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WEMERSON FERREIRA DE ARAÚJO

8022760

Atividade no Portfólio

Trabalho apresentado ao Centro Universitário


Claretiano para a disciplina Introdução à Teologia,
ministrada pelo tutor Hamilton José do Nascimento.

MACEIÓ
2020
Questões

1) A teologia da libertação acabou? Ou seja, a teologia da libertação é um enfoque do


passado que hoje já foi superado?
Esse tema já foi base para uma intensa discussão, diversas polemicas em torno dele foram lançadas
justamente por conta do que diz o próprio Clodovis Boff: “Ora, é para estas coisas que grita e clama
ainda hoje a teologia da libertação” (BOFF, 1999). Boff fala dos problemas sociais no que diz
respeito aos direitos da justiça e igualdade. Essa é o centro da altercação, ou seja, enquanto a
teologia da libertação grita e clama pela igualdade, em contraposição existem direcionamentos
teológicos que criticam veementemente essas posições.
O até então, cardeal Ratzinger fez duras criticas a TL, como nos diz Machado: “A reação da Igreja
foi enérgica contra a teologia da Libertação” (2013, p.33). O cardeal era na época prefeito da
Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé e lançou a “Instrução sobre alguns aspectos da
Teologia da libertação”, o primeiro documento com essas censuras em agosto de 1984, dois anos
depois, em março de 1984, ele publicou a “Instrução Libertatis Conscientia sobre a liberdade cristã
e a libertação” e em 1992 foi difundindo o documento “Instrução sobre alguns aspectos do uso dos
instrumentos de comunicação social na promoção da doutrina da fé”. Nos três documentos Joseph
Ratzinger apresenta fortes elementos que unem as aspirações da teologia da libertação com a teoria
marxista e orientações para reforçar o exercício da hierarquia na Igreja.
Boff em seu artigo afirma que a Teologia da libertação não apenas não acabou, como ganha cada
vez mais sentido, cita ainda uma carta de João Paulo II aos bispos da conferência episcopal dos
bispos do Brasil em abril de 1984, quando o Papa diz que: “A teologia da libertação é não só
oportuna, mas útil e necessária...” (BOFF, 1999).
Estaria o Papa João II contradizendo o cardeal e futuro Papa Bento XVI? É clarividente que não. O
que Boff não insere em seu texto e interpretação e o contexto da afirmativa de João Paulo II, pois o
mesmo reafirma o seu apoio as duas instruções elaboradas pelo cardeal, ou seja, também critica a
teologia da libertação como essência marxista e exalta a verdadeira teologia da libertação que está
em plena fidelidade à doutrina da Igreja sem exclusivismo para com os pobres.
Portanto, com as afirmativas supracitadas, de um modo geral, podemos trazer a reflexão de Boff,
quando diz que a teologia da libertação não acabou, mas desapareceu. Assim ele estabelece que a
TL desapareceu “feita torrão de açúcar diluído no café: não se vê mais, mas dá sabor a todo o café”
(BOFF, 1999). Enfim, não basta dizer se a TL acabou ou permanece, como já foi dito: isso é uma
argumentação que se arrasta ao longo do tempo, mas nos resta refletir qual a posição que a Igreja
toma diante da discussão.
2) A teologia da libertação continua viva. Por que, enquanto, houver pobres e
oprimidos ela será atual?
Clodovis Boff, em seu artigo fixa a sua ideia e responde que sim, é necessário fazer teologia com o
ouvido aberto ao pobre, e amplia a visão de pobre para além do financeiro trazendo o pobre como
visto na Bíblia.

3) A teologia da libertação ganhou uma vertente ecológica, onde a terra clama por
libertação na destruição do planeta e as injustiças sociais se enquadram numa luta ainda mais
ampla de libertação?
Sim. A TL ganhou essa perspectiva que traz a compreensão do ser humano e do ambiente como
parte da natureza, criação de Deus. Essa teologia ecológica visa a reconciliação e harmonização do
ser humano com a natureza.
REFERÊNCIAS

 BOFF, C. Conselhos a um jovem teólogo. In: Persp. Teol., n. 31, p. 77-96, 1999.
 CASTRO, R. G. Introdução à Teologia. Batatais: Claretiano, 2015.
 MACHADO, V. B. Sociologia da Religião. Batatais: Claretiano, 2013.
 http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_198
40806_theology-liberation_po.html, acessado em 03 de Julho de 2020.

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