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ÁLCOOL E A

SAÚDE DOS
BRASILEIROS
PANORAMA 2020

1
1
CISA – Centro de Informações
Sobre Saúde e Álcool
PRESIDENTE EXECUTIVO Álcool e direção:
Arthur Guerra Lúcio Garcia de Oliveira
Álcool ilegal:
COORDENADORA Sergio Almeida
Erica Rosanna Siu Impacto econômico do uso nocivo de álcool:
Paula Becker, Denise Razzouk
COLABORADORES Populações vulneráveis:
Ana Cristina Braz Cristiana Ornellas Renner, Matheus Cheibub
Andréa Pinto Ferreira David Marin 
Kae Leopoldo
Karina Daniela Mosmann PROCESSAMENTO DE DADOS
Mariana Zanata Thibes FICHA CATALOGRÁFICA
A. K. Nahas - Consultoria Estatística | Andressa
Nathalia Klein Kutschenko Nahas
Philippe Albert Dalle Molle Benhayon
Tânia Oda ARTE
Samir Romano Saker Mapelli | Projeto gráfico
CONVIDADOS Fotossíntese Desenho e Projeto | Infografia
Panorama científico: Zozi Design | Diagramação
Wang Yuan Pang, Ana Paula Ferreira Maia,
Alexandre Canon
CENTRO DE Boronat
INFORMAÇÕES SOBRE SAÚDE E ÁLCOOL REVISÃO
- CISA DE TEXTO
Potira Cunha
ANDRADE, Arthur Guerra de (org.).Álcool e a Saúde dos Brasileiros: Panorama 2020. 1. ed. São
Paulo: Centro de Informações sobre Saúde e Álcool- CISA, 2020.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Tuxped Serviços Editoriais (São Paulo
-SP)
Bibliotecário Pedro Anizio Gomes CRB
-8/8846

A553a Andrade, Arthur Guerra de (org.)

Álcool e a Saúde dos Brasileiros: Panorama 2020 /


Organizador: Arthur Guerra de Andrade. – 1. ed. – São Paulo:
Centro de Informações sobre Saúde e Álcool- CISA, 2020.
152 p.; il.; gráfs.; tabs.; fotografias.

ISBN 978-65-990384-0-2

1. Álcool. 2. Alcoolismo. 3. Brasil. 4. Padrões de Consumo.


5. Saúde. I. Título. II. Assunto. III.Andrade, Arthur Guerra de.

CDD 362.109:616.861

CDU 362.2928(081)

ÍNDICE PARA CATÁLOGO SISTEMÁTICO


1. Problemas Sociais; Saúde; Alcoolismo.
2. Alcoólatras: recuperação; problemas sociais (Brasil).

ANDRADE, Arthur Guerra de (org.).Álcool e a Saúde dos Brasileiros: Panorama 2020. 1. ed. São
Copyright© 2020.
Paulo: Centro de Informações sobre Saúde e Álcool
- CISA, 2020.
3
Sobre o CISA
O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool CONSELHO DELIBERATIVO
(CISA) é uma das principais referências no Brasil Victório Carlos De Marchi
sobre o tema e, ao longo dos 16 anos de ativida-
Nelcina Conceição de Oliveira Tropardi
des, tem contribuído para a ampliação do debate
Rogerio Fernando Taffarello
sobre a relação álcool-saúde e para a conscien-
Emerson Kapaz
tização e prevenção do uso nocivo de bebidas
alcoólicas. Idealizada pelo psiquiatra e especialis- André Franco Montoro
ta em dependência química Dr. Arthur Guerra, e Aloísio Lacerda Medeiros
qualificada como Organização da Sociedade Civil Roberto Pinto Ferreira Mameri Abdenur
de Interesse Público (OSCIP), a instituição dedica- Marina de Oliveira Ferreira
-se ao avanço do conhecimento na área, atuan- Disraelli Galvão dos Guimarães Alves.
do na divulgação de pesquisas e dados científicos Martino Martinelli Filho
com linguagem acessível, elaboração de materiais
educativos e desenvolvimento de projetos. CONSELHO CIENTÍFICO
Julia Maria D’Andrea Greve
Wilson Roberto Catapani
MISSÃO Clystenes Odyr Soares Silva
Contribuir para a redução do uso nocivo de álcool
Jorge Paulete Vanrell
por meio de informações científicas de qualidade.
Wang Yuan Pang
Lúcio Garcia de Oliveira
Conceição Aparecida de Mattos Segre
VISÃO
Ser reconhecido pela excelência na produção e di- CONSELHO FISCAL
vulgação de conhecimento, atuando na prevenção José Fiorita
e diminuição do uso nocivo de álcool. Silvio José Morais
Daniela Rodrigues Lopes

VALORES
Rigor ético, transparência e comprometimento
com o avanço do conhecimento nessa área.

Acesse nossos canais e junte-se ao CISA na mis-


são de reduzir o uso nocivo de álcool:

www.cisa.org.br

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Carta do Presidente
É com satisfação que apresentamos a segunda tégia Global para Reduzir o Uso Nocivo de Álcool
publicação da série “Álcool e a Saúde dos Bra- completa 10 anos, apresentamos os progressos
sileiros - Panorama 2020”, visando consolidar o alcançados e os obstáculos que ainda temos em
trabalho de síntese e atualização dos dados na- relação a essa importante questão de saúde públi-
cionais sobre esse tema no Brasil. Pretendemos ca. O Brasil apresentou resultados parciais positivos
lançar materiais como esse periodicamente, com nesta direção, com redução de 11% no consumo de
constante aprimoramento e atenção para os as- álcool per capita no país em seis anos — passou de
suntos pertinentes da área. 8,8 litros (L), em 2010, para 7,8 L, em 2016 (OMS,
2018). Entre 2010 e 2018, houve também redução
Nesta nova publicação, além dos dados mais re- na taxa de internações atribuíveis álcool por 100 mil
centes sobre consumo de álcool no Brasil e no habitantes, de 172,9 para 168,2. A proporção de
mundo, e suas consequências para a saúde, você óbitos atribuíveis ao álcool em relação ao total de
encontrará novidades importantes, como um ma- óbitos foi de 5,8% em 2010 para 5,4% em 2017,
peamento da produção científica brasileira sobre o de acordo com análise de dados do Datasus.
tema de 1990 até 2018. Ele reforça a necessidade
de estudos de qualidade sobre programas de pre- Apesar dos dados indicarem resultados positivos,
venção e tratamento de transtornos relacionados há previsões de que o consumo de álcool aumente
ao álcool, bem como sobre os reflexos das políticas no Brasil e no mundo, um alerta para o desenvol-
públicas adotadas nesse âmbito. Ainda no rol das vimento de medidas de prevenção alinhadas com
novidades, há uma referência temporal da produ- as metas da OMS. Questões que precisam ser en-
ção de políticas públicas relacionadas ao uso de frentadas são: o aumento do consumo abusivo por
álcool, além de análises de temas-chave: consumo jovens mulheres (aumentou de 14,9% para 18%
de bebidas alcoólicas por populações vulneráveis, entre 2010 e 2018), o álcool ilegal (estimado em
álcool ilegal, impactos na economia e a condução 15,5% do total consumido no Brasil, com graves
de veículos sob os efeitos dessa substância. consequências à saúde), e a condução de veículo
motorizado sob os efeitos da substância (aciden-
O conteúdo apresentado baseia-se em referências tes de trânsito são uma das três principais causas
técnicas e dados oficiais, como a PeNSE (Pesquisa de óbitos atribuíveis ao álcool em todo o período
Nacional de Saúde do Escolar, elaborada pelo IBGE) analisado).
e Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção
para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, do Em conjunto, esses dados mostram que impor-
Ministério da Saúde), entre outras. Reúne, também, tantes progressos foram feitos, mas que ainda é
dados de fontes internacionais, como os relatórios necessário muito empenho para reduzir as con-
da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Or- sequências negativas do uso nocivo de álcool. É
ganização Pan-Americana de Saúde (OPAS), além alinhado a esse objetivo que o Panorama busca
de publicações científicas sobre o tema, divulga- oferecer ampla e diversificada gama de informa-
das no Brasil e no exterior. Nesta publicação, hou- ções para embasar e fortalecer a conscientização
ve refinamento da metodologia no processamento e a prevenção, bem como chamar a atenção para
dos dados do Vigitel e do Datasus, realizado com a necessidade do envolvimento ativo e coordena-
o apoio da consultoria estatística AKN, a quem ex- do de legisladores, sociedade civil, setor privado
pressamos nossos agradecimentos. e instituições de saúde e pesquisa.

O Panorama é um dos reflexos do trabalho do CISA Boa leitura,


de alinhamento à meta da OMS para a redução
de 10% no consumo nocivo de bebidas alcoólicas, Arthur Guerra
até 2025. No ano em que a publicação da Estra- PRESIDENTE EXECUTIVO DO CISA
Siglas
AIH – Autorizações de OMS – Organização Mundial
Internação Hospitalar da Saúde

BPE – Beber Pesado Episódico ONU – Organização das


(em inglês: Heavy Episodic Drinking, Nações Unidas
Binge Drinking)
OPAS – Organização Pan-Americana
CAPS-AD – Centro de Atenção de Saúde
Psicossocial Álcool e Drogas
PAA – Doenças e condições
CAS – Concentração de Álcool de saúde que são parcialmente
no Sangue (em inglês: Blood atribuíveis ao álcool
Alcohol Concentration)
PAA + TAA – Soma das ocorrências
CID – Classificação Estatística parcial ou totalmente atribuíveis
Internacional de Doenças e ao álcool
Problemas Relacionados à Saúde
PeNSE – Pesquisa Nacional
Datasus – Departamento de de Saúde do Escolar
Informática do Sistema Único de Saúde
SIHSUS – Sistema de Informações
DCNT – Doenças Crônicas Hospitalares do Sistema
Não-Transmissíveis Único de Saúde

FAA – Fração Atribuível ao SIM – Sistema de Informações


Álcool (em inglês: Alcohol de Mortalidade
Attributable Fraction)
SNC – Sistema Nervoso Central
GBD – Global Burden of Disease
TAA – Doenças e condições de
IBGE – Instituto Brasileiro de saúde que são totalmente
Geografia e Estatística atribuíveis ao álcool

MS – Ministério da Saúde Vigitel – Vigilância de Fatores de


Risco e Proteção para Doenças
NIAAA – Sigla em inglês de Crônicas por Inquérito Telefônico
Instituto Nacional sobre Abuso
de Álcool e Alcoolismo
Sumário
1. Sumário Executivo................................................................................................................... 08

2. Metodologia.............................................................................................................................. 14

3. 10 anos da Estratégia global para redução do uso nocivo de álcool:


avanços e desafios.............................................................................................................................. 18
3.1 A Estratégia global...................................................................................................... 19
3.2 Á
 lcool e saúde............................................................................................................... 22
3.2.1 Efeitos no organismo..................................................................................... 23
3.2.2 Padrões de consumo...................................................................................... 25
3.2.3 Consequências para a saúde...................................................................... 26
3.2.4 Dependência do álcool.................................................................................. 29
3.2.5 Onde buscar ajuda.......................................................................................... 30
3.3 Avanços e desafios..................................................................................................... 35

4. Consumo do álcool............................................................................................................ 36
4.1 Níveis de consumo....................................................................................................... 37
4.2 Padrões de consumo.................................................................................................. 38
4.2.1 Tipos de bebidas mais consumidas.......................................................... 38
4.2.2 Beber Pesado Episódio (BPE) ou consumo abusivo.......................... 38
4.3 Álcool ilegal.................................................................................................................... 44
4.4 Tendências em populações vulneráveis............................................................... 47
4.4.1 Jovens.................................................................................................................. 47
4.4.2 Mulheres............................................................................................................. 53
4.4.3 Idosos................................................................................................................... 54

5. Consequências à saúde e à sociedade....................................................................... 58
5.1 Bebida e direção........................................................................................................... 59
5.2 Internações atribuíveis ao álcool............................................................................. 70
5.2.1. Internações: visão geral e atribuível ao álcool....................................... 70
5.2.2. Principais agravos à saúde relacionados às internações.................. 75
5.2.3. Custos de internações totalmente atribuíveis ao álcool.................... 76
5.3. Óbitos atribuíveis ao álcool....................................................................................... 78
5.3.1. Óbitos: visão geral e atribuível ao álcool................................................. 78
5.3.2. Principais agravos à saúde relacionados aos óbitos .......................... 80
5.4 Impacto econômico...................................................................................................... 83

6. Políticas públicas no Brasil............................................................................................ 88

7. Panorama científico......................................................................................................... 92

8. Perfis: Brasil, regiões administrativas, unidades da Federação e capitais....... 106

9. Referências Bibliográficas............................................................................................. 140

10. Anexo.................................................................................................................................. 146

11. Biografias............................................................................................................................ 148


1. Sumário executivo

Capítulo 2
METODOLOGIA
Em uma metodologia aprimorada,
PANORAMA 2020

dados de internação e óbitos,


disponibilizados pelo Datasus, foram
analisados de acordo com os dados
de Fração Atribuível ao Álcool (FAA)
ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS

indicados pelo relatório mais recente


da OMS sobre saúde e álcool (OMS,
2018a). Essas novas FAAs com os
diagnósticos correspondentes permitem
análise mais precisa das consequências
e dos custos do álcool no Brasil,
em especial para agravos que são
parcialmente atribuíveis ao álcool.

O Panorama 2020, em sua segunda


edição, visa consolidar o trabalho de
síntese e atualização dos dados nacionais
sobre o uso do álcool por brasileiros e seu
impacto na saúde. Além disso, ele traz
algumas novidades, como o mapeamento
Capítulo 3
da produção científica brasileira sobre o
assunto (de 1990 a 2018), uma linha do
10 ANOS
tempo das políticas públicas relacionadas e 10 ANOS DA ESTRATÉGIA
análises resumidas de temas-chave, como
GLOBAL PARA REDUÇÃO
os impactos do álcool para a economia e
para populações vulneráveis, a utilização
DO USO NOCIVO DE
da substância concomitante à condução ÁLCOOL: AVANÇOS
de veículos e seu mercado ilegal. E DESAFIOS

8
SUMÁRIO EXECUTIVO | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

• Lançada pela OMS em 2010, com o objetivo


de auxiliar a formulação, o monitoramento e a
avaliação de políticas de saúde nessa área.
3.2.3
• Em 10 anos, houve evolução importante, Consequências
mas ainda há dificuldades para atingir do uso nocivo
a meta de reduzir em 10% o uso de álcool
nocivo de álcool global até 2025.
para a saúde
• Áreas prioritárias: prevenção do início
do consumo de álcool por crianças e CURTO PRAZO:
adolescentes; ações para reduzir o nível ressaca, blecaute alcoólico,
de consumo daqueles que já bebem; envolvimento em situações de
medidas para proteger aqueles que violência e acidentes de trânsito.
não bebem; e apoio a comportamentos
abstêmios (OMS, 2019). LONGO PRAZO: dependência,
cirrose hepática, déficit cognitivo e
alguns tipos de câncer, entre outros.

3.2 ÁLCOOL E SAÚDE

Fatores que influenciam o consumo


e danos associados ao álcool:

INDIVIDUAIS AMBIENTAIS

disponibilidade
sexo massa de álcool
corporal
desenvolvimento
econômico
idade altura abrangência
e níveis de
implementação
herança condição e aplicação de
genética de saúde políticas de saúde
cultura
9
4.2 CONSUMO DE
ÁLCOOL NO BRASIL, NAS
Capítulo 4 AMÉRICAS E NO MUNDO
CONSUMO CONSUMO DE ÁLCOOL NA POPULAÇÃO
DE ÁLCOOL COM 15 ANOS OU MAIS EM 2016

Brasil Américas Mundo


4.1 TENDÊNCIAS 40,3% 43,0%
DOS NÍVEIS DE 54,1%
CONSUMO 12,5%
38,3 %

• Aumento nos próximos 10 anos, 29,0%


particularmente nas regiões das Américas 44,5%
(com destaque para o Brasil), do Sudeste 21,4% 16,9%
Asiático e do Pacífico Ocidental.
Abstêmios na vida Ex-bebedores Bebedores atuais
• Em geral, diminuição ou estagnação
do consumo de álcool nos países ricos, No Brasil, 78,6% da população já consumiu
mas tendência de aumento nos países bebida alcoólica alguma vez na vida e
cujo padrão de vida é ascendente 40,3% se declarou bebedora atual (consumiu
(OMS, 2018a; Manthey et al., 2019). no último ano), porcentagem inferior
à das Américas e do mundo (OMS 2018a).

AVANÇOS DESAFIOS

Mundo Mundo
Queda de 57,8% para
54,1% na proporção de
Redução em Nível do consumo
bebedores atuais Aumento da
12,5% do consumo global de álcool estável
e redução do consumo disparidade do impacto
per capita na entre 2010 e 2016, mas
abusivo de 24,4% nocivo do álcool entre
região da Europa entre há projeções de aumento
para 21,3% na região países ricos e pobres.
2010 e 2016. até 2030.
das Américas
entre 2010 e 2016.

Brasil Brasil
Diminuição
Aumento do BPE O consumo médio diário
dos transtornos
Diminuição em entre mulheres entre bebedores é de
relacionados
11% do consumo de 18 a 24 anos, 3 doses, 27% maior do
ao uso de álcool
per capita entre de 14,9% em que na região das
de 5,6% em
2010 e 2016. 2010 para 18% Américas e no mundo
2010 para
em 2018. (2,3 doses).
4,2% em 2016.

10
SUMÁRIO EXECUTIVO | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

Capítulo 5
CONSEQUÊNCIAS
4.4 TENDÊNCIAS
EM POPULAÇÕES
À SAÚDE E
VULNERÁVEIS À SOCIEDADE
As populações de jovens, idosos e
mulheres, por suas características
fisiológicas específicas, apresentam maior
vulnerabilidade aos efeitos do álcool. Os
dados mostram que há uma tendência de
aumento de consumo nessas populações,
chamando a atenção para a necessidade
de ações específicas que contemplem
suas necessidades e singularidades.

4.3 ÁLCOOL
ILEGAL
O mercado ilegal de
álcool inclui práticas
como fabricação e
5.1 ÁLCOOL E DIREÇÃO
venda de bebidas
adulteradas, falsificação e pirataria, Dirigir sob influência de álcool é uma das
contrabando e sonegação. O álcool principais causas de acidentes no trânsito.
ilegal oferece riscos adicionais à O uso de álcool prejudica o tempo de reação
saúde dos consumidores, uma vez e afeta as condições de realização de uma
que parte dele envolve a fabricação de série de tarefas motoras essenciais para
bebidas com substâncias impróprias, a condução de veículos. A Vigitel apontou
e representa um desafio para os que, em 2018, 5,3% dos brasileiros adultos
reguladores, já que seu monitoramento referiram conduzir veículo motorizado
é difícil. A OMS estima, em seu último após ingerir bebida alcoólica, proporção
relatório, que cerca de 25% do álcool maior entre homens (9,3%) (Vigitel 2018).
consumido no mundo provenha de
fontes ilegais (OMS, 2018a). No Brasil, No Brasil, medidas legislativas importantes
estima-se que esse tipo de bebida vêm sendo tomadas para combater os
represente 15,5% do consumo total, acidentes e mortes relacionados ao álcool no
o que equivale a 1,2 L per capita. trânsito. Nesse âmbito, destaca-se a Lei Seca,
que contribuiu para a redução em 27,4% das
mortes por acidentes de trânsito nas capitais.

11
5.2 & 5.3
INTERNAÇÕES E
ÓBITOS ATRIBUÍVEIS
AO ÁLCOOL
Houve redução na taxa de internações
atribuíveis ao álcool por 100 mil
habitantes, de 172,9 em 2010 para 168,2
em 2018. No entanto, no mesmo período,
houve aumento de 19% no número desse Capítulo 6
tipo de internação entre as mulheres (de
85.311 para 101.902). A faixa etária de
POLÍTICAS
55 anos ou mais compõe, a cada ano,
maior parcela do total de internações
PÚBLICAS
A primeira lei específica sobre álcool -
atribuíveis ao álcool (passando de 26%
Política Nacional sobre o Álcool - surgiu em
para 33%).
2007. Desde então, tivemos avanços na
A proporção dos óbitos atribuíveis ao
produção de políticas públicas relacionadas
álcool em relação ao total de óbitos
ao tema, como a implementação da lei que
apresentou discreta variação, com
criminaliza a oferta e venda de bebidas
tendência à redução, de 5,83% em 2010
alcoólicas para menores de 18 anos de idade
para 5,35% em 2017. As principais
e a “Lei Seca”. Nesse contexto, políticas
causas das mortes atribuíveis ao álcool
públicas podem ser melhor implementadas
foram: acidente de trânsito, cirrose
quando utilizam pesquisas científicas
hepática, violência interpessoal, e
como base e fonte de informação. No
transtornos mentais e comportamentais
Brasil, a interação entre política e academia
devido ao uso de álcool.
representa um desafio para os sistemas
nacionais de pesquisa e política em saúde.

5.4 IMPACTO
ECONÔMICO
O uso de álcool impacta a economia
de diversas maneiras. Embora gere Capítulo 7
uma renda considerável ao longo de
sua cadeia produtiva, quando o álcool PANORAMA
é utilizado de maneira nociva, cria
repercussões econômicas negativas, CIENTÍFICO
pelas doenças, acidentes e outros Em uma análise inédita sobre o status da
agravos associados a ele. Esses impactos pesquisa científica em relação à temática
podem ser diretos (custos relativos às de consumo de álcool no Brasil e saúde,
lesões totalmente atribuíveis ao álcool), foram analisados os estudos publicados
e indiretos, quando seu consumo está por pesquisadores de 1990 até 2018. A
relacionado à diminuição ou perda de pesquisa brasileira nessa área cresceu
produtividade, a acidentes de trânsito, muito, mas ainda há carência de estudos
de trabalho e situações de violência. sobre políticas públicas e de prevenção
referentes ao uso de álcool em nosso país.

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SUMÁRIO EXECUTIVO | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

PRINCIPAIS DEFINIÇÕES
DOSE PADRÃO: unidade
que define a quantidade de etanol
puro contida nas bebidas alcoólicas.
4X 14X
DIA SEMANA
No Brasil, 1 dose de bebida
equivale a 14 g de álcool puro,
o que corresponde a 350 mL de
cerveja (5% de álcool), 150 mL de
3X 7X
Consumo moderado: no máximo 4 doses em único
vinho (12% de álcool) ou 45 mL de
dia ou 14 doses por semana para os homens, e
destilado (vodca, uísque, cachaça, 3 doses em um único dia ou 7 doses por semana
gin, tequila, com 40% de álcool). para mulheres e idosos (acima de 65 anos).

BEBER PESADO EPISÓDICO (BPE)


OU CONSUMO ABUSIVO: definido pela OMS como o consumo
de 60 g ou mais de álcool puro (cerca de 4 doses ou mais) em pelo menos uma
ocasião no último mês. Indicador equivalente é utilizado nas pesquisas Vigitel, sob a
denominação de consumo abusivo (4 ou mais doses para mulheres e 5 ou mais doses
para homens, em uma única ocasião, no último mês). Também conhecido como binge
drinking, é um padrão de consumo relacionado a maior risco de prejuízos.

USO NOCIVO DE ÁLCOOL: quando há consequências sociais e de saúde


– tanto para o consumidor quanto para as pessoas próximas a ele e para a sociedade
em geral – ou quando o padrão de uso está associado a maior risco de danos à saúde.

“ÁLCOOL ZERO”: situações em que nenhuma quantidade de álcool deve


ser consumida. Por exemplo: menores de 18 anos, grávidas, pessoas com condições
de saúde que podem ser prejudicadas pelo álcool ou que não consigam controlar seu
consumo, ao usar determinados medicamentos e ao dirigir veículos automotores.

FRAÇÃO ATRIBUÍVEL AO ÁLCOOL (FAA): proporção das


enfermidades e/ou óbitos atribuíveis ao álcool. Para cada doença, a FAA é diferente e
depende da quantidade, dos padrões de consumo e dos seus riscos relativos atribuídos.

ALCOOLISMO OU DEPENDÊNCIA DE ÁLCOOL: doença crônica


e multifatorial, é um dos transtornos mentais mais comuns relacionados ao consumo de
álcool. É definida pela CID-10, da OMS, como um conjunto de fenômenos comportamentais,
cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após o uso repetido de álcool.

13
14
2.
Metodologia

FOTOS: FREEPICK.COM
METODOLOGIA | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

E
sta publicação foi construída a ferências para o planejamento de políticas
partir de dois eixos principais: públicas. A pesquisa aborda aspectos so-
cioeconômicos, contexto familiar, hábitos
• Abordagem teórica, apresen- alimentares, prática de atividades físicas,
tando conceitos e informações experimentação de tabaco, álcool e outras
relacionados ao consumo de be- drogas, saúde sexual e reprodutiva, violên-
bidas alcoólicas (como dose pa- cia, segurança e acidentes, e uso de serviços
drão, padrão de consumo, uso nocivo, bebida de saúde. Os dados compilados referem-se
e direção, entre outros). aos levantamentos de 2009 — primeiro ano
em que a pesquisa foi realizada —, 2012 e
• Processamento de dados, reunindo indi- 2015, referente à população de escolares do
cadores objetivos sobre consumo de álcool, 9º ano do ensino fundamental, entre 13 e
internações e mortalidade. Para os dois últi- 15 anos. No que se refere especificamente
mos, foram aplicadas as Frações Atribuíveis ao indicador de experimentação de álcool,
ao Álcool (FAAs) para os determinados agra- foram adotados os critérios mais recentes,
vos à saúde, conforme disponibilizado pela de acordo com a PeNSE 2015, em que se
OMS (2018a) a fim de estimar o impacto do somam tanto os dados referentes à ingestão
uso nocivo de bebidas alcoólicas na saúde. de uma dose de bebida alcoólica quanto os
de início de consumo. Os bancos de dados
Dados oficiais, pesquisas desenvolvidas por completos da PeNSE foram obtidos em ftp: //
instituições multilaterais — como a OMS e a ftp.ibge.gov.br/pense/ .
OPAS — e artigos científicos publicados em
periódicos de renome, no Brasil e no exterior, VIGITEL
foram as referências teóricas utilizadas pelo Vigilância de Fatores de Risco e Proteção
CISA na elaboração deste material. Foram para Doenças Crônicas por Inquérito Tele-
consultadas, principalmente, informações fônico: pesquisa feita anualmente pelo MS
das seguintes fontes: para coletar informações sobre doenças
crônicas não transmissíveis, como diabetes,
DATASUS câncer e hiper tensão ar terial, e monitorar
Depar tamento de Informática do Siste- fatores de risco relacionados, como o uso
ma Único de Saúde (SUS): subordinado ao abusivo de álcool, tabagismo, alimentação
Ministério da Saúde (MS), cabe ao Datasus não saudável e falta de atividade física. O
coletar, processar e disseminar informações público-alvo dessa pesquisa são maiores
sobre o tema. Dessa forma, administra, por de 18 anos de ambos os sexos, moradores
exemplo, indicadores de saúde, informações das capitais brasileiras e do Distrito Federal.
epidemiológicas e de morbidade, ou sobre a Neste material foram compilados dados dos
rede de assistência à saúde. anos de 2010 a 2018 (publicados de 2011
a 2019). Foram realizadas análises de re-
PENSE gressão logística para avaliação de fatores
Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar: sociodemográficos (sexo, idade, escolari-
elaborado pelo IBGE, em parceria com o MS dade e estado civil) associados ao consumo
e com apoio do Ministério da Educação, esse abusivo de álcool e ao compor tamento de
levantamento busca avaliar fatores de ris- beber e dirigir. Os bancos de dados comple-
co e de proteção à saúde em escolares. Os tos do Vigitel, atualizados em 25/11/2019,
dados, coletados de estudantes com idades foram obtidos em: http: //svs.aids.gov.br/
entre 13 e 17 anos, são utilizados como re- download/Vigitel/ .

15
Para o processamento dos dados sobre in- do álcool é um exemplo de doença totalmente
ternações e mortalidade, foram utilizadas as atribuível ao álcool, dado que a própria cate-
seguintes fontes: goria diagnóstica é pautada na existência e no
consumo do etanol. Já agravos em que o álcool
ESTIMATIVA DE POPULAÇÃO exerce um papel parcial e que não necessaria-
(2010-2018) mente existem apenas por causa do consumo
Dados oficiais publicados pelo IBGE (proje- de álcool, tal como a epilepsia e o câncer de
ções 2018): apresenta estimativas populacio- mama, são categorizados como parcialmente
nais (a cada ano) para municípios e Unidades atribuíveis ao álcool.
da Federação brasileiros. Para as informações
apresentadas neste material, foi considerada a SIHSUS
divisão mais atualizada de municípios do país, Sistema de Informações Hospitalares do Sis-
que registra 5.570 municípios. tema Único de Saúde, do Datasus: traz da-
dos de Autorizações de Internação Hospitalar
CID (AIH). Classificadas de acordo com a CID-10,
Classificação Estatística In- permitem identificar o número
ternacional de Doenças e Pro- de internações para cada mu-
blemas Relacionados à Saúde: Para estimar nicípio e consolidar o valor por
publicada pela OMS e adota-
da globalmente, fornece có-
o impacto do Estados. Os bancos de dados
foram baixados do Datasus
digos relativos à classificação uso nocivo de no link: http: //www2.datasus.
de doenças e de uma grande
variedade de sinais, sintomas,
álcool na saúde, gov.br/DATASUS/index.php?a-
rea=0901&item=1&acao=25.
aspectos anormais, queixas, foram aplicadas
circunstâncias sociais e causas
externas para ferimentos ou
as Frações Duas informações foram calcu-
ladas a partir das estatísticas
doenças. É periodicamente re- Atribuíveis ao disponíveis para os anos de
vista e sua décima edição é a
CID-10. A CID-11, atualização
Álcool (FAAs) 2010 a 2018:

da classificação, entrará em vi- da OMS • Internações totais: total de in-


gor em janeiro de 2022.
(2018a). ternações por todas as causas,
de acordo com a CID-10. Os nú-
FAA meros encontrados referem-se
Fração Atribuível ao Álcool: esse conceito ao total de AIH por município, consolidando o
compreende a proporção dos agravos e das valor por Estado. A taxa de internações deriva
mortes que são atribuíveis ao álcool, e pode da multiplicação do número de casos por 100
ser interpretado como a proporção de mortes e mil, dividindo-se o total pelo número de habi-
o fardo de doença que desapareceriam se não tantes no respectivo ano, seguindo estimativas
existisse o consumo de álcool (OMS, 2018a). de população do IBGE.
As FAAs utilizadas na presente análise foram
as apresentadas na última versão do Relatório • Internações parcial ou totalmente atribuí-
Global sobre Saúde e Álcool da OMS (2018a). veis ao álcool: calculadas a partir da multi-
Em termos práticos, os agravos em que o ál- plicação do número de internações por CID
cool tem alguma participação podem ser ca- pelas FAAs (ver Anexo), sendo analisadas as
tegorizados como parcial ou totalmente atri- CIDs dos diagnósticos primário e secundário
buíveis ao álcool. Desse modo, a dependência de cada internação e contabilizada com maior

16
METODOLOGIA | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

FAA, buscando uma visão mais conservadora. www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?a-


Para a taxa de internações, multiplicou-se o rea=0901&item=1&acao=26&pad=31655):
número de casos por 100 mil, total que foi
dividido pelo número de habitantes no res- • Óbitos totais: declarações de óbitos com
pectivo ano, seguindo estimativas de popu- causas padronizadas de acordo com a CID-
lação do IBGE. 10. Os números encontrados se referem ao
total de óbitos por município, consolidando o
• Custo das internações parcial ou totalmen- valor por Estado. A taxa de óbitos deriva da
te atribuíveis ao álcool: resulta da soma dos multiplicação do número de casos por 100 mil,
custos da internação por CIDs multiplicado dividindo-se o total pelo número de habitan-
pelas FAAs (ver Anexo). tes no respectivo ano, seguindo estimativas
de população do IBGE.
SIM
Sistema de Informações de Mortalidade: cria- • Óbitos parcial ou totalmente atribuíveis ao
do pelo Datasus, disponibiliza dados regulares álcool: multiplicação do número de óbitos por
sobre mortalidade no país. Para esta publi- CID pelas FAAs (ver Anexo), sendo analisadas
cação, foram extraídos da base os seguintes as CIDs dos diagnósticos primário e secundá-
dados referentes aos anos de 2010 a 2017 rio e contabilizada a com maior FAA, para uma
(último ano disponível, conforme o link http:// visão mais conservadora.

17
3.
10 anos da estratégia global
para reduzir o uso nocivo
de álcool: avanços e desafios

FOTOS: FREEPICK.COM

18
10 ANOS DA ESTRATÉGIA GLOBAL | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

3.1. A ESTRATÉGIA • Indivíduos e familiares afetados pelo uso

D
GLOBAL  nocivo do álcool devem ter acesso à prevenção
e a serviços de saúde eficazes, com preços
iante do grande impacto cau- acessíveis.  
sado pelo consumo nocivo do
álcool, em maio de 2010, na • Todos que optam por não beber devem ser
63ª Assembleia Mundial da apoiados em seu comportamento e protegidos
Saúde da OMS, foi lançada a das pressões para o consumo.  
Estratégia Global para Reduzir
o Uso Nocivo de Álcool (OMS, 2010). Nesse Foram indicadas dez áreas-alvo de interven-
documento, foram preconizados alguns prin- ção, desenvolvidas sob a perspectiva de nor-
cípios básicos para auxiliar os países a formu- tear os países no desenvolvimento de políticas
lar, introduzir, monitorar e avaliar políticas de e ações sobre o tema. A OMS compreende que
saúde para reduzir o consumo prejudicial de as áreas-alvo, além de serem complementares
bebidas alcoólicas: entre si, também devem ser pensadas e adap-
tadas de acordo com o contexto de cada país.
• Políticas públicas e interven- Algumas das opções políticas de
ções:
A OMS indicou um determinado país podem ou
não ser incabíveis em outras cul-
• Orientadas e formuladas a 10 áreas-alvo turas, por exemplo: não há como
partir dos interesses da saúde
pública, com metas definidas e
de intervenção implementar políticas de redu-
ção de preço de bebidas alcoó-
baseadas nas melhores evidên- para nortear licas em locais onde sua produ-
cias disponíveis. 
políticas e ção e seu consumo são práticas
ilegais, como em alguns países
• Voltadas a prevenir e re- ações sobre o islâmicos. Além disso, é preciso
duzir os malefícios do álcool, reconhecer que há uma relação
abrangendo todos os tipos de tema, a serem entre os padrões de consumo e o
bebidas alcoólicas.   adaptadas de desenvolvimento socioeconômi-
co de cada região. Dentro dessa
• Equitativas e sensíveis aos acordo com o perspectiva, a OMS elencou su-
contextos nacionais, religiosos
e culturais. 
contexto de gestões de políticas e interven-
ções para cada uma dessas dez
cada país. áreas-alvo (Tabela 1).
• Que protejam populações
de alto risco e expostas aos efeitos nocivos Durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o
do consumo de álcool.  Desenvolvimento Sustentável de 2015, a ONU
desenvolveu os Objetivos de Desenvolvimento
• Todas as partes envolvidas têm a respon- Sustentável (ODS) que estabelecem 17 obje-
sabilidade de agir de forma a não prejudicar a tivos e 169 metas relacionadas a ações para
adoção de políticas públicas e intervenções de erradicação da pobreza, segurança alimentar,
prevenção e redução do uso nocivo de álcool.  agricultura, saúde, educação, igualdade de
gênero, redução das desigualdades, mudança
• A saúde pública deve ser prioritária em rela- do clima, entre outros temas. Algumas des-
ção aos interesses concorrentes. Abordagens sas metas caminham junto à Estratégia Global,
nesta direção devem ser incentivadas.  descrita neste capítulo.

19
Tabela 1 . Áreas-alvo e opções de políticas e intervenções da Estratégia Global para
reduzir o uso nocivo de álcool.

ÁREAS-ALVO OPÇÕES DE POLÍTICAS E INTERVENÇÕES

Compromisso político por meio de políticas nacionais abrangentes,


1
LIDERANÇA,
ATENÇÃO E multissetoriais e adequadamente financiadas, que sejam baseadas
COMPROMETIMENTO
em evidências e adaptadas aos contextos locais.

Prestação de serviços de prevenção e tratamento a indivíduos


2 RESPOSTA DOS
SERVIÇOS DE SAÚDE e famílias em risco de, ou afetados por, transtornos por uso
de álcool e condições associadas.

AÇÕES NA

3 COMUNIDADE E
NO AMBIENTE
DE TRABALHO
Aproveitar o conhecimento e a experiência local das comunidades
para mudar comportamentos coletivos.

Introduzir medidas para impedir as pessoas de dirigir sob a


POLÍTICAS E
4 ESTRATÉGIAS
CONTRA BEBER
E DIRIGIR
influência de álcool; criar um ambiente de condução mais seguro
visando minimizar a probabilidade e gravidade dos acidentes de
trânsito decorrentes do consumo de álcool.

Prevenir o acesso fácil ao álcool por grupos vulneráveis ​​e de alto


5 DISPONIBILIDADE
DO ÁLCOOL risco; reduzir a disponibilidade social do álcool, de modo a mudar as
normas culturais que promovem o uso nocivo do álcool.

Proteger os jovens por meio da regulamentação tanto


6
PROPAGANDAS
DE BEBIDAS do conteúdo das propagandas de álcool, quanto do nível
ALCOÓLICAS
de exposição a tais propagandas.

Aumentar os preços das bebidas alcoólicas para reduzir o consumo

7 POLÍTICAS
DE PREÇOS
por menores de idade, dificultar o consumo de grandes volumes
de álcool e/ou Beber Pesado Episódico (BPE), e influenciar
as escolhas dos consumidores.

REDUÇÃO DAS
CONSEQUÊNCIAS

8 NEGATIVAS DO
BEBER E DA
INTOXICAÇÃO
Reduzir os danos causados ​​pela intoxicação alcoólica gerenciando
o ambiente de consumo e informando os bebedores.
ALCOÓLICA

REDUÇÃO DO
IMPACTO NA Reduzir as consequências negativas do álcool informal ou ilícito
9 SAÚDE PÚBLICA
DO ÁLCOOL ILÍCITO
E PRODUZIDO
por meio do conhecimento aprofundado do mercado, de um quadro
legislativo apropriado e de execução de medidas.
INFORMALMENTE
FONTE: OPAS, 2018

Desenvolvimento de sistemas de vigilância para monitorar a

10 MONITORAMENTO
E VIGILÂNCIA
magnitude e as tendências de consequências relacionadas ao álcool,
para fortalecer o advocacy, formular políticas e avaliar
o impacto das intervenções.

20
10 ANOS DA ESTRATÉGIA GLOBAL | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

Em 2020, a Estratégia Global completa 10


anos de existência. Mesmo com os avanços USO NOCIVO
alcançados, ainda é preciso trabalhar para DO ÁLCOOL
atingir a meta estipulada pela OMS de reduzir
em, pelo menos, 10% o consumo nocivo de álcool A OMS estabelece como uso
até 2025. Tal padrão é notoriamente reconhecido nocivo do álcool a ocorrência
como um importante problema de saúde, associa- de consequências sociais
do a cerca de 5% de todas as mortes no mundo e a e de saúde — tanto para
200 tipos de doenças e lesões. Desde a publicação o consumidor quanto às
da Estratégia Global, esforços vêm sendo empre- pessoas próximas a ele e para
gados para voltar a atenção da população em geral a sociedade em geral — ou
e dos governos às implicações consequentes do
quando o padrão de consumo
consumo indevido de álcool. É nesse contexto que,
está associado a maior risco
a seguir, serão apresentados conceitos e informa-
de danos à saúde.
ções importantes para a compreensão da relação
entre o álcool e suas consequências à saúde.

ODS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O consumo de álcool é um fator que está dos ODS, como: redução de mortes prema-
presente em diversos objetivos, sendo es- turas por Doenças Crônicas Não Transmis-
pecificamente abordado na meta 3.5, que síveis (DCNT) em um terço até 2030 (3.4);
visa “fortalecer a prevenção e o tratamen- mortalidade relacionada ao trânsito (3.6); e
to do abuso de substâncias, incluindo abu- tuberculose (3.2). Abordar os danos relacio-
so de drogas e uso prejudicial de álcool”. O nados ao álcool beneficiaria positivamente
cuidado com o consumo dessa substância outras metas, como a redução da violência
também está contemplado em outras metas contra as mulheres.

