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Fundamentos de Eletronica e Eletronica A
Fundamentos de Eletronica e Eletronica A
“BEBE MARTINS”
Fundamentos da
Eletrônica e Eletronica
Analógica I
Presidente da FIEMG
Olavo Machado Junior
Gestor do SENAI
Petrônio Machado Zica
Elaboração
Equipe Técnica / Pedagógica
Unidade Operacional
APRESENTAÇÃO ..............................................................................................................................2
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................3
DIODOS ..............................................................................................................................................9
POLARIZAÇÕES DO DIODO..................................................................................................................9
COMPONENTES LINEARES ................................................................................................................10
CARACTERÍSTICAS DOS DIODOS .......................................................................................................10
LINHAS DE CARGA ...........................................................................................................................12
APROXIMAÇÕES DO DIODO...............................................................................................................12
TESTE ESTÁTICO DO DIODO..............................................................................................................13
LIMITADOR ......................................................................................................................................14
ASSOCIAÇÃO DE IIMITADORES ..........................................................................................................15
GRAMPEADOR DE CC......................................................................................................................15
DETETOR DE PICO A PICO ................................................................................................................15
VARISTORES..................................................................................................................................20
TERMISTORES................................................................................................................................21
CIRCUITOS RETIFICADORES ........................................................................................................22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................64
Eletrônica analógica
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Apresentação
O SENAI deseja , por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua
curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre
os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada !
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Curso Técnico 2
Eletrônica analógica
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Introdução
Este estudo tem como objetivo diferenciar alguns dos mais variados
tipos de componentes eletrônicos, concebidos a partir de semicondutores,
apontando características físicas e construtivas dos mesmos. Analisaremos
também o funcionamento eletroeletrônico destes, a fim de que possamos
entender com mais clareza e objetividade o funcionamento de diversos circuitos
que empregam tais componentes.
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Curso Técnico 3
Eletrônica analógica
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Estrutura atômica
Sob o ponto de vista da física, sabemos que os corpos, constituídos de
diversos tipos de matéria, podem ser divididos em partes menores. A menor
porção da matéria é a molécula, que, por sua vez, pode ser dividida em partes
ainda menores, denominados átomos. A estrutura atômica de diversos tipos de
materiais pode ser estudada detalhadamente pela química, não constituindo,
entretanto, papel relevante em nosso estudo. Contudo, é de fundamental
importância entendermos a estrutura do átomo, que é mostrada abaixo pelo
modelo planificado de Bohr. Nela, podemos perceber claramente que o átomo é
formado por um núcleo, contendo prótons com carga positiva e nêutrons com
carga nula, e, girando em órbitas elípticas em torno desse núcleo, os elétrons com
carga negativa. (Fig. 1.1)
Níveis de energia
Cada camada ou órbita pode ser representada, em um gráfico, como
sendo níveis de energia, onde os elétrons distam do núcleo raios proporcionais á
força de interação mútua entre eles e o núcleo. A figura 1.2 ilustra o que foi
descrito.
Bandas de energia
As bandas de energia são órbitas controladas por cargas de átomos
adjacentes. A banda de energia mais externa do átomo é denominada banda de
valência, local onde ocorrem as reações químicas. Os átomos que têm quatro
(04) elétrons na última camada (de valência) são denominados semicondutores.
Podemos citar como exemplos os átomos de silício e germânio, que têm número
atômico igual a 14 e 32, respectivamente.
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Curso Técnico 4
Eletrônica analógica
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Cristais
Os cristais são combinações de átomos iguais, por exemplo de silício,
unidos através de ligações covalentes, conforme a figura 1.4.
Lacuna
Denomina-se lacuna o “buraco” que fica quando um elétron de valência
é levado, por meio de uma energia externa, a um nível mais alto. Considerando
este fato, podemos afirmar que a lacuna age como uma carga positiva, pois
significa “ausência de elétron”.
Condução em cristais
Em uma rede cristalina, à temperatura zero absoluto (-2730C), não há
fluxo de corrente elétrica, pois os elétrons estão fortemente presos às ligações
covalentes. A figura 1.5 ilustra o que foi descrito.
Silício x Germânio
Na temperatura ambiente, o silício praticamente não tem elétrons livres,
comparado com o germânio. Esta é a principal razão para que o silício tenha
maior aplicação na fabricação de dispositivos eletrônicos.
Corrente de lacunas
Um semicondutor oferece dois trajetos para a corrente: um, através da
banda de condução (elétrons); e outro, através da banda de valência (lacunas).
Nos condutores temos apenas corrente de elétrons, o que os diferencia dos
semicondutores. (Fig. 1.7)
Observação
Um elétron na banda de condução gera uma lacuna na banda de
valência. Aumentando-se o número de elétrons na banda de condução, garante-
se o aumento do número de lacunas na banda de valência (pares elétrons -
lacunas).
Recombinação
A recombinação ocorre quando elétrons da banda de condução se
dirigem para a banda de valência, preenchendo uma lacuna, caso a banda de
condução intercepte a banda de valência de outro átomo. Assim a lacuna
desaparece. O tempo médio entre a criação e o desaparecimento de uma lacuna
é de nano segundos (ns) e microssegundos (µs).
Dopagem
Uma rede formada por apenas um tipo de átomo semicondutor origina
uma estrutura cristalina denominada semicondutor intrínseco ou cristal puro. O
processo pelo qual introduzimos átomos de impurezas num cristal, de modo a
aumentar tanto o número de elétrons livres quanto o de lacunas, denomina-se
dopagem.
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Curso Técnico 6
Eletrônica analógica
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Dopagem tipo N
Significa aumentar o número de elétrons na banda de condução,
acrescentando átomos pentavalentes (cinco elétrons na última camada).
