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CMCG AE3/2011 – Literatura 2º ANO ENSINO MÉDIO 1ª CHAMADA 1 ___________


Prof JUCINALDO
ALUNO N°: NOME: TURMA:

1ª QUESTÃO (10 escores)

REALISMO

MÚLTIPLA ESCOLHA

ESCOLHA A ÚNICA RESPOSTA CERTA, ASSINALANDO-A COM UM “X” NOS PARÊNTESES À ESQUERDA.

Leia o fragmento abaixo, retirado de uma obra de machado de Assis, e responda aos itens 01 a 10.

CAP. XXVII

VIRGÍLIA?

“Virgília? Mas então era a mesma senhora que alguns anos depois...? A mesma; era justamente a senhora que
em 1869 devia assistir aos meus últimos dias, e que antes, teve larga parte nas minhas mais íntimas sensações.
Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura de nossa raça, e,
com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do seu
tempo, porque isto não é romance em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas
também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da
natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da
criação. Era isto Virgília, e era clara, muito clara, faceira, ignorante, pueril, cheia de uns ímpetos misteriosos; muita
preguiça e alguma devoção, - devoção, ou talvez medo; creio que medo.
Aí tem o leitor, em poucas linhas, o retrato físico e moral da pessoa que devia influir mais tarde na minha vida;
era aquilo com dezesseis anos. Tu que me lês, se ainda fores viva, quando estas páginas vierem à luz, tu que me lês,
Virgília amada, não reparas na diferença entre a linguagem de hoje e a que primeiro empreguei quando te vi? Crê que
era tão sincero então como agora; a morte não me tornou rabugento nem injusto.
- Mas dirás tu, como é que podes assim discernir a verdade daquele tempo, e exprimi-las depois de tantos
anos? Ah! Indiscreta! Ah! Ignorantona! Mas é isso mesmo que nos faz senhores da terra, é esse poder de restaurar o
passado, para tocar a instabilidade de nossas impressões e a vaidade dos nossos afetos. Deixa lá dizer Pascal que o
homem é um caniço pensante. Não; é uma errata pensante, isso sim. Cada estação da vida é uma edição, que corrige
a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes.”

2. Segundo o estudioso franco-germânico Wolfgang Kayser, o foco narrativo é uma espécie de máscara utilizada pela
imaginação para livremente criar um universo paralelo ao universo físico. Nesse trecho, o universo paralelo se nos é
apresentado pelas impressões de um
UD: II - Ass.: 1 - Obj.: AB - ID: M - Tempo: 1’

( A ) narrador observador vivo, que na sua velhice busca reminiscências de seu primeiro amor, Virgília uma
mulher romântica que o enfeitiçara na juventude.
( B ) narrador onisciente, morto, que conhece Virgília de corpo e alma, por isso tem liberdade para criticá-la de
forma aberta, por não tê-la amado verdadeiramente.
( C ) autor-defunto e, ao mesmo tempo, narrador, que recupera suas impressões físicas acerca de Virgília, uma
personagem marcante na sua obra autobiográfica.
( D ) defunto-autor e ao mesmo tempo, narrador, que tem a liberdade absoluta para fustigar as
pessoas com quem conviveu, analisando inclusive a mulher mais importante de sua vida.
( E ) narrador vivo, mas o personagem que representa está morto, e, por estar do outro lado, não tem mais
nada a esconder de Virgília, acerca de seu falso amor.

2. Todo o evento desse capítulo está permeado de crítica ao estilo anterior. Isso fica mais evidente em expressões
como
UD: II - Ass.: 1 - Obj.: AB - ID: F - Tempo: 1’
( A ) “Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno.”
( B ) “porque isto não é romance em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas
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e espinhas;”
( C ) “Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura de
nossa raça,”.
( D ) “Virgília amada, não reparas na diferença entre a linguagem de hoje e a que primeiro empreguei quando
te vi?”
( E ) “Ah! Indiscreta! Ah! Ignorantona! Mas é isso mesmo que nos faz senhores da terra, é esse poder de
restaurar o passado.”