21
3.2. ÁLCOOL E SAÚDE muitas vezes, tidos como motivo de vergonha.
Isso dificulta o reconhecimento de padrões de
Ao longo dos anos, o ato de beber foi integrado consumo nocivos e problemas associados. 
a tradições culturais e até mesmo religiosas em
diferentes sociedades. Uma das principais ra- É preciso esclarecer que a relação entre o con-
zões disso é que alguns dos efeitos das bebidas sumo de álcool e suas consequências à saúde
alcoólicas, como relaxamento e sensação de é complexa. Evidências científicas mostram que
bem-estar, presentes quando o consumo é feito fatores individuais e ambientais, que vão desde
com responsabilidade, podem ser considerados a herança genética até o contexto social, influen-
potencialmente positivos. Por outro lado, o uso ciam os hábitos de consumo e danos associados:
nocivo dessa substância está associado a pre-
juízos individuais e coletivos — desde condi- •Fatores individuais: sexo, idade, herança gené-
ções de saúde a questões sociais e econômicas.  tica, massa corporal, altura e condição de saúde; 

Enquanto o hábito de beber, em certos contex- •Fatores ambientais: desenvolvimento econô-


tos e ocasiões, é visto como algo comum e até mico, cultura, disponibilidade de álcool, e abran-
natural, os transtornos relacionados ao álcool gência e níveis de implementação e aplicação de
(abuso e dependência) são estigmatizados e, políticas sobre o álcool

DO
AS FASES DO ABSORÇÃOABSORÇÃO
DISTRIBUIÇÃO
DISTRIBUIÇÃO
METABOLISMO
ISMO Assim que ingerido, o álcool
O álcool
Assim que ingerido, o álcool inicia seu trajeto dentro do
O álcool é transportado
é transportado
pelo sangue para todos os

OL DO ÁLCOOL
inicia seu trajeto dentro do organismo. Desde a pelo sangue para todos
ingestão os que contêm água.
tecidos
tecidos que contêm água.
organismo. Desde a ingestãoaté sua completa absorção, As maiores concentrações
até sua completa absorção, estima-se em médiaAs 1 hora. de álcool encontram-se no
maiores concentrações

EM ADULTOS
O tempo e absorção do álcool cérebro, no fígado, no coração,
estima-se em média 1 hora. dependerão de uma de álcool encontram-se no e nos músculos.

TOS
série de nos rins
O tempo e absorção do álcool fatores, entre eles, acérebro,
presença no fígado, no coração,
dependerão de uma série dede comida no estômago, nos orins
tipoe nos músculos.
fatores, entre eles, a presença
de alimento ingerido antes
de comida no estômago, o tipo de beber e a velocidade com
que a pessoa o consumiu.
de alimento ingerido antes
de beber e a velocidade com
que a pessoa o consumiu.

22
10 ANOS DA ESTRATÉGIA GLOBAL | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

3.2.1. EFEITOS dependente — ou seja, quanto maior o consumo,


NO ORGANISMO maiores os efeitos — e pode ser influenciada por
outros fatores. 
O impacto do álcool na saúde é determinado por
dois fatores distintos, mas relacionados: o volume
total de álcool ingerido e o padrão de consumo. METABOLISMO DO ÁLCOOL
NO ORGANISMO
Os prejuízos podem ocorrer tanto em curto prazo Independentemente da quantidade ingerida, o
— como ressaca, blecaute alcoólico, envolvimento corpo humano leva de 1 a 3 horas para meta-
em situações de violência e acidentes de trânsito bolizar 14 g de álcool puro (1 dose). Esse mon-
—, quanto em longo prazo — dependência, cir- tante varia amplamente de pessoa para pessoa
rose hepática, déficits cognitivos, alguns tipos de e de ocasião para ocasião, pois diversos fatores
câncer, dentre outros.  influenciam esse processo, com destaque para
o sexo biológico (ARCR Editorial Staff, 2018).
A extensão dos efeitos dessa substância pode Diferenças fisiológicas entre homens e mulhe-
ser explicada por sua ampla ação em diferentes res, como o volume de água no organismo e a
órgãos e sistemas do corpo. É importante res- presença de enzimas que metabolizam o álcool,
saltar que a maior parte desses efeitos é dose- também influenciam esse processo.

BUIÇÃO METABOLISMO ELIMINAÇÃO


ado Cerca de 90 a 95% do álcool O álcool, em sua maioria, é
dos os ingerido é metabolizado no eliminado pela urina, porém
água. fígado por enzimas específicas. cerca de 5% é eliminado
rações Elas quebram o álcool em por meio da respiração,
m-se no acetaldeído, que depois é transpiração e salivação.
no coração, transformado em ácido acético. Além do mais, o álcool tem a
ulos. capacidade de inibir a liberação
do hormônio responsável pelo
controle da reabsorção de água
(ADH, hormônio antidiurético
ou vasopressina), provocando o
aumento da produção de urina.

23
DOSE PADRÃO PRATICADA NO BRASIL

DOSE PADRÃO PRATICADA NO BRASIL

14g

14 g de 14g ou
350 mL de
cerveja/chope ou
150 mL de vinho
cerca de ou
45 mL de destilado
(vodca, uísque, cachaça,
álcool puro cerca de 5% de álcool 12% de álcool gin, tequila, rum)
cerca de 40% de álcool

Cada tipo de bebida representada acima equivale a 1 dose padrão de álcool, definida como aproximadamente 14g de álcool puro. A porcentagem de álcool ainda
pode variar dentro do mesmo tipo de bebida (por exemplo, há cervejas com teor alcoólico de 3,5% e outras com 6%, mas a maioria tem cerca45
de 5%).
mL de destilado
14g de ou
350 mL de
cerveja/chope ou
150 mL de vinho
cerca de ou (vodca, uísque, cachaça,
álcool puro cerca de 5% de álcool 12% de álcool
gin, tequila, rum)
cerca de 40% de álcool
Atualmente, não há uma definição oficial para
DOSE PADRÃO dose
Cada tipo de bebida representada abaixo equivale a 1 dose padrão de álcool, definida padrão no Brasil.
como aproximadamente Apesar
14g de álcool de, geralmen-
puro. A porcentagem de álcool
ainda pode variar dentro do mesmo tipo de bebida (por exemplo, há cervejas com teor alcoólico de 3,5% e outras com 6%, mas a maioria tem cerca de 5%).
Dose padrão é a unidade de medida que de- te, seguirmos as recomendações da OMS, a
fine a quantidade de etanol puro contido nas partir de referências científicas disponíveis
bebidas alcoólicas. Uma dose padrão equiva- e consultas a sites especializados em dife-
le, em geral, à mesma quantidade de álcool e rentes tipos de bebidas, o CISA considera os
corresponde a volumes maiores ou menores, volumes e teores alcoólicos mais praticados
dependendo do teor alcoólico das bebidas.  no Brasil como sendo: 1 dose de bebida cor-
responde a 14 g de álcool puro.
Não há consenso internacional sobre a dimensão
exata de uma dose de bebida alcoólica. A OMS,
por exemplo, estabelece que uma dose padrão RELAÇÃO DOSE-EFEITO
contém, aproximadamente, 10 g de álcool puro, O álcool é uma substância depressora do sistema
mas reconhece que essa definição difere depen- nervoso central. A relação entre a quantidade de
dendo do país, variando de 8 g (Reino Unido) a álcool ingerida e os efeitos advindos desse con-
20 g (Japão) de álcool puro (OMS, 2010b). sumo é conhecida como dose-efeito.

1 A 2 DOSES
• Desinibição
• Ligeira sensação de bem-estar
• Relaxamento

RELAÇÃO DEPOIS...
DOSE-EFEITO • Fala pastosa
• Perda de coordenação motora
• Perda da consciência

A PARTIR DA 3ª DOSE
• Euforia
• Baixa resposta a estímulos
• Inadequação de comportamento

24
10 ANOS DA ESTRATÉGIA GLOBAL | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

Cultura
Produção, Motivação
distribuição do consumo
e regulação eiros
os a terc
Nível de do álcool Dan
desenvolvimento
do contexto

mortalidades
crônicos
e agudos
CONSUMO volum
DE ÁLCOOL pa d r IMPACTOS NA SAÚDE
ão

Cons
equê
ncias
socio
econ
ômic
as
Contexto
familiar
Sexo

FONTE: OMS, 2014


Condição
socioeconômica Idade

3.2.2. PADRÕES DE  desenvolver doenças hepáticas ou vulnerabilidade


CONSUMO genética para dependência do álcool, que, portanto,
devem ter cuidado com o consumo dessa substân-
Assim como no conceito de dose padrão, cia em qualquer quantidade ou frequência — ainda
existem variações nas definições de padrões que haja estudos que mostrem potenciais benefí-
de consumo elaboradas por diferentes ins- cios do consumo leve a moderado para diminuição
tituições. Seja qual for a fonte, a elaboração de risco de algumas doenças cardiovasculares e
desses padrões é orientada por aspectos mé- diabetes do tipo 2. Nesse sentido, apesar de o uso
dicos e psicossociais, visando sempre auxiliar leve a moderado de álcool ser benéfico para al-
as pessoas na compreensão do tema, consi- gumas pessoas, é preciso ressaltar alguns pontos: 
derando os potenciais efeitos nocivos para o
indivíduo e para a sociedade. • Isso não deve ser motivo para encorajar abs-
têmios a beber.
De acordo com a OMS (2010b), se a pessoa bebe,
corre riscos de saúde e outros problemas, espe- • Certamente, esses efeitos não podem ser ge-
cialmente se consome mais de 20 g de álcool puro neralizados para toda a população, pois os efeitos
por dia ou se não deixar de beber por, pelo menos, do álcool sobre a saúde também dependem do
dois dias na semana. Ainda segundo a instituição, histórico médico e dos riscos individuais. 
não existe um nível seguro para o uso de bebidas
alcoólicas, visto que mesmo pequenas doses ain- • Há circunstâncias em que o uso do álcool não
da podem estar associadas a riscos significativos.  é recomendado, nem em pequenas quantidades
É o caso de pessoas com mais predisposição para (“álcool zero”).

25
ÁLCOOL ZERO
Em determinadas atividades ou momentos, mesmo uma pequena quantidade de álcool pode colocar
em risco tanto a saúde de quem o consome, como a de terceiros. Por isso, com base em orientações
da OMS, o CISA considera inaceitável o consumo de bebidas alcoólicas se a pessoa:

Apresentar problemas de saúde que


For menor de 18 anos de idade. podem ser agravados pelo álcool.

For dirigir veículo automotor, operar máquinas ou Fizer uso de medicamento


realizar outras atividades que envolvam riscos. que interage com o álcool.

Estiver grávida, tentando engravidar


ou amamentando. Não conseguir controlar o seu consumo.

O Beber Pesado Episódico (BPE) é definido Collaborators, 2018). Os tipos de doenças e le-
pela OMS como o consumo de 60 g ou mais sões associadas a essa substância podem ser
de álcool puro — cerca de 4 doses ou mais no
ÁLCOOL ÁLCOOL ZERO ZERO
separados em três categorias:
PRI
EM DETERMINADAS ATIVIDADES ATIVIDADES
EM DETERMINADAS OU MOMENTOS,OU MOMENTOS, ASS
Brasil — em pelo menos uma ocasião no mês  MESMO UMAMESMO
PEQUENA QUANTIDADE
UMA DE ÁLCOOL DE ÁLCOOL
PEQUENA QUANTIDADE NO
anterior. Esse comportamento está relacionado • Condições
PODE COLOCAR de
PODE
QUEM O CONSOME,
saúde
EMCOLOCAR totalmente
RISCO TANTO
QUEM OCOMO
atribuíveis
A SAÚDE
EM RISCO TANTO
A DE TERCEIROS.
CONSOME,
DE A SAÚDE
COMO A DE POR
aoDE
TERCEIROS. POR
a um maior risco de prejuízos imediatos, como uso
ISSO,de
COMálcool:
BASE há
ISSO,EM relação
ORIENTAÇÕES
COM BASE EM deORIENTAÇÕES
causalidade
DA OMS, O DAdireta,
OMS, O
amnésia alcoólica, quedas, envolvimento em CISA CONSIDERA
como CISA
psicose INACEITÁVEL
CONSIDERA
alcoólica, O CONSUMO
INACEITÁVEL
dependência deOálcool,
CONSUMOSín-
DE BEBIDAS DE
ALCOÓLICAS SE A PESSOA:
BEBIDAS ALCOÓLICAS SE A PESSOA:
brigas, acidentes de trânsito, sexo desprotegi- drome Alcoólica Fetal e cirrose hepática alcoólica; 
do e intoxicação alcoólica. Se frequente, o BPE
pode aumentar o impacto negativo do álcool •
for menor defor
18 menor
anos de
deidade;
18 anos de idade;
Condições crônicas em que o álcool é fator
Eperi doluptioEperi
cusantis et et cusantis
doluptio eos nos voluptam
et et eos nos voluptam
em diversos órgãos e sistemas, especialmente: contribuinte: câncer
fugias miliquefugias
vegias miliqde
milique boca,
ptatis audae
vegias de
miliq orofaringe
pedi
ptatis e de
audae pedi
trato gastrointestinal, fígado, pâncreas, sistema mama,
for dirigiraborto
veículo espontâneo; 
automotor,
for dirigir veículooperar máquinas
automotor, oumáquinas ou
operar
realizar outras atividades
realizar que
outras envolvam
atividades riscos;
que envolvam riscos;
nervoso e sistema cardiovascular.

Eperi doluptioEperi
Condições
fugias
cusantis
agudas
miliquefugias
vegias
et et cusantis
doluptio
miliqem
milique
eos nos voluptam
que
ptatis oetálcool
audae
vegias miliq
et eos nos voluptam
ptatiséaudae
pedi fator pedi
contri-
3.2.3. CONSEQUÊNCIAS buinte:
ou
acidentes
estiver grávida,
amamentando;
automobilísticos,
tentando
estiver engravidar
grávida, quedas, enve-
tentando engravidar

PARA A SAÚDE
ou amamentando;
nenamento, afogamentos e situações de violência.
Eperi doluptioEperi
cusantis et et cusantis
doluptio eos nos voluptam
et et eos nos voluptam
 fugias miliquefugias
vegiasmilique
miliq ptatis
vegiasaudae
miliqpedi
ptatis audae pedi
De modo geral, o consumo nocivo de álcool De acordo com a publicação Global Burden of
apresentar problemas
apresentardeproblemas
saúde quede saúde que
pode trazer sérios problemas ao organismo e Disease
podem ser(GBD),
podemoser
agravados uso
pelo de álcool
álcool;
agravados pelose destacou, em
álcool;
prejudicar órgãos, como o cérebro e o coração, 2016, como
Eperi doluptio o sétimo
doluptioprincipal
cusantis
Eperi et et cusantis etfator
eos nos et eosde
voluptam nosrisco para
voluptam
fugias miliquefugias
vegiasmilique
miliq ptatis
vegiasaudae
miliqpedi
ptatis audae pedi
e sistemas, como o digestivo e o imunológico, mortes prematuras e incapacitação no mundo todo.
além de estar associado a alguns tipos de cân- Pessoas
que interagecomcom
que idades entre
o álcool;
interage com o15 e 49 anos foram as
álcool;
cer (como de orofaringe e de mama). Alguns mais expostas.
Eperi doluptioEperi A carga
cusantis total de
et et cusantis
doluptio etdanos
eos nos voluptam à saúde
et eos nos atri-
voluptam
estudos têm explorado potenciais efeitos bené- fugias milique vegias
fugias miliq
miliqueptatis
vegiasaudae
miliqpedi
ptatis
buíveis aumenta com a progressão da quantidade audae pedi

ficos de alguns tipos de bebidas alcoólicas; en- de


nãoálcool consumida,
conseguir controlar
não sendo
o
conseguir seu que ao seu
consumo.
controlar partir de 10 g de
consumo.
tretanto, está bem consolidado que o consumo álcool por dia
Eperi doluptio já aumentaria
cusantis
Eperi o risco
et et cusantis
doluptio eos nos et etrelativo
voluptam de danos
eos nos voluptam
fugias miliquefugias
vegiasmilique
miliq ptatis
vegiasaudae
miliqpedi
ptatis audae pedi
nocivo está fortemente relacionado a malefícios à saúde (GBD 2016 Alcohol Collaborators, 2018).
para a saúde como um todo (GBD 2016 Alcohol

Doses Doses
máximas segundo
máximas o NIAAA
segundo o NIAAA HomensHomens Mul
1 dia = 4 doses
1 dia = 4 doses

26 1 semana = 14
1 doses
semana = 14 doses
10 ANOS DA ESTRATÉGIA GLOBAL | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

CONSEQUÊNCIAS
DO ÁLCOOL
PARA A SAÚDE
NCIPAIS PREJUÍZOS
BENEFÍCIOS DO
SOCIADOS AO USO LEVE
CONSUMO
CIVO DE ÁLCOOL
A MODERADO

Relaxamento, sensação
de bem-estar,
diminuição do risco
100% de algumas doenças
PRINCIPAIS dos
PREJUÍZOS
cardiovasculares e
transtornos
ASSOCIADOS AO USO
diabetes tipo 2
por uso
NOCIVO DE ÁLCOOL
do álcool

27%100% dos
das lesões
transtornos
no trânsito
por uso
RESSALVAS
do álcool
18% das
• Potenciais benefícios

violências 27%
não devem encorajar
abstêmios a beber;
interpessoais
das lesões
no
• Efeitos nãotrânsito
podem ser
generalizados para toda
13%18%
MALEFÍCIOS DO
a população, pois efeitos CONSUMO NOCIVO
álcool dependem das
dasdo epilepsias
violências
do histórico médico
Associado a mais
e riscosinterpessoais
individuais;
de 200 tipos de
• Há circunstâncias doenças (incluindo
13%
em que o álcool não deve cirrose hepática,
dasnem
ser utilizado epilepsias
em dependência e alguns
pequenas doses (como tipos de câncer)
no trânsito, por exemplo) e lesões diversas.

heres e idosos
1 dia = 3 doses

Mulheres e idosos
1 dia = 3 doses Recomendação do
NIAAA de limites diário
1 semana = 7 doses e semanal de consumo
do álcool (ARCR, 2018).

Recomendação do

27
NIAAA de limites diário
1 semana = 7 doses e semanal de consumo
do álcool (ARCR, 2018).
FRAÇÕES ATRIBUÍVEIS AO ÁLCOOL
(FAAs) PARA CAUSAS SELECIONADAS
DE MORTE, EM 2016:

SISTEMA NERVOSO CENTRAL FÍGADO

100% Transtorno por uso de álcool 48% Cirrose hepática


13% Epilepsia 17% Câncer de fígado
9% Acidente vascular encefálico (AVE)
isquêmico ou hemorrágico
PÂNCREAS

SISTEMA CARDIOVASCULAR 26% Pancreatite


2% Diabetes mellitus
7% Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
7% Cardiomiopatia
7% Miocardite DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS
7% Endocardite
3% Doença isquêmica cardíaca 3% HIV/AIDS

SISTEMA RESPIRATÓRIO LESÕES TRAUMÁTICAS

31% Outros problemas de faringe 27% Acidentes de trânsito


22% Câncer de laringe 18% Violência interpessoal
20% Tuberculose 18% Autoagressão
3% Infecções respiratórias inferiores 14% Exposição a forças mecânicas
12% Afogamento
12% Envenenamento
TÓRAX 11% Quedas

5% Câncer de mama (masculino (trauma/traumatismo= lesão ou ferida mais ou menos


extensa produzida por ação violenta, de natureza
e feminino) física ou química, externa ao organismo)

SISTEMA GASTROINTESTINAL

FONTE: OMS, 2018a


26% Câncer de lábio e cavidade oral
17% Câncer de esôfago
11% Câncer colorretal

28
10 ANOS DA ESTRATÉGIA GLOBAL | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

Há doenças e condições de saúde que são total- 3.2.4. DEPENDÊNCIA


mente atribuíveis ao álcool, ou seja, não existiriam
DO ÁLCOOL
sem ele, como a dependência do álcool, Síndrome
Alcoólica Fetal, psicose alcoólica e a Síndrome de A progressão do uso para o padrão de depen-
Pseudo-Cushing, induzida pela substância. dência é sutil e decorre não somente da quan-
tidade consumida, mas também da frequência,
Isso não significa que todas as pessoas que con- das circunstâncias desse consumo e das con-
somem bebidas alcoólicas desenvolverão essas sequências para a saúde. O alcoolismo é uma
doenças, mas sim que todos os casos dessas doença crônica e multifatorial. Isso significa que
doenças são causados pelo álcool. Com o objeti- diversos fatores contribuem para seu desenvol-
vo de quantificar o impacto do álcool como fator vimento, incluindo: 
de risco para doenças, lesões e mortes, criou-se a  
Fração Atribuível ao Álcool (FAA). Calculada com • Quantidade e frequência de uso do álcool; 
base no nível de exposição ao etanol, representa
a proporção das enfermidades e óbitos atribuíveis • Condição de saúde do indivíduo; 
ao uso dessa substância.
• Fatores genéticos, psicossociais e ambientais.
Para cada doença, a FAA é diferente e depende da
quantidade, dos padrões de consumo e de seus Entretanto, não são apenas esses fatores que
riscos relativos atribuídos (OMS, 2018a). definem o diagnóstico de dependência, que é

• Forte desejo de beber;

• Dificuldade de controlar o
consumo (não conseguir parar de
beber depois de ter começado);

• Uso continuado, apesar de


consequências negativas;

• Maior prioridade dada ao uso


da substância, em detrimento de
outras atividades e obrigações;

• Aumento da tolerância, sendo


necessárias doses cada vez maiores de
álcool para que se alcancem os mesmos

CID-10
efeitos, ou efeito cada vez menor com
uma mesma dose da substância;

• Quadro de abstinência física,


com sintomas como sudorese,
tremores e ansiedade, na falta
Critérios de dependência da ingestão do álcool.

29
feito a partir da avaliação de profissionais de determinarão o apoio mais adequado: carac-
saúde. O manual diagnóstico mais utilizado terísticas pessoais, presença de problemas de
nesse processo é a CID-10. Elaborada pela ordem emocional, física ou interpessoal decor-
OMS, essa classificação aponta sintomas indi- rentes do uso da bebida, além da quantida-
cativos, relacionados tanto ao comportamento de de álcool que costuma ingerir. Dada essa
dos indivíduos, como a questões cognitivas e complexidade, o ideal é que se procure um
fisiológicas que são desenvolvidas com o uso médico clínico geral ou um psiquiatra, profis-
repetido do álcool. sionais que farão uma avaliação diagnóstica
detalhada, que permitirá a identificação do
Em maio de 2019, a OMS lançou, durante a tratamento mais adequado.
Assembleia Mundial de Saúde, uma atualiza-
ção da classificação, a CID-11, que entrará Quando o paciente é diagnosticado com pro-
em vigor em janeiro de 2022. Com relação aos blemas relacionados ao álcool ou à dependên-
Transtornos Relacionados ao Uso de Álcool, cia, o sucesso do tratamento, que varia com a
novas categorias foram incluídas, como: progressão e gravidade da doença, dependerá
de acompanhamento médico.
• Padrões de consumo nocivos: beber pesado
episódico, beber pesado contínuo e beber pe- Diversas abordagens podem ser utilizadas: far-
sado não especificado; macológica, psicológica, apoio de grupos de
ajuda mútua, como “Alcoólicos Anônimos”. Vale
• Dependência de álcool: uso atual contínuo, destacar que alguns pacientes se beneficiam
uso atual episódico, remissão parcial precoce, mais de um determinado modelo do que de
remissão parcial sustentada, remissão total outros.
sustentada e dependência não especificada;
Nem sempre os dependentes entendem — ou
• Abstinência de álcool: sem complicações, percebem — que precisam de ajuda (a negação
com transtornos perceptivos, com convulsões, geralmente faz parte do quadro clínico). Essa
com transtornos perceptivos e convulsões ou situação, contudo, é um problema de saúde e
não especificada;  precisa ser abordada.

• Delírio induzido por álcool; É importante ressaltar que, apesar de ser uma
doença crônica que deve ser reconhecida e
• Transtorno psicótico induzido por álcool: com tratada, muitas vezes a dependência é as-
alucinações, com delírios, com sintomas psicó- sociada à falha de caráter ou falta de força
ticos mistos e não especificado; de vontade para cessar o uso da substância.

• Outros transtornos induzidos por álcool. O desconhecimento, associado a esses ró-


tulos, contribui para a estigmatização do
problema e influencia negativamente a pos-
3.2.5 ONDE BUSCAR sibilidade e qualidade da prevenção e do tra-
AJUDA tamento. Por isso, salientamos a urgência de
aumentar a visibilidade do tema, não somente
Nas situações em que o álcool influenciar ne- para melhorar a prevenção e a identificação
gativamente a saúde física, a rotina ou as rela- de problemas relacionados ao uso de álcool,
ções pessoais, é recomendável procurar ajuda mas também promover a busca por ajuda.
com profissionais da saúde. Algumas variáveis

30
10 ANOS DA ESTRATÉGIA GLOBAL | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

QUANDO BUSCAR
AJUDA?
Nas situações em que o álcool influenciar
negativamente a saúde física, a rotina
ou as relações pessoais, é recomendável
procurar ajuda de profissionais da saúde.

Onde encontrar
ajuda gratuita
A DEPENDÊNCIA DO ÁLCOOL
(ALCOOLISMO)
especializada?
É UMA DOENÇA CRÔNICA
E MULTIFATORIAL Centros de Atenção Psicossocial
Álcool e Drogas (CAPS-AD)
Unidades de saúde especializadas em atender
usuários e dependentes de álcool e drogas,
que têm por base o tratamento ambulatorial do
paciente, buscando sua reinserção social (de
acordo com as diretrizes determinadas pelo MS), e
os hospitais públicos e conveniados ao Sistema
Único de Saúde (SUS).
De acordo com o MS, há 2.341* CAPS em
funcionamento no país, distribuídos em municípios
dos 26 estados e no Distrito Federal.
A lista completa pode ser acessada no endereço:
http://sage.saude.gov.br/paineis/planoCrack/
lista_caps.php?output=html&
*Em 20/07/2017.

No Brasil, os mais conhecidos tratamentos 3.3. AVANÇOS E


gratuitos especializados em dependência
DESAFIOS
química são os Centros de Atenção Psicosso-
cial - Álcool e Drogas (CAPS- AD), unidades Por se tratar de uma questão complexa, o
de saúde especializadas em atender usuários enfrentamento aos danos associados ao ál-
e dependentes de álcool e drogas, que têm cool envolve diferentes setores da sociedade
por base o tratamento ambulatorial do pa- e estratégias multidisciplinares. De acordo
ciente, buscando sua reinserção social (de com a OMS, ações de prevenção e promoção
acordo com as diretrizes determinadas pelo de saúde devem ser priorizadas na redução
MS), e os hospitais públicos e conveniados do uso nocivo do álcool, com ênfase na con-
ao Sistema Único de Saúde (SUS). centração de esforços nas áreas-alvo reco-

31
mendadas na Estratégia Global para Reduzir Na população brasileira, houve um aumento
o Uso Nocivo de Álcool (OMS, 2010). no BPE, de 12,7% em 2010 para 19,4% em
2016, em contraste à diminuição observa-
Embora a Estratégia tenha sido bem recebida da na região das Américas (de 26,7% para
entre os países membros da OMS, a imple- 21,3%) e mundialmente (de 20,5% para
mentação das recomendações tem sido lenta 18,2%), no mesmo período. A OMS reforça
e desigual, afetando o cumprimento das me- a necessidade de acelerar tendências posi-
tas estabelecidas em nível global. tivas referentes ao BPE, indicador que deve
ser monitorado, com esforços para reduzi-
Estudos têm identificado que países de mé- -lo, especialmente entre os jovens (OMS,
dia e baixa renda enfrentam mais dificul- 2018b).
dades para implementar políticas públicas
sobre o consumo de álcool do que os de alta No ano de 2017, a OMS organizou um fórum
renda (Siegfried & Parry, 2019). Inclusive, específico com o intuito de mensurar e avaliar
nos últimos anos, pesquisas revelaram que os avanços dos países desde a implementa-
a disparidade dos impactos negativos do ção da Estratégia Global para Reduzir o Uso
álcool entre países ricos e pobres aumen- Nocivo de Álcool. As informações foram cole-
tou (Bennett et al., 2018; Siegfried & Parry, tadas por meio de questionário desenvolvido
2019).   com base em levantamentos anteriores sobre
álcool e saúde. Dos 194 países que integram a
O nível global do consumo per capita em iniciativa, 138 (71%) reportaram seus avanços.
2016 foi de 6,4 L de álcool puro por pessoa
com 15 anos ou mais (15+ anos), manten- Os resultados indicam conquistas, entretanto
do-se estável desde 2010. Entretanto, os ní- também apontam deficiência na distribuição da
veis e as tendências de consumo variam nas cobertura de tratamento para transtornos do
regiões da OMS. Por exemplo, entre 2010 álcool e do uso de drogas, e ressaltam a ne-
e 2016, no Sul e Leste Asiático, o consumo cessidade da produção de mais trabalhos para
per capita aumentou 28%, enquanto na re- melhorar a medição dessa oferta (OMS, 2017).
gião europeia diminuiu 12,5%, mas ainda
assim permaneceu o mais alto do mundo Em setembro de 2018, a OMS lançou a iniciati-
(GISAH, 2019). va SAFER (OMS, 2018c), mais novo roteiro para
apoiar os governos na adoção de medidas para
Dados do último Relatório Global sobre Ál- acelerar o progresso na saúde e combater as
cool e Saúde (OMS, 2018a) mostraram que doenças crônicas não transmissíveis (DCNT),
o consumo per capita entre os brasileiros abordando o uso nocivo do álcool.
diminuiu de 8,8  para 7,8 L de álcool puro,
no mesmo período, representando redução Tal recomendação apresenta cinco estratégias
de 11%.  de alto impacto que podem ajudar governos a
reduzir o uso nocivo do álcool e suas conse-
Apesar de os índices de consumo serem quências sociais, econômicas e de saúde: 
parcialmente positivos em relação à meta da
OMS, ressalta-se que o esforço global para 1. Fortalecer restrições à disponibilidade de
reduzir o uso nocivo de álcool abrange não álcool em comércios e para o público por meio
somente o consumo per capita, mas também da promulgação de leis, políticas e programas,
indicadores de padrões de consumo, como o a fim de prevenir o acesso fácil de jovens e
BPE e a morbimortalidade associada. outros grupos de risco ao etanol;

32
10 ANOS DA ESTRATÉGIA GLOBAL | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

12

10

FONTE: GISAH, OMS


2

0
Brasil Américas África Leste do Europa Sul e Leste Oeste do Mundo
Mediterrâneo Asiático Pacífico

2010 2016

Figura 1. Consumo de álcool per capita (15+ anos de idade), em litros de álcool puro.

2. Avançar e implementar medidas para com- No Brasil, em outubro de 2019, o Conselho


bater a direção de veículos automotores sob Nacional de Secretários de Saúde (CONASS)
efeito de álcool; organizou um evento com o objetivo de mo-
bilizar atores-chaves na divulgação e imple-
3. Facilitar o acesso ao diagnóstico, às inter- mentação da iniciativa SAFER, marcando o
venções breves e ao tratamento pela ação de apoio do Conselho frente à discussão e mobi-
profissionais e serviços da saúde para indiví- lização pública quanto ao engajamento políti-
duos que precisam de suporte e suas famílias; co em relação à iniciativa da OMS (CONASS,
2019). Vale destacar que, para algumas des-
4. Aplicar proibições ou restrições à publici- sas estratégias da SAFER, há exemplos de
dade, ao patrocínio e à promoção de bebidas ações no Brasil, como a lei que criminaliza a
alcoólicas em meios digitais, a fim de impac- oferta de bebidas a menores de 18 anos (1º
tar no consumo nocivo e na maior proteção de ponto), a Lei Seca desde 2008 (2º ponto), o
crianças, adolescentes e abstêmios em relação Conselho Nacional de Autorregulamentação
à pressão para beberem; Publicitária (CONAR, responsável pela re-
gulamentação dos conteúdos publicitários)
5. Aumentar os preços do álcool por meio de e a Lei nº 9294 de 1996, que regulamenta a
impostos e políticas de preços. publicidade de bebidas alcoólicas com teor
acima de 13º (4º ponto). 

33
Em dezembro de 2019, o relatório do dire- a construção de amplas parcerias e redes de
tor-geral da OMS elencou desafios, oportu- colaboração em todos os níveis.
nidades e perspectivas globais relacionadas
à meta de redução do uso nocivo de álcool — Tendo em vista que os prejuízos associados ao
fundamentado por discussões em fóruns da uso nocivo de álcool abrangem não somente a
OMS, consultas técnicas a países membros saúde, mas também diversas outras áreas, a
e um artigo de discussão sobre a Estratégia necessidade do estabelecimento de parcerias
Global para Reduzir o Uso Nocivo de Álcool e o incentivo a ações conjuntas entre diferentes
(OMS, 2019).  setores também são apontadas pela OMS.

O documento ressalta que ainda há desafios Quanto ao envolvimento do setor econômico


consideráveis para o desenvolvimento e a na área de produção e comércio de bebidas
implementação de políticas eficazes sobre o alcoólicas, a OMS o incentiva a contribuir para a
álcool. Entre outras razões, eles estão associa- redução do uso nocivo de álcool dentro de seus
dos à complexidade do problema, à natureza papéis como desenvolvedores, produtores, dis-
intersetorial das soluções custo-efetivas e aos tribuidores/vendedores de bebidas alcoólicas,
níveis, às vezes limitados, de vontade política especificamente em: marketing tradicional e/ou
e compromisso de governos e outras partes digital; vendas, comércio eletrônico, delivery;
interessadas em apoiar e implementar medidas produção e rotulagem das bebidas alcoólicas;
efetivas. e dados sobre produção e vendas (OMS, 2019). 
Tratando-se de um tema multifatorial, é es-
A responsabilidade de lidar com os problemas sencial a participação de todos os setores da
é dispersa entre diferentes entidades, incluin- sociedade - governo, setor produtivo, academia
do departamentos governamentais, diferentes e sociedade civil.
profissões e áreas técnicas, fato que complica a
coordenação e a cooperação em todos os níveis Com a finalidade de fortalecer e manter a aten-
(OMS, 2019).  ção do público sobre o assunto, tanto no âmbito
social, quanto político, foi sugerida a implemen-
Foram levantadas áreas prioritárias para imple- tação de um “Dia Mundial Sem Álcool” ou um
mentação da Estratégia Global para Reduzir o dia internacional para a conscientização sobre
Uso Nocivo de Álcool, como: o uso nocivo de álcool (OMS, 2019).

• a prevenção do início do consumo de álcool


por crianças e adolescentes;

• ações para reduzir o nível de consumo da-


queles que já bebem;

• medidas para proteger aqueles que não be-


bem; e

• apoio a comportamentos abstêmios. 

Ainda segundo a OMS, as entidades de saú-


de pública devem liderar a promoção de uma
agenda para reduzir o uso nocivo de álcool e

34
10 ANOS DA ESTRATÉGIA GLOBAL | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

Tabela 2. Avanços e desafios.

AVANÇOS DESAFIOS

Redução em 12,5% do consumo per capita O consumo per capita aumentou na região Sul
na região da Europa, de 11,2 L para 9,8 L de e Leste Asiático de 3,5 L para 4,5 L de 2010 para
álcool puro, entre 2010 e 2016. 2016, representando um crescimento de 28%.

No mesmo período, na região das Américas, Nível do consumo de álcool manteve estável no
houve diminuição de 57,8% para 54,1% a mundo entre 2010 e 2016 (6,4 L de álcool), mas há
proporção de bebedores atuais e redução do projeções de aumento deste indicador até 2030.
BPE de 24,4% para 21,3%.

MUNDO Avanços na área de bebida e direção, pela Desigualdade na implementação das


implementação de políticas públicas. Quinze recomendações e aumento da disparidade do
países estabeleceram limite zero para alcoolemia impacto nocivo do álcool entre países ricos e pobres.
na direção de veículos automotores e outros 31
países estipularam limites entre 0,01% e 0,05%.

Cobertura inadequada do tratamento para os


transtornos do álcool, segundo monitoramento da
Lançamento, em 2018, da Iniciativa SAFER. OMS em 2018, que ressalta a necessidade de mais
estudos para avaliar a oferta de tais serviços.

Diminuição em 11% do consumo per capita O Beber Pesado Episódico (BPE), aumentou de
entre os brasileiros, de 8,8 L para 7,8 L de 12,7% em 2010 para 19,4% em 2016 na população
álcool puro, entre os anos de 2010 e 2016. brasileira.

Diminuição dos transtornos relacionados Aumento de BPE entre mulheres, especialmente


ao uso de álcool no Brasil, de 5,6% em 2010 entre as jovens.
para 4,2% em 2016.

A Lei Seca evitou cerca de 41 mil mortes Entre bebedores brasileiros, o consumo médio
entre 200 e 2017, e contribuiu para a redução diário é de 3 doses, 27% maior do que na região
em 27,4% das mortes por acidentes de das Américas e no mundo (2,3 doses por dia).
trânsito nas capitais.
BRASIL
Implementação, em 2015, da lei que Preocupação quanto a relação com o álcool de
criminaliza a oferta de bebidas alcoólicas para estudantes com 13 a 15 anos, especialmente as
menores de 18 anos. meninas. Idade de experimentação é de 12,5 anos.

Pessoas com 55 anos ou mais compõem, a


Conselho Nacional de Secretários de Saúde cada ano, maior parcela do total de internações
(CONASS) apoia a Iniciativa SAFER em 2019. atribuíveis ao álcool (de 26% para 33%, entre 2010
e 2018).

Desde 2006, a publicação de artigos Há carência de estudos sobre os impactos de


científicos de qualidade sobre o tema vêm políticas públicas e de programas de prevenção
aumentando ano após ano. referentes ao uso de álcool.

35
4. Consumo de álcool

FOTOS: FREEPICK.COM

36
CONSUMO DE ÁLCOOL | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

O
4.1. NÍVEIS DE CONSUMO et al., 2019). Em geral, o que se observa é uma
diminuição, ou estagnação, do consumo nos países
consumo de álcool está presen- ricos, mas uma tendência de aumento nos países
te em quase todos os países do cujo padrão de vida é ascendente, como Índia e
mundo, com grandes variações China. As projeções desse estudo destacam o Bra-
regionais e culturais. Essas di- sil como um dos países que irão contribuir para
ferenças podem ser atribuídas este aumento na região das Américas (Manthey
em boa parte à religião, à imple- et al., 2019), apesar de ter sido observada uma
mentação de políticas e ao crescimento econômico diminuição do consumo per capita de 8,8 L, em
(Manthey et al., 2019). Seu uso é comum em diver- 2010, para 7,8 L em 2016 (OMS, 2018a). Isso
sos contextos sociais e associado frequentemente equivaleria a dizer que cada brasileiro com 15 anos
a situações de socialização. ou mais deixou de beber cerca de 1 dose por se-
mana. Apesar de ser maior que a média mundial,
Segundo o Relatório Global sobre Álcool e Saúde o índice brasileiro está abaixo da média da região
2018, publicado pela OMS, 55,5% da população das Américas (8,0 L).
mundial com 15 anos ou mais (15+ anos) já con-
sumiu bebida alcoólica alguma vez na vida e 43% No que diz respeito ao consumo diário de álcool
se declarou bebedora atual (ou seja, consumiu no Brasil, entre aqueles que bebem (15+ anos), a
no último ano). Já no Brasil, os índices foram de média, em 2016, foi de 41,7 g de álcool puro, o
78,6% e 40,3%, respectivamente. Os dados do equivalente a cerca de 3 doses por dia. Essa esti-
III Levantamento Nacional Sobre o Uso de Dro- mativa é aproximadamente 27% maior do que a
gas pela População Brasileira (III LNUD, 2017) observada entre os bebedores da região das Amé-
são consistentes com os da OMS, mostrando que ricas e da média mundial, ambas de 32,8 g por
43,1% da população brasileira de 12 a 65 anos dia — cerca de 2,3 doses por dia (OMS, 2018a).
consumiu álcool no último ano. Cerca de 30,1%
informaram ter consumido pelo menos 1 dose
no último mês. 100
Desde 2000, a porcentagem de bebedores atuais 80 40,3
no mundo diminuiu de 47,6% para 43%, apro- 54,1 43,0
ximadamente um quarto de bilhão de pessoas 60
(15+ anos). Tal queda foi, principalmente, devido
ao aumento de pessoas que pararam de beber e 12,5
40 38,3
pouco decorrente de um aumento de abstêmios
29,0
na vida, segundo a OMS. Em relação ao consumo 20 44,5
de álcool per capita, apesar de ter crescido entre 21,4
16,9
FONTE: OMS, 2018a.

2005 e 2010 (de 5,5 L para 6,5 L), esse indicador 0


manteve-se estável de 2010 até 2016. No entanto, Brasil Américas Mundo
as tendências e projeções atuais apontam para
ABSTÊMIOS EX- BEBEDORES
um aumento desse consumo nos próximos 10 NA VIDA BEBEDORES ATUAIS
anos, particularmente nas regiões das Américas,
do Sudeste Asiático e do Pacífico Ocidental (OMS,
2018a). Inclusive, uma pesquisa recente estima Figura 1. Consumo de álcool (%) na
que, até 2030, o consumo per capita mundial atinja população com 15 anos ou mais, no
7,6 L e a proporção de bebedores atuais aumente Brasil, nas Américas e no mundo, em
para 50% (aumento anual de 0,22%) (Manthey 2016.