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Curso Técnico 7
Eletrônica analógica
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Curso Técnico 8
Eletrônica analógica
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DIODOS
Polarizações do diodo
• Polarização direta;
• Polarização reversa.
Polarização direta
A partir do momento em que o valor da fonte supera a barreira de
potencial, a corrente se torna alta, tendo seu valor vinculado ao valor da fonte.
Polarização reversa
A camada de depleção se alarga à medida que aumenta a diferença de
potencial da fonte. Existe apenas uma pequena corrente de portadores
minoritários.
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Curso Técnico 9
Eletrônica analógica
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Exemplo
O diodo 1N914 tem uma corrente reversa (IR) igual a 25nA, para uma
tensão reversa de 20V, a uma temperatura ambiente de 250ºc.
Tensão de ruptura (VR) - Nível de tensão reversa para a qual o diodo
conduz. Para retificadores, V R >50V.
Avalanche - Ocorre quando, na camada de depleção, um elétron
deslocado ganha velocidade, podendo desalojar um elétron de valência. O par de
elétrons deslocados continua ganhando velocidade, e quanto maior for a
polarização reversa, maior será a velocidade, desalojando mais elétrons de
valência. Devido ao elevado número de elétrons livres, o diodo conduzirá
intensamente e será danificado pelo excesso de potência dissipada.
Terminologias
A seguir temos algumas terminologias empregadas na determinação de
características elétricas de diodos, com seus respectivos significados.
VBR: Tensão de ruptura VRWM:Tensão reversa máxima de trabalho
PIV: Tensão de pico inversa PRV: Tensão reversa de pico
BV: Tensão de ruptura VRM: Tensão reversa máxima
Componentes lineares
Os componentes cujo gráfico tensão x corrente origina uma reta são
denominados componentes lineares. O gráfico 1 ilustra, com detalhes, o que foi
descrito.
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Curso Técnico 10
Eletrônica analógica
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Símbolo do diodo
A figura 2.3 ilustra o símbolo esquemático de um diodo retificador. O
lado N é chamado de cátodo e o lado P é o ânodo. A figura 2.4 ilustra o circuito
com diodo.
Resistência de carregamento
Abaixo de 0,7V predomina a resistência não-linear da camada de
depleção e, em função disso, o aumento da tensão de polarização não provoca
aumento na corrente. Acima de 0,7V, a única oposição à corrente é a resistência
linear das regiões P e N.
Especificação de potência e de corrente
As folhas de dados dos fabricantes de diodos trazem, entre outras,
informações dos limites máximos de dissipação de calor (potência) e de condução
de corrente, sendo que, uma vez desrespeitados tais limites, pode-se danificar
irreparavelmente os mesmos. A seguir apresentamos dois exemplos de
especificação de potência e corrente de diodos:
• Diodo 1N914, potência máxima igual a 250mW;
• Diodo 1N4002, corrente máxima igual a 1A.
Classes de diodos
Os diodos são classificados, de acordo com sua potência máxima, em
diodos de sinais, cuja potência é menor que meio Watt (1/2W), e retificadores,
cuja potência é maior que meio Watt (1/2W).
• Exemplos
• Diodo 1N914, pequeno sinal (0,25W).
• Diodo 1N4003, retificador (1W).
Resistor limitador de corrente (Rs)
Conforme visto anteriormente, elevando-se a tensão de polarização direta do
diodo acima da tensão de joelho ele conduz, e a única oposição à elevação desta
corrente é a resistência de corpo, ou seja, a resistência linear das regiões P e N.
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Curso Técnico 11
Eletrônica analógica
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Isso originaria um valor alto de corrente, que destruiria o diodo. A fim de evitar
que isto ocorra, e inserido um resistor (Rs) em série com o diodo, que tem como
função limitar a máxima corrente direta do mesmo.
Linhas de carga
Uma forma de determinar com exatidão os valores de tensão e corrente
do diodo é através da linha (reta) de carga. Dois pontos determinam a reta de
carga, sendo eles a saturação e o corte. Para a saturação consideramos o diodo
como uma chave fechada, isto é, com uma tensão direta (VD) igual a zero; e para
o corte, como uma chave aberta, ou seja, sem fluxo de corrente (1=0). A corrente
de trabalho (quiescente) é determinada levando-se em conta a queda de tensão
da barreira de potencial do diodo e a relação entre a fonte e o resistor limitador
(R5) (Fig. 2.5). A interseção entre a curva do diodo e a reta de carga determina o
ponto de trabalho do circuito ou ponto quiescente (ponto Q). As coordenadas
deste ponto são os valores de tensão de trabalho (V0) e corrente de trabalho (IQ).
(Gráf3).
Aproximações do diodo
Para análise de circuitos eletrônicos, devemos lembrar que respostas
matematicamente exatas não têm muito sentido, do ponto de vista prático, se
considerarmos que dispositivos tais como resistores, diodos etc.., possuem
tolerância de valores. É necessário, portanto conhecer tais variáveis, a fim de que
se possam aproximar ao máximo os valores teóricos dos práticos. A seguir
apresentaremos as aproximações, considerando diodos de silício.
Primeira aproximação - diodo ideal
Considera-se como diodo ideal, ou primeira aproximação, o fato do
mesmo agir como um condutor perfeito, isto é, queda de tensão zero quando
polarizado diretamente; e isolante perfeito, corrente zero, quando polarizado
reversamente.
