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12 - Aparelho Reprodutor Masculino
12 - Aparelho Reprodutor Masculino
HISTOLOGIA 2016
Arlindo Ugulino Netto.
O sistema reprodutor é responsável por executar a reprodução na espécie humana, propiciando a perpetuação
da espécie.
A ausência de testosterona torna-se impossível o desenvolvimento dos ductos de Wolff (precursores do trato
genital masculino) e a ausência do hormônio antimuleriano torna possível o desenvolvimento dos ductos de Muller
(precursores do trato genital feminino).
OBS: Início da puberdade: o hipotálamo é ativado e passa a produzir o GnRH, que estimula a secreção dos hormônios
LH e FSH, que irão atuar no ciclo do desenvolvimento folicular e no ciclo ovulatório, caracterizando o inicio da vida
reprodutora feminina.
CONSTITUIÇÃO
Testículos: são dois, situados no escroto. São órgãos responsáveis por produzir os espermatozoides e a
testosterona.
Sistema de Ductos Genitais: são ductos que conduzem o sêmen (contendo espermatozoides e secreções
glandulares) até o óstio externo da uretra.
o Intratesticulares: estão situados dentro dos testículos e une os túbulos seminíferos ao epidídimo.
Túbulos Retos: Em maior número. Conduzem espermatozoides dos túbulos seminíferos para a
rede testicular. Sua metade proximal é composta por células de Sertoli e na
porção distal, epitélio cuboide simples com microvilosidades. É sustentado por
tecido conjuntivo frouxo.
Rede Testicular: Anastomoses dos túbulos retos. Situado dentro do mediastino do testículo e
constituído por espaços labirínticos revestidos por epitélio cuboide simples,
possuindo microvilosidades e um flagelo.
OBS: Ductos Eferentes: drenam os espermatozoides da rede testicular para o epidídimo, ou seja, ligam o testículo ao
meio extra-testicular. Formado por células cuboides não ciliadas alternando-se com colunares ciliadas.
Glândulas Genitais Acessórias: em número, são cinco: duas vesículas seminais, duas bulbouretrais e a
próstata.
Vesículas Seminais: São estruturas tubulosas altamente contorcidas adjacentes a parede posterior da
próstata. São formadas por células colunares que possuem microvilosidades. Estas glândulas secretam
um líquido seminal rico em frutose, aminoácidos prostaglandinos e proteínas, que constitui 70% do
volume do sêmen. A frutose é seu principal constituinte, pois fornece energia aos espermatozoides. Dão
aspectos amarelo claro ao sêmen.
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Próstata: É a maior das glândulas acessórias. É perfurada pela uretra e pelos ductos ejaculatórios. A
cápsula desta glândula é constituída por tecido conjuntivo não modelado altamente vascularizado,
entremeado por células musculares lisas. Seu estroma é rico em musculatura lisa. Formada por cerca de
30 a 50 glândulas túbulo alveolares compostas que lançam sua secreção (fosfatase ácida, fibrinolisina e
ácido cítrico) na uretra prostática, auxiliando os espermatozoides a chegarem a motilidade. A próstata é
constituída por 3 camadas: mucosa, submucosa e principal.
Glândulas Bulbouretrais: são duas que estão localizadas na raiz do pênis. Secretam diretamente na
uretra uma secreção lubrificante e escorregadia. Sua cápsula fibroelástica possui fibroblastos e células
musculares lisas e esqueléticas. O seu epitélio é composto por células cuboides a colunares simples.
OBS: A secreção das glândulas bulbouretrais é a primeira a ser secretada após a ereção peniana. Antes da ejaculação,
a liberação da secreção prostática que é lançada na uretra assim como os espermatozoides na ampola deferente. As
últimas secreções provêm das vesículas seminais, responsáveis por um aumento significativo no volume do sêmen.
Pênis: funciona como órgão excretor da urina, bem como copulador que deposita os espermatozoides no trato
reprodutor feminino. É composto por 3 colunas de tecido erétil, cada qual contido dentro de uma cápsula de
tecido conjuntivo fibroso (a túnica albugínea). O tecido erétil é formado pelos corpos cavernosos, ocupando a
posição dorsal, e os corpos esponjosos, que ocupam a posição central. Distalmente, o corpo esponjoso termina
numa porção dilatada – a glande do pênis (T.E.R. pseudo-estratificado pavimentoso). A pele do pênis que
reveste a glande é chamada de prepúcio.
O tecido erétil (composto por fibras elásticas e células musculares lisas) do pênis possui numerosos espaços
que recebem sangue de ramos das artérias profunda e dorsal do pênis para promover a ereção. A ereção é
controlada pelo sistema nervoso parassimpático após o estímulo sexual. Esses impulsos parassimpáticos
desencadeiam a liberação de oxido nítrico causando relaxamento dos músculos lisos das artérias profunda e
dorsal do pênis, aumentando o fluxo de sangue para o órgão.
A ejaculação se faz por parte do estímulo do sistema nervoso simpático.
TESTÍCULOS
Estão envolvidos por uma capa de tecido conjuntivo denso não-modelado denominada Túnica Albugínea que
dá resistência aos testículos. Abaixo desta camada está a Túnica Vasculosa, formada por tecido conjuntivo frouxo
altamente vascularizado responsável por nutrir os as células.
O aspecto posterior da túnica albugínea é espesso, formando o mediastino do testículo, pelo qual se irradiam
septos de tecido conjuntivo dividindo o testículo em compartimentos piramidais constituindo os lóbulos do testículo
(cerca de 250 em cada testículo). Cada lóbulo contém de uma a quatro túbulos seminíferos de fundo cego ricamente
inervado e vascularizado devido à túnica vasculosa. Nestes compartimentos ainda estão presentes as células de
Leydig (células intersticiais) responsáveis pela síntese de testosterona. Os espermatozoides são produzidos pelo
epitélio seminífero dos túbulos seminíferos.