37
4.2. PADRÕES DE CONSUMO A preferência por determinado tipo de bebida é
influenciada por fatores sociais, culturais e indivi-
4.2.1. TIPOS DE BEBIDAS duais. Segundo a OMS, no mundo, os destilados
MAIS CONSUMIDAS são os mais consumidos (44,8%), seguidos por
cerveja (34,3%) e vinho (11,7%). Já nas Amé-
Bebidas alcóolicas são aquelas que contêm etanol ricas, a preferência é pela cerveja (53,8%), com
ou álcool etílico. Podem ser obtidas por diferentes exceção da Argentina, Chile e Uruguai, onde se
processos químicos: o vinho e a cerveja, por exem- consome mais vinho. No Brasil, a cerveja responde
plo, derivam da fermentação, enquanto o uísque, por 61,8% do consumo, seguida pelos destilados
gin, vodca e a cachaça, da destilação. Elas possuem (34,3%) e pelo vinho (3,4%).
teores alcoólicos bastante diferentes: cervejas po-
dem apresentar variação de 2% a 8% de álcool,
enquanto os destilados usualmente, contêm entre 4.2.2. BEBER PESADO
40% e 50% de álcool. A OMS (2010) cita que a EPISÓDICO (BPE) OU
abordagem de redução de danos associados ao
álcool pode ser apoiada por uma promoção mais
CONSUMO ABUSIVO
forte de produtos com menor concentração de ál-
cool. Porém, é importante ressaltar que, no conceito O padrão de consumo de álcool também é um ele-
de dose padrão, há a equivalência da quantidade mento importante para a avaliação dos riscos e
de álcool, conforme detalhado no item 3.2 desta prejuízos associados ao seu uso. O Beber Pesado
publicação. Episódico (BPE) — consumo de 60 g ou mais de

DISTRIBUIÇÃO DO CONSUMO
DE ÁLCOOL REGISTRADO 9,3%
POR TIPO DE BEBIDA
(EM PORCENTAGEM) 11,7%
34,3%

44,8%

0,9%

13,5%
MUNDO

31,7% AMÉRICA
31,7% 53,9%

Cerveja
Destilados
Vinho 3,4% 0,5%

Outros

BRASIL
34,3%
61,8%

38
CONSUMO DE ÁLCOOL | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

Figura 2. Consumo abusivo de álcool por adultos (%).

30
26,0
25 27,0 27,9 27,3 27,1
25,3 25,4
24,2 24,8
20

FONTE: VIGITEL - MINISTÉRIO DA SAÚDE


17,2
16,5 19,1 19,1
18,1 18,4 17,9
15
16,5 16,4
12,1 12,2
11,0
10
10,5 10,3 10,2
9,7 9,4
9,0
5

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

TOTAL HOMENS MULHERES

álcool puro em uma única ocasião, pelo menos uma se comportamento foi de 16,5%, considerando a
vez no último mês— está associado à maior ocor- população geral. Já os dados do Vigitel, embora
rência de brigas, violência, acidentes, tentativas de mostrem números semelhantes aos da OMS, indi-
suicídio, sexo desprotegido, gravidez indesejada e cam que o consumo abusivo de álcool (equivalente
intoxicação alcoólica. Por essa razão, é considera- ao BPE) por adultos não tem se alterado significa-
do um problema de saúde pública, passível de pre- tivamente ao longo do tempo, tanto na população
venção. Em termos globais, o BPE foi relatado por de homens quanto de mulheres, variando entre
18,2% da população geral no ano de 2016 (OMS, 16% e 19% na população em geral no período
2018a). Em 2017, a pesquisa de Manthey et al. considerado na análise, de 2010 a 2018.
(2019) detectou que 20% dos adultos no mundo
reportavam este padrão de consumo nocivo. Esse Nas capitais brasileiras, dados do Vigitel 2018
índice já foi mais elevado: em 2000, a frequência apontam que a frequência de consumo abusivo de
era de 22,6% (OMS, 2018a). As maiores reduções bebidas alcoólicas variou de 13,8% em Manaus a
de BPE foram observadas nas regiões da África, 23,5% em Salvador. As maiores frequências, entre
Américas e Europa, alinhadas às diminuições de homens, foram observadas em Palmas, Salvador e
consumo per capita e de prevalência de bebedores. Florianópolis, e, entre mulheres, em Salvador, Belo
Horizonte e Vitória. As menores frequências de
A despeito dessa redução geral observada, o Bra- consumo abusivo de bebidas alcoólicas pelo sexo
sil ainda se destaca, segundo a OMS, como um masculino ocorreram em Porto Alegre, Manaus e
dos países que apresentam altas porcentagens Rio Branco, e, pelo sexo feminino, em João Pessoa,
de BPE: 19,4% da população com 15 anos ou Curitiba e Natal. Esses dados por capital mostram
mais relatou tal comportamento em 2016, índice que o consumo abusivo pode ser verificado em to-
superior ao observado anteriormente, em 2010 das as regiões do Brasil e que ele também sofreu
(12,7%), e também ao mundial (18,2%). De modo poucas variações ao longo do tempo.
semelhante, no III LNUD (2017), a prevalência des-

39
30

25
2010

20

FONTE: VIGITEL - MINISTÉRIO DA SAÚDE


2018 15

10

0
JU

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Figura 3. Consumo abusivo de álcool (%) nas capitais brasileiras em 2010 e 2018.

No conjunto das 27 cidades, em 2018, a frequên- Outro dado importante é que, a despeito do consu-
cia do consumo abusivo de álcool no último mês mo abusivo ser predominante entre homens, hou-
foi de 17,9%, sendo maior para homens (26%) do ve um aumento significativo entre mulheres entre
que para mulheres (11%). A análise de regressão 2010 e 2018, especialmente nas faixas etárias de
logística aponta que os homens têm cerca de três 18 a 24 anos (de 14,9% para 18%) e de 35 a 44
vezes mais chances de praticar consumo abusivo anos (de 10,9% para 14%).
do que as mulheres.
Além disso, o estado civil aparece como uma va-
Independentemente do sexo, a frequência do con- riável associada ao consumo abusivo. Os dados
sumo abusivo foi maior entre os jovens, alcançan- apontam que, em 2018, os solteiros possuíam
do cerca de 30% dos homens e mais de 14% das 1,6 vezes mais chances de praticar consumo
mulheres entre 18 e 44 anos de idade. A partir abusivo do que os casados/em união estável.
dos 35 anos, o consumo abusivo passa a diminuir Esses dados vão ao encontro de achados da li-
significativamente até chegar a 7,2% entre os ho- teratura que apontam que o casamento e os re-
mens e 2% entre as mulheres na faixa etária de lacionamentos estáveis podem exercer um efeito
65 anos ou mais. protetor em relação ao uso nocivo de álcool.

As chances de uma pessoa com 12 anos ou mais Estudo longitudinal com 900 jovens norte-ame-
de escolaridade praticar consumo abusivo são 1,5 ricanos encontrou uma forte associação entre
vezes maiores do que pessoas com escolaridade o casamento e outros tipos de relacionamentos
inferior; já as chances de uma pessoa que possua afetivos e reduções no consumo excessivo de ál-
entre 18 e 34 anos praticar consumo abusivo são cool (Fleming et al., 2011). A mesma associação
cerca de 3,7 vezes maiores do que uma pessoa foi encontrada em pesquisa feita na Suécia com
com 55 anos ou mais. base populacional nacional, sendo mais forte

40
CONSUMO DE ÁLCOOL | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

Tabela 1. Consumo abusivo de álcool (%), nas capitais, por sexo, em 2010 e 2018.

2010 2018
CIDADE TOTAL MASCULINO FEMININO TOTAL MASCULINO FEMININO

Aracaju 22,2 34,8 11,9 18,1 26,5 11,4

Belém 19,6 32,0 9,0 17,5 27,5 9,0

Belo Horizonte 20,9 30,6 12,8 22,4 29,5 16,4

Boa Vista 17,0 25,5 8,8 19,7 30,2 10,0

Campo Grande 16,9 23,9 10,6 19,5 30,8 9,4

Cuiabá 20,5 31,1 10,8 19,8 27,6 12,6

Curitiba 12,9 21,2 5,6 14,4 22,0 7,9

Florianópolis 20,4 29,1 12,6 22,2 31,0 14,2

Fortaleza 16,5 26,7 8,0 14,9 21,9 9,0

Goiânia 16,9 25,6 9,2 18,1 26,5 10,8

João Pessoa 18,5 28,0 10,6 16,0 26,4 7,4

Macapá 19,0 29,2 9,5 20,0 30,2 10,5

Maceió 19,8 31,9 9,9 17,7 28,8 8,8

Manaus 17,4 29,7 5,9 13,8 19,9 8,1

Natal 20,0 34,3 8,0 16,3 26,1 8,0

Palmas 21,8 31,9 12,1 22,2 32,5 12,9

Porto Alegre 16,6 24,4 10,2 15,2 18,3 12,6

Porto Velho 18,0 25,7 10,1 18,9 28,2 8,9

Recife 23,1 35,1 13,5 20,3 28,2 14,1

Rio Branco 15,9 23,9 8,5 15,5 20,3 11,2

Rio de Janeiro 18,8 26,1 12,7 19,1 26,7 12,7


FONTE: VIGITEL - MINISTÉRIO DA SAÚDE

Salvador 24,2 32,8 16,9 23,5 31,6 16,7

São Luís 21,3 34,4 10,6 17,2 25,6 10,5

São Paulo 14,8 22,2 8,5 15,8 23,8 9,0

Teresina 20,7 31,2 11,9 19,2 29,2 11,0

Vitória 20,2 28,9 12,9 22,4 30,5 15,5

Distrito Federal 19,9 28,1 12,6 20,5 30,7 11,7

41
Tabela 2. Consumo abusivo de álcool no último mês (%) no conjunto da popula-
ção adulta das capitais e do DF, por sexo, idade e escolaridade, em 2010 e 2018.

2010 2018

IDADE TOTAL MASCULINO FEMININO TOTAL MASCULINO FEMININO

18 a 24 anos 22,0 28,7 14,9 23,0 27,1 18,0

25 a 34 anos 24,1 34,8 14,2 24,2 34,2 14,7

35 a 44 anos 19,8 30,4 10,9 21,7 31,6 14,0

45 a 54 anos 15,9 23,2 10,0 14,7 23,0 8,3

55 a 64 anos 10,7 18,0 5,2 11,0 17,1 6,5

65 anos e mais 4,4 8,5 1,8 4,1 7,2 2,0

ANOS DE
ESCOLARIDADE

0 a 8 anos 14,0 22,2 6,9 13,0 20,5 6,7


FONTE: VIGITEL - MINISTÉRIO DA SAÚDE

9 a 11 anos 19,6 28,6 11,8 19,1 26,6 12,5

12 anos e mais 22,9 32,9 14,5 21,2 30,7 13,4

TOTAL 18,1 27,0 10,5 17,9 26,0 11,0

42
CONSUMO DE ÁLCOOL | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

SEXO ESCOLARIDADE

Masculino Feminino Até 11 anos 12 anos ou mais


2010 1 3,2 2010 1 1,5

2018 1 2,8 2018 1 1,4

FAIXA ETÁRIA ESTADO CIVIL


18 a 34 anos 35 a 54 anos 55 anos ou mais Solteiro/Separado/Divorciado Casado/União Estável
2010 1 2,6 3,6 2010 1 1,47

2018 1 2,7 3,7 2018 1 1,63

Figura 4. Regressão logística para consumo abusivo de álcool (razão de chances).

quando o cônjuge não pratica consumo abusivo. de atuação. Leis que proíbam a venda de bebidas
Quando ele o faz, ao contrário, há o aumento do alcoólicas a pessoas que já estejam alcoolizadas
risco de registro subsequente de transtorno por e outras medidas que regulam a disponibilidade
uso de álcool tanto em homens quanto em mu- do álcool são ações que se mostraram eficazes em
lheres. Esses resultados são consistentes com a outros países para reduzir os prejuízos associados
hipótese de que os fatores psicológicos e sociais ao abuso de álcool (Sanchez, 2017).
relativos ao casamento e, em particular, às inte-
rações entre cônjuges que monitoram a saúde, É importante, também, entender melhor os fa-
protegem contra o desenvolvimento de transtor- tores que influenciam o beber pesado em cada
no por uso de álcool (Kendler et al., 2016). contexto para que sejam definidas mudanças po-
sitivas mais amplas nessa frente. Essas mudan-
Em conjunto, as evidências reforçam que inter- ças dependem tanto de iniciativas políticas bem
venções mais robustas são necessárias para a fundamentadas quanto de uma conscientização
diminuição da prática do BPE, por meio da imple- maior da população em relação às consequências
mentação de políticas públicas em diferentes áreas do uso nocivo do álcool.

43
4.3 ÁLCOOL O QUE É
ÁLCOOL ILEGAL
ILEGAL Álcool ilegal, também chamado
de “não registrado”, abrange
bebidas caseiras ou artesanais
fabricadas informalmente, bebidas
falsificadas ou contrabandeadas
e bebidas “substitutas”, que
são inapropriadas para ingestão
Álcool Álcool humana, como perfumes
legal ilegal
e produtos de limpeza.
Basicamente, as bebidas
ilegais são aquelas que, de
alguma maneira, não seguem
os padrões de qualidade ou de
taxação exigidos por um país.
Álcool
registrado Em relação aos dois termos
Bebida alcoólica – álcool ilegal e álcool não
legal, produzida e registrado, é importante saber
vendida dentro das que todo álcool ilegal é do tipo
normas regulatórias
e presente nas “não registrado”. Porém, nem
estatísticas oficiais. todo álcool não registrado é,
de fato, ilegal. Por exemplo:
comprar uma bebida alcoólica
lícita em um país e consumi-la
Contrabando: ilegalmente em outro país torna a bebida
Álcool não importado; não registrada, mas não ilícita.
registrado
Falsificado: imitações
Ou seja, “álcool ilegal” e “álcool
fraudulentas de produtos não registrado” são categorias
com marca; muito próximas – por isso, serão
Evadido de impostos:
utilizadas como equivalentes.
produzido legalmente, mas
sem pagamento devido de
impostos;
Compra lícita
transfronteiriça Álcool não conforme: A OMS (2018a)
Bebida alcoólica legal
comprada em um país e
produtos que não seguem
as normas de produção, estima que
trazida para outro, com
fins de consumo próprio.
diretrizes gerais ou leis
de registro/etiquetação. 25% do álcool
consumido
Artesanal lícito /
produzido em casa
Artesanal ilícito
produzido em casa no mundo
todo é do tipo
Álcool informal:
Bebida alcoólica produzida fora das normas regulatórias, não registrado;
cuja produção tende a seguir práticas culturais e artesanais.
no Brasil, esse
Álcool substituto:
Produtos contendo álcool que não são feitos
índice é estimado
para consumo humano, mas que são ingerigos
como substitutos da bebida alcoólica. em 15,5%.

44
CONSUMO DE ÁLCOOL | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

QUAIS OS COMPONENTES E QUAIS


OS RISCOS À SAÚDE E À ECONOMIA?
Justamente por não seguir as regras de
vigilância sanitária e/ou de taxação, o álcool
ilegal traz diversas consequências, tanto
para a economia quanto para a saúde.
Alguns efeitos da intoxicação
A composição do álcool não registrado varia
substancialmente, mas alguns componentes –
notadamente os nocivos – estão presentes em
METANOL
considerável parte das bebidas apreendidas
e analisadas. Exemplos: metanol, acetaldeído,
carbamato de etila, metais e ftalato de dietila.

Além de etanol e água, podem conter resíduos intensas problemas de sonolência


do processo de fermentação, aditivos, dores de visão e até
aromatizantes e subprodutos que têm sido cabeça cegueira
associados a sintomas de intoxicação, quando
se encontram em altas concentrações.

No caso do metanol, pode levar a graves


consequências (ao lado). Ele é bastante utilizado
para fazer bebidas ilegais, porque é um tipo de
álcool mais barato, com cheiro semelhante ao tontura fraqueza óbito
álcool para consumo e de efeito inebriante. Ele é muscular
encontrado nos produtos de limpeza, e em postos (chamada de astenia)
de gasolina para abastecimento de carros.

Ressalva: nem todo álcool


ilegal é necessariamente
PONTOS DE ATENÇÃO danoso. Existem fatores
culturais e históricos que
permeiam a produção de
algumas bebidas ilegais.
No Brasil, principalmente
em regiões mais
interioranas, famílias e
comunidades produzem
de maneira informal
ou artesanal algumas
bebidas alcoólicas, como
Um dos fatores Preste atenção ao Tenha o hábito Proibir cachaças. Muitas vezes
principais de apelo estabelecimento de ler os rótulos completamente a
são produzidas com muito
zelo, como uma tradição
ao consumidor onde compra originais; somente produção artesanal familiar, ou simplesmente
é o seu preço sua bebida. assim poderá é inviável. Assim, para consumo próprio ou
reduzido. Sempre O vendedor identificar quando o melhor caminho para presentear amigos.
desconfie de ambulante, vir um falsificado. é incentivar Elas são classificadas
preços muito próximo às a formalização como álcool ilegal por
abaixo do baladas, muitas de produtores. não seguirem regras
mercado. vezes comercializa
estritas de qualidade ou
de tributação, mas não
bebidas ilegais. necessariamente são
prejudiciais à saúde.

45
4.3. ÁLCOOL ILEGAL to de um mercado paralelo e ilegal de álcool
(Euromonitor, 2015).
Sergio Almeida
O mercado ilegal de álcool inclui uma família de
Há um interesse perene em praticamente todo práticas. Entre as principais, constam a fabrica-
o mundo em combater o uso nocivo do álcool. ção e venda de bebidas adulteradas, a falsifica-
Já não é mais novidade alguma que o consumo ção e a pirataria, o contrabando e a sonegação.
regular e prolongado dessa substância, acima de A OMS estimou, em seu último relatório, que
certos níveis, oferece sérios riscos à saúde do in- cerca de 25% do álcool consumido no mundo
divíduo. O problema não se esgota aí: o consumo advenham de fontes ilegais (OMS, 2018a). No
nocivo do álcool também impõe, frequentemente, Sudoeste da Ásia e no Mediterrâneo, chega a
custos à sociedade como resultado de acidentes 50% do total. No Brasil, estima-se que esse tipo
de trânsito e gastos com serviços públicos de de bebida represente 15,5% do consumo total,
saúde (Nakaguma & Restrepo, 2014). Há, por- o que equivale a 1,2 L per capita.
tanto, uma preocupação das autoridades de saú-
de, do governo e do público em geral, em regular Os custos sociais desse mercado vão muito além
a produção, o comércio e o consumo do álcool. do que parecem ser meramente violações de
normas de conduta empresarial. O álcool ilegal
As experiências regulatórias do mercado de álcool ou não registrado abrange bebidas caseiras ou
mudaram bastante ao longo do último século. Por artesanais fabricadas informalmente, bebidas
volta de 1920, os EUA, por exemplo, proibiram o contrabandeadas e “substitutas” — inapropria-
armazenamento, o transporte e a venda de álcool. das para a ingestão humana, como perfumes
O experimento não foi exatamente bem-sucedido. e produtos de limpeza. O álcool ilegal oferece
Como mostram Miron & Zwiebel (1991), a proibi- riscos adicionais à saúde dos consumidores, uma
ção foi eficiente em reduzir seu consumo apenas vez que parte dele envolve a fabricação de be-
nos primeiros anos da política. A medida não só bidas com substâncias impróprias. A presença
não logrou reduzir sistematicamente o consumo, de substâncias tóxicas, como metanol, é comum
como também produziu consequências indesejá- nesse tipo de bebida e pode causar dores de
veis, entre elas a influência de grupos criminosos cabeça e crises renais a curto prazo e, se inge-
envolvidos com o mercado paralelo de álcool (Blo- ridas em grandes quantidades, podem levar à
cker Jr, 2006; Levine & Reinarman, 1991). cegueira e, em casos extremos, até a morte. A
fabricação de álcool adulterado é preocupante,
Uma das lições que emergiram das políticas e seus menores custos de produção acabam por
proibicionistas é que o arcabouço regulató- incentivar o maior consumo, além de represen-
rio utilizado tem impacto direto no tamanho tar um desafio para os reguladores, já que seu
do mercado ilegal de álcool (Wagenaar et al., monitoramento é mais difícil.
2009). Sabe-se, por exemplo, que, mesmo dis-
tantes da proibição do passado e mais focadas Os fatores que explicam o tamanho do merca-
na regulação econômica do consumo por meio do ilegal de álcool não são completamente co-
do controle de preços, de limitações à entrada nhecidos ainda. Há alguma evidência, contudo,
no mercado e de restrições sobre marketing, de que a produção e o consumo de álcool ilegal
as políticas de controle do consumo do álcool tenham uma motivação econômica, qual seja: a
têm efeito direto sobre o preço do produto e, regulação tributária sobre as bebidas alcoólicas.
portanto, nos incentivos para o desenvolvimen- O mecanismo explicativo por trás dessa relação

46
CONSUMO DE ÁLCOOL | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

entre imposto e álcool ilegal é relativamente sim- lização dos que incorrem no crime de falsificação
ples: sem a incidência de impostos, as bebidas e adulteração de bebidas alcoólicas (OMS, 2010).
alcoólicas ilegais se tornam consideravelmente
mais baratas e, portanto, mais atrativas para o A própria natureza ilegal desse mercado cria
consumidor, que pouco ciente está dos riscos do desafios para o desenho e a implementação
consumo desse tipo de bebida. de uma estratégia nacional, visando reduzir os
danos econômicos e sociais da produção e do
Uma possível explicação para o baixo impacto da comércio de bebidas alcoólicas ilegais. É nosso
taxação sobre o consumo nocivo é a substituição entendimento que essa estratégia, em alinha-
de álcool legal por ilegal, a que a taxação isolada- mento com o arcabouço da OMS sobre o tema,
mente pode induzir. É por essa razão que as es- deva incluir as seguintes diretrizes:
tratégias mais eficazes para o combate ao álcool • Desenvolvimento de apoio técnico para ações
ilegal são aquelas que, concomitantes às ações locais de monitoramento;
na esfera tributária, focam também no monitora- • Desenvolvimento de um sistema nacional de
mento e no controle das bebidas comercializadas, coleta de dados;
nas campanhas de conscientização dos perigos • Produção e disseminação de conhecimento
para a saúde da ingestão de bebidas ilegais, bem sobre álcool ilegal;
como, na esfera jurídica, no julgamento e na pena- • Promoção de diálogos.

4.4. TENDÊNCIAS EM ainda são menores do que na população em geral.


POPULAÇÕES VULNERÁVEIS No Brasil, esse índice foi de 15% para a população
de 15-19 anos (na população em geral é de 19,4%).
4.4.1. JOVENS
Diversas pesquisas apontam que o primeiro con-
tato com o álcool ocorre, frequentemente, nas pró-
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
prias casas dos adolescentes, por oferta dos pais e
O consumo de álcool por crianças e adolescentes parentes, ou pelo acesso fácil às bebidas (Alavarse
provoca diversas consequências danosas, tanto & Carvalho, 2006; Romano et al., 2007; Reis &
em nível biológico quanto social, podendo com- Oliveira, 2015). A pesquisa de Mattick et al. (2018),
prometer o desenvolvimento do sistema nervoso, com 1927 adolescentes recrutados no primeiro
além de estar associado a problemas como queda ano do ensino médio em três cidades australianas,
no rendimento escolar, gravidez precoce e inde- mostrou que o fornecimento de álcool pelos pais
sejada, violência e acidentes. aumenta o risco de que os adolescentes consu-
mam mais de quatro doses de bebidas alcoólicas
O nível desse consumo está diretamente relacio- em, pelo menos, uma ocasião no ano.
nado ao comportamento em relação à bebida da
população em geral (OMS, 2018a). As taxas de Os dados da PeNSE mostram que a maior parte
consumo atual mais altas nessa faixa etária foram das crianças e adolescentes que consumiram ál-
observadas na região europeia da OMS (43,8%), cool tiveram acesso à bebida em festas (43,8%).
seguida das Américas (38,2%). O índice de BPE Esse dado é muito importante, pois mostra o prin-
também é alto (acima de 20%) em diversas regiões cipal contexto em que esse segmento da popula-
do globo, como Europa, Austrália, Canadá, Nova ção tem acesso ao álcool e que está relacionado à
Zelândia, EUA, Argentina e Chile — no entanto, sociabilidade dos jovens. Por isso, é essencial que

47
ele permaneça no radar de atenção dos formula-
dores de políticas públicas. Tabela 4. No último mês, quantas
vezes você andou em carro ou outro
Em relação à experimentação precoce, é sabido veículo motorizado dirigido por
que quanto mais cedo ocorrer o primeiro contato alguém que tinha consumido alguma
com o álcool, maiores os riscos de problemas. bebida alcoólica?
Estudos apontam que a experimentação antes
dos 15 anos aumenta em 4 vezes o risco de de-
senvolver dependência (NIAAA, 2017). 2009 2012 2015

Apesar desses riscos, em muitos países, a maior Nenhuma vez 81,3 76,9 72,9
parte dos jovens faz uso dessa substância antes
dos 15 anos. No mundo, 26,5% dos jovens de 15 1 vez 7,2 9,3 10,1
a 19 anos beberam no último ano, cerca de 155
milhões de pessoas (OMS, 2018a). No Brasil, o 2 ou 3 vezes 5,0 5,9 7,0
dado é semelhante: 26,8% dos jovens com idades

FONTE: PENSE - IBGE


entre 15 e 19 anos relataram consumo de álcool 4 ou mais vezes 6,4 7,6 8,9
no último ano (OMS, 2018a).
Não informado 0,0 0,3 1,0
Os dados do III LNUD (2017) indicam que a segun-
da maior proporção de consumo de álcool no último
mês ocorre na faixa etária de 18-24 anos (35,1%),
ficando atrás apenas da faixa etária 25-34 anos anos e que mais de 20% desses jovens declararam
(38,2%). Entre os estudantes do 9º ano do ensino já ter ficado realmente bêbados pelo menos uma
fundamental, segundo a PeNSE 2015, 55,5% já vez na vida. Outras pesquisas nacionais ainda cor-
experimentaram álcool alguma vez na vida. Essa roboram com esse cenário preocupante: apontam
pesquisa também revelou que a idade média do que 32% dos estudantes brasileiros com idades
primeiro episódio de consumo de álcool é de 12,5 entre 14 e 18 anos relataram o BPE no último ano
(Sanchez et al., 2013) e 23% dos jovens entre 18-
24 anos declararam ter praticado consumo abusivo
de álcool no último mês (Vigitel 2018).
Tabela 3. Na sua vida, quantas vezes
você bebeu tanto que ficou realmente Outro estudo, realizado com estudantes do 7º
bêbado(a)? e 8º anos de escolas públicas brasileiras, apre-
senta resultados semelhantes: 16,5% relataram
2009 2012 2015 pelo menos um episódio de BPE no último ano,
comportamento associado a diferentes fatores,
Nenhuma vez
na vida (0 vez) 77,8 78,1 78,6 como tabagismo, uso de maconha, uso de drogas
inalantes, exposição a familiares alcoolizados, prá-
1 ou 2 vezes
na vida 15,3 14,7 13,8 tica de bullying, agressão verbal e notas escolares
intermediárias/baixas (Conegundes et al., 2018).
3 ou 5 vezes
na vida 3,7 3,7 3,8
FONTE: PENSE - IBGE

A PeNSE 2015 também apontou que 55,5% dos


6 ou mais
vezes na vida 3,1 3,3 3,7 alunos do 9º ano do ensino fundamental (de 13 a
15 anos) reportaram experimentação, sendo um
Não informado 0,0 0,2 0,1 pouco mais comum entre os alunos de escolas pú-

48
CONSUMO DE ÁLCOOL | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

blicas (56,2%) que de escolas privadas (51,2%). No Brasil, o número de matrículas na educação su-
Quando comparados com o levantamento anterior, perior cresce anualmente. Em 2018, 8,45 milhões
de 2012, observa-se que essa experimentação de alunos matricularam-se em cursos de gradua-
precoce de bebidas alcoólicas aumentou de 50,3% ção, o que compõe cerca de 18% da população
para 55,5%, e o relato de episódio de embriaguez de jovens entre 18 e 24 anos e representa um
manteve-se estável (21,8%). crescimento de 1,9% em relação a 2017 (Censo
da Educação Superior 2018). Sabe-se que a expe-
A análise das PeNSE 2009, 2012 e 2015 também riência universitária é peculiar, pois constitui para os
evidenciou um dado preocupante, revelando um estudantes a primeira oportunidade de ser parte de
aumento da porcentagem de jovens que pegaram um grande grupo de pares sem supervisão familiar.
carona com motoristas sob efeito de álcool (Tabela Esse momento de experimentação de autonomia,
4). Em 2015, cerca de 26% dos jovens da amostra novos limites e responsabilidades os torna mais
andaram em veículo conduzido por motorista nes- vulneráveis a experiências previamente proibidas,
sas condições, mostrando que mesmo os jovens como o consumo de bebidas alcoólicas. Estudos re-
abstêmios podem se expor indiretamente aos pe- velam que o álcool é a substância mais consumida
rigos do álcool. pelos jovens brasileiros, seguida pelo tabaco, pela
maconha e por estimulantes, o que pode represen-
Além de acarretar diversos problemas de saúde, o tar um fator de risco para sua saúde (Silva et al.,
consumo de álcool pode ter outras consequências 2006; Passos et al., 2006; Paduani et al., 2008).
negativas na vida dos adolescentes, como proble-
mas familiares, abstenções escolares, dificuldades O I Levantamento Nacional sobre o Uso de Álcool,
de relacionamento, entre outros. A PeNSE 2015 Tabaco e Outras Drogas entre Universitários das
mostra que cerca de 10% dos estudantes entrevis- 27 Capitais Brasileiras apontou que o álcool é a
tados declararam ter tido algum tipo de problema al- substância mais utilizada entre os universitários,
guma vez na vida por ter ingerido bebidas alcoólicas. com quase 90% deles tendo relatado o consu-
mo uma vez na vida. Nota-se que grande parte
ADULTOS JOVENS E relatou o consumo no último ano (72%) e 60,5%
UNIVERSITÁRIOS beberam no último mês — o que mostra que é
um comportamento frequente e repetido entre a
Entre adultos jovens (de 20 a 24 anos), observa-se maioria dos universitários (SENAD, 2010).
uma prevalência de consumo semelhante ou, por
vezes, mais frequente do que na população em ge- Pesquisa com 508 estudantes universitários pau-
ral. Isso também se estende ao BPE nessa idade, listas, feita em 2017, apresentou cenário parecido,
mais prevalente e frequente quando comparado à identificando que 43,7% dos participantes respon-
população em geral. Com exceção da região do Me- deram ter consumido álcool de 2 a 4 vezes por mês.
diterrâneo Oriental, todos os índices de prevalência Em relação aos padrões de consumo, 59,2% rela-
de BPE entre os bebedores são altos na adolescên- taram a prática de BPE em algum momento (Ro-
cia e na idade adulta — em torno de 45% a 55%. drigues, 2017).
(OMS, 2018a).
Pesquisa recente feita nos Estados Unidos com 365
Como essa idade coincide, em geral, com o período jovens adultos (18-35 anos) procurou identificar os
em que se frequenta a universidade, um grupo des- fatores associados ao consumo de álcool por meio
sa faixa que merece atenção são os universitários. da comparação entre bebedores e não bebedo-
Pesquisas apontam que o uso de álcool é maior en- res: os bebedores mostraram ter mais qualificação
tre eles do que em grupos de não universitários da educacional e maior disponibilidade de recursos
mesma idade (O´Malley & Johnston, 2012). financeiros, pois têm, com mais frequência, um

49
4.4.1
CONSUMO QUANTO
ENTRE JOVENS BEBEM?
ESCOLARES entre
POR QUE BEBEM? 13 e 15 anos no
Brasil (PeNSE, 2015)
• Comportamento de
assumir riscos e testar 12,5 anos é a idade média
limites (típico dos de experimentação
adolescentes), que pode 55,5% já beberam
incluir o consumo de álcool. alguma vez na vida
23,8% beberam
• Pressão social e no último mês
aceitação pelo grupo de
amigos, que influencia 21,4% já sofreram algum
expectativas sobre os episódio de embriaguez
efeitos do álcool. O exemplo
dos pais e familiares
também influencia. JOVENS entre
15 e 19 anos
• Percepção (OMS, 2018a)
equivocada de que é
NO MUNDO:
normal e aceitável beber
26,5% beberam
com frequência e em
no último ano, e
quantidades exageradas.
13,6% relataram BPE
NAS AMÉRICAS:
38,2% beberam
no último ano e
CONSEQUÊNCIAS 18,5% fizeram BPE
NO BRASIL:
• Afeta as funções cerebrais, uma vez 26,8% beberam
que o SNC está em desenvolvimento. no último ano e
• CURTO PRAZO: queda no rendimento escolar, 15% fizeram BPE
sexo desprotegido, brigas e acidentes.
• LONGO PRAZO: afeta funções cognitivas
(aprendizagem verbal, memória e atenção) e
UNIVERSITÁRIOS
habilidades socioemocionais (autocontrole,
brasileiros
(Senad, 2010)
motivação e julgamento).
• Quanto mais precoce o início do beber, mais Quase 90% dos
cedo a pessoa poderá ter problemas com o álcool: universitários
estudos apontam que a experimentação antes já beberam ao menos
dos 15 anos aumenta em 4 vezes o risco de uma vez na vida
desenvolver dependência (NIAAA, 2017). 54% experimentaram
antes dos 16 anos
25% relataram BPE

50
CONSUMO DE ÁLCOOL | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

14,4 %
comprando
no mercado,
loja, bar ou
supermercado

5,4 %

ONDE OS
outro
modo

JOVENS
ADQUIREM? 9,4 %
com alguém
da família

43,8 %
festas

17,8 %

3,8
com amigos
%
em casa,
sem permissão

3,8 % 1,6%
dando dinheiro com um
a alguém vendedor
que comprou de rua

51
emprego remunerado. Outros fatores associados na adolescência revelam-se fundamentais, so-
foram o estado civil — com maior prevalência entre bretudo, aquelas focadas no controle do acesso
solteiros — e o consumo abundante de café e cigar- e em aspectos relativos ao contexto em que o
ros. Paradoxalmente, os jovens que bebem álcool abuso de álcool entre jovens ocorre.
realizam mais atividade física (La Fauci et al., 2019).
Nesse sentido, regulamentar a produção e dis-
Um outro estudo (Allen et al., 2019) também pro- tribuição de bebidas alcoólicas provou ser uma
curou identificar os elementos que perfazem o estratégia eficaz para reduzir o uso nocivo do ál-
contexto em que estudantes de graduação con- cool, em especial para proteger os jovens e outros
somem álcool com mais frequência. Os achados grupos vulneráveis. Porém, em alguns países em
apontam que eles bebem, principalmente, para desenvolvimento, os mercados informais consti-
aumentar a confiança ou facilitar a interação tuem um desafio para a efetividade do controle
social e para intensificar as experiências — por formal das vendas. No Brasil, apesar da existên-
exemplo, para comemorar. cia da Lei nº 13.106/2015, que proíbe a oferta
de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos
Em análise sobre o consumo de bebidas alcoó- de idade, os dados apresentados mostraram que
licas por estudantes brasileiros da área da saú- uma parcela significativa dos jovens ainda tem
de, Rabelo et al. (2017) encontraram padrões de acesso fácil ao álcool, sendo uma questão de saú-
consumo semelhantes: uso de álcool focado nas de pública a ser prevenida.
festas da faculdade, frequentemente no padrão
BPE, mais prevalente em homens e também re- Atividades educativas com foco na prevenção
lacionado a pessoas que moram sozinhas. ao uso de álcool nos ambientes familiar, esco-
lar e na comunidade são fundamentais para que
Diversas pesquisas apontam a grande exposi- os jovens façam escolhas saudáveis e reflitam
ção dos universitários ao álcool, instaurando a sobre as implicações de suas decisões ao longo
demanda por informações acessíveis e de qua- da vida. O acesso a ambientes virtuais, como as
lidade sobre as consequências do uso precoce e redes sociais, também deve ser monitorado. Nos
nocivo dessa substância. Também evidenciam a últimos anos, evidências científicas têm demons-
necessidade de programas de prevenção focados trado que a exposição a conteúdos sobre álcool
na conscientização e integrados ao contexto em nessas plataformas pode estimular percepções
que o álcool se insere na vida dos universitários. mais tolerantes em relação a essa substância,
aumentando seu consumo (Erevik et al., 2018).
PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO
USO NOCIVO DO ÁLCOOL NA Alguns dos fatores de proteção ao uso de álcool
JUVENTUDE estão diretamente relacionados ao ambiente fa-
miliar, como: residir com os pais, compartilhar
Como ressalta a Estratégia Global para Redu- refeições com os pais ou responsáveis na maio-
zir o Uso Nocivo do Álcool, é fundamental que ria dos dias da semana, e o conhecimento, por
crianças e jovens sejam protegidos contra a parte dos pais, do que os adolescentes fazem em
pressão para que consumam bebidas alcoóli- seu tempo livre (Malta et al., 2018). Conforme já
cas. Felizmente, nota-se uma tendência à queda ressaltado por muitas pesquisas, a postura dos
nos episódios de BPE entre 2000 e 2016 para pais em relação ao álcool é um dos fatores mais
os jovens no mundo como um todo — exceto no decisivos para definir a própria relação dos filhos
Sul e Leste Asiático e Oeste do Pacífico (OMS, com a bebida. Por isso, é fundamental que eles
2018a). Ainda assim, iniciativas globais que pro- estejam atentos a suas próprias atitudes, para
movam a prevenção e a redução do uso de álcool que sejam modelos positivos de comportamento.

52
CONSUMO DE ÁLCOOL | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

no período de 2006 a 2018 (Vigitel).


Tabela 5. Consumo de álcool e BPE
entre homens e mulheres, Brasil, 2015. Essa tendência à equiparação do consumo do
álcool levanta uma série de preocupações, uma
vez que as mulheres são fisiologicamente mais
No No BPE vulneráveis aos efeitos dessa substância do
Na último último
vida (%) que os homens, apresentando maior probabi-
ano mês

FONTE: ICICT, FIOCRUZ III LNUD


lidade de ter problemas relacionados a ela com
Homens 74,3 51,6 38,8 24,0 níveis de consumo mais baixos e/ou em idade
mais precoce do que os homens.
Mulheres 59,0 35,0 21,9 9,5
Pesquisa brasileira recente mostrou importan-
Total 66,4 43,1 30,1 16,5 tes consequências negativas associadas ao uso
nocivo de álcool pelas mulheres: quase metade
das que reportaram BPE também relataram ter
relações sexuais desprotegidas; entre as mu-
4.4.2. MULHERES lheres jovens (com 20 anos ou menos) que re-
portaram BPE, mais de 1 em cada 10 ficou ou
As pesquisas sempre deixaram evidente estava grávida, e a chance de ter um aborto foi
a maior prevalência de consumo de álcool
2 vezes maior do que entre as que não relata-
entre homens. Em todas as regiões da OMS,
ram BPE (Massaro et al., 2018).
as mulheres bebem menos frequentemente,
em menor quantidade e se envolvem menos
em episódios de consumo pesado do que Por muito tempo, a dependência do álcool
os homens (OMS, 2018a). Isso também foi vista como um problema exclusivamente
é observado no Brasil: dados do III LNUD masculino. No entanto, apesar de os dados
(2017) mostram que uma maior proporção disponíveis mostrarem que a prevalência de
de homens reportou o consumo de bebidas transtornos relacionados ao uso de álcool —
alcoólicas em comparação às mulheres abuso e dependência — ainda é maior entre
(Tabela 5). homens (8,6%, cerca de 237 milhões de ho-
mens) do que entre mulheres (1,7%, cerca de
Nos últimos anos, porém, em função das mu- 46 milhões de mulheres), há indícios de que
danças no estilo de vida das mulheres, houve esses danos possam convergir no futuro, em
um aumento significativo desse uso, não só razão das mudanças de hábitos das mulheres
em relação à quantidade, mas também à fre- mais jovens.
quência. Globalmente, prevê-se que a diferença
entre homens e mulheres que bebem diminuirá Em muitos países, as convergências no con-
progressivamente até 2030, em parte devido sumo de álcool e os problemas relacionados já
ao aumento da participação das mulheres no foram observados em homens e mulheres (Bra-
mercado de trabalho (Manthey et al., 2019). tberg et al., 2016; Slade et al., 2016). Chama
também a atenção os altos índices de abuso
Dados do Ministério da Saúde apontam que e dependência observados nas Américas para
o consumo abusivo de álcool pela população ambos os sexos: 11,5% entre homens e 5,1%
geral adulta brasileira e entre homens se man- das mulheres (OMS, 2018a). No Brasil, segundo
tém relativamente estável. Já o consumo entre o relatório da OMS, 1,6% das mulheres brasilei-
as mulheres, mesmo com percentual menor, ras apresentam algum transtorno relacionado
apresentou crescimento: de 7,7% para 11% ao uso de álcool (para os homens, a prevalência

53
é de 6,9%), sendo que 0,5% apresenta diag- de comorbidades e agravos a outros problemas
nóstico de dependência (entre homens é 2,3%). de saúde comuns à idade. Além disso, o con-
sumo de álcool por idosos pode expô-los a um
É alarmante notar que essa mudança de pa- maior risco de quedas e outras lesões, e ainda
drões de consumo tem ocorrido também entre promover efeitos secundários pela interação
as adolescentes. Segundo relatório da OPAS com medicamentos mais comumente utiliza-
(2015), entre estudantes com idade de 13 a dos por essa população.
17 anos, mais de 20% das meninas e 28% dos
meninos relataram já ter sofrido um episódio de As estatísticas do GBD 2010 chamam a aten-
embriaguez na vida. No Brasil, a PeNSE 2015 ção: o álcool está entre os dez maiores fatores
(IBGE, 2016), realizada com 10.926 estudan- de risco para a carga total de doenças por idade
tes nessa mesma faixa etária, também aponta em 2010, sendo o 7º no ranking para indivíduos
índices semelhantes de episódios desse tipo: de 50 a 69 anos e o 10º para indivíduos maio-
26,9% entre as meninas e 27,5% entre os me- res de 70 anos (Murray et al., 2012; Shield &
ninos. Isso significa que pelo menos 1 em cada Rehm, 2015).
4 estudantes já se expôs a riscos significativos
e que as meninas estão se aproximando dos Dados do I Levantamento Nacional sobre os
índices masculinos. Padrões de Consumo de Álcool na População
Brasileira (Castro-Costa et al., 2008) demons-
Apesar de atualmente caminharmos para uma traram que 12,0% dos idosos bebiam pesado
equiparação de papéis entre homens e mu- (mais de 7 doses por semana), 10,4% bebiam
lheres na sociedade, fisiologicamente elas são em excesso (mais de 3 doses em uma ocasião)
mais sensíveis aos efeitos do álcool. É preciso e 2,9% dependiam do álcool. Outro estudo, com
lidar com essa questão com cuidado e atenção, base nos dados da Pesquisa Nacional de Saúde
com programas de prevenção e tratamento es- (PNS), realizada em 2013, com participantes de
pecíficos e adequados para esse grupo. idade igual ou superior a 60 anos, identificou
que 4,6% dos idosos apresentava consumo
4.4.3. IDOSOS de risco consumo de risco (mais de 7 doses/
semana para mulheres e mais de 14 doses/
O envelhecimento faz parte da vida. É um pro- semana para homens). Em relação ao sexo, a
cesso que possui diversas consequências so- prevalência do consumo de risco foi significa-
ciais e fisiológicas, e muitas delas influenciam tivamente maior entre os homens (8,6%) do
a relação dos idosos com o álcool. Do ponto de que entre as mulheres (1,5%) (Noronha et al.,
vista fisiológico, o envelhecimento pode dimi- 2019). Pesquisa mais recente, com 400 idosos
nuir a tolerância do corpo ao álcool, provocando de Juiz de Fora, estimou que 26,7% dos parti-
efeitos mais acentuados do que nos jovens. Do cipantes ingeriam bebidas alcoólicas. Desses,
ponto de vista social, outras dificuldades so- 78,6% faziam uso de uma a duas doses padrão
mam-se a esse quadro e podem estar relacio- ao beber e 16,7% já praticaram o BPE (Barbosa
nadas ao abuso de álcool, como viuvez, solidão, et al., 2018).
perda de amigos, aposentadoria, isolamento,
entre outras. Esses dados mostram que parte considerável
dos idosos brasileiros consome bebidas alcoó-
Dentre as consequências do uso nocivo de ál- licas em excesso e com frequência, o que pode
cool nessa população, destacam-se déficits no aumentar os riscos de complicações da saúde.
funcionamento cognitivo e intelectual, prejuízos É notável, também, o alto número de mulheres
no comportamento global, aumento do número entre a população idosa que pratica o BPE. O

54
CONSUMO DE ÁLCOOL | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

III LNUD (2017) mostrou que 11,3% da popula- ser menor do que para indivíduos no início e na
ção com 55-65 anos refere este comportamen- metade da idade adulta, os problemas relacio-
to. Pesquisa feita no município de São Paulo nados ao álcool em idosos são decorrentes de
identificou que quase metade das mulheres fatores diferentes daqueles relacionados aos
entrevistadas que referiram consumo de álcool jovens.
(46%) apresentava um padrão nocivo de con-
sumo de bebidas alcoólicas (Kano et al., 2014). Com o envelhecimento, o corpo é menos apto
a metabolizar o álcool, a desidratação é maior,
No que diz respeito aos dados do Datasus so- além do álcool interferir no efeito de diversas
bre internações e óbitos, a população idosa medicações (OMS, 2014). Além disso, o abuso
também se destaca. Na contramão das popula- crônico de álcool está associado ao aumento do
ções até 54 anos, nas quais houve uma redução risco para diversos tipos de doenças (Caputo
no número de internações e óbitos parcial ou et al., 2012). Por isso, o uso do álcool e ou-
totalmente atribuíveis ao álcool de 2010 para tras drogas entre idosos é um tema que vem
2018, as ocorrências entre a população com preocupando os profissionais da área da saúde
55 ou mais anos de idade tiveram aumento de devido a um aumento observado no número de
25,7% para 33,1% no mesmo período. Apesar admissões em unidades de pronto atendimen-
da proporção de mortes atribuíveis ao álcool to e busca por tratamento associados ao uso
para indivíduos com idades a partir de 60 anos dessas substâncias.