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Curso Técnico 12
Eletrônica analógica
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Segunda aproximação
Para que o diodo comece a conduzir, é necessário que a tensão de
polarização ultrapasse o valor da barreira de potencial. Em se tratando de diodos
de silício, o limiar da condução situa-se próximo de 0,7V. A idéia é comparar o
diodo a uma chave ideal ligada em série com uma bateria de 0,7V, que se fecha
assim que a tensão de polarização direta ultrapassa este valor, e que se abre
toda vez que ela se torna menor que 0,7V ou reversa (negativa). A figura 2.7
ilustra com detalhes o que foi descrito.
Terceira aproximação
Como terceira aproximação do diodo, inclui-se ao circuito da segunda
aproximação uma resistência ligada em série com a bateria, que representa a
resistência linear das regiões P e N (resistência de corpo - RD).
A corrente direta, fluindo através desta resistência, origina uma queda
de tensão, que varia proporcionalmente ao aumento da corrente; isto é, quanto
maior a corrente, maior será a queda de tensão através de RD. A tensão total,
através do diodo (VF), é igual à soma da tensão de limiar (0,7V) com a queda de
tensão através da resistência de corpo ( R D )’ A figura 2.8 ilustra o que foi descrito.
V F = 0,7V + ( I F .R D )
Observação
Geralmente, utiliza-se a segunda aproximação para resolução de
circuitos envolvendo diodos.
Resistência de corrente contínua (CC) de um diodo
Na polarização direta, a resistência CC do diodo diminui à medida que
a corrente aumenta; e na polarização reversa o mesmo acontece, à medida que a
tensão de polarização reversa se aproxima do valor da ruptura.
Teste estático do diodo
Utilizando o ohmímetro, podemos detectar se um diodo encontra-se em
curto ou aberto. Isto é possível através da relação entre as medidas de resistência
direta e reversa do mesmo. Um diodo será considerado em bom estado, pelo
teste estático se a relação entre as medidas de resistência direta pela reversa for
igual ou maior que 1/1000.
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Curso Técnico 13
Eletrônica analógica
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Limitador
Sua função é limitar sinais de tensão abaixo ou acima de um
determinado nível, variando assim a forma dos mesmos. Os imitadores podem ser
positivos, negativos e polarizados.
Limitador positivo
Também chamado ceifador, o circuito retira partes positivas do sinal.
No primeiro semiciclo do sinal de entrada (Ve), o diodo está polarizado
diretamente e conduz. Assim, a tensão de saída Vo) fica limitada ao valor de
condução do diodo (0,7V). Quando inverte o sinal de entrada, o diodo fica
polarizado reversamente, indo para o corte (chave aberta). Assim teremos,
idealmente, todo o sinal de entrada sobre a carga (na saída, V0). Fazendo uma
relação entre a carga (RL) e o resistor imitador (R) maior ou igual a 100, obtém-se
sobre a carga praticamente todo o sinal de entrada.
Limitador negativo
Invertendo-se a polaridade do diodo, obtém-se um imitador negativo.
Limitador polarizado
Consiste em ligar em série um gerador CC com o diodo, a fim de
conseguir ceifar o sinal em V + 0,7V para limitadores positivos e -v - 0,7V para
limitadores negativos, conforme as figuras 3.3 e 3.4.
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Curso Técnico 14
Eletrônica analógica
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Associação de Iimitadores
Podemos, em algumas situações, necessitar de limitação do sinal de
entrada em ambos os semiciclos, ou seja, positivo e negativo. Para tal, utilizamos
os circuitos limitadores associados, de forma que possamos obter o efeito
desejado, de acordo com a figura 3.5.
Grampeador de CC
Sua função é somar uma tensão contínua ao sinal de entrada.
Grampeador positivo
No primeiro semiciclo negativo da tensão de entrada, o diodo está
polarizado diretamente e conduz, levando o capacitor a carregar até
aproximadamente V P
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Curso Técnico 15
Eletrônica analógica
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Curso Técnico 16
Eletrônica analógica
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Orientação para projeto - Utilizar fonte ( V S ) e resistor ( R S ) altos para obter brilho
aproximadamente constante com LED’s.
• Exemplo
Para o TIL 222 (verde)
V LED = 1,8a3V
I LED = 25mA
Utilizando uma fonte ( V S ) igual a 20V e um resistor ( R S ) de 750W, I LED igual
V − V LED 20V − 2V
a: I LED = S = = 24mA
RS 750 R
Indicador de sete segmentos
Consiste de um arranjo com sete LED’s, cada um constituindo um
segmento de base numérica, cujo formato se assemelha ao número oito. Tal
arranjo tem um terminal comum, podendo ser tanto o cátodo quanto o ânodo. O
indicador apresentado na figura 4.5 é de ânodo comum, podendo ser também de
cátodo comum.
Fotodiodo
O fotodiodo é um dispositivo semicondutor que converte intensidade
luminosa em quantidade elétrica. Sua operação está limitada à região reversa. A
figura 4.6 mostra um arranjo básico de sua construção.
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Curso Técnico 17
Eletrônica analógica
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Símbolo do fotodiodo
Circuito
À medida que a luz se torna mais brilhante, a corrente reversa
aumenta, diminuindo a queda de tensão no diodo e aumentando a queda no
resistor imitador de corrente Rs.
Diodo Schottky
Para melhor compreendermos o funcionamento do diodo Schottky,
devemos esclarecer dois pontos de fundamental importância, que são o
armazenamento de cargas e o tempo de recuperação reversa.
Armazenamento de cargas
Denomina-se armazenamento de cargas o efeito causado pelo fato de
elétrons livres e lacunas perdurarem, por um breve espaço de tempo, em
diferentes bandas de energia próximas da junção, em um diodo diretamente
polarizado. Quanto maior a corrente direta, maior o armazenamento de cargas.