Os gametas masculinos se dirigem para os túbulos retos, que se unem na rede testicular. Os espermatozoides
saem da rede testicular pelos ductos eferentes que acabam se fundindo com a cabeça do epidídimo.
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OBS: Os testículos estão localizados fora da cavidade abdominal para melhor produção de espermatozoides uma vez
que a temperatura deve estar 2ºC abaixo da temperatura corpórea. O plexo panpiniforme é responsável por auxiliar a
diminuição da temperatura. A artéria testicular nutre o testículo.
Criptoquirdia: em seu caminho normal, os testículos do feto, nas ultimas semanas da gravidez, desce para o
escroto. No caso da criptoquirdia, os testículos permanecem na cavidade abdominal. Na maioria dos casos, eles
descem no inicio da vida extrauterina. Caso isso não ocorra, deve ser corrigido com cirurgia.
TESTOSTERONA
Desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos.
Estimulam os folículos pilosos.
Estimulam o crescimento das glândulas sebáceas.
Produzem o aumento de massa muscular nas crianças durante a puberdade.
Ampliam a laringe.
Desenvolvimento da massa óssea maior, protegendo contra a osteoporose.
TÚBULOS SEMINÍFEROS
Constituídos por um espesso epitélio seminífero envolvido por um delgado tecido conjuntivo – a túnica própria.
Os dois estão separados por uma lâmina basal bem desenvolvida. Cerca de 1000 túbulos seminíferos estão presentes
em cada testículo (0,5 Km)
O epitélio seminífero é constituído por dois tipos de células: as células de Sertoli e as células
espermatogênicas.
Células de Sertoli: são células colunares altas responsáveis por:
Sustentação físico e nutricional (secreção de frutose) das células germinativas em desenvolvimento;
Fagocitose do citoplasma eliminado pelas espermátides durante a espermiogênese;
Estabelece uma barreira hematotesticular (isola o compartimento junto da luz da influência do tecido
conjuntivo, protegendo desta maneira os gametas em desenvolvimento do sistema imunológico);
Síntese e liberação de ABP (proteína ligante de andrógenos): responsável por captar testosterona
para o uso do testículo.
Síntese e secreção de inibina, que inibe a secreção do FSH.
Síntese e secreção da transferrina testicular, proteína que conduz ferro do sangue aos testículos.
Síntese e liberação do hormônio antimileriano: suprime a formação do ducto de Muller, dando
origem a genitália masculina no embrião.
CÉLULAS ESPERMATOGÊNICAS
O processo da espermatogênese, através do qual as espermatogônias dão origem aos espermatozoides, está
dividido em três fases: espermatocitogênese (diferenciação das espermatogônias em espermatócitos primários), meiose
e espermiogênese (transformação de espermátides em espermatozoides).
ESPERMIOGÊNESE
Fase do Golgi: aumento do volume do Complexo de Golgi, ocorrendo a produção de vesículas que se
fundirão para formar a vesícula acrossômica.
Fase do Capuz: nessa fase a vesícula acrossômica cresce em tamanho e sua membrana envolve
parcialmente o núcleo. Ao final deste desenvolvimento, passa a se chamar acrossomo.
Fase do Acrossomo: caracterizada por modificações da espermátide: núcleo condensado, alongamento da
célula, mudança da localização das mitocôndrias.
Fase de Maturação: eliminação do citoplasma que é fagocitado pelas células de Sertoli e os espermatozoides
soltos são liberados para a luz dos túbulos seminíferos (espermiação).
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OBS: Espermatozoides recém-formados são imóveis e incapazes de fertilização. Eles ganham motilidade quando
passam pelo epidídimo e capacitados para fertilizar quando estão no sistema reprodutor feminino.
HISTOFISIOLOGIA DO TESTÍCULO
O hipotálamo secreta o GnRH, estimula a hipófise anterior a produzir e secretar os hormônios gonadotróficos
(FSH e LH).
O LH é responsável por estimular as células de Leydig a produzir e secretar a testosterona, hormônio
responsável pelas características secundárias masculinas. Quando os níveis de testosterona no sangue estão
elevados, por feedback negativo, a secreção de LH é inibida.
O FSH é responsável por estimular as células de Sertoli a secretar ABP (capta testosterona para uso do
testículo) e inibina, o qual, por feedback negativo, controla a secreção do FSH.
ESPERMATOZOIDES
Cabeça: contém um núcleo eletrodenso e condensado contendo 23 cromossomos que é envolvido
anteriormente pelo acrossoma. Este por sua vez contém enzimas que incluem a hialuronidase, fosfatase ácida e
acrosina. A ligação do acrossoma com a proteína zp3 da zona pelúcida do ovócito, desencadeia a reação
acrossômica (perfurações na membrana acrossomial, causando a liberação das enzimas) facilitando o
processo de fertilização.
Cauda: dividida em quatro regiões: colo (peça de comunicação que une a cabeça ao restante da cauda), peça
intermediária (presença da bainha mitocondrial), peça principal (que estão circundadas pela bainha fibrosa) e
peça terminal (fim).
Causas da infertilidade:
Varicocele: aumento na vascularização dos testículos
Infecção
Alterações hormonais
Obstrução (epidídimo)
Falência testicular
Uso de drogas e anabolizantes.
Tabagismo
Quimioterapia e radioterapia
Patologias Relacionadas:
Hiperplasia Benigna de Próstata
Câncer de Próstata
Tumores de Células Intersticiais
Criptorquidia
Raios X, Drogas, Álcool e Desnutrição