POPULAÇÕES VULNERÁVEIS
Cristiana Ornellas Renner e Matheus Cheibub David Marin

Populações vulneráveis são, em linhas ge- ao álcool do que os homens por, em geral,
rais, um grupo de pessoas com caracterís- possuírem menor quantidade de água e de
ticas que aumentam os riscos ou os efeitos enzimas que metabolizam a substância, dei-
do consumo de álcool, quando comparadas xando-a por mais tempo — e em maior con-
à média da população. Desse modo, as con- centração — no organismo (NIAAA, 2007).
sequências negativas tendem a ser mais Com isso, elas têm maior probabilidade de
acentuadas. As características que definem ter problemas relacionados ao álcool com
uma população como “vulnerável” ao álcool níveis de consumo mais baixos e/ou em ida-
podem ser muito amplas, abrangendo desde de mais precoce do que os homens (Erol &
fatores biológicos, como idade e sexo bio- Karpyak, 2015). Essa questão fisiológica,
lógico — que serão destacados neste texto contudo, não esgota completamente o risco
— até fatores socioculturais e econômicos, para as mulheres, pois existem ainda fato-
como ocupação, região geográfica e oferta res culturais que afetam significativamente
de políticas de saúde pública (Caetano et al., sua relação com o álcool, notadamente a
1998; Larimer & Arroyo, 2016; Tonigan et vulnerabilidade social e os riscos de vio-
al., 1998). lência sexual (Haikalis et al., 2017; Kingree
& Thompson, 2015). Segundo o III Levan-
Um exemplo de população vulnerável em que tamento Nacional sobre o Uso de Drogas
a questão biológica tem relevância importan- pela População Brasileira (III LNUD), 9,5%
te são as mulheres. Elas são mais sensíveis das mulheres praticaram o binge drinking,

55
definido como beber em uma única ocasião sa população, destacam-se déficits no fun-
cinco ou mais doses, para homens, ou qua- cionamento cognitivo e intelectual, prejuízos
tro ou mais doses, para mulheres (NIAAA, no comportamento global, aumento do nú-
2004). Os dados do Vigitel também mostra- mero de comorbidades e agravos a outros
ram um aumento significativo do consumo problemas de saúde comuns à idade. Além
abusivo de álcool entre mulheres jovens (18 disso, o consumo de álcool por idosos pode
a 24 anos) entre os anos de 2010 e 2018, expô-los a maior risco de quedas e outras
de 14,9% para 18%. lesões e ainda promover efeitos secundários
pela interação com os medicamentos mais
Outra população sensível é a de crianças e comumente utilizados por essa população.
adolescentes; nesse sentido, o cérebro, que
se encontra em desenvolvimento nessa fase Para além de todas essas questões, que
da vida, pode sofrer mudanças duradouras possuem uma razão biológica clara, exis-
em decorrência do uso de álcool. Adolescen- tem fatores relacionados a questões sociais,
tes são mais sensíveis aos danos do padrão culturais e econômicas que tornam determi-
BPE. Quanto mais cedo ocorre o primeiro nados grupos mais vulneráveis ao consumo
consumo de álcool, maiores os riscos de de álcool. Inclusas aí estão as pessoas em
problemas relacionados a essa substância situação de rua, em privação de liberdade,
no futuro (NIAAA, 2017). bem como as populações indígenas, que
carecem, em nosso país, de pesquisas e in-
No Brasil, observou-se no III LNUD (2017) tervenções sólidas.
que 34,3% dos jovens (cerca de 7 milhões
de pessoas com 12 a 17 anos) já fizeram Nota-se, portanto, a relevância da identifi-
uso de álcool na vida (ao menos um epi- cação de populações vulneráveis aos efeitos
sódio), 8,8% fizeram uso no último mês e e aos riscos do consumo de álcool, que não
5% fizeram BPE, causando mais chances afetam todas as pessoas da mesma forma.
de problemas físicos a longo prazo, além As tendências de consumo nesses grupos
dos riscos iminentes, no momento do uso ainda devem ser monitoradas para que pro-
(Nunes, 2019). gramas de prevenção, intervenção precoce,
tratamento e políticas públicas possam ser
Se a tenra idade pode agravar os efeitos do planejados, implementados e avaliados. Por
etanol, também a velhice pode gerar mais fim, deve-se salientar que certas desigual-
complicações para aqueles que consomem dades — de sexo, biológicas, sociais, raciais
álcool. Com o envelhecimento, ocorrem di- — também são refletidas no consumo do
versas alterações fisiológicas que aumen- álcool, tornando-se marcadores importantes
tam os prejuízos causados pelo álcool, como para a identificação das populações vulne-
a capacidade de metabolização hepática, ráveis.
função renal, composição corporal e maior
tendência à desidratação (Shield & Rehm,
2015; Breslow et al., 2003). Assim, a in-
gestão de álcool por idosos pode provocar
efeitos mais acentuados, comparativamente
aos jovens de mesmo sexo e peso. Dentre as
consequências do uso nocivo do álcool nes-

56
CONSUMO DE ÁLCOOL | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

INFOGRÁFICO
POPULAÇÕES
VULNERÁVEIS

MULHERES JOVENS IDOSOS


SISTEMA NERVOSO CENTRAL
EM DESENVOLVIMENTO Menor tolerância
Tempo para ao álcool causada
ENZIMAS por alterações
metabolizar
POR QUÊ SÃO 5 anos Idade 20 anos na capacidade
da metabolização
CONSIDERADOS hepática e renal
VULNERÁVEIS?
ÁGUA Maior concentração
no organismo Maior tendência
à desidratação
Regiões cerebrais maduras

Prevalência PROPORÇÃO DE
do consumo EPISÓDIOS DE EMBRIAGUEZ INTERNAÇÕES ATRIBUÍVEIS
de álcool AO ÁLCOOL
2010 2018 Relatos de escolares
18-24 anos 14,9% 18,0% de 13 a 17 anos
TENDÊNCIAS 35-44 anos 10,9% 14,0% 2018

2018 28% 27,5% 2010


2010 Mundo Brasil
101.902 25,7%
20% 26,9%
33,1%
85.311 +19%
Aumento nas internações 55 anos ou mais

ESTRESSORES
Mudanças Necessidade PSICOSSOCIAIS
Aumento no poder fisiológicas e GERAM de conquistar
aquisitivo psicológicas autonomia Aposentadoria
CAUSAS
Solidão

Viuvez
Sobrecarga
gerada Isolamento social
pela jornada Influência da família, das redes
dupla sociais e pressão dos amigos Doenças crônicas

MAIS PROPENSAS AO CONSUMO


RISCOS E DESENVOLVIMENTO DE: ANTES DOS

+4X
CONSEQUÊNCIAS 15 ANOS
Maior risco Interação com
de quedas medicamentos

Hepatite Doenças Câncer


alcoólica cardíacas de mama
e cirrose Risco de dependência Déficits Lesões
no futuro cognitivos

57
5. Consequências à saúde
e à sociedade

FOTOS: FREEPICK.COM

58
CONSEQUÊNCIAS À SAÚDE E À SOCIEDADE | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

O
consumo nocivo de álcool leva a ainda é um ponto sensível no Brasil e sua fre-
maior risco de desenvolvimento quência está associada a maior chance de lesões
de algumas doenças, bem como em acidentes, perda de emprego e envolvimento
de envolvimento em acidentes em discussões e assaltos (De Castro et al., 2014).
de trânsito e outras situações
que impactam não somente a Tabela 1. Agravos relacionados ao
saúde de quem bebe, como toda a sociedade, in- uso nocivo do álcool, Brasil, 2016.
clusive do ponto de vista econômico. Os dados a
seguir oferecem uma visão conjunta dessas con-
sequências, apresentando informações sobre a Homens (%) Mulheres (%)
proporção de motoristas que relatam dirigir sob
os efeitos de álcool em cada região do país, assim Índices de
cirrose hepática 69,5 42,6
como um histórico das leis criadas para dirimir esse

FONTE: OMS, 2018A


comportamento de risco. Em seguida, nos itens 5.2 Acidentes
de trânsito 36,7 23,0
e 5.3, são apresentados, respectivamente, os dados
de internações e óbitos atribuíveis ao álcool. Por Índices
de câncer
8,7 2,2
fim, no item 5.4, são relatados os impactos econô-
micos relacionados ao álcool. Este capítulo, portan-
to, visa evidenciar os impactos sociais, financeiros e
de saúde atrelados ao uso nocivo dessa substância. 5.1 BEBIDA E DIREÇÃO
Sobre os transtornos relacionados ao uso do álcool, O consumo de álcool está diretamente relacionado
estima-se que 4,2% (6,9% entre homens e 1,6% ao maior risco de envolvimento em acidentes de
entre mulheres) dos brasileiros preencham crité- trânsito. Grandes concentrações dessa substân-
rios para abuso ou dependência. Nota-se, portanto, cia no sangue provocam diminuição da atenção,
uma diminuição em relação a 2010, quando a pre- falsa percepção de velocidade, euforia, aumento
valência estimada era de 5,6% (8,2% entre homens no tempo de reação, sonolência, redução da visão
e 3,2% entre mulheres) (OMS, 2014; 2018a). periférica e outras alterações neuromotoras, que
podem resultar na perda da capacidade de condu-
Entre os anos de 2006 e 2012, a prevalência de zir veículos motorizados (Damacena et al., 2016)
problemas sociais e de saúde decorrentes do e causar acidentes de trânsito graves. O Relató-
uso nocivo de álcool diminuiu entre os homens, rio Global sobre Álcool e Saúde 2018 estima que,
de 37% para 26%, e permaneceu estável entre no Brasil, o álcool esteve associado a 36,7% dos
as mulheres, de 13% para 14% (Caetano et al., acidentes de trânsito envolvendo homens e 23%
2015). Entretanto, é preciso apontar que o BPE envolvendo mulheres em 2016 (OMS, 2018a).

ÁLCOOL E DIREÇÃO de álcool é um fator de risco, que vem sendo


Lúcio Garcia de Oliveira considerado uma das principais causas de aci-
dentes e mortes no mundo (Zhao et al., 2010).
O Ministério da Saúde (MS) classifica os aci- A OMS aponta que o uso de álcool é uma cau-
dentes de trânsito como causas evitáveis, pre- sa importante de morbimortalidade em todo o
veníveis ou reduzíveis de morte (Malta et al., mundo e é responsável por 28,7% da taxa de
2007). Entende-se que dirigir sob a influência mortalidade no mundo (OMS, 2018).

59
Dirigir é uma atividade complexa que depen- A respeito da eficiência dessas leis sobre
de da integridade de habilidades motoras, o comportamento de beber e dirigir, houve
reflexos e da capacidade de tomar decisões uma acentuada queda do número de aci-
rápidas. O uso de álcool prejudica o tempo de dentes de trânsito no Brasil na década de
reação e afeta a capacidade de uma série de 1990, em decorrência da implantação do
tarefas motoras (Stimson et al., 2007). Código de Trânsito Brasileiro (CTB) pela
lei n° 9.503/1997. A taxa de mortalidade
A concentração de álcool no sangue (CAS) voltou a aumentar logo após a implanta-
mensura a quantidade de álcool ingerida. ção dessa lei, o que estudos sugeriram ter
Podemos identificar o grau de prejuízo do acontecido por falta de fiscalização e apli-
funcionamento da pessoa para diferentes cação das punições devidas (Abreu et al.,
níveis de CAS e avaliar o comprometimento 2018). A implantação da Lei Seca (Lei n°
cognitivo e motor como resultado do uso da 11.705/2008), estabelecendo um novo li-
substância (Stimson et al., 2007). mite de alcoolemia para condutores de 0,6
g/L para zero, com uma tolerância de 0,2
O BPE eleva a CAS a 0,8 mg/mL ou acima, e g/L, reduziu de forma significativa as taxas
prejudica o desempenho em tarefas de me- de lesões e fatalidades no trânsito no Es-
mória e funcionamento executivo (Daffner tado e na cidade de São Paulo. Na capital,
& Searl, 2008). Condutores que estiveram houve redução de 16% e, no estado, 7,2%
envolvidos em BPE tiveram menos controle na taxa média mensal de fatalidades no
sobre seus próprios comportamentos, ten- trânsito. Enquanto as taxas de lesões não
dendo a agir impulsivamente, o que, dentro fatais diminuíram 2,3% na capital e 1,8%
do contexto de trânsito, pode colocar suas no Estado de São Paulo (Andreuccetti et
próprias vidas e as de terceiros em risco al., 2011).
(NIAAA). Um estudo realizado com vítimas
fatais de eventos violentos atendidas no IML- Os acidentes de trânsito são um proble-
-SP apontou que, pelo menos, uma a cada ma de saúde, de segurança e econômico
duas vítimas estava sob o efeito de alguma no Brasil e no mundo. O uso de álcool é
substância psicoativa, incluindo o álcool. Em- um fator de risco das mortes violentas e
bora o álcool fosse a substância mais co- não intencionais, uma vez que prejudica
mumente ingerida antes de um evento fatal as habilidades cognitivas e psicomotoras
(30,1% dos casos), o uso de cocaína (21,9%) necessárias para a realização de uma di-
e maconha (14%) também foi identificado reção segura. Não há um consumo seguro
por essa pesquisa (Andreucetti et al., 2018). de álcool. É responsabilidade do condutor
observar os prejuízos causados por seu uso
A OMS sugere que o governo dos países- em seu organismo e não dirigir após beber.
membros tome medidas para lidar com a A combinação de outras substâncias com
segurança no trânsito envolvendo a ação de o álcool agrava ainda mais a situação. O
setores como transporte, saúde, educação e uso nocivo de álcool demanda a ação de
ações que tratam da segurança viária, veículos políticas públicas que possam reduzir seu
e usuários de estradas. No Brasil, medidas de impacto não apenas no contexto específico
caráter legislativo vêm sendo tomadas para do trânsito, mas também de forma geral em
combater as lesões e mortes relacionadas a outros contextos, incluindo a propaganda,
acidentes de trânsito (OMS, 2018a). venda e consumo.

60
CONSEQUÊNCIAS À SAÚDE E À SOCIEDADE | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

Tabela 2. Relação entre o nível de concentração de álcool no sangue (CAS; mg/mL)


e o nível de prejuízo no funcionamento cognitivo e motor da pessoa (Andreuccetti
et al., 2011, apud Stimson et al., 2006)

NÍVEL DE CAS (mg/mL) NÍVEL DE PREJUÍZO

0,2-0,3 O funcionamento mental começa a ser prejudicado.

A atenção e o campo visual são reduzidos. O controle cerebral


0,3-0,5
relaxa e há uma sensação de tranquilidade e bem-estar.

Os reflexos ficam retardados. Superestimação das habilidades


0,5-0,8 de desempenho. Tendência agressiva. Dificuldade de
adaptação da visão a diferenças de luminosidade.

Dificuldade em dirigir/controlar veículos (para pedestres


0,8-1,0 prejudicados pelo uso de álcool, há dificuldade de caminhar
pela via pública). Prejuízo de coordenação neuromuscular.

Falta de coordenação. Inabilidade de interpretar


1,0-1,9 corretamente o que esteja acontecendo. Julgamento crítico
ruim. Dificuldade em andar ou manter-se em pé.

2,0-2,9 Náuseas. Vômitos.

3,0-3,9 Intoxicação séria. Redução da temperatura corporal.


Amnésia parcial (blackout).

Envenenamento por álcool. Coma. Risco de morte


>4,0 (cerca de 50% das pessoas que atingem CAS >4,0
morrem por envenenamento por álcool).

61
Tabela 3. Legislação

LEI Nº DISPOSITIVOS

Lei nº 9.503,
de 23 de Institui o Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
setembro de 1997
Altera a Lei n° 9.503 do CTB, com a finalidade de estabelecer alcoolemia
zero — tolerância zero para quem dirige alcoolizado ou sob o efeito de
outras substâncias psicoativas — e de impor penalidades mais severas
para o condutor que assumir esse comportamento de risco, com os
seguintes efeitos:

• Altera o artigo 165, que dispõe sobre medidas administrativas para


quem for pego dirigindo sob os efeitos de álcool ou qualquer substância
psicoativa; assim, passa a impor medidas administrativas para qualquer
Lei nº 11.705,
concentração de álcool no sangue.
de 19 de junho
de 2008
• Altera o artigo 276, que dispõe que as medidas administrativas
citadas no artigo 165 serão aplicadas para qualquer concentração de
álcool no sangue ou por litro de ar alveolar.

• Altera o artigo 306, passando a denotar que conduzir veículo


automotor, na via pública, estando com concentração de álcool por
litro de sangue igual ou superior a 6 decigramas, ou sob a influência
de qualquer outra substância psicoativa, passa a ser entendido como
crime.

Altera a Lei n° 9.503 do CTB, estabelecendo medidas administrativas e


legais mais graves para quem for pego dirigindo sob o efeito de álcool
ou qualquer outra substância psicoativa, com os seguintes efeitos:

• Altera o artigo 165, aumentando a penalidade administrativa para o


condutor que for flagrado dirigindo sob o efeito de álcool ou qualquer
outra substância psicoativa.

• Altera o artigo 276, dispondo que o artigo 165 será aplicado para
qualquer concentração de álcool por litro de sangue ou por litro de ar
Lei nº 12.760, alveolar.
de 20 de
dezembro de • Altera o artigo 277, dispondo que as infrações previstas no artigo
2012 165 também poderão ser caracterizadas, mediante imagem, vídeo,
constatação de sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran
(Conselho Nacional de Trânsito), alteração da capacidade psicomotora
ou produção de quaisquer outras provas em direito admitidas.

• Altera o artigo 306, intensificando as medidas administrativas e legais


para quem for flagrado dirigindo sob concentração de álcool igual
ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue, ou igual ou
superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar, ou sinais que
indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade
psicomotora.

62
CONSEQUÊNCIAS À SAÚDE E À SOCIEDADE | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

LEI Nº DISPOSITIVOS

Altera a Lei n° 9503 do CTB, de forma a incluir o teste de toxicologia


para a penalidade criminal, com os seguintes efeitos:

• Altera o artigo 306, dispondo que a concentração de álcool igual


ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou
Lei nº 12.971,
superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar será avaliada
de 9 de maio
mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perícia,
de 2014
vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos,
observado o direito à contraprova. Some-se a isso que dispõe que
o Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de
alcoolemia ou toxicológicos para efeito de caracterização do crime
tipificado no artigo 306.

Altera a Lei n° 9.503 do CTB, incluindo o artigo 165-A,


que dispõe sobre as medidas administrativas a quem se recusa a ser
submetido à prova para avaliação do uso de álcool e outras substâncias
psicoativas. Assim, o artigo 165 passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia
ou outro procedimento que permita certificar influência de álcool ou
Lei nº 13.281, outra substância psicoativa, na forma estabelecida pelo art. 277, com os
de 4 de maio seguintes efeitos:
de 2016
Infração – gravíssima; Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão
do direito de dirigir por 12 (doze) meses; Medida administrativa -
recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo,
observado o disposto no § 4º do art. 270; Parágrafo único. Aplica-se em
dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no período de
até 12 (doze) meses.

Entrou em vigência no ano de 2018 a Lei que acrescentou o parágrafo


3º ao artigo 302 e o parágrafo 2º ao artigo 303, tornando ainda
mais severas as penas para os condutores de veículos que causarem
acidentes de forma culposa, resultando na morte ou lesão corporal da
vítima:

Art. 302 § 3º: Se o agente conduz veículo automotor sob a influência


Lei nº 13.546, de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine
de 19 de dependência. Penalidade - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão
dezembro de ou proibição do direito de se obter a permissão ou a habilitação para
2017 dirigir veículo automotor.

O art. 303 § 2º: A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a


cinco anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo, se o
agente conduz o veículo com capacidade psicomotora alterada em razão
da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine
dependência, e se do crime resultar lesão corporal de natureza grave ou
gravíssima.

63
5.1 BEBIDA
X.X
E DIREÇÃO
MEDIDAS MAIS
EFICAZES NA
REDUÇÃO DO
COMPORTAMENTO
SE BEBER, DE BEBER E DIRIGIR
NÃO DIRIJA

0,05 g/L
Mesmo em pequenas
Limitação da
alcoolemia para
condutores de
veículos automotores
Intensa
fiscalização

concentrações, o álcool já
é capaz de alterar os reflexos
e a percepção visual, assim
como aumentar o tempo Ações de Punições severas,
de reação de um indivíduo. prevenção e como multas
conscientização e suspensão
Essas alterações podem ser da população da carteira de
observadas a partir de 0,05 g habilitação
de álcool/L de sangue.

NO MUNDO, MORREM MAIOR CAUSA DOS


MAIS DE 1,35 MILHÃO DE ÓBITOS DE CRIANÇAS
PESSOAS POR ANO EM E JOVENS ENTRE
ACIDENTES DE TRÂNSITO 5 E 29 ANOS

64
CONSEQUÊNCIAS À SAÚDE E À SOCIEDADE | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

1 EM CADA 7 ESCOLARES
entre 13 e 15 anos pegou carona com motorista alcoolizado
no mínimo 2 vezes no mês anterior à pesquisa (PeNSE 2015)

Limite de concentração
de álcool no sangue
(CAS) para motoristas
na população geral,
por país/região, 2016*

Tolerância zero
0,01 - 0,04
0,05
> 0,05
Subnacional
Sem limite de CAS
Dados indisponíveis
Não se aplica

BRASIL:
em linha com qualquer
concentração de >= 0,6 g/L
as melhores álcool no sangue
ou alteração da
ou alteração
da capacidade
práticas capacidade psicomotora psicomotora
tolerância medidas crime passível
O Brasil é um dos poucos zero administrativas de prisão
países do mundo que possui
leis nacionais que tratam da
condução sob o efeito do OMS recomenda limite e fiscalização
álcool com tolerância zero. de CAS para a população em geral
Por essas medidas, o Brasil recebeu especial
g/L = grama de álcool destaque no relatório mundial da OMS sobre
por litro de sangue a segurança das estradas (OMS, 2018b).

65
Tabela 4. Bebida e direção nas capitais e no DF, por sexo: adultos que afirmaram
conduzir veículos motorizados após o consumo de qualquer quantidade de bebida
alcoólica (%) em 2011 e 2018.

2011 2018
CIDADE TOTAL MASCULINO FEMININO TOTAL MASCULINO FEMININO

Aracaju 9,5 18,1 2,4 7,5 13,7 2,4

Belém 4,6 8,9 0,8 4,7 9,4 0,6

Belo Horizonte 8,1 14,8 2,4 8,0 14,1 2,8

Boa Vista 10,6 17,8 3,6 8,8 13,5 4,3

Campo Grande 8,6 15,6 2,4 7,8 12,4 3,8

Cuiabá 10,3 18,6 2,6 9,9 16,8 3,4

Curitiba 8,6 15,6 2,4 7,8 12,4 3,8

Distrito Federal 9,1 15,2 3,8 6,8 11,7 2,5

Florianópolis 12,5 21,2 4,5 12,1 17,7 7,0

Fortaleza 7,6 14,6 1,7 4,9 9,2 1,3

Goiânia 5,0 19,1 3,0 8,5 14,9 2,8

João Pessoa 8,5 16,4 1,9 6,3 12,3 1,3

Macapá 9,0 15,6 2,7 7,8 14,0 2,1

Maceió 5,5 10,7 1,1 4,3 8,1 1,3

Manaus 5,3 9,8 1,1 4,4 7,3 1,7

Natal 8,9 16,0 2,8 4,1 7,6 1,2

Palmas 13,4 23,8 3,3 13,7 21,3 6,7

Porto Alegre 6,0 11,4 1,6 4,8 8,6 1,7

Porto Velho 9,5 15,6 3,2 6,6 10,1 2,8

Recife 5,8 11,8 0,9 1,9 3,4 0,7

Rio Branco 6,9 12,9 1,4 6,4 11,4 1,8


FONTE: VIGITEL - MINISTÉRIO DA SAÚDE

Rio de Janeiro 3,5 6,2 1,1 2,9 4,5 1,5

Salvador 5,9 11,2 1,4 3,3 6,3 0,9

São Luís 7,7 14,9 1,7 8,0 14,8 2,4

São Paulo 6,5 11,9 1,9 4,2 7,2 1,6

Teresina 11,9 22,7 2,9 12,1 21,4 4,4

Vitória 8,1 13,7 3,4 3,2 5,6 1,1

66
CONSEQUÊNCIAS À SAÚDE E À SOCIEDADE | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

A última edição do Vigitel, referente a dados de motorizados após o consumo de bebidas al-
2018, indica que 5,3% dos entrevistados decla- coólicas (qualquer quantidade) variou de 1,9%
raram conduzir veículo motorizado após o con- em Recife a 13,7% em Palmas, índices seme-
sumo de qualquer quantidade de álcool. Essa lhantes aos do ano anterior (2017).
porcentagem foi maior entre o sexo masculino
(9,1%) em comparação ao feminino (1,9%), O retrato mostra que algumas capitais se des-
mais evidente em indivíduos de 25 a 34 anos tacam, tanto positivamente quanto negativa-
e com tendência a aumentar conforme o grau mente, quando o assunto é a condução de
de escolaridade. veículos após o consumo de bebidas alcoóli-
cas. Palmas, Florianópolis e Teresina perma-
Esses dados não sofreram alterações significa- neceram entre as capitais que apresentaram
tivas ao longo do tempo considerado na análise a maior incidência dessa conduta ao longo
(2011-2018). A Figura 1 mostra a porcentagem dos anos verificados, enquanto Recife e Rio
de pessoas que conduziram veículo sob efeito de de Janeiro continuaram entre as com menor
álcool entre os anos de 2011 e 2018. incidência dessa prática.

Os dados por região mostraram que no Cen- Outras capitais, por sua vez, apresentam re-
tro-Oeste e no Sudeste há maior chance de dução significativa do número de motoristas
motoristas dirigirem sob efeito de álcool. Já os alcoolizados ao longo dos anos, como Araca-
dados por capital revelaram que a frequência ju, Distrito Federal, Fortaleza, Goiânia, João
de adultos que afirmaram conduzir veículos Pessoa, Natal, Porto Velho, Salvador e Vitória.

14

12,6 12,6 12,9


12

11.7
10 10.7
9,4 9,8 9,3

FONTE: VIGITEL - MINISTÉRIO DA SAÚDE


8
7,0 7,3
6,8
6
5,9 6,7
5,2 5,5 5,3
4
2,3 2,5 2,5
2,0
2
1,9
1,6 1,7 1,8
0
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

TOTAL HOMENS MULHERES

Figura 1. Porcentagem de pessoas que referiram conduzir veículo após consumo


de bebidas alcoólicas, Brasil, 2011 a 2018.

67
1,0 8,6 10,7
2011
Estado Civil
2018
1,0 11,7 13,4
Solteiro/ Separado/ Divorciado Casado / União estável Viúvo

1,0 2,3 2,9


2011
Faixa Etária
2018
1,0 3,0 3,3
18 a 34 anos 35 a 54 anos 55 anos ou mais

1,0 3,0
2011
Escolaridade
2018
1,0 2,4
Até 11 anos 12 anos ou mais

1,0 7,3
2011
Sexo
2018
1,0 5,1
Masculino Feminino

Figura 2. Regressão logística para cndução de veículo após consumo de álcool


(razão de chances).

A análise de regressão logística mostra que ho- Entre indivíduos que reportaram consumo abu-
mens possuíam, em 2018, 5 vezes mais chan- sivo e frequente de álcool — 8 ou mais doses
ces de dirigirem alcoolizados do que mulheres. para mulheres e 15 ou mais doses para ho-
Em 2010, as chances eram 7 vezes maiores mens, por semana —, a prevalência foi de 6,1%,
para os homens. Pessoas com menos de 55 enquanto na população geral foi de 3,1%. A
anos e mais escolarizadas possuem cerca de maioria dos envolvidos nesses acidentes era do
3 vezes mais chance de conduzir veículos após sexo masculino, jovens e solteiros (Damacena
consumo de álcool. No conjunto da população et al., 2016).
das capitais brasileiras e DF, o relato da prática
de dirigir após o consumo de bebida alcoólica Destacam-se ainda estudos que mostram que o
foi maior na faixa etária de 25 a 34 anos e teve índice de embriaguez é alto entre vítimas fatais
tendência a aumentar conforme o grau de es- de acidentes de trânsito. Por exemplo, na cida-
colaridade. de de São Paulo: em 2005, 39% apresentavam
resíduos de álcool no sangue; em 2015, esse
Damascena et al. (2016), com base nos dados número subiu para 43% (Andreuccetti et al.,
da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013), 2018). Isso mostra que, apesar da implementa-
encontraram uma correlação importante entre ção da Lei Seca e de seu fortalecimento, ainda é
uso de álcool e envolvimento em acidentes de preciso intensificar a fiscalização e desenvolver
trânsito com lesões corporais no último ano. iniciativas para a conscientização da população.

68
CONSEQUÊNCIAS À SAÚDE E À SOCIEDADE | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

Tabela 5. Relato de condução de veículos motorizados após consumo de qualquer


quantidade de bebida alcoólica (%), na população adulta das capitais e DF, por sexo,
idade e escolaridade em 2011 e 2018.

2011 2018

FAIXA ETÁRIA TOTAL MASCULINO FEMININO TOTAL MASCULINO FEMININO

18 a 24 anos 6,5 10,9 2,0 4,4 6,9 1,4

25 a 34 anos 9,9 17,1 3,3 7,7 12,1 3,6

35 a 44 anos 7,7 14,4 2,1 6,6 11,8 2,5

45 a 54 anos 6,2 11,9 1,4 5,2 9,7 1,7

55 a 64 anos 4,0 8,1 0,9 2,6 5,1 0,7

65 anos ou mais 2,2 4,8 0,5 1,6 3,4 0,3

2011 2018

ESCOLARIDADE TOTAL MASCULINO FEMININO TOTAL MASCULINO FEMININO

0 a 8 anos 3,3 6,9 0,1 2,8 5,6 0,3

9 a 11 anos 6,4 12,4 1,2 4,4 8,2 1,1

12 anos e mais 13,1 22,1 5,7 8,5 13,6 4,4

Total 6,8 12,6 1,9 5,3 9,3 2,0

69
5.2. INTERNAÇÕES do de 88.013 em 2010 para 51.628 em 2018. É
ATRIBUÍVEIS AO ÁLCOOL necessário ponderar esses dados com a própria
existência de leitos de internação hospitalares, em
5.2.1. INTERNAÇÕES: especial os psiquiátricos. De acordo com dados
VISÃO GERAL E do Datasus, apresentados no mesmo infográfico,
houve redução de 6,6% no número total de leitos
ATRIBUÍVEL AO ÁLCOOL de internação e de 35,9% dos leitos psiquiátricos
no Brasil, entre 2010 e 2018, dentro da previsão
Há doenças e condições de saúde que são par- de diminuição progressiva de leitos psiquiátricos
cialmente atribuíveis ao álcool (PAA) — nas segundo a Lei nº 10.216/2001, conhecida como
quais essa substância é um fator de risco impor- “Reforma Psiquiátrica”. Levando em conta esse
tante para seu desenvolvimento ou sua evolução contexto, a redução em internações TAA não in-
— e outras que são totalmente atribuíveis ao dica que os problemas relacionados a seu uso
álcool (TAA) — ou seja, não existiriam sem ele. nocivo diminuíram e, por isso, houve menos inter-
Nesse contexto, para avaliar o impacto do álcool nações, mas que outros fatores devem ser consi-
nas internações ocorridas no Brasil, inicialmente, derados, como a própria disponibilidade de leitos.
analisou-se a visão geral das internações por
todas as causas e das internações parcial ou to- Quando os dados de internação ao longo dos anos
talmente atribuíveis ao álcool — com siglas PAA são expressos por 100 mil habitantes, nota-se li-
e TAA, respectivamente, de maneira conjunta geira redução nas internações PAA+TAA (ou seja,
(PAA+TAA), bem como das totalmente atribuí- a soma das internações parcial ou totalmente atri-
veis ao álcool, de maneira exclusiva (apenas buíveis ao álcool) de 172,9 para 168,2 entre 2010
TAA). As internações atribuíveis ao álcool são e 2018. Nesse sentido, quando a proporção dessas
calculadas multiplicando-se o número total de internações é avaliada em relação ao total de inter-
internações de um agravo específico pela Fração nações por todas as causas, tanto em 2010 quanto
Atribuível ao Álcool (FAA) respectiva, de acordo em 2018, o álcool foi responsável por 2,9% das
com as FAAs providas pela OMS (OMS, 2018a). internações anuais. Essa estabilidade ocorre devido
Para saber mais sobre FAA, veja o item 3.2.3 às direções opostas de variação das internações
desta publicação. PAA e TAA: enquanto houve aumento nas interna-
ções por transtornos não exclusivamente causados
Para melhor contextualização dos dados no cená- pelo uso de álcool, as internações TAA diminuíram.
rio brasileiro, a quantidade de leitos hospitalares
(psiquiátricos e total) também foi considerada, Analisando-se de forma exclusiva as internações
bem como o crescimento populacional entre TAA, observa-se uma queda de 45,2 para 24,8
2010 e 2018, conforme a Tabela 6. internações por 100 mil habitantes entre 2010
e 2018 — o que representa uma redução de
O crescimento da população no Brasil foi de 7% 45%. Esses dados indicam que as internações
no período de 2010 a 2018. No mesmo período, o atribuíveis ao álcool estão reduzindo tanto em
número de internações gerais por todas as causas valores absolutos quanto em sua parcela percen-
no Brasil aumentou em 2,3%. Esse crescimento tual no total de internações no Brasil. Assim, o
foi acompanhado por um aumento de internações que contribui para a relativa estabilidade do nú-
parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool (PAA+- mero de internações atribuíveis ao álcool são as
TAA), que cresceram 4,1% no período. internações por agravos parcialmente atribuíveis
ao álcool (PAA). Estas sofreram um aumento de
Ao considerar exclusivamente as internações 128 para 143 internações por 100 mil habitantes
TAA, nota-se uma redução de 41,3%, reduzin- entre 2010 e 2018.

70
CONSEQUÊNCIAS À SAÚDE E À SOCIEDADE | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

Tabela 6. Internações (visão geral e atribuíveis ao álcool), leitos e população.

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

PAA 88.013 88.554 83.250 74.926 71.072 65.200 57.108 53.561 51.628

TAA 248.914 259.849 264.940 274.959 280.716 288.964 292.209 295.080 298.996

PAA+TAA 336.927 348.403 348.190 349.885 351.788 354.164 349.317 348.641 350.624

Todas as
11.724.834 11.643.468 11.439.889 11.520.837 11.612.715 11.638.853 11.527.712 11.675.269 11.997.528
causas

PAA+TAA
em relação 2,87% 2,99% 3,04% 3,04% 3,03% 3,04% 3,03% 2,99% 2,92%
ao total

Leitos
50.296 48.418 44.812 43.401 42.007 38.832 36.387 34.249 32.252
Psiquiátricos

Leitos totais 463.156 458.160 455.653 452.060 452.488 441.801 437.949 436.812 432.749

População 194.890.682 196.603.732 198.314.934 200.004.188 201.717.541 203.475.683 205.156.587 206.804.741 208.494.900

Taxa de TAA
por 100 mil 45,2 45,0 42,0 37,5 35,2 32,0 27,8 25,9 24,8
hab.

Taxa de PAA
+ TAA por 172,9 177,2 175,6 174,9 174,4 174,1 170,3 168,6 168,2
100 mil hab.

PAA: Parcialmente Atribuível ao Álcool


TAA: Totalmente Atribuível ao Álcool
PAA + TAA: Parcial ou Totalmente Atribuível ao Álcool

71
Considerando todas as idades, as internações mento de internações de cerca de 13% e, para
PAA+TAA entre mulheres aumentaram 19% no pessoas do sexo masculino, na mesma faixa
período de 2010 a 2018 — indo de 85.311 para etária, há uma redução de apenas 5% entre
101.902 — enquanto entre os homens houve 2010 e 2018.
uma ligeira redução de 251.616 internações
em 2010 para 248.722 em 2018. O aumen- Entre homens de 55 anos ou mais, houve um
to desses tipos de internações de pessoas do aumento de 29% em internações PAA+TAA
sexo feminino é um importante indicador dos — 55.081 internações em 2010 e 71.181 em
efeitos deletérios do consumo nocivo de álcool 2018; entre mulheres, esse aumento foi de
por essa parcela da população. 42% — 31.358 internações em 2010 e 44.713
em 2018. A análise da contribuição de cada
A análise por faixa etária indica que houve re- faixa etária para as internações PAA+TAA da
dução em internações de homens de todas as população brasileira será mostrada a seguir.
faixas etárias, exceto aqueles de 55 anos ou
mais; já no que se refere a internações entre Na Figura 3, observou-se expressivo aumento de
mulheres, houve aumento em todas as faixas internações PAA+TAA por parte das mulheres,
etárias, exceto a de 0 a 17 anos — com di- enquanto homens mantiveram esse valor relativa-
minuição de 11%. Embora essa diminuição mente estável. Nesse sentido, deve-se considerar
apresente-se como promissora, ela pode ser que os valores brutos de internações são signifi-
decorrência de restrições na compra e venda de cativamente maiores em homens.
bebidas alcoólicas por menores de 18 anos, já
que nas faixas etárias seguintes, para pessoas A Figura 4, que mostra a proporção de internações
do sexo feminino de 18-34 anos, há um au- por faixa etária, independente do sexo, indica que

300.000

225.000

150.000

75.000

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+

Figura 3. Internações atribuíveis ao álcool (PAA + TAA) por faixa etária e sexo
(valores absolutos).