Tempo de recuperação reversa ( t RR )
O tempo de recuperação reversa (tRR) é o tempo que a corrente
reversa, originada pelo armazenamento de cargas, leva para desligar um diodo
diretamente polarizado. Tal efeito é mais acentuado em altas freqüências (MHz).
Efeito na retificação - O efeito causado pelo tempo de recuperação reversa em
circuitos retificadores de alta freqüência é ilustrado na figura 4.10, onde podemos
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Curso Técnico 18
Eletrônica analógica
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ver claramente que, no momento em que a tensão do sinal que está sendo
retificado se torna negativa, polarizando reversamente o diodo, não acontece o
corte do mesmo, ou seja, ele continua conduzindo durante um pequeno espaço
de tempo ( t RR ). O diodo Schottky é a solução para esse problema.
Características físicas
Sabe-se que os metais não têm lacunas e os elétrons livres do lado N
ocupam órbitas menores. Quando o Schottky é polarizado diretamente, estes
ganham energia suficiente para ocupar órbitas maiores, atravessando a junção e
penetrando no metal, produzindo uma grande corrente direta. Como não há
lacunas nos metais, não há armazenamento de cargas nem tempo de
recuperação reversa ( t RR ).
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Curso Técnico 19
Eletrônica analógica
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Varistores (VDR)
Também chamados supressores de transitório, têm por função filtrar a
linha de alimentação, eliminando os problemas causados pelos transitórios
(descargas, falha na linha de alimentação, chaveamento de carga reativa etc...).
São fabricados para diversos valores de tensão de ruptura e corrente de pico.
Varistores são resistências dependentes da tensão com uma curva
característica V x I simétrica, conforme o gráfico 7.
Aplicações
Utilizados principalmente em dispositivos sensores, como contagem de
objetos, controle automático de brilho, detecção de dispositivos pela cor, em
fotômetros para otimização de processos fotográficos etc.
Termistores
Os termistores são componentes semicondutores cuja resistência varia
com a temperatura. São utilizados como transdutores de temperatura em sinal
elétrico. Dependendo da forma como a resistência se altera em função da
temperatura, os termistores se classificam em PTC (Positive Temperature
Coeficient) e NTC (Negative Temperature Coeficient). Assim, temos que o PTC
aumenta sua resistência quando a temperatura aumenta, e o NTC diminui sua
resistência quando a temperatura aumenta. A seguir, são ilustradas as curvas
características de resistência versus temperatura de cada um deles. (Gráf. 9)
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Curso Técnico 21
Eletrônica analógica
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Circuitos retificadores
Funcionamento
Durante o semiciclo positivo, na entrada, o diodo está polarizado
diretamente e conduz. Então, o semiciclo positivo aparece na saída. Durante o
semiciclo negativo, na entrada, o diodo está polarizado reversamente e não
conduz. Assim, o semiciclo negativo não aparece na saída, ficando sobre o diodo.
Forma de onda de tensão na saída (V0)
Vmed = Vcc =
(VP − VF)
π
Devido ao fato da tensão contínua na saída ser pulsante, isto é, ainda
conter variações da componente alternada de entrada, é possível determinar o
valor da tensão eficaz na saída (Vac). Este valor, nos retificadores de meia onda,
corresponde à metade do valor de pico ou máximo (Vp), expresso
matematicamente por:
Vp
V ac =
2
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Curso Técnico 22
Eletrônica analógica
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Formas de onda de tensão de entrada (Ve) saída (Vo) e sobre o diodo (VD)
Fator de ripple ( η )
Fator de ripple é a relação, na saída de um retificador, entre a tensão
alternada e a tensão contínua, dada em percentual.
V
η = AC .100%
Vcc
Transformador
O transformador, dispositivo sem partes necessariamente em
movimento, utilizado para abaixar ou elevar a tensão alternada da rede elétrica. É
constituído basicamente por dois enrolamentos, sendo um primário e o outro
secundário.
Relação de transformação ( Rt ou n ) - E a relação entre a tensão no
primário (Vp ou V1) e no secundário (Vs ou V2) ou entre o número de espiras do
primário (Np) e o número de espiras de secundário (Ns), expresso por:
VP N P
=
VS N S
Princípio de funcionamento - Baseia-se na indução mútua, ou seja, uma
corrente variável ao circular pelo enrolamento primário produz um campo
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Curso Técnico 23
Eletrônica analógica
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magnético variável.
As linhas de forças deste campo magnético variável cortam o
enrolamento secundário, induzindo no mesmo uma tensão. Quando
NS<Np,Vs<Vp e quando Ns>Np, Vs>Vp. O transformador não funciona com CC
pura. Normalmente, utiliza-se uma derivação central (center-tape) no enrolamento
secundário, a fim de se conseguir duas tensões iguais e opostas (simétricas). O
enrolamento primário também pode ser constituído de forma que possa
proporcionar uma ligação bivolt, isto é 110/220V.
Funcionamento
Sempre teremos um diodo conduzindo e outro cortado. Quando A for
positivo, B é negativo e teremos D1 conduzindo e D2 cortado. Quando A for
negativo, B é positivo e teremos D1 cortado e D2 conduzindo. Considerando a
freqüência de entrada igual a 60Hz, teremos cada diodo conduzindo 60 vezes por
segundo, e na saída, portanto, 120 pulsos por segundo. Conclui-se assim que a
freqüência na saída dobra, ou seja, é igual a 120Hz.
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Curso Técnico 24
Eletrônica analógica
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Observação
O valor da tensão máxima na saída é igual ao valor máximo de cada
enrolamento , desprezando-se a queda de tensão no diodo em condução.
