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ENTENDA O QUE É

LEI Nº 14.066, DE
30 DE SETEMBRO
DE 2020
UMA SÍNTESE SOBRE O PROJETO DE
LEI SOBRE SEGURANÇA DE BARRAGEM
O QUE É ESSA LEI?
2020

PALAVRAS
A motivação do aperfeiçoamento da lei foi o
rompimento da barragem B1 da Mina Córrego do

CHAVE Feijão, da Vale, em Brumadinho/MG.

As vidas perdidas no desastre ocorrido naquela


localidade, em janeiro de 2019, são irrecuperáveis. É
Barragem
possível, no entanto, promover um aprimoramento
Segurança de barragem
da legislação para minimizar o risco de que episódios
PAE
dessa natureza se repitam e para assegurar um apoio
ZAS
mais eficaz às vítimas.
ZSS

Vamos apresentar aqui, de forma simplificada e ilustrativa, os principais pontos que foram reavaliados
e melhorados na Lei 14.066, de 2020

Para isso, iniciaremos reforçando o objetivo desse Projeto de Lei com uma linha do tempo indicando as
leis que sofreram alterações em seus dispositivos a partir desse projeto, explicaremos para quem as
modificações se aplicam e detalharemos o que mudou com relação ao Plano de Ação de Emergência -
PAE e ao Reassentamento da Zona de Autossalvamento - ZAS.
OBJETIVOS DA LEI
Regulamentar as ações de segurança a serem adotadas nas fases de planejamento, projeto,
construção, primeiro enchimento e primeiro vertimento, operação, desativação,
descaracterização e de usos futuros de barragens

Transparência de informações, participação e o controle social.

Segurança da barragem como instrumento de alcance da sustentabilidade socioambiental.

A Lei 14.066, de 2020, sancionada pelo Presidente Jair Bolsonaro, surgiu do Projeto de Lei nº 550,
de 2019, de autoria da Senadora Leila Barros e aprovado pelo Senado Federal, modifica a
legislação aplicável à segurança de barragem e à atividade minerária, com vista a alterar o
enquadramento dessas estruturas na Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB),
reforçar a responsabilidade civil do empreendedor no caso de falha, além de estabelecer
obrigações adicionais para elevar a segurança das estruturas, prover eficiência ao processo de
fiscalização, criar infrações administrativas e tipos penais correlatos ao descumprimento do PNSB
e preservar as obrigações de pagamento da CFEM em caso de cessação da produção.

Esse projeto altera as seguintes leis:

N 7797 - Lei do
N 8072 - N 9605 - Lei dos
fundo N 12608 - Lei da
Lei do Crime Crimes
Nacional do Ambientais Defesa Civil
Hediundo
Meio Ambiente

13 DE MARÇO 8 DE JANEIRO 20 DE SETEMBRO


DE 1990 DE 1997 DE 2010 2019

10 DE JULHO 25 DE JULHO 12 DE 10 DE ABRIL


DE 1989 DE 1990 FEVEREIR DE 2012
O DE 1998
N 8001 - N 9433 - N 12334 - Lei da N 550 - Lei da
Lei do Pagamento Lei da Água Segurança da Segurança da
da CFEM Barragem Barragem
PARA QUEM SE APLICA
ESSA LEI?
I

A resposta é simples: A lei se aplica para todo tipo de


barragem, seja ela de água, rejeito, hidrelétricas,
irrigação, agricultura, resíduo industrial e outras.

O pré-requisito para que a barragem seja enquadrada nas


adequações que serão apresentadas a seguir é que a
altura do maciço, medida do encontro do pé do talude de
jusante com o nível do solo até a crista de coroamento do
barramento, seja maior ou igual a 15 (quinze) metros.

O QUE É BARRAGEM?
Para ficar ainda mais claro o público-alvo da Lei 14.066, de
2020, segundo o documento oficial, barragem é qualquer
estrutura construída dentro ou fora de um curso
permanente ou temporário de água, em talvegue ou em
cava exaurida com dique, para fins de contenção ou
acumulação de substâncias líquidas ou de misturas de
líquidos e sólidos, compreendendo o barramento e as
estruturas associadas.
O Plano de Ação de Emergência – PAE, é
parte integrante de um Programa de

PLANO DE
Gerenciamento de Riscos, de modo que as
tipologias acidentais, os recursos e as
ações necessárias para minimizar os

AÇÃO DE impactos possam ser adequadamente


dimensionadas.

EMERGÊNCIA Aplicado ao contexto das barragens de


água, rejeitos, entre outros, a elaboração

PAE do PAE passa a ser obrigatória,


independentemente ao dano potencial
associado e ao risco.