72
CONSEQUÊNCIAS À SAÚDE E À SOCIEDADE | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

2010 13,2% 24,1% 37,1% 25,7%

2011 12,6% 23,9% 36,9% 26,6%

2012 12,4% 23,9% 36,4% 27,2%

2013 12,5% 23,7% 35,5% 28,3%

2014 12,1% 23,8% 35,2% 28,9%

2015 11,8% 23,5% 34,3% 30,4%

2016 11,6% 23,6% 33,6% 31,3%

2017 11,5% 23,2% 33,0% 32,3%

2018 11,3% 22,7% 32,9% 33,1%


0% 25% 50% 75% 100%

0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+

Figura 4. Distribuição das internações atribuíveis ao álcool (PAA+TAA) por faixa


etária (%).

a tendência que se observava nos homens é a que maiores taxas desse indicador por 100 mil
se mantém para a população brasileira como um habitantes, e Amazonas, Sergipe, Amapá, Rio
todo: a faixa etária de 55 anos ou mais compõe, Grande do Norte e Rio de Janeiro tiveram as
a cada ano, maior parcela do total de internações menores taxas.
PAA+TAA. Em 2010, esse valor era 26% e subiu
para 36% em 2018. Dados de internações PAA+TAA detalhados
de cada região administrativa e Estado encon-
Para avaliar o desempenho de cada Estado, os tram-se no final desta publicação, no Capítulo
números das internações PAA+TAA foram nor- 9. Deve-se destacar, contudo, na série tempo-
malizados para 100 mil habitantes, conforme ral de 2010 a 2018, que apenas nove Estados
figura seguir. reduziram o número de internações PAA+TAA,
tendo Paraíba e Tocantins apresentado uma
Em 2018, Paraná, Roraima, Piauí, Santa Ca- redução de mais de 30%.
tarina e Rio Grande do Sul apresentaram as

73
RR 175.4 AP 95.1

CE 155.9
AM MA
60.4 PA RN 133.8
122.8 115.2
PI PB 198.3
164.8 PE 130.3 RR 153.4 AP 91.1
TO AL 115.5
AC 152.6 227.1 BA SE 119.8
MT 108.9%
RO 161.3 157.9
GO
238.3 CE 155.1
MG AM MA
60.6 PA RN 110.4
2010
171.9 143.5 149.6
MS PB 139.5
189.5 SP ES 166.5 PI
205.7 188.6 PE 169.1
RJ 113.1 TO AL 153.2
PR
305.2 AC 187.7 205.9 BA SE 70.4
MT 119.7%
RO 191.1 198.4
SC 212.9 GO
RS
222.4 197.6
MG
187.7
2014 MS
194 SP
191.1
ES 207.7

PR RJ 106
287

RS SC 226.1
231.4
RR 249.7 AP 89.5

CE 140.6
AM MA
56.8 PA RN 117.9
145.7 137.8
PI PB 122.9
247.4 PE 164.2
TO AL 149.3
AC 129.1 142.6 BA SE 84.7
MT 123.3%
RO 176.7 188.5
GO
50-85 163.7
MG
85-120 MS 182.6
186.8 ES 187.4
120-155 2018 SP
177.6
155-190 PR RJ 119.4
291.3
190-225

225-260 RS SC 213.7
205.2
260-305

Figura 5. Internações parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool (PAA+TAA) por


100 mil habitantes nos Estados brasileiros..

74
CONSEQUÊNCIAS À SAÚDE E À SOCIEDADE | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

5.2.2. PRINCIPAIS categoria “Outras lesões não intencionais” é um

AGRAVOS À SAÚDE conjunto que engloba diversas categorias diag-


nósticas (Anexo). Juntas, essas cinco categorias
RELACIONADOS ÀS diagnósticas compõem mais de 70% das inter-
INTERNAÇÕES PARCIAL nações atribuíveis ao álcool em todos os anos
OU TOTALMENTE analisados. Os demais agravos relacionados a
ATRIBUÍVEIS AO ÁLCOOL internações PAA+TAA encontram-se aglutina-
dos na categoria “outros”, também apresentada
Entre 2010 e 2018, a maior parte das interna- no gráfico.
ções PAA+TAA foi devida a transtornos mentais
e comportamentais em consequência do uso de No que se refere especificamente aos transtor-
álcool, acidentes de trânsito, queda, outras le- nos mentais e comportamentais devido ao uso
sões não intencionais e doenças respiratórias de álcool, a Figura 7 mostra as subcategorias
inferiores. diagnósticas que compõem o quadro geral.

Contudo, há uma variação no ranqueamento As principais categorias diminuíram, notadamen-


das principais causas de internação ao longo te “dependência de álcool” e “outros transtornos”.
dos anos, em especial em “Transtornos mentais A interpretação sobre o declínio e a estabilização
e comportamentais devido ao uso de álcool”, de tais internações deve ser cautelosa e vista à
que diminuiu, e “Acidente de trânsito” e “Outras luz da própria redução de leitos psiquiátricos no
lesões não intencionais”, que aumentaram. A período.

90.000

67,500

45.000

22.500

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Transtornos mentais e comportamentais devido ao uso do álcool


Acidentes de trânsito Outras lesões não intencionais Queda
Cirrose hepática Doenças respiratórias inferiores Outros

Figura 6. Principais agravos relacionados às internações parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (valores absolutos).

75
50.000

37,500

25.000

12.500

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Dependência de álcool
Intoxicação alcoólica aguda
Uso nocivo do álcool
Outros transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool

Figura 7. Internações por transtornos mentais e comportamentais devido ao uso


de álcool (valores absolutos).

5.2.3. CUSTOS DE TAA, de 3,5% para 3,8% do custo de internações


INTERNAÇÕES totais entre 2010 e 2018, respectivamente.
TOTALMENTE ATRIBUÍVEIS
AO ÁLCOOL (TAA) Ressalta-se que, para além da análise do custo
de internações TAA e PAA, o impacto econômico
A análise de custos das internações TAA mostrou do álcool ocorre de forma direta e indireta, desde
uma redução de 35% no período de 2010 a 2018, despesas com hospitais e outros dispositivos
correspondendo a uma diminuição de pouco mais do sistema de saúde, assim como gastos públi-
de 25 milhões de reais. Esse dado alinha-se com cos com os sistemas judiciário e previdenciário,
a redução de 41,3% na quantidade de interna- devido aos afastamentos do trabalho, perda de
ções TAA no mesmo período. produtividade, absenteísmo e desemprego.

Além disso, o próximo gráfico mostra que, ao Ainda, em todo o mundo, nota-se que as faixas
analisar o custo das internações atribuíveis ao etárias mais jovens (20-49 anos) são as princi-
álcool (PAA+TAA) em relação ao custo de todas pais afetadas pelo uso nocivo do álcool, que se
as internações no Brasil, o aumento das parcial- traduz pela perda de pessoas economicamente
mente atribuíveis ao álcool foi o fator central para ativas.
aumentar o custo relativo das internações PAA+-

76
CONSEQUÊNCIAS À SAÚDE E À SOCIEDADE | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

80.000.000
71.119.404 70.097.437
66.196.067
60.907.741
60.000.000
55.757.969
51.736.603 46.489.475
45.920.352
41.610.793
40.000.000

20.000.000

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Figura 8. Custo de internações totalmente atribuíveis ao álcool (valores absolutos


em reais).

4,0% 3,7% 3,7% 3,8% 3,7% 3,8% 3,9% 3,9% 3,8%


3,5%
3,6%
3,0% 3,4% 3,3% 3,4% 3,5% 3,5%
3,0% 3,2%
2,9%

2,0%

1,0%
0,7% 0,6% 0,6% 0,3% 0,3% 0,3%
0,5% 0,4% 0,4%
0,0%
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

PAA + TAA PAA TAA

Figura 9. Custo das internações atribuíveis ao álcool em relação ao custo total de


internações, por todas as causas, no Brasil (%).

77
5.3. ÓBITOS ATRIBUÍVEIS mente atribuíveis ao álcool (PAA) — nos casos
AO ÁLCOOL em que o álcool foi fator contribuinte — ou total-
mente atribuíveis ao álcool (TAA) — nos casos em
que o álcool foi fator determinante. Comparou-se
5.3.1. ÓBITOS: VISÃO inicialmente uma visão geral dos óbitos por todas
GERAL E ATRIBUÍVEL as causas, dos Parcial ou Totalmente Atribuíveis
ao Álcool (PAA+TAA), e óbitos TAA. O cresci-
AO ÁLCOOL mento populacional entre 2010 e 2017 também
Da mesma maneira que, na análise de interna- foi observado, conforme mostra a Tabela 7 para
ções, os óbitos foram classificados em parcial- melhor contextualização dos dados.

Tabela 7. Óbitos (visão geral e atribuível ao álcool) e população.

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

PAA 7.157 7.433 7.093 7.238 6.669 6.619 6.481 6.431

TAA 59.098 60.292 61.956 62.163 63.410 62.534 63.661 63.832

PAA+TAA 66.255 67.725 69.049 69.401 70.079 69.153 70.142 70.263

Todas as
1.136.947 1.170.498 1.181.166 1.210.474 1.227.039 1.264.175 1.309.774 1.312.664
causas

PAA+TAA
em relação 5,83% 5,79% 5,85% 5,73% 5,71% 5,47% 5,36% 5,35%
ao total

População 194.890.682 196.603.732 198.314.934 200.004.188 201.717.541 203.475.683 205.156.587 206.804.741

Taxa de TAA
por 100 mil 3,67 3,78 3,58 3,62 3,31 3,25 3,16 3,11
hab.

Taxa de PAA
+ TAA por 34,00 34,45 34,82 34,70 34,74 33,99 34,19 33,98
100 mil hab.

PAA: Parcialmente Atribuível ao Álcool


TAA: Totalmente Atribuível ao Álcool
PAA + TAA: Parcial ou Totalmente Atribuível ao Álcool

78
CONSEQUÊNCIAS À SAÚDE E À SOCIEDADE | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

Entre 2010 e 2017, a população brasileira teve todas as causas, compondo um fardo de cerca
um crescimento de 6,1%, ao passo que o total de 5,3% (OMS, 2018).
de óbitos por todas as causas aumentou 15,4%. Considerando todas as idades, os óbitos PAA+-
Observa-se que os óbitos PAA+TAA aumenta- TAA aumentaram 15% entre as mulheres — de
ram 6,0%, crescimento próximo ao da popula- 13.813 mortes em 2010 para 15.876 em 2017
ção. Em paralelo, os óbitos TAA apresentaram —, e 4% entre os homens — de 52.427 mortes
uma diminuição de 10%, e os PAA aumentaram em 2010 para 54.360 em 2017 —, em concor-
em 8%. Observa-se aqui que, tal como para o dância com os dados referentes a internações.
caso das internações, os agravos parcialmente Nas faixas etárias até 54 anos, para ambos os
atribuíveis ao álcool passam a compor, cada vez sexos, houve redução na proporção de óbitos
mais, uma maior parcela do total de óbitos rela- PAA+TAA. Já entre indivíduos com 55 anos ou
cionados ao consumo de álcool. mais, houve aumento de óbitos PAA+TAA, para
homens (22%) e mulheres (29%), consolidan-
Quando os dados são expressos por 100 mil do-se como um ponto de alerta, tanto para a
habitantes, nota-se estabilidade nos óbitos população com mais idade quanto para a po-
PAA+TAA entre 2010 e 2017, ambos com 34 pulação feminina.
óbitos desse tipo por 100 mil habitantes.
Os homens, todavia, quando somadas todas as
Para os óbitos TAA, há uma redução de 3,67 faixas etárias, compõem sempre mais de 75%
óbitos por 100 mil habitantes em 2010 para 3,1 do total de mortes atribuíveis ao álcool. Em
em 2017. Quando a proporção desses óbitos é 2017, 48,2% dos óbitos PAA+TAA ocorreram
avaliada em relação ao total de óbitos por todas entre pessoas com 55 anos ou mais, correspon-
as causas, a variação é discreta, com tendência dendo ao acréscimo de 7% quando comparado
à redução, de 5,83% em 2010 para 5,35% em a 2010.
2017. Ademais, essa carga do álcool é propor-
cional à carga global, que foi de 3 milhões de Todas as outras faixas etárias apresentam redu-
mortes atribuíveis a essa substância em 2016, ção percentual, sendo a faixa etária de 35 a 54
num total de cerca 60 milhões de mortes por anos a que apresenta maior redução, 3,7%.

60.000

45.000

30.000

15.000

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+

Figura 10. Mortes atribuíveis ao álcool (PAA+TAA), por faixa etária e sexo
(valores absolutos).

79
2010 3,9% 21,9% 32,3% 41,2%

2011 3,9% 21,4% 32,2% 41,9%

2012 4,1% 21,6% 31,5% 42,2%

2013 4,0% 20,7% 31,2% 43,6%


2014 4,0% 21,1% 30,2% 44,1%

2015 3,7% 19,9% 29,9% 46,1%

2016 3,6% 19,5% 29,2% 47,2%

2017 3,5% 19,3% 28,6% 48,2%

0% 25% 50% 75% 100%

Sem Informação 0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+

Figura 11. Distribuição de óbitos parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool


(PAA+TAA), por faixa etária (%).

Para avaliar o desempenho de cada Estado, os


5.3.2. PRINCIPAIS
números dos óbitos PAA+TAA foram normali- AGRAVOS À SAÚDE
zados para 100 mil habitantes, conforme mapa RELACIONADOS AOS
abaixo. ÓBITOS PARCIAL OU
TOTALMENTE ATRIBUÍVEIS
Em 2017, os Estados que apresentaram maiores
taxas neste indicador foram Sergipe, Pernambu-
AO ÁLCOOL (PAA+TAA)
co, Espírito Santo e Tocantins, enquanto os Esta-
dos com menores taxas foram Amapá, Amazo- Os principais agravos à saúde relacionados
nas, Maranhão e Pará. a óbitos PAA+TAA entre 2010 e 2017 foram
acidente de trânsito, cirrose hepática, violência
Na análise da variação dos óbitos ao longo dos interpessoal, transtornos mentais e compor-
anos, apenas 4 Estados e o Distrito Federal con- tamentais devido ao uso de álcool, e doença
seguiram apresentar redução de óbitos atribuí- cardíaca hipertensiva. Sabe-se que o uso no-
veis ao álcool, sendo eles Paraná (redução de civo de álcool está associado a mais de 200
9%), São Paulo (4%), Rio de Janeiro (2%) e Es- tipos de agravos, tanto doenças como lesões
pírito Santo (2%); o Distrito Federal apresentou (OMS, 2018).
uma redução de 5%. Todos os outros Estados
apresentaram aumento nesse indicador, sendo Desse modo, os “outros agravos”, em conjun-
que Roraima, Acre e Rio Grande do Norte au- to, compõem parcela considerável dos óbitos
mentaram em mais de 30%. atribuíveis ao álcool. Nota-se, entretanto, que,

80
CONSEQUÊNCIAS À SAÚDE E À SOCIEDADE | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

RR 25.5 AP 19.7

CE 37.3
AM MA
21.5 PA RN 31.8
34.4 23.1
PI PB 38.2
32.4 PE 38.1 RR 24.9 AP 22.4
TO AL 37.7
AC 23.5 36.6 BA SE 40.2
MT 30.8%
RO 31.9 37.1
GO
33.6 CE 42.4
MG AM PA MA
2010
34.3 22.3 26.5 30.2 RN 35.5
MS
39.5 ES 46 PB 37.4
SP PI
32.5 38.6 PE 36
RJ 37.3
PR TO AL 41.1
43 AC 24.1 37.3 SE 42.4
MT BA
RO 30.6 37.8 30.8%
SC 31.9
RS GO
35.8 39.5
MG

2014 MS 35.4
38.9 ES 47.7
SP
31.5
PR RJ 37.1
43.6

SC 31.3
RS
35.9
RR 32 AP 21.8

CE 40.8
AM MA
22.9 PA RN 39.7
28.5 27.8
PI PB 36.2
36.5 PE 41.7
TO AL 39.9
AC 29.3 40.9 BA SE 46.2
MT 34.3%
RO 30.1 35.1
GO
19-23 37
MG
23-27 MS 35.2
36.6 ES 41.5
27-30 2017 SP
29.3
30-31 PR RJ 34.9
37.1
31-35

35-43 RS SC 29.5
37.2
43-47

Figura 12. Taxas de óbitos parcial ou totalmente atribuíveis ao álcool (PAA+TAA),


por estado (por 100 mil habitantes).

81
individualmente, nenhum dos agravos repre- Outro aspecto a ser observado é a diferença
senta mais de 3.500 mortes anuais atribuíveis entre os dados de óbitos e os agravos apresen-
ao álcool. As outras categorias não ultrapas- tados no gráfico de internações, que, em co-
sam, em nenhum dos anos, mais de mil óbitos mum, apresenta apenas acidentes de trânsito e
anuais. transtornos devido ao uso de álcool — além das
contribuições mínimas de agravos que estejam
Quando a categoria de transtornos mentais na respectiva categoria “outros”.
e comportamentais devido ao uso de álcool é
analisada pelos agravos que a compõem, ob- Essa diferença aponta para a necessidade de
serva-se que a grande maioria dos óbitos foi análises distintas para o custo social e eco-
devido à dependência de álcool, sempre com- nômico de internações e óbitos, bem como a
pondo entre 87% e 89% dos óbitos atribuíveis busca de relações entre esses aspectos, que,
à categoria. conforme os gráficos apontam, são complexas.

30.000

22,500

15.000

7.500

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Transtornos mentais e comportamentais devido ao uso do álcool Outros


Acidentes de trânsito Cirrose hepática
Doença cardíaca hipertensiva Violência interpessoal

Figura 13. Principais agravos relacionados aos óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (valores absolutos).

82
CONSEQUÊNCIAS À SAÚDE E À SOCIEDADE | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

7.000

5.250

3.500

1.750

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Outros transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool


Intoxicação alcoólica aguda Uso nocivo de álcool Dependência de álcool

Figura 14. Óbitos por transtornos mentais e comportamentais devido ao


uso de álcool (valores absolutos).

5.4. IMPACTO ECONÔMICO


Como destacado no capítulo anterior, há uma
O consumo de álcool impacta a economia da so- série de condições crônicas em que o álcool é
ciedade de diversas maneiras. A cerveja, bebida fator contribuinte, como alguns tipos de câncer,
mais consumida no Brasil, possui um mercado e também doenças e lesões totalmente atribuí-
que ocupa o terceiro lugar no ranking mundial, veis ao uso de álcool, como hepatite alcoólica,
atrás apenas da China e dos EUA, gerando cerca psicose alcoólica, dependência, cirrose hepática
de R$ 25 bilhões em impostos e responsável por alcoólica, síndrome alcoólica fetal, entre outras.
cerca de 2,7 milhões de empregos no país.
Além dessas doenças, há também os acidentes
De acordo com dados divulgados pelo Minis- de trânsito e profissionais, incidentes de violên-
tério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento cia e a dependência da substância, cujos danos
(MAPA), a renda gerada pela cadeia produtiva da repercutem diretamente no sistema público de
cerveja — que se estende desde o agronegócio, saúde e podem ser mapeados de acordo com os
com destaque para a produção de cereais, até o números de internações e óbitos relacionados
consumo final das famílias, passando por ampla ao uso do álcool.
malha logística — representa cerca de 2% do PIB
brasileiro. Por outro lado, também são conside- Entretanto, além desse impacto direto ao sis-
ráveis os efeitos do consumo nocivo de álcool tema público de saúde, o uso nocivo de álcool
para a saúde das pessoas, o que pode levar a pode ocasionar problemas diversos nas esferas
repercussões econômicas negativas. individual, familiar, social e econômica, cujo im-
pacto também precisa ser considerado.

83
IMPACTO
ECONÔMICO
Uso nocivo do álcool
pode acarretar
IMPACTOS IMPACTOS
DIRETOS NAS FAMÍLIAS
SETOR DE BPE agrava
SAÚDE: violência,
tratamento de desemprego,
doenças, óbitos, problemas de saúde,
internações estigma social.

IMPACTOS
INDIRETOS
Diminuição da
produtividade,
absenteísmo no trabalho,
aposentadorias precoces,
acidentes de trânsito,
oneração dos sistemas
prisional e judiciário

84
CONSEQUÊNCIAS À SAÚDE E À SOCIEDADE | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

Entre esses problemas estão a diminuição ou devido ao uso de álcool (CID 10 – F10), con-
perda de produtividade devido ao absenteísmo, tabilizando cerca de R$ 8 milhões, tendo por
desemprego e aposentadoria precoce, além de base de cálculo o salário mínimo vigente na-
acidentes de trânsito e de trabalho, uso dos quele ano.
sistemas judiciário e prisional, situações de
violência, entre outros problemas correlativos. Além dos afastamentos, há que se destacar
também os prejuízos do consumo nocivo de
De acordo com a Organização Internacional álcool no próprio ambiente de trabalho, que
do Trabalho, agência da ONU responsável pela pode causar desemprego, e esse, por sua vez,
formulação e aplicação das normas internacio- impulsionar o aumento do consumo de álcool
nais do trabalho, 20% a 25% dos acidentes de e o risco de desenvolver dependência alcoó-
trabalho no mundo envolvem pessoas que es- lica, em um ciclo perigoso de consequências
tavam sob o efeito do álcool ou outras drogas. negativas para o indivíduo e para a sociedade.

No Brasil, estimativas calculadas a partir dos Por isso, ressalta-se a importância de estudos
dados de benefícios concedidos do INSS mos- científicos que mapeiem os impactos econô-
tram que, até novembro de 2019, foram con- micos do álcool na sociedade e que sirvam de
cedidos 7.556 auxílios-doença previdenciários insumo para medidas eficazes de mitigação de
por transtornos mentais e comportamentais seus efeitos negativos.

O IMPACTO ECONÔMICO DO USO NOCIVO DE ÁLCOOL


Paula Becker e Denise Razzouk

et al., 2010). Sabe-se que os danos de quaisquer


O uso nocivo do álcool tem imposto aos países, quantidades ou padrões de consumo de álcool
especialmente aos de baixa e média renda, uma são maiores para os consumidores mais pobres e
importante carga econômica no que diz respeito a suas famílias do que para os bebedores mais ricos
seus impactos diretos e indiretos nos diversos se- (Schmidt & Room, 2012; OMS, 2018a). Diferen-
tores da sociedade. Os danos derivados desse uso tes mecanismos podem explicar esse fenômeno
acarretam custos sociais decorrentes dos impactos (OMS, 2018a):
nos sistemas de saúde, judiciário, previdenciário,
educacional e nos setores produtivos. • O local de consumo do álcool: o contexto onde
se dá o uso pode diminuir ou potencializar os riscos
Estudos apontam que a somatória dos custos dire- relacionados ao beber. Locais de alto consumo de
tos e indiretos do uso problemático do álcool pode álcool estão associados a comportamentos sexuais
levar a uma perda que varia de 0,45% a 5,44% de risco, como sexo desprotegido (Scott-Sheldon et
do Produto Interno Bruto (PIB) dos países (Tha- al., 2015), assim como moradia em áreas superlota-
vorncharoensap et al., 2009). O Brasil não possui das e com falta de saneamento estão relacionados
estimativas oficiais, mas, em outros países de ren- a maiores chances de conflitos sociais e agressões.
da similiar (renda média alta), como na Tailândia, Além disso, o BPE e residir em áreas com elevado
o custo social do álcool chega a representar uma índice de pobreza são fatores de risco para violência
perda de quase 2% do PIB (Thavorncharoensap doméstica e outros conflitos nos relacionamentos

85
• Assistência universal em saúde: barreiras de mos podem ter sua condição socioeconômica com-
acesso ao tratamento podem determinar impac- prometida em virtude desses gastos não previstos.
tos mais nocivos para os bebedores e a socie-
dade. Já os custos indiretos causados pelo uso nocivo do
álcool são relacionados à diminuição ou perda de
• Comorbidades: bebedores mais pobres tendem produtividade devido ao absenteísmo, presenteís-
a sofrer de mais comorbidades — muito em virtu- mo, desemprego e aposentadoria precoce, além de
de das barreiras de acesso aos cuidados em saú- acidentes de trânsito, uso dos sistemas judiciário e
de —, o que piora os efeitos adversos da bebida. prisional, situações de violência geradas pelo con-
sumo de álcool — agressões físicas e sexuais que
• Estigma: o estado de embriaguez é uma condição imputam agravos na saúde física e mental de ter-
estigmatizada em diversas sociedades. Contudo, ceiros, principalmente mulheres, crianças e adoles-
esse processo de estigmatização é ainda mais grave centes (Moraes & Becker 2017) — e aos prejuízos
quando o bebedor tem baixa condição socioeco- no desempenho escolar de crianças e adolescentes
nômica. Também como reflexo do estigma, pode expostos precocemente ao álcool (Squeglia et al.,
existir um processo de retroalimentação: bebedores 2009), ou que convivem com pais bebedores (Va-
pesados têm menos chances de empregabilidade, lente et al., 2019), e que podem vir a ter um baixo
o que pode levá-los ao empobrecimento. desempenho acadêmico ou abandonar a escola.

Dessa forma, o uso nocivo do álcool pode levar o De acordo com a OMS, a cada dólar adicional per
usuário e sua família a problemas sociais e econô- capita investido nas intervenções para redução do
micos, assim como condições socioeconômicas des- uso nocivo de álcool por ano, haverá um retorno de
favoráveis podem intensificar ainda mais os danos US$ 9,1 até 2030 em países de baixa e média renda
relacionados a esse uso (Katikireddi et al., 2017). como o Brasil (OMS, 2018a).

Para que a sociedade possa se organizar no enfren- A diminuição do custo social do álcool tem como
tamento dos danos causados pelo uso problemático eixo transversal o investimento em políticas pú-
do álcool, há de se conhecer a dimensão de seus blicas que protejam crianças e adolescentes da
impactos por meio de análises que considerem os exposição ao álcool, visando evitar ou retardar o
efeitos adversos do uso na saúde física e mental dos uso em idades precoces, constituindo importante
bebedores, assim como os efeitos indiretos em seu fator de risco para desenvolvimento de transtor-
contexto social. Ou seja, é preciso conhecer o custo nos por uso de substâncias, outros transtornos
social do uso nocivo das bebidas alcoólicas. Esse mentais como depressão e ansiedade, danos à
custo social nada mais é do que a somatória dos saúde física e diversos prejuízos sociais na idade
custos diretos e indiretos do uso nocivo do álcool. adulta (Castaldelli-Maia et al., 2017; Palmer et al.,
Neste sentido, os diretos representam os custos do 2009; Poudel & Gautam, 2017).
consumo do álcool para o setor da saúde, que não
se restringem apenas ao tratamento da dependên- Por fim, em uma esfera mais ampla, cabe ressaltar
cia do álcool, mas também a um conjunto de doen- que o álcool está entre os 10 principais fatores de
ças relacionadas ao uso nocivo dessa substância. risco para a carga global de doenças, responden-
do por 5,1% de todas as mortes do mundo e por
Quando o tratamento se dá no sistema público, o 4,2% da carga global de doenças (GBD, 2017), o
pagador é o Estado, que usa recursos da arreca- que reforça a necessidade de implementar ações de
dação de impostos, e quando o mesmo acontece redução de seu impacto na saúde e na economia,
em serviços privados, o pagador é a seguradora de incluindo o monitoramento do custo social asso-
saúde, o usuário ou sua família, sendo que os últi- ciado a ele.

86
CONSEQUÊNCIAS À SAÚDE E À SOCIEDADE | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

87
6. Políticas públicas

FOTOS: FREEPICK.COM

88
POLÍTICAS PÚBLICAS | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

A
criação e implementação de ticos como por integrantes da sociedade civil.
políticas específicas sobre o Ainda em 2005, com o apoio da Organização
álcool, segundo a OMS, é o Pan-Americana de Saúde (OPAS), o Brasil foi
primeiro sinal de comprome- sede da 1ª Conferência  Pan-Americana de
timento de um país em relação Políticas Públicas sobre o Álcool, importante
ao enfrentamento ao consumo encontro que reuniu países das Américas para
nocivo de bebidas alcoólicas. A implementação debater temas relacionados ao álcool, dentre
de políticas de controle de álcool com eficácia eles o impacto do uso dessa substância nos
comprovada pode promover a redução dos da- países da região, jovens e propaganda, segu-
nos causados pelo uso de álcool em escala in- rança no trânsito e implementação de políticas
dividual e coletiva. Tais políticas devem, ideal- públicas (Caetano & Monteiro, 2006). Em 2011,
mente, basear-se em evidências abrangentes, após a Declaração Política criada como fruto da
de alta qualidade e atualizadas, de revisões Reunião de Alto Nível sobre Doenças Crônicas
de intervenções relevantes (Siegfried & Parry, Não Transmissíveis (DCNT) da ONU, o Brasil
2019). No Brasil, apesar de a política nacional desenvolveu o Plano de Ações Estratégicas
exclusiva sobre o tema ter surgido em 2007 (De- para o Enfrentamento das DCNT. O plano apre-
creto nº 6.117), normas e leis sobre drogas em senta estratégias relacionadas aos principais
geral já existiam há muito tempo fatores de risco para a incidên-
e, até então, as determinações a cia desse tipo de doença, sendo
respeito do álcool estavam en- um deles o consumo nocivo de
globadas nessas políticas. Den- Políticas álcool (Malta & Silva, 2013).
tro dessa perspectiva histórica,
um importante marco foi a cria-
públicas podem A construção de políticas de
ção da Constituição Federal de ser melhor qualidade e igualitárias, inde-
1988, que inaugurou uma nova
compreensão a respeito do con-
implementadas, pendente da temática, exige re-
flexão e conhecimento sobre os
ceito de saúde, definindo-a como quando utilizam grupos mais vulneráveis (de ris-
direito universal dos cidadãos
e condição essencial à vida. Tal pesquisas co) de uma determinada popula-
ção. Essa questão apresenta-se
postura influenciou diretamente o científicas como como desafio, principalmente

base e fonte de
desenvolvimento e a implementa- para países que, como o Brasil,
ção das futuras políticas públicas, possuem grande extensão terri-
inclusive aquelas destinadas à re- informação. torial, diversidade cultural inter-
gulamentação do álcool. na e condições sociais desiguais.
Nessa perspectiva, políticas pú-
A implementação de medidas blicas podem ser mais bem im-
para reduzir o consumo de álcool e, conse- plementadas, quando, ao serem desenvolvidas,
quentemente, os riscos atribuídos ao seu uso é utilizam pesquisas científicas como base e fon-
um desafio para todos os governos. Diferentes te de informação (OMS, 2010).
estratégias foram criadas sob a perspectiva de
iniciar a discussão a respeito do tema, sendo Alguns sistemas de saúde e de pesquisa de-
possível o desenvolvimento de espaços políti- senvolvem, ativamente, estratégias de apro-
cos como o Grupo de Trabalho Interministerial ximação para utilizar de forma adequada os
do Ministério da Saúde, em 2003, e a Câmara resultados obtidos das pesquisas, com a in-
Especial de Políticas Públicas Sobre o Álcool, tenção de legitimar ou não normas legislativas
em 2005, compostos tanto por agentes polí- e políticas de redes de atenção. No entanto, a

89
interação e comunicação efetiva entre políti-
ca e academia, no Brasil, continua sendo um LINHA DO TEMPO
dos principais desafios dos sistemas nacionais
de pesquisa em saúde (Angulo-Tuesta et al., 1988
2018). Por essa razão, as pesquisas científicas Constituição Federal
sobre o tema são importantes para fomentar Destacou a saúde como uma das condições essen-
ciais à vida digna, sendo, portanto, um direito fun-
as autoridades responsáveis durante a criação
damental dos cidadãos (Art. 196), o que repercutiu
e implementação de novas políticas públicas, na elaboração das políticas sobre álcool e outras
bem como para o monitoramento de tais me- drogas que foram lançadas posteriormente.
didas. Evidências científicas sugerem que in-
tervenções comunitárias no controle do acesso
a bebidas alcoólicas podem levar à diminuição 2003
das consequências negativas do uso de álcool Criação do Grupo de Trabalho
(Anderson et al., 2009). Interministerial do Ministério da Saúde
(Decreto de 28.05.2003)
Em junho de 2017, a OMS realizou um fórum Grupo para avaliar, propor e discutir a política de
atenção a usuários de álcool, bem como aperfeiçoar a
para avaliar os progressos mundiais na imple-
legislação que envolve o consumo e a propaganda de
mentação de ações da Estratégia Global para bebidas alcoólicas em território nacional. Revogado
Redução do Uso Nocivo de Álcool, em que em 5 de novembro de 2019 pelo Decreto 10.087.
políticas e intervenções foram debatidas, com
especial foco no aumento de preços e taxas,
limitações de venda no varejo e restrições de 2005
marketing (Jernigan & Trangenstein, 2017). Câmara Especial de Políticas
Nessa ocasião, também foram levantados ou- Públicas sobre o Álcool
tros temas relevantes para o desenvolvimento Criação de uma Câmara Especial para ampliar o es-
de políticas, como beber e dirigir, prevenção e paço de participação social na discussão do tema.
tratamento, álcool ilegal e ação da comunidade.

Algumas políticas importantes foram desen- 2005


volvidas no Brasil, como a Lei nº 11.705/2008, 1ª Conferência Pan-Americana de
mais conhecida como Lei Seca, e a Lei nº Políticas Públicas sobre o Álcool
13.106/2015, que tornou crime a oferta de O Brasil foi sede da 1ª Conferência Pan-Americana
bebidas alcoólicas para menores de 18 anos de Políticas Públicas sobre o Álcool, com apoio da
OPAS, em que foram definidas metas e estratégias
de idade. Destaca-se que a implementação de
para as Américas.
tais políticas públicas, referentes a beber e di-
rigir e à disponibilidade de bebidas alcoólicas,
apresenta significativo impacto na redução do 2007
consumo de álcool (Jiang et al., 2019). O Mi- Política Nacional sobre o Álcool
nistério da Saúde indica redução de 27,4% do Decreto nº 6.117, 2007
número de mortes por acidentes de trânsito nas Sustentação de estratégias para o enfrentamento
capitais brasileiras entre 2010 e 2016, o que coletivo dos problemas relacionados ao consumo
pode estar associado à implementação da Lei de álcool, de forma a contemplar a intersetoriali-
dade e a integralidade de ações para a redução
Seca. Além disso, até o final de 2017, estima-
dos danos sociais, à saúde e à vida causados pelo
se que tenham sido evitadas cerca de 41 mil consumo de álcool, bem como das situações de
mortes (Oliveira et al., 2017). violência e criminalidade associadas ao uso preju-
dicial dessa substância.

90
POLÍTICAS PÚBLICAS | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

2012 2015
Lei nº 12.760, reforça a Lei Seca Lei nº 13.106/2015, torna crime
A Lei Seca fica mais rigorosa. O valor da multa a oferta de bebidas alcóolicas para
aumenta de R$ 957,69 para R$ 1.915,38, e são menores de idade
ampliadas as possibilidades de provas da infração Proibido vender, fornecer, servir, ministrar ou entre-
de dirigir sob a influência de álcool — ou de qual- gar a crianças e adolescentes bebida alcoólica ou ou-
quer substância. Não há mais tolerância. O crime tros produtos que possam causar dependência. Para
é configurado nos casos em que o motorista apre- quem descumprir a norma, é prevista pena de dois
senta alcoolemia igual ou superior a 0,6 g de álcool a quatro anos de detenção e multa de R$ 3 mil a R$
por litro de sangue, medição igual ou superior a 10 mil. Já ao estabelecimento em que for realizada a
0,34 mg de álcool por litro de ar alveolar expirado, venda, é aplicada medida administrativa de interdição.
ou sinais de alteração de capacidade psicomotora.
Nesses casos, o condutor fica sujeito à detenção de
6 meses a 3 anos, multa e suspensão ou proibição
de obter carteira de motorista. 2017
Lei nº 13.546, reforça a Lei Seca
2011 O valor da multa administrativa passou de R$
Plano de Ações Estratégicas 1.915,40 para R$ 2.934,70, representando um au-
para o Enfrentamento das Doenças mento de 53,2%. Assim como em 2008 e 2012, o
Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) crime é configurado nos casos em que a alcoolemia é
igual ou superior a 0,6 g de álcool por litro de sangue,
Define e prioriza as ações e os investimentos ne- medição igual ou superior a 0,34 mg de álcool por litro
cessários, estabelece metas e compromissos a de ar alveolar expirado. A alteração de 2017 determi-
serem assumidos pelo Brasil, preparando o país na punições mais rigorosas ao motorista que, sob o
para os desafios das DCNT e seus fatores de risco efeito do álcool ou de outras substâncias psicoativas,
(Ministério da Saúde, 2011). praticar crimes de homicídio culposo (sem intenção)
ou de lesão corporal de natureza grave ou gravíssima.
Nesses casos, a pena prevista é de 5 a 8 anos e, nos
2009 casos de lesão corporal culposa, de 2 a 5 anos. Nenhu-
Plano Emergencial de Ampliação ma dessas situações permite o pagamento de fiança.
do Acesso ao Tratamento e Prevenção
de Álcool e outras Drogas
Visa ampliar o acesso ao tratamento e à prevenção
em álcool e outras drogas no Sistema Único de Saúde 2019
(SUS), diversificar as ações orientadas para a preven- Iniciativa SAFER no Brasil
ção, promoção da saúde, tratamento e redução dos Iniciativa mundial, lançada no Brasil em outubro
riscos e danos, além de construir respostas interse- de 2019, focada na redução de mortes, doenças,
toriais efetivas, sensíveis ao ambiente cultural, aos consequências sociais e econômicas, e danos cau-
direitos humanos e às peculiaridades da clínica do sados pelo uso nocivo de álcool. Tal projeto dispo-
álcool e outras drogas. (Ministério da Saúde, 2009). nibiliza um pacote técnico com estratégias de alto
impacto para reduzir o uso nocivo do álcool e suas
consequências sociais, econômicas e de saúde, co-
laborando com o desenvolvimento da Estratégia
2008 Global para Redução do Uso Nocivo de Álcool.
Lei nº 11.705, “Lei Seca”
Alteração do Código de Trânsito Brasileiro, esta-
belecendo penalidades mais severas para o con- 2019
dutor que dirigir sob a influência do álcool. Qual- Política Nacional Sobre Drogas
quer concentração de álcool detectada passa a ser A nova política coloca o Ministério da Cidadania
considerada infração. Configura-se crime quando a como responsável pelo tratamento de dependen-
alcoolemia for de 0,6 g/L no sangue ou 0,34 mg/L tes químicos. Foca na estratégia da abstinência dos
no bafômetro. Multa: R$ 957,69. A Lei Seca sofreu usuários e revoga o Decreto nº 4.345, de 26 de agos-
alterações em 2012, 2017 e 2018. to de 2002.

91
7. Panorama científico
Yuan-Pang Wang, Ana Paula Ferreira-Maia, Alexandre Canon Boronat

FOTOS: FREEPICK.COM

92
PANORAMA CIENTÍFICO | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

PANORAMA DA PESQUISA Observa-se um aparente crescimento de artigos


CIENTÍFICA BRASILEIRA publicados por autores brasileiros em relação ao
consumo de álcool e seus desdobramentos. As-
SOBRE O CONSUMO sim, investigamos os indicadores da produção
DE ÁLCOOL E SEUS científica brasileira sobre este tema nas últimas

N
DESDOBRAMENTOS três décadas. Para compreender o cenário cientí-
fico recente, revisamos considerando-se elegíveis
o Brasil, diversas políticas e leis somente aqueles publicados com o envolvimento
foram gradativamente imple- de pelo menos um autor de instituições brasileiras.
mentadas para prevenir e con-
trolar o consumo nocivo de álcool O objetivo deste estudo é reunir publicações cien-
nas últimas décadas. Exemplos tíficas sobre o tema de consumo de álcool no Bra-
dessas iniciativas são a Política sil, com o intuito de examinar as características
Nacional sobre o Álcool (2007) e a “Lei Seca” e quantitativas e qualitativas de estudos já existen-
seus reforços (2008, 2012, 2017). Outras estra- tes. Espera-se que o presente estudo bibliométrico
tégias e medidas de tratamento e intervenção possa contribuir para identificar as lacunas cien-
também foram implementadas, buscando reduzir tíficas sobre o tema no Brasil, bem como apontar
os efeitos do uso nocivo do álcool. Entretanto, as futuras direções aos pesquisadores e reforçar a
evidências sobre a eficácia e o custo-efetividade necessidade de estudos de qualidade na área.
dessas ações ainda são escassas.

Em geral, os estudos sobre o consumo de álcool, MÉTODOS


bem como os que evidenciam os problemas as- Realizamos uma busca abrangente na base ele-
sociados ao seu uso nocivo, são catalogados de trônica de dados Wos4, que base agrega informa-
forma pouco organizada. Nem sempre as publi- ções de diferentes bases on-line, sendo considerada
cações científicas sobre o tema são avaliadas por a principal fonte de citações bibliográficas feitas por
meio de uma revisão por pares1, tampouco têm artigos científicos. Todas as publicações indexadas
sua visibilidade auditada com uma metodologia são provenientes de periódicos com revisão por pa-
rigorosa. O rigor metodológico do conhecimento res. Visando incluir os artigos com dados brasileiros,
sobre a produção científica deve ser garantido as buscas na WoS foram realizadas na base geral
mediante critérios de reprodutibilidade e validade da Coleção Principal e na base regional SciELO.
científica. Nas últimas décadas, a busca sistemá- Somente artigos publicados com a participação de
tica2 e análise bibliométrica3 foram aprimoradas, autores brasileiros foram incluídos nas análises.
consolidando-se como instrumentos apropriados
para pesquisas da literatura sobre um ramo es- As palavras-chave utilizadas foram “alcohol”,
pecífico da ciência. “alcohol disorders”, “alcohol *use”, “alcohol-rela-

1. Revisão por pares: revisão crítica feita por pesquisadores externos, não envolvidos na produção do estudo, o que garante maior
qualidade do conteúdo científico.
2. A busca sistemática é uma estratégia de pesquisa bibliográfica que utiliza metodologia rigorosa de identificação, seleção e
análises sistemáticas, com o intuito de realizar uma revisão crítica e abrangente da literatura.
3. A análise bibliométrica, ou bibliometria, é um ramo da ciência que mede a contribuição do conhecimento científico derivada
das publicações de uma determinada área.
4. A Web of Science (WoS) é um site eletrônico mantido pela Clarivate Analytics (anteriormente conhecido como Thomson
Reuters) que fornece acesso a vários bancos de dados abrangentes de citações para diversas disciplinas acadêmicas. Dentro
do WoS, há vários bancos de dados; utilizamos a Coleção Principal e o SciELO (Scientific Electronic Library Online). O SciELO
originalmente fazia parte do programa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) para publicações
de acesso gratuito em jornais científicos. Essa coleção é o resultado de um trabalho colaborativo entre países da América Latina,
Portugal, Espanha, Caribe e África do Sul.