V
V ac = máx
2
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Curso Técnico 25
Eletrônica analógica
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Curso Técnico 26
Eletrônica analógica
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Funcionamento
Quando a tensão de entrada é positiva, o diodo conduz e o capacitor se
carrega com o valor da tensão máxima ( V máx ). Ao inverter a polaridade da entrada
o diodo está cortado e o capacitor se descarrega lentamente sobre a carga. O
capacitor será recarregado com uma freqüência igual à da rede de entrada. O
ângulo de condução de diodo diminui e é representado, no gráfico 14, pela área
hachurada. A tensão de saída não volta mais a zero.
Vond
Vmáx = Vcc +
2
V
Vcc = Vmáx − ond
2
Cálculo da tensão de ondulação (Vond)
I V
Vond = sendo que Vcc = Vmáx − ond
f .c 2
Vmáx
Vcc =
1
1+
2 RL. f .c
Cálculo de Vcc em função de Icc(quando RL não è dado)
I I cc
V cc = v máx − cc e C=
2 f .c 2 f (v máx − v cc )
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Curso Técnico 27
Eletrônica analógica
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Vond
V cc = V máx −
2
Pelo gráfico 15 podemos verificar que a freqüência de saída do filtro é
igual ao dobro da freqüência da rede de entrada, visto que cada diodo conduz um
semiciclo.
O capacitor será recarregado o dobro de vezes em relação ao circuito
de meia onda. Com isso, conclui-se que a tensão de ondulação (Vond) diminui.
Se retirarmos a carga (RL) obteremos, na saída, um sinal contínuo no
valor de Vmáx, conforme o gráfico 16.
Vp
Is =
(n.rb ) + Rsec
Onde:
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Curso Técnico 29
Eletrônica analógica
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O diodo zener
Curva característica I x V
Especificações
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Curso Técnico 30
Eletrônica analógica
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Resistência zener
Quando um diodo zener trabalha na região de ruptura, se variamos a
corrente zener notamos uma ligeira variação na tensão zener (Vz). Isto indica que
o diodo zener tem uma pequena resistência de corpo. Os fabricantes especificam
a resistência zener para a mesma corrente de teste utilizada para medir Vz. A
resistência zener para esta corrente de teste é simbolizada por RzT (ou Zzt).
Regulação de tensão
O diodo zener é, as vezes, chamado de diodo regulador de tensão
porque mantém uma tensão de saída praticamente constante. Em funcionamento
normal, o diodo zener deve ser polarizado reversamente, e, para produzir a
ruptura, a tensão da fonte deve ser maior que a tensão zener Vz. Ao ligarmos o
diodo zener, sempre utilizamos um resistor conectado em série com a fonte a fim
de limitar a corrente máxima a um nível dentro da especificação do fabricante,
pois, se a potência dissipada no componente for superior à especificada, o diodo
provavelmente se danificará. A figura 7.2 mostra a forma de ligar o diodo zener
para trabalhar como regulador de tensão.
No circuito da figura 7.2, se fizermos Vz = 10V, Vs= 20V e Rs=1kohm,
podemos determinar o ponto de interseção vertical (ponto de saturação) fazendo
Vz igual a zero, e calculando o valor de Iz obteremos 2OmA. Da mesma maneira
podemos obter o ponto de interseção horizontal (ruptura) fazendo Iz igual a zero
(diodo zener aberto) e determinando o valor de Vz, que será de 20V. Para uma
fonte Vs = 30V, os valores de Iz e Vz serão respectivamente 30mA e 30V. A
seguir, veremos duas retas de carga cujos extremos foram obtidos acima.
Podemos observar, no gráfico 19, que tivemos dois pontos de interseção na curva
do diodo (Q1 e Q2) para Vz = 20V e Vs = 30V. Comparando os pontos Q1 e Q2
notamos que a corrente sobre o diodo zener variou em 10mA, porém a tensão Vz
manteve-se praticamente inalterada (10V). Esta é a idéia básica de regulação de
tensão. A tensão de saída manteve-se praticamente inalterada, mesmo que a
tensão de entrada sofresse variações.
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Curso Técnico 31
Eletrônica analógica
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O regulador zener
A figura 7.5 mostra o diodo zener utilizado para regular a tensão na
resistência de carga. Neste caso teremos duas malhas, sendo que a corrente Irs
será igual à soma da corrente no zener com a corrente na carga.
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Curso Técnico 32
Eletrônica analógica
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O valor da tensão VRL deverá se maior que a tensão Vz, pois, caso
contrário, o zener não entrará em condução, não havendo assim regulação de
tensão.
∆V Z = ∆I Z .R Z
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Curso Técnico 34
Eletrônica analógica
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Curso Técnico 37
Eletrônica analógica
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Observação
É freqüente o uso de H FE
(índices maiúsculos) para representar o β
envolvendo Ic e Ib contínuos. Muitos se referem a ele como βcc. O βcc é
representado por h fe (índices minúsculos).
• Exemplo
Um transístor tem as seguintes correntes: Ie = 40,8mA, Ic= 4OmA Ib =
0,8mA. Assim, podemos calcular α e β usando as relações anteriores:
I I
α = C =0,98 β = C =50
IE IB
As bandas de energia no TBJ NPN
De maneira semelhante ao diodo, podemos analisar o funcionamento
do transistor bipolar usando diagramas de energia. Lembrando que usamos
apenas as bandas de valência e de condução - pois do ponto de vista da
eletrônica é onde ocorre a circulação de corrente - verificamos que existem duas
regiões de transição entre as bandas, uma devido ao diodo emissor e outra ao
diodo coletor. Observe-as:
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Curso Técnico 38
Eletrônica analógica
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Curso Técnico 39
Eletrônica analógica
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Observação
Se você retornar à ilustração da estrutura cristalina NPN em
funcionamento, verá que se trata de uma configuração em base comum, pois este
terminal é comum a VBB e Vcc.