2. ”Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura de nossa raça, e,
com certeza, a mais voluntariosa.” Tal descrição de Virgília remete-nos para uma jovem
UD: II - Ass.: 1 - Obj.: AB - ID: M - Tempo: 1’
( A ) impetuosa e por vezes inconsequente, mas com certo grau de inocência, posto que ainda estava com
dezesseis anos.
( B ) sugestiva e caprichosa, embora com dezesseis anos e com pouco espaço na sociedade, era plena de
iniciativa de amar.
( C ) sensual e despudorada, já que sabia como despertar a atenção nos homens e conhecia seus interesses
mais recônditos.
( D ) imaginativa e impressionável, sendo, por isso muito volúvel e fútil diante do jogo de interesses políticos de
sua família.
( E ) voluptuosa e impetuosa, posto ser descrita na plenitude dos sentidos e do livre arbítrio, entre
o amor e o interesse material.

2. Ao contrário da visão romântica acerca da mulher, do amor, do casamento, o narrador se nos apresenta como um
materialista convicto. Essa postura fica mais evidente no trecho
UD: II - Ass.: 1 - Obj.: AB - ID: M - Tempo: 1’
( A ) “Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o
indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.”
( B ) “Mas é isso mesmo que nos faz senhores da terra, é esse poder de restaurar o passado, para tocar a
instabilidade de nossas impressões e a vaidade dos nossos afetos.”
( C ) “Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição
definitiva, que o editor dá de graça aos vermes.”
( D ) “Virgília amada, não reparas na diferença entre a linguagem de hoje e a que primeiro empreguei quando
te vi? Crê que era tão sincero então como agora;”
( E ) “Era isto Virgília, e era clara, muito clara, faceira, ignorante, pueril, cheia de uns ímpetos misteriosos;
muita preguiça e alguma devoção, - devoção, ou talvez medo; creio que medo.”
2. Nesse capítulo fica evidente um traço do estilo machadiano: o (a)
UD: II - Ass.: 2 - Obj.: BCD - ID: F - Tempo: 1’
( A ) confronto direto entre o narrador e sua personagem.
( B ) constante busca de participação leitor no evento narrado.
( C ) digressão ou a mudança súbita de assunto.
( D ) pessimismo diante da vida: o homem não mais reescreve o passado.
( E ) obsessão em analisar ou buscar um perfil psicológico para a figura do burguês.

2. No texto, o trecho “Virgília? Mas então era a mesma senhora que alguns anos depois...? A mesma; era justamente a
senhora que em 1869 devia assistir aos meus últimos dias...” demonstra que
UD: II - Ass.: 2 - Obj.: B - ID: F - Tempo: 1’
( A ) o relacionamento entre o narrador e essa personagem foi contínua, duradoura e intensa.
(B) não havia sobrado nenhum sentimento entre o narrador e a personagem descrita.
(C) algum tipo de afeto havia restado entre o narrador e Virgília, desde os encontros na
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juventude.
(D) a relação entre o narrador e Virgília sempre fora indiscreta e vulgar.
(E) o destino determinou o reencontro entre os amantes depois de longo tempo separados.

2. Segundo o narrador, o que Virgília não entende em relação à sua mudança de tratamento é que
UD: II - Ass.: 2 - Obj.: ABC - ID: M - Tempo: 1’

( A ) todo homem é um caniço pensante.


( B ) todo homem tem possibilidade de rever e reinterpretar suas primeiras impressões de afeto.
( C ) a morte distancia o homem da justiça e da verdade dos vivos.
( D ) o tempo, além de fazer o homem envelhecer, torna-o injusto e rabugento.
( E ) cada edição da vida Valorizar a atmosfera de mistério e de suspense que vai marcar o encontro dos
amantes.

2. Levando em conta que Virgília é filha de um importante e influente político, um comendador abastado, a visão
crítica machadiana sobre a “elite dominante” do país centra-se no fato de ela
UD: II - Ass.: 2 - Obj.: AB - ID: M - Tempo: 1’
( A ) ter pouca educação e uma religiosidade de aparência.
( B ) ser egoísta e possuir privilégios políticos e econômicos.
( C ) constituir casamentos mediados pelos interesses políticos ou de poder.
( D ) ser vulgar e pouco informada das correntes de pensamento da sua época.
( E ) ser preguiçosa, acomodada e pouco produtiva.

2. Expressões como “Era isto Virgília”; “era aquilo com dezesseis anos”; denotam que o narrador via Virgília sob o
escopo da(do)
UD: II - Ass.: 2 - Obj.: BCD - ID: M - Tempo: 1’
( A ) sensualidade.
( B ) cinismo.
( C ) platonismo.
( D ) preconceito social.
( E ) prepotência.