93
ted disorders”, “alcohol-induced disorders”, “bin- RESULTADOS
ge drinking”, “heavy drinking”, “heavy episodic Na Figura 1, apresentamos o fluxograma da
drinking”, e “Brazil”. Limitamos a busca ao período busca de acordo com as diretrizes do PRISMA5
entre 1990 e 2018. Na época em que foi realizada, para relatar os itens de revisões sistemáticas e
os dados relacionados a citações de artigos publi- metanálises.
cados em 2019 ainda não estavam disponíveis na
WoS. Nesse sentido, o número de citações de um Na busca inicial, com as palavras-chave na WoS,
artigo indica a repercussão e a visibilidade aca- foram encontrados 6013 artigos. Após a leitura
dêmica do trabalho, com base na quantidade de de artigos de revisão, foram encontrados ma-
menções feitas por outros artigos após sua publi- nualmente mais 59, totalizando 6072. O primeiro
cação, e tende a crescer com o passar dos anos. passo a partir do resultado da busca foi averiguar
e eliminar os artigos duplicados (k= 1003). Na
A partir do resultado da busca, ob- sequência, os 5069 artigos foram
tivemos um número total de artigos triados a partir da leitura dos seus
cujo conteúdo potencial dedicou- Esta estratégia títulos e resumos.
se a investigar o consumo de álcool
e seus desdobramentos no Brasil.
combinada Depois, seguiu-se à etapa de de-
Esses artigos foram submetidos permite avaliar tecção e descarte dos artigos não
a uma primeira varredura para
identificar e retirar as publicações
e construir elegíveis (k = 3506), que, no geral,
continham informações sobre ou-
duplicadas a partir da leitura do tí- indicadores tros empregos do álcool, não rela-
tulo e resumo. Na sequência, uma
nova avaliação foi feita, desta vez sobre a cionados a bebidas, ou aqueles cuja
publicação estava fora do período
procurando as publicações sem re- dinâmica e a coberto (1990—2018) e os que
lação com o assunto de interesse. usavam modelos animais. Na leitura
Durante a leitura dos textos com- evolução da dos 1563 artigos restantes, em seu
pletos, os artigos foram agrupados informação texto completo, outros artigos (k =
de acordo com o ano de publicação, 603) foram excluídos, pois não con-
número de citações, palavras-cha- científica e os tinham dados específicos sobre o
ve mais frequentes, e instituições
produtivas, artigos mais citados e
temas mais uso do álcool, mas versavam sobre
outras substâncias como drogas
os temas mais investigados. frequentes. ilícitas, ou continham informações
exclusivas de outros países. Ao fi-
Esta pesquisa combina a metodologia de busca nal dessa busca sistematizada, 960 artigos foram
sistematizada, para identificar os artigos relevan- considerados elegíveis para a síntese qualitativa,
tes relacionados ao uso de bebidas alcoólicas, e cobrindo as publicações entre 1990 e 2018, sobre
a análise bibliométrica. Ou seja, esta estratégia temas relacionados ao consumo e aos transtornos
combinada permite avaliar e construir os indica- decorrentes do álcool, bem como as consequências
dores sobre a dinâmica e a evolução da informa- à saúde do indivíduo, à família e à comunidade.
ção científica, os temas mais frequentes, orga-
nizações ou países. O conhecimento resultante A Figura 2 apresenta a evolução do número de
poderia permitir a visualização da efetividade dos artigos por ano; todos são de autoria de pesquisa-
programas de prevenção, intervenção e políticas dores brasileiros ou participação como coautores.
públicas em nosso meio. O histograma indica que houve um aumento de

5. PRISMA, sigla em inglês para “Preferred Reporting Items for Systematic Review and Meta-Analysis”, tem o objetivo de ajudar os
autores a melhorar o relato de revisões sistemáticas e metanálises, por meio da sistematização dos passos básicos desse processo.

94
PANORAMA CIENTÍFICO | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

Artigos identificados
IDENTIFICAÇÃO

Busca manual
pela busca nas bases
(k = 59)
de dados (k = 6013)

Total de artigos encontrados (k = 6072)

Artigos duplicados e excluídos


(k = 1003)
TRIAGEM

Artigos triados
(k = 5069)

Excluídos pelo Título/Resumo


ELIGIBILIDADE

(k = 3506)

Artigos com texto


completo para avaliação
de elegibilidade
(k = 1563)

Razões de exclusão (k = 603):


• Sem dados específico (k = 199)
INCLUÍDOS

• Substâncias não alcoólicas (k = 252)


• Dados de outros países (k = 152)
Estudos incluídos na
síntese qualitativa
(k = 960)

Figura 1. Fluxograma de acordo com o prisma para identificar artigos elegíveis.

95
0 20 40 60 80 100 120
1990 0

1991 1

1992 3

1993 1
1994 2

1995 6

1996 4

1997 2

1998 3

1999 1

2000 5

2001 7

2002 12

2003 10

2004 36

2005 17

2006 36

2007 42

2008 69

2009 44

2010 56

2011 60

2012 60

2013 68

2014 68

2015 88

2016 76

2017 82

2018 101

Figura 2. Quantidade de publicações ao ano.

96
PANORAMA CIENTÍFICO | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

publicações nacionais entre 1990 e 2018, varian-


1990 0
do de nenhum artigo sobre o tema de álcool no
ano de 1990 a 101 artigos em 2018. Ainda, en- 1991 17
tre 1990 e 2003, houve um pequeno volume de
1992 26
produção, com 12 ou menos artigos publicados a
cada ano, totalizando somente 57 artigos em 14 1993 27
anos — uma média de 4,1 artigos por ano. A partir
1994 26
de 2006, o crescimento foi constante nos 13 anos
seguintes, variando de 36 artigos em 2006 a 101 1995 54
em 2018. Isso representa um aumento de 178%
1996 124
nesse período, com média de 65,4 artigos por ano.
1997 54
A Figura 3 mostra o número acumulado de cita- 1998 72
ções para todos artigos publicados a cada ano do
período estudado. Observamos um crescimento 1999 111
paralelo em relação ao número total de artigos 2000 180
publicados até 2008. Houve dois picos de cita-
ções recebidas: o ano de 2004, com 987 citações, 2001 173
e 2008, com 1375. Nesses dois anos, o número 2002 253
de publicações também se destacou em relação
aos anos seguintes. 2003 236

2004 987
Cabe esclarecer que o acúmulo de citações rece-
2005 467
bidas anualmente depende de alguns fatores: o
número de artigos publicados naquele ano, a pro- 2006 863
jeção da revista na qual o estudo foi publicado, e
2007 786
o tempo de publicação. Examinando a quantidade
total de citações nos últimos 10 anos — entre 2009 2008 1375
a 2018 —, observamos um aparente decréscimo
2009 717
de citações, o que poderia ser explicado pelo curto
tempo de publicação dos artigos. Contudo, o ano 2010 817
mais recente (2018) recebeu 138 citações em 101
2011 632
artigos publicados, o que ultrapassa todas as ci-
tações dos anos 1990 e1999 — variando de 17 2012 835
a 124 citações. Esses indicadores sugerem que o
2013 591
aumento não foi somente em quantidade de pu-
blicações, mas também na qualidade dos estudos. 2014 499

2015 430
Indicamos, na Tabela 1, os 20 artigos nacionais que
foram mais citados na área de consumo de álcool 2016 218
e seus desdobramentos. Os temas mais investiga- 2017 155
dos desses artigos com alta visibilidade foram os
estudos sobre o tratamento biológico (estimulação 2018 138
magnética transcraniana e medicamentos), efeitos
e fatores de risco do consumo de bebidas alcoóli- Figura 3. Quantidade de citações.
cas, estudos genéticos e epidemiológicos. Os arti-

97
Tabela 1. Os 20 artigos nacionais mais citados na área de consumo de álcool.

RANKING 1º AUTOR NOME DO ARTIGO REVISTA ANO CITAÇÕES

Prefrontal cortex modulation using transcranial


Baggio, Drug Alcohol
1 DC stimulation reduces alcohol craving: 2008 192
P. S. Depend
A double-blind, sham-controlled study

Ferreira, Effects of energy drink ingestion Alcohol Clin


2 2006 186
S. E. on alcohol intoxication Exp Res

Mental Disorders in Megacities: Findings


Andrade,
3 from the Sao Paulo Megacity Mental IPLOS One 2012 144
L. H.
Health Survey, Brazil

Interaction between tobacco and alcohol


Schlecht, Am J
4 consumption and the risk of cancers of the 1999 111
N. F. Epidemiology
upper aero-digestive tract in Brazil

Gender similarities and differences:


Zilberman,
5 The prevalence and course of alcohol- and J Addict Dis 2003 91
M.
other substance-related disorders

Laranjeira, Rev Bras


6 Alcohol use patterns among Brazilian adults 2010 89
R. R. Psiquiatr

Baltieri, D. Comparing topiramate with naltrexone in


7 Addiction 2008 87
A. the treatment of alcohol dependence

Rueda Factors associated with drug and alcohol Rev Saúde


8 2006 84
Silva, L. use among university students Pública

Gabapentin reduces alcohol consumption


Furieri, F. J Clin
9 and craving: A randomized, double-blind, 2007 82
A. Psychiatry
placebo-controlled trial

Almeida, Alcohol drinking patterns by gender, ethnicity, Rev Saúde


10 2006 81
Fo. N. and social class in Bahia, Brazil Pública

Bacterial infection in cirrhotic patients Am J


Rosa, H. 2008 81
and its relationship with alcohol Gastroenterology

98
PANORAMA CIENTÍFICO | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

RANKING 1º AUTOR NOME DO ARTIGO REVISTA ANO CITAÇÕES

MAOA-uVNTR polymorphism in Am J Med


a Brazilian sample: Further support for the Genet B
Contini, V. 2006 81
association with impulsive behaviors and Neuropsychiatr
alcohol dependence Genet.

Alcohol use among adolescents: concepts,


Pechansky, Rev Bras
11 epidemiological characteristics and 2004 79
F. Psiquiatr
etiopathogenic factors

Is the Full Version of the AUDIT Really


Meneses- Alcohol Clin
12 Necessary? Study of the Validity and Internal 2010 74
Gaya, C. Exp Res
Construct of Its Abbreviated Versions

Polymorphisms in glutathione S-transferases


Burim, R. GSTM1, GSTT1 and GSTP1 and cytochromes
13 Mutagenesis 2004 72
V. P450CYP2E1 and CYP1A1 and susceptibility
to cirrhosis or pancreatitis in alcoholics

Drug use by Brazilian students: associations


De Micheli,
14 with family, psychosocial, health, demographic Addiction 2004 70
D.
and behavioral characteristics

Prevalence of alcohol use disorders and


Mendoza-
associated factors: a population-based study Addiction 2003 70
Sassi, R.
using AUDIT in Southern Brazil

The TaqI A1 allele of the dopamine D2 receptor Am J Med


Bau, C. H. gene and alcoholism in Brazil: Association and Genet B
2000 70
D. interaction with stress and harm avoidance Neuropsychiatr
on severity prediction Genet.

Prevalence and risk factors associated with Rev Saúde


15 Baus, J. 2002 69
drug use among school students, Brazil Pública

Behavioral effects of transcranial Direct


Da Silva, Current Stimulation (tDCS) induced
16 J Physiol 2013 68
M. C. dorsolateral prefrontal cortex plasticity
in alcohol dependence

* As citações foram extraídas no Web of Science na data de 08/12/2019

99
gos mais citados foram publicados entre o período mações sobre o consumo de álcool no Brasil foram
de 1999 a 2013, com 68 até 192 citações. Os da- encontradas também em artigos publicados pela
dos apresentados também sugerem uma evolução Organização Mundial da Saúde (OMS), Organiza-
positiva na qualidade dos artigos publicados por ção Pan-americana da Saúde (OPAS) e algumas
autores brasileiros nos anos mais recentes. instituições ligadas aos órgãos governamentais bra-
sileiros — Ministério da Saúde, Conselho Nacional
Na Figura 4, mostramos a origem dos estudos, de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Insti-
de acordo com o país da instituição e por regiões tuto Brasileiro de Geografia e Estatística, Fundação
brasileiras. A grande maioria deles (86%) teve o Oswaldo Cruz (Fiocruz), entre outros .
envolvimento de autores brasileiros com sede em
instituições nacionais, enquanto que em 14% houve O histograma dos principais temas abordados pelos
participação colaborativa em instituições internacio- 960 estudos é apresentado na Tabela 2, construí-
nais. No Brasil, a maioria dos estudos originou-se da a partir da leitura individual do conteúdo dos
de instituições localizadas na região Sudeste (58%), artigos, priorizando informações que constam no
seguida das regiões Sul (19%) e Nordeste (7%). título e resumo. Os quatro principais tópicos inves-
As regiões Centro-Oeste e Norte não publicaram tigados sobre o consumo de álcool foram: sua ca-
número expressivo de artigos sobre o consumo de racterização por meio de estudos populacionais (k
álcool. Em relação a instituições estrangeiras, os paí- = 291), fatores associados (k = 191), complicações
ses que mais colaboraram com estudos nacionais decorrentes do uso de álcool (k = 176) e usuários
foram os Estados Unidos, Reino Unido, Holanda, adolescentes (k = 91).
Canadá e Austrália. Ressaltamos ainda que infor-

NO BRASIL 0%
NORTE

7%
NORDESTE
NO MUNDO

2%
CENTRO-
OESTE 58%
SUDESTE
14%
MUNDO

19%
SUL
86%
BRASIL

Figura 4. Instituições de origem das publicações 1990-2018.


100
PANORAMA CIENTÍFICO | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

Tabela 2. Principais temas abordados pelos 960 estudos analisados.

TEMAS DESCRIÇÃO

QUALIDADE DE VIDA Mudanças ou características relacionadas à qualidade


7 de vida da população estudada.

Estudos que avaliaram a relação do uso/abuso de


SUICÍDIO
bebidas alcoólicas e o ato/intenção de um indivíduo
11 tentar terminar com a própria vida.

Artigos que tiveram por objetivo investigar possíveis ações


PREVENÇÃO
que antecipassem o adoecer de forma a proteger, interceptar
12 ou anular a evolução da doença.

ATITUDE PERCEBIDA Estudos que envolvem o comportamento, conhecimento


18 ou postura do profissional de saúde.

Fatores genéticos, alterações de funções cerebrais, ou


MECANISMOS INTRÍNSECOS
outros fatores do organismo humano que agem antes
22 e contribuem para a instalação do adoecer.

IDOSO Todos aqueles estudos cuja base amostral foi composta por
26 idosos, conforme conceituação dos autores do estudo.

Partindo da definição da OMS para o termo violência*,


VIOLÊNCIA estes estudos apresentam dados sobre a relação entre o
34 emprego de violência decorrente ou como consequência
do uso/abuso de bebida alcoólica.

GESTAÇÃO Estudos envolvendo gestantes e/ou as


44 consequências da exposição fetal ao álcool.

O objeto do estudo relaciona o álcool e o hábito de


DIREÇÃO E TRÂNSITO
dirigir, consequências do dirigir alcoolizado e/ou a
47 relação do álcool com acidentes de trânsito.

REVISÕES LITERATURA Estudos que trouxeram compilação de dados já publicados na


48 literatura científica sobre o tema uso ou abuso de álcool.

Apresentação de uma metodologia ou ferramenta de


SCREENING
identificação/detecção ou caracterização do uso de
54 bebidas alcoólicas pelo indivíduo

101
TEMAS DESCRIÇÃO

Político: as informações contidas no estudo fazem


referências a consequências de decisões políticas
(como a repercussão da lei seca no trânsito nacional).
IMPACTO POLÍTICO,
Social: abordam questões de comportamento, relações
SOCIAL E ECONÔMICO interpessoais ou na comunidade e a repercussão que o
70 uso/abuso de bebidas alcóolicas tem na sociedade.

Econômico: determinam o custo direto e indireto


da patologia para a saúde pública.

Estudos relacionados a possibilidades (intervenções)


INTERVENÇÃO
terapêuticas ou fatores associados que interfiram no
91 processo de tratamento do uso abusivo de álcool.

ADOLESCENTES Estudos cuja base amostral foi composta por adolescentes


147 conforme conceituação de seus autores.

CONSEQUÊNCIAS E Informações relacionadas aos problemas à saúde,


COMPLICAÇÕES ao indivíduo ou à família, induzidos, causados ou
agravados pelo uso/abuso de álcool.
176

Estudos com dados de fatores de exposição (risco) associados


FATORES ASSOCIADOS
com o desenvolvimento de determinada doença e que não
191 preencham todos os critérios de um Estudo Populacional.

Estudos que apresentam informações referentes à distribuição da


ESTUDOS POPULACIONAIS
doença, seus fatores determinantes, ou sobre danos à saúde e/ou
291 eventos associados na coletividade humana (Amostra).

Definição da OMS para o termo violência: uso intencional de força física ou poder, ameaçados ou reais, contra si, contra outra pessoa
ou um grupo ou comunidade, que resultem ou tenham grande possibilidade de resultar em ferimento, morte ou dano psicológico, mal
desenvolvimento ou privação.

Comparativamente à população geral e adolescen- de álcool em humanos, a atitude percebida dos


te, os subgrupos de gestantes (k = 44) e idosos (k = profissionais de saúde engajados nos cuidados
26) também foram temas de estudos abrangentes, com os usuários, a prevenção do consumo nocivo
porém em menor frequência. de álcool, violência associada, risco de suicídio e
qualidade de vida associada ao uso da substância.
Alguns estudos (k = 215) abordam as intervenções
relacionadas à terapêutica do consumo de álcool, A Figura 5 mostra um grafo de conectividade de
os impactos políticos, econômicos e sociais decor- coocorrência das palavras-chave. Sem surpresa,
rentes, ou os exames de detecção ou escalas de a inspeção da figura indica que a palavra-chave
identificação do uso de bebidas alcoólicas (scree- “alcoholics” ocupa um lugar central nos estudos
ning). Outros poucos estudos (k = 104) versaram brasileiros sobre o consumo de álcool. De acordo
sobre temáticas variadas, tais como os mecanis- com Medical Subject Headings (MeSH), alcoholics
mos biológicos — intrínsecos — envolvidos no uso refere-se a “pessoas com história de dependência

102
PANORAMA CIENTÍFICO | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

física ou psicológica devido ao uso de etanol”. Um perfil interessante dos estudos retidos nesta
Outras palavras-chave recorrentes foram Brazil, revisão bibliométrica é que, em cerca de 20% de-
adolescents, drinking, alcohol drinking e preva- les, o consumo de álcool está inserido na mesma
lence. investigação que os transtornos por uso de outras
substâncias psicoativas. O programa #Tamojunto
DISCUSSÃO e o I Levantamento Nacional sobre o Uso de Álcool,
Este estudo bibliométrico sobre as publicações rela- Tabaco e Outras Drogas entre Universitários das
cionadas ao consumo e aos transtornos por uso de 27 Capitais Brasileiras são exemplos de estudos
álcool mostra que há um crescente interesse sobre que investigaram juntamente o álcool e outras
o tema. A produção bibliográfica de cientistas bra- substâncias. Por vezes, a análise conjunta dos atri-
sileiros sobre o consumo de álcool apresentou uma butos de consumo de álcool e outras substâncias
considerável tendência de crescimento a partir de pode dificultar a obtenção de estimativas precisas
2009. As citações igualmente crescentes atestam a sobre a frequência, o perfil dos usuários, o custo
visibilidade dos estudos realizados no nosso meio. de tratamento e o uso de serviços.
Entre 1990 e 2018, o número de artigos publicados
com a participação de autores brasileiros passou de Embora muitos artigos tenham caracterizado a
0 a 101, representando uma expressiva variação no população de risco e seus fatores associados, os
período e com média anual de 33,1 publicações. estudos sobre a repercussão desses conhecimen-
A maioria dos estudos aborda as investigações tos ainda são pouco consistentes. Além disso,
epidemiológicas (50%), descrevendo sobre as ca- mesmo com a necessidade de compreender o
racterísticas e os fatores de risco de usuários de impacto socioeconômico e das políticas públicas
álcool. O consumo de álcool em padrões nocivos adotadas sobre a saúde da população, os reflexos
está crescente em nosso meio; portanto, identificar dessas medidas em meio à crescente escalada do
as populações mais vulneráveis impacta os pro- consumo nocivo são pouco investigados. Fato
gramas de prevenção e tratamento. Dos estudos é que menos de 10% dos artigos encontrados
analisados, os adolescentes brasileiros constituem versam sobre esse tema. Quanto à prevenção,
o subgrupo populacional mais investigado. o cenário é ainda pior, pouco mais de 1% são
sobre o tema de todos os estudos produzidos
Embora informações precisas sejam primordiais entre 1990 e 2018.
para formular intervenções e políticas públicas,
poucos estudos se dedicaram a averiguar a eficácia Um dos raros trabalhos sobre o custo do consumo
dos programas já existentes. Citamos aqui o estu- de álcool para a sociedade brasileira é o estudo
do sobre o programa de prevenção #Tamojunto, do Sistema Unificado de Saúde (SUS). Coutinho
que ocorre em 76 escolas públicas brasileiras (San- e colaboradores (2016) estimaram custos impor-
chez e cols., 2017). Implementado para avaliar os tantes em atendimentos ambulatorial e hospitalar
efeitos de um programa europeu de prevenção de em decorrência de doenças relacionadas ao con-
drogas, Unplugged. O estudo recebeu apoio do sumo de risco do álcool, em mais de 8 milhões de
Ministério da Saúde, como parte das políticas pú- reais anualmente. Esses dados alarmantes sobre
blicas voltadas para adolescentes. Esse programa o impacto econômico ao sistema de saúde e à so-
incluiu 3340 participantes escolares alocados para ciedade indicam uma necessidade de programas
receber a intervenção e 3317 sem intervenção. Os efetivos de prevenção e intervenção.
resultados sugeriram que o conteúdo e as lições
sobre o álcool do #Tamojunto acabaram por am- Em relação a programas de prevenção, foram pou-
pliar a curiosidade sobre seu uso entre os adoles- cos estudos que avaliaram a efetividade dos proje-
centes, aumentando 30% a iniciação ou o primeiro tos implementados, mesmo diante da existência de
uso de álcool no grupo que recebeu a intervenção. políticas de atenção à saúde dos usuários. Fazem

103
PALAVRAS-CHAVE

Criança Transtornos Relacionados Doenças do Fígado


Filho Único ao Uso de Substâncias Qualidade de Vida
Estudos de Coorte Consumo de Álcool Recorrência
Violência Drogas de Rua Fatores Socioeconômicos
Psicométrica Fumar Transtornos Mentais
Questionários Alcoólicos Comorbidade
Gravidez Estudantes, Medicina Ansiedade
Comportamento de Risco Drogas Psicotrópicas Suicídio
Comportamento Sexual Crime Transtorno Bipolar
Estudos de Caso Controlados Parto Cesárea Emergência, Hospital
Acidentes, Trânsito Prevalência Emergências
Beber Questionários de Saúde Alcoolismo
Pobreza Polimorfismo, Genética Álcool
Adolescente Bebidas Políticas Públicas
Fígado
Brasil

Figura 5. Rede de coorrência de palavras-chave dos artigos analisados.

104
PANORAMA CIENTÍFICO | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

parte dessa política o Plano Emergencial de Amplia- publicados, encontramos várias inconsistên-
ção do Acesso ao Tratamento e Prevenção de Álcool cias em sua indexação. Muitos artigos foram
e outras Drogas (2009) e a Lei nº 13.106 (2015), erroneamente catalogados com link, digital
que torna crime a oferta de bebidas alcoólicas para object information (DOI) e títulos/autores dis-
menores de idade. Entre os programas voltados ao cordantes. A correção manual das inconsis-
controle e à prevenção do consumo de álcool, o mais tências exigiu que a precisão da informação
estudado foi o que tratava da questão de consumo obtida fosse certificada. Quando a plataforma
de álcool e direção de veículos automotores. Os do WoS procura a citação dos artigos, apenas o
efeitos do álcool foram discutidos em programa de primeiro autor é identificado. Portanto, alguns
redução de acidentes, ferimentos e batidas auto- estudos importantes podem não ter recebido a
mobilísticas, mostrando o envolvimento do álcool devida visibilidade.
em diversas situações de trânsito.
Há outras bases de dados ele-
Vale a pena discutir também os trônicas que também auditam
efeitos da Lei Seca, promulgada A produção o número de citações. Além da
em 2008 (nº 11.705), alterando
o Código Nacional de Trânsito e
científica brasileira WoS, pode-se citar EMBASE,
SCOPUS, entre outras que
estabelecendo tolerância zero à sobre o consumo fornecem dados sobre cita-
presença de álcool na corrente
sanguínea dos motoristas. Em
de álcool cresceu ções. Em geral, há divergên-
cias entre as diferentes bases
2012, a Nova Lei Seca, Lei n° consideravelmente quanto ao número de citações
12.760, entrou em vigor em um
esforço para corrigir as brechas na última década de cada publicação. Um dos
motivos da inconsistência se
legais da versão anterior. A prin- (...); entretanto, as deve à cobertura dos artigos
cipal mudança é a produção de publicados pelo WoS, que é
formas alternativas de prova de evidências não um pouco menor que algu-
impedimento de álcool contra os foram suficientes mas bases eletrônicas. Logo,
motoristas que se recusaram a é possível que alguns dados
fazer o teste de análise da res- para que as não tenham sido incluídos na
piração5. Em termos gerais, os
resultados mostraram que, em-
conclusões dos presente análise.

bora a Lei nº 11.705 foi, estatis- estudos fossem CONCLUSÕES


ticamente significativa (Volpe e
cols., 2017), a Lei 12.760 teve
adotadas com A produção científica brasilei-
um impacto estatisticamen- diligência. ra sobre o consumo de álcool
te significativo na redução de cresceu consideravelmente
acidentes letais em algumas na última década, em termos
regiões brasileiras (Guimarães & da Silva, 2019). numéricos e de visibilidade. Entretanto, as evi-
dências convergentes sobre a magnitude do
As limitações do presente artigo se referem ao ca- consumo nocivo de álcool não foram suficientes
ráter híbrido de muitos estudos, envolvendo con- para que as conclusões dos estudos fossem ado-
comitantemente informações sobre álcool e outras tadas com diligência. Faltam, pois, estudos bem
drogas. Análises independentes dos efeitos de cada executados sobre os programas de prevenção e
substância nem sempre foram possíveis de extrair. tratamento de transtornos relacionados ao álcool
Embora o WoS seja uma fonte rigorosa de ca- no nosso meio.
talogação e auditoria dos artigos científicos

105
8. Perfis

O Brasil é um país com dimensões continentais e “consumo atual” refere-se ao uso de bebidas al-
fatores socioeconômicos e culturais bastante he- coólicas no último mês. Dados de 2009, 2012 e
terogêneos. As variações regionais podem afetar 2015 estão disponíveis para as capitais brasi-
o comportamento de beber e, consequentemente, leiras; estimativas para regiões administrativas,
a elaboração de estratégias para redução do con- em 2012 e 2015; e para Unidades da Federação,
sumo nocivo de álcool. O Brasil possui indicadores em 2015.
oficiais sobre consumo de álcool, com destaque
para a PeNSE (IBGE), Vigitel (MS), e Datasus. A Foram extraídos dados da pesquisa Vigitel sobre
partir da primeira publicação desta série, “Álcool o uso abusivo de álcool, caracterizando a parcela
e a Saúde dos Brasileiros - Panorama 2019”, da população adulta que pratica BPE, em relação
passou a existir um documento que reúne essas àquela que bebe mas não pratica o BPE, assim
informações. como aquela que é abstêmia. O indicador “con-
sumo abusivo” é definido, nesse estudo, como a
Diante desta complexidade e visando aprimora- ingestão de 4 ou mais doses para mulheres e 5 ou
mentos, atualizamos a publicação anterior com os mais doses para homens, em uma única ocasião,
dados mais recentes e análises de dados oficiais no último mês, correspondendo ao conceito de
e públicos, entre 2010 e 2019. Esta seção traz BPE. Foram, também, extraídos dados de condu-
informações detalhadas, organizadas em perfis ção de veículos motorizados após a ingestão de
regionais e de cada um dos Estados da Federa- bebidas alcoólicas nas capitais brasileiras. Este
ção. Cada perfil disponibiliza dados extraídos de indicador, que quantificava apenas a prática de
fontes oficiais sobre uso de álcool, estratificados dirigir após o consumo abusivo até 2010, pas-
por sexo e faixa etária, internações e óbitos atri- sou a incluir qualquer consumo de álcool antes
buíveis ao álcool e os principais agravos à saúde de dirigir a partir de 2011. Para evitar potenciais
relacionados. comparações equivocadas, apresentamos esses
dados a partir de 2011.
Dados sobre consumo de álcool na população es-
colar (PeNSE) incluem: prevalência e idade média Para estimar os impactos do uso nocivo de álcool
de experimentação, prevalência de consumo atual na saúde pública, foram obtidos, no Datasus, da-
e de embriaguez. Ressalta-se que o indicador “ex- dos sobre internações, óbitos, e seus principais
perimentação” foi expandido, em 2012, para dis- agravos à saúde e aplicadas as FAAs disponi-
criminar entre tomar “apenas um gole” ou “uma bilizadas pela OMS (2018a; ver Anexo). São in-
dose inteira” de bebida alcoólica . formações inéditas, considerando que nenhum
outro estudo analisou esses dados de acordo com
Além disso, desde 2015, começou-se a incluir os as categorias de CIDs e suas respectivas FAAs,
participantes que relataram não ter experimenta- providas pela OMS. Assim, a publicação busca
do, mas que informaram a idade de experimen- retratar, de modo objetivo e confiável, as prin-
tação. Com o intuito de comparação, esse critério cipais estimativas sobre o uso de álcool e suas
foi estendido para os anos anteriores, tal como consequências à saúde dos brasileiros.
proposto na PeNSE 2015, e é o dado apresenta-
do nos gráficos de experimentação. O indicador

106
106
Fonte: IBGE, Datasus
BRASIL
Número de municípios (2017): 5.570

População (2017): 206.804.741 pessoas

Capital: Brasília Número de leitos hospitalares (2017): 436.812

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (em %)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
69,2 72,9 Feminino
60,3 62,5
54,8 56,1

26,5 28,1 25,2 26,9 22,4 25,1 23,4 21,1

Fonte: PeNSE
22,8 20,9 21,6 21,1

Total 71,2 61,4 55,5 27,3 26,1 23,8 22,2 21,8 21,3
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015
Idade 12,1 12,5 12,6
Idade 12,1 12,5 12,7

Padrão de consumo de álcool por adultos (em %) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (em %)*
30
Total 61,3% 20,6% 18,1%
25
2010 Masculino 47,7% 25,4% 27,0%
20
Feminino 73,0% 16,5% 10,5%

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


15 12,6 12,6 12,9
11,7
10,7
9,4 9,8 9,3
Total 59,6% 22,4% 17,9% 10
6,8 7,0 7,3 6,7
5,2 5,9 5,5 5,3
2018 Masculino 47,5% 26,5% 26,0%
5 1,9 2,3 2,5 2,5 2,0
1,6 1,7 1,8
Feminino 70,0% 19,0% 11,0%
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017
7.157 6.669 6.431
53.561 51.628
88.013 71.072
248.914 280.716 295.08 298.996 59.098 63.41 63.832

Todas as causas 11.724.834 11.612.715 11.675.269 11.997.528 Todas as causas 1.136.947 1.227.039 1.312.664
(TAA+PAA)/Total 2,9% 3,0% 3,0% 2,9% (TAA+PAA)/Total 5,83% 5,71% 5,35%
de internações de óbitos Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus
Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA)

Principais causas Principais causas


15,4% 10,6% Transtornos por uso de álcool 10,8% Cirrose hepática
2010 2010 13,4%
11,7% 36,7% Acidente de trânsito 16,5% 19,3% 40% Violência interpessoal
25,7%
Queda Acidente de trânsito
Outras lesões não-intencionais Transtornos por uso de álcool
19,7% 15,6% Outros 15,7% 9% Outros
2017 15,1% 2017 15,9% 15,2% 44,1%
12,5% 37,1%

Distribuição por faixa etária (em%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
8,6% 11,7% 3,5%
12,6%
35,3%
8,9% 9,8% 3,9% 19,3% 13,2%
21,9% 25,7%
54,6% 52,8% 41,2% 25,4%
2010 54,6% 2011 51,6% 48,2% 2010 2010 24,1%
36,5%
37,4% 32,3% 28,6% 37,1%
36,9%
36,7%
36,2%

2017 2017 2017 2017


0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
Número de municípios (2017): 466

CENTRO-OESTE População (2017): 15.870.886 pessoas

Número de leitos hospitalares (2017): 113.424

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
70,2 73,8 Feminino
63,2 66,6 64,4 60,7

27,0 27,5 26,3 29,8 24,0 26,7 24,5 23,5 25,6 26,2 24,1 24,1

Fonte: PeNSE
Total 72,1 65,0 59,1 27,3 28,1 25,4 23,9 25,9 24,1
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 11,9 12,7 12,5

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 60,2% 21,0% 18,7%
25
2010 Masculino 47,5% 25,3% 27,2%
18,4 18,7
20 16,5
Feminino 71,6% 17,2% 11,2% 16,4 16,3 16,1

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


14,0 13,5
15 11,7
10,5 10,3 10,4
9,5 9,4
Total 59,3% 21,0% 19,7% 10 7,9 7,9
5,0 5,5 5,3
2018 Masculino 46,7% 24,1% 29,2% 3,3 3,6 3,2 3,0
5 2,4
Feminino 70,5% 18,3% 11,2%
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017
609 574 598
4.026 3.520
5.514
7.979

20.861 23.575 24.206 24.804 4.569 5.256 5.046

Todas as causas 917.015 885.809 890.017 905.947 Todas as causas 73.195 82.123 86.210
(TAA+PAA)/Total 3,1% 3,3% 3,2% 3,1% (TAA+PAA)/Total 7,1% 7,1% 6,5%
de internações de óbitos Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus
Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA)

Principais causas Principais causas


12,6% Acidente de trânsito 14,3% Acidente de trânsito
2010 17,5% 27,1% 31,2% Transtornos pelo uso de álcool 2010 29,0% 29,7% Transtornos pelo uso de álcool
11,5% 11,7% 15,2%
Queda Queda
Outras lesões não-intencionais Outras lesões não-intencionais
14,0% Outros 15,8% Outros
2017 23,4% 14,1% 17,4% 31,1% 2017 21,5% 10,3% 17,8% 34,5%

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
7% 10,5% 3,8% 12,6%
44,2% 20,3% 26,7%
7,2% 8,3% 4,8%
21,8% 12,8%
35,1% 25,6%
32,3% 2010 57% 35,4% 2011 53,9% 2010 2010 26,3%
60,5% 56,3% 27,7%
34,5% 37,7%
36% 35,6% 31,7%
34,3%
2017 2017 2017 2017
0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
Número de municípios (2017): 1794

NORDESTE População (2017): 56.442.149 pessoas

Número de leitos hospitalares (2017): 144.607

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
67,9 67,6 Feminino
57,0 56,7
50,8 50,6

25,1 24,3 23,1 22,6 19,4 16,0

Fonte: PeNSE
19,9 21,1 23,0 18,8 20,0
15,1

Total 67,7 56,8 50,7 24,7 22,9 20,5 20,7 17,3 17,6
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 12,3 12,8 12,9

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
14,0
Total 59,5% 19,7% 20,8% 14
14,1
11,5
12 10,8
2010 Masculino 44,1% 24,2% 31,7% 10,3
9,7 9,6
10 8,6
Feminino 72,1% 16,0% 11,9%
7,3 7,2

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


8
6,1 5,7
5,1 5,4 5,2
6
Total 60,3% 21,0% 18,7% 4,4
4
2018 Masculino 47,3% 25,6% 27,1% 1,7 1,6 1,6 1,5 1,6
2 1,3 1,3 1,0
Feminino 71,0% 17,3% 11,7%
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017
10.561 8.323
13.288 8.252 2.385 2.245 2.220

58.627 68.341 70.212 71.962 15.728 17.880 18.714

Todas as causas 3.286.782 3.109.715 3.114.454 3.221.053 Todas as causas 284.297 319.349 351.867
(TAA+PAA)/Total 2,2% 2,5% 2,5% 2,5% (TAA+PAA)/Total 6,4% 6,3% 5,9%
de internações de óbitos Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus
Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA)

Principais causas Principais causas


14,0% Acidente de trânsito 17,9% Acidente de trânsito
2010 18,3% 18,2% 39,4% 2010 22,4% 17,3% 29,2%
10,1% Transtornos pelo uso de álcool 13,1% Transtornos pelo uso de álcool
Outras lesões não-intencionais Violência interpessoal
Queda Cirrose hepática
18,3% Outros 18,0% 22,7% 31,9% Outros
2017 23,9% 35,4% 2017 10,6% 16,8%
10,5% 11,9%

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo de álcool Beber e dirigir Óbitos Internações
9,0% 9,3% 4,5% 14,8%
4,8% 27,4%
8,0% 10,7% 40,2% 17,8%
23,4%
36,0% 27,0% 25,4%
36,1% 2010 53,4% 33,3% 2011 53,5% 2010 2010
26,8% 26,4%
55,8% 56,0% 32,0%
32,2%
37,5% 37,2%
29,9% 31,4%

2017 2017 2017 2017


0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
Número de municípios (2017): 450

NORTE População (2017): 17.929.800 pessoas

Número de leitos hospitalares (2017): 68.503

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
Feminino
58,8 60,1 56,4 57,1
50,9 50,3

Fonte: PeNSE
18,7 17,6 21,4 21,1 19,3 18,7 20,4 15,9 20,8 17,2 19,3 17,6

Total 59,5 56,8 50,6 18,1 21,2 19,0 18,0 18,9 18,5
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 12,5 12,7 12,8

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*

Total 65,3% 16,4% 18,3% 14 12,6


11,9
12 11,2 11,4
2010 Masculino 49,5% 21,0% 29,5% 10,5 10,0 10,3
10 8,3
Feminino 79,7% 12,2% 8,1%
7,3

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


8
6,5 6,1 6,5
5,8 5,6 5,9
6 4,7
Total 64,9% 18,4% 16,7%
4
2,4
2018 Masculino 52,2% 22,9% 24,9% 1,6 1,5 2,0 1,9
2 1,4 1,3 1,4

Feminino 76,6% 14,2% 9,2%


0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

681 394 317 253 259


1.040 244

19.061 22.609 22.946 23.031 3.871 4.318 4.815

Todas as causas 1.013.590 982.485 966.804 992.226 Todas as causas 64.907 73.957 82.401
(TAA+PAA)/Total 2,0% 2,4% 2,4% 2,4% (TAA+PAA)/Total 6,3% 6,2% 6,2%
de internações de óbitos
Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus

Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA)

Principais causas Principais causas


8,2% Acidente de trânsito 25,2% Acidente de trânsito
2010 21,0% 27,5% 30,7% Doenças respiratórias inferiores 2010 28,2% 14,6% 26,1% Transtornos pelo uso de álcool
12,6% 5,9%
Queda Violência interpessoal
Outras lesões não-intencionais Cirrose hepática
7,1% Outros 28,8% Outros
2017 33,7% 24,1% 26,2% 2017 22,5% 4,9% 13,1% 30,6%
8,7%

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo de álcool Beber e dirigir Óbitos Internações
8,7% 5,8% 6,0% 19,3%
21,1%
5,4% 6,2% 7,3%
34,8% 18,0% 26,5%
29,0% 31,6%
2010 55,7% 38,8% 2011 61,2% 2010 33,5% 2010
38,9% 25,1%
55,0%
37,5% 54,0% 30,3% 30,4% 31,7%
33,2% 27,8%
27,6%
2017 2017 2017 2017
0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
Número de municípios (2017): 1.668

SUDESTE População (2017): 87.035.037 pessoas

Número de leitos hospitalares (2017): 74.294

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
77,6 Masculino
70,8 Feminino
59,8 63,8 55,0 57,4

27,6 31,6 24,8 27,4 23,1 22,2

Fonte: PeNSE
22,3 22,6 22,5 22,1 21,6 23,0

Total 74,3 61,8 56,2 29,6 26,1 24,3 22,7 22,3 22,3
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 12,1 12,4 12,5

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*

Total 62,0% 21,1% 16,9% 14


12,1
12
2010 Masculino 49,4% 26,1% 24,5% 10,5 10,4 10,3
10 9,3
8,7
Feminino 72,7% 16,9% 10,4% 7,7 7,3