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Eletrônica analógica
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Onde
IE - corrente do emissor
IB- corrente da base
IC- corrente do coletor
VCE - tensão de coletor relativa ao emissor
VBE - tensão de base relativa ao emissor
VCB - tensão de coletor relativa à base
• Exemplo
Um estudante testa um circuito transistorizado. Ele mede uma
IB=6OmA e um VCB =24,3V. Sabe, também, que o transistor que está analisando
tem um β =100. Se o transistor é de silício e está polarizado no modo ativo, qual o
valor de IC,IE e VCE ele deve ter obtido?
Resolução
Usando a definição de β e as leis de Kirchhoff, temos:
IC=β.IB • IC=6mA IE=IB+IC IE=6,06mA
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As curvas de base
Pelo fato da junção base-emissor ser um diodo é de se esperar que a
curva de base seja a curva de um diodo. De fato é o que obtemos quando
plotamos IB x VBE no transistor. Porém, como dissemos no início, o transistor tem
muito mais variáveis elétricas que o diodo. Assim, a curva de base no transistor
torna-se em: as curvas de base, uma para cada valor de VCE. A questão é a
seguinte: quanto maior a tensão reversa no diodo coletor, maior é a região de
depleção dentro da base, estreitando ainda mais a região, que de fábrica já é fina.
Com a região diminuída, a probabilidade de encontrar lacunas nesse espaço
diminui abruptamente e, como a corrente de base é formada pela recombinação
dos elétrons livres injetados pelo emissor com as lacunas da base, a corrente de
base tem que diminuir. Ocorre, entretanto, algo extraordinário com a tensão VBE:
ela aumenta! Isso significa deslocar a curva de base para a direita. A justificativa
técnica para esse fenômeno é complexa e preferimos omiti-la. Porém, o estudante
interessado pode consultar algumas das bibliografias citadas no final. O
fenômeno, conhecido como efeito Early, normalmente é desprezível na análise
casual dos circuitos transistorizados, exceto nas situações em que são requeridos
tratamentos minuciosos. Veja, a seguir, as curvas de base:
As curvas de coletor
O circuito precedente também serve como referencial para construção
das curvas de coletor. A idéia é fixar a corrente na base através de VBB e variar
Vcc, anotando os valores de IC e VCE. Se tentássemos desenhar gráficos
envolvendo as três grandezas variando simultaneamente, teríamos gráficos
tridimensionais, que são sempre difíceis de interpretar. Quando desenhamos IC x
VCE com IB fixo, o resultado é a curva mostrada a seguir:
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Especificações de um TBJ
Pretendemos, aqui, apresentar algumas especificações úteis do
transistor bipolar. Deixamos claro que o uso do manual do fabricante ou Databook
é de vital importância e que o aluno não deve se contentar em saber apenas as
especificações que apresentaremos. O quadro abaixo apresenta as principais
características de um TBJ com a descrição de cada uma.
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diferença entre Vcc e VBB. Essa situação equivale a uma chave aberta entre (C) e
(E).
Convém dizer aqui que as definições de α e β não se aplicam na
configuração chave, pois perdemos o controle sobre as correntes de coletor e de
emissor, que passaram a depender mais das fontes Vcc / VBB e dos resistores
externos do que propriamente dessas relações.
Reta de carga CC para circuitos transistorizados
Durante o estudo do diodo, tivemos o primeiro contato com a reta de
carga. Ela consiste, basicamente, de um meio geométrico para localizar o ponto
de operação de um circuito contendo algum componente eletrônico.
A via de regra, aqui, é primeiro escrever a equação das tensões para
malha de coletor e, em seguida, usar a idéia da chave eletrônica entre coletor-
emissor, ou seja, fazer Vce = 0V (chave fechada) e encontrar a corrente IC que
circula. Esta será a corrente Icsat. Depois fazer IC=0 (chave aberta) e encontrar a
tensão Vce. Esta será a tensão de corte VceCORTE. Com VceCORTE e ICSAT somos
capazes de traçar uma semi-reta sobre as curvas de coletor, interceptando-as.
Em alguma curva do coletor está localizado o ponto de operação.
Para plotar o ponto de operação na reta de carga usamos a malha da
base. Lá, escrevemos a equação das tensões e a manipulamos para encontrar
alguma corrente de operação; ou a da base IB ou a do emissor IE (lembre-se que
IC=IE). Com a corrente de operação IC, calculamos a tensão Vce de operação.
das tensões continue válida, VCE tem de assumir o valor da fonte Vcc, chave
aberta. No instante em que o pulso sobe para o nível alto - nível fixo de tensão -
há corrente na base e, se esta corrente for suficientemente alta, o transistor entra
na região de saturação tornando Vce próximo à 0V. A corrente circulante no
coletor é ICSAT e, de coletor para emissor, o transistor se assemelha a uma chave
fechada. Novamente para a lei de Kirchhoff permanecer inalterada, o resistor de
coletor Rc tem entre seus terminais a tensão da fonte Vcc.
Como pode ser notado na figura 8.18, o sinal quadrado de saída é
exatamente o oposto ao do controle. Isto é devido às condições em que ocorrem
os chaveamentos. Quando controle 0V, a saída = Vcc. Caso contrário, se controle
= VBB’ a saída = 0V. Por isso, os sinais são recíprocos.