2. Segundo o texto, o (a) (s)


UD: II - Ass.: 2 - Obj.: B - ID: M - Tempo: 1’
( A ) afetos são frutos da vaidade humana, em qualquer fase da vida.
( B ) amor é visto como fruto da convivência duradoura.
( C ) vermes são os únicos receptores da edição definitiva do homem.
( D ) vermes são os únicos senhores da terra em qualquer edição.
( E ) preguiça e a devoção vazia constroem a ignorância e a vulgaridade.

2ª QUESTÃO (06 escores)

CORRESPONDÊNCIA

EXISTEM A SEGUIR VÁRIOS CONCEITOS EM COLUNAS. COLOQUE NOS PARÊNTESES DA COLUNA DA DIREITA
O NÚMERO QUE JULGAR CORRESPONDER AO CONCEITO DA COLUNA DA ESQUERDA. CASO NÃO HAJA
CORRESPONDÊNCIA, DÊ UM TRAÇO. LEVE EM CONTA QUE PODERÁ HAVER REPETIÇÃO DE NÚMEROS.
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2. Proceda à relação entre o texto e o contexto do Realismo/Naturalismo.
UD: II - Ass.: 1 - Obj.: A - ID: M - Tempo: 5’

(CORRENTES FILOSÓFICAS) (FRAGMENTOS DE ROMANCE)


1. MARXISMO ( 6 ) “Não seria filho de Pedro Ribeiro de Morais, o devasso
fazendeiro do Igarapé-Mirim, se o seu cérebro não fosse
dominado por instintos egoísticos, que a educação não
soubera subjugar.” (O missionário – Inglês de Sousa)

2. POSITIVISMO ( 1 ) “Juliana servia havia vinte anos. Como ela dizia, mudava
de anos, mas não mudava de sorte. Vinte anos a dormir
em cacifos, a levantar-se de madrugada, a comer os
restos, a vestir trapos velhos, a sofrer os repelões das
crianças e as más palavras das senhoras...Tinha agora dias
em que só de ver o balde das águas sujas e o ferro de
engomar se lhe embrulhava o estômago.”
3. DARWINISMO ( - ) ”...Pois você queria sua filha confessada, casada, por um
negro? ... se você viesse a ter netos queria que eles
apanhassem palmatoadas de um professor mais negro que
esta batina? (O mulato – Aluísio Azevedo)

4. SENSORIALIALISMO ( 3 ) ”... desde que Jerônimo propendeu para ela, fascinando-a


com a sua tranquila serenidade de animal bom e forte, o
sangue da mestiça reclamou os seus direitos de apuração,
e Rita preferiu no europeu o macho de raça superior.” (O
cortiço – Aluísio Azevedo)

5. ZOOMORFIZAÇÃO ( 4 ) “Macas de lona suspensas em varais de ferro, uma sobre


as outras, encardidas como panos de cozinha, oscilavam à
luz moribunda e macilenta das lanternas. Imagine-se o
porão do navio mercante carregado de miséria...
respirava-se um odor nauseabundo de cárcere, um cheiro
acre de suor humano diluído em urina e alcatrão.” (O bom
crioulo – Adolfo Caminha)

6. HEREDITARIEDADE ( 7 ) “O português abrasileirou-se para sempre; fez-se


preguiçoso, amigo das extravagâncias e dos abusos,
luxurioso e ciumento; fora-se de vez o espírito da
economia e da ordem; perdeu a esperança de enriquecer.
[...]”

7. DETERMINISMO

3ª QUESTÃO (04 escores)

PERGUNTAS SIMPLES

RESPONDA ÀS PERGUNTAS ABAIXO

Observe a tela do Pintor realista francês e responda ao item 12.


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Gustave Callebote - Raspando assoalho 1875

2. Por que o momento realista não precisa mais de herói e mocinhas? (02 escores)
UD: II - Ass.: 1 - Obj.: AB - ID: F - Tempo: 2’
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Os artistas realistas praticavam uma arte de denúncia social. √ Viam na visão fotográfica da realidade
uma forma mais verdadeira de beleza.√

Observe atentamente a figura abaixo e responda ao item 13.

2. De que forma a figura acima se relaciona com o romance de tese do Naturalismo? (02 escores)
UD: II - Ass.: 1 - Obj.: AB - ID: F - Tempo: 3’
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A figura acima ilustra uma cadeia alimentar, fartamente empregada na construção das tramas
naturalistas√– cujos personagens representa-se entre cobaias e predadores sociais√.

