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4268 Capoeira Escolar
4268 Capoeira Escolar
OBJETIVO GERAL
- Desenvolver nos alunos uma práxis de capoeira sob o enfoque da cultura
corporal, enquanto campo de conhecimento elaborado e reelaborado a partir de
experiências concretas dos homens.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Produzir conhecimento científico da capoeira aplicável à nossa realidade
- Capacitar os alunos para participarem de eventos, que envolvam
apresentações;
- Contribuir para a formação da auto-estima pessoal
- Oferecer subsídios relacionados à práxis da capoeira na escola a fim de fazer
com que os alunos conheçam e pratiquem exercícos de maneira criativa
A capoeira...é dança? É jogo? É luta? É tudo isso ao mesmo tempo? Parece que
sim, e é isso que a torna tão complexa, tão rica e tão surpreendente.
É luta, dissimulada, disfarçada em "brinquedo", jogo de habilidade física, astúcia,
beleza... e muita malícia!
A capoeira é uma manifestação da cultura popular brasileira que reúne
características bem peculiares: mista de luta, jogo, dança, praticada ao som de
instrumentos musicais (berimbau, pandeiro e atabaque), palmas e cânticos. É um
excepcional sistema de auto defesa e treinamento físico, destacando-se entre as
modalidades desportivas por ser a única originalmente brasileira e fundamentada
em nossas tradições culturais.
O clássico "Capoeira Angola" — Ensaio Sócio-Etnográfico (Rego -1968),
comprova que ela é brasileira. Até porque nem um pesquisador conseguiu
encontrar nada de concreto que levasse a crer que a Capoeira fosse africana.
O que se sabe é que na África existia "O Jogo de Zebra", ou N'Golo. Uma dança
que era praticada com bastante violência. Esse jogo fazia parte de um ritual de
passagem da infância para a vida adulta (E fundala) onde os negros lutavam em
um pequeno recinto e os vencedores poderiam desposar as meninas da tribo, que
ficavam "mocinhas", sem o pagamento dos dotes tradicional.
Alguns historiadores alegam que o grande motivo pelo qual não conseguimos
provas documentais para resolver a polêmica se a Capoeira é africana ou
brasileira, é o fato de Rui Barbosa, então ministro da fazenda do governo de
Deodoro da Fonseca, ter mandado queimar todos os documentos com relação à
escravidão no Brasil. Ato que praticou dizendo ser necessário para apagar da
memória da nação o fato de o país ter sido anos antes, escravocrata. No entanto,
sabemos haver outras razões, dentre elas, evitar o pagamento de indenizações aos
senhores de engenho e aos escravos libertos.
Os negros vindos para o Brasil eram de todas as partes da África. Principalmente
de Angola, onde os negros Bantos, diziam-se mais fortes e ágeis, por isto teriam
mais aproveitamento no trabalho. Esses negros deram origem à capoeira, daí o
nome Capoeira de Angola.
A Capoeira é, portanto, uma luta disfarçada em dança que foi criada na era colonial
do Brasil por volta do século XVII. Essa luta foi desenvolvida pelos escravos para
se safarem, quando fugiam, das capturas violentas e cruéis dos chamados
Capitães do Mato.
O nome "CAPOEIRA" deu-se em função do seguinte: Os Escravos ao fugirem
para as matas, tinham no seus encalços esses famigerados Capitães do Mato,
enviados pelos senhores; os escravos em fuga reagiam e os atacavam, nas
clareiras de mato ralo, cujo nome é capoeira, com pés, mãos e cabeças, dando-
lhes surras ou até mesmo matando-os. Porém os que sobreviviam voltavam para
os seus patrões indignados. Estes perguntavam: "Cadê os negros?" e a resposta
era: "Eles nos pegaram na capoeira". Referindo-se ao local onde foram vencidos.
A Capoeira no meio das matas era praticada como luta mortal. Já nas fazendas,
era praticada como brinquedo inofensivo, pois ela estava sendo feita sob os
olhares dos Senhores de Engenho. Naquele momento se transformou em dança.
Para disfarçarem a luta utilizavam a ginga, a base de qualquer "capoeirista"; e é
dela que saem todos os golpes. Esse disfarce foi fundamental para a sobrevivência
dos escravos, pois a Capoeira é, principalmente, na sua origem, uma luta de
resistência.
Resumo
Neste artigo falamos sobre o projeto Capoeira, da implantação da Capoeira na
Educação Física Escolar pelo prof. Roberto, professor da referida disciplina no
colégio João Cionek, município de Santa Maria do Oeste, Paraná, Brasil.
Este relata a aceitação desta prática na escola, a aceitação pelos alunos.
Abordamos também o processo político dessa implantação.
JUSTIFICATIVA
O processo de conscientização quanto ao valor da capoeira já chegou a esfera
governamental federal. O MEC sugere a capoeira com disciplina do Currículo da
Educação Física. A própria Secretaria e Subsecretaria de Educação Física e
Desporto - MEC, lança um Projeto Nacional de Capoeira, visando mobilizar as
academias e círculos capoeirísticos "para realizar um levantamento histórico,
filosófico e científico em médio prazo, para identificar os Anseios da capoeira"
(MEC, 1986).
O projeto Capoeira Escolar busca, além de fortalecer um trabalho que já vem
sendo desenvolvido em outra escola, incluir o ensino da capoeira na mesma.
Esse projeto busca dar ênfase a questões culturais de caráter popular, lutando
pela cidadania, no combate ao preconceito racial, na elevação da auto-estima da
criança e do adolescente; auxiliando na construção de sua identidade social,
buscando reaproximar a escola das culturas populares.
O objetivo fundamental da capoeira escolar não é a performance dos alunos, tão
pouco seu desempenho físico, visando apenas atingir a consciência do aluno.