Condição suficiente para o funcionamento da chave eletrônica - A condição
necessária e essencial é que a corrente IB seja grande o suficiente para levar IC à
saturação. Os profissionais que projetam chaves a transistor usam uma regra
super-dimensionada para escolha dos resistores RB e Rc. Eles adotam um β= 10.
Este β praticamente não se encontra, mesmo em transistores de potência que são
conhecidos por terem betas pequenos. Dessa maneira dividimos o projeto em três
etapas:
1° etapa - O resistor Rc normalmente é a carga que se deseja acionar.
É imprescindível conhecer sua resistência elétrica ou a corrente de
funcionamento. Esta corrente deverá ser tida como ICSAT.
2° etapa - Podemos calcular IB usando um beta crítico igual a 10.
Portanto,
IB=ICSAT/10
3° etapa - Encontramos o valor de RB usando a lei de Ohm, já que
sabemos que a tensão nos terminais dele deve ser VBB – 0,7V e IB acabamos de
encontrar:
RB=(VBB -0,7V) / IB.
Durante a montagem do circuito, na prática, o beta provavelmente será
maior que 10. Isto é um fator benéfico, porque IB é a mesma corrente
especificada no projeto, já que ela depende apenas de VBB e de RB (IB=[VBB-
0,7V] /RB).Se lB é a mesma e o beta aumentou, significa que teríamos no coletor
uma IC ainda maior (IC=β.IB). Sabemos que essa situação não existirá, já que o
circuito do coletor satura no mesmo valor de ICSAT que estipulamos.
Reta de carga no modo chave - Como desejamos que o transistor atue como
chave, a reta de carga para o circuito deve ter o ponto de operação Q oscilando
entre a saturação e o corte. Quaisquer outros pontos que não sejam as
extremidades da reta estão proibidos de ocorrer quando adotamos a regra de
projeto acima estudada.
Acionando cargas com o transistor - No estudo feito acima, buscamos
especificar um resistor de base para que o transistor saturasse
irremediavelmente. Na prática, a chave é muito usada para acionar relés, motores
CC de pequena capacidade, lâmpadas de baixa potência, LED’s indicadores etc.
Veja alguns exemplos destas aplicações:
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Observação 1
Toda vez que um transistor chavear cargas indutivas é necessário
acrescentar um diodo, reversamente polarizado, em paralelo com a carga. Isto
porque quando a carga está sendo acionada (transistor saturado) a indutância da
carga recebe energia da fonte. Durante o desligamento (transistor indo para o
corte) ocorre a inversão da tensão nos terminais da carga (lei de Lenz) para
manter a corrente circulando no mesmo sentido. Essa tensão pode ser
suficientemente alta e destruir o diodo coletor. O diodo D1 faz o retorno da
corrente e dissipa a energia armazenada na indutância da carga, protegendo o
transistor.
Observação 2
As especificações Vebo (tensão reversa no diodo emissor) são
relativamente pequenas, se comparadas com o diodo coletor Tipicamente,
situam-se na faixa de 4 a 10V O diodo D2 limita a tensão reversa no diodo emissor
em - 0,7V já que ele está em antiparalelo com a junção base emissor.
• Motor CC de baixa potência
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Observação
O motor CC é uma carga RLE (resistência -indutância - tensão gerada).
O transistor como fonte de corrente
Fizemos o estudo do transistor como chave e constatamos que o ponto
de operação Q podia situar-se apenas nas extremidades da reta. A outra vasta
aplicação do transistor - fonte de corrente - requer o ponto Q em algum lugar
entre as extremidades, ou seja, no interior da reta. A forma de conseguir isso é
polarizar o transistor na região ativa, como fizemos durante o estudo das retas de
carga.
A razão de usar o transistor como fonte de corrente está no fato de
que, nesta configuração, o transistor é capaz de amplificar sinais CA! Veremos
um pouco a frente, em nossos estudos, como polarizar circuitos transistorizados
na região ativa e prepará-los para a amplificação. Por ora, vamos apenas
estabelecer os critérios de funcionalidade da fonte de corrente. Veja a
configuração típica do circuito:
VCC
I CSAT =
RC + R E
VCECORTE = VCC
V − 0,7
I CQ = BB
RE
VCEQ = VCC − I CQ ( RC + R E )
Observe a equação da corrente ICQ e veja que ela depende apenas de
VBB e RE. Se garantirmos a estabilidade destas duas grandezas, temos que a
corrente ICQ será fixa e independente do beta. Independente porque o beta não
aparece explicitamente na equação da corrente, mas se fizermos IB= o é claro
que IC também o será.
Aqui temos uma situação diferente da encontrada quando estudamos o
transistor chave. Lá houve a necessidade de fixarmos um beta mínimo igual a 10
para assegurar o funcionamento do circuito. Agora, o beta apenas define corrente
de base que circula à medida que escolhemos diferentes valores de VBB e RE.
Lembre-se, porém, que a corrente de operação ICQ necessariamente, é menor
que ICSAT, Caso contrário, a fonte de corrente estará comprometida.
Volte a observar a equação para ICQ. Nela não aparece RC. É por isso
que o circuito é chamado fonte de corrente, pois para qualquer valor de RC no
coletor a corrente no resistor seria a mesma. E claro que isso não acontece na
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prática, mas se a escolha de Rc for adequada - para garantir que o transistor não
sature - a corrente no coletor do transistor não dependerá do valor do resistor RC.