4ª QUESTÃO (31 escores)

O REALISMO BRASILEIRO

DÊ O QUE SE PEDE
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Os itens 14 a 16 que se seguem referem-se à obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de
Assis.
“AO VERME
QUE
PRIMEIRO ROEU AS FRIAS CARNES
DO MEU CADÁVER
DEDICO
COMO SAUDOSA LEMBRANÇA
ESTAS
MEMÓRIAS PÓSTUMAS”

2. Por que o defunto-autor Brás Cubas elege o verme como merecedor de sua obra prima? (03 escores)
UD: II - Ass.: 2 - Obj.: ABcd - ID: D - Tempo: 3’
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Primeiro por que quem escreve o livro é um defunto-autor; √ segundo por primar pelo emprego da
ironia à prepotência humana, cujo destino é o verme; √ terceiro, para demonstrar desapego ao
materialismo e hipocrisia, √ que dominava a sociedade em que viveu.

Leia atentamente a tirinha abaixo e responda ao item 15.

2. Relacione as considerações de Mafalda, no último quadrinho, com algum traço do estilo de Machado de Assis, ao
abordar a literatura de seu tempo. (02 escores)
UD: II - Ass.: 2 - Obj.: ABcd - ID: D - Tempo: 3’
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Assim como Mafalda, Machado debochava das narrativas do seu tempo, a partir da metalinguagem, √
da digressão e da conversa com o leitor no ato de construir o romance √. Fazia o romance sob a pena da
ironia e da galhofa.

Leia o fragmento de texto abaixo de “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e a tirinha a seguir e responda
ao item 16.
“Enfim! Eis aqui Virgília. Antes de ir a casa do Conselheiro Dutra, perguntei ao meu pai se havia algum ajuste
prévio de casamento. – Nenhum ajuste. Há tempos conversando com ele a teu respeito, confessei-lhe o desejo que
tinha de te ver deputado; e de tal modo falei, que ele prometeu fazer alguma coisa, e creio que o fará. Quanto à
noiva, é o nome que dou a uma criaturinha, que é uma joia, uma flor, uma estrela, uma coisa rara... é a filha dele;
imaginei que, se casasses com ela, mais depressa serias deputado.
– Só isto?
– Só isto.”

2. Estabeleça relação entre a visão de mundo da menina Mafalda, na tirinha acima, e a visão de Machado de Assis no
trecho de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, com foco no amor, no trabalho e noutras fórmulas que movem os
interesses da sociedade de seu tempo. (04 escores)
UD: II - Ass.: 2 - Obj.: ABcd - ID: M - Tempo: 5’
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Mafalda ironiza√ as palavras da mãe, uma vez que demonstra pessimismo em relação às atividades
humanas, como trabalho, amor, no progresso e nas boas intenções; √ Assim também vê Brás Cubas –
este não trabalha; √ seu casamento é um arranjo de interesses e o significado que dá para a sociedade é
nulo√.
Observe, atentamente, o modo como Machado de Assis constrói o capítulo abaixo e responda ao item 17.
CXXXIX
De como não fui ministro d’Estado.
................................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................................
..............................
....................................................................................................................................................

2. No capítulo posterior a esse – o CXL, Brás Cubas diz: “Há coisas que melhor se dizem calando; tal é a matéria do
capítulo anterior. Podem entender os ambiciosos malogrados. Se a paixão do poder é a mais forte de todas...” O que
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Brás Cubas procurou deixar para o leitor responder no capítulo 139, graficamente reproduzido acima?
(02 escores)
UD: II - Ass.: 2 - Obj.: ABcd - ID: M - Tempo: 3’
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Brás deixa por conta do leitor justificativas como incapacidade política ou pouco poder de influência
política o tirou da vida pública; √ também fica clara a frustração, a melancolia e o pessimismo de Brás,
que não encontra respostas para seus fracassos. √

Os itens 18 e 19 dizem respeito ao conto “A cartomante”, de Machado de Assis.