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


8 6,8
5,7 6,1 5,9
6 5,1 4,7
Total 59,0% 23,3% 17,7% 4,3 4,2
4
2,4 2,3 2,2
2018 Masculino 47,1% 27,4% 25,5% 1,7 1,5 1,5 1,4 1,7
2
Feminino 69,0% 19,9% 11,1% 0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

29.382 19.177 9.814 2.481 2.364


38.250 2.780

107.508 118.650 126.967 127.917 25.551 26.504 25.811

Todas as causas 4.582.158 4.650.940 4.629.140 4.754.982 Todas as causas 535.088 563.036 594.371
(TAA+PAA)/Total 3,2% 3,2% 3,2% 2,9% (TAA+PAA)/Total 5,3% 5,1% 4,7%
de internações de óbitos Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus
Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA)

Principais causas Principais causas


14,8% 12,8%
10,6% Acidente de trânsito 18,9% 20,6% Acidente de trânsito
2010 15,7%
15,4% 25,8%11,7% 38,1%
7,6% 47,5% Transtornos pelo uso de álcool 2010 9,8% 9,8% 40,9% Transtornos pelo uso de álcool
Queda Cirrose hepática
Cirrose hepática Violência interpessoal
8,7%13,6%
15,6% 20,3%
2017 18,4 41,7% Outras lesões não-intencionais 2017 14,4% 9,7% 47,2% Outros
19,7%12,6%
12,5% 13,7% 43,6% Outros 8,3%

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo de álcool Beber e dirigir Óbitos Internações
8,9% 2,5% 9,7%
15,2%
13,8% 36,5%
2,9%
10,8% 9,7% 10,7% 21,7%
17,6% 28,6%
48,2% 46,9%
2010 51,5% 2011 56,0% 2010 2010 22,4%
37,7% 42,2% 46,1%
37,9% 53,2% 32,6% 27,7% 38,3%
38,6%
32,1%
2017 2017 2017 2017
0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
Número de municípios (2017): 1.191

SUL População (2017): 29.526.869 pessoas

Número de leitos hospitalares (2017): 35.984

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
77,1 81,6 Masculino
67,5 70,2 67,4 Feminino
57,5

34,3 37,5 31,4 35,0 29,6


34,8
29,6 26,8 27,8 27,1 27,1 27,5

Fonte: PeNSE
Total 79,4 68,9 65,9 36,0 33,3 32,2 28,1 27,4 27,3
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 11,6 12,0 12,5

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*

Total 60,3% 24,5% 15,2% 14


14,7 15,0
14,0 14,3
12
2010 Masculino 46,7% 29,9% 23,4% 12,8 10,4
12,0 11,8
10
Feminino 71,9% 19,9% 8,2%

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


8 8,9
8,0 8,5
8,0
6 7,0 6,9 7,3
Total 54,9% 29,3% 15,7% 6,1
4
2018 Masculino 44,9% 33,3% 21,8% 3,7 3,6
2 2,9 3,4
2,3 2,6 2,5
Feminino 2,0
63,5% 26,0% 10,5% 0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

24.934 21.712 20.140 1.116 990


27.456 1.139

42.857 47.539 50.748 51.282 9.380 9.451 9.445

Todas as causas 1.925.289 1.983.766 2.074.854 2.123.320 Todas as causas 179.460 188.574 197.815
(TAA+PAA)/Total 3,7% 3,7% 3,5% 3,4% (TAA+PAA)/Total 5,9% 5,6% 5,3%
de internações de óbitos
Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus
Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA)

Principais causas Principais causas


14,8% 11,8%
10,6% Acidente de trânsito 23,8% 19,8% Acidente de trânsito
2010 15,4%
9,1% 39,0%
11,7% 31,8%
8,3%47,5% Transtornos pelo uso de álcool 2010 10,8% 10,6% 35,0% Transtornos pelo uso de álcool
Queda Cirrose hepática
Outras lesões não-intencionais Violência interpessoal
8,7% 15,6%
11,9% 18,0%
2017 11,7% 33,4% Outros 2017 18,7% 42,4% Outros
19,7% 29,9%
12,5% 13,1% 43,6% 9,3% 11,6%

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo de álcool Beber e dirigir Óbitos Internações
8,0% 2,7% 8,6%
12,0%
16,2%
3,5% 34,7%
8,6% 13,7% 10,1% 19,0%
29,4% 19,4% 25,7%
54,1% 44,1% 21,4%
33,4% 2010 2011 53,1% 2010 2010
32,3% 54,1%
58,0%
33,0% 28,0%
42,8%
62,6% 33,9%
37,7%

2017 2017 2017 2017


0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
ACRE
Número de municípios (2017): 22

População (2017): 856.457 pessoas

Capital: Rio Branco Número de leitos hospitalares (2017): 1,452

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
Feminino
61,1
52,1 52,7 57,6 51,2 48,5

Fonte: PeNSE
12,9 18,6 16,4 19,6 15,8 15,0 23,3 16,7 18,8 22,9 17,8 14,2

Total 57,0 55,3 49,8 16,0 18,1 15,4 17,7 18,8 15,4
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 12,5 12,5 12,7

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*

Total 72,6% 11,5% 15,9% 14 12,9


11,6 11,6
12
2010 Masculino 47,7% 25,4% 27% 9,9
10 9,1
73,0% 16,5% 10,5% 8,4
Feminino

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


8 6,9 6,9 6,7 6,5
5,5
5,5 5,3
6
Total 59,6% 22,4% 17,9% 4,5 4,3
4 3,2
26,0% 2,2 2,1 2,0
2018 Masculino 47,5% 26,5% 1,4 1,8
2 1,1 1,0 1,2
Feminino 70,0% 19,0% 11,0%
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

43 282 104 70 22 20 18
1.125 1.254 1.059 1.052 158 178 233

Todas as causas 49.687 52.898 44.221 44.795 Todas as causas 3.034 3.546 3.915
(TAA+PAA)/Total 2,4% 2,9% 2,6% 2,5% (TAA+PAA)/Total 5,93% 5,58% 6,41%
de internações de óbitos
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus

Principais causas Principais causas


23,9%14,8% 15,4%
10,6% 34,2% Acidente de trânsito 26,0% 15,6% 26,3% Acidente de trânsito
2010 15,4% 11,6%11,7% 14,8% 47,5% Cirrose hepática 2010 19,9% 12,2% Cirrose hepática
Queda Violência interpessoal
Outras lesões não-intencionais Transtornos por uso de álcool
8,7%
31,6% 15,6%
25,0% 28,0% Transtornos por uso de álcool 14,8% 35,7% 28,1% Outros
2017 2017
19,7% 12,5%
8.8% 43,6%
6,6% Outros 14,2% 7,2%

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
4,6% 2,3% 8,3% 13,7%
32,3% 19,8%
25,9% 6,9% 25,4% 7,8% 7,2%
32,3% 19,5% 7,0%
35,6%
31,3% 2010 69,4% 32,8% 2011 72,3% 27,7%
2010 2010
27,7%
61,8% 59,4% 33,6% 32,4%
29,5%
34,1%
27,1%
2017 2017 2017 2017
0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
ALAGOAS
Número de municípios (2017): 102

População (2017): 3.307.532 pessoas

Capital: Maceió Número de leitos hospitalares (2017): 6.407

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
68,0 66,8 Feminino
59,9 61,8
52,1 54,6

23,8 21,3 24,0 17,6

Fonte: PeNSE
21,1 20,9 19,5 20,1 20,4 20,4 19,6 19,7

Total 67,3 60,9 53,5 22,4 21,0 19,8 20,4 20,4 19,6
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 12,5 12,5 12,7

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 61,6% 18,5% 19,8%
25
2010 Masculino 45,9% 22,3% 31,9%
20
Feminino 74,6% 15,5% 9,9%

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


15 12,5
10,7 11,1
Total 63,9% 18,3% 17,7% 10 8,4 8,1
7,8 7,2
5,5 6,2 6,4 5,5
2018 Masculino 51,4% 19,8% 28,8% 3,9 4,3
5 3,8 2,9 3,4
1,1 1,1 1,3
Feminino 74,0% 17,2% 8,8% 0,9 0,4
0,5 0,3 0,1
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

1.067 1.161 132 125 169


843 1.817
1.071 1.216 1.150
2.849 3.183 3.660 3.799

Todas as causas 187.55 165.434 178.309 177.515 Todas as causas 17.553 18.830 20.486
(TAA+PAA)/Total 2,0% 3,0% 2,7% 2,8% (TAA+PAA)/Total 6,8% 7,1% 6,4%
de internações de óbitos
Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA)
Principais causas Principais causas
13,0% 22,8% Acidente de trânsito 15,4% 11,0% Acidente de trânsito
2010 2010 Cirrose hepática
15,2% 12,7% 36,4% Queda 22,3% 29,6% 21,7%
Outras lesões não-intencionais Violência interpessoal
Doenças respiratórias inferiores Transtornos por uso de álcool
2017 14,2% 22,6% Transtornos por uso de álcool 2017 16,5% 12,8% Outros
23,3% 11,5% 28,4% 16,7% 23,7% 30,2%
Outros

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
7,9% 8,1% 5,3% 13,3%
24,6%
9,8% 8,7% 38,7% 6,4% 25,8% 23,1%
21,2%
27,6% 25%
27,9%
35,1% 2010 55,3% 64,1% 2010 33,9%
35,7% 2011 2010
22,9%
36,7% 55,1% 55,6% 32,8%
32,1%

30,2% 37,1%

2017 2017 2017 2017


0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
AMAPÁ
Número de municípios (2017): 16

População (2017): 813.084 pessoas

Capital: Macapá Número de leitos hospitalares (2017): 890

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
Feminino
53,7 55,6 57,8
55,2
41,3 45,7

22,1 25,1 20,0 12,6

Fonte: PeNSE
20,6 19,6 14,5 15,4
16,0 16,2 13,7 16,3

Total 54,7 56,6 43,5 16,1 23,7 15,0 16,0 20,1 14,9
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 12,3 12,5 12,7

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 61,4% 19,0% 19,6%
25
2010 Masculino 45,1% 29,2% 25,7%
20
Feminino 76,7% 9,5% 13,9% 15,6
15,6

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


13,1 14,2
15 12,2 12,5
11,9 11,9
Total 63,4% 20,0% 16,6% 9,0
10 8,4 7,9
6,6 7,1 7,3 7,7
6,3
2018 Masculino 52,6% 30,2% 17,2%
5 2,7 2,1
1,6 1,4 1,5 1,1
Feminino 73,5% 10,5% 16,0% 3,1 3,2
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

2 3 5 7 5
9 4
132 164 172
652 691 586 739

Todas as causas 36.584 36.849 33.608 38.012 Todas as causas 2.154 2.876 3.166
(TAA+PAA)/Total 1,8% 1,9% 1,8% 2,0% (TAA+PAA)/Total 6,4% 5,9% 5,6%
de internações de óbitos
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus

Principais causas Principais causas


13,1% 15,3% Acidente de trânsito 4,5% 31,1% Acidente de trânsito
2010 2010 Afogamento
29,6% 11,0% 31,0% Queda 34,0% 10,1% 20,4%
Violência interpessoal Cirrose hepática
Outras lesões não-intencionais Violência interpessoal
2017 7,0% 15,5% Doenças respiratórias inferiores 2017 3,9% 34,9% Outros
37,1% 11,9% 28,4% 15,9% 13,2% 32,2%
Outros

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
6,5% 3,7% 9,4%
21,5% 24,1%
2,8% 3,7% 29,9% 12,1% 24,0%
17,1%
21,6%
62,4% 24,1% 35,4%
45,4% 2010 72,2% 2010
40,2% 2011 2010
51,8% 38,3%
31,1% 55,1% 24,8% 34,1%
28,0%
27,2%
27,2%
25,3%

2017 2017 2017 2017


0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
AMAZONAS
Número de municípios (2017): 62

População (2017): 3.307.532 pessoas

Capital: Manaus Número de leitos hospitalares (2017): 6.407

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
Feminino
57,8 55,3 57,5 56,8 55,9
53,6

Fonte: PeNSE
17,1 17,3 18,5 17,0 17,8 18,5 21,6 20,1 19,1 21,8
14,5 14,8

Total 56,5 57,1 54,7 15,7 18,0 17,4 16,6 20,8 20,4
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 12,6 12,8 13,0

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 68,7% 14,0% 17,4%
25
2010 Masculino 51,8% 18,4% 29,7%
20
Feminino 84,2% 9,9% 5,9%

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


15

9,8 10,0 9,4


Total 68,5% 17,7% 13,8% 8,6 9,2
10 7,1 7,3
5,3 5,6
2018 Masculino 57,2% 22,9% 19,9% 5,1 5,1 5,4 4,4
4,7 4,1
5 3,2
1,1 0,5 1,0 1,3 1,6 1,7
Feminino 79,1% 12,8% 8,1% 1,0 1,3
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

32 38 55 52 44
39 37
708 799 877
2.106 2.278 2.511 2.280

Todas as causas 161.371 152.663 175.083 184.790 Todas as causas 13.192 15.706 17.053
(TAA+PAA)/Total 1,3% 1,5% 1,5% 1,3% (TAA+PAA)/Total 5,8% 5,4% 5,4%
de internações de óbitos
Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA)
Principais causas Principais causas
10,8% 18,9% Acidente de trânsito 15,1% 7,2% Acidente de trânsito
2010 2010 Cirrose hepática
26,9% 8,0% 35,4% Cirrose hepática 20,7% 25,0% 32,1%
Violência interpessoal Violência interpessoal
Outras lesões não-intencionais Doença cardíaca hipertensiva
2017 10,7% 14,3% Doenças respiratórias inferiores 2017 16,1% 4,2% Transtornos por uso de álcool
34,3% 6,3% 34,4% 14,6% 31,2% 33,9%
Outros Outros

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
10,3% 5,0% 6,9%
25,1% 19,7%
5,3% 4,1% 33,1% 7,5% 27,4%
22,4%
32,6%
44,8% 40,4% 32,7%
38,4% 2010 54,5% 2010
43,4% 2011 2010
56,3% 30,3%
44,9% 52,5% 24,9% 25,3%
29,7%
26,3%
28,9%
27,3%

2017 2017 2017 2017


0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
BAHIA
Número de municípios (2017): 417

População (2017): 14.749.868 pessoas

Capital: Salvador Número de leitos hospitalares (2017): 29.408

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
75,0 75,9
65,3 68,5 59,7
Feminino
53,9

33,4 35,4
29,6 31,0 27,9 26,4 27,9 26,4 24,7
19,8 21,3

Fonte: PeNSE
21,6

Total 75,5 67,0 57,0 34,5 30,3 25,0 27,2 25,5 20,6
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 12,4 12,8 13,1

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 52,6% 23,3% 24,2%
25
2010 Masculino 39,9% 27,2% 32,8%
20
Feminino 63,1% 20,0% 16,9%

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


15 13,7
11,2 11,3 10,5
Total 51,7% 24,9% 23,5% 9,5 9,6
10 8,8 6,5
6,8
5,9 5,8 5,0 5,3
2018 Masculino 39,5% 28,9% 31,6% 5,0 4,4
5 3,6
1,4 1,1 1,1 1,0 1,1
Feminino 61,8% 21,5% 16,7% 1,3 0,8 1,2
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

1.741 1.577 1.252 1.522 522 593 664


3.889 4.199 4.402
13.841 15.864 15.718 16.746

Todas as causas 902.321 830.630 803.630 828.350 Todas as causas 75.594 82.868 90.209
(TAA+PAA)/Total 1,7% 2,1% 2,1% 2,2% (TAA+PAA)/Total 5,8% 5,8% 5,6%
de internações de óbitos
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus

Principais causas Principais causas


Acidente de trânsito 11,8% Acidente de trânsito
2010 11,0% 16,5%
43,8% 2010 16,0%
Cirrose hepática
15,4% 13,4% Cirrose hepática 20,2% 22,4% 29,6%
Queda Violência interpessoal
Outras lesões não-intencionais Transtornos por uso de álcool
2017 19,4% 17,1% Doenças respiratórias inferiores 2017 16,2% 13,0% Outros
41,1% 16,0% 30,6%
7,4% 15,1% Outros 24,2%

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
8,9% 4,7%
10,4% 15,8%
28,2%
8,6% 5,6%
10,2% 39,1% 25,0% 20,5%
23,7%
52,2% 36,5% 34,0%
39,8% 2010 54,6% 2010 29,0% 24,9%
41,1% 2011 2010
51,6% 26,5%
37,5% 48,7% 29,3%
31,4% 31,1%

31,2%
2017 2017 2017 2017
0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
CEARÁ
Número de municípios (2017): 184

População (2017): 9.018.764 pessoas

Capital: Fortaleza Número de leitos hospitalares (2017): 17.947

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
Feminino
61,5 62,0 56,9 57,7
51,0 49,9

Fonte: PeNSE
18,4 18,0 19,5 17,1 19,3 17,5 18,1 18,9
15,9 18,8 18,2 13,5

Total 61,8 57,4 50,4 18,2 17,4 18,3 15,7 18,4,8 18,5
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 12,2 12,6 12,9

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 66,5% 17,0% 16,5%
25
2010 Masculino 51,1% 22,3% 26,7%
20
Feminino 79,4% 12,6% 8,0%

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


14,6
15 13,3
11,0 10,8
Total 67,2% 17,9% 14,9% 10 9,1
8,1
7,6 7,2 6,8 6,1
6,0 6,0 4,9
2018 Masculino 54,7% 23,5% 21,9% 4,3
5 4,0 3,3
1,7 2,1 1,7 1,9 2,0 1,3
Feminino 77,8% 13,2% 9,0% 1,0 1,1
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

2.083 1.339 774 677 654 505 304


2.561 3.242 3.372
11.360 12.381 11.306 12.084

Todas as causas 497.583 484.975 474.428 504.729 Todas as causas 43.961 52.064 59.392
(TAA+PAA)/Total 2,7% 2,8% 2,5% 2,5% (TAA+PAA)/Total 7,3% 7,2% 6,2%
de internações de óbitos
Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA)
Principais causas Principais causas
13,7% Acidente de trânsito 13,2% 20,3% Acidente de trânsito
2010 24,8% 35,2% 2010 Cirrose hepática
10,7% 15,5% Queda 23,2% 14,6% 28,8%
Outras lesões não-intencionais Violência interpessoal
Doenças respiratórias inferiores Transtornos por uso de álcool
2017 29,9% 14,6% Transtornos por uso de álcool 2017 15,6% 8,2% Outros
35,3% 18,7% 31,4%
11,5% 8,7% Outros 26,1%

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
14,1% 4,7%
8,1% 15,6%
27,3%
8,1% 4,3%
10,1% 41% 27,7% 16,8%
23,6%
52,4% 28,1% 37,5%
38,4% 2010 57,8% 2010 25,4% 27,4%
41,1% 2011 2010
53,5% 27,6%
39,5% 48,7% 31,9%
32,9% 29,8%

26,7%
2017 2017 2017 2017
0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
DISTRITO Número de municípios (2017): 1

FEDERAL
População (2017): 2.931.057 pessoas

Número de leitos hospitalares (2017): 6.644

Capital: Brasília

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
72,5 Feminino
67,4 64,2 67,1
60,2 59,5

24,2 25,7 23,3 29,0 21,7 23,5 25,0 28,5 24,1 23,6

Fonte: PeNSE
21,6 22,6

Total 70,2 65,7 59,8 25,0 26,3 22,1 22,6 26,9 23,8
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 12,0 12,3 12,5

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 56,4% 23,8% 19,9%
25
2010 Masculino 43,3% 28,6% 28,1%
18,9
20 17,7
Feminino 67,8% 19,6% 12,6% 16,6
15,0

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


15,2 14,0 13,6
15
11,9 11,9
10,1 10,3 10,2 9,8
Total 57,4% 22,1% 20,5% 9,1
10 7,7 6,9
6,0 5,9 6,5
2018 Masculino 44,8% 24,6% 30,7% 3,8 4,5 3,8
5 2,5
2,2
Feminino 68,3% 20,0% 11,7%
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

469 613 848 841 155 115 153


829 884 779
4.173 4.020 4.318 4.529

Todas as causas 184.993 176.421 196.704 212.227 Todas as causas 13.497 14.900 14.501
(TAA+PAA)/Total 2,5% 2,6% 2,6% 2,5% (TAA+PAA)/Total 7,3% 6,7% 6,4%
de internações de óbitos
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus

Principais causas Principais causas


8,5% Acidente de trânsito 16,9% 15,8% Acidente de trânsito
2010 21,2% 2010 Cirrose hepática
15,7% 8,4% 46,3% Queda 21,6% 15,0% 30,7%
Outras lesões não-intencionais Violência interpessoal
Transtornos por uso de álcool Transtornos por uso de álcool
2017 16,1% 11,1% Outros 2017 21,7% 15,7% Outros
40,0% 12,3% 39,0%
16,5% 16,2% 11,3%

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
10,2% 3,5%
6,0% 14,5%
14,5% 24,2%
7,8% 4,8% 15,6%
9,9% 49,3%
23,7% 22,3%
57,6% 34,4% 35,6%
30,6% 2010 55,4% 2010
35,0% 2011 2010 27,4%
61,7% 29,2%
36,4% 55,2% 32,7% 32,9%
35,9%
34,0%

2017 2017 2017 2017


0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
ESPÍRITO Número de municípios (2017): 78

SANTO
População (2017): 3.925.341 pessoas

Número de leitos hospitalares (2017): 7.560

Capital: Vitória

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
72,8
68,0 Feminino
60,6 66,4
51,0 51,9

25,8 26,3 30,5


23,5 27,2

Fonte: PeNSE
23,3 19,6 21,0 18,5 19,0 19,7 20,6

Total 70,5 63,4 51,5 24,6 28,3 20,3 18,8 25,3 20,2
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 12,0 12,3 12,8

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 61,1% 18,6% 20,2%
25
2010 Masculino 49,4% 21,7% 28,9%
20
Feminino 71,1% 16,0% 12,9%

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


15 13,7
11,0
Total 53,0% 24,6% 22,4% 9,5 9,3
10 8,1
6,5 7,4
6,0 5,6
2018 Masculino 41,4% 28,1% 30,5% 6,1 4,9 4,6
3,4 4,1
5 2,7 3,0 3,2
1,4 3,2 0,6 1,3
Feminino 62,8% 21,7% 15,5% 0,5 1,1
0 1,8

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

357 445 211 208 174


1.279
1.550
1.456 1.484 1.457
4.436 6.582 7.138 6.998

Todas as causas 200.259 226.295 241.904 243.040 Todas as causas 21.273 22.201 24.231
(TAA+PAA)/Total 3,0% 3,5% 3,1% 3,1% (TAA+PAA)/Total 7,8% 7,6% 6,7%
de internações de óbitos
Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA)
Principais causas Principais causas
10,3% 25,8% Acidente de trânsito 15,3% 12,7% Acidente de trânsito
2010 2010 Cirrose hepática
Queda 23,4% 17,6% 31,0%
18,0% 8,5% 37,4% Cirrose hepática Violência interpessoal
Outras lesões não-intencionais Transtornos por uso de álcool
2017 15,3% 8,2% Transtornos por uso de álcool 2017 15,5% 10,2% Outros
31,6% 8,0% 36,8% 19,7% 16,1% 38,6%
Outros

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
20,2% 3,9% 9,4%
12,3%
19,4% 34,4%
9,7% 4,5% 10,7%
13,6% 47,4%
24,6% 26,0%
49,6% 37,2%
40,1% 2010 32,8% 2010 24,1%
38,4% 2011 2010
50,2% 24,1%
38,1% 47,0% 48,0% 29,3% 39,3%
33,7%
32,1%

2017 2017 2017 2017


0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
GOIÁS
Número de municípios (2017): 246

População (2017): 6.824.504 pessoas

Capital: Goiânia Número de leitos hospitalares (2017): 17.476

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
73,5
69,2 63,7 65,0 Feminino
58,3 57,4

27,3 26,4 26,1 29,5 24,8 22,8 26,6 25,3 27,5 24,9 21,4

Fonte: PeNSE
22,3

Total 71,4 64,4 57,9 26,8 27,8 23,8 24,4 26,4 23,2
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 11,7 12,1 12,4

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 66,1% 17,0% 16,9%
25
2010 Masculino 53,5% 20,9% 25,6% 21,1
19,1 19,5
20 17,5
Feminino 77,1% 13,7% 9,2% 16,2
14,9

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


15 13,4
11,1 11,0 11,5
10,5 10,5
Total 64,1% 17,8% 18,1% 9,6
10 7,9 8,5
6,1
2018 Masculino 52,0% 21,5% 26,5% 4,6 4,4
5 3,0 3,0 3,8
2,4 1,9 2,8
Feminino 74,6% 14,6% 10,8%
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

2.274 1.807 216 257 230


3.569
6.003
1.840 2.319 2.293
8.561 9.316 9.347 9.528

Todas as causas 384.293 359.979 337.406 333.383 Todas as causas 30.536 35.421 38.295
(TAA+PAA)/Total 3,8% 3,6% 3,4% 3,4% (TAA+PAA)/Total 6,7% 7,3% 6,6%
de internações de óbitos
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus

Principais causas Principais causas


14,0% 40,8% Acidente de trânsito 13,8% 10,5% Acidente de trânsito
2010 2010 Cirrose hepática
Queda 31,5% 15,5% 28,7%
16,0% 6,4% 22,8% Outras lesões não-intencionais Violência interpessoal
Doenças respiratórias inferiores Transtornos por uso de álcool
2017 14,7% 19,4% Transtornos por uso de álcool 2017 17,56% 9,04% Outros
27,0% 11,7% 27,1% 21,79% 19,52% 32,09%
Outros

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
11,6% 4,1% 9,8%
7,8%
22,7% 27,5%
7,0% 5,0% 9,4%
7,6% 41,9%
27,2% 21,2%
56,8% 38,1% 33,8%
30,2% 2010 50,3% 2010
32,2% 2011 2010 25,6%
62,8% 27,2%
35,5% 60,2% 42,1%
34,0%
31,3% 37,2%

2017 2017 2017 2017


0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
MARANHÃO
Número de municípios (2017): 217

População (2017): 6.994.148 pessoas

Capital: São Luís Número de leitos hospitalares (2017): 14.109

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
65,1 64,6 Feminino
55,1 59,1
48,6 52,0

24,1

Fonte: PeNSE
20,4 20,4 17,1 19,9 16,4 20,1 19,2 19,1 18,2 16,8 16,2

Total 64,8 57,2 50,3 20,4 18,6 18,2 21,4 18,6 16,5
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 12,2 12,4 12,5

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 58,4% 20,3% 21,3%
25
2010 Masculino 40,2% 25,4% 34,4%
20
Feminino 73,3% 16,2% 10,6% 16,5 16,7
15,6

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


14,9 14,6 14,8
15 13,9
10,7
Total 61,4% 21,4% 17,2% 10 8,3 8,3 8,3
7,7 7,5 7,8 7,7
5,8
2018 Masculino 48,3% 26,2% 25,6%
5 2,6 2,4
1,7 1,7 1,7 1,5 1,8 2,1
Feminino 72,1% 17,5% 10,5%
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

1.468 1.416 1.514 1.327 129 161 132


6.261 8.871 8.021 8.365 1.421 1.915 1.814

Todas as causas 403.036 420.412 439.362 470.655 Todas as causas 25.143 31.351 34.544
(TAA+PAA)/Total 1,9% 2,4% 2,2% 2,1% (TAA+PAA)/Total 6,7% 6,6% 5,6%
de internações de óbitos
Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA)
Principais causas Principais causas
9,2% Acidente de trânsito 8,1% Acidente de trânsito
2010 32,9% 18,9% 26,1% 2010 28,1% 18,1% 16,8% 28,9% Cirrose hepática
12,9% Doenças respiratórias inferiores
Transtornos por uso de álcool Violência interpessoal
Doença cardíaca hipertensiva Transtornos por uso de álcool
2017 8,5% 2017 6,8%
27,0% 19,0% 29,8% Outras lesões não-intencionais 24,3% 16,2% 19,1% 33,7% Outros
15,8%
Outros

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
6,2% 8,7% 5,2% 18,3%
22,7%
38,4% 27,5%
3,0% 3,8% 5,6% 19,4%
24,2%
30,2% 30,0% 30,2%
2010 61,3% 2011 58,7% 34,4% 2010 2010
25,0%
32,5% 31,3%
66,8% 66,2% 29,7%
32,6%
28,8% 29,1% 29,9%

2017 2017 2017 2017


0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
Número de municípios (2017): 141

Capital: Cuiabá
MATO GROSSO População (2017): 3.398.791 pessoas

Número de leitos hospitalares (2017): 7.183

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
72,4 72,9 68,3 Feminino
62,2 57,3
52,2

30,5 26,5
25,4 27,8 22,4 25,2 24,4

Fonte: PeNSE
19,6 22,3 22,6 21,0 21,3

Total 72,7 65,3 54,8 28,4 26,6 23,9 21,8 22,5 21,1
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 12,1 12,1 12,3

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 62,2% 17,3% 20,5%
25 22,6 22,5
2010 Masculino 49,4% 19,5% 31,1%
19,8
20 18,6 18,8
Feminino 74,0% 15,3% 10,8% 17,2 17,2 17,0

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


15 13,4 13,5
11,9 11,7
10,3 10,1 10,3 9,9
Total 58,8% 21,5% 19,8% 10

2018 Masculino 46,2% 26,2% 27,6% 4,7 5,1 4,8 5,2


5 3,6 3,9 3,4
2,6
Feminino 70,4% 17,0% 12,6%
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

634 709 595 609 124 114 113


4.273 5.778 5.964 5.878 1.028 1.122 1.081

Todas as causas 182.333 186.686 190.966 191.481 Todas as causas 14.899 16.882 17.639
(TAA+PAA)/Total 2,7% 3,5% 3,4% 3,4% (TAA+PAA)/Total 7,7% 7,3% 6,8%
de internações de óbitos
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus

Principais causas Principais causas


7,6% 10,2% Acidente de trânsito 14,4% 10,8% Acidente de trânsito
2010 23,6% 35,9% 2010 33,0% 27,8% Cirrose hepática
22,7% Queda 14,0%
Outras lesões não-intencionais Violência interpessoal
Doenças respiratórias inferiores Transtornos por uso de álcool
2017 12,4% 5,9% 2017 14,1% 9,4%
32,4% 30,6% Outros 29,4% 31,8% Outros
18,8% 15,4%

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
10,5% 6,8% 4,6% 14,3%
23,8%
40,6% 23,2%
8,0% 5,0% 4,6% 17,4%
20,3%
35,8% 27,6%
50,9% 57,6% 2010 2010
2010 38,5% 2011 33,6% 29,6%
38,6% 32,7%
56,3% 56,5% 34,2%
35,5%
31,5% 33,0% 29,0%

2017 2017 2017 2017


0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
MATO GROSSO Número de municípios (2017): 79

DO SUL
População (2017): 2.716.534 pessoas

Número de leitos hospitalares (2017): 5.593

Capital: Campo Grande

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
78,5 79,3 Masculino
69,8 72,9 65,2 Feminino
60,0

31,8 35,8 30,6 34,8 31,7 31,5 30,0


26,0 27,9 28,9 25,6 28,7

Fonte: PeNSE
Total 79,0 71,3 62,6 33,9 32,7 28,8 28,4 30,7 27,1
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 11,7 12,3 12,3

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 61,5% 21,6% 16,9%
25
2010 Masculino 49,3% 26,8% 23,9%
20,5
19,4
20 17,8
Feminino 72,6% 16,8% 10,6% 16,3
15,2 15,2

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


15 13,7 13,9
11,2 11,9 11,3
Total 58,1% 22,4% 19,5% 10 8,6 8,5 8,4 9,1
7,6
6,6
2018 Masculino 44,0% 25,2% 30,8% 4,0 4,7
5 2,7 2,7 2,4 2,1
1,3
Feminino 70,8% 19,9% 9,4%
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

873 623 309 263 114 88 102


3.854 4.461 4.578 4.869 871 932 892

Todas as causas 165.396 162.723 164.941 168.856 Todas as causas 14.263 14.920 15.775
(TAA+PAA)/Total 2,9% 3,1% 3,0% 3,0% (TAA+PAA)/Total 6,9% 6,8% 6,3%
de internações de óbitos
Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA)
Principais causas Principais causas
10,8% Acidente de trânsito 11,3% Acidente de trânsito
2010 18,4% 32,7% 2010 26,6% 17,4% 33,1% Cirrose hepática
12,3% 25,8% Queda 11,6%
Outras lesões não-intencionais Violência interpessoal
Transtornos por uso de álcool Transtornos por uso de álcool
2017 12,2% 8,0% 2017 19,9% 19,3% 9,9%
35,5% 34,1% Doenças respiratórias inferiores 39,9% Outros
10,2% Outros 11,1%

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
6,6% 2,8% 15,5%
12,6%
16,0% 31,6%
4,8% 7,1% 4,4%
16,0%
21,9% 24,6%
39,4% 39,2%
60,4% 51,8% 2010 2010 25,5%
2010 41,2% 2011 31,9%
32,9% 55,8% 51,7% 49,4% 34,6%
33,9% 23,2%
35,6%
29,7%

2017 2017 2017 2017


0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
Número de municípios (2017): 853

MINAS GERAIS
Capital: Belo Horizonte
População (2017): 20.908.628 pessoas

Número de leitos hospitalares (2017): 41.253

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
72,9 77,5
65,7 68,7 Feminino
55,1 59,5

33,1
28,3 32,5 28,8 26,2 27,9 24,9 28,5 25,7
21,0 24,2

Fonte: PeNSE
20,9

Total 75,3 67,2 57,3 30,5 31,1 23,5 26,3 27,1 22,6
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 12,0 12,6 12,7

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 58,7% 20,4% 20,9%
25
2010 Masculino 46,1% 23,4% 30,6%
20
Feminino 69,4% 17,8% 12,8%

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


14,8 14,1
15 12,9 13,6 13,7
10,5 11,3
Total 51,3% 26,4% 22,4% 9,4
10 8,1 7,8 7,9 8,0
6,9 6,2
5,1 6,0
2018 Masculino 40,6% 30,0% 29,5%
5 2,4 2,9 3,1 2,9
1,8 1,6 2,2 2,0
Feminino 60,2% 23,4% 16,4%
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

6.791 6.143 4.294 4.906 1.121 1.146 1.196


27.520 32.354 32.901 33.516 5.721 6.110 6.165

Todas as causas 1.152.618 1.244.467 1.198.560 1.245.750 Todas as causas 120.146 127.075 137.471
(TAA+PAA)/Total 3,0% 3,1% 3,1% 3,1% (TAA+PAA)/Total 5,7% 5,7% 5,4%
de internações de óbitos
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus

Principais causas Principais causas


14,8% 18,6% Acidente de trânsito 16,4% Acidente de trânsito
2010 40,8% 2010 22,1% 18,9% 33,6% Cirrose hepática
15,8% 10,0% Queda 9,0%
Outras lesões não-intencionais Violência interpessoal
Transtornos por uso de álcool Transtornos por uso de álcool
2017 9,8% Outros 2017 17,3% 18,6% 16,2% Outros
21,6% 15,4% 40,4% 38,1%
12,9% 9,8%

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
11,4% 11,3% 2,7% 9,9%
50,1% 34,7%
3,2% 15,2%
8,6% 11,7% 12,0%
19,8% 26,9%
39,5% 24,2%
51,4% 42,8% 40,9% 2010 2010
2010 33,2% 2011 22,1%
51,9% 55,1%
37,2%
36,0% 37,0%
45,9%
32,1% 33,2%

2017 2017 2017 2017


0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
PARÁ
Número de municípios (2017): 144

População (2017): 8.422.634 pessoas

Capital: Belém Número de leitos hospitalares (2017): 15.312

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
Feminino
60,0 62,6 56,3 58,8
46,1 45,4

Fonte: PeNSE
21,9 19,5 17,8 16,8 21,6 19,7 16,2
15,5 14,1 15,8 16,2 14,5

Total 61,4 57,6 45,7 20,6 17,3 14,8 18,5 17,9 15,3
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 12,7 12,5 12,8

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 61,5% 18,9% 19,6%
25
2010 Masculino 43,1% 24,9% 32,0%
20
Feminino 77,2% 13,8% 9,0%

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


15
12,2
10,8
Total 62,3% 20,2% 17,5% 8,9 8,8 9,6 9,4
10 8,3 7,5
6,6
5,6
2018 Masculino 44,6% 27,9% 27,5% 4,6 4,4 3,8 4,7 4,8 4,7
5
1,1 1,1 1,2 1,8
0,8 0,6 0,7 0,6
Feminino 77,3% 13,7% 9,0%
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

153 79 64 55 72 69 75
9.382 11.618 12.347 1.820 2.091 2.322
12.086

Todas as causas 528.894 490.892 480.382 493.008 Todas as causas 31.248 35.203 39.577
(TAA+PAA)/Total 1,8% 2,4% 2,5% 2,5% (TAA+PAA)/Total 6,0% 6,1% 6,1%
de internações de óbitos
Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA)
Principais causas Principais causas
40,8% 6,7% Acidente de trânsito 14,5% 3,8% Acidente de trânsito
2010 2010 Cirrose hepática
13,1% 14,5% 24,9% Outras lesões não-intencionais 25,3% 32,2% 24,2%
Doenças respiratórias inferiores Violência interpessoal
Queda Transtornos por uso de álcool
2017 32,2% 7,8% 2017 12,4% 4,0%
Violência interpessoal Doença cardíaca hipertensiva
30,3% 8,5% 21,2% 22,0% 33,2% 28,2%
Outros Outros

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
11,1% 10,5% 5,9% 20,0% 20,8%
34,1%
5,9% 12,0% 7,8% 16,9%
30,1%
42,4% 57,5% 26,5%
2010 52,5% 32,0% 2011 2010 37,0% 2010
41,1% 46,9% 22,6%
51,7%
36,4% 28,7%
33,8% 30,4%
26,6% 32,7%
26,2%
2017 2017 2017 2017
0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
PARAÍBA
Número de municípios (2017): 223

População (2017): 3.974.437 pessoas

Capital: João Pessoa Número de leitos hospitalares (2017): 8.777

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
68,9 65,4 Feminino
57,8 59,3
49,4 48,2

26,9 26,2

Fonte: PeNSE
21,8 19,8 20,3 17,9 17,7 17,3 21,4 16,7 19,4 17,0

Total 67,0 58,6 48,8 24,1 20,1 17,8 21,4 18,9 18,1
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 12,3 12,5 12,6

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 65,3% 16,2% 18,5%
25
2010 Masculino 52,3% 19,8% 28,0%
20
Feminino 76,2% 13,2% 10,6% 16,4

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


14,2
15 12,5
11,8
10,1
Total 63,4% 20,6% 16,0% 10 8,5 9,0 8,5
7,1 6,5 6,5
6,0 5,2
2018 Masculino 46,8% 26,8% 26,4% 4,6 4,2
5 3,4
1,9 1,5
1,1 0,9 0,6 0,9 1,1 1,1
Feminino 77,3% 15,4% 7,4%
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

2.163 929 842 144 98 105


1.002
5.454 4.454 4.068 1.248 1.366 1.334
4.231

Todas as causas 242.314 196.222 187.726 187.079 Todas as causas 23.283 25.150 26.830
(TAA+PAA)/Total 3,1% 2,8% 2,7% 2,6% (TAA+PAA)/Total 6,0% 5,8% 5,4%
de internações de óbitos
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus
Principais causas Principais causas
9,3% 7,2% Acidente de trânsito 10,3% Acidente de trânsito
2010 24,3% 28,4% 30,8% 2010 20,2% 22,1% 18,5% 28,9% Cirrose hepática
Outras lesões não-intencionais
Transtornos por uso de álcool Violência interpessoal
8,8% Doenças respiratórias inferiores Transtornos por uso de álcool
2017 12,5% 2017 7,2%
27,1% 33,7% Queda 21,7% 19,4% 36,2% Outros
18,0% Outros 15,4%

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
9,1% 11,5% 3,8% 11,6%
21,1%
10,6% 10,0% 45,8% 4,7% 21,4% 13,2%
28,2%
38,6% 26,0% 25,1%
2010 51,6% 30,7% 2011 49,1% 2010 2010
37,5% 28,3%
39,3% 50,8% 59,3%
31,8% 37,0%
39,4% 29,3% 35,0%

2017 2017 2017 2017


0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
PARANÁ
Número de municípios (2017): 399

População (2017): 11.261.927 pessoas

Capital: Curitiba Número de leitos hospitalares (2017): 27.344

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
78,7 82,0 Masculino
70,2 Feminino
64,6 62,7
57,1

35,0 37,7 32,5 28,6


28,8 32,3 31,8 29,7 27,6
23,8 25,6

Fonte: PeNSE
23,0

Total 80,4 67,4 59,9 36,4 30,6 27,4 30,4 28,6 24,7
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 11,4 11,8 12,4

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 65,7% 21,4% 12,9%
25
2010 Masculino 51,4% 27,4% 21,2%
20 17,7
Feminino 78,2% 16,2% 5,6%
15,6 15,1

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


14,8
15 12,9 12,8 12,7
10,8 10,4
Total 58,8% 26,8% 14,4% 8,6 9,8
10 8,6 7,9
6,9 6,9 6,2
2018 Masculino 45,7% 32,3% 22,0% 5,2
5 3,2 4,0 3,8
2,4 1,7 2,2
1,6
Feminino 70,1% 22,0% 7,9% 0,6
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