Não se trata, então, de formar capoeiristas, mas de ajudar na formação de
seres humanos capazes de lidar com a diferença, com a austeridade, tornando-
se mais livre de preconceitos e mais tolerantes.
Conheço a influência da Capoeira em vários domínios da vida de crianças,
adolescentes e jovens e certamente é uma oportunidade ímpar para que esses
alunos entrem em contato com uma parte da cultura brasileira, usufruindo dos
benefícios da prática de Capoeira.
Capoeira Angola
Resumo
Neste artigo falamos sobre o projeto Capoeira, da implantação da Capoeira na
Educação Física Escolar pelo prof. Roberto, professor da referida disciplina no
colégio João Cionek, município de Santa Maria do Oeste, Paraná, Brasil.
JUSTIFICATIVA
Esse projeto busca dar ênfase a questões culturais de caráter popular, lutando
pela cidadania, no combate ao preconceito racial, na elevação da auto-estima da
criança e do adolescente; auxiliando na construção de sua identidade social,
buscando reaproximar a escola das culturas populares.
A percussão
o Berimbau
o Atabaque
o Pandeiro
O berimbau
Cabaças :
Tres tipos - Fechada; Gunga ou Berra-Boi; Média; Viola
Os toques
As músicas
Falam do negro na senzala, do negro livre, da religião, da comunidade,
dos hábitos, seus feitos, cantos de louvor, de tristeza, de revolta, de
desafio, etc.
O pandeiro
Pandeiro
Utilizado na velha Índia e Península Ibérica na idade média em
festas de bodas, casamentos e outras cerimônias religiosas. Foi
introduzido no Brasil também pelos portugueses e utilizado
posteriormente em rodas de samba e pelos negros na roda de
capoeira, sendo um instrumento de percussão geralmente mais
agudo que o atabaque.
O atabaque
Atabaque
A indumentária
Na Bahia, capoeiristas usavam roupas brancas folgadas (calça e camisa),
para se defender das navalhada (aparecia o machucado na luta)
A GRADUAÇÃO
A côr do cordel delimita a graduação e o estágio em que o praticante está.
As cores destes (cordel) são as cores da Bandeira do Brasil (verde,
amarelo, branco e azul).
Os estágios são:
- iniciante (sem cordel)
- 1º cordel verde
- 2º cordel verde-amarelo
- 3º amarelo
- 4º amarelo-azul
- 5º azul
- 6º entrelaçado (verde-amarelo-branco-azul)
- 7º branco-verde (3º contra-mestre)
- 8º branco-amarelo (2º contra-mestre)
- 9º branco-azul (1º contra-mestre)
- 10º Mestre (branco)
Principais golpes:
Aú estrela
Aú Agulha
Benção
Queixada
Armada
Meia-lua – de frente
- solta
- de compasso
Martelo
Rasteira
Desprezo (quadril)
Bênção: Golpe desferido frontalmente, batendo o calcanhar no oponente, com um
dos pés (segundo a tradição oral o nome deve-se à reação de escravos quando
obrigados a beijar a mão do senhor-de-engenho). Durante o movimento é feita a
remada.
Martelos:
.Martelo-em-pé: Golpe desferido em três momentos: inicia-se com uma das pernas
encolhida lateralmente; o pé pode bater com a ponta, o peito ou a chapa, na frente.
O retorno se dá da mesma forma que o início e, durante o movimento, há remada.
O pé bate e volta.
.Martelo-no-chão: Parte-se da negativa, podendo-se terminar o movimento em pé
ou continuar no chão. A caracterização do golpe consiste em arremessar o umbigo
para cima e só colocar uma das mãos no chão após o pé, da perna mais encolhida
(de base), atingir o alvo.
.Martelo-passado (rodado): Golpe desferido de pé (da posição vertical), passando o
pé pelo alvo e continuando o giro do corpo, até a posição inicial.
Meias-luas:
.Meia-lua-de-compasso: Golpe desferido com duas mãos no chão, batendo o
calcanhar do pé que se encontra atrás, com a perna esticada. Isso é feito colocando-
se a mão direita no chão, atrás do calcanhar esquerdo e vice-versa. É da torção do
tronco que sairá a potência do golpe. Após o movimento, o praticante retorna à
posição inicial.
.Meia-lua-presa: O mesmo movimento, com apenas um apoio de mão.
Meia-lua-solta: Há três maneiras de se executar a meia-lua-presa sem apoio
(aérea).
Bibliografia
FALCÃO, José L. Cirqueira. A escolarização da capoeira.
Brasília: ASEFE - Royal Court, 1996.
FREITAS, Jorge L. Capoeira infantil: a arte de brincar com o
próprio corpo. Curitiba: Expoente, 1997.
QUERINO, Manuel. A Bahia de outr´ora: vultos e factos
populares. 2º ed. Aumentada. Salvador: Livraria Econômica, 1922.
REGO, Waldeloir do. Ensaio sócio-etnográfico da capoeira.
Itapoã, Salvador: 1968.
SANTOS, Luiz Silva, 1957. Educação: Educação física: Capoeira.
Maringá: FUEM, 1990.
SILVA, Gladson de O. Capoeira: do engenho a universidade. 2º
ed.São Paulo: CEPEUSP, 1995.
VIEIRA, Luiz Renato. A ideologia do corpo. In: Humanidades, nº
14, 22-23. Universidade de Brasília, 1987.
________________. Criatividade e clichês no jogo da capoeira: a
racionalização do corpo na sociedade contemporânea. In: Revista
brasileira de ciência no esporte, v.11,nº1, 58-63. Colégio Brasileiro
de Ciência do Esporte.1989.
www.efdesportes.com