as atividades para que toda a
turma possa acompanhar, atividades que possam ser aplicadas com todos. Deve-se haver
cotidianamente formações sobre a prática inclusiva para professores, gestores e outros
funcionários da escola, pois a inclusão deve iniciar na entrada da instituição.

REFERÊNCIAS

CUNHA, Eugênio. Autismo na escola: um jeito diferente de aprender, um jeito diferente de


ensinar- ideias e práticas pedagógicas -4 ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2016.

CUNHA, Antonio Eugênio. Práticas Pedagógicas para Inclusão e diversidade/Eugênio


Cunha-6.ed.-Rio de Janeiro:Wak Editora, 2016.

MALUF, Angela Cristina Munhoz. Atividades Lúdicas na Educação Infantil: conceitos,


orientações e práticas/ Maluf.4. ed.-Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

SOARES, Maria Aparecida Leite. O Professor e o aluno com deficiência/ Maria Aparecida
Leite Soares, Maria de Fátima Carvalho-São Paulo: Cortez, 2012.

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