2. Especialmente nos contos, Machado de Assis vai, gradativamente, manipulando a curiosidade e juízos de valor do
leitor, acrescentando pequenos detalhes, aparentemente irrelevantes, na construção do cenário de adultério, mas que
passam logo depois a serem decisivos. Apresente alguns desses detalhes na história de Camilo, Rita e Vilela.
(03 escores)
UD: II - Ass.: 2 - Obj.: ABcd - ID: MD - Tempo: 4’
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Camilo e Vilela eram amigos de infância, o que tornaria a traição de Camilo com sua mulher muito
mais grave e insuportável; √ Rita era bela, sedutora e tonta, acreditava em cartomantes piamente, o
que leva a crer que poderia ser manipulada pela vidente; √ A morte da mãe de Camilo deixou-o mais
dependente e carente ante o casal, o facilitou ser seduzido por Rita, que o ‘consolou’. √
Obs. Pode haver outros inúmeros detalhes na narrativa.

2. “Camilo tirou uma nota de dez mil reis, e deu-lha. Os olhos da cartomante fuzilaram. O preço usual era dois mil
reis.”
Como poderia ser explicada a prodigalidade do personagem Camilo nesse trecho? Que mensagem o autor deixa
ao leitor acerca do ser humano? (03 escores)
UD: II - Ass.: 2 - Obj.: ABcd - ID: M - Tempo: 3’
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Tal ação pródiga pode ser explicada pela força da necessidade e do interesse em crer na cartomante;
√ Camilo estava desesperado pela ameaça de ser morto e ela lhe devolveu a paz de espírito. √ Sendo
Camilo um cético, que não cria em nada no início da narrativa é de concluir que os valores e crenças
humanas mudam conforme o interesse e as circunstâncias√.

O item 20 diz respeito ao conto “A causa secreta”, de Machado de Assis.

2. ”O líquido flamejava. Entre o polegar e o índice da mão esquerda segurava um barbante, de cuja ponta pendia um
rato atado pela cauda. Na direita tinha uma tesoura. No momento em que Garcia entrou Fortunato cortava ao rato
uma das patas; em seguida desceu o infeliz até a chama, rápido para não matá-lo, e dispôs-se a fazer o mesmo à
terceira...”
O que o personagem Garcia descobre nesse momento sobre a personalidade do personagem Fortunato? Como
esse evento vai explicar a reação desse mesmo personagem no evento do velório de Maria Luisa, sua esposa?
(04 escores)
UD: II - Ass.: 2 - Obj.: ABcd - ID: F - Tempo: 4’
Visto:
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O episódio da matança do rato, com requintes de crueldade, vai sugerir uma personalidade sádica √,
fria, calculista√ de Fortunato – um psicopata que sentia prazer na dor alheia. Tal reação vai se repetir
quando da morte da sua mulher, quando descobre que Garcia, seu amigo gostava dela e chora disfarça-
damente diante do cadáver√. Isto dá a sensação de um longo prazer em Fortunato√.

Os itens 21 a 23 dizem respeito ao conto “Missa do galo”, de Machado de Assis.

“Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela
trinta. Era noite de Natal. Havendo ajustado irmos à missa do galo, preferi não dormir; combinei que iria acordá-lo à
meia-noite. [...] Boa Conceição! Chamavam-lhe a ‘Santa’, e fazia jus ao título, tão facilmente suportava os
esquecimentos do marido. Em verdade, era um temperamento moderado, sem extremos, nem grandes lágrimas, nem
grandes risos.”

2. Nesse conto de Machado de Assis, o leitor enfrenta um verdadeiro desafio para decifrar a alma feminina. O que
aconteceu nessa noite, que nem o narrador conseguiu entender? (04 escores)
UD: II - Ass.: 2 - Obj.: ABcd - ID: M- Tempo: 4’
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Aconteceu um suposto jogo de sedução de Conceição para com o jovem rapaz. √ Primeiro por que ela
estava em trajes de dormir, roupas mais íntimas, embora escondessem bem o corpo; √ estavam a sós até
altas horas da noite e a postura e gestos, movimentos corporais e gestuais dela causaram impressão de
sedução; √ fica a impressão de que Conceição estava se sentindo abandonada pelo Marido e queria viver
um pouco das suas fantasias de leituras românticas – o que no outro dia – comportava-se como se nada
tivesse acontecido√.
2. Explique a ironia presente na expressão entre aspas – “a santa”. (02 escores)
UD: II - Ass.: 2 - Obj.: ABcd - ID: F- Tempo: 2’

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A expressão “santa” ganha um tom irônico, uma vez que o narrador coloca sua modéstia e santidade
em dúvida√, pois insinua que Conceição o insere num jogo de sedução√.