14.462 10.134 9.570 531 560 447


10.976
18.055 20.593 23.488 4.054 3.909 3.727
22.410

Todas as causas 800.894 771.575 846.947 886.917 Todas as causas 67.284 69.697 71.904
(TAA+PAA)/Total 4,1% 4,1% 3,8% 3,7% (TAA+PAA)/Total 6,8% 6,4% 5,8%
de internações de óbitos
Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA)
Principais causas Principais causas
10,1% Acidente de trânsito 11,6% Acidente de trânsito
2010 44,5% 26,0% 2010 25,1% 19,9% 29,9% Cirrose hepática
7,6% 11,9% Queda 13,5%
Outras lesões não-intencionais Violência interpessoal
Transtornos por uso de álcool Transtornos por uso de álcool
2017 7,8% 2017 10,4%
31,1% 28,9% Outros 20,4% 19,5% 11,0% 38,7% Outros
12,0% 20,2%

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
6,2% 10,3% 2,6% 8,9%
31,9%
16,8% 9,7%
8,4% 11,7% 50,4% 4,1%
36,1% 23,0%
31,7% 22,1% 22,0%
2010 62,9% 2011 53,6% 2010 2010
39,9% 20,2%
29,8% 58,5%
30,9% 59,9% 33,9% 39,0% 45,3%
30,2%

2017 2017 2017 2017


0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
Número de municípios (2017): 185

Capital: Recife
PERNAMBUCO População (2017): 9.434.839 pessoas

Número de leitos hospitalares (2017): 21.293

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
71,0 68,3 Feminino
60,4 59,6
52,0 51,1

30,9 25,3 26,0 24,9 25,3 23,9 22,3

Fonte: PeNSE
19,6 22,6 17,9 19,9 18,8

Total 69,6 60,0 51,5 28,0 25,4 21,2 21,3 23,0 19,4
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 12,2 12,7 12,9

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 57,4% 19,4% 23,1%
25
2010 Masculino 40,6% 24,3% 35,1%
20
Feminino 71,0% 15,5% 13,5%

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


15
11,8
Total 57,9% 21,7% 20,3% 10 8,8
5,8 6,2 6,5 5,7
2018 Masculino 46,0% 25,8% 28,2% 4,4 4,3 5,3
4,1
5 3,1 3,4
2,4 2,6 2,9
0,9 0,9 2,2
Feminino 67,5% 18,4% 14,1% 0,7 0,9 0,6
0 0,4 0,7
0,9

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

1.402 2.183 1.864 1.930 387 353 407


10.327 13.466 13.661 3.042 2.981 3.527
14.378

Todas as causas 543.720 551.128 562.812 564.809 Todas as causas 54.746 58.108 64.699
(TAA+PAA)/Total 2,2% 2,8% 2,9% 2,8% (TAA+PAA)/Total 6,3% 5,7% 6,1%
de internações de óbitos
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus

Principais causas Principais causas


7,9% Cirrose hepática 11,3% Acidente de trânsito
2010 2010 19,4% 21,5% 31,1%
8,6% 30,3% 11,2% 42,2% Outras lesões não-intencionais 16,7% Cirrose hepática
Transtornos por uso de álcool Violência interpessoal
Câncer da cavidade oral e lábios Transtornos por uso de álcool
2017 15,6% 2017 18,2% 10,3% Outros
Acidente de trânsito
6,0% 32,0% 11,4%
35,0% 14,6% 23,9% 33,0%
Outros

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
11,2% 8,0% 4,0% 14,3%
25,2%
8,9% 11,7% 40,3% 3,9% 29,2% 18,4%
36,0% 24,8% 28,7%
2010 52,4% 39,8% 2011 52,2% 2010 2010
38,9% 22,5%
36,5% 55,1% 52,2%
36,1%
32,5% 29,9% 24,7%
30,6% 32,2%

2017 2017 2017 2017


0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
PIAUÍ
Número de municípios (2017): 224

População (2017): 3.254.626 pessoas

Capital: Teresina Número de leitos hospitalares (2017): 7.614

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
64,6 65,5 Feminino
55,4 58,3
48,4 47,1

22,4 22,5 22,1 21,1 22,3

Fonte: PeNSE
17,4 18,6 17,9 20,9 17,6 17,5 15,0

Total 65,0 56,9 47,7 22,5 21,6 18,0 19,9 19,1 16,2
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 12,3 12,5 12,6

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 58,9% 20,4% 20,7%
25 22,7 22,8
2010 Masculino 42,9% 25,9% 31,2% 21,2 21,7
19,4 20,0
20 18,0 17,5
Feminino 72,2% 15,9% 11,9%

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


15 12,4
11,9 11,5 12,0
9,8 9,6 10,1 10,7
Total 61,1% 19,7% 19,2% 10

2018 Masculino 46,8% 24,0% 29,2% 4,7


5 2,9 3,4 3,1 3,1 3,2 3,0
2,4
Feminino 72,8% 16,2% 11,0%
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

325 370 141 138 136


857 305
894 1.107 1.053
4.403 5.785 7.523 7.704

Todas as causas 237.793 210.351 211.363 218.317 Todas as causas 16.515 19.349 20.647
(TAA+PAA)/Total 2,2% 2,9% 3,7% 3,7% (TAA+PAA)/Total 6,3% 6,4% 5,8%
de internações de óbitos
Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA)
Principais causas Principais causas
13,9% 16,3% Acidente de trânsito 13,7% 7,9% Acidente de trânsito
2010 29,0% 30,6% 2010 33,6% 31,3% Cirrose hepática
10,2% Queda 13,5%
Doenças respiratórias inferiores Transtornos por uso de álcool
Transtornos por uso de álcool Doença cardíaca hipertensiva
2017 14,5% 23,4% 2017 15,4% 8,9%
33,2% 23,0% Outras lesões não-intencionais 29,9% 34,5% Violência interpessoal
5,8% 11,3%
Outros Outros

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
8,6% 8,4% 3,7% 12,7%
22,0%
5,2% 10,6% 42,1% 4,5% 22,9% 15,2%
30,8% 26,2% 29,7%
2010 55,1% 38,6% 2011 53,1% 2010 2010
38,2% 32,1%
29,1% 60,3%
36,3% 64,0% 29,8%
31,1% 28,0%
32,1% 29,6%

2017 2017 2017 2017


0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
Número de municípios (2017): 92

RIO DE JANEIRO
Capital: Rio de Janeiro
População (2017): 17.051.465 pessoas

Número de leitos hospitalares (2017): 37.889

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
79,4 Masculino
73,4
67,4 Feminino
62,7 62,1
53,1

32,4 30,8
27,2 30,5 24,1
30,6 25,9 24,5 25,9 24,5
19,9 24,5

Fonte: PeNSE
Total 76,6 65,2 57,9 31,5 29,0 27,5 25,2 24,2 22,3
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 12,5 12,8 12,9

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 61,6% 19,6% 18,8%
25
2010 Masculino 50,2% 23,7% 26,1%
20
Feminino 71,2% 16,2% 12,7%

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


15

Total 58,6% 22,3% 19,1% 8,9 9,4


10
7,6
6,2 6,5 5,8 6,2
2018 Masculino 46,3% 27,0% 26,7% 4,6 4,9 4,5
5 3,4 3,3 4,0
3,5 3,1
1,0 0,9 1,1 1,0 2,9
Feminino 69,0% 18,3% 12,7% 0,8 0,8
0 1,1 1,5

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

4.172 2.253 1.332 981 436 320 309


5.653 5.884 5.635
14.262 15.471 19.682 19.512

Todas as causas 735.294 684.037 689.788 727.855 Todas as causas 127.563 130.974 136.662
(TAA+PAA)/Total 2,5% 2,6% 3,0% 2,8% (TAA+PAA)/Total 4,8% 4,7% 4,3%
de internações de óbitos
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus
Principais causas Principais causas
Acidente de trânsito Acidente de trânsito
2010 17,1% 10,5% 9,2%
41,3% 2010 15,8% 15,9%
7,4%
45,6% Cirrose hepática
21,8% Queda 15,4%
Transtornos por uso de álcool Violência interpessoal
Cirrose hepática Doença cardíaca hipertensiva
2017 15,6% 10,8% 34,0% 33,4% Outras lesões não-intencionais 2017 13,9% 17,7%
7,1% Outros
11,9% 49,4%
6,2% Outros

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
12,5% 13,2% 3,5% 12,1%
17,6%
15,4% 11,5% 55,7% 3,4% 12,1%
32,5%
35,3% 18,3%
2010 48,0% 42,1% 2011 44,8% 2010 35,1% 2010 19,3%
50,0%
39,5% 49,3% 28,3%
35,3% 53,2% 36,1%
23,1% 26,0%
26,8%
2017 2017 2017 2017
0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
RIO GRANDE Número de municípios (2017): 167

DO NORTE
População (2017): 3.450.669 pessoas

Número de leitos hospitalares (2017): 7.498

Capital: Natal

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
69,7 67,0 Feminino
58,0 59,3
48,5 46,1

23,5 19,9 23,1

Fonte: PeNSE
19,1 20,2 15,1 16,3 17,5 19,8 20,0 17,1 13,6

Total 68,2 58,7 47,3 21,6 19,7 15,7 20,1 19,9 15,3
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 12,3 12,6 12,9

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 61,1% 18,8% 20,0%
25
2010 Masculino 42,5% 23,2% 34,3%
20
Feminino 76,8% 15,2% 8,0%
16,0

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


15 12,4
10,9 11,1 11,5
10,2 9,4
Total 62,7% 20,9% 16,3% 10 8.9
7,7
6,6 5,8 5,7
5,5 5,0 5,6
2018 Masculino 48,5% 25,4% 26,1% 4,2
5 2,8
1,7 1,4 1,4 1,3 1,1
74,8% 17,2% 8,0% 0,7
Feminino 1,2
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

119 96 109
651 264 317
1.445
911 1.099 1.259
2.891 3.062 3.670 3.783

Todas as causas 176.748 161.255 164.369 174.822 Todas as causas 16.088 19.118 21.392
(TAA+PAA)/Total 2,5% 2,3% 2,4% 2,3% (TAA+PAA)/Total 6,4% 6,3% 6,4%
de internações de óbitos
Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA)
Principais causas Principais causas
Acidente de trânsito 11,6% Acidente de trânsito
2010 15,4% 33,2% 43,3% 2010 21,5% 21,6% 31,4% Cirrose hepática
8,1% Transtornos por uso de álcool 14,0%
Cirrose hepática Violência interpessoal
Queda Transtornos por uso de álcool
2017 6,7% 16,1% 2017 19,0% 8,0%
24,9% 37,6% Violência interpessoal 30,6% Outros
14,8% 14,3% 28,1%
Outros

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
9,4% 11,4% 4,4% 12,3%
8,5% 10,3% 39,5% 4,2% 9,5% 26,7%
23,3%
30,7% 22,1%
33,6% 2010 53,1% 2011 49,1% 2010 29,8% 2010 23,2%
39,5% 26,6%
37,5% 58,0% 59,1%
34,2% 44,1%
39,5% 29,6% 31,2%

2017 2017 2017 2017


0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
RIO GRANDE Número de municípios (2017): 497

DO SUL
População (2017): 11.280.193 pessoas

Número de leitos hospitalares (2017): 30.789

Capital: Porto Alegre

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
81,8 Masculino
74,4
68,7 72,5 73,5 76,5
Feminino

39,0 40,0 41,5 41,1


33,7 32,4 36,7 35,9
24,8 25,0 26,8 31,0

Fonte: PeNSE
Total 78,2 70,7 74,9 36,4 34,6 40,7 24,9 29,0 38,3
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 11,9 12,5 13,0

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 55,8% 27,6% 16,6%
25
2010 Masculino 42,8% 32,8% 24,4%
20
Feminino 66,5% 23,3% 10,2%

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


15
11,4 11,1
Total 10,0 9,8
52,6% 32,2% 15,2% 10 8,4 8,6
5,8 7,2 6,2
6,0 5,7
2018 Masculino 47,7% 34,0% 18,3% 4,8 4,8 4,8
5 4,7 3,9
1,6 1,5 2,2
0,6 1,7
Feminino 56,6% 30,7% 12,6% 2,7
0 1,9 1,9

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

416 354 381


8.527 9.828 7.930 7.466
3.493 3.643 3.817
15.743 15.901 16.336 15.780

Todas as causas 730.724 764.856 754.653 745.492 Todas as causas 77.942 82.062 86.139
(TAA+PAA)/Total 3,3% 3,4% 3,2% 3,1% (TAA+PAA)/Total 5,0% 4,9% 4,9%
de internações de óbitos
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus

Principais causas Principais causas


11,5% Transtornos por uso de álcool 10,6% Acidente de trânsito
2010 35,1% 44,8% 2010 18,9% 20,3% 41,2% Cirrose hepática
8,6% Queda 9,1%
Cirrose hepática Violência interpessoal
Acidente de trânsito Transtornos por uso de álcool
2017 13,4% 8,0% 2017 17,8% 9,0%
32,7% 38,2% Outras lesões não-intencionais 45,3% Outros
7,7% 14,3% 13,6%
Outros

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
10,3% 13,8% 2,8% 8,2%
15,0%
7,7% 17,3% 56,6% 2,9% 10,3% 15,3%
15,6% 29,9%
33,6% 2010 53,0% 19,3%
63,6% 2011 2010 2010
33,3% 31,6%
26,1% 58,7% 35,4%
47,3% 49,9% 39,5%
25,3% 40,5%
37,0%

2017 2017 2017 2017


0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
RONDÔNIA
Número de municípios (2017): 52

População (2017): 1.737.578 pessoas

Capital: Porto Velho Número de leitos hospitalares (2017): 4.254

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
64,3 68,7 61,0 62,5 59,5
Feminino
53,4

23,0 23,3 21,2 23,6

Fonte: PeNSE
20,4 21,8 18,6 20,7 21,2 19,1 22,8 22,1

Total 66,8 61,8 56,6 21,2 23,1 19,7 20,0 22,5 22,4
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 12,4 12,7 12,7

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 63,9% 18,1% 18,0%
25
2010 Masculino 52,2% 22,1% 25,7%
20
Feminino 76,0% 13,9% 10,1% 16,4
15,6 15,2 15,4

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


14,3
15
11,7
9,5 10,1 9,6 10,3
Total 62,6% 18,5% 18,9% 10 8,4 9,1 8,5
6,3 6,6 6,7
2018 Masculino 50,0% 21,8% 28,2%
5 3,2 3,5 2,8
2,1 2,3 1,5 1,4 1,1
Feminino 76,2% 14,9% 8,9%
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

35 39 21 24 29
28 58
488 489 494
2.550 3.162 2.953 3.067

Todas as causas 100.265 116.066 113.432 119.874 Todas as causas 7.062 7.553 8.201
(TAA+PAA)/Total 2,6% 2,8% 2,6% 2,6% (TAA+PAA)/Total 7,2% 6,8% 6,4%
de internações de óbitos
Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA)
Principais causas Principais causas
8,9% 10,0% Acidente de trânsito 12,0% 4,3% Acidente de trânsito
2010 46,8% 2010 40,1% Cirrose hepática
12,6% 21,7% Queda 18,5% 25,1%
Outras lesões não-intencionais Violência interpessoal
Doenças respiratórias inferiores Doença cardíaca hipertensiva
2017 9,5% 8,3% 2017 12,1% 5,5%
31,9% 24,0% 26,3% Outros 31,9% 32,6% Transtornos por uso de álcool
17,8% Outros

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
3,5% 2,3% 4,0% 18,2%
38,8% 22,9%
6,9% 4,5% 6,4% 17,3%
26,1% 21,6%
30,8%
35,6% 2010 32,4%
60,4% 2011 68,8% 2010 31,0% 2010
27,9%
36,1% 57,5% 28,9% 63,1% 29,6%
31,8% 33,3%
29,3%
31,0%

2017 2017 2017 2017


0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
RORAIMA
Número de municípios (2017): 15

População (2017): 546.885 pessoas

Capital: Boa Vista Número de leitos hospitalares (2017): 941

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
65,4 67,7 68,2 Feminino
62,9 60,0
53,6

23,5 22,0 24,3 24,8 26,7 28,1 26,9 28,2 22,9 24,8

Fonte: PeNSE
21,0 21,2

Total 66,6 65,6 56,8 22,7 24,6 23,8 24,5 27,6 23,9
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 12,1 12,2 12,4

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 67,2% 15,9% 17,0%
25
2010 Masculino 55,6% 18,9% 25,5%
19,2
20 17,8 17,4
Feminino 78,3% 12,9% 8,8% 17,0

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


14,2 14,8 14,7 14,6
15
11,9 11,6
10,6 9,7
Total 64,2% 16,1% 19,7% 8,7 9,4 9,3
10 8,3
6,7
2018 Masculino 54,1% 15,7% 30,2% 4,5 4,5 4,3
5 3,6 2,7 2,8 2,9
Feminino 73,6% 16,5% 10,0%
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

30 13 3 1 7
22 15
114 124 168
783 755 1.415 1.427

Todas as causas 31.199 30.329 43.658 43.745 Todas as causas 1.620 1.933 2.442
(TAA+PAA)/Total 2,6% 2,5% 3,3% 3,3% (TAA+PAA)/Total 7,2% 6,5% 7,2%
de internações de óbitos
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus
Principais causas Principais causas
9,0% 7,4% Acidente de trânsito 3,2% Acidente de trânsito
2010 41,0% 29,1% 2010 41,4% 17,2 16,6% Cirrose hepática
13,5% Doenças respiratórias inferiores 21,7%
Exposição a forças mecânicas Violência interpessoal
4,5% Cirrose hepática 4,4% Doença cardíaca hipertensiva
2017 68,6% 5,9% 14,6% Pancreatite 2017 Outros
25,5% 15,0% 23,7% 31,4%
6,4% Outros

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
7,8% 4,4% 7,9% 15,0%
35,7% 18,6%
5,3% 3,8% 5,3%
29,6% 17,6% 19,9%
27,8%
30,9% 2010 57,8% 33,4% 2011 60,4% 2010 35,3% 2010
26,6%
34,4% 63,8% 35,2% 62,7% 36,1%
31,6% 35,8%
30,3%
26,8%
2017 2017 2017 2017
0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
SÃO PAULO
Número de municípios (2017): 645

População (2017): 45.149.603 pessoas

Capital: São Paulo Número de leitos hospitalares (2017): 92.291

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
76,9
69,5 68,3 Feminino
63,9
54,0 56,0

31,9 31,9
25,7 27,9 23,5 26,4 25,3 26,5 20,5 24,9

Fonte: PeNSE
21,2 20,7

Total 73,2 66,0 55,0 28,8 29,8 24,9 21,0 25,9 22,6
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 12,0 12,2 12,2

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 62,9% 22,3% 14,8%
25
2010 Masculino 49,6% 28,2% 22,2%
20
Feminino 74,4% 17,1% 8,5%

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


15 13,4
11,9 11,2 11,3
10,7
Total 61,0% 23,2% 15,8% 9,6
10 7,9 7,7
6,8 6,2 6,7 7,4
6,5
2018 Masculino 5,3
49,1% 27,1% 23,8% 4,7 4,3
5 3,4 2,9 2,7
1,9 1,9 1,8 1,6 1,6
Feminino 71,1% 19,9% 9,0%
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

19.707 13.194 12.996 1.012 807 685


25.737
12.721 13.025 12.554
61.289 64.243 67.245 67.892

Todas as causas 2.493.987 2.496.141 2.498.888 2.538.337 Todas as causas 266.106 282.786 296.007
(TAA+PAA)/Total 3,5% 3,4% 3,2% 3,2% (TAA+PAA)/Total 5,2% 4,9% 4,5%
de internações de óbitos
Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA)
Principais causas Principais causas
15,2% Acidente de trânsito 6,8% Acidente de trânsito
2010 12,6%
29,4%
6,9% 35,8% Queda 2010 18,2% 24,1%
7,3%
43,6% Cirrose hepática
Transtornos por uso do álcool Violência interpessoal
Cirrose hepática Transtornos por uso de álcool
13,3% 7,0%
2017 16,5% 16,4%
9,2% 44,6% Outras lesões não-intencionais 2017 13,3% 24,8% 54,9% Doença cardíaca isquêmica
Outros Outros

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo de álcool Beber e dirigir Óbitos Internações
5,8% 16,9% 1,8% 9,0%
60,5% 10,5%
8,3% 8,4% 2,3% 10,0%
15,3% 37,8% 28,5% 20,1%
38,9% 2010 57,2% 41,3% 2011 47,7% 49,7% 2010 2010 22,3%
37,1% 52,9% 35,4% 50,3% 32,6% 27,2%
39,2%

33,0%

2017 2017 2017 2017


0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
Número de municípios (2017): 295

SANTA CATARINA
Capital: Florianópolis
População (2017): 6.984.749 pessoas

Número de leitos hospitalares (2017): 15.284

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
75,8 78,2
68,0 69,1 63,0 64,0 Feminino

32,5 32,1 32,9 35,3 29,2 31,0 31,4 30,8


26,4 21,6 28,2 27,5

Fonte: PeNSE
Total 77,0 68,5 63,5 32,3 34,1 30,2 23,9 31,3 27,8
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 12,0 12,3 12,5

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30 28,1
Total 53,1% 26,5% 20,4%
24,4
25 23,2
2010 Masculino 40,4% 30,5% 29,1% 21,2 21,5
19,7
20 17,6 17,7
Feminino 64,6% 22,8% 12,6%
15,9 15,3

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


15 14,0
12,5 13,0 12,9 12,1
11,0
Total 47,4% 30,4% 22,2% 10
6,8 7,1 7,0
4,9 5,8 5,4
2018 Masculino 34,1% 34,8% 31,0% 4,5 5,0
5
Feminino 59,3% 26,4% 14,2%
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

192 202 162


4.130 3.648 3.104
4.467
9.060 11.045 12.002 12.014 1.832 1.900 1.901

Todas as causas 393.671 447.335 473.254 490.911 Todas as causas 34.234 36.815 39.772
(TAA+PAA)/Total 3,4% 3,4% 3,3% 3,1% (TAA+PAA)/Total 5,9% 5,7% 5,2%
de internações de óbitos
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus

Principais causas Principais causas


15,3% 6,6% Acidente de trânsito 6,7% Acidente de trânsito
2010 33,0% 28,5% Queda 2010 30,8% 34,4% Cirrose hepática
16,6% 18,6% 9,4%
Doenças respiratórias inferiores Violência interpessoal
Transtornos por uso de álcool Transtornos por uso de álcool
6,2% 8,8%
2017 17,3% 18,1% 23,3% 35,1% Outros 2017 24,3% 15,6% 43,5% Outros
7,8%

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
9,3% 14,8% 2,7% 8,8%
51,1% 17,4%
11,3% 13,7% 3,5% 33,1% 10,7%
20,5% 24,6% 22,3%
37,3% 42,5%
2010 59,8% 33,6% 2011 56,4% 2010 2010 23,6%
30,9% 51,5% 52,7%
28,9%
33,5% 41,1%
28,9%
35,9%

2017 2017 2017 2017


0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
SERGIPE
Número de municípios (2017): 75

População (2017): 2.257.266 pessoas

Capital: Aracaju Número de leitos hospitalares (2017): 3.181

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
73,1 74,6
67,2 Feminino
62,9 63,3
56,6

29,7 31,9 26,3


31,5
23,5 25,7 25,2

Fonte: PeNSE
20,1 22,9 22,8 21,2 21,4

Total 74,0 65,3 60,1 31,0 29,2 24,7 22,3 22,8 21,3
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015
Idade 12,8
Idade
Idade 12,4 12,7 12,8

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 57,3% 20,5% 22,2%
25
2010 Masculino 41,3% 23,9% 34,8% 21,4
20 18,1
Feminino 70,4% 17,7% 11,9%
14,8

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


14,4 14,1 13,5 13,7
15 12,9
11,1
Total 60,9% 20,9% 18,1% 9,5
10 8,4 8,1 7,5
7,4 7,3 6,8
2018 Masculino 47,0% 26,5% 26,5% 3,7
2,4 2,8 3,2 2,4
1,8 1,9 1,8
Feminino 72,2% 16,4% 11,4%
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

263 177 157 176 194


271
1.286
1.241 1.275 1.705 1.752 691 756 804

Todas as causas 95.512 89.308 92.607 94.777 Todas as causas 11.414 12.511 13.668
(TAA+PAA)/Total 2,6% 1,7% 2,1% 2,0% (TAA+PAA)/Total 7,4% 7,5% 7,3%
de internações de óbitos
Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA)
Principais causas Principais causas
5,6% 17,3% Cirrose hepática 14,1% Acidente de trânsito
2010 50,9% Queda 2010 24,7% 16,6% 26,1% Cirrose hepática
21,5% 4,7% 18,5%
Transtornos por uso de álcool Violência interpessoal
Acidente de trânsito Transtornos por uso de álcool
13,4%
2017 5,7% 34,3% 29,5% Doenças respiratórias inferiores 2017 13,6% 22,9% 19,4% 28,1% Outros
17,1% Outros 16,0%

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo de álcool Beber e dirigir Óbitos Internações
6,9% 8,8% 3,8% 11,3%
39,0% 25,1%
8,6% 11,8% 3,5% 17,3% 10,2%
23,7%
34,6%
29,8% 2010 50,9% 38,5% 2011 59,1% 2010 25,5% 2010 25,9%
42,2% 61,6% 32,1% 49,7% 29,5%
36,3% 46,5%
33,6% 34,2%

2017 2017 2017 2017


0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
Fonte: IBGE, Datasus
TOCANTINS
Número de municípios (2017): 139

População (2017): 1.537.350 pessoas

Capital: Palmas Número de leitos hospitalares (2017): 2.668

Consumo de álcool por escolares do 9º ano do ensino fundamental (%)


Experimentação Consumo atual Episódios de embriaguez
Masculino
65,0 68,0 Feminino
63,2
56,6
50,0 49,1

26,8 23,3

Fonte: PeNSE
20,3 21,7 20,4 16,9 18,5 16,7 18,8 22,9 17,8 14,2

Total 66,7 60,1 49,5 21,1 23,8 17,7 19,7 21,0 15,9
(ambos os
sexos)
2009 2012 2015 2009 2012 2015 2009 2012 2015

Idade 12,1 12,2 12,4

Padrão de consumo de álcool por adultos (%) Condução de veículo motorizado após
consumo de bebidas alcoólicas (%)*
30
Total 59,7% 18,5% 21,8% 26,3
23,8 24,1 24,6
25 22,4
2010 Masculino 46,7% 21,10% 31,9%
20,3
20 17,9 17,2
Feminino 71,9% 16,0% 12,1%
15,2 16,1

Fonte: Vigitel - Ministério da Saúde


14,7 14,2
15 13,4
11,4 11,9
10,8
Total 54,2% 23,5% 22,3% 10
6,5 6,8 6,7
5,8 5,3
2018 Masculino 43,5% 24,0% 32,5% 4,7 4,1
5 3,3
Feminino 63,9% 23,2% 12,9%
0

*Na capital
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Abstêmio Bebedor não-abusivo Bebedor abusivo Total Masculino Feminino

Internações parcial ou totalmente Óbitos parcial ou totalmente


atribuíveis ao álcool (2010-2018) atribuíveis ao álcool (2010-2017)
2010 2014 2017 2018 2010 2014 2017

206 127 99 66 80 81
746
2.463 2.852 2.335 2.118 451 474 549

Todas as causas 105.590 102.788 76.420 68.002 Todas as causas 6.597 7.140 8.047
(TAA+PAA)/Total 3,0% 3,0% 3,2% 3,3% (TAA+PAA)/Total 7,84% 7,76% 7,83%
de internações de óbitos
Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Totalmente atribuíveis ao álcool (TAA) Parcialmente atribuíveis ao álcool (PAA) Fonte: CISA, com dados Vigitel e Datasus

Principais causas Principais causas


11,9%14,8%25,2%
10,6% Acidente de trânsito 10,1% Acidente de trânsito
2010 15,4% 12,5%11,7% 36,7% Queda 2010 34,9% 27,3% Cirrose hepática
13,7% 47,5% 15,2% 12,6%
Outras lesões não-intencionais Violência interpessoal
Envenenamento por álcool Transtornos por uso de álcool
8,7% 15,6%
25,0% 28,0% Doenças respiratórias inferiores 14,6% Outros
2017 31,6% 2017 31,6% 12,9% 29,5%
19,7% 12,5%
8.8% 43,6%
6,6% Outros 11,5%

Distribuição por faixa etária (%)


Consumo abusivo de álcool (BPE) Beber e dirigir Óbitos Internações
4,7% 4,6% 4,3% 17,3%
38,6% 22,8%
2,4% 4,7% 5,0%
25,7% 18,3% 24,2%
30,9%
33,4% 2010 64,2% 35,7% 2011 64,0% 2010 28,0% 2010
29,1%
31,1% 64,2% 31,4% 59,6% 28,4% 30,7%
36,1%
31,5% 29,2%

2017 2017 2017 2017


0 - 17 18 - 34 35 - 54 55+
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144
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importance of age-based health loss inequities
caused by alcohol and other risk factors. BMC Res

145
10. Anexo

E
ste estudo utiliza a lista de CIDs Como há referências de FAAs para a população
(Classificação Estatística Interna- brasileira apenas para cirrose hepática e álcool
cional de Doenças e Problemas Re- e direção, foram utilizadas as demais FAAs do
lacionados com a Saúde) associados Relatório Global sobre Álcool e Saúde 2018
ao álcool e suas respectivas FAAs. (OMS, 2018a).

Tabela 1. Agravos à saúde totalmente atribuíveis ao álcool.

TOTALMENTE ATRIBUÍVEIS AO ÁLCOOL (FAA=100%) CID

Dependência de álcool F10.2

Envenenamento causado pelo álcool X45

Intoxicação alcoólica aguda F10.0

Miopatia alcoólica G72.1

Síndrome Alcoólica Fetal Q86.0

Transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool F10

Uso nocivo de álcool F10.1

Tabela 2. Agravos à saúde parcialmente atribuíveis ao álcool.

PARCIALMENTE ATRIBUÍVEIS FAA (%) CID


AO ÁLCOOL

Acidente de trânsito 36,7 para homens e V01–V04, V06, V09–V80, V87,


(FAA específica do Brasil) 23,0 para mulheres V89, V99

Afogamento 12 W65–W74

Autoagressão 18 X60–X84, Y870

AVC hemorrágico 9 I60–I62.9, I67.0–I67.1, I69.0–I69.298

146
ANEXOS | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

G45–G46.8, I63–I63.9, I65–I66.9, I67.2–


AVC isquêmico -1
I67.848, I69.3–I69.4

Câncer colorretal 11 C18–C21

Câncer da cavidade oral e lábios 26 C00–C08

Câncer de esôfago 17 C15

Câncer de laringe 22 C32

Câncer de mama 5 C50

Câncer do fígado 10 C22

Cardiomiopatia, miocardite, endocardite 7 I30–I33, I38, I40, I42

69,5 para
homens e
Cirrose hepática (FAA específica do Brasil) 42,6 para
K70, K74
mulheres

E10–E14 (exceto E10.2–E10.29, E11.2–


Diabetes Mellitus -2
E11.29, E12.2, E13.2–E13.29, E14.2)

Doença cardíaca hipertensiva 7 I10–I15

Doença cardíaca isquêmica 3 I20–I25

Doenças respiratórias inferiores 3 J09−J22, P23, U04

Envenenamento 12 X40, X43, X46–X48, X49

Epilepsia 13 G40–G41

W20–W38, W40–W43, W45, W46, W49–


Exposição a forças mecânicas 14
W52, W75, W76

Fogo, calor e substâncias quentes 11 X00–X19

HIV/AIDS 3 B20−B24

V05, V81-V86, V88, V90-V98, W39, W44,


Outras lesões não intencionais 14 W53–W64, W77–W99, X20–X29, X50–X59,
Y40–Y86, Y88, Y89

Outros tipos de câncer da faringe 31 C09–C10, C12–C14

Pancreatite 26 K85–K86

Queda 11 W00–W19

Tuberculose 20 A15−A19, B90

Violência interpessoal 18 X85–Y09, Y871

147
11. Biografias

ARTHUR GUERRA ANA CRISTINA BRAZ


Médico Psiquiatra. Professor Associado do De- Possui graduação e bacharelado em Psicologia
partamento de Psiquiatria, Faculdade de Me- pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
dicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). de Ribeirão Preto – USP. Mestra pelo programa
Professor Titular de Psiquiatria e Psicologia de Pós-Graduação em Psicologia pela mesma
Médica, Faculdade de Medicina do ABC. Fun- instituição, na área de concentração de Psico-
dador e Coordenador do GREA, Programa do logia em Saúde e Desenvolvimento. Realizou
Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e estágios na área de Psicologia Clínica e em ins-
Drogas, do Instituto de Psiquiatria do Hospi- tituição parceira da Faculdade de Psicologia e
tal das Clínicas da FMUSP (IPq-HC-FMUSP), Ciências da Educação da Universidade do Porto
Coordenador do Programa Redenção, da Pre- (bolsista da Agência USP de Inovação). É pes-
feitura do Município de São Paulo. Fundou o quisadora do CISA.
CISA e é Presidente Executivo da instituição.
KAE LEOPOLDO
ERICA ROSANNA SIU Psicólogo formado pelo Instituto de Psicolo-
Biomédica pela Universidade Federal de São gia da Universidade de São Paulo (IP USP).
Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFES- Realizou iniciação científica no Instituto Os-
P-EPM). Mestre e Doutora em Ciências pelo car Freire da FMUSP, estudando os efeitos do
Programa de Pós-Graduação em Farmacologia consumo de álcool e outras drogas na cogni-
(UNIFESP-EPM). Especialista em Dependên- ção. É mestre pelo Departamento de Psico-
cia Química pelo GREA, do IPq-HC-FMUSP. É logia Experimental da USP e doutorando no
pesquisadora do Núcleo de Epidemiologia do programa de Neurociência e Comportamento
IPq-HC-FMUSP e coordenadora do CISA. da USP. É pesquisador do CISA.

MARIANA ZANATA THIBES PHILIPPE BENHAYON


Socióloga formada pela Faculdade de Filosofia, Psicólogo formado pela Pontifícia Universi-
Letras e Ciências Humanas da Universidade de dade de São Paulo (PUC-SP). Tem experiên-
São Paulo (FFLCH-USP) e doutora em Sociolo- cia no trabalho multiprofissional junto a ser-
gia pela mesma universidade. Foi pesquisadora viços de saúde, assistência social e educação.
visitante da New York University. Possui pós- É pesquisador do CISA.
doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). NATHALIA KLEIN
Trabalhou como pesquisadora no Centro Brasi- Médica Psiquiatra. Preceptora da Residên-
leiro de Análise e Planejamento (CEBRAP) e no cia médica em psiquiatria da Faculdade de
Instituto Latino-Americano das Nações Unidas Medicina do ABC (FMABC) em unidade de
para Prevenção do Delito e Tratamento do De- observação de urgência e emergência. É pes-
linquente (Ilanud). Trabalhou como consultora quisadora médica do CISA.
de pesquisa para empresas como Ibope e Ipsos
e como analista de dados no Google Brasil. É
pesquisadora sênior do CISA.

148
BIOGRAFIAS | ÁLCOOL E A SAÚDE DOS BRASILEIROS – PANORAMA 2020

PANORAMA ÁLCOOL E DIREÇÃO


CIENTÍFICO LÚCIO GARCIA DE OLIVEIRA
Graduado em Biomedicina pela UNIFESP-E-
WANG YUAN PANG PM e em Psicologia pelo Centro Universitá-
Graduado em Medicina pela FMUSP, é mestre rio Paulistano (Unipaulistana). É especialista
e doutor em Psiquiatria pela mesma institui- em Neuropsicologia, Terapia Cognitiva Com-
ção. É médico assistente do IPq-HC-FMUSP portamental (TCC) e formado em Terapia do
e per tence ao corpo de pesquisadores do Esquema. Mestre e Doutor em Ciências pelo
Núcleo de Epidemiologia Psiquiátrica (NEP), Departamento de Psicobiologia da UNIFESP
da FMUSP. Atua como pesquisador sênior do e Pós-Doutor pelo Depar tamento de Psi-
Laboratório de Investigações Médicas de Psi- quiatria da FMUSP e pelo Departamento de
copatologia e Terapêutica Psiquiátrica (LIM- Medicina Legal (FMUSP). Atualmente atua
23) da FMUSP. É orientador pleno de pós- como psicólogo clínico e como coordenador
graduação do Departamento de Psiquiatria da de ambulatório de psicoterapia no Centro
FMUSP, membro da Comissão de Ética para Universitário Saúde do ABC (FMABC)
Análise de Projetos de Pesquisa CAPPESQ da .  
diretoria Clínica do Hospital das Clínicas da
FMUSP e do conselho científico do CISA, e ÁLCOOL ILEGAL
colaborador do projeto Global Burden of Di-
seases (GBD). SERGIO ALMEIDA
Possui doutorado em Economia pela Univer-
ALEXANDRE CANON BORONAT sidade de Nottingham na Inglaterra. Tem ex-
Graduado em Medicina pela Universidade São periência na área de microeconomia, com ên-
Francisco, realizou residência em psiquiatria fase em economia comportamental e no uso
pela Pontifícia Universidade Católica de São de métodos experimentais para investigar, em
Paulo (PUC SP), é responsável técnico e sócio particular, a tomada de decisão sob condições
fundador do Instituto Equilibri, e psiquiatra do de risco e incerteza em vários contextos. Foi
CAPS-II Adulto, de Perus. É pesquisador cola- membro do Center for Decision Research da
borador do Núcleo de Epidemiologia Psiquiá- Universidade de Nottingham (Inglaterra) e pós-
trica (NEP) do IPq-HC-FMUSP. doutorando na FEA-USP entre 2010-2012. Foi
membro da equipe do J-PAL, uma rede global
ANA PAULA FERREIRA MAIA de pesquisa formada pelo MIT - Massachusetts
Graduada em Medicina pela Faculdade de Me- Institute of Technology, com foco na avaliação
dicina de Marília (FAMEMA), especialista em experimental de impacto de políticas públicas
Psiquiatria pela Universidade Estadual Paulista voltadas para a redução da pobreza. É profes-
Júlio de Mesquita Filho (UNESP), especialista sor de Economia Comportamental do Depar-
em Psiquiatria da Infância e da Adolescência tamento de Economia da FEA-USP.
pela Universidade Federal de São Paulo (UNI-
FESP). É mestre em Psiquiatria pela FMUSP e
doutoranda pela mesma instituição. É pesqui- IMPACTO ECONÔMICO
sadora do Núcleo de Epidemiologia Psiquiátrica
(NEP), da FMUSP. DENISE RAZZOUK
Graduada em Medicina com especialização em
Psiquiatria na FMUSP, com mestrado e douto-
rado no Departamento de Psiquiatria da

149
UNIFESP, pós-doutorado no Institute of Psy- MATHEUS CHEIBUB DAVID MARIN
chiatry, King’s College (Inglaterra) e MBA em Graduado em Medicina pela Escola Superior
Gestão em Saúde pela Faculdade Getúio Vargas de Ciências da Santa Casa de Misericórdia
(FGV). É Professora Afiliada e Professora orien- de Vitória (ES). Realizou residência médica
tadora da Pós-graduação do Departamento em Psiquiatria pela FMABC e Especialização
de Psiquiatria da UNIFESP e Coordenadora do em Dependência Química no GREA, do IPq-
Centro de Economia da Saúde Mental (CESM- -HC-FMUSP. Atualmente é médico psiquiatra
-UNIFESP). Professora Titular da Disciplina de do Hospital Sírio-Libanês e do Programa Re-
Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Uni- denção da Prefeitura Municipal de São Paulo
versidade Metropolitana de Santos (UNIMES). (SP), e assistente e pesquisador do GREA.

PAULA BECKER
Doutorado em Psiquiatria e Psicologia Médica PROCESSAMENTO DE
pelo Centro de Economia em Saúde Mental da
DADOS
UNIFESP. Mestre em Saúde, Interdisciplinari-
dade e Reabilitação pela Universidade Esta- ANDRESSA KUTSCHENKO NAHAS
dual de Campinas (UNICAMP) e especialista Graduada em Estatística pela Universidade Es-
em Reabilitação pela mesma universidade. tadual de Maringá (UEM), mestre em Ciências
Pesquisadora na área do uso abusivo e depen- (Epidemiologia e Bioestatística) pela Faculdade
dência de substâncias, com ênfase em avalia- de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade
ção de serviços, análise de custos, avaliação de São Paulo e doutora em Ciências (Bioes-
econômica e políticas públicas.  Professora tatística, Estatísticas de Saúde e Sistemas de
Convidada da UNICAMP/EXTECAMP no cur- Informação) pela Faculdade de Saúde Pública
so de pós-graduação em Economia e Gestão da Universidade de São Paulo. Tem experiência
em Saúde. Atuou como docente do curso de profissional como consultora estatística acadê-
graduação em Terapia Ocupacional pela Uni- mica e empresarial há doze anos, com atuação
versidade Federal do Paraná - UFPR. É arti- em projetos de pesquisa acadêmicos e empre-
culadora de políticas públicas sobre álcool e sas das áreas da saúde, educação, financeira,
drogas e Terapeuta Ocupacional na Prefeitura marketing, pesquisa de mercado e tecnologia
de Piracicaba (SP). da informação. Atualmente é consultora esta-
tística e proprietária da empresa AKN Consul-
toria Estatística. 
POPULAÇÕES
VULNERÁVEIS
CRISTIANA ORNELLAS RENNER 
Graduada em psicologia pela Pontifícia Univer-
sidade Católica de São Paulo (PUC SP), mes-
tre em Psicologia Clínica pela Universidade de
São Paulo (IP USP), doutora em Ciências pela
UNIFESP. É palestrante e atua como psicóloga
em projetos de prevenção em escolas (Educa-
ção Infantil, Fundamental e Ensino Médio), na
Clínica Arthur Guerra e em sua própria clínica.

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