Reta de Carga e o Ponto Q - Uma fonte de corrente tem o ponto Q em algum
lugar da reta, diferente dos dois pontos extremos. Por razões que ficarão óbvias
no estudo dos amplificadores, a melhor localização do ponto O está no centro
geométrico da reta de carga. Veja o gráfico 26:
Observação
No caso do transistor multiemissor, basta que um dos transistores
tenha o emissor colocado, por exemplo, no terra para que todas as bases estejam
em 0,7V De forma equivalente, se no símbolo um dos emissores vai ao terra, a
base assume 0,7V de potencial e circulam as correntes e IB correspondentes à
quantidade de emissores em condução. No caso do multicoletor é necessário que
pelo menos um dos transistores tenha o coletor em VCC através de RC, para
existir IB e IE.
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Transistor Darlington
Consiste em uma conexão de dois transistores. O emissor do primeiro
vai à base do segundo; os coletores são ligados juntos e à base do primeiro. O
emissor do segundo e a conexão em comum dos coletores são: a base, o emissor
e o coletor do Darlington, respectivamente. A razão principal da conexão é a
obtenção de um transistor cujo beta é o produto de β1 e β
2•
Observação
Note que o VBE, para este transistor, vale 1,4V
Polarização do transistor bipolar
Esta seção apresenta algumas formas de polarizar um transistor para
que ele funcione linearmente (na região ativa), o que significa estabelecer o ponto
Q próximo ao meio da reta de carga. Os amplificadores de pequeno sinal e os da
classe A exigem o ponto O nesta localização. Vamos mostrar, por fim, algumas
formas de polarização que não fixam o ponto Q no centro da reta de carga, úteis
em amplificadores da classe B.
Todos os circuitos vistos anteriormente usavam duas ou mais fontes.
Agora iremos estudar condições de polarização para circuitos transistorizados a
partir de uma fonte de tensão e redes resistivas. Começaremos analisando o pior
deles, avaliando os aspectos que o tornam ruim, e evoluiremos até chegar a
excelentes circuitos polarizadores do TBJ.
As técnicas de análise de circuitos polarizadores são as leis de
Kirchhoff, de Ohm e a relação entre Ic e Ib (β) no transistor, quando necessária.
Poderíamos descrevêlas em etapas genéricas, assim:
1° etapa - aplique a lei de kirchhoff para tensões em uma malha que
tenha pontos em comum da base com o coletor e/ou emissor.
2° etapa - na relação obtida aparecerão IB, IC e IE (eventualmente)
como incógnitas. Faça Ic = IE quando necessário, e use Ic=β .IB para lidar com
apenas uma variável desconhecida. Escolha a que melhor lhe convém.
3° etapa - trace a reta de carga e marque o ponto Q para verificar a
localização do mesmo. Isto evita possíveis transtornos com o ponto indo à
saturação ou ao corte.
Polarização da base
Use a configuração transistor como chave, mas evite polarizar o
transistor no corte ou na saturação. A fonte VBB foi eliminada através da conexão
do resistor RB à fonte VCC. Desta maneira, a corrente iB provém da fonte VCC e
alimenta a base. A junção base-emissor é polarizada diretamente, com a base
0,7V acima do terra. Necessita-se, então, providenciar uma corrente Ic - e
conseqüentemente uma IB - que torne a tensão Vc maior 0,7V, visando reverter a
polarização do diodo coletor. Avalie a configuração ilustrada na figura 8.27.
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Polarização do emissor
Outra excelente maneira de polarizar um transistor é usar a polarização
do emissor. A diferença essencial é que o emissor é polarizado negativamente em
relação à base, que normalmente fica no terra através de um resistor. Esta é uma
excelente configuração de polarização quando se dispõe de uma fonte simétrica.
Observe o esquema da figura 8.31:
(V EE ) − V BE
I CQ = I E =
Re
Polarização por espelho de corrente
Suponha, no circuito a seguir, que Ib seja muito menor que Ir e Id de
forma que Ib=IR. Note que o diodo D está em paralelo com a junção base-
emissor. Se a curva do diodo D for idêntica à curva do diodo emissor, a corrente
do emissor será igual à corrente no diodo D. Como Ic≅Ie verifica-se que Ic é
praticamente a mesma corrente que circula no diodo D.
Observação
As folhas de dados dos fabricantes especificam o quanto VBE varia
com a temperatura. Na falta do dado correto, uma boa aproximação é que VBE
diminui 2mV a cada grau Celsius de aumento na temperatura. Por exemplo: se
um diodo emissor tem uma queda de 0, 7V a 250C, a 1000C a tensão cai para
0,55V
(V EE ) − V BE
I E = I CQ =
2 RE
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VE = VCM – VBE
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Eletrônica analógica
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Seja, agora, VIN2 para 0V e VIN1 para -1V, como ilustra a figura 8.36.
Transistores PNP
Temos dado preferência gratuita ao transistor NPN sem nenhuma
justificativa plausível. A questão da utilização prática não influenciou nossa
decisão, pois ambos (NPN e PNP) são igualmente empregados. Até mesmo os
autores de livros fazem o estudo de um transistor e depois introduzem o outro
como extensão natural. Nosso caminho será o mesmo.
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Observação
Não estranhe o desenho do transistor PNP de cabeça para baixo. Em
esquemas eletrônicos ele normalmente aparece assim. A razão da inversão do
transistor PNP será dada ainda nesta seção.
Deslocando o terra
• Exemplo
Redesenhar a polarização universal com o positivo da fonte V00 ligado
ao terra, em vez do negativo.
Observação
Na etapa 1, desenha-se o circuito mostrando a fonte e qual pólo está
ligado ao terra. Na etapa seguinte, desloca-se o terra para o outro pólo, deixando
sem referencial o pólo que possuía o terra. Por último, mostra-se o novo
referencial aterrado, omite-se o pólo onde está ligado o terra e troca-se o sinal da
fonte de tensão.
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Curso Técnico 62
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• polarização da base.
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Referências Bibliográficas
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