2. “Durante a missa a figura de Conceição interpôs-se mais de uma vez, entre mim e o padre; fique isso a conta dos
meus dezessete anos. Na manhã seguinte, ao almoço, falei da missa do galo, e da gente que estava na igreja, sem
excitar a curiosidade de Conceição. Durante o dia achei-a como sempre, natural, benigna, sem nada que fizesse
lembrar a conversação da véspera.”

De acordo com a narrativa e impressões do conto “Missa do galo”, poderíamos dizer que a personagem Conceição
é ambígua e dissimulada? Explique. (04 escores)
UD: II - Ass.: 2 - Obj.: ABcd - ID: M- Tempo: 4’
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Por força das impressões de um jovem de 17 anos, que lia romances de aventuras √, alguma postura
ou olhar de Conceição queriam dizer mais√ do que normalmente diziam, ou seja, ela estava a fim de uma
aventura amorosa√ e, no dia seguinte, dissimulava diante de todos√.

5ª QUESTÃO (3 escores)
O NATURALISMO

DÊ O QUE SE PEDE

Os itens 24 e 25 levarão em conta a leitura integral da obra “O cortiço”, de Aluísio Azevedo.

2. Podemos citar a concorrência desenfreada entre João Romão e Miranda, a inveja que um sentia do outro, nestas
palavras: “Travou-se então uma luta renhida e surda entre o português negociante de fazendas por atacado e o
português negociante de secos e molhados...”
(p.22 de O cortiço.)

Ao final da narrativa, a personagem João Romão pode ser considerada um personagem-símbolo do Evolucionismo
aplicado à tese literária? Justifique sua resposta. (03 escores)
UD: II - Ass.: 2 - Obj.: ABcd - ID: D Tempo: 4’

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Sim√, posto ser ele o cabeça do cortiço. Ele é quem lhe dá vida e continuidade em ciclos√; é o
personagem dominante que perpetua sobre a fraqueza de todos os outros√.

6ª QUESTÃO (06 escores)

DISCURSIVA

LEIA ATENTAMENTE O TEMA A SEGUIR E REDIJA O TEXTO NA CAIXA DE RASCUNHO COM UM MÍNIMO DE 5
(CINCO) E UM MÁXIMO DE 15 (QUINZE) LINHAS, APÓS REDIGI-LO TRANSCREVA-O PARA A CAIXA DO TEXTO
DEFINITIVO.

2. TEMA: O cortiço e seu intertexto.


UD: II - Ass.: 2 - Obj.: ABcd - ID: M Tempo: 5’
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ALUNO N°: NOME: TURMA:
Observe atentamente a tela “Operários”, de Tarsila do Amaral, uma importante pintora do Modernismo
brasileiro, para construir sua questão discursiva.

A literatura naturalista brasileira adaptou-se bem ao coletivismo, isto é, tendências de escritores da época em
abordar ambientes coletivos e degradantes, onde pessoas miseráveis digladiavam-se pela sobrevivência cotidiana.
Inspire-se na figura acima e trace um amplo quadro dos tipos – habitantes do Cortiço, relacionando-os ao momento
histórico em que situava-se o Brasil, denunciado na obra de Aluísio de Azevedo.

RASCUNHO:
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5 ________________________________________________________________________________
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10 ________________________________________________________________________________
TEXTO DEFINITIVO:
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15 A população do cortiço demonstra certo fluxo de crescimento√ industrial do Brasil no final do século
XIX. É habitado por pedreiros, operários de pedreiras, italianos√, portugueses como a família de
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Jerônimo, mulatos como Rita Baiana e Firmo√; há também um fluxo de pequenos prestadores√ de
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serviço, como o enfermeiro Albino, escravos recém alforriados√, o ferreiro, a ama de leite; há
vendedores ambulantes que pululam por ali, prostitutas, malandros, dentre outros. É preciso dizer que
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alguns personagens do Cortiço ascendem ou mobilizam-se socialmente√, como João Romão.
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Visto:
CMCG AE3/2011 – Literatura 2º ANO ENSINO MÉDIO 1ª CHAMADA 12 ___________
Prof JUCINALDO
ALUNO N°: NOME: TURMA:

Correção gramatical e/ou apresentação da prova: 0,2 ponto.

BOA PROVA!

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