O artigo 12 delimita os estudos e ações a


serem desenvolvidas pelo empreendedor
no contexto de execução do PAE. Sendo
eles, mas não se limitando a:
IV – Atribuições e responsabilidades dos envolvidos e fluxograma de acionamento;
V – Medidas específicas para resgatar atingidos, pessoas e animais, mitigar impactos ambientais,
assegurar o abastecimento de água potável, bem como resgatar e salvaguardar o patrimônio
cultural, em articulação com o Poder Público;
VI – Dimensionamento dos recursos humanos e materiais necessários para resposta ao pior
cenário identificado;
VII – Programas de treinamento e divulgação para os envolvidos e para as comunidades
potencialmente afetadas, com a realização de exercícios simulados periódicos;
VIII – delimitação da ZAS e da ZSS, a partir do mapa de inundação referido no inciso XI do art. 8º;
IX – Levantamento cadastral e mapeamento atualizado da população existente na ZAS, incluindo
a identificação de vulnerabilidades sociais;
XI - plano de comunicação, incluindo contatos dos responsáveis pelo PAE no empreendimento, da
prefeitura municipal, dos órgãos de segurança pública e de proteção e defesa civil, das unidades
hospitalares mais próximas e das demais entidades envolvidas;
XIII – planejamento de rotas de fuga e pontos de encontro, com a respectiva sinalização.

Além desses, selecionamos as principais atividades relacionadas ao PAE que devem ser realizadas
para cumprir toda a normativa. Acompanhe no infográfico a seguir:
RESPONSABILIDADES PAE
Abaixo uma sugestão de divisões de responsabilidades entre a empresa e uma consultoria. Trabalhando
em parceria, fica mais simples se adequar e manter os padrões exigidos.

EMPRESA CONSULTORIA
O PAE deverá estar disponível no sítio
eletrônico do empreendedor, e mantido, em
meio digital, no SNISB, e, em meio físico, no
§ 1º
empreendimento, nos órgãos de proteção e
defesa civil dos munícipios inseridos no mapa
de inundação ou, na inexistência desses órgãos,
na prefeitura municipal.
O empreendedor deverá, antes do início do
primeiro enchimento do reservatório da
barragem, elaborar, implementar e

§ 2º
operacionalizar o PAE e realizar reuniões com
as comunidades para a apresentação do plano
e a execução das medidas preventivas nele
previstas, em trabalho conjunto com as
prefeituras municipais e os órgãos de proteção
e defesa civil. 

§ 3º
O empreendedor e os órgãos de proteção e
defesa civil municipais e estaduais deverão
articular-se para promover e operacionalizar
os procedimentos emergenciais constantes
no PAE.

Os órgãos de proteção e defesa civil e os


representantes da população da área

§ 4º potencialmente afetada devem ser ouvidos na


fase de elaboração do PAE quanto às medidas
de segurança e aos procedimentos de
evacuação em caso de emergência

O empreendedor deverá, juntamente com os

§ 5º
órgãos locais de proteção e defesa civil, realizar,
em periodicidade a ser definida pelo órgão
fiscalizador, exercício prático de simulação de
situação de emergência com a população da
área potencialmente afetada por eventual
ruptura da barragem.

O empreendedor deverá estender os elementos de


autoproteção existentes na ZAS aos locais habita-

§ 6º
dos da ZSS nos quais os órgãos de proteção e
defesa civil não possam atuar tempestivamente
em caso de vazamento ou rompimento da
barragem.
REASSENTAMENTO ZAS
REASSEMENTO ZAS
De acordo com o Art. 18-A, fica vedada a implantação de barragem de mineração
cujos estudos de cenários de ruptura identifiquem a existência de comunidade na
ZAS. Veja o que fazer caso a empresa já possua comunidade nessa área:

No caso de barragem em instalação ou em operação em


que seja identificada comunidade na ZAS, deverá ser

§ 1º
feita a descaracterização da estrutura, ou o
reassentamento da população e o resgate do
patrimônio cultural, ou obras de reforço que garantam
a estabilidade efetiva da estrutura, em decisão do
Poder Público, ouvido o empreendedor, levando-se em
consideração a anterioridade da barragem em relação à
ocupação e a viabilidade técnico-financeira das
alternativas.

Consultoria

§ 2º
Somente se admite na ZAS a permanência de
trabalhadores estritamente necessários ao
desempenho das atividades de operação e manutenção
da barragem ou de estruturas e equipamentos a ela
associados.

Cabe ao Poder Público municipal adotar as medidas

§ 3º
necessárias para impedir o parcelamento, o uso e a
ocupação do solo urbano na ZAS, sob pena de
caracterização de 18  improbidade administrativa, nos
termos da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992.
Integratio Mediação Social e Sustentabilidade LTDA

Endereço: Av. Getúlio Vargas, 1671, 7° andar, Belo Horizonte

Minas Gerais - CEP: 30023992

                                        

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